Você está na página 1de 4

PA S TO R I TA M A R V I L S O N F R I T Z E N

Te m a : A RELAÇÃO ENTRE DINHEIRO E FÉ NA


ESPIRITUALIDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNIA

Será que nós cristãos não precisamos aprender a desejar


menos? Será que não estamos cobiçando cada vez mais,
pecando e desobedecendo ao 10º mandamento?
Te m o s a s s i s t i d o e v i v i d o a l g u n s d i a s a t r á s a u m m o m e n t o
forte de desequilíbrio financeiro na situação das Bolsas de
valores e mercados financeiros mundiais, trazendo
insegurança, temor e preocupação não somente aqueles que
não conhecem a Jesus como também aos cristãos. Estatísticas
revelam o que o dinheiro nos últimos anos tem causado na
vida de muitas pessoas na América: Nos EUA, a cada 10
casamentos, mais de 5 acabam em separações, sendo que
80% destes divórcios tem como causa principal a má
administração financeira. Na busca pelo dinheiro, em torno de
400 Mexicanos morrem por ano tentando atravessar as
fronteiras do país, em busca de uma vida feliz. No Brasil,
quase metade da população brasileira esta endividada. De
acordo com o banco central, 80 milhões de pessoas têm
alguma dívida. São R$400 milhões em dívidas só com os
bancos. O Brasileiro está parcelando basicamente tudo, da
televisão à conta do supermercado, e a tentação do crédito
fácil anda estourando os orçamentos de muitas pessoas e
famílias.
O dinheiro tem interferido e interfere positivamente e
negativamente na vida de fé dos cristãos. O que todos devem
ter bem claro e consciente que o dinheiro não é algo mal, um
pecado, uma maldição, mas pode ser e deve ser uma benção
d e D e u s . Tu d o d e p e n d e c o m o o a d m i n i s t r a m o s . N ã o e x i s t e
dinheiro ruim nem bom. Existe sim, gente que faz uso
adequado ou inadequado do seu dinheiro. Muito
frequentemente os cristãos ficam tão envolvidos nas
atividades cotidianas de ganhar dinheiro, ganho fácil, “fazer a
vida”, sustentar a família, ter uma boa poupança, ter regalias,
que acabam esquecendo o principal objetivo da vida, que é
servir a Deus, mas com isso o seu dinheiro se torna o seu
deus, seu ídolo, pela qual dedica, sacrifica e entrega a sua
vida.
É uma ilusão pensar que somente seremos realizados
como seres humanos quando tivermos boa quantia de
dinheiro, sendo ricos, por que a pessoa que entra nesta,
sempre vai querer mais, nunca vai ser ou ter o suficiente.
Jesus foi um homem de Deus muito feliz e não tinha onde
reclinar a cabeça (Mt 8.20). O cristão verdadeiro sabe que o
dinheiro não pode comprar e nem jamais pode dar a
verdadeira felicidade, a espiritualidade genuína ou a

1
espiritualidade permanente, como também a resposta final ou
o propósito real da vida, por que o sábio Salomão tentou de
diversas maneiras, era o homem mais rico, e o resultado foi
que tudo é vaidade, ilusão (Ec 5. 10 – 14). Quantos cristãos
deixaram se influenciar pelo amor ao dinheiro que sacrificam
t u d o d e p r e c i o s o e e s q u e c e m d e v i v e r, g o z a r, d e s f r u t a r s e u
ganho, da vida, e esquecem que nada levarão deste mundo e
que precioso é acumular tesouros celestiais, e o que se
acumula fácil, muitas vezes até ilegal, pode-se perder fácil.
O dinheiro mal usado fatalmente faz o cristão mais firme
na fé, cair em tentação e cilada, nas artimanhas do mal,
tornando-se um cristão vulnerável na fé, como também em
muitos desejos insensatos (loucos) e perniciosos (difíceis de
livrar), as quais afogam os homens na ruína e perdição, não
só destruindo a sua vida, como naufragando a fé da
esposo(a), filhos e família. Por isso Paulo adverte e 1Tm 6.
10, que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males, que
aqueles que não dão um valor e uso correto do dinheiro,
acabarão negando a fé e prejudicando muita gente, em vez de
ser uma benção e ajuda para eles. A cobiça pelo materialismo
leva a todos os tipos de males: problemas no casamento,
roubo, destruição de relacionamentos, inveja, falsidade,
doenças, etc. Quem ama e cobiça o dinheiro passa por cima
da justiça, de tudo e de todos para consegui-lo, multiplicá-lo e
conservá-lo.
Deve-se sempre saber e ter a diferença entre a
n e c e s s i d a d e e a c o b i ç a d e d i n h e i r o e m n o s s a s v i d a s . Ti a g o
4.3 diz: “ Pedis e não recebais, por que pedis mal, para
esbanjares em vossos prazeres.” A parábola do filho pródigo
( L c 1 5 . 11 - 2 4 ) , m o s t r a a c o n s e q ü ê n c i a , o r e s u l t a d o s q u a n d o s e
tem os prazeres, a cobiça na frente.
Ve m o s o m u n d o e a t é a i g r e j a m o d e r n a s e t o r n a r e m e s e r
influenciados pelos Hedonistas( a filosofia do prazer a
qualquer custo ou até sem poder pagá-lo) e no Imediatismo
carnal ( total impaciência em esperar o tempo certo para que
aconteça ou se possa ter alguma coisa). Ninguém quer mais
j u n t a r d i n h e i r o p a r a e n t ã o c o m p r a r, t e m d e s e r c o m p r a d a j á ,
mesmo que o preço por muitas vezes triplique, quadruplique e
se fique com uma montanha de prestações e juros sobre juros.
O empresário impaciente com o crescimento de sua empresa,
p a r a v ê - l a c r e s c e r, s e a f o g a e m e m p r é s t i m o s e n e g o c i a t a s d a s
quais é quase impossível sair; o empregado compromete o seu
salário às vezes muitos anos na frente, vivendo em constante
aflição e ansiedade, o que com certeza não é a vontade de
Deus. Inicia-se um ciclo vicioso, de fazer dívida, arrastando a
pessoa para baixo num redemoinho de prestações, duplicatas,
c o n t a s a p a g a r, c h e q u e s e c a r t õ e s d e c r é d i t o p a r a c o b r i r, q u e
o puxam para do fundo de poço da angustia, depressão, medo
e às vezes desespero, e em muitos casos de descrentes, o

2
pânico e desespero são tão grandes para a alma, que sem
forças alguns apelam para o suicídio.
Na perspectiva bíblica, entrar em dívidas, escraviza, o
devedor torna-se escravo daquele que empresta(Pv 22.7), e
um dos problemas mais sérios em relação à dívida é que ela é
sempre contraída com o apoio de uma previsão futura, a
providencia de Deus. Deus tem muitas bênçãos para a nossa
vida, no tempo e hora determinado, conforme seus propósitos
e planos, e o cristão deve ter a paciência em esperar(Ec 3.1).
Que em vez de se afundar em prestações, devemos aprender
j u n t a r, p o u p a r, p a c i e n t e m e n t e p a r a c o m p r a r a q u i l o q u e
precisamos.
Devemos ter muita responsabilidade e sabedoria em usar
aquilo que ganhamos. A palavra economia vem da mesma raiz
que mordomia, no grego. O mordomo é uma pessoa que sabe
praticar a economia na administração dos bens que Deus lhe
deu, por insignificantes que eles sejam. Se membros das
nossas igrejas fossem mais econômicos, seu dinheiro iria mais
l o n g e . O m a l d e m u i t o s é n ã o s a b e r e m d i s t r i b u i r, e n ã o t e r e m
o r g a n i z a ç ã o e p r i o r i d a d e s . Te m - s e m u i t o , g a s t a m t u d o ; q u a n d o
não tem bastante, toma emprestado. Por isso a vida financeira
de muitos evangélicos é uma pedra de tropeço para sua fé e
para os incrédulos.
A igreja deve ensinar os cristãos a ter um planejamento
financeiro, pedir a ajuda de Deus, para que estes saibam usar
o seu dinheiro com sabedoria, e sintam e vejam as grandes
obras de Deus, e que sejam honestos e verdadeiros diante de
Deus e dos homens. Deus não deixara de nada faltar aos seus
filhos, quando estes forem fiéis a Deus. Quando cristãos e
igrejas buscarem o dízimo de Deus, verão as bênçãos que
virão dos céus sem medida (Ml3. 8 -10) à igreja como também
a o s f i é i s . Tu d o p e r t e n c e a D e u s , e s e n d o d i z i m i s t a s
devolvemos a Deus 10% apenas e ficamos com os 90% do
nosso ganho com os quais trabalhamos, investimos, gastamos
c o m a l i m e n t o s , t a x a s , i m p o s t o s , a p l i c a ç õ e s e l a z e r. E q u a n d o
ficamos com o dízimo, com o que é de Deus, alem de
estarmos roubando de Deus, esse valor não traz benção e sim
maldição, em que não desfrutaremos deste que é de Deus e o
restante também não terá a Sua benção. As bênçãos de Deus
não se restringem apenas ao dinheiro, mas a saúde, à
d i s p o s i ç ã o , m a i o r h a r m o n i a n o l a r, m a i s f e l i c i d a d e e a l e g r i a d e
v i v e r, e a s s i m f a z e m o s a a d m i r á v e l e x p e r i ê n c i a d e q u e a i n d a
nos sobra dinheiro no final, e que podemos fazer muito mais
do que antes com apenas 90% deste mesmo dinheiro. Como
cristãos somos desafiados por Deus onde Ele quer ver a
nossa fidelidade e obediência com o dinheiro que ganhamos.
Ele promete abrir as janelas dos céus e derramar bênçãos
sem medida, abençoando-nos com as bênçãos que
necessitamos e precisamos, como também repreender o

3
d e v o r a d o r, f r u t i f i c a ç ã o e t o r n a r o p o v o d E l e u m a b e n ç ã o p a r a
as nações.
D e u s d á p ã o a q u e m t e m f o m e e s e m e n t e a o s e m e a d o r. O
que fica conosco, depois da entrega dos dízimos e ofertas,
representa o pão para suprir todas as nossas necessidades;
os dízimos e ofertas representam à semente. Se comermos a
semente, não haverá semeadura nem colheitas; se semearmos
com abundancia, com abundancia também ceifaremos.
Podemos dizer se cristãos verdadeiros dessem e fossem fiéis
d i z i m i s t a s a o S e n h o r, t e r i a m u m a v i d a f i n a n c e i r a a b e n ç o a d a e
tranqüila, e veriam as maravilhas de Deus através da sua fé
em Cristo Jesus.
Deus quer que entendemos que o dinheiro é uma
ferramenta para realizar o plano dEle através de nós, cristãos,
para glorificá-lo, e honrá-lo e bendizer o Seu nome. Nós
somos mordomos, que cuidamos das coisas de Deus. Ele é o
dono e Senhor de tudo o que existe e nos confiou
determinados bens segundo a nossa capacidade de
administrá-los, e que possamos ser aprovados quando Jesus
v o l t a r a n o s b u s c a r, e c o n f o r m e M t 2 5 . 2 1 , s e j a m o s
reconhecidos como servo bom e fiel, e ouvir de Jesus:
“ Fostes fiel no pouco, sobre o muito de colocarei; entra no
g o z o d o t e u s e n h o r. ”

Você também pode gostar