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Apontamentos: Direito humanos na tradição liberal, moderna e ocidental

Sumário

1. Considerações Iniciais .............................................................................................. 2


2. História dos Direitos Humanos ................................................................................. 2
2.1 História filosófica ................................................................................................ 2
2.2 História religiosa ................................................................................................. 3
2.3 História política................................................................................................... 3
2.4 História social ..................................................................................................... 3
3. Idade média .............................................................................................................. 4
3.1 A Carta Magna, ou a “Grande Carta”, ................................................................ 4
4. Idade moderna.......................................................................................................... 5
4.1 Lei de Habbeas Corpus em 1679 na inglaterra: ................................................. 7
4.2 Bill of Rights 1689 .............................................................................................. 7
4.3 Declaração de Direitos de Virgínia em 1776 ...................................................... 8
3.5 Declaração de independência dos EUA (1776) ..................................................... 9
4.6 A Constituição dos Estados Unidos da América (1787) ...... Erro! Indicador não
definido.
4.7 A Declaração dos Direitos (1791) ....................... Erro! Indicador não definido.
4.8 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) ............................ 10
4.9 A Primeira Convenção de Genebra (1864) ...................................................... 11
4.10 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) .................................... 11
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A civilização humana, desde os seus primórdios, até o período atual, passou por
inúmeras fases, cada uma com suas peculiaridades, com seus pontos negativos e
positivos, de modo que os acréscimos científicas, tecnológicas, políticas, econômicas,
sociais e jurídicas tiveram o crescimento no seu tempo e momento conforme a contexto
social.

A evolução histórica dos direitos inerentes à pessoa humana também teve seu
crescimento no seu tempo e momento conforme a contexto social.

Os direitos do ser humano não foram construídos ou reconhecidos em um dado


momento. A alterações foram acontecendo tudo a seu tempo, conforme a própria
experiência da vida humana em sociedade.

É necessário entender os principais momentos históricos que conduziram para a


constante transformação dos direitos humanos na atualidade. Assim, observando o
passado, tem-se a possibilidade formar uma em entendimento dos direitos humanos na
atualidade, eliminando possíveis erros para uma melhora continua da qualidade de vida
e da paz social da humanidade.

José Damião de Lima Trindade que para entender direitos humano é necessário
fazer uma digressão histórica e remontar a Antiguidade, fazer uma matriz filosófica e
religiosa, política e social.

A França foi terreno fértil para que houvesse eco as ideias de direitos do homem
pois lutavam contra um sistema de absolutismo já em franca decadência, e também
importante lembrarmos que o povo não dispunha de meios para sobreviver.

É neste contexto que buscamos apresentar reflexões sobre os direitos humanos


na Tradição Liberal, Moderna e Ocidental.

1. HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS


José Damião de Lima Trindade ao analisar a História dos direito humanos
perpassa por uma História filosófica, História religiosa, História política e História social.

2.1 História filosófica


Em 539 a.C., os exércitos de Ciro, O Grande, o primeiro rei da antiga Pérsia,
conquistaram a cidade da Babilónia. Mas foram as suas acções posteriores que
marcaram um avanço muito importante para o Homem. Ele libertou os escravos,
declarou que todas as pessoas tinham o direito de escolher a sua própria religião, e
estabeleceu a igualdade racial.
Na Antiguidade Clássica (século II ou II A.C). Estoicismo grego, Cicero e
Diorgenes em Roma.
Na Grécia uma peça de Teatro em que Antígona debate com o rei o direito de
enterrar seus mortos. Antígona diz que o direito de enterrar os mortos é mais antiga do
que a soberania do rei.
Estoicismo grego (justificativa ética da conduta humana - ideia laica do DH, a
natureza exige que certas necessidades humanas sejam respeitadas ).
Em Roma Cicero (afirma a existência de uma lei eterna que estaria gravada no
coração de todos os homens, conhecida por uma razão superior).
Obs: a maioria da população vivia em regime escravismo (não consideravam os
escravos como seres humanos).

2.2 História religiosa


A partir do sermão da montanha.
• E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
• Este é o primeiro e grande mandamento.
• E o segundo, semelhante a este, é: AMARÁS O TEU PRÓXIMO
COMO A TI MESMO.
• Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
(Mateus 22:37-40)

O cristianismo, considerando o homem, à imagem e semelhança de Deus, prega


a igualdade entre todos os homens. Esta igualdade não se limita ao usufruto individual
dos direitos, mas supõe o dever do amor ao próximo.
2.3 História política
Noções de fatos acontecidos a partir da Magna Charta Libertatum, em que o Rei
Joao Sem Terra foi obrigado a acatar em 1215.

2.4 História social


Seria analisar como as forças sociais interferiram na construção dos direitos
humanos na sociedade.
Neste caso ao fazer conexões entre as leis e as condições histórico-sociais
concretas que induziram o seu surgimento, aparece a gênese das condições
econômicas, políticas, políticas, filosóficas, ....
2. IDADE MÉDIA
Após a queda do Império Romano do Ocidente, o que se presencia em boa parte
da Europa é um vácuo de poder.
Vários reinos menores surgem, com monarcas de pouca representatividade. A
igreja vive um momento de franca expansão e em Roma ela se torna a autoridade de
fato.
A partir das famílias daqueles que lutaram contra as invasões dos bárbaros (e
com isso tornavam-se proprietários de terras), nasce uma aristocracia.
A Idade Média, no sistema Feudalista, onde o Senhor Feudal em troca de
proteção de seus servos, explorava, seus súditos, inclusive na intimidade de servas, as
quais elas e seu esposo tinham que ceder a primeira noite para o Senhorio (Direito de
Pernada). Os vassalos deviam certas obrigações tais como trabalhar de forma gratuita
(3 dias) para a Igreja e seu Senhorio, caso as terras mudassem de Senhorio estes
permaneceriam para servir a outrem “Res”. Praticamente, não havia mobilidade social,
quando ocorriam pragas, más colheitas, os senhores feudais e a nobreza, Igreja apesar
de seus estoques estarem cheios de grãos e mantimentos exploravam mais os seus
súditos. Mulheres, órfãos ficavam a mercê de sua própria sorte.
Idade Média conheceu uma formulação de direitos naturais do homem
basicamente religiosa. No entanto, uma desigualdade social exacerbada.
Neste cenário de crise econômica e falta de autoridade, a criminalidade e a
violência se espalham. Ao indivíduo comum, a única solução é se refugiar em terras de
um rico senhor feudal, que, com sua riqueza e posição, podia financiar seu próprio
exército para se defender de possíveis ataques e mesmo fazer guerra a outros senhores,
em busca de maior poder e prestígio.
Em troca da proteção, o senhor tirava proveito do trabalho de seu protegido,
ficando com parte do que este cultivava, além de recrutá-lo para fortalecer seu exército.
Os reis herdavam sua condição, mas não necessariamente herdavam o poder
suficiente para reinar e fazer valer sua vontade.

2.1 A Carta Magna, ou a “Grande Carta”,

Neste contexto, na Inglaterra surge um fato que vai ser muito importante para
os direitos humanos:
Após um desentendimento entre o Rei João, o Papa e os barões ingleses sobre
as prerrogativas do monarca, o rei João assina a Magna Charta Libertatum, limitando o
poder do monarca na Inglaterra, impedindo, assim, o exercício do poder absoluto.

A Carta Magna, ou a “Grande Carta”,


Foi a influência inicial mais significativa no amplo processo histórico que conduziu
à regra de lei constitucional hoje em dia no mundo anglófono.
Em 1215, depois do Rei João da Inglaterra ter violado um número de leis antigas
e costumes pelos quais Inglaterra tinha sido governada, os seus súbditos forçaram–no a
assinar a Carta Magna, que enumera o que mais tarde veio a ser considerado como
direitos humanos.
Direito da igreja de estar livre da interferência do governo,
Direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade, e serem
protegidos de impostos excessivos
Direito das viúvas que possuíam propriedade a decidir não voltar a casar–se, e
estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei. Isto também
contém provisões que proíbem o suborno e a má conduta oficial.
Direito a todo ao acesso à justiça.
Devido Processo legal.
Amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no
desenvolvimento da democracia moderna, a Carta Magna foi um ponto de viragem
crucial na luta para estabelecer a liberdade.

3. Idade moderna
A Partir século XIV surge na Itália o Renascimento.
O Iluminismo cria uma sociedade em que todos são iguais, mas igualdade de
direitos. (não igualdade econômica)
Com este discurso do direito natural do Iluminismo a burguesia inaugura o ciclo
das revoluções. Destronou reis ou submeteu os reis a burguesia.
O direito é o mesmo pra todos, liberdade de livre empresa, assalariamento, livre
comercio.
Com o capitalismo, surge a revolução industrial. Os servidores foram expulsos
das terras e foram para as empresas.
Na gleba eles tinham possibilidade de plantar, morar e cultivar seus alimentos. Na
indústria não tem esta possibilidade.
Começa a consciência de classe do proletariado, trabalhadores assalariados.
Certos conceitos, começaram a ser questionados.
Igualdade jurídica e nada de igualdade econômica.
A Burguesia aos poucos vai abandonando o discurso do direito natural e vai se
aprimorando do positivismo (discurso do conformismo social).
Pensamento juspositivista: pensamento jurídico nos países capitalistas.
A Burguesia não nasce como classe democrática. Nasce no máximo republicana.
Burguesia busca na Grecia o pensamento dos direitos humanos. Surge o
Iluminismo, que busca contrapor o pensamento mediavel da Igreja. O Poder não vem de
Deus, vem da força do povo.
Dentro do renascimento teve um movimento intelectual, o humanismo, que busca
romper com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. O
teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar ao antropocentrismo, passando o
homem a ser o centro de interesse.
O HUMANISMO significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de
tudo.
Reis se aliam a burguesia para conseguir apoio para formação do exército.
A França foi terreno fértil para que houvesse eco as ideias de direitos do homem
pois lutavam contra um sistema de absolutismo já em franca decadência, e também
importante lembrarmos que o povo não dispunha de meios para sobreviver.
A burguesia atenta as transformações e, porque desde a época Renascentista já
despontava em busca de seu espaço, todavia nem o Clero (Revolução Gloriosa…Cisão
da Igreja Católica/ Protestante) e nem os Nobres queriam abrir espaço para que
houvesse a mudança da estratificação da sociedade.
No ideário da Revolução Francesa vemos uma classe burguesa totalmente
insatisfeita pois não triunfa o privilégio do nascimento, mas financiava o Estado e a Igreja,
a qual já estava bastante desacreditava, eis que os laços burgueses e, as monarquias
haviam se estreitado. Ainda, o avanço científico fez com que houvesse uma
transformação “Idade das Luzes” –Locke, Rousseau, Diderot, Voltaire, Montesquieu.
Esses e outros nomes reconstruíram um novo pensar a partir da Razão Humana. O
Direito passa a ter diversas modificações, como noção de indivíduos livres, cidadãos,
sujeitos de direitos e deveres. Saímos de uma sociedade verticalizada. Mas (feudalismo-
Absolutismo) para uma sociedade horizontalizada (Contrato Social). Passo a destacar,
que não houveram transformações dos direitos naturais e universais, já que a burguesia
precisava manter a sua dominância, portanto essa “igualdade” é ainda uma longa jornada
a qual nos dias atuais ainda é um ideário a ser alcançado
O Liberalismo cada vez mais calcado no binômio capital e trabalho. A Revolução
Industrial crítica de Karl Marx, Engels aliado ao Positivismo de Comte, Spencer onde
começavam-se a buscar a compreender cientificamente os fenômenos sociais.
O método Positivismos seria empregado no estudo do Direito. Surge no Século
XVIII a burguesia que se utilizou do jus naturalismo já no Século XIX, depois da tomada
no Poder essa valeu-se do Positivismo. Os líderes na primeira fase da Revolução
Francesa utilizaram-se da bandeira de direitos humanos e depois houve uma
estagnação. A igualdade de nascimento se a tinha era apenas perante à lei pois os
afortunados passaram a ter benesses.

3.1 Lei de Habbeas Corpus em 1679 na inglaterra:


Com o passar do tempo, a Carta Magna passou a ser desrespeitada e a liberdade
de locomoção dos homens livres deixou de ser garantida na Inglaterra, em especial
quando se tratasse de prisão motivada por decreto real.
O parlamento inglês se viu obrigado a convocar uma assembléia e a redigir a
Petition of Rights, em 1628, com o reestabelecimento do remédio do habeas corpus, sem
inovação no rito processual.
A mera reafirmação da Carta Magna não se mostrou eficaz e veio, então, a
necessidade de uma lei que trouxesse alterações no rito processual do Habeas Corpus
e, em 1679.
A Lei de Habeas Corpus foi designada como “uma lei para melhor garantir a
liberdade do súdito e para prevenção das prisões no ultramar”, e visava garantir a
proteção da liberdade de locomoção.
Na Inglaterra alguns documentos foram de fundamental importância como o
Petition of Rights, de 1628 que reclama a necessidade de consentimento na tributação,
o julgamento pelos pares para a privação da liberdade e a proibição de detenções
arbitrárias (FERREIRA FILHO, 1998, p. 12).
A Lei de habeas corpus, de 1679 que protegia a liberdade de locomoção e que
inspirou ordenamento do mundo todo (COMPARATO, 2003, p. 86).
Reclamação ou requerimento escrito de algum individuo ou a favor de algum
individuo detido ou acusado da prática de um crime.

3.2 Bill of Rights 1689


Carta de Direitos Inglesa, é um ato do Parlamento da Inglaterra que define certos
direitos civis básicos. Fortaleceu e definiu as atribuições legislativas do parlamento frente
à Coroa e proclamou a liberdade da eleição dos membros do Parlamento, consagrando
algumas garantias individuais.
O Parlamento adquiriu poderes e determinou o direito à liberdade, à vida, à
propriedade privada e pelo o qual o rei ficava impedido de suspender a aplicação de lei,
além de não poder aumentar impostos, recrutar ou manter exércitos em épocas de paz
sem sua autorização, assegurando o Poder do Parlamento na Inglaterra.
A Revolução Gloriosa, está vinculada a própria evolução histórica de
reconhecimento de direitos aos ingleses e de limitação do poder real que ocorria, desde
a Carta Magna sendo, portanto, uma evolução pragmática, uma continuação de
conquistas anteriores e não uma ruptura com o Antigo Regime como a Revolução
Francesa (MARTÍNEZ, 1999, p. 148).
O Bill of Rights de 1689, reconheceu alguns direitos ao indivíduo o direito de
liberdade, o direito a segurança e o direito a propriedade privada, direitos estes que já
haviam sido consagrados em outros documentos, entretanto como eram constantemente
violados pelo poder real foram recordados na esperança de que desta fez fossem
respeitados (ARAGÃO, 2001, p. 32).
Também impôs limites ao poder real, pois deslocou para o Parlamento as
competências de legislar e de criar tributos, e institucionalizou a separação de poderes,
eliminando o Absolutismo pela primeira vez desde o Início da Idade Moderna sendo esta
sua principal contribuição (COMPARATO, 2003, p. 90).
Entretanto, o documento inglês impôs, a todos os súditos, uma religião oficial
numa clara ofensa a ao direito de liberdade de crença, servindo sob este aspecto de um
instrumento daqueles que detêm o poder para fazer valer sua vontade.
Uma questão de direitos trabalhistas interessante nesta época foi a de Robert
Owen(1771-1858), provou que em sua fábrica era possível produzir e ter humanidade
com os trabalhadores, diminuindo a carga horária, não empregava menores de dez anos
de idade, tinha creches e jardins de infância. Conseguiu diminuir o alcoolismo e as brigas.
Ainda, com obteve um lucro imenso. A burguesia proclamava os direitos humanos os
quais lhe interessavam. Segundo Trindade (pág. 133) “direitos do homem” e “direitos do
cidadão” são as diferenças existentes da própria classe burguesa que se subdivide-se
em direitos dos cidadãos questões gerais. Ainda refere que quem fala de direitos
humanos é justamente aquele que precisa lutar para alcançá-los.

3.3 Declaração de Direitos de Virgínia em 1776


Precede a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América e, como
ela, é de nítida inspiração iluminista (questionavam a supremacia da igreja) e
contratualista.
Direitos naturais e positivados inerentes ao ser humano, dentre os quais o direito
de se rebelar contra um governo "inadequado".
• Princípios democráticos (indisponibilidade de direito a vida e liberdade,
segurança e felicidade como direito nato,
• Soberania popular (Governo é instituído para proveito comum, a maioria da
comunidade pode retirar o governo se estiver insatisfeito)
• Direitos inerentes a todos os seres humanos

A Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia falava sobre:

-Igualdade Natural;
-Soberania Popular;
-Proibição de Proventos que não provenham da função pública;
-Separação de Poderes;
-Sufrágio Masculino Limitado;
-Proibição de tributação arbitrária da propriedade;
-Vedação prisão ilegal, garantia de julgamento júri popular (crime e direitos de
propriedade).

3.5 Declaração de independência dos EUA (1776)


Considerando estas verdades como autos evidentes, que todos os homens são
criados iguais, que são dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis, que entre
estes são a vida, liberdade e busca da felicidade.
Inspiração para os direitos humanos em todo o mundo.

Na França O Estado deveria assumir o papel exclusivo de guardião da


propriedade e garantidor da liberdade econômica.
Em 1776, Adam Smith, publica a riqueza das nações: Investigação sobre sua
natureza e suas causas. Fala que os indivíduos só buscam mesmos os seus próprios
interesses, Isso gera uma competição que se não for cerceada pelo Estado ou pela
intromissão ignorante dos homens, terminará, mediante a divisão social do trabalho,
gerando uma ordem social natural que aumentará a riqueza das nações e o bem estar
dos indivíduos competidores.
Isso vai ter uma grande desigualdade econômica, mas, ainda assim propiciará
uma melhoria das condições de existência dos mais pobres, não sendo incompatível com
a igualdade natural dos homens.

3.6 Constituição dos Estados Unidos da América (1787) e a Declaração dos


Direito (1791)

Constituição dos Estados Unidos é a lei fundamental do sistema do governo


federal dos Estados Unidos e o documento de referência do mundo Ocidental.
Mais antiga constituição nacional escrita ainda em uso e define os principais
órgãos de governo e suas jurisdições e os direitos básicos dos cidadãos.
As dez primeiras emendas da Constituição, a Declaração dos Direitos, entraram
em vigor no dia 15 de dezembro de 1791, limitando os poderes do governo federal dos
Estados Unidos e para proteger os direitos de todos os cidadãos, residentes e visitantes
no território americano.As dez primeiras emendas da Constituição, a Declaração dos
Direitos, entraram em vigor no dia 15 de dezembro de 1791, limitando os poderes do
governo federal dos Estados Unidos e para proteger os direitos de todos os cidadãos,
residentes e visitantes no território americano.
• A Declaração dos Direitos
✓ Protege a liberdade de expressão;
✓ A liberdade de religião;
✓ O direito de guardar e usar armas;
✓ A liberdade de assembleia;
✓ A liberdade de petição;
✓ Proíbe a busca e a apreensão sem razão alguma;
✓ Proíbe o castigo cruel e insólito e a auto–inculpação forçada;
✓ Proíbe que o Congresso faça qualquer lei em relação ao
estabelecimento de religião e proíbe o governo federal de privar
qualquer pessoa da vida, da liberdade ou da propriedade sem os
devidos processos da lei.
✓ Em casos de crime federal é requerida uma acusação formal por um
júri de instrução para qualquer ofensa capital, ou crime infame, e a
garantia de um julgamento público rápido com um júri imparcial no
distrito em que o crime ocorreu, e proíbe um duplo julgamento.

3.7 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)

✓ Influenciada pela doutrina dos "direitos naturais", nos pensamentos dos


iluministas e pela Revolução Americana
✓ Os direitos dos homens são tidos como universais: válidos e exigíveis a
qualquer tempo e em qualquer lugar, pois permitem à própria natureza
humana.
✓ Em 1789, o povo francês promoveu a abolição da monarquia absoluta e
abriu caminho para o estabelecimento da primeira República Francesa.
✓ A Declaração afirma que todos os cidadãos devem ter os direitos de
“liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão” garantidos.
✓ Ela alega que a necessidade da lei provém do fato de que “... o exercício
dos direitos naturais de cada homem só tem aqueles limites que asseguram
a outros membros da sociedade o prazer destes mesmos direitos”.
✓ Declaração vê a lei como “uma expressão da vontade geral”, com a
intenção de promover essa igualdade de direitos e proibir “somente ações
prejudiciais à sociedade”.
3.8 A Primeira Convenção de Genebra (1864)

✓ Em 1864, dezesseis países europeus e vários estados americanos


participaram de uma conferência em Genebra, a convite do Conselho
Federal Suíço e iniciativa do Comitê de Genebra. A conferência diplomática
tinha o objetivo de adotar uma convenção para tratamento de soldados
feridos em combate.
✓ Os princípios fundamentais definidos na Convenção e mantidos pelas
convenções posteriores de Genebra estipulavam a obrigação de ampliar a
assistência, sem discriminação, para equipe militar doente e ferida e o
respeito à identificação no transporte de equipe médica e equipamentos
com o sinal específico da cruz vermelha sobre um fundo branco.

3.9 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

A Declaração Universal do Direitos Humanos, em 1948, inaugurou Direito


Internacional sobre o tema, abrange o respeito à vida com dignidade. Os direitos
humanos passaram a perquirir na esfera global metas, formas de buscar a efetivação
dos diretos nela salvaguardados.
Ressalta-se as diferenças encontradas na literatura de Rubio, que no Século XIX,
a negação do direito jusnatural, a emergência do Direito Positivo, ou seja um direito
pautado na valorização. O Direito passa com a Teoria de Kant, a valoração de suas
normas para entender uma sociedade complexa e, para isso a Ciência Jurídica passa a
preocupar-se com a interdisciplinar.
O direito da dignidade da pessoa humana emerge no Século XX. Stammler, citado
por Rubio (p.48) é um dos primeiros autores que passa a questionar os postulados
jurídicos positivistas, numa visão neokantiana que além do Direito ser positivo ele tem
que ser justo.
No Século XIX, marginalizou-se a justiça como elemento constitutivo do Direito,
sendo que uma das características do Direito Positivo é a segurança e a utilidade como
elemento essenciais.
Portanto, a realização da justiça no direito tem que nas suas normas respeitar pelo
menos os conteúdos mínimos no postulado da dignidade da pessoa humana.
Stammler estabelece alguns princípios básicos tais como o respeito mútuo e que o direito
de um não pode excluir os do demais.
a importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem, datada de 10 de
dezembro de 1948, quando aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em
Paris, neste momento destacou-se a internacionalização dos direitos humanos, fixando-
se agora em um contexto internacional os direitos fundamentais, o que naturalmente
ensejaria uma maior prevalência destes no contexto do ordenamento jurídico interno.
A partir daí, os direitos fundamentais, passaram a ganhar relevo, tanto na esfera
internacional, quanto no ordenamento jurídico interno de cada Estado, passou-se a
enxergar os direitos fundamentais sob outra ótica, uma ótica da necessidade, a isonomia
passou a estar presente sempre ladeando os direitos fundamentais, sua previsão sempre
buscando a limitação do poder estatal, para que pudesse prevalecer a liberdade
individual.
Por certo o caminho foi longo, começou-se de forma tímida até atingir o momento
atual, o cenário talvez ainda não seja o que almejamos, mas muito há que se fazer, a
trilha foi percorrida, o momento é melhor, mas ainda longe de findar-se temos que como
demonstrado neste breve contexto histórico, trilhar nosso caminho, principalmente
tentando efetivar estes direitos fundamentais.
ANEXO A

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789:


Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais
só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos
naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a
segurança e a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum
corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo:
assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão
aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos.
Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5.º A lei proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado
pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não
ordene
Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de
concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser
a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais
a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos
públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas
virtudes e dos seus talentos.
Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos
determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam,
expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas
qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente,
caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias
e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes
do delito e legalmente aplicada.
Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se
julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa
deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões
religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela
lei.
Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos
direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente,
respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força
pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular
daqueles a quem é confiada.
Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração
é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de
acordo com suas possibilidades.
Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus
representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de
observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua
administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem
estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode
ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e
sob condição de justa e prévia indenização.
ANEXO 2
Declaração Universal dos Direitos Humanos
CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da
família humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo,

CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram


em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um
mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de
viverem a salvo do temor e da necessidade,

CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império
da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a
tirania e a opressão,

CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas


entre as nações,

CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos
direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores
condições de vida em uma liberdade mais ampla,

CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em


cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades
fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades,

CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais


alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos
Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as
nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre
em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover
o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de
caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua
observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros,
quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão
e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
limitação de soberania.

Artigo 3
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
estão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.

Artigo 6
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da
lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
constituição ou pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte
de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do
fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua
defesa.
II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou
na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras
de cada Estado.
II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este
regressar.

Artigo 14
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas.

Artigo 15
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar
de nacionalidade.

Artigo 16
I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado.

Artigo 17
I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Artigo 20
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à
realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Artigo 23
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas
e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que
lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção
de seus interesses.

Artigo 24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família
saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença,
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.
II) A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no
mérito.
II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas
as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas
em prol da manutenção da paz.
III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será
ministrada a seus filhos.

Artigo 27
I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade,
de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios.
II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e
liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às
limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e
liberdades aqui estabelecidos.

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