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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0032785-59.2014.4.01.0000/MG (d)

RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento, regularmente processado, contra deferimento


de liminar ou antecipação de tutela, argumentando-se presentes os pressupostos legais
para concessão da decisão pretendida.

Oportunizada resposta.

É, em síntese, o relatório.

VOTO

A eventual concessão de liminar (art. 300 no NCPC art. 804 do CPC/1973 ou art.
7º, III, da Lei nº 12.106/2009) ou de antecipação de tutela (art. 294 do NCPC §7º ou §3º
do art. 273 do CPC/1973) que redunde – no âmbito das competências da 1ª Seção do
TRF1 - na concessão, manutenção ou elevação de benefício previdenciário (RGPS) e/ou
em aumento salarial (de servidor civil ou militar) exige, além do apoio em possível norma
expressa, um contexto fático-jurídico que evidencie – em cognição sumária/cabal - a
conjunção de juridicidade (jurisprudência qualificada de apoio) com o risco da demora, tal
não sendo possível, pois, se exige interpretação criativa de regra expressa e/ou criação
de norma ou a desconsideração das conclusões da possível fase administrativa, que se
aliam à necessidade de intrincada cognição exauriente (profunda instrução e dialética).

Menos se justifica o pleito recursal se, examinando-se a tramitação da ação de


onde adveio o agravo de instrumento, de há muito ajuizada, vê-se encerrada ou
avizinhando-se na 1ª Instância a plena formação fático-probanda (7ª Turma do TRF1, AG
nº 0016531-16.2011.4.01.0000/BA, Des. Fed. LUCIANO AMARAL): “encerrada a
instrução, plena a cognição (exauriente), evidencia-se que se avizinha decisão de mérito,
contexto lógico-jurídico que não mais abona nem recomenda eventuais antecipações ou
cautelas fincadas em instrução sumária”.

Em quadro tal, não faz sentido – “d.v.” - que a Corte Revisora se pronuncie com
olhar sumário quando o Juízo de 1ª Instância já processou o feito às minúcias, até porque
é dado ao julgador primário, advindo novos prismas de visão (que o estado do atual
tramita por certo propiciou), reconsiderar a decisão agravada.

Salvo abordagens teratológicas, não se pode, ademais, afastar normas vigentes,


que ostentam presunção de constitucionalidade nem atos administrativos, em prol dos
quais militam presunções legais várias e notórias (legitimidade e veracidade), só
derruíveis – se e quando - após ampla dialética, tanto mais envolvendo pretensões
relativas a verbas cujo viés alimentar obsta eventual restituição.

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Nº Lote: 2016127984 - 2_1 - AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0032785-59.2014.4.01.0000/MG (d) - TR300771
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0032785-59.2014.4.01.0000/MG (d)

De passagem, o quilate da controvérsia, em verdade, aparentemente é – até onde


consta - próprio a ser solucionado em sentença (revisto em apelação), inclusive a
antecipação de tutela em si.

Por derradeiro (7ª Turma do TRF1, AGA nº 0044151-66.2012.4.01.0000/DF, Rel.


Des. Fed. REYNALDO FONSECA):

“A antecipação de tutela (art. 273 do CPC) exige prova inequívoca que


convença o julgador acerca da verossimilhança das alegações do autor, à qual
se deve agregar, cumulativamente, o trinômio dos incisos I e II do aludido artigo
- perigo de dano, abuso de defesa ou propósito protelatório, tudo no intento de
antecipar o resultado que, muito provavelmente, a ulterior sentença veiculará: à
medida que se esmaece a evidência do direito, porque a prova perde sua
essência de gerar conclusão irrefutável, avulta o risco da contradição, assim
inviabilizando a tutela imediata cognitiva."

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento.

DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS


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