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APOSTILA DA DISCIPLINA:
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO
1.1. Energia
Energia possui um conceito bastante amplo, e suporta muitas definições. Uma
das definições mais difundidas é aquela que diz que “energia é a medida da
capacidade de realizar trabalho”. Em 1872, James Maxwell, propôs uma outra
definição, que pode ser considerada mais completa, que diz que “energia é aquilo
que permite uma mudança na configuração de um sistema, em oposição a uma
força que resiste a esta mudança”.
Restringindo ainda mais o conceito geral, a energia pode ser classificada em
três formas: primária, secundária e útil. A energia primária é aquela cujos produtos
energéticos são providos pela natureza em sua forma direta. São exemplos de
fontes primárias o petróleo, gás natural, carvão, urânio, resíduos vegetais e animais
e as energias hidráulica, solar e eólica.
A energia secundária é resultante da transformação da energia primária,
constituindo os chamados vetores energéticos e tendo como destino os diversos
setores de consumo. Como exemplo, tem-se o óleo combustível, gás GLP, carvão
vegetal, álcool etílico e eletricidade.
Finalmente, a energia útil, ou simplesmente consumo, é aquela disponível para
o consumo final, convertida através da utilização de tecnologias de uso final.
Exemplos de energia útil são a força motriz, o calor e a intensidade luminosa.
A figura 1.1 apresenta de forma simplificada os processos envolvidos na
conversão da energia primária em secundária e útil.
Energia Sol, vento, petróleo,
Primária carvão, etc
Tecnologias
Usinas de Geração de Energia
de Elétrica, Refinarias de Petróleo, etc
Conversão
10%
8%
6%
4%
2%
0%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
-2%
-4%
OIE PIB
V I
S= Q = V I sen
P = V I cos
Figura 1.3 - Triângulo de potências.
O cosseno do ângulo é denominado de fator de potência, representado por
FP ou simplesmente cos.
O fator de potência é a relação entre a potência ativa e a potência aparente e
representa o percentual de energia ativa utilizado por determinado sistema.
Analisando-se o triângulo de potências da figura 1.3, quanto menor for o ângulo ,
mais próximo do valor unitário estará o fator de potência, menor será a componente
reativa do sistema e, conseqüentemente, maior será o percentual de energia ativa
utilizado. A situação inversa, que corresponde a um ângulo elevado e um fator de
potência reduzido, resulta na forte presença de componentes reativos, ocasionando
prejuízos ao sistema, uma vez que a energia reativa sobrecarrega as instalações,
limitando a capacidade de condução de corrente em condutores, que poderia ser
aproveitada para a realização de trabalho útil.
1.2.2. Unidades Relacionadas a Sistemas de Energia Elétrica
A tabela 1.2 apresenta as sete unidades básicas do SI, enquanto a tabela 1.3
apresenta outras unidades relacionadas a sistemas de energia elétrica bastante
utilizadas ao longo do presente texto. Finalmente, a tabela 1.4 apresenta alguns
prefixos usualmente empregados e a tabela 1.5 apresenta alguns fatores de
conversão.
Tabela 1.7 - Matriz elétrica por setor no Brasil em 2013. Fonte: MME (2014).
Energia Elétrica Estrutura
Especificação
(GWh) (%)
Setor energético 29.663 5,7
Residencial 124.896 24,2
Comercial 84.388 16,3
Público 41.288 8,0
Agropecuário 24.129 4,7
Transportes 1.884 0,4
Industrial 210.083 40,7
TOTAL 516.330 100,0
Nota-se pela tabela acima que o setor industrial, por ser responsável por pouco
menos da metade do consumo de energia elétrica no Brasil, representa um dos
principais focos de eficientização energética. Outros setores como o comercial e o
público, que somados são responsáveis por 24 % do consumo total, o que os torna
equivalentes ao setor residencial, também desempenham papel importante no
cenário da eficiência energética dos usos finais.
M
Cenário 2 Cenário 2
Energia = 34,0 Trabalho útil = 10
M
Cenário 2 Cenário 2
Energia = 13,9 Trabalho útil = 10
Transmissão e Distribuição
Eficiência da Geração,
Energia Sol, vento, petróleo,
Primária carvão, etc
Tecnologias
Usinas de Geração de Energia
de Elétrica, Refinarias de Petróleo, etc
Conversão
Usos Finais
Eficiência dos
Tecnologias Lâmpadas, Motores,
de Uso Final Eletrodomésticos, etc.
Não-técnica
Eficiência
Energia Iluminação, Força Motriz,
Útil Refrigeração de alimentos, etc.
Padrões de
Consumo
Transmissão e Distribuição
Uso Final
Geração
1.4. Legislação
Desde a criação dos primeiros programas de conservação de energia, como o
CONSERVE, criado em 1981, muitos foram os programas governamentais
instituídos com o objetivo de se obter melhores níveis de eficiência energética nos
equipamentos e nos diversos setores da sociedade. Essas primeiras iniciativas
estavam bastante relacionadas às crises do petróleo da década de 70. Tais
programas perderam força com a redução dos preços internacionais do petróleo
durante a década de 80, voltando ao cenário nacional somente em meados dos
anos 90.
Atualmente, o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Energia
Elétrica – PROCEL e o Programa de Eficiência Energética – PEE/ANEEL são os
programas nacionais mais eficazes na área de eficiência energética. Na área do
petróleo, destaca-se o Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados
do Petróleo e do Gás Natural – CONPET. Também existem diversos decretos, leis,
portarias e resoluções que, direta ou indiretamente, complementam os programas de
eficiência energética mais importantes. Os itens seguintes apresentam algumas
dessas medidas, julgadas mais significativas.
1.4.1. PROCEL
O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica –
PROCEL foi criado em dezembro de 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da
Indústria e Comércio, através da Portaria Interministerial MME/MIC no 1.877, de
30/12/1985. Através do Decreto de 18 de julho de 1991 foi transformado em
Programa de Governo, tendo suas abrangência e responsabilidade ampliadas.
O objetivo do PROCEL é promover a racionalização da produção e do
consumo de energia elétrica, para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os
custos e os investimentos setoriais. Dentre suas principais metas, destacam-se a
redução das perdas técnicas das distribuidoras de energia; a racionalização do uso
da energia elétrica; e o aumento da eficiência energética de aparelhos elétricos.
Em 1993, através do Decreto de 08 de dezembro de 1993, foi instituído o
Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e o Selo Verde de
Eficiência Energética. Desde então, o Selo PROCEL de Economia de Energia é
concedido anualmente aos equipamentos elétricos que apresentam os melhores
índices de eficiência energética dentro das suas categorias. Sua finalidade é
estimular a fabricação nacional de produtos eletroeletrônicos mais eficientes no item
economia de energia, e orientar o consumidor, no ato da compra, a adquirir
equipamentos que apresentam melhores níveis de eficiência energética.
Os critérios para concessão do selo PROCEL de economia de energia tomam
como base os dados de consumo obtidos em medições realizadas nos laboratórios
credenciados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO, através do
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Os produtos avaliados pelo INMETRO,
aos quais é concedida a Etiqueta Nacional de Conservação, são avaliados por
classe de eficiência, da “A” (mais eficiente) à “G” (menos eficiente). O Selo PROCEL
é concedido aos produtos que obtém o índice “A” de eficiência energética. A figura
1.8 apresenta um modelo geral da Etiqueta Nacional de Conservação, à esquerda, e
do Selo PROCEL.
As categorias de equipamentos que receberam o selo no ano de 2008 foram:
máquinas de lavar roupas; condicionadores de ar; refrigeradores e freezers;
coletores solares e reservatórios térmicos; motores de indução trifásicos; lâmpadas e
reatores; televisores; e ventiladores de teto.
Iniciativa similar ao Selo PROCEL é o Selo CONPET, concedido a
equipamentos domésticos de consumo de gás que obtém os menores índices de
consumo de combustível.
Assim como outras normas de natureza semelhante, como as NBR ISO 9001
(sistema de gestão da qualidade) e NBR ISO 14001 (sistema de gestão ambiental),
a norma ISO 50001 visa alçar as empresas que a adotarem a um reconhecimento
internacional com relação às suas iniciativas no que concerne à utilização racional e
eficiente da energia.
A estrutura geral da NBR ISO 50001, representada na figura 1.9, está centrada
em ações de planejamento, implementação, verificação e ação corretiva e
preventiva.
Figura 1.9 - Modelo do sistema de gestão de energia da norma NBR ISO 50001.
2.1. Iluminação
Para se estudar de forma mais detalhada os sistemas de iluminação, faz-se
necessário conhecer alguns conceitos básicos, as definições de algumas variáveis e
os equipamentos utilizados na conversão de energia elétrica em energia luminosa,
conforme apresentado nos itens a seguir. Ao final, são também apresentados
potenciais de economia em sistemas de iluminação que, em conjunto com um
projeto luminotécnico adequado (tema abordado no Capítulo 4), contribuem para a
eficientização deste uso final.
2.1.1. Definições
- Luz: é a radiação eletromagnética capaz de produzir sensações visuais. A luz
visível ao olho humano situa-se entre os comprimentos de onda de 380 e 780 nm,
respectivamente os limites das radiações ultravioleta e infravermelha.
- Fluxo luminoso (): é a radiação total, ou quantidade de luz total, emitida
pela fonte luminosa, sensível ao olho humano (situada entre os comprimentos de
onda de 380 e 780 nm). Sua unidade é o lúmen (lm).
- Eficiência luminosa: é a relação entre o fluxo luminoso e a potência da
fonte, dada em lm/W.
- Intensidade luminosa (I): é o fluxo luminoso irradiado em uma determinada
direção. Sua unidade é o candela (cd), e é a grandeza básica de iluminação no SI.
- Iluminância (E): indica a relação entre o fluxo luminoso de uma fonte de luz
incidente em uma superfície, e a própria superfície. Na prática, a iluminância é a
grandeza medida para se caracterizar uma superfície, normalmente o plano de
trabalho, como bem ou mal iluminada. A iluminância é também chamada de
iluminamento, e sua unidade é o lux (lx). Um lux é o iluminamento de uma superfície
de 1 m2, localizada a 1 m de distância da fonte, puntiforme, na direção normal e
emitindo um fluxo luminoso de 1 lúmen uniformemente distribuído.
- Plano de trabalho: Região onde, para qualquer superfície nela situada, são
exigidas condições adequadas ao trabalho visual a ser realizado.
- Luminância (L): é a sensação de claridade que emana de uma superfície ao
ser atingida por raios de luz. Sua unidade é cd/m 2.
- Temperatura de cor (T): de forma simplificada, é um critério utilizado para
classificar a aparência de cor de uma luz. Sua unidade é o kelvin (K). Quanto maior
for a temperatura de cor de uma fonte, mais fria é a luz e mais claro é o branco. A
luz amarelada, típica de lâmpadas incandescentes, apresenta baixa temperatura de
cor, da ordem de 2.700 K. Abaixo de 3.300 K as cores podem ser classificadas como
quentes; entre 3.300 e 5.300 K, como intermediárias; e acima de 5.300 K como frias.
Luzes com temperaturas de cor mais baixas (cores quentes) são utilizadas para a
criação de ambientes aconchegantes. Aquelas com temperaturas de cor mais altas
são apropriadas para ambientes claros, limpos. É importante ressaltar que as
temperaturas de cor não influenciam na eficiência luminosa da fonte.
- Índice de reprodução de cores (Ra): qualifica a variação de cor de objetos
iluminados por diferentes fontes. O índice Ra é uma escala qualitativa, variando de 1
a 100, que classifica o desempenho das fontes de luz em relação ao padrão ideal,
obtido por um corpo metálico sólido, aquecido até irradiar luz (Ra = 100). Em outras
palavras, quanto maior for a diferença de cor de um objeto iluminado, em relação ao
padrão, menor será o seu Ra.
Pode-se observar, pela análise das tabelas 2.1 e 2.2, que as lâmpadas de
descarga apresentam maiores variações do que as incandescentes, no que se
refere à eficiência luminosa e à vida útil, principalmente. Por isso, a análise destes
tipos de lâmpadas deve ser mais criteriosa em projetos de eficientização energética.
As lâmpadas fluorescentes tubulares são compostas por um bulbo cilíndrico de
vidro, cujas paredes internas são pintadas por materiais fluorescentes. Em suas
extremidades são instalados eletrodos metálicos recobertos por óxidos, por onde
circula a corrente elétrica. Em seu interior existe vapor de mercúrio a baixa pressão,
com gás inerte para facilitar a partida. Para seu correto funcionamento, as lâmpadas
fluorescentes necessitam de reatores e, as chamadas de partida lenta, ignitores. Um
grande avanço recente das lâmpadas fluorescentes tubulares tem sido a redução do
diâmetro com conseqüentes redução de potência e manutenção ou aumento do
fluxo luminoso. Isso é possível devido ao fato da redução do diâmetro propiciar
maiores possibilidades de desenvolvimento óptico dos refletores. Os modelos
tradicionais possuem diâmetro de 38 mm (T12), enquanto os mais recentes já
apresentam valores de 26 mm (T8), chegando até a 16 mm (T5), este último
inclusive com redução de 50 mm no comprimento.
As lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), também chamadas de lâmpadas
PL, utilizam o mesmo princípio; porém, algumas já são fabricadas com reator
incorporado, apresentam tamanhos reduzidos e bocal com mesmas características
dos de lâmpadas incandescentes comuns, o que faz com que as LFC possam
substituí-las diretamente.
As lâmpadas a vapor de mercúrio são constituídas por tubos de descarga,
tendo em cada uma de suas extremidades eletrodos de tungstênio cobertos com
material emissor de elétrons. A aplicação de tensão origina um arco elétrico entre o
eletrodo auxiliar e o principal, provocando o aquecimento dos óxidos emissores, a
ionização do gás e a formação de vapor de mercúrio. Com o meio interno ionizado e
praticamente inativo, a descarga elétrica passa a ocorrer entre os eletrodos
principais. O aquecimento do meio interno eleva a pressão dos vapores, ocasionado
o aumento do fluxo luminoso. A partida dura alguns segundos, e a lâmpada só entra
em regime após alguns minutos. Ao se apagar a lâmpada, o mercúrio não pode ser
reionizado até que a temperatura do arco seja diminuída o suficiente, o que dura de
3 a 10 minutos, dependendo das condições externas e da potência da lâmpada.
As lâmpadas a vapor metálico são lâmpadas a vapor de mercúrio com a
introdução de elementos (iodetos, brometos) em seu tubo de descarga, de forma
que o arco elétrico ocorra em uma atmosfera de vários vapores metálicos
misturados, resultando em maiores eficiências luminosas. Requerem reator e ignitor
para seu funcionamento, e apresentam índices de reprodução de cores muito bons.
As lâmpadas a vapor de sódio possuem um tubo de descarga de óxido de
alumínio, encapsulado por um bulbo oval de vidro. O tubo de descarga é preenchido
por uma amálgama de sódio-mercúrio, além de uma mistura gasosa de neônio e
argônio, utilizada para a partida. Necessitam de reator e ignitor. Apresentam Ra
menor que as lâmpadas a vapor de mercúrio; porém, melhor eficiência luminosa, o
que indica a substituição em muitos casos, como em vias públicas, túneis, etc.
As lâmpadas de luz mista, ou simplesmente mistas, são compostas por um
tubo de arco de vapor de mercúrio em série com um filamento incandescente de
tungstênio. O filamento produz fluxo luminoso, com princípio idêntico ao de
lâmpadas incandescentes, também funciona como elemento de estabilização da
lâmpada e limita a corrente de funcionamento, dispensando a utilização de reator.
As lâmpadas mistas são normalmente ligadas em tensões de 220 V, pois tensões
inferiores não são suficientes para a ionização do tubo de arco.
A figura 2.1 apresenta um comparativo entre eficiências luminosas de
diferentes tipos de lâmpadas, enquanto a figura 2.2 apresenta uma relação entre a
temperatura de cor e o Ra das lâmpadas.
170
Eficiência Luminosa (lm/W)
0
Incandescente Halógena Mista Mercúrio LFC LFC Metálica Fluor. Tub. Fluor. Tub. Vapor de Metálica
(10 a 15) (15 a 25) (20 a 35) (45 a 55) Integrada Não Integ. Cerâmica T8 T5 Sódio Quartzo
(50 a 65) (50 a 87) (65 a 90) (66 a 93) (70 a 125) (80 a 140) (143)
2.1.2.3 - Luminárias
A luminária tem como funções principais a sustentação mecânica das
lâmpadas e a distribuição espacial do fluxo luminoso produzido por elas. As
luminárias podem ser das mais simples, compostas somente pelo receptáculo, até
as mais complexas, com a presença de refletores, refratores, difusores, entre outros.
A eficiência de uma luminária pode ser obtida pela relação entre o fluxo luminoso
emitido pela luminária (direto e indireto), e o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas.
Figura 2.3 - Diagrama de uso final de energia elétrica com finalidade de força motriz.
A seleção do tipo de motor que irá compor um determinado sistema é feita
normalmente pelo critério do menor custo inicial, desprezando-se os custos de
operação do equipamento ao longo de sua vida útil. Outros fatores também não
costumam ser levados em consideração, principalmente relacionados ao local de
instalação, se é agressivo ao funcionamento do motor, se é pouco ventilado, se
possui muita poeira, dentre outros, acarretando em um conjunto de perdas que pode
reduzir a eficiência do conjunto, além de reduzir a vida útil do equipamento.
Outro problema bastante encontrado, e que agrava o desperdício de energia
em sistemas motrizes, é a tendência em especificar motores com potências
significativamente superiores às necessárias, em nome de uma reserva de potência
que iria supostamente aumentar a confiabilidade do equipamento. Quando
superdimensionados, ou seja, em situações de baixo carregamento, os motores
elétricos apresentam acentuada queda de rendimento, além de baixo fator de
potência, como pode ser observado na figura 2.4, que apresenta a curva
característica de um motor de 20 cv, com destaque para o rendimento e o fator de
potência em uma situação de 30 % de carregamento.
estator e o rotor. O movimento relativo garante que haja força eletromotriz induzida
no rotor e, com isso, a conversão de energia elétrica em energia mecânica de giro
no rotor.
2.3. Aquecimento
Os usos finais de aquecimento, obtidos através da conversão de energia
elétrica em calor, são diversos. No setor residencial tem-se chuveiros, torneiras e
pequenos fornos; no setor industrial tem-se o calor de processo, caldeiras, fundições
e fornos industriais; além de outras muitas finalidades onde é necessária a utilização
de sistemas de aquecimento, de água ou vapor.
De modo geral, a utilização da energia elétrica para aquecimento apresenta
custos superiores a outras alternativas, como o Sol ou óleos combustíveis, por
exemplo. Além disso, apresenta reduzido potencial de eficientização, estando
basicamente concentrado na substituição, parcial ou total, do sistema de
aquecimento elétrico pela alternativa mais econômica.
Os itens seguintes apresentam alguns usos típicos de sistemas de
aquecimento elétrico, destacando os potenciais de eficientização do sistema, ou sua
substituição por outra alternativa.
2.4. Refrigeração
A refrigeração é o nome dado ao processo de remoção do calor de um
determinado meio e a manutenção desta condição por meios mecânicos ou naturais.
Existem diversas aplicações da refrigeração, sendo a refrigeração de alimentos e
bebidas e a climatização de ambientes as mais importantes e conhecidas.
2.4.1. Refrigeração de Materiais
A refrigeração de materiais, normalmente chamada apenas de refrigeração, é
bastante útil para o homem, pois assim ele pode manter o material, normalmente
alimentos, em seu estado natural através do uso do frio, sem a utilização da
defumação ou salgamento do material a ser consumido.
Nos dias atuais, a aplicação da refrigeração é encontrada em diversas
atividades como, por exemplo, no uso doméstico, comercial, industrial e de
transportes.
Pode-se entender a lógica de funcionamento dos principais sistemas de
refrigeração estudando o funcionamento de um refrigerador doméstico comum,
também conhecido como sistema de compressão de vapor.
Este equipamento funciona a partir da aplicação dos conceitos de calor e
trabalho, utilizando-se de um fluido refrigerante. Fluido refrigerante é uma substância
que, circulando dentro de um circuito fechado, é capaz de retirar calor de um meio
enquanto se vaporiza a baixa pressão. Este fluido entra no evaporador a baixa
pressão, na forma de mistura de líquido e vapor, e retira a energia do meio interno
refrigerado (energia dos alimentos) enquanto passa para o estado de vapor. O vapor
entra no compressor onde é comprimido e bombeado, tornando-se vapor
superaquecido e deslocando-se para o condensador, que tem a função de liberar a
energia retirada dos alimentos e a resultante do trabalho de compressão para o meio
exterior. O fluido, ao liberar energia, passa do estado de vapor superaquecido para
líquido (condensação) e finalmente entra no dispositivo de expansão, onde tem sua
pressão reduzida, para novamente ingressar no evaporador e repetir-se assim o
ciclo. Esse processo é ilustrado através da figura 2.9.
2.5. Outros
Como outros usos finais de energia elétrica podem ser destacados os
aparelhos eletro-eletrônicos e sistemas a ar comprimido. As instalações elétricas,
que “abastecem” todos os usos finais e que, se não estiverem bem projetadas e em
bom estado de conservação podem resultar em perdas elevadas, serão abordadas
apenas no Capítulo 6, onde são apresentadas sugestões para redução de perdas e
melhoria da eficiência de instalações elétricas.
2.5.1. Eletro-eletrônicos
A divisão dos usos finais em classes, aliada ao crescimento tecnológico
verificado e ao surgimento dos mais diversos aparelhos, fez surgir um uso final que
até algumas décadas atrás não se configurava como representativo: os eletro-
eletrônicos.
De uma forma geral, muitos dos aparelhos eletro-eletrônicos podem ser
distribuídos em outras classes. Como exemplo, ventiladores residenciais e
eletrodomésticos como liquidificadores, batedeiras e máquinas de lavar roupa
possuem sistemas motrizes como principal componente; torradeiras e fritadeiras são
compostas por sistemas de aquecimento, além de outros exemplos.
Devido às suas finalidades e às suas capacidades reduzidas, principalmente se
comparados a equipamentos mais robustos, tais aparelhos são normalmente
classificados neste uso final. Além disto, a grande maioria deles têm em comum o
fato de apresentarem pouco ou nenhum potencial de eficientização, seja pela
indisponibilidade de modelos mais eficientes no mercado, seja pelos conceitos de
estética e conforto que proporcionam, sendo muitas vezes o principal ponto de
decisão na compra de um eletro-eletrônico.
3.1. Tarifação
Antes de apresentar as potenciais técnicas para economia de energia através
de reajustes tarifários, é importante citar algumas definições relacionadas à tarifação
de energia elétrica. A maioria das definições apresentadas pode ser consultada na
Resolução ANEEL no 414/2010.
3.1.1. Definições
- Energia elétrica ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra
forma de energia, expressa em quilowatts-hora (kWh).
- Energia elétrica reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os
diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem
produzir trabalho, expressa em quilovolt-ampere-reativo-hora (kVArh).
- Demanda: média das potências elétricas ativas (kW) ou reativas (kVAr),
solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na
unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado.
- Demanda contratada: demanda de potência ativa (kW) a ser obrigatória e
continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme
valor e período de vigência fixados no contrato de fornecimento e que deve ser
integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento.
- Demanda de ultrapassagem: parcela da demanda de potência ativa medida
(kW) que excede o valor da demanda contratada.
Disciplina: Eficiência Energética e Qualidade de Energia Prof. Luis Blasques
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- Posto tarifário fora de ponta: período composto pelo conjunto das horas
diárias consecutivas e complementares àquelas definidas nos postos ponta e
intermediário. Período em que o sistema elétrico encontra-se menos carregado, com
conseqüente aplicação de tarifas reduzidas.
- Período úmido (U): período de 5 ciclos de faturamento consecutivos,
referente aos meses de dezembro de um ano a abril do ano seguinte. É o período
considerado de maiores índices de chuvas, contribuindo para o aumento da
capacidade dos reservatórios de hidrelétricas. Conseqüência disto é a aplicação de
tarifas reduzidas.
- Período seco (S): período de 7 ciclos de faturamento consecutivos, referente
aos meses de maio a novembro. É o período considerado de menores índices de
chuvas, contribuindo para a redução dos níveis dos reservatórios. Conseqüência
disto é a aplicação de tarifas mais elevadas.
Sendo:
$c_ativo: Parcela de custo referente ao consumo ativo;
Tconsumo: Tarifa de consumo estabelecida em legislação;
C_ativo: Consumo ativo efetivamente medido.
A modalidade tarifária horária branca é aplicada às unidades consumidoras do
grupo B, exceto para o subgrupo B4 e para as subclasses baixa renda do subgrupo
B1, sendo caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de
acordo com as horas de utilização do dia e segmentada em três postos tarifários,
considerando-se uma tarifa para o consumo de energia (R$/MWh) para o posto
tarifário ponta, uma tarifa para o consumo de energia (R$/MWh) para o posto
tarifário intermediário, e uma tarifa para o consumo de energia (R$/MWh) para o
posto tarifário fora de ponta, calculadas conforme a equação (3.2).
Sendo:
$c_reativo: Parcela de custo referente ao consumo reativo;
C_reativo: Consumo reativo efetivamente medido, se houver;
$d_ativa: Parcela de custo referente à demanda ativa;
Tdemanda: Tarifa de demanda, estabelecida em legislação;
D_ativa: Demanda ativa contratada, quando a efetivamente medida for igual ou
menor que a contratada; ou demanda ativa efetivamente medida, quando a
demanda medida for maior que a contratada;
$d_reativa: Parcela de custo referente à demanda reativa;
D_reativa: Demanda reativa efetivamente medida, se houver;
$d_ultrapassagem: Parcela de custo referente à demanda de ultrapassagem;
Td_ultrapassagem: Tarifa de demanda de ultrapassagem estabelecida em
legislação;
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Sendo:
Tconsumo_P: Tarifa de consumo para o posto tarifário ponta, estabelecida em
legislação;
C_ativo_P: Consumo ativo efetivamente medido no posto tarifário ponta;
Tconsumo_F: Tarifa de consumo para o posto tarifário fora de ponta estabelecida
em legislação;
C_ativo_F: Consumo ativo efetivamente medido no posto tarifário fora de
ponta;
C_reativo_P: Consumo reativo efetivamente medido no posto tarifário ponta, se
houver;
C_reativo_F: Consumo reativo efetivamente medido no posto tarifário fora de
ponta, se houver;
Tdemanda_P: Tarifa de demanda no posto tarifário ponta, estabelecida em
legislação;
D_ativa_P: Demanda ativa contratada no posto tarifário ponta, quando a
efetivamente medida for igual menor que a contratada; ou demanda ativa
efetivamente medida, quando a demanda medida for maior que a contratada;
Tdemanda_F: Tarifa de demanda no posto tarifário fora de ponta, estabelecida em
legislação;
D_ativa_F: Demanda ativa contratada no horário fora de ponta, quando a
efetivamente medida for igual ou menor que a contratada; ou demanda ativa
efetivamente medida, quando a demanda medida for maior que a contratada;
- Início do fornecimento;
Com base nos valores de consumo e demanda medidos durante este período
de testes o consumidor está apto a decidir pela modalidade tarifária e pelo valor de
demanda contratada que representem os menores custos.
Outro ponto importante a ser observado, também estabelecido em legislação, é
que a distribuidora deve renegociar o contrato de fornecimento, a qualquer
momento, sempre que solicitado por consumidor que, ao implementar medidas de
eficiência energética comprováveis pela distribuidora, resultem em redução da
demanda de potência e/ou de consumo de energia elétrica ativa.
O correto valor de demanda contratada é de extrema importância, pois
situações de demanda contratada superior à utilizada resultam em pagamento por
demanda inutilizada, e situações de ultrapassagem apresentam custos altamente
proibitivos, o dobro do valor da tarifa normal de fornecimento.
Em função do exposto, é importante que o consumidor conheça os valores das
tarifas praticados pela distribuidora de sua região. Todas as distribuidoras de energia
passam por um reajuste tarifário periódico, com resultados homologados pela
ANEEL, realizado com o objetivo de proporcionar à distribuidora receita necessária
para a cobertura de custos operacionais e remuneração adequada de investimentos.
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Tabela 3.6 - Tarifas da modalidade tarifária horária branca, praticadas pela CELPA.
TE*
Subgrupo TUSD* Bandeira Bandeira Bandeira
Verde Amarela Vermelha
B1 – Residencial
Consumo Ponta (R$/kWh) 0,65056 0,31513 0,33013 0,34513
Consumo Intermediário (R$/kWh) 0,43102 0,19063 0,20563 0,22063
Consumo Fora de Ponta (R$/kWh) 0,21149 0,19063 0,20563 0,22063
B2 – Rural
Consumo Ponta (R$/kWh) 0,443 0,22059 0,23109 0,24159
Consumo Intermediário (R$/kWh) 0,29428 0,13344 0,14394 0,15444
Consumo Fora de Ponta (R$/kWh) 0,14556 0,13344 0,14394 0,15444
B2 – Cooperativa de Eletrificação Rural
Consumo Ponta (R$/kWh) 0,443 0,22059 0,23109 0,24159
Consumo Intermediário (R$/kWh) 0,29428 0,13344 0,14394 0,15444
Consumo Fora de Ponta (R$/kWh) 0,14556 0,13344 0,14394 0,15444
B2 – Serviço Público de Irrigação
Consumo Ponta (R$/kWh) 0,37971 0,18908 0,19808 0,20708
Consumo Intermediário (R$/kWh) 0,25224 0,11438 0,12338 0,13238
Consumo Fora de Ponta (R$/kWh) 0,12477 0,11438 0,12338 0,13238
B3 – Demais Classes
Consumo Ponta (R$/kWh) 0,65941 0,31513 0,33013 0,34513
Consumo Intermediário (R$/kWh) 0,43633 0,19063 0,20563 0,22063
Consumo Fora de Ponta (R$/kWh) 0,21326 0,19063 0,20563 0,22063
* Tarifas de fornecimento TUSD (Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição) e TE (Tarifas de Energia),
sem impostos.
Com base no exposto até aqui, pode-se concluir que uma instalação é
considerada eficiente em termos de tarifação se observados os seguintes pontos:
- Excedentes de reativos: Nunca apresentar custos com excedentes reativos
ou, na impossibilidade disto, apresentar menores custos possíveis (assunto melhor
abordado no próximo item).
- Ultrapassagem de demanda: Não apresentar custos de ultrapassagem de
demanda.
- Demanda contratada: Contratar um valor de demanda adequado ao seu
perfil de carga, mantendo a demanda medida muita próxima da contratada. Exemplo
de uma boa contratação de demanda é apresentado no gráfico da figura 3.1, onde
não houve registro de ultrapassagem e os valores efetivamente verificados
estiveram, em 9 dos 10 meses analisados, entre a demanda contratada e a
tolerância. No único mês onde a demanda verificada esteve abaixo da contratada a
diferença foi mínima. Em contrapartida, a figura 3.2 apresenta um exemplo de má
contratação de demanda, já que em 9 dos 12 meses analisados a demanda
efetivamente verificada esteve pelo menos 5 % abaixo da demanda contratada,
representando um pagamento por insumo não utilizado. Uma das recomendações
para contratação de demanda, dispondo-se de uma série histórica de valores
medidos, é o valor máximo verificado no período, com redução de 5 % (demanda
máxima verificada 1,05).
100
90
80
Demanda (kW)
70
60
50
40
30
20
10
0
05/06 06/06 07/06 08/06 09/06 10/06 11/06 12/06 01/07 02/07
Mês/Ano
120
100
Demanda (kW)
80
60
40
20
0
05/06 06/06 07/06 08/06 09/06 10/06 11/06 12/06 01/07 02/07 03/07 04/07
Mês/Ano
Demanda máxima
Demanda (kW)
FC = 0,52
Demanda média
hora
Figura 3.4 - Curva de carga com bom fator de carga.
Demanda máxima
Demanda (kW)
FC = 0,27
Demanda média
hora
Figura 3.5 - Curva de carga com mau fator de carga.
- Custo médio de energia: Apresentar baixos custos médios de energia. O
custo médio de energia é dado pela razão entre o custo total da fatura, em R$, e o
consumo de energia elétrica ativa, em kWh, verificado no período de faturamento,
conforme apresentado pela equação (3.14). De forma resumida, baixos custos
médios de energia indicam que o consumidor concentrou seus custos nas parcelas
de consumo e demanda úteis, com pouca ou nenhuma presença de custos com
excedentes reativos, ultrapassagens de demanda, multas, etc.
Custo Total da Fatura
Custo Médio de Energia [R $ / kWh] (3.14)
Consumo de Energia
custos com energia. A tabela 3.12 apresenta um resumo de algumas ações de GLD,
com suas características e custos associados.
Um dos efeitos principais efeitos das ações de GLD é notado sobre a curva de
carga do consumidor, tanto nos valores de potência quanto no formato da curva,
assim como apresentado pela figura 3.9. As ações de GLD fazem aumentar o fator
de carga, reduzindo picos de demanda. O resultado é um uso otimizado da
capacidade do sistema.
P P P
Deslocar o Otimizar a
consumo na ponta sazonalidade
t t t
P P P
Otimizar o
Preencher os vales Conservar Energia crescimento
t t t
VISUALIZAÇÃO DE
DADOS E EMISSÃO
DE RELATÓRIOS
MEDIDOR DA
CONCESSIONÁRIA
EQUIPAMENTO MONITOR DE
GERENCIADOR QUALIDADE DE
DE ENERGIA ENERGIA
SISTEMA DE
TRANSDUTOR TRANSDUTOR
CARGA ACIONAMENTO CARGA
DE ENERGIA DE ENERGIA
REMOTO
4.2. Pré-diagnóstico
O pré-diagnóstico é uma ferramenta que busca identificar as potencialidades
de economia de energia existentes nas instalações das empresas. Pode ser
realizado por meio de entrevistas, envio de cartas com questionários e visitas. A
visita é a ferramenta que apresenta, a princípio, os melhores resultados, uma vez
que a experiência do profissional pode ser determinante para a identificação de
potenciais pontos de eficientização. No caso de entrevistas ou envio de
questionários, é importante que a pessoa a responder tenha bom conhecimento dos
sistemas energéticos presentes na empresa. Alguns dados da tabela constante do
Anexo A podem representar um bom ponto de partida para a coleta de informações
referentes ao pré-diagnóstico.
Quando da conclusão do pré-diagnóstico, os seguintes dados/informações da
empresa devem estar catalogados: regime de funcionamento, enquadramento
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Iluminação Condicionamento de ar
Motores elétricos Aparelhos eletro-eletrônicos
Refrigeração Aquecimento
Figura 4.1 - Gráfico com a distribuição de carga instalada por uso final.
Sendo:
N1: número de equipamentos do sistema existente;
P1: potência total dos equipamentos do sistema existente, em W;
N2: número de equipamentos do sistema proposto;
P2: potência total dos equipamentos do sistema proposto, em W;
t: tempo de utilização anual dos equipamentos, em h;
FCP: Fator de coincidência na ponta, que é igual a 1 se a carga for utilizada
100 % no horário de ponta; é igual a 0 se a carga for utilizada 100 % no horário fora
Sendo:
a: comprimento do recinto, em m;
b: largura do recinto, em m;
h: pé direito útil, em m;
O pé direito útil é a distância real entre a luminária e o plano de trabalho. É o
valor do pé direito total do recinto (H), descontadas a altura do plano de trabalho
(hpl.tr.) e a altura do pendente da luminária (hpend.), conforme ilustrado pela figura 4.3.
Em A
n (4.2)
Fu Fd
Sendo:
n: quantidade de lâmpadas necessárias;
A: área da superfície iluminada, em m2;
= fluxo luminoso de uma lâmpada, em lm;
Fu = fator de utilização da luminária, adimensional;
Fd: fator de depreciação (0,80 para ambiente muito limpo; 0,67 para carga de
poluição normal no ambiente com luminárias com pequena tendência de coleta de
poeira; 0,57 para carga de poluição normal no ambiente com luminárias com
tendência normal de coleta de poeira; 0,50 para ambiente sujo), adimensional.
Por fim, para fazer a distribuição das luminárias no local, os pontos de
iluminação devem preferencialmente ser distribuídos uniformemente no recinto,
levando-se em conta o layout do mobiliário, o direcionamento da luz para a mesa de
trabalho e o próprio tamanho da luminária.
A distância máxima entre os centros das luminárias deve ser de 1 a 1,5 do pé
direito útil do ambiente. O espaçamento entre a luminária e a parede deve
corresponder à metade deste valor. A figura 4.4 ilustra o posicionamento adequado
das luminárias em um ambiente.
CE equip _ i
CPE equip _ i CE equip _ i CT CTE (4.6)
CTE
d (1 d )vu
FRC (4.7)
(1 d )vu 1
Sendo:
CAtotal: custo anualizado total;
CAequip_i: custo anualizado dos equipamentos com mesma vida útil;
CPEequip_i: custo dos equipamentos com mesma vida útil, acrescido da parcela
correspondente aos outros custos diretos e indiretos. Esta parcela é proporcional ao
percentual do custo do equipamento em relação ao custo total com equipamentos;
CEequip_i: Custo somente dos equipamentos com mesma vida útil;
CT: Custo total do projeto (custos diretos e indiretos);
CTE: Custo total somente de equipamentos;
FRC: Fator de recuperação de capital;
vu: Vida útil do equipamento, em anos;
d: taxa de desconto. De acordo com o PROPEE, a taxa de desconto a ser
considerada na avaliação financeira de projetos tem por base o Plano Nacional de
Energia – PNE 2030 – “Taxa de desconto aplicada na avaliação das alternativas de
expansão”. Seu valor mínimo é 8 % a.a., porém, um valor típico considerado é 12 %
a.a.
A etapa seguinte de cálculo é a definição dos benefícios anualizados. Para
estes cálculos são consideradas duas novas variáveis: o custo evitado de demanda
(CED), dado em R$/kW, e o custo evitado de energia (CEE), em R$/MWh. As duas
variáveis são calculadas pelas equações (4.8) e (4.9).
CED 12 C1 12 C2 LP (4.8)
CEE
C3 LE 1 C 4 LE 2 C5 LE 3 C6 LE 4
(4.9)
LE 1 LE 2 LE 3 LE 4
Sendo:
LP: constante de perda de demanda no posto fora de ponta, considerando 1
kW de perda de demanda no horário de ponta;
LE1: constante de perda de energia no posto de ponta de períodos secos,
considerando 1 kW de perda de demanda no horário de ponta;
LE2: constante de perda de energia no posto de ponta de períodos úmidos,
considerando 1 kW de perda de demanda no horário de ponta;
LE3: constante de perda de energia no posto de ponta de períodos secos,
considerando 1 kW de perda de demanda no horário fora de ponta;
LE4: constante de perda de energia no posto de ponta de períodos úmidos,
considerando 1 kW de perda de demanda no horário fora de ponta;
C1: custo unitário da demanda no horário de ponta, em R$/kW.mês;
C2: custo unitário da demanda no horário fora de ponta, em R$/kW.mês;
C3: custo unitário da energia no horário de ponta de períodos secos, em
R$/MWh;
CAtotal
RCB (4.11)
BAtotal
4.5. Execução
A etapa de execução compreende as atividades de engenharia e obras
previstas no diagnóstico energético, referentes basicamente à instalação dos
sistemas eficientes, sejam eles novos ou em substituição aos sistemas ineficientes
anteriormente existentes nas instalações do consumidor. Esta etapa é sucedida pela
etapa de verificação, onde os reais ganhos de economia de energia e redução de
demanda na ponta são calculados, através da comparação com os dados medidos
antes e depois da eficientização.
As instalações devem seguir as especificações dos fabricantes dos
equipamentos e as recomendações técnicas que garantam o melhor aproveitamento
dos sistemas eficientes. Casos típicos de instalações inadequadas, que têm
algumas soluções apresentadas no Capítulo 6, são a exposição de unidades
condensadoras de aparelhos de ar-condicionado a incidência de radiação solar
direta; orientação e inclinação inadequadas de coletores solares para aquecimento
de água, instalação de compressores de sistemas a ar comprimido em locais
demasiadamente quentes, elevando, assim a temperatura de admissão de ar;
instalação de motores em locais quentes, pouco ventilados e expostos a poeira e
outras pequenas partículas.
O Manual de Elaboração do PEE, em sua nova versão aprovada em 2008,
indica a obrigatoriedade de descarte dos equipamentos ineficientes retirados de
operação quando substituídos por eficientes. O processo de descarte deve ser
criterioso e atender às regras estabelecidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do
Meio Ambiente). Deverá ser providenciado o recolhimento do fluido refrigerante no
descarte de equipamentos de refrigeração, conforme resolução CONAMA nº 267, de
14 de setembro de 2000.
de operação, etc.); entrada e/ou saída de carga, entre outras. O impacto destas
variáveis deve ser quantificando no consumo de energia total da instalação.
Planos de M&V são particularmente importantes quando do estabelecimento de
contratos de desempenho (também chamado de contratos de performance) entre as
partes. Nestes casos, a não execução de medição e verificação, ou uma execução
inadequada, pode levar a prejuízos a ambas as partes.
5. ESTUDOS DE CASOS
Consumo Reativo
17,80%
Iluminação Pública
Multas e Outras
taxas
Figura 5.1 - Participação de cada grandeza faturada nos custos médios com energia
elétrica do clube.
Também em momento anterior à eficientização, o levantamento realizado no
clube apontou para uma carga instalada total de 551 kW, divididas entre cada uso
final como mostra a figura 5.2.
2,8% 16,9%
4,7% 47,8%
13,5%
14,3%
Iluminação Condicionamento de Ar
Motores Elétricos Aparelhos Eletro-eletrônicos
Refrigeração Aquecimento
Figura 5.2 - Distribuição percentual de potência instalada por uso final no clube.
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5.2. Hospital
Um hospital apresenta como usos finais típicos a iluminação, refrigeração,
climatização, aquecimento e força motriz.
O hospital é atendido pela distribuidora de energia em tensão primária de
distribuição, 13,8 kV, apresentando capacidade de transformação total de 1.650
kVA. O hospital está enquadrado na tarifa horo-sazonal verde, com demanda
contratada de 665 kW. Em análise realizada em um período de 13 meses, o hospital
apresentou fator de carga médio de 0,52, fator de potência médio de 0,99 e custo
médio com energia de R$ 224,78 / MWh. A figura 5.5 apresenta a participação de
cada grandeza faturada nos custos médios com energia elétrica do hospital.
5,8%
16,5% Consumo Ativo
Demanda
Impostos e Taxas
77,7%
Figura 5.5 - Participação de cada grandeza faturada nos custos médios com energia
elétrica do hospital.
Os valores do gráfico acima se devem à ausência de multas, ao bom fator de
potência da instalação, eliminando custos com reativos, e ao fato do hospital ser
contemplado com isenção de ICMS, reduzindo consideravelmente os custos com
impostos e taxas. Este último fato, aliado ao bom fator de carga do hospital, faz com
que o custo médio com energia seja bem reduzido.
O levantamento preliminar realizado no hospital indicou uma carga instalada
total de 1.280 kW, divididas entre cada uso final como mostra a figura 5.6.
25,9%
47,2%
10,4%
Iluminação Condicionamento de Ar
Motores Elétricos Aparelhos Eletro-eletrônicos
Refrigeração Aquecimento
Figura 5.6 - Distribuição percentual de potência instalada por uso final no hospital.
Durante a elaboração do diagnóstico foi constatado que os sistemas de
iluminação do hospital são predominantemente ineficientes, inclusive com potencial
de gerenciamento de energia através da utilização de sensores em diversas áreas
de circulação. Muitos sistemas de climatização do hospital também são ineficientes.
Os demais usos finais apresentam baixo ou nenhum potencial de eficientização.
A eficientização dos sistemas de iluminação propôs a substituição de 1.419 dos
2.137 conjuntos de iluminação presentes no hospital. A ação se concentra na
substituição de todas as lâmpadas tubulares do tipo T12 por lâmpadas do tipo T8;
todos os reatores eletromagnéticos e convencionais por reatores eletrônicos;
algumas luminárias simples por luminárias reflexivas, onde sejam requeridos
maiores níveis de iluminamento; e lâmpadas incandescentes por fluorescentes
compactas.
A ação resulta em uma redução total de carga instalada de 30,5 kW (2,4 %),
redução de demanda na ponta de 25,4 kW e energia economizada de 106,9
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5.3. Clínica
Uma clínica, de forma semelhante a um hospital, apresenta como usos finais
típicos a iluminação, refrigeração, climatização, aquecimento e força motriz. A
principal diferença é que neste estudo de caso trata-se de uma clínica de pequeno
porte, atendida pela distribuidoras de energia em tensão secundária de distribuição.
O levantamento realizado na clínica em momento anterior à eficientização
apontou para uma carga instalada total de 42,3 kW, divididas entre cada uso final
como mostra a figura 5.8.
21,3% 6,7%
1,7%
8,9%
1,4%
60,0%
Iluminação Condicionamento de Ar
Motores Elétricos Aparelhos Eletro-eletrônicos
Refrigeração Aquecimento
Figura 5.8 - Distribuição percentual de potência instalada por uso final na clínica.
Foi constatada, durante a elaboração do diagnóstico, a ineficiência dos
sistemas de iluminação, de climatização e de aquecimento da clínica. Este último é
composto por apenas um aquecedor elétrico de água da piscina da clínica, utilizada
em sessões de fisioterapia aquática. Os demais usos finais não apresentam
potencial de eficientização.
A eficientização dos sistemas de iluminação da clínica propôs a substituição de
41 conjuntos ineficientes por outros eficientes, concentrando-se na substituição de
todas as lâmpadas tubulares do tipo T12 por lâmpadas do tipo T8; todos os reatores
eletromagnéticos e convencionais por reatores eletrônicos; algumas luminárias
simples por luminárias reflexivas, onde sejam requeridos maiores níveis de
iluminamento; e lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas.
A ação resulta em uma redução total de carga instalada na clínica de 1,2 kW
(2,8 %), redução de demanda na ponta de 0,8 kW e energia economizada de 1,8
MWh/ano. A tabela 5.8 apresenta detalhes de custos e benefícios anualizados
envolvidos na ação, com respectivo resultado de viabilidade econômica.
Tabela 5.8 - Análise de viabilidade econômica da eficientização da iluminação.
CUSTOS
Vida útil CEequip_i CPEequip_i CAequip_i
Item FRC
(anos) (R$) (R$) (R$)
Lâmpadas T8 e LFC 4,8 0,28567 312,74 520,05 148,56
Reatores eletrônicos de alto F.P. 10 0,17698 462,00 768,26 135,97
Luminárias eficientes 15 0,14682 1.390,00 2.311,43 339,38
Custo anualizado total (CAtotal) - - - - 623,91
BENEFÍCIOS
EE CE RDP CED BAtotal
Item
(MWhano) (R$) (kW) (R$) (R$)
Iluminação 1,83 114,37 0,80 799,49 804, 88
RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO
RCB 0,78
Notas: 1. Custos de serviços de R$ 1.435,00, resultando em um custo total do projeto (CT) de R$ 3.599,74.
2. Taxa de desconto de 12 %.
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5.4. Tarifação
Os ganhos obtidos com reajustes tarifários podem ser resumidos em custos
associados a um enquadramento tarifário correto e custos associados a uma
contratação de demanda adequada.
O caso a seguir ilustra a importância de um correto enquadramento tarifário. A
tabela 5.12 apresenta os custos associados à utilização de energia elétrica em uma
unidade consumidora do subgrupo A4, enquadrada no posto tarifário horo-sazonal
verde, em um período de 12 meses.
Tabela 5.12 - Custos com energia para consumidor com tarifa horo-sazonal verde.
Consumo Tarifa Consumo Consumo Tarifa Consumo
Demanda Tarifa
ativo fora Consumo ativo fora ativo na Consumo ativo na Demanda Total
Mês faturada Demanda
da ponta fora da ponta da ponta ponta na ponta ponta (R$) (R$)
(kW) (R$/kW)
(kWh) (R$/kWh) (R$) (kWh) (R$/kWh) (R$)
1 26.342 0,09207 2.425,31 5.234 0,95868 5.017,73 178,5 14,37 2.565,05 15.876,78
2 28.110 0,10158 2.855,41 5.467 0,97469 5.328,63 166,3 14,37 2.389,73 16.362,91
3 27.722 0,10158 2.816,00 5.795 0,97469 5.648,33 179,2 14,37 2.575,10 16.623,64
4 30.143 0,10158 3.061,93 5.272 0,97469 5.138,57 195,0 14,37 2.802,15 16.722,44
5 27.896 0,09355 2.609,56 5.303 1,08706 5.764,68 220,0 13,6077 2.993,70 17.128,38
6 27.621 0,08693 2.401,09 5.519 1,17960 6.510,21 241,2 12,98 3.130,78 17.581,77
7 28.223 0,08693 2.453,43 4.749 1,17960 5.601,92 223,9 12,98 2.906,22 16.040,96
8 35.731 0,08693 3.106,10 9.727 1,17960 11.473,97 508,3 12,98 6.597,73 31.647,36
9 79.963 0,07892 6.310,68 25.710 1,16580 29.972,72 579,6 12,98 7.523,21 65.190,03
10 30.023 0,07892 2.369,42 5.630 1,16580 6.563,45 195,0 12,98 2.531,10 17.388,78
11 18.992 0,07892 1.498,85 3.768 1,16580 4.392,73 195,0 12,98 2.531,10 12.715,51
12 26.562 0,07892 2.096,27 3.930 1,16580 4.581,59 195,0 12,98 2.531,10 13.547,55
Notas: 1. No mês 5 houve reajuste tarifário periódico da distribuidora de energia.
2. Em função de contrato diferenciado, o consumidor não pagou ultrapassagem de demanda nos meses 8 e 9.
3. A coluna “Total” contabiliza também custos de impostos e taxas.
6.1. Iluminação
Os principais pontos a serem observados visando à redução de consumo em
sistemas de iluminação são:
- Dimensionar corretamente a quantidade de iluminância necessária para o
desenvolvimento de cada tipo de atividade;
- Na concepção do projeto ou quando da necessidade de substituições de
equipamentos, priorizar lâmpadas fluorescentes, reatores eletrônicos e luminárias
com refletores;
- Em ambientes com o pé direito muito alto, rebaixar as luminárias para melhor
aproveitamento de seu fluxo luminoso;
- Adotar pontos de iluminação localizada, e não aumentar o fluxo luminosos de
um ambiente inteiro em funções de um único ponto;
- Adotar interruptores independentes;
- Aproveitar a iluminação natural sempre que possível, através de técnicas de
arquitetura eficiente, instalação de telhas translúcidas ou transparentes em galpões,
etc.;
- Limpar lâmpadas e luminárias periodicamente para evitar o acúmulo de
poeira, que reduz o fluxo luminoso;
- Dar preferência a cores claras na pintura de paredes e tetos;
- Verificar a possibilidade de instalação de sensores de presença ou
temporizados em ambientes de passagem, e de sensores fotoelétricos em
ambientes que recebam níveis razoáveis de radiação solar;
- Nunca manter sistemas de iluminação ligados em locais onde não haja
necessidade.
6.3. Aquecimento
Abaixo são apresentadas algumas técnicas para redução de consumo de
energia em sistemas de aquecimento elétrico, em usos residenciais, comerciais e
industriais.
- Em dias quentes, o chuveiro deve ser colocado na posição “Verão”; onde o
consumo de energia é aproximadamente 30 % menor do que na posição “Inverno”;
- Adquirir um chuveiro de menor potência, em nova instalação ou em
substituição a um antigo e mais potente, pode representar uma redução de até 40 %
na fatura de energia elétrica, além de apresentar menor custo inicial;
- Uma resistência defeituosa nunca deve ser reaproveitada, pois além de
aumentar o consumo de energia, representa riscos à segurança;
- Operar equipamentos como fornos e estufas sempre com a carga máxima, ou
seja, com a maior quantidade admissível de produtos;
- Manter os equipamentos operando em temperaturas adequadas para cada
finalidade;
- No intervalo entre processos, com os fornos desligados, aproveitar o calor
gerado para utilizá-lo em aplicações não críticas, que requeiram menores
temperaturas;
- Manter portas do forno ou estufa sempre bem vedadas;
- Realizar manutenção periódica, mantendo em bom estado o isolamento
térmico de todas as estruturas.
6.4. Refrigeração
Os sistemas de condicionamento de ar representam um item importante dos
custos de uma edificação, quer pelos investimentos iniciais necessários, quer pelo
dispêndio que provocam ao longo do tempo com consumo de energia e com
manutenção das instalações.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MME (2014), “Balanço Energético Nacional 2014: Ano Base 2013”, Ministério
de Minas e Energia/Empresa de Pesquisa Energética, Brasília.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (1990), “Decreto no 99.656, de 26 de outubro
de 1990”, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília.
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Climatização”, Artliber Editora, São Paulo.
TUPIASSÚ, A. F. (2004), “Análise de Investimentos em Eficiência Energética
dos Usos Finais de Energia Elétrica”, Dissertação de Mestrado, PPGEE/UFPA,
Belém.
Homepages:
ANEEL, http://www.aneel.gov.br/
INMETRO, http://www.inmetro.gov.br/
MME, http://www.mme.gov.br/
PROCEL/ELETROBRAS, http://www.eletrobras.com/procel/