Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
759
RESUMO
(1)
Parte integrante da Tese de Doutorado do primeiro autor, apresentada ao curso de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas
da Universidade Federal de Viçosa – UFV. Apoio Financeiro CMRN, CAPES e CNPq. Recebido para publicação em março de 2001
e aprovado em fevereiro de 2002.
(2)
Pesquisador, Coordenadoria de Ecologia/Museu Paraense Emílio Goeldi. Av. Perimetral 1901, Caixa Postal 399, CEP 66040-170
Belem (PA). E-mail: ruivo@museu-goeldi,br
(3)
Professor do Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa – UFV. CEP 33571-000 Viçosa (MG). Bolsista do CNPq.
E-mail: nfbarros@mail.ufv.br
(4)
Professora do Centro de Pesquisas, FUNEC. Av. Moacir de Mattos 49, CEP 35300-040 Caratinga (MG).
(5)
Engenheiro-Agronômo, UNIMONTES, Janaúba (MG). Bolsista Apoio Técnico Pesquisa CNPq.
A micropedological study was carried out in rehabilitated soils after bauxite mining,
in sites dating from 1981 to 1987, compared with the Yellow Latosol, as reference, to subsidize
soil indicators of rehabilitation. The study was located in Porto Trombetas, district of
Oriximiná, northwestern Pará State. Micromorphological techniques, using EDS/SEM
microprobe, optical and scanning electronic microscopy, were used in combination with
chemical and physical analysis, at 0-10 and 40-50 cm depths. The Yellow Latosol showed
a strong development of microgranular structure, whereas the altered soils presented a great
variability with respect to microstructure and micropedological features. The spread of
topsoil back onto the sites, due to organic matter richness, favored the surface aggregation.
Overall, the altered soils were more massive and with coalesced peds, compared with the
Yellow Latosol. SEM/EDS Microchemical analysis have confirmed the heterogeneity of
surface altered soils, with occurrence of gibbsite and ferruginous nodules, caulinitic
aggregates and soil plasma of 1:1 clay composition, under intense pedobioturbation.
Quadro 1. Características físicas, químicas e micromorfológicas dos solos de sítios em recuperação (1, 2,
3, 4, 10 e 12) e do solo inalterado (LA), usado como referência no presente estudo
Feições pH
Sítio Prof. Areia Silte Argila GF Microestrutura CO Atividade biológica
Micropedológicas H2O/KCl
frag. orgâ.
raros canais
composta massiva lignificados, raros
10 49 121 794 100 20,8 4,0/4,2 biológicos e pelotas
3 + granular frag. nodulares,
fecais
(1981) zonas ferruginizadas
borda
composta massiva,
50 51 122 792 100 granular e blocos idem, com carvão 21,6 4,2/4,2 raros canais
subangulares
abund. nódulos
composta blocos
bauxíticos., concr, canais biológicos +
10 206 200 572 62 subangulares 30,9 4,8/4,6
10 carvões e rest. pelotas fecais
+ granular
(1984)
vegetais
centro composta massiva gra. nódulos later/
50 85 149 720 100 + blocos baux. degradados; 8,5 4,6/5,3 raros canais
subangulares raros carvões
abund. nódulos
blocos subangulares bauxíticos canais biológicos +
12 10 54 80 841 97 22,4 4,2/4,4
+ granular degradados, carvão, pelotas fecais
(1987) concreção
centro
blocos subangulares raros nód. muito
50 67 106 777 100 5,4 4,8/5,5 canais biológicos
+ granular pequenos
Obs: GF: grau de floculação; CO: carbono orgânico total; Concr. = concreções lateríticas/bauxíticas.
Sítios com retorno de mistura de top soil e subsuperfície: 1, 2, 3 e 4 (1981). Sítios com retorno de top soil: 10 (1984); 12 (1987).
Figura 1. (a) LA: microagregação à profundidade de 10 cm; (b) LA: microagregação à profundidade de
50 cm; (c) e (d) sítio 1: concreções bauxíticas, microestrutura massiva e blocos subangulares; (e)
migração de Fe em direção à parte do poro; (f) e (g) sítio 2: precipitação de Fe na superfície de
antigos microagregados coalescidos e na superfície de grãos de quartzo; (h) sítio 3: microestrutura
coalescida e massiva à profundidade de 10 cm; (i) sítio 3: microestrutura massiva à profundidade de
50 cm; (j) sítio 4: microagreagação, restos orgânicos abundantes e fragmentos de carvão dispersos;
(k) e (l) sítio 10: microagregação forte na camada superior; (m) e (n) dominância de microestrutura
massiva e fragmentos de laterita; (o) canal biológico preenchido por pelotas fecais.
Figura 1. Continuação
bioturbação ativa desde a reabilitação. Em geral, a Quadro 2). Em (A), pode-se observar a microestrutura
atividade biológica, em forma de canais biológicos, do horizonte A (0-10 cm) do LA de referência, com
microagregados termíticos, pelotas fecais (Schaefer, grãos de quartzo e plasma típico de argilominerais
2001), restos lignificados e fragmentos de carvão, é 1:1, com nódulos de Fe e Al, dispersos. A microestru-
mais comum nas camadas superiores, sendo tura superficial dos solos do sítio 4, de 0-10 cm,
abundante em alguns sítios alterados (sítios 4 e 12), ilustrado em (B), assemelha-se ao LA de referência,
provavelmente em razão da mistura e do incremento mas ocorre uma mistura de nódulos gibbsíticos (com
da ação biológica após a revegetação e aportes elevados teores de Al; detalhe em D) e macroagregados
orgânicos dela derivados. cauliníticos (teores semelhantes de Al e Si; detalhe
em E) (Quadro 2, análises microquímicas), em meio
Análises microquímicas em MEV/EDS ao plasma tipicamente caulinítico (Quadro 2). No
solo superficial (0-10 cm) do sítio 10, onde houve
Foram obtidos mapas microquímicos e imagens de retorno do topsoil, ocorreram abundantes canais
retroespalhamento eletrônico, por meio de microscópio biológicos em meio aos microagregados termíticos,
eletrônico de varredura JEOL 6400 (Figura 2 e evidenciando intensa pedobioturbação.
LA referência Plasma Sítio 4 (0-10 cm) Plasma Sítio 4 (0-10 cm) Nódulo Sítio 4 (0-10 cm)
microagregado em (A) microagregado em (B) gibbsítico (D) Agregado caulinítico (E)
____________________________________________________________________________________ % ____________________________________________________________________________________
DURGIN, P.B. & CHANEY, J.G. Disperson of kaolinite by RUIVO, M.L.P. & SCHAEFER, C.E.G.R. Formas e distribuição
dissolved organic matter fron Douglas-fir roots. Can. J. de carbono em diferentes classes de agregados em sítios
Soil Sci., 64:445-455, 1984. recuperados após exploração de bauxita na Amazônia. In:
REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - DE SOLO E DA ÁGUA, 12, Fortaleza, 1988. Resumos
EMBRAPA. Manual de métodos de análises de solo. Rio Expandidos 12, Fortaleza, Sociedade Brasileira de Ciência
de Janeiro, 1997. Não paginado. de Solos, 1998. p.392-393.
FERRAZ, J.B. Diagnóstico do comportamento do reflorestamento RUIVO, M.L.P. Caracterização das condições edáficas do
realizado na mina Saracá IV (Porto Trombetas - PA) entre Latossolo Amarelo textura muito argilosa após mineração
1981 - 1987. Manaus, 1991. Não paginado. de bauxita em Porto Trombetas-Oriximiná-Pará. Belém,
FARIA, J.C. Dinâmica da água, comportamento térmico e Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, 1991. 199p. (Tese
selamento de um Podzólico Vermelho-Amarelo em relação de Mestrado)
ao controle de plantas invasoras. 1996. 75p. (Tese de RUIVO, M.L.P. Vegetação e características do solo como
Mestrado) indicadores de reabilitação de áreas mineradas na
FITZPATRICK, E.A. Soil microscopy and micromorphology. New Amazônia Oriental, Viçosa, Universidade Federal de Viçosa,
York, Jonh Wiley & Sons, 1993. 304p. 1998. 101p. (Tese de Doutorado)
GOLDBERG, S.; KAPOOR, B.S. & RHOADES, J.D. Effect of SCHROEDER, S.A. Topographic influences on soil water and
aluminum and iron oxides and organic matter on spring wheat yields on reclaimed mineland. J. Environ.
flocculation and disperson of arid zone soils. Soil Sci., Qual., 24:467-471, 1995.
150:588-593, 1990.
VIANA, C.D.B. Folha SA.21 – Santarém. III – pedologia. In:
LACERDA, M.P.C.; ANDRADE, H. & QUÉMÉNEUR, J.J.G. BRASIL/DNPM. Projeto RADAMBRASIL. Folha AS.21-
Micropedologia e alteração em perfis de solos com B textural Santarém. geologia, geomorfologia, pedologia, veegtação e
na região de Lavras, Minas Gerais. R. Bras. Ci. Solo, uso potencial da terra. Rio de Janeiro, DNPM, 1976. p.201-
24:829-841, 2000. 303. (Levantamento de Recursos Naturais, 10)
LI, R.S. & DANIELS, W.L. Nitrogen accumulation and form VISSER, S.A. & CAILLIER, M. Observations on the dispersion
over time in young mine soils. J. Envirn. Qual., 23:166- and aggregation of clays by humic substances: I. dispersive
172, 1994. effects of humic acids. Geoderma, 42:331-337, 1988.