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/ EXPANSÃO / LEILÕES
O leilão de Roraima, realizado nesta sexta-feira, 31 de maio, que contratou 293,8 MW e investimentos de R$ 1,62
bilhão, vai trazer para o mercado projetos híbridos como os viabilizados pela Brasil Bio Fuels. A empresa
conseguiu viabilizar dois projetos, um com óleo vegetal e biomassa da palma em São João da Baliza, no Sul do
estado, de 17 MW e outro em Boa Vista, de óleo vegetal e energia solar, de 56 MW. O total de investimentos
ultrapassa os R$ 600 milhões. De acordo com Milton Steagall, CEO da BBF, o leilão foi positivo no modelo de
contratação, já que estimulou outras fontes de energia. “A Aneel inovou, deu estímulo as fontes alternativas, para
acabar com o monopólio do diesel, que já está há décadas instalado”, afirma.
Ele conta que a usina de São João da Baliza era um projeto antigo da BBF, que tentou ser viabilizado em um leilão
de 2010 de sistema isolado mas que não teve êxito. A empresa tem uma planta de esmagamento de palma, o que a
faz ter um custo baixo de combustível. Steagall lembra que a indústria da Palma trabalha 12 meses no ano, sem ter
uma entressafra expressiva. Ele pretende já em março de 2020 pedir autorização para começar a gerar energia,
antecipando em um ano o prazo de começo de operação. Ele já tem os equipamentos comprados e deve gerar de
200 a 250 empregos diretos. O projeto que envolve energia solar ainda não tem os fornecedores definidos.
O aparecimento de projetos híbridos também foi ressaltado positivamente pela diretora da Thymos Energia, Thais
Prandini. Segundo ela, apesar do leilão ter sido exitoso, ele foi muito específico, o que o deixa à parte dos demais
certames. A garantia do abastecimento para Roraima nos próximos anos assegurada pelo certame mesmo que o
linhão do estado não saia também foi citada por ela como ponto positivo do leilão. “A gente sabe que vai ter
energia para entrar lá”, avisa. A diretora da Thymos apostava em um preço mais baixo, já que os contratos eram de
longo prazo. Sobre a falta de ofertas para o produto energia, ela acredita que a eminente interligação do estado
pode ter afastado os proponentes.
Quem também viabilizou projetos no leilão foi a Eneva. Ela vai construir no estado a UTE Jaguatirica II (132,3
MW) movido a gás natural e abastecido com o gás produzido pela Eneva no campo de Azulão, no Amazonas. A
usina terá disponibilidade de potência de 117 MW, pelo prazo de 15 anos, a partir de 28 de junho de 2021. A usina
vai receber receita fixa anual de R$ 429.300.196,62. A Eneva deverá investir R$ 1,8 bilhão no empreendimento. O
início da implantação do projeto está previsto para o primeiro semestre de 2019.
O presidente da empresa, Pedro Zinner, classificou o projeto como de alta complexidade e importante para o país,
já que inaugura a produção na bacia do Amazonas, aumenta a segurança energética em Roraima de forma mais
limpa e amplia a oferta de energia em uma região dependente do diesel e da energia vinda da Venezuela. Para a
construção da UTE Jaguatirica II, a Epecista será a Techint. Os equipamentos críticos da ilha de potência da UTE
serão fornecidos pela Siemens. A construção da planta de GNL, tancagem e regaseificação será coordenada pela
Eneva, e os equipamentos serão fornecidos pela Galileo Technologies. Para o desenvolvimento do Campo de
Azulão, a companhia utilizará os fornecedores com as quais já trabalha na Bacia do Parnaíba.
Com o resultado do Leilão, a Eneva expande o modelo Reservoir-to-Wire para mais uma bacia sedimentar e atinge
capacidade contratada total de 2,7 GW, com garantia de faturamento bruto anual mínimo de R$2,7 bilhões.
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Leilão de Roraima transforma em realidade projetos híbridos | CanalEnergia 01/06/19 10'02
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