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Na obra “Saudosa Maloca” de Adoniran Barbosa, como em suas outras, ele aborda a

diversidade linguística de seu meio. Trazendo palavras típicas de um estado brasileiro. Por
conta disso, foi a foi alvo de duras críticas sociais e por consequência de preconceito, pois
compunha usando um linguajar diferenciado dos outros compositores, uma linguagem popular.
Por conta da adversidade a suas composições, elas acabavam sendo ouvidas e discutidas por
todas as camadas sociais, em escolas, bares, e onde ela fosse tocada ela era discutida.
Inconscientemente essas discussões abordavam o preconceito linguístico, que na época de
lançamento das composições de Adoniran, era algo que ocorria com muita frequência e as
pessoas não entendiam, de forma sensata, o que era diversidade linguística. Os debates sobre
preconceito linguístico e diversidade linguística começaram a muito tempo, porém se discorre
até os dias de hoje.
Hodiernamente a sociedade ainda tem certa hostilidade com a diversidade linguística e julga as
muitas maneiras de falar a mesma frase como erradas se não estiverem de acordo com a
norma padrão, o que mutila a cultura e a pluralidade brasileira, que é regada por regionalismos,
dialetos e gírias que dão características ao grupo de pessoas que a utilizam.
No âmbito cotidiano em que a comunidade brasileira se encontra, é possível notar que o
preconceito linguístico é reforçado pela insciência dela. Que acabam promovendo uma imagem
pejorativa com a diversidade linguística que encontramos no brasil, acreditando que apenas a
norma culta é a correta.
O que ocorreu com as músicas de Adoniram, é comentando em um poema de Carlos
Drummond de Andrade “Aula de Português”, que “o português são dois”, já eu acredito que o
português seja muitos, uma grande manta de diversidades que os brasileiros vem tecendo com
o passar do tempo, e continuara sempre a tecer.
As obras de Adoniram são apreciadas e sempre foram apreciadas mesmo não estando de
acordo com a norma culta, suas composições passam mensagem que se desprendem do
julgamento social. O que não teria ocorrido se ele tivesse se abalado com o que foi dito sobre
suas canções.
No português falado não há certo nem errado, existem apenas maneiras de falar, e o que se
preza é a compreensão e a capacidade da pessoa se expressar, independentemente do que as
outras pessoas virão a pensar de como é a sua comunicação. Já no português escrito, se não
for no contexto da arte, é necessário que o locutor se adeque a seu meio.
A educação é um privilégio que a maioria dos brasileiros não possui, uma grande parte do povo
brasileiro não tem domínio da norma culta, ou domínio da leitura, da compreensão e da
interpretação, a precariedade da escola pública no país deixa a sociedade limitada, não
podendo ter plena participação da sociedade. Além do preconceito linguístico abalar a cultura
do brasil, o baixo investimento governamental na educação básica e pública brasileira, a
população de baia renda, que é maioria no Brasil sofre além da miséria monetária, sofre o
preconceito linguístico e sofre pela falta de investimento na educação, que abala todas as
gerações dos menos afortunados brasileiros.

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