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O que cada personagem representa em O Senhor dos Anéis?

Frodo e Sam: A missão de Frodo é levar o Um Anel até a Montanha da Perdição


para derrotar Sauron. Em outras palavras, Frodo sobe um monte carregando o peso do mal no
mundo para salvar a Terra Média da condenação. No entanto, comparar Frodo com Cristo
(como fazem com Aslam em Nárnia) é um erro, uma vez que Frodo cede à tentação no final.
Dessa forma, o mais correto seria dizer que Frodo lembra em certa medida a figura
sacerdotal, que redime o gênero humano em toda a Missa.
Sam, por sua vez, é aquele fiel escudeiro virtuoso que auxilia o protagonista em
sua jornada, como Sancho Pança em Dom Quixote e Virgílio, Beatriz e São Bernardo em A
Divina Comédia. Sam pode simbolizar desde Simão de Cirene até a figura diaconal (aquele
que serve o sacerdote). Ao final da obra, Sam é o único dos Nove que volta para casa e
constitui uma família. Com isso, Tolkien mostra que os maiores atos de heroísmo provêm de
pessoas simples e que levam uma vida comum.
Merry e Pippin: “Parece que os hobbits nascem de dois em dois”, muitos dizem.
Pode-se falar a mesma coisa dos Apóstolos, que também foram enviados de dois em dois,
como diz São Lucas. Porém, por mais que o homem tenha esquecido, ele também foi feito
para viver intimamente em “dupla”: ele e seu Anjo da Guarda. Para além do simbolismo
numérico, Merry e Pippin também representam a vocação que se descobre durante a jornada
e como as pessoas mais improváveis e “incapacitadas” podem ser tão importantes para a
história.
Aragorn: Descendente de Elendil, Aragorn é o herdeiro do trono de Gondor que
veio corrigir os erros de seu antepassado. Ele permanece toda a sua vida escondido no meio
do povo simples, mas aparece na devida hora para ser o Rei que unificaria todos os povos
segundo a profecia.
Gandalf: Gandalf simboliza o profeta, aquele que vem para revelar a vocação ao
outro; para lembrar que cada um tem uma missão no mundo. De forma sutil e lenta, Gandalf
faz com que o indivíduo vá descobrindo suas potências e aptidões inatas, fazendo-o entender
que tudo faz parte dos planos de um ser superior. Ao dizer que “um mago nunca se atrasa”,
Gandalf nos recorda sobre a importância de entender que o tempo está acima de nós e que às
vezes só nos resta confiar na Providência.
Legolas: Legolas é o representante dos elfos na Sociedade do Anel. Os elfos são
“humanos” mais elevados na medida em que eles se lembram do que é essencial para serem
as melhores versões de si: o diálogo entre corpo, alma e espírito e a harmonia com a Criação.
Gimli: Gimli, por sua vez, representa os Anões, que simbolizam o oposto: como o
materialismo e a ganância podem fazer acordar um Balrog nas minas de Moria. No entanto,
quando Gimli encontra Galadriel, ele a pede um fio de seu cabelo, que “supera o ouro da terra
assim como as estrelas superam as gemas da mina.” É neste momento que Gimli percebe que
existe uma realidade acima da material: uma realidade transcendente, boa, bela e verdadeira.
Boromir: Boromir é um homem virtuoso, forte e corajoso, mas que acaba sendo
movido por uma vontade de derrotar o inimigo mesmo que custasse sua alma. Porém,
Boromir se arrepende de suas ações, enfrenta sozinho uma legião de orques para salvar a vida
de Merry e Pippin, mesmo tomando 3 flechadas e - no instante derradeiro de sua vida - ele
confessa os erros que cometeu a Aragorn e o reconhece como verdadeiro rei de Gondor.

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