Kit Introdutório

Bem vindo a Lobisomem: o Apocalipse, um jogo de histórias de horror selvagem. Nas páginas a seguir está o conto
dos Garou, uma orgulhosa raça de lobisomens que vive fora da sociedade humana e enfrenta uma desesperada guerra
por sua sobrevivência. Ao terminar de ler essas páginas, você terá aprendido algo sobre os Garou – e conseguirá jogar
interpretando um lobisomem.
Abaixo encontra-se um léxico de termos específicos ao mundo de Lobisomem: o Apocalipse para te ajudar a imergir
no mundo dos Garou.

Apocalipse: A era da destruição, o ciclo final, o nasci-
mento da morte, a corrupção eterna, o fim de Gaia – uma
palavra usada na mitologia Garou para descrever o período
da batalha final contra a Wyrm. Muitos consideram o tempo
presente como o Apocalipse.
Assembleia: Uma reunião tribal ou de seita que acon-
tece em um caern.
Augúrio: A fase da lua sob a qual um Garou nasceu;
acredita-se que ela determina as tendências e a personali-
dade do indivíduo. Os augúrios são: Ragabash (Lua Nova, o
Trapaceiro), Theurge (Lua Crescente, o Vidente), Philodox
(Meia Lua, o Juiz), Galliard (Lua Minguante, o Dançarino
da Lua), Ahroun (Lua Cheia, o Guerreiro).
Caern: Um local sagrado; um local de reunião onde os
Garou podem contatar o mundo espiritual.
Corrupção: O ato de destruir, involuir ou depreciar a
vida; além disso, os efeitos esmagadores das ações da Wyrm.
Na era atual, refere-se especificamente à destruição ecológica
que os humanos causam ao meio ambiente.
Crinos: A forma meio lobo, meio homem dos Garou.
Delírio: A loucura sofrida pelos humanos que testemu-
nham um Garou na forma Crinos.
Fomori: Humanos que se voltaram para a Wyrm e
retiram dela poderes sobrenaturais.
Fúria: A raiva sobrenaturalmente poderosa que queima
dentro de um lobisomem, levando-o à violência e dando a
ele grande poder.
Gaia: A Terra e seus Reinos relacionados, tanto em sen-
tido físico quanto espiritual; a Deus Mãe, o grande espírito
a quem os Garou servem.
Garou: Termo que os lobisomens usam para si.
Gnose: A reserva de energia espiritual que abastece os
poderes místicos dos Garou.
Hispo: A forma de lobo primitivo dos Garou.
Hominídeo: Quando em letra maiúscula, a forma hu-
mana de um lobisomem (“Assuma sua forma Hominídea,
não podemos levantar suspeitas”). Quando em minúsculo,
a raça de um Garou.
Impergium: Os 3000 anos que se seguiram após o
nascimento da agricultura, período em que os Garou man-
tiveram um rígido controle populacional nas vilas humanas.
Impuro: A prole estéril e deformada de dois Garou.
Geralmente desprezado pela sociedade Garou.
Klaive: Uma adaga ou espada fetiche, normalmente
2 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
com grande poder espiritual e quase sempre feita de prata.
Litania: O código de leis dos Garou.
Lupino: Quando em maiúsculo, a forma de lobo de um
lobisomem. Em letra minúscula, a origem de um Garou.
Malditos: Espíritos maléficos que servem à Wyrm.
Existem muitos tipos de Malditos, com muitos poderes
diferentes.
Matilha: Um pequeno grupo de Garou ligados uns aos
outros por laços de amizade e espirituais.
Parentes: Os humanos e lobos ligados aos Garou, que
normalmente conhecem o segredo dos lobisomens e agem
a fim de ajudar seus aliados Garou.
Película: A barreira entre o mundo físico da Terra e o
mundo espiritual da Umbra. A Película é mais forte próximo
a locais tecnológicos (Weaver), mais fraca próximo aos caerns.
Percorrer Atalhos: Entrar no mundo espiritual.
Ponte da Lua: Um portal entre dois caerns; aparece,
normalmente, durante assembleias.
Protetorado: O território reivindicado e protegido por
uma matilha ou seita.
Raça: A ancestralidade de um Garou, seja ela lupina,
humana ou de outros Garou.
Ronin: Um Garou que escolheu, ou foi forçado a,
deixar a sociedade Garou. É sombrio o destino de se tornar
um “lobo solitário”.
Seita: O grupo de Garou que vive próximo a um caern
e o protege.
Totem: Um espírito aliado a uma matilha, seita ou tribo
e que representa sua natureza interior (ao mesmo tempo que
também é representado pelos Garou em questão).
Tríade: A Weaver, Wyld e Wyrm. A trindade das forças
cósmicas.
Tribo: A maior comunidade dos Garou. Os membros
de uma tribo são, geralmente, ligados aos mesmos totens
e estilo de vida.
Umbra: O mundo espiritual
Weaver: A manifestação e o símbolo da ordem e do
padrão. Computadores, ciências, lógica e matemática são
exemplos da influência da Weaver no mundo material.
Wyld: A manifestação e o símbolo da mudança. O caos
da transmutação e forças elementais.
Wyrm: A manifestação e o símbolo do mal, entropia
e decaimento, na crença dos Garou. Vampiros são outras
manifestações da Wyrm, assim como lixo tóxico e a poluição.
 Lobisomem: o
Apocalipse
Kit Introdutório

Créditos:
Baseado em Lobisomem: o Apocalipse, criado por Bill Bridges, Sam Chpp, Andrew Greenberg, Robert Hatch,
Mark Rein - Hagen, Joshua Gabriel Timbrook e Stewart Wieck.
Regras Originais do Kit Introdutório por Rob Hatch.
Tradução: Matheus Chokos Veloso
Diagramação: Matheus Chokos Veloso
Este livro contém material sensível. Recomenda-se prudência ao leitor

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Masquerade®, World of Darkness®, Storytelling System™, and Storytellers Vault™
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rights reserved.
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visit: www.white-wolf.com, www.worldofdarkness.com and www.storytellersvault.com.

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 Bem-vindo ao mundo de Lobisomem: o Apocalipse.
Lobisomem: o Apocalipse é um jogo de interpretação – um
livro que detalha a vida de uma sociedade de lobisomens
que vive às margens da civilização humana. O livro oferece
regras para criar seu próprio personagem lobisomem e
descreve o mundo ao redor dele, bem como a guerra que
ameaça destruir a ele e tudo que o cerca. O resto é com você.
Esse livreto é uma versão bastante simplificada de Lo-
bisomem: o Apocalipse; é difícil de compreender todos os
nuances da cultura, identidade e habilidades dos Garou em
menos de trinta páginas. Assim, as regras aqui apresentadas
estão bem diferentes das regras completas por uma questão
de simplicidade. Tudo que está aqui são os destaques, os
fundamentos da ambientação e das regras de Lobisomem
– o suficiente para você começar.
Experimente. Se você gostar, o livro básico está dis-
ponível em lojas por aí. Uma vez que você estiver pronto,
seu verdadeiro Ritual de Passagem estará lhe aguardando.
Narrativa
Esse livreto é uma introdução a Lobisomem: o
Apocalipse, um jogo de contar histórias da White Wolf
Publishing. Com as regras aqui publicadas, você e sues
amigos podem assumir o papel de lobisomens, predadores
em meio ao rebanho da humanidade, e contar histórias
sobre os triunfos e fracassos desses personagens, seus feitos
de glória e seus segredos mais obscuros.
Em muitas maneiras, contar histórias lembra jogos como
Detetive. Os jogadores assumem o papel de um personagem
– nesse caso, um lobisomem – e participam de uma forma
de teatro de improviso, dizendo o que o lobisomem diria e
descrevendo o que ele faria.
Em um jogo de contar histórias, os jogadores assumem
seus personagens em aventuras chamadas, apropriadamente,
de histórias. As histórias são contadas através de uma com-
binação da vontade dos jogadores e os direcionamentos do
Narrador.
Jogadores e Narradores
A maioria das pessoas que jogam Lobisomem são joga-
dores. Eles criam personagens lobisomens – protagonistas
imaginários similares àqueles em contos, filmes e nos
quadrinhos – que agem juntos como uma matilha para
travar a guerra contra os servos da Wyrm, a personificação
sobrenatural da corrupção. Porém, em cada grupo, uma
pessoa deve assumir o papel do Narrador. O Narrador age
como uma combinação de diretor, moderador, narrador e
juiz. O Narrador cria o drama através do qual os jogadores
dirigem seus personagens. O Narrador também cria e as-
sume o papel do elenco de apoio – os aliados com quem
os personagens interagem e os antagonistas contra quem
4 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
eles lutam. O Narrador inventa os detalhes do cenário da
história – as clareiras sagradas em meio à mata, as boates,
os laboratórios e outras áreas que os personagens podem
visitar. Os jogadores decidem como seus personagens rea-
gem às situações no jogo, mas é o Narrador (com auxílio
das regras) que decide se os personagens são bem sucedidos
em suas realizações e, caso sejam, quão bem eles se saem.
Por fim, o Narrador é a autoridade final nos eventos que
ocorrem no jogo.
Exemplo: Brian, Aileen, Jeff e Justin se reuniram para
um jogo de Lobisomem. Aileen, Jeff e Justin são os joga-
dores: Aileen interpreta Magda, o Punho de Ferro, uma
assustadora Senhora das Sombras Philodox hominídea;
Jeff interpreta Gigantão, um enorme Ahroun lupino dos
Roedores de Ossos; e Justin joga com Otto Braço-Torto,
um astuto Ragabash impuro dos Crias de Fenris. Brian é
o Narrador, e decretou que os personagens recentemente
foram incumbidos de infiltrar em um laboratório de pesquisa
e descobrir se os cientistas de lá está criando monstros para
usar contra os Garou. Os jogadores agora decidem o que
fazer: Aileen, falando como Magda pode cunhar um plano
para subornar sua entrada no prédio; Jeff, como Gigantão,
pode sugerir forçar seu caminho através da força bruta; e
Justin, como Otto, pode simplesmente tentar se esgueirar
com sua astúcia e furtividade. Por fim, entretanto, é Brian,
o Narrador, quem determina como os trabalhadores do lab-
oratório reagem às ações dos personagens; é Brian, falando
como cada um dos indivíduos pertencentes ao laboratório,
quem interpreta quais as reações são necessárias e é ele
quem determina se as ações dos personagens falham ou
são bem sucedidas.
O Que é um Lobisomem?
O cinema e o folclore pintam uma clara imagem de
como é um lobisomem. Às vezes, um lobisomem é um
feiticeiro que se transforma em um lobo ao vestir a pele de
um lobo, apesar de mais comumente um lobisomem ser
uma vítima da doença da licantropia, passada pela mordida
de outro lobisomem. Nas noites de lua cheia, o indivíduo
amaldiçoado se transforma em lobo (ou em uma forma meio
homem, meio lobo) e parte em busca de sangue e de suas
presas. A única coisa que pode matar um lobisomem é uma
bala de prata em seu coração – nada mais impedirá sua fúria.
Essas lendas também existem no mundo de Lobisomem:
o Apocalipse. Entretanto, elas estão muito longe da verdade.
Em Lobisomem, os lobisomens são uma raça própria,
nascidos a partir dos humanos ou dos lobos, pessoas que
crescerão em ambientes problemáticos, com uma constante
suspeita de que eles eram, de alguma forma, diferentes –
até a sua Primeira Mudança. Nesse momento, os outros
lobisomens, sua verdadeira família, chegam para buscá-las.
Então, esses jovens filhotes aprendem sobre sua verdadeira
natureza.
Os lobisomens, ou os Garou, como eles se chamam,
são os guerreiros de Gaia – os defensores da Mãe Terra, o
grande espírito da Natureza e a Terra em si. Eles se reúnem
em locais escondidos e formam matilhas para lutar contra os
inimigos da Mãe Terra. São criaturas de fúria, velocidade e
força, filhos da Terra e da Lua. Podem ser feridos e mortos,
mas curam seus ferimentos com velocidade sobrenatural, a
menos que sejam feridos por prata. E são terrivelmente fortes.
Os lobisomens são uma raça moribunda, os últimos
defensores dos locais selvagens que estão morrendo à me-
dida que a humanidade se multiplica fora de controle. Eles
trabalham para salvar os humanos – e o resto do mundo
– do mal espiritual que reside no coração da humanidade,
nos recantos mais profundos das cidades, nos lixões tóxicos
enterrados abaixo da crosta da Terra. Eles lutam contra um
grande mal chamado Wyrm, o espírito da Corrupção. E
sua guerra está chegando a um fim, pois as batalhas finais
já começaram. Em breve a Wyrm pode devorar todo o
mundo, a menos que os Garou sejam fortes o suficiente
para evitar tal destino.
Esses são os Dias Finais. Esse é o momento da batalha
final – o Apocalipse.
História dos Garou
No começo, assim é dito, havia Gaia. E Gaia era o mundo
e o mundo era Gaia. Mas nesse Jardim do Éden entrou uma ser-
pente – a Wyrm. Ninguém sabe com certeza quem transformou
a Wyrm, uma antiga força do Equilíbrio, na força de Corrupção
que ela é agora. Mas a Wyrm estava enlouquecida, doente como
um cão raivoso. Ela afundou suas presas venenosas em Gaia, e
a Mãe gritou.
A Wyrm era o maior inimigo que Gaia já havia visto. Ela
dava luz a monstros, espíritos maléficos e outras criaturas. A
Wyrm criou legiões de criaturas horríveis que corriam pelos cantos
do mundo em busca de tomá-lo para si.
Gaia precisava de um campeão.
Então Gaia olhou para seus filhos, todas as criaturas da terra.
Nenhum era forte o suficiente para enfrentar a Wyrm sozinho.
Mas um de seus filhos, a humanidade, era astuto – eles haviam
aprendido a usar armas, a criar ferramentas e a falar em línguas.
E outro de seus filhos, os lobos, eram grandes caçadores que agiam
como uma só unidade.
Gaia pegou os mais fortes e astutos entre os humanos e os
mais rápidos e ferozes entre os lobos, e os uniu em uma nova raça.
Ela mesmo criou uma raça de campeões, criaturas que podiam
ignorar a dor, rasgar árvores e correr rapidamente em quatro patas.
Assim nasceu os Garou.
A Guerra Eterna
Desde antes dos humanos se reunirem em cidades, os
Garou estavam entre eles. Na pré-história, eles controlavam
a população dos assentamentos humanos quando esta
crescia demais, surgindo em meio à noite para matar com
suas presas sangrentas. Apesar dessa matança ter acabado
há muito tempo, os humanos se lembram vagamente das
noites de terror. Até os dias de hoje os humanos possuem
um medo ancestral dos lobisomens – um humano pode rir
de um filme de lobisomens ou de um desenho de halloween,
mas caso confrontado com a criatura de verdade, não sente
graça alguma.
Em épocas antigas, haviam muitos outros metamorfos –
homens-gato, homens-rato, homens-urso e outros, cada um
deles com um dever em específico contra a Wyrm. Mas uma
guerra irrompeu entre os lobisomens e os outros metamorfos,
e muitas dessas raças foram extintas. Até os dias de hoje,
caso alguma delas exista, elas se mantêm ocultas aos olhos
dos Garou, pois se lembram do que os Garou fizeram com
seus ancestrais. Os lobisomens se lembram desse período
como Guerra da Fúria, e se arrependem dela, mas já é tarde
demais e o sangue já foi derramado.
Em todos os anos desde esse passado distante, os Garou
tem estado em meio à guerra. Os filhos espirituais corrom-
pidos da Wyrm encorajam os humanos a agirem de acordo
com os impulsos sombrios de seus corações, além de gerarem
monstros que destroem a terra e seus habitantes. Os Garou,
então, lutam para curar a terra onde ela foi corrompida, e
para rasgar as criaturas da Wyrm – personificações vivas do
ódio, luxúria e perversão. Durante sua história, os Garou
estavam vencendo – até a chegada da Revolução Industrial.
Quando as cidades ficaram grandes demais para que os
lobisomens não conseguissem mais encontrar os espíritos
da Wyrm ocultos em seus interiores, quando a grande
população começou a gerar atrocidades em cada esquina,
quando a poluição alcançou as profundezas das florestas
e dos oceanos – esse foi o primeiro sinal do Apocalipse, a
batalha final contra a Wyrm.
Esses são os Dias Finais. A Mãe Terra está morrendo.
As Treze Tribos dos lobisomens são a única esperança – os
lobisomens e sua terrível e brutal Fúria.
O Mundo das Trevas
O mundo dos Garou, o Mundo das Trevas, é bem pare-
cido com o nosso – mas, em muitas maneiras, mais sombrio.
Manifestações supremacistas ocorrem mais frequentemente.
Existem menos policiais corretos, e mais gangues criminosas.
As pessoas são menos propensas a parar e ajudar um pedes-
tre ferido e muito mais propensas a zombar e a continuar
dirigindo. Pelo menos um pouco dessa falta de sensibilidade
é o trabalho da Wyrm, o colossal espírito da corrupção.
5
 Além disso, no Mundo das Trevas, o sobrenatural
é real, apesar de oculto. Vampiros seduzem suas vítimas,
atraindo-as para suas coberturas e mansões. Espíritos da
luxúria possuem psicopatas e os colocam em uma matança
desenfreada. Feiticeiros reúnem poder mágico e lutam uns
contra os outros em guerras de intriga. Dizem que até mes-
mo fantasmas caminham nas ruas onde morreram quando
a lua está cheia. E assim como os humanos no Mundo das
Trevas, todos esses seres sobrenaturais são mais egoístas e
insensíveis do que se espera.
Mesmo os Garou, os guerreiros de Gaia, não são exem-
plos de virtude. Eles lutam entre si por glória e território,
ao invés de se unirem contra adversários em comum. Eles
atacam seus inimigos diretamente, ao invés de tentarem
negociações. São heróis e anti-heróis ao mesmo tempo.
Ainda assim, eles talvez sejam a única esperança do
Mundo das Trevas.
Cidades
As cidades do Mundo das Trevas são locais opressivos. Até
mesmo os habitantes humanos acham as cidades desoladoras,
e os Garou as tratam como feridas na pele de Gaia. Apesar
dos Roedores de Ossos e os Andarilhos do Asfalto terem se
adaptado às cidades, as áreas urbanas permanecem como
recantos da Wyrm. Os próprios espíritos da terra são presos
e transformados em tais locais; na melhor das hipóteses,
eles se tornam estranhos, na pior, são ativamente maléficos.
Os lobisomens não se sentem em casa nas cidades. Elas
estão amplamente sobre o domínio das criaturas da Wyrm, e
muitos espíritos urbanos são abertamente hostis aos Garou.
Elementais urbanos zombam dos viajantes Garou, levando-os
até armadilhas ou atacando-os diretamente. Os odiosos
vampiros constantemente observam os lobisomens, matan-
do aqueles que encontram. Os assustadores arranha-céus
abrigam corporações espiritualmente maléficas, enquanto
os recantos de lixo industrial são assombrados por fomori,
pessoas transformadas em monstros por espíritos da Wyrm.
Os lobisomens não se aventuram levianamente além das
florestas e montanhas.
Áreas Selvagens
Se as áreas “civilizadas” do Mundo das Trevas são
desoladoras e opressivas, as áreas selvagens são um pouco
mais confortáveis. Ao se observar as taciturnas e sombrias
vastidões de florestas, as úmidas charnecas e os pântanos
estagnados, pode-se compreender porque os humanos co-
brem a terra com cidades.
As matas há muito são protegidas pelos selvagens Garou,
e por isso os humanos instintivamente temem e desconfiam
dos locais escuros fora das luzes das cidades. Os habitantes
de cidades rurais tendem a serem carrancudos, isolados e
reservados; muitos eventos estranhos acontecem silencio-
samente nesses locais. As pessoas das áreas rurais sabem
6 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
que não estão sozinhos nas matas, e a superstição corre
solta através das vilas e das paradas de caminhoneiros. Os
jornais escrevem sobre ocasionais matanças bizarras como
feitos de serial killers e outros lunáticos, mas os nativos
sabem da verdade.
Mesmo os Garou, que chamam as matas de lar, con-
hecem apenas alguns dos segredos da terra. De fato, os
Garou mais sábios reiteram que muitos dos mistérios de
Gaia são melhores deixados ocultos como são. Gaia não
é sempre uma mãe de amor, e os lobisomens sabem que
certos locais nas matas são tabus. Os Garou que tolamente
se aventuram nesses locais geralmente não retornam. Seus
primos mais prudentes suspiram e dão de ombros. Assim é
o caminho de Gaia...
Caerns
Nada é mais sagrado aos Garou do que os caerns. O
mundo espiritual está mais próximo, mais forte no coração
de um caern. Assim como os nodos das linhas de ley, caerns
são locais místicos de poder – motivo pelo qual os exércitos
da Wyrm tentam corrompê-los e controlá-los.
Mas no coração de um caern, o poder dos lobisomens
também é maior. O que os serve bem, pois o caern é sua
última linha de defesa. Quando os Garou encaram seus
inimigos nas divisas dos caerns, eles estão ali para vencer –
ou para morrer defendendo o seu lar.
O Mundo Espiritual
Do outro lado da realidade, lado a lado com o mundo
físico e ao mesmo tempo impossivelmente distante, está o
mundo dos espíritos. O mundo espiritual, ou Umbra, é o
reflexo metafísico do mundo físico, e um lugar que os lobi-
somens podem visitar. É o mundo por trás do espelho, onde
pensamentos, sonhos e impulsos se tornam reais. É a fonte
de paz e cura, e também um perigoso campo de batalha onde
os servos espirituais da Wyrm espalham doença e poluição.
Os lobisomens possuem uma tarefa nada invejável a
frente deles – eles devem defender não apenas um mundo
da corrupção, mas dois.
A Nação Garou
Fora dos limites da cultura humana está a Nação Garou.
A Nação Garou é o nome que os lobisomens deram para
sua sociedade, que existe nas sombras e nos recantos mais
profundos das áreas selvagens. Um lobisomem pertence a
uma matilha e uma tribo, mas tanto a matilha quanto a
tribo juram aliança à Nação Garou.
Os líderes da Nação Garou, e das tribos, são os anciões.
Veteranos de muitas batalhas, os anciões dão conselhos e
ordens aos outros lobisomens, servindo como generais em
tempos de guerra e legisladores em tempos de paz. Porém,
como em qualquer sociedade, os problemas surgem quando as
outras pessoas começam a acreditar que seus anciões ficaram
velhos demais e fora da realidade para bem conduzirem a
sociedade – e os anciões, normalmente, não estão dispostos
a abrir mão de seu poder.
A Nação Garou é um paradoxo. Por um lado, ela pode se
provar ser uma interessante demonstração de unidade, uma
vez que lobisomens rivais com nada em comum para uni-los
travam uma mesma batalha contra um inimigo mútuo. Por
outro lado, ela é bastante fraturada com disputas internas
com lobisomens lutando por território, prestígio e posições
sociais. Assim como seus Parentes lobos, os lobisomens estão
bem cientes das políticas de dominância e submissão – e
muitos preferem ser os alfas do que os betas.
Os lobisomens prestam bastante atenção nos feitos de
seus similares, passando em diante contos de batalhas val-
orosas, de truques astutos e decisões justas. Os Garou que
foram corajosos na guerra, honrados em sua posição e sábios
em seus julgamentos são considerados de posto alto entre
seus iguais, enquanto os covardes e tolos são desprezados.
Para os lobisomens, é melhor morrer bravamente e bem
do que viver uma vida de vergonha e desonra – ou assim é
a tradição. Porém, alguns lobisomens dão as costas para o
caminho da honra e glória, e estão dispostos a fazer o que
seja necessário, lidando com qualquer pessoa que precisem,
tudo em nome da sobrevivência. Muitos desses caem para
a Wyrm, e se tornam os maiores adversários dos Garou.
Presente
À medida que os locais sagrados são drenados de sua
energia pela negligência humana e por outras criaturas
sobrenaturais, as tribos devem competir por recursos mun-
danos e espirituais. Os lobisomens de diferentes tribos, que
antigamente desprezavam uns aos outros, agora se observam
com orelhas baixas e olhos atentos. Mesmo as matilhas
disputam por poder internamente.
Muitos Garou, tementes, cansados ou enojados, dão as
costas aos seus deveres, buscando sua liberdade no anonima-
to. Na verdade, a apatia e a indisposição estão entre os maiores
aliados da Wyrm. Os Garou, em grande parte, perderam sua
chama. Eles lutam uns com os outros por dominância sobre
pequenos assuntos, desesperadamente se agarrando em seus
domínios cada vez menores, ou simplesmente se retirando
para a segurança da tediosa existência humana. Cinismo e
insensibilidade são cada vez mais comuns, e a quantidade
de Ronin (Garou que abandonaram suas matilhas e tribos)
cresce a cada lua.
Atualmente, nessa era de concreto, fuligem e poluição,
quando os Garou estão em seu pior momento, a Wyrm ataca
com mais força. O planeta sucumbirá ao grande câncer, ou
um punhado de guerreiros determinados conseguirá impedir
a vindoura tormenta?
Antagonistas
Os Garou são definindos por sua guerra contra as forças
da corrupção. Em muitas maneiras, um jogo de Lobisomem
também é definido pelos seus antagonistas. Apesar dos per-
7
sonagens por vezes se encontrarem frente a frente com rivais
de sua própria raça, existem alguns inimigos que forçam até
os Crias de Fenris e as Fúrias Negras deixarem de lado suas
diferenças e lutarem lado a lado.
Malditos são espíritos malignos, os demônios que na-
scem do ódio, crueldade, luxúria e outras emoções humanas.
Eles só são encontrados na Umbra, onde se reúnem ao re-
dor de locais de sofrimento espiritual – apesar de existirem
alguns capazes de se materializarem no mundo físico ou
possuir pessoas e obriga-las a fazer suas próprias vontades.
A forma de um Maldito pode ser qualquer uma, desde um
A Litania
A Litania é a grande canção de eras contendo as tradições, códigos e leis dos Garou. É uma lei viva, uma lei que
envolve de tribo para tribo e de seita para seita – muitos Garou ignoram os mandamentos da Litania por pura rebeldia
ou necessidade. Mesmo assim, a Litania existe por milênios, e poucos Garou a desafiam sem um bom motivo.
Não Te Acasalarás Com Outro Garou
Gerar um impuro é um pecado, e algo cruel a se fazer
com seu filho. Se um Garou ama outro Garou, ele não deve
expressar sua paixão. Essa é a lei.
Combate a Wyrm Onde Ela Estiver e Sempre
Que Proliferar
Os Garou nasceram para lutar contra a Wyrm. Não há
honra maior. Essa é a lei.
Respeita o Território do Próximo
Pergunte antes de entrar no território de outra pessoa,
pois apenas o senhor de um território sabe como protege-lo
contra o Inimigo, e dentro do seu território, suas ordens
devem ser obedecidas. Essa é a lei.
Aceita uma Rendição Honrosa
Nós somos poucos, e a morte de cada Garou só avança
com os planos da Wyrm. Se você receber uma surra, mostre
sua garganta; se você sair vitorioso, poupe o seu adversário.
Nunca duele até a morte com seus irmãos, apenas contra
a Wyrm. Essa é a lei.
Submete-te aos Garou de Posto Mais Elevado
Seus anciões devem ser obedecidos, pois eles possuem a
sabedoria de muitas batalhas. Aprenda com eles, e obedeça
a suas palavras. Essa é a lei.
Oferece o Primeiro Quinhão da Matança aos de
Posto Mais Elevado
Honre o seu alfa, pois ele lhe levou até a vitória. Em
troca, ele lhe honrará. Essa é a lei.
Não Provarás da Carne Humana
Banquetear-se na carne de seu povo é como convidar
a Wyrm para o seu corpo e espírito. A carne humana en-
venena a carne e a alma; não é a carne apropriada de uma
caçada. Essa é a lei.
8 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
alienígena de quitina até um amalgama de sangue e ossos
– são verdadeiras criaturas saídas de um pesadelo.
Quando um Maldito possui um humano, o resultado
é um fomor. Os fomori são a tropa de choque da Wyrm, as
buchas de canhão deformadas que são arremessadas contra
os defensores de Gaia. A maioria é bizarramente modificada
por seu espírito “benfeitor”. Alguns são capazes de se passar
por humanos por algum tempo. Todos, no entanto, retiram
seus poderes a partir do Maldito residente; poder esse que eles
veneram – e que eles compraram com suas próprias almas.
Respeita Aqueles Inferiores a Ti: Todos Per-
tencem a Gaia
Os Garou foram criados para serem os protetores do
mundo. Não abuse do seu poder, para que aqueles acima
de você não te punam. Essa é a lei.
Não Erguerás o Véu
Nossos inimigos são muitos, e todos eles querem a
nossa morte. Revelar a nossa existência aos humanos é
como oferecer nossas gargantas para a Wyrm. Essa é a lei.
Não Serás um Fardo para Teu Povo
Não existe honra em morrer doente, fraco e velho. A
morte na batalha é a morte mais nobre da qual podemos
esperar. Essa é a lei.
Não Desafiarás o Líder em Tempos de Guerra
Um líder medíocre não é um líder de verdade. Caso
um líder se prove incapaz, é seu dever desafiá-lo e liderar
em seu lugar. Essa é a lei.
Pode-se Desafiar o Líder em Tempos de Paz
Uma matilha não pode vencer se ela luta entre si quando
o perigo se aproxima. A lei da matilha é vital para a vitória,
e obediência é vital para a lei da matilha. Na batalha, a
palavra do líder é imutável. Essa é a lei.
Não Tomarás Qualquer Atitude Que Provoque a
Violação de um Caern
Os caerns são o sangue vital de Gaia. Caso sejam
destruídos, nós somos exterminados. Aqueles que traem
um caern são mortos sem piedade. Essa é a lei.
 Uma das maiores corporações no mundo de Lobisomem
é a sombria entidade chamada Pentex. Essa monolítica
companhia controla incontáveis subsidiárias e produz uma
impressionante variedade de produtos – de computadores da
Tellus Enterprises até as drogas da Magadon Inc., passando
pela parafernália de RPG da Black Dog Game Factory. At-
ravés de suas subsidiárias, a Pentex possui monopólios em
certas indústrias e uma gigantesca quantidade de ações. A
Pentex é a líder na economia global. Provê empregos para
um número incontável de pessoas ao redor do mundo. Ela
é, também, controlada pela Wyrm.
A Pentex e suas subsidiárias são frequentemente acu-
sadas de atividades questionáveis, mas nenhum de seus
braços ou de suas subsidiárias já foi declarada culpada de
qualquer violação ética mais séria. Em especial devido às
táticas corporativas do “mundo real”, seus bons advogados
e ligações com o submundo (o que faz com que pessoas
curiosas demais simplesmente desapareçam). Entretanto,
a Pentex também possui uma vasta gama de recursos espir-
ituais que usam para silenciar determinadas ameaças. Ela
costumeiramente emprega fomori e Dançarinos da Espiral
Negra como agentes e guardas. A Pentex também se associa a
vários Malditos. Os Garou que se aventuram em instalações
da Pentex geralmente sentem-se nervosos, pois podem, de
maneira literal, sentir o cheiro da mácula da Wyrm.
Infelizmente, os piores inimigos dos Garou são tão
poderosos e astutos quanto eles, pois tais oponentes são nada
mais, nada menos do que seus próprios reflexos sombrios.
Dançarinos da Espiral Negra
A tribo caída dos lobisomens certamente é a pior ameaça
que a Nação Garou enfrenta hoje em dia. Antigamente con-
hecidos como os nobres Uivadores Brancos, os Dançarinos
da Espiral Negra agora são uma raça insana a serviço da
Wyrm. Eles possuem os mesmos poderes comuns aos Garou
e outros, apesar de muitos serem deformados e tomados pela
loucura. São o reflexo sombrio dos Garou, lobisomens que
caíram para o Inimigo e receberam poderes blasfemos em
troca. Nenhum outro inimigo é tão perigoso, pois nenhum
outro inimigo conhece o coração dos Garou tão bem.
Criação de Personagens
Agora que você já aprendeu o básico da luta dos Garou,
é hora de criar o seu próprio personagem. Criar um person-
agem é simples, envolvendo apenas a tomada de algumas
decisões. É uma boa ideia ter um conceito geral de como
você quer que o seu lobisomem seja: ele é um filhote de lobo
que cresceu no norte do Alasca – ou de um zoológico? Um
militar com uma família alienada? Uma garota tímida que
passou pela Primeira Mudança na formatura? Porém, nem
mesmo isso é necessário; um conceito pode ser desenvolvido
durante o processo de criação.
O próximo passo é escolher a raça do seu personagem –
a forma em que ele nasceu; o augúrio – a fase da lua de seu
nascimento, que determina seu papel social; e a tribo – sua
família, sua linhagem Garou. A combinação de raça, augúrio
e tibo pode te ajudar a ter uma ideia da personalidade do
personagem e das forças que o afetaram enquanto ele crescia.
Por exemplo, se você quiser criar um adolescente distante
que passou muito de sua infância mudando de cidade para
cidade, um Peregrino Silencioso hominídeo parece uma
escolha lógica. Se você optar, então, pelo augúrio Ragabash,
é provável que esse jovem lobisomem tenha um senso de
humor sombrio, o que vai adicionar mais camadas ao seu
personagem.
Uma vez que tenha escolhido uma raça, tribo e augúrio,
escreve a Aptidão, a Vantagem e a Fraqueza que tais escolhas
lhe dão. Faça também uma anotação do seu totem tribal e as
habilidades que esse poderoso espírito lhe confere – assim
como o dogma que ele imputa ao seu comportamento.
Agora você precisa decidir os níveis de Características do
seu personagem. Os personagens possuem seis Característi-
cas. Quatro delas representam suas habilidades mundanas:
Físico, Mental, Social e Psíquico. Dois representam seu
poder sobrenatural: Fúria e Gnose.
Para determinar suas Características mundanas, enumere
essas Características de 1 a 4; 4 como a melhor delas, 1 a
pior (cada número só pode ser dado a uma Característica
– você não pode colocar 4 em tudo no seu personagem!).
Então, se você decidir que seu personagem é decididamente
charmoso, bem esperto, tem um físico médio mas bastante
impressionável, você colocaria suas Características como
Social 4, Mental 3, Físico 2, Psíquico 1.
Para determinar as aptidões sobrenaturais do seu lobi-
somem, divida seis pontos – ou cinco, caso seu personagem
seja hominídeo – entre Fúria e Gnose. Para seguir com o
exemplo, digamos que o seu charmoso jovem lobisomem
acima seja um hominídeo. Você gostaria que ele fosse mais
capaz de atos místicos do que de pura destruição, então você
dá a ele Fúria 2 e Gnose 3. Se você quisesse que ele fosse
muito mais místico, poderia colocar Fúria 1 e Gnose 4.
E pronto! Com isso, você está pronto para os toques
finais. Qual o nome do seu lobisomem? Ele tem um nome
tribal como “Caminha-no-Invisível” ou “Garras-de-Pedra”?
Como ele se parece quando está em cada uma das formas?
Como foi a sua Primeira Mudança? Ele ainda tem amigos
mortais? Ele possui rivais em uma outra tribo? Quais traços
de personalidade se destacam nele? Uma vez que você tenha
decidido esses detalhes, seu personagem está pronto para
entrar na guerra.
Detalhes sobre raças, augúrios, tribos, Características e
Disciplinas estão nas próximas páginas.
9

TABELA DE CRIAÇÃO DE PERSONAGEM
•Escolha sua raça: Escreva a Fraqueza da raça.
•Escolha seu augúrio: Escreva a Aptidão do
augúrio.
•Escolha sua tribo: Escreva a Vantagem e o
Totem da tribo.
•Escolha suas Características: Decida o nível
das Características Físico, Mental, Social e Psíquico
de 1 a 4; 4 é a melhor delas, 1 é a pior. Divida então
seis pontos entre Fúria e Gnose (cinco pontos caso
o personagem seja um hominídeo).
•Dê um nome ao seu personagem e acrescente
alguns detalhes sobre sua aparência, personalidade,
maneirismos e outras características que te ajudarão
a interpretá-lo.
Raças
Os Garou não são “infectados” – eles nascem lobisomens.
Para manter sua linhagem viva, os lobisomens precisam
se acasalar com humanos e lobos. Seus filhos, sejam eles
nascidos entre humanos ou lobos, crescem com a suspeita
que são diferentes – até a Primeira Mudança. Os lobisomens
podem acasalar uns com os outros, mas isso é um tabu –
o produto de tal união, o impuro, é estéril e deformado.
10 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
Para que a raça continue, deve existir filhotes hominídeos
e lupinos em toda geração.
Apesar de que cada raça produz poderosos guerreiros e
sábios videntes, cada raça começa o jogo com uma desvan-
tagem. Afinal de contas, nenhuma criação pode preparar
verdadeiramente alguém para se tornar um guerreiro de Gaia.
Hominídeos
A maior parte dos lobisomens são hominídeos, filhos
de humanos e Garou, ou filhotes perdidos que nasceram
de pais humanos. Como o gene Garou é recessivo, existem
cada vez mais filhotes perdidos a cada ano que se passa. Os
lobisomens hominídeos são... diferentes das outras crianças.
Sua Fúria latente os separa, garantindo que a criança passe
por uma juventude problemática. Até, claro, que as pressões
da adolescência – ou pior – traga a Primeira Mudança.
Fraqueza: Domesticado. Os Garou que nascem hu-
manos possuem menos selvageria em seus corações e se
tornaram levemente desconectados do mundo espiritual.
Como resultado, eles possuem apenas cinco pontos para
gastar entre Fúria e Gnose, ao invés de seis.
Impuros
Quando dois Garou desafiam a Litania e se acasalam, o
terrível resultado é um impuro. Nascidos na forma de guerra
dos Crinos, os impuros não são tão saudáveis quanto seus
irmãos lupinos e hominídeos. Eles são estéreis e deformados,
incapazes de produzir seus próprios filhos ou se misturar
tão facilmente na sociedade humana ou lupina. Apesar da
vergonha do seu nascimento e do desprezo que recebem, os
impuros geralmente superam suas deformidades para ficarem
lado a lado aos mais corajosos e ferozes campeões de Gaia.
Fraqueza: Deformidade. Todos impuros nascem com
deformidades debilitantes, sejam elas membros tortos, partes
corporais inúteis e incomuns como chifres ou cascos, ou
uma completa falta de pelos em todas as formas. Essas de-
formidades aparecem em todas as formas. Todos os impuros
subtraem um dado de seus testes da Característica Social.
Lupinos
Os Garou nascidos entre lobos são uma raça moribunda.
Existem poucos lobos nas áreas selvagens, e os Garou não
podem se acasalar com cães – apenas os lobos das matas
podem produzir filhotes com Fúria e Gnose. Apesar dos
lupinos serem uma minoria, e possuem uma dificuldade em
lidar com o mundo moderno após sua Primeira Mudança,
eles são muito valiosos para seus companheiros devido ao
seu conhecimento instintivo sobre os locais selvagens.
Fraqueza: Educação Feral. Os Garou lupinos não
possuem a base da linguagem humana e tecnologia que os
hominídeos e impuros recebem durante a infância. Eles
parecem selvagens mesmo na forma humana e falam com
um sotaque vacilante. Como resultado, eles recebem +1 de
dificuldade ao operar qualquer forma de tecnologia humana
mais complicada do que um porrete ou faca.
Augúrios
Os efeitos da lua podem afetar o temperamento de um
lobisomem, desde o nascimento. Os Garou percebem o fato
e reconhecem cinco augúrios, ou signos lunares, que ditam
o papel de um filhote na sociedade Garou. Quando um
lobisomem nasce, ele recebe uma aptidão especial vinda da
fase da lua que observa seu nascimento. Esse augúrio pode
afetar a Fúria de um lobisomem, principalmente quando
a lua está na fase de augúrio. Os contos de lobisomem
matando durante a lua cheia certamente começaram por
furiosos Ahroun, os guerreiros de elite dos Garou, cheios
de fúria devido à lua de seu augúrio.
Ragabash - A Lua Nova
Toda sociedade precisa de um rebelde, alguém que
questione o status quo e deixe as pessoas questionando se,
de fato, é melhor deixar as coisas como elas são. Esse é o
Ragabash – o trapaceiro, o rebelde, o bobo da corte. Os
Ragabash, filhos das noites mais escuras, geralmente agem
como batedores e espiões em suas matilhas, assim como
oferecem suas ideias irreverentes e planos alternativos para
a análise de seus companheiros de matilha. Muitos acham
os Ragabash irritantes, mas eles estariam perdido se não
fosse pela astúcia da Lua Nova.
Aptidão: Furtividade. Ao tentar qualquer ação furtiva,
de infiltração ou uma dissimulação, um Ragabash adiciona
um dado ao teste.
Theurge - A Lua Crescente
A lua crescente brilha como uma lâmina. Em sua luz,
o Theurge, o vidente entre os Garou, está em paz com o
mundo espiritual. Assim como os xamãs de culturas nativas
humanas, os lobisomens Theurges são distantes e misteriosos,
tocados e diferenciados pela perspicácia que possuem. São
capazes de canalizar espíritos, curar ou ferir com a mesma
precisão. Sem eles, a tribo se encontraria perdida até que a
Wyrm a devorasse.
Aptidão: O mundo espiritual. Ao tentar persuadir,
ameaçar ou lidar de alguma outra forma com os espíritos,
o Theurge recebe um dado a mais em seus testes. Esse dado
não é aplicável ao lutar contra Malditos, apesar de se aplicar
aos outros testes feitos contra eles.
Philodox - A Meia Lua
Assim como a meia lua equilibra a luz e a escuridão,
o Philodox caminha sob a linha entre o homem e o lobo,
Fúria e Gnose, paixão e sabedoria. O Philodox é o mediador
da matilha, aquele quem os outros Garou buscam por con-
selhos, ou por uma resolução em suas disputas. Sua honra
está além do questionamento. Ao agir como juiz, legislador
e Mestre de Desafio, o Philodox não possui um rival. Em
assuntos pessoais, eles geralmente guardam seus conselhos
até que sejam questionados, mas intervem imediatamente
caso vejam uma potencial ameaça à matilha.
Aptidão: Julgamento. Como juiz natural da sociedade
Garou, o Philodox ganha um dado extra em qualquer teste
feito para determinar a verdade sobre um assunto, seja ao
determinar se um informante está mentindo ou ao tentar
distinguir alguém disfarçado.
Galliard - A Lua Minguante
À medida que Luna se enche com Fúria, ela pede que o
Dançarino da Lua cante suas canções de batalha e de glórias
passadas. Atendendo esse chamado, o Galliard ergue sua voz
para a noite, conjurando inspiração e fortuna com seu uivo
claro e perfeito. Os Galliards são os guardiões da cultura,
os artistas, aqueles que entretem, os cantores de antigos
contos e dos novos caminhos. Espontâneos e inventivos,
os Dançarinos da Lua são a alma da matilha. Eles atiçam
os espíritos dos demais e os lembra do motivo de sua luta.
Os Galliards geralmente são guerreiros temidos, queimando
com a paixão de Luna. Pouco importa para um Galliard se
sua dança sagrada é feita em uma plácida clareira ou em
cima das tripas de seu inimigo derrotado.
Aptidão: Linguagem. Ao tentar impressionar, influen-
ciar ou agitar uma audiência através de sua fala, um Galliard
acrescenta um dado em seu teste. Essa aptidão não é eficaz
contra espíritos, animais ou outras criaturas que não racio-
11
nalizam através da linguagem. À discrição do Narrador,
essa aptidão pode ajudar o Galliard contra certos fomori
ou outros inimigos.
Ahroun - A Lua Cheia
Quando a lua está cheia, o Garou está cheia de
Fúria. E o Ahroun são os mais cheios de Fúria. Eles são
os guerreiros da Nação Garou, sempre os primeiros na
batalha e os últimos a se retirar. Eles frequentemente são
cabeças quentes e rápidos para entrar em uma luta, mas
os maiores e mais sábios entre os Ahroun são aqueles que
dominam a estratégia assim como a arte do combate físico.
Aptidão: Combate. Os guerreiros dos Garou adi-
cionam um dado em uma ação de combate por turno.
Um Ahroun pode optar adicionar um dado em um teste
para atingir um adversário, ou gastar o dado em um teste
para absorver dano.

Tribos
Doze tribos dos Garou permanecem na Nação Garou
nos dias atuais. Cada uma delas possui seus próprios
planos, seu patrono espiritual, seus territórios e suas
habilidades únicas. As tribos constantemente possuem
suas disputas, lutando por dominância. A menos que
sejam capazes de se unir logo, a Wyrm acabará vencendo.
Cada tribo possui uma Vantagem, uma especialidade
que desenvolveram por milênios e que passam para seus
filhotes. Além disso, cada tribo possui um espírito totem
tribal que a observa. Um totem dá aos seus filhos certas
vantagens espirituais, mas também exige demonstrações de
lealdade. Caso um Garou viole o dogma do totem de sua
tribo, ele perde o poder espiritual conferido pelo totem até
que ele tenha tempo para se reconectar com o espírito. Se
a violação for grande o suficiente, ele pode acabar sendo
banido da tribo.
Fúrias Negras
Essas ferozes defensoras da Wyld são famosas por sua
honra, ferocidade e sintonia com o sagrado. As Fúrias,
compostas quase exclusivamente por Garou fêmeas (com
pouquíssimos impuros machos), dizem que a lua as apon-
tou como protetoras da Wyld, defensoras das mulheres,
e punidoras de homens. Elas se enxergam como aspectos
incarnados da Deusa. Em nome Dela, elas levam sua Fúria
contra qualquer insulto contra as mulheres, a natureza ou
a Deusa.
As Fúrias Negras mantêm fortes laços com antigos
misticismos. Seus rituais são complexos e belos, e seus Dons
e aliados espirituais refletem uma conexão primitiva para
com a Wyld. As Fúrias Negras valorizam bastante sua honra.
Mesmo seus rivais concordam que a tribo é confiável.
Apesar de caráter forte, elas são poucos, e sua postura
radical aliena muitos Garou. As Fúrias desprezam os Crias
12 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
de Fenris, e as duas tribos possuem uma longa e sangrenta
história. Os Filhos de Gaia aconselham as Fúrias a serem
mais suaves, mas perturbar uma Fúria Negra continua sendo
algo perigoso a se fazer.
Vantagem: Sentir a Wyrm. As Fúrias são capazes de
sentir a “mácula” que a Wyrm deixa naquilo que toca. Para
detectar a mácula da Wyrm, a Fúria deve fazer um teste de
Gnose. A dificuldade é determinada pelo nível da mácula.
Detectar uma matilha de Dançarinos da Espiral Negra es-
condida em uma sala seria dificuldade 3, enquanto detectar
um sutil traço de corrupção em um político mundano seria
dificuldade 6.
Totem: As Fúrias Negras seguem o Pégaso, o espírito da
inspiração e o guardião dos locais selvagens. O Pégaso dá às
suas filhas uma percepção do coração dos animais. Nenhum
animal atacará por vontade própria uma Fúria Negra, mesmo
que estejam doentes ou famintos. O dogma do Pégaso é que
as Fúrias Negras devem ajudar as fêmeas de todas espécies
que estiverem em perigo, especialmente as jovens.
Roedores de Ossos
A maioria dos Garou enxergam os Roedores de Ossos
como a escória dos Garou, patéticos carniceiros vivendo
em meio à imundície dos humanos. Mas os Roedores de
Ossos sabem que a sobrevivência é mais importante que

boas maneiras. Vivendo das sobras da sociedade, essa tribo
suporta o desprezo dos outros Garou. Eles se acasalam com
os sem-teto, os falidos e mesmo com híbridos selvagens de
lobos e cães. Mas onde os outros falham, os Roedores de
Ossos prosperam. De todas as tribos, os Roedores de Ossos
talvez sejam a mais numerosa.
Os Roedores de Ossos se importam pouco com sutilezas
cerimoniosas ou ideais imponentes. A crua sobrevivência,
a qualquer custo, é sua força motriz, e a liberdade
sua paixão – a liberdade sem os grilhões de status
ou propriedades. Eles vivem com o que conseguem
para si. Essa ética sobrevivencialista gerou uma tribo
tenaz, feita para guerrilhas. Assim como vira-latas, os
Roedores de Ossos nunca devem ser subestimadas.
Vantagem: Miserável Invisível. Existe pelo
menos uma vantagem em ser os mais baixos entre
os baixos. Os Roedores dos Ossos são capazes de
ficarem perfeitamente fora da vista das pessoas,
mesmo das criaturas sobrenaturais. Ao fazer um
teste de Gnose, o Roedor pode fazer com que
qualquer observador o “ignore” por algum tempo,
a menos que o ambiente claramente não permita
que ele seja ignorado. Um Roedor maltrapilho
não vai conseguir infiltrar em uma festa de gala,
apesar de ser capaz de perambular pela cozinha sem ser
percebido pelos funcionários do buffet.
Totem: O totem dos Roedores de Ossos é o Rato,
que os ensina a sobreviver nos locais mais baixos. O Rato
concede conhecimento de como morder um oponente nos
pontos fracos. Se um Roedor de Ossos está atrás de um
oponente, ou abaixo de sua barriga, ele nunca falha caso
opte por morder seu inimigo. Em troca, o Rato pede que
seus filhos nunca matem animais pestilentos como ratos
ou seus primos pequenos, os camundongos.
Filhos de Gaia
Para os Filhos de Gaia, a vida é uma bênção a ser
saboreada, não uma batalha para ser vencida. Eles são
os unificadores dos Garou, os arautos da paz. Mesmo
assim, eles são guerreiros poderosos quando escolham
lutar, fortalecidos pelo seu compromisso para com a Mãe.
Apesar de um Filho de Gaia sempre buscar uma forma de
resolver conflitos sem derramamento de sangue, ele não
se renderá perante os servos da Wyrm.
Os outros Garou respeitam os Filhos de Gaia com
algum rancor. Os Filhos são conhecidos como honrados
pacificadores, apesar de um pouco fracos da cabeça. Eles
se provaram no passado, para o rancor de seus rivais, e
radiam com uma profunda fé no amor da Mãe. Seus dons
curam, protegem e nutrem ao invés de ferir, e eles tendem
a serem exemplos dos ideais de beleza, graça e carisma. São
profundamente ligados a Gaia e a todo seu esplendor, e
preferem passar seu tempo contemplando a harmonia ao
invés da destruição. Quando enfurecidos, porém, eles são
terríveis em sua Fúria.
Vantagem: Toque de Cura. Os Filhos de Gaia são capazes
de usar seus poderes interiores para curar ferimentos graves
nos outros, sejam eles lobisomens ou mortais. Ao colocar
suas mãos em um alvo e fazer um teste de Gnose, dificul-
dade 5, o Filho de Gaia pode curar um Nível de Vitalidade
13
de ferimento para cada sucesso. Esse poder pode ser usado
apenas uma vez por cena por pessoa.
Totem: Os Filhos de Gaia servem o Unicórnio, um
totem de cura, paz e sabedoria. O Unicórnio ensina a eles
a habilidade de acalmar os corações das pessoas. Ao fazer
um teste de Gnose, um Filho de Gaia pode acalmar uma
pessoa agitada ou mesmo uma multidão, mesmo que as
circunstâncias impeçam que isso seja feito naturalmente.
Caso o alvo esteja inclinado a resistir, ele deve fazer um
teste Psíquico. Em troca desse Dom, o Unicórnio pede
que sua tribo continue a ajudar e proteger os fracos, indef-
esos e vítimas de abuso, desde que isso não impulsione os
propósitos da Wyrm.
Fianna
Originalmente vindos da Irlanda e das Ilhas Britânicas,
essa tribo é muito renomada por seus menestréis, cantores
e bardos. Mesmo assim, tribos como os Crias de Fenris
aprenderam através da dor que os guerreiros Fianna são
bastante efetivos.
Os lobisomens Fianna geralmente são extrovertidos e
gostam bastante de festas, disputas de raciocínio e histórias.
Eles também são os Garou mais notórios em cair em paixões,
tanto por humanos quanto por outros Garou. Tais relaciona-
mentos geralmente acabam em tragédia, e os bardos Fianna
14 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
parecem ter um prazer perverso em compor uma balada de
cortar o coração atrás da outra.
Ainda assim, ao serem convocados para agir como guer-
reiros e juízes, a tribo age brutalmente e sem hesitação. Os
Fianna são renomados entre os Garou por sua ferocidade e
apesar de amarem seus Parentes, eles impuseram o Impergium
tão fervorosamente quanto qualquer outra tribo. A lenda da
Caçada Selvagem ainda é lembrada com pavor.
Vantagem: Estômago de Ferro. Devido à exposição a
sobrenaturalmente poderosas bebidas alcoólicas (durante
as celebrações) e as toxinas da Wyrm (durante as batalhas),
os Fianna são naturalmente resistentes a quaisquer tipos de
venenos, sejam eles drogas ou venenos de bioengenharia. Um
Fianna pode fazer um teste de Gnose para purificar seu corpo
do veneno sem sofrer qualquer efeito adverso. Caso falhe,
ele deve esperar um minuto antes de tentar mais uma vez.
Totem: O patrono dos Fianna é o Cervo, uma encarnação
do lado selvagem e primitivo da natureza. Ele algumas vezes
envia uma imagem de si mesmo, um fantasmagórico cervo
branco, para conduzir os Fianna para fora de emboscadas
e do perigo. Além disso, ele ensina os Fianna o truque de
sempre encontrar o norte verdadeiro. Em troca, ele pede
que sua tribo guie aqueles que estão perdidos à segurança.
Isso, claro, exclui os óbvios servos da Wyrm.
Crias de Fenris
Muitos Garou consideram os selvagens Crias de Fenris
o ataque nuclear de Gaia. Violentos e sem remorso, os Crias
abraçam os ideais guerreiros dos antigos nórdicos e anseiam
por um lugar no Valhalla. Raro é o Cria de Fenris que recua
de uma luta. Mais raro ainda é Cria que demonstra piedade.
Para os Crias de Fenris, a força é a maior virtude e o auto
sacrifício a maior bênção que se pode receber.
Os Crias são um grupo fatalista, determinado a esmagar
a Wyrm em suas mandíbulas enquanto morre. A honra
entre a tribo é medida entre cicatrizes de batalhas. Eles se
enxergam como a vanguarda de uma guerra sem fim, e não
aceitam que alguém diga o contrário. Os Crias tendem a
ter desprezo pelas outras tribos, sabendo em seus corações
que os Cria são os únicos dignos da confiança de Gaia. Essa
atitude não os deixa em bons olhos com os outros Garou.
Os Wendigo e as Fúrias Negras nutrem grande rancor contra
a tribo. Os Crias de Fenris possuem um grande código de
honra, mas essa honra é um código pessoal de heroísmo, não
uma abstrata ética social. A vitória é tudo que importa para
um Cria de Fenris, e apenas os mais fortes merecem vencer.
Assim como os nórdicos cuja cultura eles admiram, os
Crias de Fenris enxergam a vida como uma longa e dura
batalha. Embaixo de uma fachada de aço, muitos Crias de
Fenris anseiam por uma paz que sabem que nunca conse-
guirão alcançar. Eles prezam sua herança lupina e parecem
mais sintonizados com suas bestas interiories do que muitas
das outras tribos. Assim como o frio vento do norte, os
 do Asfalto são a exceção a essa regra. Eles estão entre os
primeiros Garou que vivem nas cidades humanas, onde
se desenvolveram ao ponto de respeitar a ingenuidade e
adaptabilidade dos humanos.
Os Andarilhos do Asfalto vivem entre as cidades dos
humanos – não porque não tem para onde ir, mas porque
optaram por fazê-lo. De fato, eles abraçam os confortos e a
tecnologia, sempre buscando estar na vanguarda da ciência,
arte e moda humana. Essa tendência torna os Andarilhos
do Asfalto fonte de muita perplexidade e ocasional fúria
entre os outros Garou; certamente os Andarilhos do Asfalto
recebem a desconfiança por parte dos outros lobisomens.
Mesmo assim, os Andarilhos possuem grande poder.
Possuem muito mais influência na sociedade humana do
que qualquer outro lobisomem. Os Andarilhos do Asfalto
são a tribo mais rica e a mais adepta a tecnologias. Além
disso, os Theurges dos Andarilhos do Asfalto fazem pactos
com muitos elementais e espíritos urbanos, prendendo-os
em poderosos fetiches.
Vantagem: Domínio Mecânico. Os Andarilhos do
Asfalto podem comandar simples dispositivos mecânicos,
como fechaduras, torneiras e válvulas. Ao fazer um teste
de Gnose, um Andarilho do Asfalto pode manipular um
mecanismo simples não elétrico sem tocá-lo (como abrir
um cadeado, mas não uma tranca de cofre), ou ligar e

Crias golpeiam contra todos os cantos, uivando com Fúria

enquanto derrubam seus obstáculos.
Vantagem: Imune à Dor. Os Crias são feitos de um
material mais resistente do que as outras tribos, graças ao
seu costume de constante julgamento por combate. No
começo de cada turno, um Cria pode fazer um teste de sua
Característica Físico, dificuldade 5; qualquer penalidade por
dor não é afetada nesse teste. Caso o Cria obtenha sucesso,
ele pode ignorar os efeitos da dor pelo restante do turno.
Totem: O totem dos Crias é o Fenris, o grande espírito
lobo nórdico do qual eles derivam seu nome. O Fenris é
sedento por sangue e fome, e dá aos seus filhos um ponto
adicional em sua Característica Físico para ações que en-
volvam força e poder (não agilidade ou resistência). Porém,
ele também exige que seus filhos nunca deixem passar a
oportunidade de uma luta. Os Crias que recuam diante de
uma grande batalha imediatamente perdem sua força extra,
e são envergonhados diante dos olhos de sua tribo.
Andarilhos do Asfalto
Em via de regra, os Garou preferem as profundezas das
florestas às profundezas das cidades. Os lobisomens, mesmo
os hominídeos, enxergam as vastidões de concreto como
feridas no corpo de Gaia, e as desprezam. Os Andarilhos
15
desligar um dispositivo elétrico. É bem difícil de manter um
Andarilho do Asfalto algemado...
Totem: Os Andarilhos do Asfalto seguem a Barata, o
espírito da adaptação e da sobrevivência. A Barata os ajuda a
se adaptarem a qualquer invenção criada pela humanidade.
Sua bênção à tribo é a habilidade de perscrutar sistemas de
computadores e ler os dados em seu interior. Os Andarilhos
do Asfalto na Umbra podem realizar um teste de Gnose (di-
ficuldade 4) para enxergar qualquer informação armazenada
em mídia ou que passem por um cabo de computador, como
se estivessem vendo a informação em seus laptops. Porém,
para manter essa bênção, os Andarilhos não podem jamais
matar baratas mundanas.
Garras Vermelhas
Selvagens e ferozes, os Garras Vermelhas representam
o lado furioso da natureza, rubro em suas presas e garras.
A tribo dos Garras Vermelhas é composta inteiramente por
lupinos – os Garras odeiam e ressentem dos humanos por
seu tratamento com os lobos, e se recusam a acasalar com
humanos ou a quebrar a Litania ao se acasalar uns com
os outros. Em sua opinião, os Garou nunca deveriam ter
deixado o Impergium acabar, pois a humanidade cresceu e
ficou rapidamente fora de controle. Um Garra Vermelha
não é amigo da humanidade – muitos dos membros da tribo
matariam um humano assim que o visse.
Os Garras Vermelhas vivem nas áreas selvagens mais pro-
fundas, o mais longe possível da civilização humana. Quando
eles se aventuram nas cidades, eles parecem bastante fora de
lugar. Suas formas humanas são brutais e primitivas. Eles
são grandes em suas formas lupinas, normalmente com um
pelo marrom ou avermelhado, e há sempre um chumaço de
pelo vermelho flamejante em alguma parte de seus corpos.
Vantagem: Rastreadores Sem Iguais. Ninguém consegue
16 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
escapar de um Garra Vermelha. Ninguém. Os membros dessa
tribo podem, com um simples teste de Gnose (dificuldade
5), rastrear presas que seriam, de outra forma, irrastreáveis.
Eles podem captar um cheiro em meio à água corrente, em
um abatedouro, uma tenda circense ou qualquer outro lugar.
Totem: Os Garras seguem o Grifo, um poderoso espírito
que protege as áreas selvagens e os animais por lá da extinção
e da aproximação humana. Ele permite que seus filhos falem
com os pássaros de qualquer espécie, sem a necessidade de
qualquer teste. Porém, o Grifo exige que seus filhos nunca
se arrisquem para salvar a vida de um humano.
Senhores das Sombras
Lobos, e lobisomens, são criaturas de dominância e
submissão, comando e servidão. Certamente nenhuma
tribo Garou exemplifica esse mandato tanto quanto os
Senhores das Sombras. A tribo originalmente surgiu na
Europa Oriental, mas se espalhou pelo globo à medida que
as oportunidades surgiam. Eles se acasalam com os melhores
e mais brilhantes humanos de qualquer cultura. Nas formas
de lobo e Crinos, são grandes criaturas com pelos negros
e brilhantes olhos amarelos. Esses grandes lobos escuros
são renomados por sua coragem e astúcia, assim como são
notórios por sua arrogância e ambição.
Para um Senhor das Sombras, a hierarquia é tudo. A
única forma de respeito é a liderança, e ela deve ser con-
quistada a qualquer custo e através de quaisquer meios.
Por essa razão, os Senhores das Sombras incessantemente
estabelecem dominância aos humanos, lobos e lobisomens.
Eles desprezam os Presas de Prata, pois os consideram fracos
e decrépitos. Os Senhores das Sombras não gostariam de
nada mais do que usurpar a posição dos Presas.
Os Senhores das Sombras são orgulhosos, régios, res-
peitados e indiferentes. Eles são guerreiros aptos e honrados
(pelo menos, dizem outros Garou, até que os observadores
deem as costas), e respeitam, a contragosto, aqueles que
se provam capazes. Porém, eles não possuem qualquer
simpatia ou tolerância para os fracos. Infelizmente para
seus inimigos, essa política tornou os Senhores das
Sombras, talvez, a tribo mais forte de todas.
Vantagem: Enxergar Fraquezas. Os Senhores
das Sombras são tão sintonizados à força e fraqueza
que eles possuem uma impressionante habilidade de
determinar os pontos fracos de seus inimigos. Qualquer
um que tente absorver dano de um ataque desferido
por um Senhor das Sombras deve fazê-lo como se sua
Característica Físico fosse um ponto menor.
Totem: Os Senhores das Sombras seguem o
Avô Trovão, um poderoso e impiedoso espírito da
tempestade. O Trovão ensina seus filhos as artes da
intimidação. Um Senhor das Sombras em qualquer
forma pode, ao se concentrar por um turno e testar
sua Gnose, aterrorizar mortais como se ele estivesse
 descanso. São silenciosos pois não possuem companheiros
com quem conversar. Os Peregrinos Silenciosos há muito
tempo foram expulsos de sua terra natal e nunca encon-
traram um local para se estabelecer. Na Nação Garou,
onde matilha e seitas são tão importantes, os Peregrinos
caminham sozinhos.
Vantagem: Velocidade do Pensamento. Os Peregrinos
Silenciosos são notoriamente rápido em seus pés, e seus
espíritos aliados os ensinaram truques para torna-los ainda
mais rápidos. Se um Peregrino faz um teste bem sucedido de
Gnose, ele pode correr até 60km/h (na forma hominídea),
90km/h (na forma Crinos), ou 120km/h (na forma lupina),
por até cinco minutos. Entretanto, isso é exaustivo e após
essa corrida, o Peregrino deve descansar por um minuto
antes de se esforçar mais uma vez.
Totem: A Coruja, um espírito do silêncio e da noite,
guarda os Peregrinos Silenciosos. Ela dá avisos aos seus
filhos na forma de estranhas profecias, sonhos esquisitos ou
outras premonições. No começo de cada sessão de jogo, o
Narrador deve dar aos personagens Peregrinos Silenciosos
uma breve dica ou charada do que está prestes a acontecer.
Em troca desse conhecimento prévio, os filhos da Coruja
devem deixar pequenos animais como sacrifício para a
Coruja nas matas, como ratos ou camundongos presos
em gaiolas.

na forma Crinos – uma gangue de rua ou um esquadrão

de choque fugirá diante de um Senhor das Sombras, caso
ele assim deseje. Porém, o Trovão proíbe que seus filhos
sigam as ordens de uma pessoa que não seja tão competente
quanto eles.
Peregrinos Silenciosos
Vindos das vastidões do Saara, a tribo conhecida como
Peregrinos Silenciosos desde então se espalhou pelos reinos
da carne e dos espíritos. Os Peregrinos viajaram, exploraram
e investigaram todas as terras conhecidas pelos Garou (e
provavelmente muitas das desconhecidas também). Eles
estão na periferia da sociedade Garou, indo e vindo de
acordo com sua vontade.
Na forma lupina, eles são longos e esguios, parecendo
com os chacais da arte egípcia, com expressões inescrutáveis
e semblantes régios. Os Peregrinos na forma Crinos podem
muito bem ser os responsáveis por lendas de algumas divin-
dades como Anúbis e Set. Os Peregrins geralmente surgem
em meio às áreas selvagens trazendo notícias de um eminente
ataque da Wyrm. Os outros Garou interpretam mal esse fato,
considerando os Peregringos como arautos de mau agouro.
Muitos Peregrinos Silenciosos carregam um fardo pesa-
do. Eles caminham e caminham por não terem um lugar de
17
Presas de Prata
Senhores dos Garou, os Presas de Prata sempre foram
a tribo governante e sempre misturaram seu sangue com o
de aristocratas. Esses nobres Garou são conhecidos por sua
beleza física, coragem e honra. Infelizmente, muitos membros
mais novos da tribo sofrem com estranhas peculiaridades –
distração, pequenas alucinações, sonambulismo – nada tão
psicótico, mas ainda assim perceptível. A poderosa história
da tribo coloca um fardo pesado nos ombros de seus mem-
bros, e muitos são orgulhosos demais para pedir por ajuda.
Os Presas de Prata representam o que há de melhor nos
Garou. São magníficos, generosos, leais, com boas manei-
ras e régios. Quando lutam, são supremos predadores. Ao
governar, são fortes e eloquentes. Apesar de carregarem a
superioridade dos Garou, os Presas de Prata consideram a
mediação, não a matança, como o dever sagrado dos lobi-
somens. Quando sua ira é atiçada, entretanto, os Presas de
Prata derramam sangue tão avidamente quanto qualquer Cria
de Fenris. Tribos mais radicais, como os Garras Vermelhas
e os Crias de Fenris, enxergam os Presas de Prata como reis
vacilantes, cegos e bêbados em suas antigas glórias. Apesar
das lendas contarem sobre os grandes heróis Presas de Prata,
essas tribos dizem que vão precisar mais do que simples con-
tos para salvar Gaia. Algumas até mesmo acusam os nobres
18 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
Garou de complacência, de se aliar com humanos enquanto
a Wyrm se fortalece. Os Senhores das Sombras riem com tal
descontentamento e aguardam por seu momento.
A situação dos Presas de Prata simboliza a tragédia dos
Garou como um todo. Apesar de orgulhosos e incrivelmente
fortes, os Presas sofrem com doenças da mente e do espírito.
Acasalamentos consanguíneos enfraqueceram as bases da
tribo e, apesar deles tentarem colocar as coisas no lugar,
pode ser tarde demais.
Vantagem: Chama Prateada. Ao fazer um teste de Gnose,
um Presa de Prata pode acessar sua herança espiritual para
iluminar seu corpo com uma tremeluzente luz prateada, que
ilumina mesmo os locais mais escuros. O brilho dessa luz
aumenta a dificuldade para golpear corpo-a-corpo ou agarrar
o lobisomem de 4 para 5, apesar da dificuldade para acertar
o Presa de Prata com armas à distância é diminuída para 3.
Totem: Os Presas de Prata seguem o poderoso Falcão,
que representa tudo que é nobre no mundo animal. Ele dá
à sua tribo perspicácia e carisma; eles recebem dois dados
extras em qualquer teste de Social que envolva liderança. Seu
dogma é de que nenhum de seus filhos se desonre. Assim,
os Presas de Prata devem aderir um código de honra tão
restrito como o de um samurai.
Uktena
Em seus corações e em seu sangue, os Uktena carregam
o legado dos despossuídos, das pessoas expulsas de suas
terras ou que foram de lá retiradas a força. Sua herança
eclética e história de opressão criaram uma fome sombria
nos Uktena. É dito que a Wyrm atrai a tribo com conhec-
imento proibido. Mesmo seus irmãos Wendigo observam
os Uktena com suspeitas.
Os Uktena são uma mistura étnica, tendo se acasalado
por milênios com os nativos americanos, e recentemente
acrescentado várias outras linhagens aos seus Parentes. Eles
sempre se empatizaram pelos oprimidos, assim um Uktena
pode nascer em meio a uma reserva, descendente de pessoas
que foram escravizadas ou criadas em uma cidade pobre
e afastada.
A tribo é infame por sua curiosidade. O conhecimento
sobre espíritos de seus membros é lendário, e seu silêncio
só deixa os outros Garou com suspeitas ainda maiores. Os
Uktena adotaram uma mentalidade fechada após séculos
de opressão. Apesar de que cooperarão com os membros de
outras tribos, os Uktena possuem seus próprios conselhos.
Eles olharam na face da Wyrm, não apenas nos Malditos e
na Umbra. A maior parte dos Uktena estão em paz com a
escuridão dentro de si. O inimigo que se conhece, enten-
dem eles, é mais fácil de ser derrotado do que a sombra
que se nega.
Vantagem: Sexto Sentido. Os Uktena são capazes de
sentir a presença de outras influências sobrenaturais na área,
como magia ou influência espiritual, apesar não poderem
 eles desprezam os Crias de Fenris e Senhores das Sombras
e desconfiam dos demais. Apenas os Uktena são puros o
suficiente para serem considerados irmãos pela maioria
dos Wendigo.
Os Wendigo são mestres da sobrevivência nas matas,
com táticas de guerrilha e furtividade. Eles permanecem
verdadeiros às suas raízes, consagrando as tradições de seus
ancestrais. Poucos lobisomens europeus foram permitidos
a se aproximar de uma assembleia dos Wendigo, e nenhum
deles é bem-vindo. Ferozes, orgulhos e profundamente
espirituais, s Wendigo guardam a terra com uma sagrada
confiança. Alguns dentro da tribo acreditam que a paz com
humanos e Garou europeus possa ser possível, desde que os
Estrangeiros da Wyrm abandonem as cidades apodrecidas
e retornem aos modos antigos. Porém, isso parece cada
vez menos provável com o passar dos dias.
Vantagem: Mestre do Vento. Os Wendigo possuem
uma enorme ligação com os espíritos do ar e podem con-
jurar ventos para que ajam de acordo com sua vontade.
Ao fazer um teste de Gnose, um personagem Wendigo
pode conjurar um vento vindo de qualquer direção que
ele quiser, para dispersar nuvens de gás, apagar velas, ou
algo similar. Quanto mais sucessos no teste de Gnose, mais
forte é o vento (apesar do Wendigo não poder conjurar
vendavais ou ventos mais fortes).

dizer a natureza exata da presença sobrenatural. Para sentir

o sobrenatural, o Uktena deve fazer um teste de Gnose.
Sucessos dizem apenas que algo sobrenatural está presente,
e uma vaga impressão se isso é perigoso ou não ao Uktena.
Totem: Os Uktena retiram seu nome de seu totem, um
espírito das águas que tem parte puma, cobra e cervo. O Uk-
tena é um espírito sábio e astuto, e protege seus filhos quando
eles estão no mundo espiritual. Quando estão na Umbra,
os Uktena recebem três dados extras para absorver dano.
Porém, eles devem sempre tentar recuperar conhecimento,
objetos ou locais místicos que caíram nas mãos do inimigo.
Wendigo
Os Wendigo, chamados assim pelo espírito canibal que é
seu totem, carregam a o rancor da conquista em seus corações.
Desde a chegada dos colonizadores europeus, essa tribo nativo
americana viu seus primos humanos diminuírem ou caírem
diante dos venenos do homem branco. Pelos últimos três
séculos, os Wendigo travaram uma guerra de guerrilha contra
os Estrangeiros da Wyrm, sendo verdadeiros à sua cultura e
raça ancestral. Apesar de se aliarem aos Garou europeus por
um breve momento, esses orgulhosos lobisomens se lembra
de perder suas terras para os estrangeiros, e seu rancor é
duradoura. Apesar da tribo manter relações decentes com
os Peregrinos Silenciosos, Fúrias Negras e Garras Vermelhas,
19
 Totem: Assim como sua tribo irmã, os Uktena, os Wen-
digo recebem seu nome de seu totem – o terrível espírito
canibal do inverno. O Wendigo é um espírito raivoso, e dá
aos seus filhos um pouco de sua Fúria gélida. Os membros
da tribo recebem dois pontos extras de Fúria. Em troca por
sua bênção, os filhos do Wendigo devem sempre ajudar
povos nativos quando eles estão em problemas.
Características
O poder e a habilidade de um lobisomem (ou de qualquer
personagem) são medidos por suas Características. Um
lobisomem possui quatro Características que representam
habilidades possuídas por todos os humanos, em um grau
ou outro. Essas quatro Características são:
Físico: Essa Característica mede a capacidade física de
um lobisomem – sua força bruta, agilidade e resistência. Essa
Característica é usada para desempenhar todas as tarefas que
envolvam lutas, erguer coisas, corridas, etc.
Mental: Essa Característica mede a capacidade mental
de um lobisomem, sua habilidade racional, seu raciocínio
e sua astúcia. É usada para desempenhar tarefas que dizem
respeito a perceber algo, resolver um enigma, descobrir uma
pista ou pensar rápido.
Social: Essa Característica mede o charme de um lobi-
somem, o quão atraente ele é, sua postura e presença. Social
é usado para as tarefas relacionadas à tentativas de coerção,
sedução, convencimento ou para tentar enganar alguém.
Psíquico: Essa Característica mede a força interior de
um lobisomem: sua força de vontade, sua disciplina e au-
tocontrole. Psíquico é usado em tarefas que dizem respeito
à resistência de intimidação, controle mental ou frenesi.
Além dessas, os Garou possuem duas outras Carac-
terísticas que representam seu poder sobrenatural: Fúria e
Gnose. Os humanos não possuem essas habilidades, apesar
dos espíritos possuírem. Na verdade, um espírito pode
testar sua Fúria para realizar um feito no qual um humano
usaria seu Físico para fazê-lo, ou Gnose para uma atividade
envolvendo Mental ou Social de um humano.
Fúria: Essa Característica representa as reservas de uma
poderosa raiva sobrenatural que queima no peito dos lobi-
somens. A Fúria é usada para se mover com rapidez extra e
assumir outras formas, apesar de que o Narrador também
pode permitir que os lobisomens usem Fúria para realizar
feitos sobrenaturais de proezas físicas.
Gnose: Essa Característica mede a conexão de um lobi-
somem com o mundo espiritual. A Gnose é usada para entrar
no mundo espiritual, ativar certos poderes sobrenaturais ou
realizar feitos sobrenaturais de habilidade mística.
As Características vão de 1 a 4; um nível igual a
1 indica um nível medíocre de habilidade, enquanto um
nível 4 indica uma Característica no ápice da habilidade
20 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
humana (um atleta olímpico, um gênio, um estadista, etc).
É possível possuir uma Característica em nível zero, o que
reflete um personagem incapaz (a maioria dos personagens
não começam com níveis zero). Também é possível que os
lobisomens atinjam valores sobre-humanos – 5 ou mais,
dependendo de sua forma ou de vantagens especiais.
A maioria dos humanos possuem entre os níveis 1 e 2
em suas Características. Personagens lobisomens iniciantes,
entretanto, são considerados como o ápice da habilidade
humana. Vários monstros e inimigos, criados pelo Narrador,
podem possuir Características bastante variadas. Um grupo
de fomori pode possuir Características que vão de 1 a 3,
enquanto uma gigantesca monstruosidade de doze patas
pode ter Características de nível 5 ou mais.
Nível Classificação
0 Abismal
1 Medíocre
2 Bom
3 Muito Bom
4 Perfeição humana
5 Super-humano (apenas criaturas sobrenaturais)
Os jogadores criam seus personagens classificando
as primeiras 4 Características de um a quatro. Um astuto
estudioso Uktena teria um 4 em Mental (sua perspicácia
é assustadora), um 3 em Psíquico (ele é bem versado nos
truques hipnóticos dos servos da escuridão), um 2 em Físico
(nenhum lobisomem deve se esquecer de correr pela mata
de tempos em tempos), e um 1 em Social (“Como eu saberia
qual é o garfo de salada? Me deixa em paz, vai!”). Ele então
divide seis pontos, ou cinco caso seja um hominídeo, entre
Fúria e Gnose. Presumindo que o Uktena acima seja um
impuro (impuros geralmente possuem altos níveis em suas
habilidades mentais), o jogador opta por colocar 2 pontos
em Fúria e 4 em Gnose (matar inimigos é divertido sim,
mas conhecimento é o mais importante!)
Fúria e Gnose
Além das quatro Características já mencionadas, as
habilidades dos lobisomens são medidas por outras duas
Características que representam seu poder sobrenatural:
Fúria e Gnose.
Fúria
Fúria é a fonte sobrenatural da raiva e da energia que
Gaia deu aos lobisomens. Ela representa a conexão com seu
espírito primitivo, assim como uma furiosa devoção para
perseverar nas situações mais perigosas.
•Para se transformar, um lobisomem testa Fúria. Se
ele obtiver qualquer número de sucesso, ele pode acessar
a forma de sua escolha. A metamorfose é praticamente
automática para os Garou.
•Um lobisomem pode usar sua Fúria para regenerar
seus ferimentos. Para fazê-lo, ele deve concentrar por um
turno inteiro e testar sua Fúria. Para cada dois sucessos, ele
recuperar um Nível de Vitalidade. Porém, um lobisomem
não pode se curar tão facilmente caso seus ferimentos
tenham sido causados por prata, fogo ou as garras e presas
de criaturas sobrenaturais. Para curar esses ferimentos, o
lobisomem deve acumular três sucessos para curar um Nível
de Vitalidade, e deve se concentrar por dois turnos inteiros
para cada Nível de Vitalidade regenerado. Essa regeneração
só funciona no Garou em questão, ele não é capaz de curar
outras pessoas.
•Antes do início de um turno, um jogador pode testar
a Fúria do seu personagem para ganhar ações extras naquele
turno. Para cada dois sucessos que obtiver, o personagem
pode realizar uma ação a mais naquele turno. Caso falhe
em ter qualquer sucesso, ele não pode agir (ele trava no
calor da batalha). Por exemplo, se um personagem obtiver
quatro sucessos em seu teste de Fúria, ele pode agir três
vezes no turno.
Um personagem não pode testar Fúria e Gnose no
mesmo turno. Por exemplo, um Fianna tentando usar sua
Vantagem tribal para purificar seu corpo de uma toxina
injetada não pode testar Fúria para ganhar ações extras.
Gnose
A Característica Gnose representa a medida da conex-
ão de um lobisomem com o mundo espiritual e com seus
próprios poderes espirituais. Os lobisomens com altos níveis
de Gnose geralmente são meditativos e perspicazes, como
os xamãs humanos.
•A Gnose dá poder à maioria dos poderes espirituais
dos lobisomens; a maior parte das Vantagens recebidas por
uma tribo ou totem exige um teste de Gnose para ser ativada.
•Um lobisomem pode testar sua Gnose para entrar
no mundo espiritual ou para ir do mundo espiritual para o
mundo físico. Essa ação é muito mais fácil em locais selvagens
e naturais do que em áreas que os humanos transformaram
a seu bel prazer. A dificuldade do teste de Gnose é 2 em um
caern ou nas profundezas das áreas selvagens, 3 na maior
parte das matas (como um parque nacional), 4 em áreas
remotamente assentadas (fazendas, pequenas cidades ou
parques municipais), 5 em áreas densamente povoadas (como
no centro da cidade ou em um shopping center), e 6 em
locais especialmente poluídos ou estéreis (como laboratórios
científicos ou depósitos de lixo tóxico).
Lembre-se, um personagem não pode testar Fúria e
Gnose no mesmo turno.
Vitalidade e Ferimentos
Os lobisomens possuem sete Níveis de Vitalidade, rep-
resentando os vários estágios de ferimento. Eles são: Leve,
Leve, Médio, Médio, Grave, Grave e Crítico. À medida que
os ferimentos se acumulam, marque as caixas de ferimento
na ficha de personagem. Fúria pode ser testada para curar
ferimentos. Quando todos os Níveis de Vitalidade foram
marcados, o personagem cai inconsciente e pode morrer
(veja abaixo).
Dor
Resilientes como são, os lobisomens ainda assim po-
dem sentir dor. Quando um lobisomem alcança o Nível
de Vitalidade Médio, ele sofre -1 dado de penalidade em
todas as suas ações. Quando ele chega ao Nível de Vitali-
dade Grave, ele perde dois dados em todos seus testes. Um
mínimo de um dado é sempre testado, não importa quão
ferido um Garou esteja. Os lobisomens em frenesi ignoram
as penalidades por dor.
Inconsciência e Morte
Quando um lobisomem perde todos os seus Níveis
de Vitalidade, ele cai inconsciente. Ele ainda está vivo,
mas está efetivamente catatônico, incapaz de agir ou de se
mover. Para se recuperar, o lobisomem não pode receber
mais ferimentos por cinco turnos. Após esse período, ele
se recupera até o Nível Crítico. Caso um lobisomem caia
inconsciente e receba mais um nível de dano, ele morre.
Um lobisomem morto está, para sempre, fora do jogo. O
jogador deve criar um novo personagem. Porém, há sempre a
chance de a matilha encontrar o “fantasma” de seu compan-
heiro caído no mundo espiritual para uma última despedida.
Mudar de Forma
A metamorfose, a habilidade de se transformar à vontade
em um lobo ou em um humano, é a característica que mais
define um lobisomem. Os Garou são capazes de passar da
forma humana para a forma lupina, ou assumir a forma
Crinos, a terrível forma guerreira de “homem-lobo”. Para
fazê-lo, o personagem só precisa fazer um teste de Fúria; esse
teste não conta como uma ação, uma vez que a transformação
é instantânea, mas o personagem não pode mudar de forma
e usar sua Gnose no mesmo turno.
Apesar de que as roupas de um lobisomem normalmente
se rasgarem com a transformação, cada tribo executa um
ritual nos novos filhotes que permite que os lobisomens se
transformem com um conjunto de roupas e de um a três
equipamentos (relógios, armas, etc) sem perde-los. As roupas
e equipamentos simplesmente se tornam parte do corpo do
Garou quando ele não está na forma humana.
As três formas disponíveis aos lobisomens são:
Hominídeo: Quando em Hominídeo, um lobisomem é
indistinguível de um humano comum. As Características na
ficha de personagem representam as habilidades na forma
Hominídeo. Um lobisomem em sua forma humana pode
fazer qualquer coisa que um humano seja capaz, e pode
compreender a língua dos Garou, apesar de não conseguir
21
falar tal língua tão bem.
Crinos: A forma Crinos é uma máquina mortífera.
Uma vez e meia mais alta que a forma Hominídeo (um
humano de 1,80 metro se torna um lobisomem de 2,70
metros) e pesando quase meia tonelada, o Crinos possui
partes humanas e lupinas, com a cabeça de um lobo, um
enorme torso, e pernas traseiras semelhantes à de um lobo.
Os braços do Crinos são longos e poderosos, com enormes
garras na ponta dos dedos. Caso necessário, um Crinos
pode se apoiar em suas quatro patas e correr com uma ve-
locidade surpreendente. Porém, o lobisomem só consegue
falar algumas poucas palavras na língua humana por vez
(algo como “Corra!” ou “Morra!”) apesar de conseguir falar
normalmente com outros Garou.
A forma Crinos é sobrenaturalmente forte, rápida e
resistente; enquanto está nessa forma, o nível de Físico do
Garou é aumentado em dois, mas sua Característica Social
é reduzida em dois.
Por fim, a forma Crinos inspira terror em humanos
comuns, que possuem memórias ancestrais dos lobisomens
surgindo em meio às matas para matar a humanidade. Os
humanos que testemunham um lobisomem na forma Crinos
devem fazer um teste Psíquico (dificuldade 6) ou desmaiar
ou fugir em terror imediatamente. Eles eventualmente es-
quecem que viram um lobisomem, à medida que sua mente
apaga a memória (“Oh, devia ser um cara com uma fantasia
do Pé-Grande. Algum tipo de propaganda de filme, sei lá”).
Outras criaturas sobrenaturais são imunes a esse efeito,
22 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
assim como os Parentes dos lobisomens.
Lupino: A forma Lupino é a forma de um lobo comum.
Essa forma tende a ser influenciada pela tribo (Crias de Fen-
ris e Wendigo são grandes lobos cinzentos, Fúrias Negras e
Senhores das Sombras geralmente tem os pelos pretos como
a noite, Garras Vermelhas e Fianna possui uma pelagem
avermelhada, enquanto os Presas de Prata tem os pelos do
mais puro branco). Um lobisomem na forma Lupino não
é capaz de falar as línguas humanas ou usar ferramentas,
apesar de conseguir se comunicar com outros lobos e de
falar a língua Garou.
Na forma Lupino, a Característica Físico de um lobi-
somem é aumentada em 1, mas seu Social é reduzido em um.
Regras
A maior parte da ação em Lobisomem é determinada
pelos jogadores e pelo Narrador, mas temos algumas regras
para ajudar a decidir situações mais complexas.
Esse sistema usa dados de seis face, que estão disponíveis
em lojas de brinquedos ou lojas especializadas. Você pode
até já ter alguns na sua casa retirados do jogo War. Quando
um jogador decide que seu personagem irá tentar uma ação
na qual o resultado é uma incógnita (atacar um inimigo em
movimento, tentar impressionar os anciões, etc.), o Narrador
decide quais das Características é mais relevante para o teste
(Físico, Mental, Social, Psíquico, Fúria ou Gnose). O jogador
pega um número de dados igual ao nível da Característica
em questão do personagem, e o Narrador decide um número
alvo, que chamaremos de dificuldade (um número entre 2
e 6), para a realização do feito. O jogador rola os dados e
caso pelo menos um (ou mais) dos números dos dados for
igual ou superior à dificuldade estipulada pelo Narrador, a
ação é bem sucedida. Do contrário, a ação falha.
Ações Automáticas vs. Dados
A maioria das ações são automáticas. Se a Aileen diz
“Magda, minha personagem, entra no carro e liga o motor”,
nenhum teste é necessário. Isso acontece automaticamente.
Mesmo que haja uma chance de falha em eventos rotineiros
(como escorregar no chuveiro ou bater o seu carro), você não
precisa testar os dados para eventos cotidianos.
Porém, caso Magda esteja tentando ligar o carro em uma
ligação direta, ou se esconder no carro a fim de se proteger
de uma saraivada de balas, então seria necessário testar os
dados, já que há uma grande chance de falha. Os testes dos
dados só começam quando as ações se tornam dramáticas.
Dificuldades
As dificuldades vão de 2 a 6. Uma dificuldade de 2 rep-
resenta o mais fácil dos feitos; uma dificuldade igual a 6, os
feitos mais desafiadores. Quando em dúvida, a dificuldade
padrão é 4. Dificuldades nunca podem exceder o valor de
6 – se o cálculo de uma dificuldade for maior que 6, reduza
o valor final para a dificuldade 6.
Dificuldade Ação
2 Fácil (caminhar sob um muro largo)
3 Rotineira (trocar a bateria do carro)
4 Normal (perseguir uma vítima atenta)
5 Desafiadora (atirar em um alvo a longa distância)
6 Extrema (abrir um cofre de banco)
Número de Sucessos
Cada dado cujo número seja igual ou superior a difi-
culdade é chamado de “sucesso”. Na maior parte das vezes
um único sucesso permite que o lobisomem realize sua ação
desejada. Um número maior de sucessos indica uma melhor
performance. Por exemplo, digamos que um Theurge dos
Uktena (Social 4) esteja tentando persuadir um espírito.
Quatro dados são testados (três de sua Característica Social,
mais um pela aptidão dos Theurges); enquanto um único
sucesso indica uma tentativa aceitável (o espírito não foi
insultado), três ou quatro sucessos são necessários para
ganhar a lealdade e o entusiasmo inquestionável do espírito.
Sucessos Performance
1 “Assim serve”
2 Boa
3 Ótima
4+ Magistral
Exemplo de Jogo
O personagem de Justin, Otto Braço-Torto, está sendo
perseguido por dois Dançarinos da Espiral Negra. Sabendo
que dois contra um não é a melhor das estatísticas, Otto
decide entrar nos túneis de metrô em sua forma lupina,
tentando fugir de seus perseguidores. O Narrador descreve
a estação de metrê e menciona que um trem está prestes a
passar pela área. Justin decide que Otto tentará saltar o vão
antes que o trem passe. O Narrador estabelece que esse é
um feito Físico, dificuldade 5 (Otto vai chegar ao vão antes
do trem, mas ainda assim é um salto difícil). Otto possui
Físico 2, mas esse valor é modificado para 3 por estar na
forma Lupino. Justin rola 3 dados e obtém um 2, 3 e 5 – ele
consegue pular sem ser transformado em pasta pelo trem. O
Narrador decide que, para efeito dramático, os Dançarinos
da Espiral Negra também tentarão pular, mas como eles estão
atrás de Otto, a dificuldade para o salto deles será igual a 6.
Ambos os Dançarinos possuem Físico 3, na forma Lupino 4.
O Narrador rola os dados. Um Dançarino obtém um 3, 3,
1 e 6; conseguindo milimetricamente chegar ao outro lado.
O outro tem um 2, 4, 4 e 5 – e é golpeado violentamente
pelo trem. Agora Otto tem apenas um Dançarino em seu
encalço, mas ele ainda está longe de estar em segurança...
Disputas
Algumas vezes, um personagem estará em conflito com
outra pessoa, outro lobisomem ou um rival, e não em con-
flito com uma situação. Tais eventos são conhecidos como
disputas. Para resolver uma disputa, o jogador testa contra
uma dificuldade (como de praxe), mas o oponente também
realiza um teste com sua própria Característica contra a mesma
dificuldade. As Características podem ser as mesmas, ou não,
dependendo da situação. Aquele que tiver o maior número
de sucessos vence. Em caso de empate, teste mais uma vez.
Quase todas as disputas possuem dificuldade 4. Primeiro,
o agressor testa. Então, o defensor rola seus dados, em uma
tentativa de retirar os sucessos do agressor.
Exemplo: Simon Coroa-Branca (Social 4) está tentando
intimidar com o olhar um filhote rebelde (Psíquico 2). O
jogador de Simon testa 4 dados e obtém 1, 2, 4 e 5 – dois
sucessos. O jogador do filhote testa seus dois dados e tira
2e 5 – um sucesso. Simon vence a disputa – e o filhote se
submete a contragosto ao ancião.
Drama
A vida de um lobisomem é repleta de perigos e suspense.
A seção a seguir analisa algumas das situações que provavel-
mente surgirão no curso de uma tarde de jogo, assim como
algumas regras para lidar com tais situações.
23
Tempo
Lobisomem usa um sistema leve para manter seus reg-
istros de tempo. Apesar de que os Narradores certamente
possam registrar a passagem das horas e dos dias, o tempo
do jogo é, comumente, medido em turnos, cenas e histórias.
Turno: Um turno normalmente dura cerca de três segun-
dos. Ele é usado ao decidir situações dramáticas que envolvam
decisões e ações tomadas em segundos, como um combate.
Em um turno, cada personagem pode fazer uma ação, a
menos que esteja usando Fúria para ganhar velocidade extra.
Cena: Uma cena é uma sequência de eventos em um
mesmo lugar e momento, assim por dizer. De forma que
tanto uma luta brutal com uma gangue de fomori e quanto
uma assembleia tribal constituem em uma cena, apesar da
assembleia durar muito mais do que a luta.
História: Uma história é toda uma sequência de eventos
na qual os personagens participam. Ela possui uma trama,
um clímax e uma resolução.
Exemplo: No filme Star Wars: Episódio IV – Uma Nova
Esperança, cada golpe dos sabres de luz de Obi-wan e Darth
Vader leva um turno para acontecer; a cena do triturador de
lixo da Estrela da Morte é, claro, uma cena; e o filme todo
corresponde a uma história.
Iniciativa
De vez em quando é importante saber quem age primeiro.
Um lobisomem que salte surpreendendo seu oponente
supostamente tem a iniciativa, por exemplo.
Para determinar as iniciativas, compare as Características
nessa ordem:
Fúria mais alta
Físico mais alto
Mental mais alto
Empate: Role um dado; o resultado mais alto vence.
Continue testando até que o empate seja resolvido.
Exemplo: Magda Punho de Ferro é encurralada por
um cruel Dançarino da Espiral Negra que quer mata-la para
se provar diante de sua profana matilha. Ambos possuem
Fúria igual a 5; são os dois guerreiros capazes. Uma vez que
nenhum possui alguma vantagem, o Narrador compara o
nível de Físico dos dois. Magda e o Dançarino possui 5
em Físico (estão os dois em Crinos). Ao comparar a Car-
acterística Mental, o Narrador percebe que Magda possui
nível 3, enquanto o Dançarino possui uma Característica
Mental igual a 1. Magda ataca primeiro. Caso o Dançarino
da Espiral Negra tivesse um nível 3 em Metal, o Narrador e
o jogador de Magda simplesmente testariam um dado cada,
com quem obtivesse o maior resultado agindo primeiro.
Todas as ações extras recebidas através de um teste de
Fúria ocorrem após todos terem feito suas primeiras ações. A
iniciativa das ações extras são determinadas como de costume.
24 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
Combate
Os Garou são criaturas de sangue e de guerra, acostu-
mados a travar suas batalhas. Com seu pavio curto e extenso
treinamento de combate, eles estão sempre prontos para fazer
o sangue jorrar quando a situação pede por isso.
O combate é conduzido em turnos de três segundos.
Ele usa o sistema de ação já estabelecido. A iniciativa é de-
terminada normalmente, e a maioria das ações de combate
são consideradas como feitos Físicos. Existem dois tipos
básicos de combate: corpo-a-corpo e combate a distância.
Corpo-a-Corpo
Combate corpo-a-corpo acontece com os punhos, armas
naturais (garras e presas) ou armas brancas. A iniciativa é
determinada como sempre. Os ataques são feitos na ordem
da iniciativa. A cada turno um combatente pode escolher
golpear, agarrar ou esquivar.
•Golpear: O agressor testa Físico (dificuldade 4).
Quem está sendo atacado defende automaticamente (teste
Físico, dificuldade 4). Caso o agressor tenha um número
igual ou superior ao do defensor, ele golpeia com sucesso
seu oponente.
•Agarrar: O agressor testa Físico (dificuldade 4). Quem
está sendo atacado defende automaticamente (testando
Físico, dificuldade 4 também). Caso os sucessos do agressor
sejam equivalentes ou maiores do que o defensor, ele agarra
com sucesso seu oponente. A cada turno a partir de então,
o agressor causa dano automaticamente, e o defensor está
preso até que golpeie ou cause dano em seu agressor, nesse
ou em um turno subsequente.
•Esquiva: Esquivar ativamente requer uma ação – a
pessoa que se esquiva não pode fazer nada mais, nem atacar,
nesse turno. Porém, ao se esquivar o combatente ganha +2
em seu teste Físico para evitar os golpes de seu inimigo.
Caso o personagem que se esquiva supere os sucessos de
seu inimigo, ele ganha a iniciativa para o próximo turno!
Ao se esquivar, um personagem não pode testar Fúria para
ganhar ações extras.
Dano: Caso o agressor acerte seu golpe, ele causa um
número de Níveis de Vitalidade de dano igual à sua Carac-
terística Físico, ou (caso esteja usando garras, presas ou uma
arma branca) igual ao seu nível em Físico +1.
 Absorção: Como os lobisomens são sobrenaturalmente
resistentes a ferimentos, eles podem tentar absorver o dano
sofrido assim como um boxeador consegue ignorar alguns
socos. Um lobisomem ferido deve fazer um teste de Físico
(dificuldade 5). Caso bem sucedido, ele recebe apenas
metade do dano, arredondado para cima (mínimo de um
Nível de Vitalidade).
Combate a Distância
Em um combate a distância, o lobisomem deve possuir
uma arma de arremesso ou uma arma de fogo. A cada turno,
o lobisomem pode arremessar um objeto ou disparar um
tiro, desde que possua objetos a serem arremessados ou
munição para disparar. Testes de Fúria podem aumentar a
taxa de disparos.
•Disparar: Ataques a distância acontecem a distâncias
longas, médias ou à queima-roupa. Os ataques feitos a
longa distância possuem dificuldade 5; a média distância,
dificuldade 4; e à queima-roupa, dificuldade 4. (Porém, à
queima-roupa, o defensor tem a opção de entrar em combate
corpo-a-corpo com seu agressor!)
•Esquiva: Um defensor pode se esquivar normalmente,
como descrito acima, apesar disso não dar ao defensor a
iniciativa no próximo turno, caso seja bem sucedido. Um
defensor também pode executar uma corrida de esquiva. Uma
corrida de esquiva gasta uma ação inteira, e o defensor não
recebe quaisquer bônus em sua Característica Físico; porém,
ele automaticamente diminui a distância entre ele o atirador
em um nível de distância (por exemplo, se ele estiver em
uma distância longa, ele agora está a uma distância média).
Ao se esquivar, um personagem não pode testar Fúria para
ganhar ações extras.
•Carga: Um defensor pode decidir simplesmente re-
alizar uma carga no atirador. Isso exige uma ação inteira, e o
defensor não pode se defender contra o tiro em sua direção.
Porém, no final do turno, o defensor está a uma distância
corpo-a-corpo e pode atacar no próximo turno.
Dano: Dano de armas de fogo e objetos arremessados
é um pouco diferente do dano causado em combate cor-
po-a-corpo. Um objeto arremessado causa um número de
Níveis de Vitalidade igual aos sucessos do agressor no teste
de ataque +1. Um tiro causa um número de Níveis de Vital-
idade igual aos sucessos do agressor no teste de ataque +3.
Absorção: Tiros e objetos arremessados podem ser
absorvidos normalmente.
Prata
A maior dos lobisomens é a prata, o metal lunar.
Um simples tocar na prata causa um Nível de Vitalidade
por turno enquanto o contato durar. Esse dano não pode
ser absorvido. Os Garou são incapazes de absorver dano
causado por armas de prata.
Frenesi
A Fúria de um lobisomem tem um lado sombrio. Sempre
que a Fúria de um Garou é poderosa demais, ela pode assumir
o controle, levando o lobisomem a um estado selvagem e
irracional. Esse terrível estado é conhecido como frenesi.
Sempre que um lobisomem se enfurece ou é humilhado,
ele deve fazer um teste para ver se entra ou não frenesi. Para
fazer isso, o jogador testa a Fúria do lobisomem (dificuldade
5, ou 4 se a lua estiver cheia). Caso o jogador tenha três
ou mais sucessos, o lobisomem entra em frenesi. Ele deve,
imediatamente, atacar a fonte provocadora de seu frenesi.
Os lobisomens em frenesi podem ignorar os efeitos da dor
(eles estão ou com muita raiva ou com muito medo para
registrar a dor). O frenesi dura por uma cena, ou até que a
fonte provocadora tenha sido erradicada,
Viagem no Mundo Espiritual
O mundo espiritual está logo ali, do outro lado da
realidade. Em aparência, ele é bem parecido com o nosso,
exceto pela eterna luz da lua e os espíritos das coisas são o
que há de mais importante por lá. Por exemplo, uma região
ruim da cidade pode parecer como uma terra devastadas no
mundo espiritual, e um lixão tóxico pode ser uma tempestade
ululante de espíritos corrompidos da Wyrm. Por outro lado,
as profundezas de uma floresta podem parecer ainda mais
puras e majestosas do que sua contraparte física.
Os Garou podem acessar o mundo espiritual ao “percor-
rer atalhos”, transformando seus corpos físicos em corpos de
pura matéria espiritual. Uma vez que estejam do outro lado,
eles estão livres para vagar pelos reinos dos espíritos – e para
travar batalhas por lá, pois a Guerra acontece no mundo
espiritual assim como chegou em qualquer outro lugar.
Enquanto estão no mundo espiritual, os lobisomens
não conseguem interagir com as pessoas do mundo físico.
Eles podem entrar no análogo espiritual de um prédio sem
a segurança os impedir, mas eles também não perceberão
um vampiro passando por eles no mundo físico. Além
disso, os lobisomens no mundo espiritual provavelmente
encontrarão espíritos da região. Uma área selvagem pode
ser lar de espíritos do urso e do lobo, enquanto uma área
urbana provavelmente abriga espíritos da eletricidade, da
doença e do metal. Esses espíritos podem ajudar os Garou
caso sejam abordados de maneira apropriada e agradados.
Claro, o mundo espiritual não é um refúgio completamente
seguro – os Garou ainda correm o risco de encontrar Mal-
ditos, os espíritos da Wyrm, que são os inimigos imortais
de toda a Gaia.
Perseguições
Em alguns momentos, os personagens querem perseguir
outros personagens. As perseguições são resolvidas como a
iniciativa, baseada na tabela a seguir:
25
 Forma Lupino
Forma Crinos
Físico
Mental
Empate: teste um dado, como em iniciativa
Exemplo: Pata-de-Fogo está perseguindo um lobo que
foi possuído por um Maldito. Ela está em sua forma Lupino
– mas seu adversário também está na forma de lobo. Ela pos-
sui um nível 3 em Físico quando nessa forma – assim como
seu oponente. Seguindo a tabela, o Narrador olha o nível 2
em Mental de Pata-de-Fogo. O Mental do lobo possuído é
igual a 1. Pata-de-Fogo alcança o lobo possuído, e vai tentar
capturá-lo para que o Theurge da matilha exorcize o Maldito.
Interação Social
Apenas um tolo tenta resolver tudo com derramamento
de sangue. Os Garou são criaturas sociais e, geralmente,
precisam recorrer às intrigas sociais para estabelecer sua
posição na hierarquia da matilha ou da seita. Existe um
grande número de desafios sociais que podem aparecer
em um jogo; alguns deles, junto com sugestões de como
resolvê-los, estão listados abaixo.
•Intimidação: O lobisomem pode tentar intimidar seu
alvo através de ameaças físicas (use a pontuação em Físico),
condescendência social (use Social) ou ofensas verbais (utilize
a Característica Mental). Ao lidar com outros lobisomens,
a forma mais comum de desafio e intimidação é através da
defrontação (use a Característica Psíquico). A vítima pode
resistir com seu nível em Psíquico. O teste melhor sucedido
vence.
•Liderança: O lobisomem pode dar comandos, mas deve
fazer um teste Social para convencer um alvo hesitante. Caso
o alvo esteja inclinado a desobedecer, ele pode realizar um
teste Mental para resistir. O teste mais bem sucedido vence.
•Papo Rápido: O lobisomem faz um teste Social; a
parte que está sendo seduzida usa Psíquico para resistir. O
teste mais bem sucedido vence.
Furtividade
O lobisomem que espreita sua presa testa Físico (difi-
culdade 4); a presa, o alvo, etc., testa Mental (dificuldade 4).
Se o lobisomem vencer, ele permanece sem ser detectado.
Caso a presa vença, ela percebe o lobisomem. Se ambos
empatarem, a presa “acha que ouviu algo” ou “viu algo com
o canto dos olhos” (testes futuros para detectar o lobisomem
são feitos com dificuldade 3).
26 LOBISOMEM: O APOCALIPSE - KIT INTRODUTÓRIO
Rastrear
O lobisomem deve estar na forma Lupino para rastrear
através do faro. Para rastrear uma presa, o lobisomem faz um
teste Mental (dificuldade de 4 a 6, dependendo de como
está o rastro). Algumas circunstâncias podem tornar o ras-
treamento impossível, como caso a presa tenha atravessado
um riacho ou caminhado em meio a uma rua movimentada.
Ideias de Histórias
•Primeira Mudança: Os personagens são lobisomens
que estão se descobrindo. Nessa história, os jogadores e o
Narrador jogam os detalhes da Primeira Mudança de cada
personagem, e como eles são, subsequentemente, levados
para suas tribos. A Mudança aconteceu através de um trau-
ma? Haviam testemunhas perigosas, como servos da Wyrm?
Os personagens se ressentem dos anciões que os tiraram de
suas antigas vidas? Os personagens reagem mal à nova vida,
ou assumem prontamente seu papel como Garou? Como
eles viram uma matilha e qual o primeiro desafio que devem
encarar juntos?
•Políticas de Caern: O líder do caern foi desafiado por
um dos outros anciões, e uma disputa de poder acontece
no caern local, à medida que os lobisomens se dividem
de acordo com seus alinhamentos tribais. Os personagens
também serão divididos com o resto do caern, ou a matilha
trabalhará para encerrar pacificamente a disputa? E se as
forças da Wyrm se aproveitarem da divisão entre os Garou
para caçar os guerreiros de Gaia e seus Parentes?
•Parentes em Perigo: Algo está caçando os Parentes
locais; talvez sejam vampiros, fomori ou alguma outra ameaça.
Como os lobisomens descobrirão onde o caçador atacará
da próxima vez? Essa também pode ser uma boa história
para introduzir uma subtrama romântica, já que talvez um
dos Parentes em perigo esteja apaixonado por seu Garou
protetor – talvez até mesmo exigindo lutar lado a lado dos
lobisomens para provar seu valor.
•A Matilha da Perdição: Os personagens se deparam
face a face com uma corrompida imagem espelhada deles
mesmo – uma matilha de Dançarinos da Espiral Negra.
Esses malditos e corrompidos lobisomens decidem que os
personagens são parte de seus projetos “pessoais” – eles
tentarão caçar os personagens, um por um, ou seduzi-los a
entrar para as legiões da Wyrm. Como a matilha lidará com
um inimigo que possui os seus mesmos poderes e astúcia?
Personagem: Raça:
Jogador: Augúrio:
Tribo: Totem:

Aptidão:
Vantagem:
Fraqueza:
Características
Físico Social Mental Psíquico
Hominídeo OOOO Hominídeo OOOO OOOO OOOO

Crinos OOOOOOO Crinos OOOOOOO Fúria Gnose

Lupino OOOOO Lupino OOOOO OOOOOO OOOOOO

Descrição Vitalidade
Hominídeo: _________________________________ Leve q
____________________________________________
Leve q
_____________________________________________
Crinos: _____________________________________ Médio q
____________________________________________ Médio q
_____________________________________________ Grave q
Lupino:_______________________________________
Grave q
_____________________________________________
_____________________________________________ Crítico q

Posses
________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________
 Kit Introdutório
Lobisomem: o Apocalipse é um jogo bastante simples, mas você pode
explorar o Mundo das Trevas e se aprondudar em seu detalhado cenário
com o material abaixo.
Werewolf 20th Anniversary Edition.
Em sua edição mais atual, a linha de Lobisomem: o
Apocalipse tem seu cenário expandido e atualizado para você
jogar com seus amigos. Indo do livro básico aos recantos da
Umbra, passando por outros metamorfos e pelos covis dos
inimigos dos Garou.
Produzido pela Onyx Path e disponível no Storytellers
Vault.

Universo Brasil em Fúria

Desenvolvido pelo Nação Garou, o cenário brasileiro
ganha forma e Fúria, trazendo os Garou e sua guerra para
nosso país. Uma caminhada por um Brasil repleto de
espíritos, outros metamorfos e, claro, inimigos.
Disponível no Storytellers Vault.