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12.

RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

12.1. CONCEITO DE SOLICITAÇÃO DRENADA E NÃO DRENADA

O modelo abaixo simula o mecanismo de deformação devido ao


adensamento de um solo saturado. A tensão aplicada no êmbolo do pistão é
parcialmente absorvida pela mola e parcialmente pela água existente no
interior deste.

Caso a válvula esteja fechada, não haverá deslocamento do êmbolo do


pistão e a tensão aplicada será absorvida totalmente pela água. Caso a
válvula esteja aberta, o êmbolo do pistão se deslocará e a tensão aplicada
será absorvida totalmente pela mola.

No entanto, caso a válvula esteja parcialmente aberta ou caso a velocidade


de aplicação da carga externa seja superior a velocidade de saída da água
pela válvula, no instante inicial a tensão aplicada será absorvida
completamente pela água. A medida que a água vai sendo escoada para
fora, o êmbolo do pistão se deslocará e a tensão será transferida
progressivamente para a mola.

v
válvula

mola
água

Analogamente, o solo saturado apresenta o mesmo mecanismo de


deformação após a aplicação de uma tensão externa ou seja:

t = ‘ + U

onde: t = tensão total aplicada;


‘ = tensão efetiva (tensão existente nos contatos entre os grãos);
U = pressão neutra (tensão existente na água).
Caso a permeabilidade do solo seja baixa ou caso a velocidade de aplicação
da tensão seja superior a velocidade de saída de água do solo,
imediatamente após aplicação da tensão externa:

t = U e ‘  0

Com o tempo a carga é transferida progressivamente para a tensão efetiva.

t = ‘ e U0

Pela teoria, a velocidade dos recalques é proporcional a velocidade de


aplicação da carga e inversamente proporcional a permeabilidade do solo. A
deformação do solo se deve unicamente à redução dos vazios pela saída da
água dos poros com o tempo, com conseqüente dissipação das pressões
neutras.

A resistência ao cisalhamento é função das forças friccionantes entre


partículas (a água não resiste ao cisalhamento), logo depende diretamente
da carga absorvida pelo esqueleto.

2.2. PRINCÍPIO DA TENSÃO EFETIVA

As tensões cisalhantes não são absorvidas pelos fluidos existentes nos


vazios, porém tensões normais são absorvidas tanto pelo esqueleto sólido
quanto pelos fluidos. Este conceito tem uma razão prática que é a obtenção
indireta da tensão efetiva através da equação:

‘ = t - U

A tensão total é facilmente calculada, pois representa a tensão normal


existente em um determinado ponto do plano. A pressão neutra também pode
ser facilmente obtida através de medidores de carga hidráulica. No entanto,
a tensão efetiva é impossível de ser obtida de forma direta, daí a finalidade
prática da fórmula acima.

2.3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

Abaixo está apresentado outro modelo análogo:

N

cola
A resistência ao deslocamento da caixa por sobre o plano inclinado pode ser
dividido em duas parcelas: atrito caixa-solo e a cola.

Enquanto o atrito caixa-solo é um fenômeno puramente físico e depende da


rugosidade entre as superfícies, a cola é um fenômeno químico e é eliminada
após um pequeno deslocamento da caixa.

O solo analogamente apresenta duas parcelas quanto a resistência ao


cisalhamento: atrito interno do solo e intercepto coesivo.

O coeficiente de atrito interno do solo (denominado ) pode ser dividido:


(a) atrito grão a grão - é função apenas do tipo de mineral que compõe o
grão;

(b) entrosamento entre grãos (“interlocking”) - depende de como os grãos


estão encaixados, logo é função da compacidade do material. É responsável
pelo aumento do volume durante o cisalhamento.

O intercepto coesivo (denominado C) pode ser dividido:

(a) coesão verdadeira - só é significativa em partículas finas e se deve


principalmente ao processo de cimentação entre grãos (ex.: óxido de ferro ou
magnésio);

(b) coesão aparente - efeito de tensões negativas capilares. Ocorre apenas


em solos parcialmente saturados, pode ser eliminada se ocorrer a saturação
do solo (daí “aparente”).

2.4. ENSAIOS DE LABORATÓRIO PARA DETERMINAÇÃO DOS


PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA

2.4.1. Cisalhamento Direto

Consiste em cisalhar uma amostra de solo prismática por um plano


preestabelecido (o plano horizontal).

Etapas de ensaio:

(a) aplica-se uma tensão normal e espera-se a dissipação das pressões


neutras se a amostra estiver saturada (FASE DE ADENSAMENTO);
(b) aplica-se uma tensão tangencial de modo a gerar um deslocamento
relativo entre as partes da caixa de cisalhamento e anotar a tensão máxima
de cisalhamento (FASE DE CISALHAMENTO);
(c) após a ruptura repetir o procedimento pelo menos três vezes com corpos
de prova diferentes, sempre duplicando a tensão normal (ex.: 25 KPa, 50
KPa, 100 KPa, 200 KPa, etc.);
(d) traça-se a envoltória interceptando os três pontos.

Vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
equipamento simples e de fácil ruptura em um plano determinado
operação

controle de velocidade do ensaio conhecer o estado de tensão em apenas um


plano a priori (o horizontal)
custo relativamente baixo tensões não uniformes no plano de ruptura
(efeito da ruptura progressiva)
não é possível a medição das pressões
neutras
não é possível o controle de drenagem

Desenho esquemático da caixa de cisalhamento:

n pedra porosa

SOLO 

Gráficos obtidos:

- gráfico  x n


x

x

x

x
C

n

- gráfico  x x (deslocamento horizontal da caixa)

CP3
CP2
CP1

x

- gráfico v (deslocamento vertical da caixa) X x (deslocamento horizontal


da caixa)

v
CP1

x
CP2
CP3

2.4.2. Ensaio de Cisalhamento Triaxial

Consiste em cisalhar uma amostra de solo cilíndrica por um plano qualquer.

Etapas de ensaio:

(a) aplica-se uma tensão confinante isotrópica ( 1 = 3) em uma amostra


de solo saturada ou não (FASE DE ADENSAMENTO OU CONSOLIDAÇÃO);
(b) aplica-se um acréscimo de tensão axial até que atinja a ruptura do CP
(1 = tensão desviadora) (FASE DE CISALHAMENTO);
(c) após a ruptura repetir o procedimento pelo menos três vezes com corpos
de prova diferentes, sempre duplicando a tensão confinante (ex.: 25 KPa, 50
KPa, 100 KPa, 200 KPa, etc.);
(d) traça-se os círculos de Mohr respectivamentes e determina-se a
envoltória.

Vantagens e desvantagens:

Vantagens Desvantagens
várias trajetórias de tensões custo relativamente elevado

controle de drenagem ensaio axi-simétrico (considera dois


planos com mesmo estado de tensões)
conhecimento do estado de tensão em
qualquer plano
o plano de ruptura não é
predeterminado
obtenção da pressão neutra em
qualquer estágio do ensaio
Desenho esquemático da célula do triaxial:

1 pedra porosa

3 3
pedestais SOLO

drenagem
aplicação da
do CP
tensão confinante

Tipos de ensaios triaxiais segundo a drenagem:

(a) CD (ou S) - adensado drenado - ex.: fundação em areia;

(b) UU (ou Q) - não adensado não drenado - ex.: enchimento súbito de


barragens;

(c) CU (ou R) - adensado não drenado - ex.: rebaixamento rápido em


barragens.

Gráficos obtidos:

(a) Ensaio CD

- gráfico  x n

‘
C’
n
- gráfico (1 - 3) X x

(1 - 3)

CP3
CP2

CP1

x

- gráfico v (variação volumétrica do CP) X x

v
CP1

x
CP2
CP3

(b) Ensaio UU

- gráfico  x n

Su

n
- gráfico v (variação volumétrica do CP) X x

v
CP1
CP2
CP3
x

(c) Ensaio CU

- gráfico  x n

‘

C’

C
n

A família de círculos intermitentes refere-se às tensões efetivas assim como


a respectiva envoltória fornece os parâmetros do angulo de atrito interno
efetivo (‘) e o intercepto coesivo efetivo (C’).

A família de círculos cheios refere-se às tensões totais assim como a


respectiva envoltória fornece os parâmetros do angulo de atrito interno total
() e o intercepto coesivo total (C).

O círculo total para um determinado estado de tensões possui o mesmo raio


do círculo efetivo respectivo, no entanto está deslocado no valor da pressão
neutra (U).

- gráfico (1 - 3) X x

(1 - 3)

CP3
CP2
CP1

x

- gráfico v (variação volumétrica do CP) X x

v
CP1
CP2
CP3
x

2.5. CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB

Quando a tensão cisalhante em determinado ponto do CP se iguala a


resistência ao cisalhamento, ocorre a ruptura.

(a) Critério de Mohr

A tensão cisalhante em um ponto do CP é função das tensões normal e


cisalhante no plano de ruptura.

n
A envoltória de resistência tangencia os círculos de ruptura e é curva.

Apenas o circulo tangenciado pela envoltória apresenta uma combinação de


tensões ortogonais capaz de levar o CP a ruptura. O ponto de tangencia
representa o plano de ruptura. A inclinação da reta que une o centro do
circulo ao ponto de tangencia representa o dobro da inclinação do plano de
ruptura em relação ao plano de aplicação da tensão principal maior.

A tensão principal menor ou tensão de confinamento no triaxial é


denominada 3 e a tensão principal maior ou tensão axial do triaxial é
denominada 1. O acréscimo na tensão principal que leva o CP a ruptura
() é denominada tensão desviadora.

 1
n 
(n,) 3 3

2.

n
1

Aspectos importantes:

. Como determinar a envoltória?


Ensaiar corpos de prova até a ruptura com diferentes tensões de
confinamento. Traçar a envoltória tangente aos diversos círculos de ruptura
encontrados.

. Qual a inclinação do plano de ruptura ( )?


Através da figura: 2. = 90º + 

 = 45º + /2
O plano de ruptura usualmente não é o plano de tensão de cisalhamento
máxima.

. O critério considera 2 = 3.


. A intercessão do circulo de ruptura pela envoltório em dois pontos é
considerada impossível.

(b) Critério de Coulomb

Coulomb verificou que dentro de uma certa faixa de “ “, a envoltória curva
poderia ser associada a uma reta.


C
n
A inclinação da envoltória seria o angulo de atrito interno do material e C o
intercepto coesivo.

O valor das tensões normal e de cisalhamento poderiam ser obtidas em


qualquer plano de inclinação  com o plano de aplicação da tensão principal
maior do CP dado as tensões principais ortogonais na ruptura.

 = 1 - 3 . cos (2.)
2

n = 1 + 3 + 1 - 3 . sen (2.)
2 2

2.6. TRAJETÓRIA DE TENSÕES

É interessante representar a mudança do estado de tensões em um


elemento de solo graficamente. Isso pode ser feito de duas formas através
do círculo de Mohr ou através do diagrama p X q. O círculo de Mohr
demonstra-se confuso devido aos inúmeros círculos gráficos necessários.

 q
trajetória de
tensões

n p

Onde: p = 1 + 3 (centro do círculo)


2

q= 1 - 3 (raio do círculo)
2

Os círculos de tensões são representados pelo ponto de coordenada (centro,


raio). Essas coordenadas são do plano de tensão cisalhante máxima (que
forma 90º) ou 45º com o plano de aplicação da tensão principal maior no CP.

As trajetórias podem ser também definidas em termos de tensões totais e


efetivas:
(a) Tensões totais

p= 1 + 3 ;
2

q= 1 - 3
2

(b) Tensões efetivas

p’ = 1’ + 3’ = (1-U) + (3-U) = 1 + 3 - U = p - U;


2 2 2
q’ = 1’ - 3’ = (1-U) - (3-U) = 1 - 3 =q
2 2 2

Logo, a distancia entre a trajetória de tensões totais (TTT) e a trajetória de


tensões efetivas (TTE) é igual a pressão neutra U. A altura das trajetórias
total e efetiva é a mesma.

Com relação ao ensaio triaxial convencional (compressão axial), a TTT será


para a direita inclinada de 45º.

Os pontos últimos da família de trajetórias de um mesmo ensaio, podem ser


unidos por uma reta que representa a envoltória do diagrama p x q. Essa
envoltória nos fornece uma inclinação ( ) e um intercepto (a).

q

a
p

Como a envoltória do diagrama p x q associa os pontos do plano de tensão


cisalhante máxima e a envoltória de Mohr associa os pontos do plano de
ruptura, torna-se claro que apenas no caso particular de envoltória
horizontal, as inclinações são semelhantes, assim como os respectivos
interceptou. Dessa forma, o usual é as inclinações das envoltórias de Mohr e
do diagrama p x q serem diferentes (   ), assim como os respectivos
interceptos (C  a). Isso vale tanto para as tensões totais como para as
tensões efetivas.
Existe uma relação entre os parâmetros das envoltórias de Mohr e do
diagrama p x q:

com relação as tensões totais: a = C . cos ;


tan  = sen .

com relação as tensões efetivas: a’ = C’ . cos ‘;


tan ‘ = sen ‘.

Para as envoltórias valem as respectivas equações:

 = C’ + n’. tan ‘
q = a’ + p’. tan ‘.

2.7. COMPORTAMENTO DRENADO EM AREIAS

Como as areias possuem uma alta permeabilidade, em geral não existem


problemas com relação a geração de pressões neutra nas solicitações de
maciços arenosos.

- gráfico  x n


compacta

‘
fofa
C’
n

- gráfico (1 - 3) X x

(1 - 3)

compacta

fofa
x

- gráfico v (variação volumétrica do CP) X x

v
compacta

x
fofa

As areias compactas apresentam uma resistência maior que as areias fofas e


consequentemente ângulos de atritos internos maiores. Isso ocorre devido
ao entrosamento das partículas.

Também devido ao entrosamento das partículas, é observado um aumento


volumétrico durante o cisalhamento quando uma partícula tenta transpor a
outra. Após atingir o pico de resistência, haverá a transposição das
partículas e consequentemente, na condição residual, tanto a areia fofa,
quanto a compacta tende a mesma resistência.
Fatores que afetam a resistência ao cisalhamento em areias:

(a) índice de vazios - se o índice de vazios diminui, logo a densidade relativa


da areia aumenta o que aumenta a resistência ao cisalhamento;

(b) tensão confinante - Influencia de duas formas:


se o nível de tensão confinante é relativamente baixo, o acréscimo desta
ocasiona maior resistência, no entanto, se o nível de tensão confinante é
relativamente alto, o acréscimo desta ocasiona quebra dos grãos, o que
reduz o entrosamento e consequentemente a resistência ao cisalhamento;

(c) distribuição granulométrica - quanto mais bem distribuída for, maior é o


entrosamento entre grãos e consequentemente maior é a resistência ao
cisalhamento;

(d) tamanho dos grãos - não ocasiona sensíveis influências;

(e) resistência dos grãos - quanto maior é a resistência dos grãos, menor a
quebra destes durante o cisalhamento, consequentemente maior será a
resistência;

(f) formato dos grãos - areia com grãos angulosos possui maior resistência
que areia s com grãos arredondados;

(g) presença de água - não influencia a resistência drenada


significativamente, porém colabora para a lubrificação entre os grãos o que
aumenta o entrosamento entre eles.
Ângulos de atrito interno típicos em areias puras:

AREIA FOFA COMPACTA


Bem graduada
grãos angulosos 37º 47º
grãos arredondados 30º 40º
Mal graduada
grãos angulosos 35º 43º
grãos arredondados 28º 35º

Índice de Vazios Crítico:


Após a ruptura, já na condição residual, tanto a areia compacta como a fofa
possuem a mesma estrutura. Este índice de vazios é denominado índice de
vazios crítico.

Teoricamente se a areia no estado natural já tiver este índice de vazios, não


ocorrerá variação significativa de volume durante o cisalhamento.

2.8. COMPORTAMENTO DRENADO EM ARGILAS

Só é possível se o ensaio de cisalhamento for realizado lentamente para que


não ocorra surgimento de pressões neutras. Essa técnica poderá ser
acompanhada por outros recursos tais como: drenagem dupla, amostras de
tamanho reduzidos e drenagem radial.

2.8.1. Argilas Normalmente Adensadas

O comportamento com relação ao cisalhamento é muito semelhante


“qualitativamente” ao comportamento de areias fofas, ou seja: redução
volumétrica durante o cisalhamento, a envoltória passa próxima a origem e
ausência de “pico” no gráfico tensão deformação.

2.8.2. Argilas Pré-adensadas

O pré-adensamento torna a argila mais rígida, aproximando os grãos e


aumentando a resistência ao cisalhamento.

O comportamento das argilas pré-adensadas durante o cisalhamento pode


ser comparado “qualitativamente” ao das areias compactas, ou seja:
acréscimo de volume durante o cisalhamento, presença de intercepto
coesivo (que será tanto maior quanto maior for a relação de pré-
adensamento) e redução da resistência após atingir uma resistência máxima
(pico).

Na condição residual, pode-se observar que o cisalhamento destroi o efeito


de pré-adensamento, e as curvas de resistência pós “pico” tendem a se
encontrarem.
2.9. RESISTÊNCIA NÃO DRENADA EM ARGILAS

Ocorre na maioria dos casos práticos em argilas, quando a velocidade de


carregamento é superior a velocidade de dissipação das pressões neutras.

Tipos de ensaios não drenados: CU e UU.

2.9.1. Ensaio CU.

2.9.1.1. Argila normalmente adensada

Para argilas normalmente adensadas, os gráficos de tensão X deformação,


quanto o diagrama de Mohr são semelhantes ao ensaio drenado. Porém, é
claro, que no caso de ensaio não drenado, não existirá a gráfico de variação
volumétrica e sim da variação de pressão neutra que acompanhará
aproximadamente o mesmo formato do primeiro.

U (+)

x
Ou seja, a trajetória de tensões efetivas (TTE) ficará a esquerda da trajetória
de tensões totais (TTT):

q ‘

a’
a
p
A TTE forma geralmente uma parábola, devido o aumento da pressão neutra
durante o cisalhamento.

Observar que qf = qf’


2.9.1.2. Argilas Pré-Adensadas

A medida que aumenta a razão de pre-adensamento (OCR), aumenta a


resistência do solo e consequentemente a tendência de expansão da
amostra durante o cisalhamento.

A expansão da amostra durante o cisalhamento pode causar o aparecimento


de pressões neutras negativas, aumentando consequentemente a tensão
efetiva.

U (+)

x
(-)

q

a ‘
a’
p

Na verdade, a resistência obtida a partir de ensaios CU é afetada por:

(a) tensão principal intermediária ( 2);


(b) duração da fase de adensamento;
(c) velocidade de cisalhamento;
(d) anisotropia do solo;
(e) amostragem (amolgamento da amostra e reorientação das partículas);
(f) variação das tensões efetivas (campo, amostragem, equalização e
ensaio);
(g) outras (temperatura, evaporação, etc.)
EXERCÍCIOS DE CLASSE - RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

1. Considere um solo cujas envoltórias de tensões efetivas e totais, são


respectivamente,  = n‘.tan 25º e  = n.tan 14º. Considere ainda que um
corpo de prova deste material é inicialmente adensado em uma câmara
triaxial para 4 tf/m2. Pede-se:

a) O valor da tensão desviadora máxima se o corpo de prova for cisalhado


segundo uma trajetória de tensões totais 1=3 de forma drenada;

b) O valor de qf se o corpo de prova for cisalhado de forma drenada por


extensão lateral;

c) Os valores das tensões principais total, efetiva e neutra na ruptura, para


um corpo de prova cisalhado por compressão axial de forma não drenada;

d) As tensões normal e tangencial no plano que faz 30º com o plano de


atuação da tensão principal maior.

2. Dois corpos de prova são adensados isotropicamente com tensões de 3


tf/m2 e 5 tf/m2. Observou-se que as tensões desviatórias máximas foram,
respectivamente, 2 tf/m2 e 3 tf/m2 obtidas em ensaios triaxiais drenados.
Pede-se:

a) A equação da envoltória de tensões efetivas;

b) O valor de qf se o corpo de prova for cisalhado de forma drenada em um


ensaio triaxial convencional com uma tensão de confinamento de 7 tf/m2;

c) Sabendo que a equação da envoltória de tensões totais é  = n.tan 10º


+ 0,5. Determinar as tensões principais total e efetiva e neutra na ruptura
para dois corpos de prova cisalhados por compressão axial de forma não
drenada, adensados inicialmente para 1 tf/m2 e 8 tf/m2;

d) As tensões normal e tangencial no plano que faz 10º com o plano de


atuação da tensão principal maior para um corpo de prova adensado
isotropicamente para 2 tf/m2.

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