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Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Pós-Graduação em Química

Inorgânica Avançada

Deyvisson da Mota Santos


Química de Coordenação

A TOM Aplicada a
Complexos
Teoria do Campo Cristalino

 A TCC, é um modelo conceitual simples, para a formação de complexos,


mas que também nos possibilita boas interpretações sobre:

Espectros;

Parâmetros Termoquímicos;

Propriedades Magnéticas.

 Essas interpretações são feitas através dos valores encontrados para ΔO.

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Problemas e Limitações:

 Trata os ligantes apenas como cargas pontuais, não levando em


consideração as sobreposições dos orbitais dos ligantes e dos átomos
centrais.

 Não fornece uma explicação sobre qual a razão da ordem em que os


ligantes estão dispostos na série espectroquímica.

I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3- , F- < HO- < ox2- < OH2 <
NCS- < CH3CN < NH3 < en < bpy < phen < NO2- < PR3 < CN- < CO

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Teoria do Campo Ligante

 Alguns dados experimentais não podiam ser interpretados com


base apenas na TCC.

 Então, a partir de 1950, a TCC sofreu modificações:

 Considerou-se também a possibilidade de interações dos orbitais


dos ligantes e dos orbitais d do átomo central.

Foi proposta por J. S. Griffith e L. E. Orgel em 1957

5 Teoria do Campo Ligante - TCL


Principal evidência dos OM’s: O Efeito Nefelauxético

Indica, que existem elétrons sendo compartilhados entre os orbitais


metálicos e dos ligantes, pois experimentalmente percebe-se, que a repulsão
elétron-elétron em um complexo é menor quando comparada ao respectivo íon
livre.

As repulsões elétron-elétron caem devido a expansão da nuvem eletrônica, pois


orbitais atômicos (menores) dão lugar a formação de orbitais moleculares
(maiores).

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O Efeito Nefelauxético = “Expansão da Nuvem Eletrônica”
“Expansão da Nuvem
Eletrônica”

 O desdobramento hiperfino observado no espectro, resulta do acoplamento


dos momentos magnéticos de spin dos ligantes com os momentos magnéticos
dos spins eletrônicos do metal.

 Num íon isolado, um elétron


produziria espectros com apenas um
pico de transição

 Os picos indicam, que os elétrons do


metal e dos ligantes estão no mesmo
orbital, nos OM’s.

Evidencia experimental: o espectro de RPE do complexo K2[IrCl6] em K2[PtCl6]


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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Formação dos Orbitais Moleculares

 Para a formação de uma molécula diatômica simples (H2, por


exemplo) a combinação linear de funções de onda Ψ± = χA ± χB
fornece duas soluções possíveis:

 Ψ+ = χA + χB - interferência construtiva dos


orbitais
 Ψ- = χA - χB - interferência destrutiva dos
orbitais
Ψ+ = χA + χB

χA χB

Ψ- = χA - χB
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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Densidade de Probabilidade: Orbitais moleculares do H2

ΨA ΨB ΨA ΨB

ΨA + ΨB ΨA - ΨB

|ΨA + ΨB|2 |ΨA - ΨB|2

 OM’s Ligantes  OM’s Antiligantes


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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Teoria dos Orbitais Moleculares (TOM)

 TOM considera interações covalentes


Ex.: hidrogênio molecular
Orbital antiligante
Energia s1s*

1s 1s

átomo H s1s átomo H


Orbital ligante

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Comparação entre a TCC e a TOM, para o complexo [ML]+
Energia
TCC
Metal hipotético – 1 elétron
Ligante hipotético – 2 elétrons

10 Dq ( ) M+ + ( ) L -> [ML]+

Orbitais sp
Ácido hipotético M+ TOM
Complexo [ML]+
Energia
OM antiligante
OM não ligante
10 Dq

sp
Orbital doador
Orbitais sp
Ácido hipotético M+
OM ligante
11 OM no complexo
Ácido M+ Base L
hipotético
Orbitais moleculares de alguns complexos octaédricos

Dispor os ligantes
Utiliza para formar os OM’s segundo os eixos
a Combinação Linear de cartesianos;
Orbitais Atômicos e
Moleculares (CLOA-OM).
Formando assim, 15 orbitais:
1s, 3p e 5d do metal e mais 6
orbitais dos ligantes.
A TOM aplicada a complexos

Cada ligante deve ter um


orbital disponível para fazer a
ligação com o metal -> frontal Orbitais com energias
(ligação sigma); apropriadas;

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Interações Metal-Ligante do tipo σ (sigma)

 Na formação de um complexo octaédrico os quais, cada ligante (L)


possui uma ligação simples com o centro metálico. Neste caso os
orbitais do átomo central se dividem em 04 (quatro) grupos
distintos:

Orbital do metal Indicação de Degenerescência


simetria
s a1g 1
px, py, pz t1u 3
dxy, dxz, dyz t2g 3
dx2-y2, dz2 eg 2

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
 Na formação de um complexo octaédrico, seis CLOA-OM são
observadas:

s
a1g: σx + σ-x + σy + σ-y + σz + σ-z

pX py pz
t1u: σx - σ-x t1u: σy - σ-y t1u: σz - σ-z

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
dx2- Y2
eg: σx + σ-x - σy - σ-y

dZ2
eg: 2σz + 2σ-z - σx - σ-x σy - σ-y

 Como os orbitais triplamente degenerados


t2g do centro metálico (dxy, dxz, dyz)
estão entre os eixos cartesianos, por isso,
não interagem construtivamente para a
formação de combinações lineares.

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
As operações matemáticas, de
acordo com CLOA-OM, também
envolvidos nas ligações metal-
Definição da geometria ligante;
do composto, nesse caso
octaédrico;

TCL, é sintetizada com


as seguintes etapas:

Construir o diagrama de
Seleção dos orbitais atômicoss e energias dos OM’s do composto
moleculares envolvidos nas de coordenação, resultante das
ligações metal-ligante; combinações lineares.

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Diagrama de energia: complexos octaédricos de metais
da 1ª série de transição.

t*1u
Energia
a*1g
4p orbitais
antiligantes s*
4s e*g
orbitais não
0 ligantes
t2g
3d a1g + eg + t1u

orbitais
do metal eg
orbitais dos
ligantes s
t1u
OM’s
ligantes s a1g
0 = 10Dq
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FONTE: http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
OM de menor energia
desocupado: LUMO (pode ser
estimado conhecendo-se a
energia de transição HOMO a
: diferença de energia entre LUMO e o valor de HOMO).

os OM’s não-ligantes (t2g) e os


antiligantes (e*g).

TCL para compostos octaédricos

As superposições mais
OM de maior energia ocupado: eficientes são as dos orbitais s
HOMO (pode ser estimado a e p, com os orbitais dos
partir da energia de ionização). ligantes -> menor energia

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TCL para compostos octaédricos

Comparanda com a TCC,a


o complexo será de spin baixo diferença entre os OM’s t2g e
ou spin alto, dependendo da eg*, é determinada
eficiência das ligações experimentalmente e definida
covalentes entre o metal e os com 10Dq = 
ligantes

Na formação do complexo, esses


orbitais podem interagir com os orbitais
s e  dos ligantes que tenham a mesma
simetria.

Supondo um complexo octaédrico que


tenha como átomo central, um elemento
da primeira série de transição, cujos
19 orbitais de valência são 3d, 4s e 4p
TCL para compostos octaédricos

Os orbitais moleculares ligantes do


tipo s são mais estáveis do que os
do tipo . enquanto os orbitais s*
são menos estáveis do que os *.

As energias dos orbitais passíveis de participar


das ligações metal-ligante formando os OM’s
estão na seqüência:

s dos ligantes <  dos ligante < 3d < 4s < 4p.


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Ex.: Considere um elemento da
primeira série de transição formando
um complexo octaédrico, como, por
exemplo, o [CoF6]3-, e outro
[Co(NH3)6]3+

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t1u*
[CoF6]3-
a1g*

4p Co3+ = 6 e-
6 x F- = 12 e-
4s Total = 18 e-
eg* alto spin

o
3d
t2g 6 x OGL
eg
Co3+
t1u

a1g
Energia
ML6n+
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http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
[CoF6]3-

OM antiligantes s*

o =

Orbitais doadores s

OM ligantes s

Orbitais do Co(III) Orbitais do ligante


Orbitais moleculares

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FONTE:FARIAS, R. F. Química de coordenação: fundamentos e atualidades. Campinas,SP: Editora Átomo,2009.2ª ed.
t1u*
[Co(NH3)6]3+

a1g*

4p
Co3+ = d6 = 6 e-
4s 6 x NH3 = 12 e-
eg* Total = 18 e-
baixo spin
o

3d
t2g 6 x OGL
eg

t1u

a1g
Energia Mn+ ML6n+
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FONTE: http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
[Co(NH3)6]3+

o =

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FONTE:FARIAS, R. F. Química de coordenação: fundamentos e atualidades. Campinas,SP: Editora Átomo,2009.2ª ed.
Interação Metal-Ligante do tipo π (pi)

 Três tipos de orbitais presentes em ligantes são aptos (simetria e


energias compatíveis) para efetuarem ligações π com os orbitais d do
centro metálico:

dmetal pligante dmetal dligante dmetal π* ligante

 Como a ligação π ocorre entre eixos cartesianos, neste caso os


orbitais metálicos t2g (dxy, dxz, dyz) terão condições de interagir
com orbitais de simetria adequada presentes nos ligantes.
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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Ligantes do tipo π-doadores (ou π-básicos)

 São aqueles que possuem orbitais de simetria π entorno do eixo de


ligação M–L já preenchidos por elétrons. Os íons Cl-, Br-, OH-, O2- e
H2O são exemplos típicos.
eg*
eg*  Os elétrons π dos ligantes são
10Dq OM
10Dq antiligante depositados nos OM t2g
ligantes, enquanto os elétrons d
t2g
* do centro metálico irão ocupar o
(t2g)* nível energético dos OM t2g
dxy, dxz, dyz anti-ligantes, fazendo com que o
valor de 10Dq seja reduzido.
OM  dos
Orbitais  do ligantes
Metal
 (t2g) OM ligante
Energia

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Ligação π-básica no complexo [CoF6]3-

σ*
eg*
eg*
10Dq OM antiligante
10Dq

t2g * t2g)*
dxy, dxz, dyz

OM  dos
Orbitais do Co (III) fluoretos
 (t2g) OM ligante
Energia

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Ligantes do tipo π-aceptores (ou π-ácidos)

 São aqueles que possuem orbitais de simetria π entorno do eixo de ligação


M–L vazios e, desta forma, podem receber elétrons provenientes do
metal. Compostos tais como CO, CN-, N2, R2S e PR3 são exemplos típicos
destes ligantes.

* (t2g)*
 Como o OMs t2g* possui energia
elevada (maior caráter de ligante) são
Energia

os OMs t2g que irão acomodar os


t2g elétrons oriundos do metal (maior
eg* caráter metálico). Neste caso o valor
eg*
de 10Dq será então acrescido.
10Dq
Ligantes
10Dq
t2g

Metal  (t2g)
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http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
A ligação π-ácida no complexo [Mn(CO)6]+

* (t2g)*
Energia

σ* (eg*) t2g
eg*
Ligantes
10Dq

10Dq
t2g

Metal  (t2g)
d6
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http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
A Série Espectroquímica e a Teoria do Campo Ligante

Ligantes de
“campo fraco”
I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3- ,
F- < HO- < ox2- < OH2 < NCS- <
CH3CN < NH3 < en < bpy < phen <
NO2- < PR3 < CN- < CO
Ligantes de
“campo forte”

 Agora é possível notar que ligantes π-básicos são tipicamente fracos,


pois reduzem a magnitude de 10Dq, enquanto ligantes π-ácidos são
tipicamente de campo forte, pois o valor de 10Dq é acrescido após o
enlace entre os orbitais metálicos e os orbitais do ligante.

Aumento do 10Dq

π-básicos < π-básicos fracos < σ-típicos <π-ácida

31 I-, Cl-, Br-, F- OH2 NH3 PR3, CO


Evidências Experimentais da ligação π em complexos

 Uma técnica analítica bastante útil para detectarmos a presença


de ligações π em complexos é a espectroscopia na região do
infravermelho (IV).

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Ligações π em carbonil-complexos

 A absorção de radiação infravermelha pela tripla ligação do ligante CO


isolado é em 2143 cm-1, entretanto é detectado significativas
variações deste valor em diferentes carbonil-complexos.

 Considerando as duas séries de compostos descritos abaixo:

Composto Frequência (cm-1) Estado de


Oxidação
C=O 2143
[Mn(CO)6]+ 2090 +1
[Cr(CO)6] 2000 0
[V(CO)6]- 1860 -1
[Ti(CO)6]- 1748 -2

[Ni(CO)4] 2060 0
[Co(CO)4]- 1890 -1
[Fe(CO)4]2- 1790 -2
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FONTE:FARIAS, R. F. Química de coordenação: fundamentos e atualidades. Campinas,SP: Editora Átomo,2009.2ª ed.
 Os resultados indicam que quanto mais elevado o NOX do metal
(maior deficiência eletrônica) menor é sua capacidade de efetuar a
retrodoação eletrônica. A situação inversa também é observada.

 Desta forma é possível, através da


técnica de IV, inferir sobre a ordem
de ligação do sistema M–C–O de
maneira indireta.

Sem retrodoação; Com retrodoação;


CO com maior CO com maior
caráter de tripla; caráter de dupla;
> νC-O no IV > νC-O no IV
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Diagrama de energia para a ligação metal-carbonil

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http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Apostila_coordena%C3%A7ao_organometalicos.pdf
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Orbitais Moleculares de Compostos Tetraédricos

 A TOM também pode ser aplicada em complexos tetraédricos,


utilizando a CLOA-OM

Interação Metal-Ligante do tipo σ (sigma)

 Considere a formação de um complexo tetraédrico nos quais cada


ligante (L) possui uma ligação simples com o centro metálico. Neste
caso os orbitais do átomo central se dividem em 04 (quatro) grupos
distintos:

Orbital do metal Indicação de Degenerescência


simetria
s a1 1
dx2-y2, dz2 eg 2
dxy, dxz, dyz t2g 3

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
 Com a formação de um complexo, quatro combinações lineares
compatíveis são visualizadas:

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FONTE: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
Diagrama de OM’s para complexos
Tetraédricos
Energia

t 2*

4p Orbitais antiligantes

a1*
4s
t 2*
Orbitais não
ligantes
10Dq
3d
e
Orbitais d do
Metal 4 x OGL
a1

Orbitais
t2
ligantes
40
Orbitais moléculares
O complexo K2[CoCl4]
tetraédrico (apenas
Energia
ligações σ)

t 2*
Orbitais antiligantes
4p

a1*
4s

t 2* Orbitais não
ligantes
10Dq
3d

Orbitais d do e
4 x OGL
cobalto (II)
a1
Orbitais
t2 ligantes
41 Orbitais moléculares
1eu Complexo quadrado planar de
Energia K2[PdCl4]. (apenas ligações σ)
3a1g

a2u Orbitais antiligantes


4p

1b1g

4s
2aug Orbitais não
ligantes
10Dq
b2g eg
3d

Orbitais d do
paládio (II) 1eu
1b1g
Orbitais
1a1g ligantes
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Referências Bibliográficas

1.http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_2___Teoria_
do_Campo_Ligante___TCL___PDF.pdf
2.http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Aula_complexos_4_TOM.pdf
3. FARIAS, R. F. Química de coordenação: fundamentos e atualidades. Campinas,SP: Editora
Átomo,2009.2ª ed.
4. Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora Edgard
Blücher Ltda. 360-370. 1999.
5.http://www.ceunes.ufes.br/downloads/2/ananeryfm-Apostila_coordena%C3%A7ao_organ
ometalicos.pdf

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Pela atenção

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