37º CURSO DE CANTO LITÚRGICO

ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA
FOLHETO COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO
AGOSTO / 2009
!FONTES!
!
Apostila da 47ª Assembleia de Itaici - SP
Apostila Cantos e Orações para a Liturgia da Missa!
Apostila Cantando os Salmos e Aclamações anos A, B e C
Apostila de Cursos de Liturgia e Canto Pastoral, Ir. Míria - 2008
Apostila Liturgia VII - TC
Apostila Liturgia VIII - Advento
Apostila Liturgia IX - TC
A música Litúrgica no Brasil – Estudos da CNBB - 79
Apostila Partes fixas Ordinário da Missa
Cursos de Canto Litúrgico - Arquidiocese de Goiânia
Documentos sobre a Música Litúrgica, 11
Hinário Litúrgico - CNBB
Lecionário Dominical, anos A, B e C
Voz, O Livro do Especialista vols. I e II

EQUIPE!DO!FOLHETO!
!
Ir. Lúcia Silva, imc
Jane Garcia Greco
Mons. João Daiber
Pe. Antonio Donizeth do Nascimento
Pe. Marcos Rogério, SPadV

EQUIPE COLABORADORA

Geremias Lima (teclado)

Ir. Lúcia Silva, imc (violão e voz mezzo-soprano)
Ir. Ana Maria R. Fernandes, FMA Salesiana (órgão)
Luis Wagner Pereira, (teclados)
Marilurdes de Andrades Santos (soprano)
Maria Eloísa M. Mendes (soprano)
Maria Aparecida (contralto)
Paulo Henrique M. Pimentas, (violão)
Weslley Damásio Cruz (barítono)
ABERTURA DO CURSO

Cântico das criaturas ........................................................................................ 05

ABERTURA DA CELEBRAÇÃO

Deus, nosso Pai protetor .................................................................................. 07

Vou lhes preparar no céu (Fiéis Defuntos) ................................................... 08
O Senhor virá libertar o seu povo (Advento) ............................................... 09
O Senhor vai falar-nos de paz ......................................................................... 10
Uma voz fez-se ouvir (Advento) .................................................................... 12
Somos um povo................................................................................................. 14
O Senhor necessitou de braços ....................................................................... 15

HINO DE LOUVOR

Hino de Louvor – I ........................................................................................... 17

Hino de Louvor – II .......................................................................................... 18
Hino de Louvor – III ......................................................................................... 20

SALMOS

14 - Senhor, quem morará?, 22º DTC ............................................................. 21

146 - Bendize, ó minha alma, 23º DTC........................................................... 22
19 - A lei do Senhor Deus é perfeita, 26º DTC ............................................. 23
127 - O Senhor te abençoe de Sião, 27º DTC ................................................. 24
89 - Saciai - nos, ó Senhor, 28º DTC ................................................................ 25
125 - Maravilhas fez conosco o Senhor, 30º DTC e 2º Adv. . ...................... 26
17 - Eu vos amo, ó Senhor, 31º DTC ............................................................... 27
145 - Bendize, minha’alma, bendize ao Senhor 32º DTC ............................ 28
92 - Deus é Rei, 34º DTC .................................................................................. 29
24 - Senhor meu Deus, 1º Dom. Adv. ........................................................... 30
Is 12 - Exultai cantando alegres, 3º Adv. ...................................................... 31
79 - Iluminai a vossa face sobre nós, 4º Dom. Adv. .................................... 32
95 - Hoje nasceu para nós o Salvador (Natal, Missa da noite) ................... 33
97 - Os confins do universo (Natal, Missa do dia ) ...................................... 34
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

Aclamação ao Evangelho I ............................................................................ 35

Aleluia! Deus, nosso Pai, 22º DTC.................................................................. 35
Aleluia! Jesus Cristo pregava o Evangelho, 23º DTC .................................. 35
Aleluia! Eu de nada me glorio, 24º DTC ....................................................... 35
Aclamação ao Evangelho II ............................................................................ 36
Aleluia! Pelo Evangelho o Pai, 25º DTC ........................................................ 36
Aleluia! Vossa palavra é verdade, 26º DTC .................................................. 36
Aleluia! Se amarmos uns aos outros, 27º DTC ............................................. 36
Aclamação ao Evangelho III .......................................................................... 37
Aleluia! Felizes os pobres, 28º DTC ............................................................... 37
Aleluia! Jesus Cristo, 30º DTC......................................................................... 37
Aleluia! Quem me ama realmente, 31º DTC................................................. 37
Aclamação ao Evangelho IV .......................................................................... 38
Aleluia! Jesus Cristo veio servir, 29º DTC ..................................................... 38
Aclamação ao Evangelho V ............................................................................ 39
Aleluia! Felizes os pobres em Espírito, 32º DTC .......................................... 39
Aleluia! É preciso vigiar e ficar acordado, 33º DTC ................................... 39
Aleluia! É bendito aquele que vem, 34º DTC .............................................. 39
Aclamação ao Evangelho VI .......................................................................... 40
Aleluia! Mostrai-nos, ó Senhor, 1º Dom. Adv. ........................................... 40
Aleluia! Preparai os caminhos, 2º Dom. Adv. ............................................ 40
Aleluia! O Espírito do Senhor, 3º Dom. Adv. ............................................. 40
Aleluia! Eis a Serva do Senhor, 4º Dom. Adv. ............................................ 40

APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS

Muito suspira por ti .......................................................................................... 41

Bendito seja Deus Pai, 27º ao 34º DTC .......................................................... 43
Bendito e louvado seja ..................................................................................... 44
Bendito sejais, Senhor....................................................................................... 46

COMUNHÃO

Deus presente, 23º ao 25º DTC ...................................................................... 47

É melhor com apenas um olho, 26º ao 30º DTC ........................................... 49
É preciso ficar acordado, 31º , 32º e 33º DTC .............................................. 51
Cristo Rei, 34º DTC .......................................................................................... 53
ENCERRAMENTO DO CURSO

Eu te agradeço Senhor ..................................................................................... 54

Função ministerial do canto litúrgico ............................................................ 55

Instrumento vocal a serviço da liturgia cantada .......................................... 57
Referências Bibliográficas ................................................................................ 59

Vou cantar ao Senhor, enquanto eu viver.

Vou tocar ao meu Deus, enquanto existir!
(Sl 146, 2)
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54
 FUNÇÃO MINISTERIAL DO CANTO LITÚRGICO

O canto litúrgico, como função ministerial, tem o poder de criar comunidade,

ligar as pessoas entre si, e mais eficazmente pôr as pessoas em sintonia com o Mistério,
com Deus. Conforme o Doc.79 da CNBB, o canto litúrgico, por natureza, está
intimamente vinculado à palavra, é a própria palavra que se desabrocha em melodia e
ritmo; desta forma será a expressão mais suave e forte da Palavra
Bem sabemos que a música litúrgica tem sua história milenar e é de origem
Bíblica. São coletâneas de fatos vivenciados com profundas experiências de Deus, ao
longo da caminhada, como podemos citar, o Cântico de Miriam e Moisés, (Ex.15),
celebrando a passagem dos hebreus pelo mar Vermelho. O Cântico dos Cânticos, são
poemas líricos expressando a fé de Israel que brotou do amor conjugal; os Salmos, as
experiências de Deus, nos mais variados contextos do povo de Israel e que hoje temos
como referencial para alimentar a nossa fé cristã; os cantos do povo das comunidades
primitivas, que são as Bem-aventuranças, registrados nos Evangelhos de Mateus e
Lucas, os três cânticos de Lucas; que marcam a infância de Jesus, o canto de “Maria,
Zacarias e Simeão, os hinos Paulinos, hino batismal de Pedro e em Ap 4,8 encontramos
aclamações como o “Santo”.
O processo de renovação litúrgica tem dado passos na tentativa de criar uma
música na linguagem do povo, enraizada na tradição bíblico-litúrgica e nas experiências
eclesiais da América Latina e do Brasil. Para a formação dos ministradores da música
litúrgica, pode-se contar com as contribuições de vários cursos. Entre eles temos Curso
Ecumênico Litúrgico Musical (CELMU), Campanhas da Fraternidade, publicações de
artigos, CDs com músicas de vários autores e letras originais do Hinário, DVDs de
celebrações litúrgicas, revistas mensais de liturgias, publicações de Documentos da
CNBB, quatro edições do Hinário Litúrgico, Oficio Divino das Comunidades, refrãos
meditativo, encontros nacionais de músicos e compositores da música litúrgica e cursos
de cantos litúrgicos e pastorais em quase todas as dioceses do Brasil.
Embora considerando crescente a caminhada da música litúrgica em nossas
comunidades, percebe-se que há muito a construir e aperfeiçoar, tanto em relação à
música litúrgica, quanto ao ministério da música litúrgica em si. Aspectos em maiores
evidências estão relacionados a excesso de ruídos sonoros durante as celebrações,
estrelismo, ausência de interiorização durante as liturgias, falta de conhecimento da
hierarquia de importância dos cantos litúrgicos, falta de critérios de seleção de cantos
tanto para o período litúrgico adequado, como para momentos rituais, uso da música
como preenchimento de lacunas nas celebrações, vozes estridentes, desafinações, posses
de microfones, som mal equalizado para as vozes e poluição sonora, instrumentos que
abafam as vozes, monopólio da e na equipe, falta de sintonia da equipe ministerial como
um todo, corais cantando pelo povo e falta de formação em muitos aspectos. Estes são
elementos que nos remetem à retomada da nossa prática e nos direcionam em busca de
ações coerentes para melhor servir. Sabemos que é também gratificante perceber que
nossas comunidades se constituem de pessoas que buscam aprimorar seus
conhecimentos e dons, a serviço do Reino de Deus. Todas as colaborações, por menores
que sejam, são doadas com amor e tornam-se grandiosas e edificantes na construção das
comunidades. É como a "oferta da viúva", não importa o tamanho e sim a intensidade
de amor doado.
Os documentos da CNBB sobre a música litúrgica no Brasil, sobretudo o 79,
apresentam orientações quanto à forma de vivenciar a liturgia cantada. Oxalá todas as
comunidades pudessem obtê-los. Eis aqui algumas dessas orientações acerca da
realidade mencionada a iniciar pelo !"#$!%&'(%!($)*#+!(,#-)'.#+!/( Este tem como

55
função, integrar a todos, orientar na escolha dos cantos dosando o repertório, promover
equilíbrio entre tradição e novidade, animar o canto da assembleia e nunca predispô-la
negativamente dizendo que o canto é difícil ou feio. Cuidar da performance, utilizando-
se de recursos que contribuam com o bem-estar físico e emocional para que haja
harmonia ao cantar. Quanto ao '0.0"-01 recomenda-se que tenha formação litúrgico-
musical, e mantenha sintonia com os diversos ministérios. Seus gestos e toda a sua
pessoa devem estimular a participação da assembleia no canto e, se possível, reger de
cor. Quem rege a música litúrgica deve dar orientações não só técnicas, mas litúrgico-
espiritual aos coralistas. A função ministerial do +&'!,1 é animar o canto da assembleia,
guiar e sustentar a voz do povo, dar um colorido mais próprio a cada uma das
celebrações do ano litúrgico, enriquecer o canto do povo e criar espaços de descanso
que fomentem a contemplação lembrando o que o Pio XII recomendou ressaltado no
2&+3$0"-&*(*&4'0(!(5)*#+!(6#-3'.#!( 778(9:0";!$(0 $(+&"-!(!*(0<#.="+#!*(%!(
+&$3"#%!%0(+'#*->1($!#*(%&(?30(&(+'#-@'#&(0(&(.&*-&(A0**&!#*(%&*(!'-#*-!*B/( Cada
membro do coral deve participar dos ritos do início ao fim da celebração e manter o
cuidado (de posicionar-se de forma a não impedir a visão do povo durante a celebração.
Quanto ao *!,$#*-!1(&( seu ministério é específico e poderá exercer com
habilidade artística, proclamando os textos bíblicos, de maneira especial o Salmo
Responsorial. É permitido ao salmista, durante o canto da Assembleia, cantar sempre a
melodia principal evitando uma segunda voz ou contracanto. Não se deve por hipótese
alguma, admitir “cantores profissionais” contratados apenas para “dar show” durante as
celebrações litúrgicas.
Referente aos #"*-'3$0"-#*-!*1 recomenda-se que, ao exercerem sua função
ministerial, devem estar envolvidos na ação litúrgica, tocar de forma adequada ao
momento celebrativo e à natureza da assembleia, nunca abafar a sua voz e a do coral,
manter equilíbrio entre os instrumentos e ter presente que tocar instrumento em
celebração litúrgica exige atitude espiritual e harmonia, pois conforme((2&+3$0"-&* (
*&4'0(!(5)*#+!(6#-3'.#!(77(A/(CDE( “F!'!(!%$#-#'(0(3*!'(#"* -'3$0"-&*("!(,#-3'.#!1(%0G0(
,0G!'H*0(0$(+&"-!(&(.="0'&1(!(-'!%#I>&(0(!(+3,-3'!(%0(+!%!(A&G&B( /( Os instrumentos
mais usados em destaque são: o violão que é de tradição bíblica folclórica das cordas; o
órgão, este de enraizamento histórico nas liturgias; a flauta, de tradição bíblica,
folclórica e indígena; e a percussão, de tradição bíblica, ibérica, indígena e africana. Os
instrumentos podem ser de grande utilidade na liturgia na medida em que prestam
serviço à Palavra cantada, ao rito e à comunidade em oração.
A Palavra “Liturgia” por si mesma já significa ação, e a música, a mais
espiritual de todas as artes, na sua função ministerial, está intimamente ligada à ação
litúrgica, quer seja na oração, favorecendo unidade como dando solenidade aos ritos
sagrados. Portanto, para defini-la como litúrgica, é necessária análise criteriosa
observando os seguintes critérios: que seja texto bíblico ou inspirada na Bíblia; que
tenha linguagem poética e simbólica e tenha caráter orante; que tenha melodia própria;
que expresse o mistério vivido de determinada comunidade como: “luta, perseguição,
martírio, a pobreza”; que seja adequada ao tipo de celebração e ao tempo litúrgico; que
esteja em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração; que esteja de acordo com
o tipo de gesto ritual; e que seja profunda e artística e fácil para cantar. Afirma o Doc.
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 INSTRUMENTO VOCAL A SERVIÇO DA LITURGIA CANTADA

Desde o início da vida, a voz humana torna-se um dos meios de integração

mais poderosos do ser. Os primeiros sinais da comunicação acontecem ainda nos
primeiros dias de vida através do choro, riso, grito, olhar e os próprios atos reflexos do
corpo. A voz é um instrumento que não apenas transmite a mensagem, mas possibilita
criar elo entre Deus e as pessoas. Para Behlau (2005), a voz, além de seu papel como
transmissora da palavra, é também um meio de expressão de emoção e age como um
espelho refletindo o eu interior da pessoa. Para que a voz seja transmitida com
harmonia, é necessário que haja estabilidade emocional e integridade física no sistema
fonatório que é composto pelos pulmões, diafragma, laringe, faringe e cavidades de
ressonância e articulação.
A voz é produzida no aparelho fonador com ação das pregas vocais que são
duas e se localizam na laringe. A laringe localiza-se no pescoço. O processo fonatório
se dá da seguinte forma: durante inspiração, o ar entra pelo nariz, passa pelas pregas
vocais e chega até os pulmões. Com a passagem do ar, as pregas vocais afastam-se e
ficam em estado de repouso. Na expiração, o ar que vem dos pulmões, novamente passa
pelas pregas vocais e, nesta ocasião, elas se aproximam e vibram com a pressão do ar.
Durante o movimento vibratório, o som produzido é de baixa intensidade. Para
acontecer a amplificação do som, ele passa pelas cavidades de ressonância que são
laringe, faringe, boca e nariz. Simultaneamente, é articulado na boca, através dos
movimentos da língua, lábios, mandíbula, dentes e palato. Dessa forma acontece a
emissão com palavras.
Para entender a voz, Andrade in Lopes Filho (2005) comenta que não é
suficiente conhecer o seu funcionamento mecânico: é necessário também reconhecer as
importantes informações que ela transmite. Os fatores que podem influenciar na
qualidade da voz, tanto falada como cantada, são inúmeros e costumam ser de origem
interna, externa ou orgânicas. É importante também levar em consideração o gênero e
idade, pois deles dependem a estrutura anatômica
Ao se tratar de saúde preventiva da voz, é importante ter em mente que as
reações do corpo humano são únicas e que dependem de cada pessoa em cada momento.
As técnicas e exercícios podem surtir efeitos de acordo com o ajuste muscular das
pregas vocais. Por essa razão, podemos dizer que exercícios não são como “receitas de
bolo”. É necessária orientação adequada e ou acompanhamento especializado durante os
procedimentos das técnicas. Grande parte dos transtornos vocais assim como as
lesões começam com o uso excessivo ou mau uso da voz. Com o esforço muscular
aumentado instala-se uma debilidade que resulta em fadiga vocal. É considerável a
incidência de cantores com ajustes musculares inadequados tanto para canto como para
a fala. Com intuito de contribuir com a melhor qualidade e prevenção da voz,
apresento a você ministrador(a) da música litúrgica, algumas orientações e
recomendações para o uso da voz de forma adequada com atenção para os fatores que
podem ser nocivos.
Conforme Pinho(2005), pigarrear ou raspar a garganta é um ato que na grande
maioria das vezes acontece involuntariamente e é comum sobretudo em cantores com
situações de nervosismo. Quando pigarreamos, estamos raspando uma prega vocal na
outra gerando uma região de atrito na região da produção do som. Nessa situação,
sugere-se ingerir líquido para que diminua a secreção e viscosidade nas pregas vocais.
No caso da tosse, acontece abuso vocal para as pregas vocais por baterem forte uma
contra a outra. Tanto a tosse seca quanto a tosse com secreção devem ser tratadas com
procedimentos médicos evitando consequências em outras regiões além do trato vocal.

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 O grito é um ato extremamente agressor para a prega vocal. Com o grito, o ar
passa em alta velocidade e agride a mucosa. Esta poderá romper tecidos gerando lesões.
O que se recomenda é evitar o grito
Expor-se ao ar condicionado por longo período não é aconselhável porque o
ar condicionado diminui a umidade e resseca toda a mucosa. Recomenda-se ingerir
líquido com frequência e em caso de gravação em estúdios precaver-se de alterações.
Outro fator que tem grande influência com o padrão vocal é a competição sonora pelo
esforço feito nas pregas vocais em produzir forte intensidade de som para sermos
ouvidos e entendidos. Nesta ocasião o som fica agudizado e a laringe alta gerando
tensão. O contrário a essa situação é falar com voz muito baixa (sussurro) por longo
tempo. O esforço muscular acontece da mesma forma provocando consequências
semelhantes.
Cantar ou falar com postura incorreta, para Boone e McFarlane (2003), além
de comprometer a qualidade sonora poderá comprometer a intensidade, frequência e
extensão causando desafinação e falta de sustentação do som. Pela compressão do
diafragma; o fluxo aéreo diminui. A postura em pé para emissão da voz cantada é de
fundamental importância pelo fato de manter a laringe flexível, a corrente de ar livre e a
articulação precisa. O corpo canta. Quanto ao microfone, é necessário que esteja
posicionado de acordo com a intensidade e frequência da voz. Recomenda-se distanciar
um palmo da boca quando o volume da voz é forte e em média de 4 dedos em caso de
voz com fraca intensidade. Estas medidas evitam “puf nos lábios”. A equalização
sonora determinará uma melhor qualidade na projeção do som. O retorno do som é de
fundamental importância para evitar distorção da voz, e abuso vocal e desafinação tanto
em ambientes abertos como fechados.
O tabagismo e o etilísmo causam efeitos consideráveis no trato vocal. A
fumaça irrita a parede da faringe e da laringe, e poderá criar edemas nas pregas vocais,
provocando pigarro devido à produção de secreção. Conforme Behlau e Pontes (2006),
o cigarro é o maior causador de câncer de laringe e pulmão. Aconselha-se evitar. A
ingestão de álcool causa imunodepressão e uma espécie de anestesia temporária. Esta se
torna razão de ataques vocais bruscos.
A automedicação está muito presente em pessoas com disfonias, que é
qualquer alteração no padrão da voz. São várias as consequências provocadas pelo uso
de remédios. Aconselham orientações médicas. Os sprays e pastilhas possuem efeito
anestésico semelhante ao álcool e aumentam a quantidade de viscosidade na prega
vocal.
Recomenda-se fazer aquecimento vocal, para contribuir com o alongamento e
flexibilidade das pregas vocais, favorecendo desta forma, melhor emissão. O
desaquecimento deixa as pregas vocais no padrão muscular adequado para a fala.
Ingerir líquidos com frequência pelo menos de meia em meia hora, um gole,
ajuda manter a laringe hidratada.
Quanto à alimentação, derivados do leite, sobretudo chocolate e iogurte,
aumentam a viscosidade, estes não são aconselháveis em dias de uso da voz cantada. As
conservas, gorduras, excesso de massa e condimentados podem gerar refluxo em
pessoas mais sensíveis e, dependendo de cada organismo, afetam a mucosa da prega
vocal. O sono é fundamental para boa produção vocal.
Recomendações importantes: em todo e qualquer sintoma que poderá vir a
manifestar-se na sua voz, principalmente secura, pigarro, cansaço, fadiga muscular,
dores, coceira e sobretudo rouquidão sem gripe, não espere mais de três dias. Procure
especialista na área.

Ir. Lúcia Silva, imc

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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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N&"&!3%#&,&.#!/ 2. ed. Ribeirão Preto: Tecmed, 2005.

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PINHO, Sílvia M. Rebelo. N3"%!$0"-&*(0$(N&"&!3%#&,&.#!8 tratando os distúrbios da

voz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

_____________________. :VA#+&*(0$(O&P/ Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

OBSERVAÇÕES: Utilizamos dos espaço de liberdade para repetir durante a gravação,

os refrãos com o objetivo de favorecer o aprendizado das músicas sobretudo para os que
não se beneficiam das partituras. Na partitura, verão que algumas não apresentam sinais
de repetição e achamos por bem mantê-las originais.

No canto da apresentação das Oferendas “ Bendito Sejais, Senhor “, na segunda estrofe

há uma variação quanto aos nomes “videira e terra”. Optamos por videira. Considerando
que a partitura é composta de forma livre, sem compasso, não interferimos nos gráficos
originais. Desta forma, ficará mais fácil também para cantar.

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