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Romanos 9.9-21
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10 E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11 Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal ( para que o propósito
de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama
),
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se
compadece.
17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu
poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua
vontade?
20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a
formou: Por que me fizeste assim?
21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e
outro para desonra?
Sábado - Atos 15.7-9: Ele não fez diferença entre eles e nós
TEXTO ÁUREO
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis
são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o
intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Romanos 11.33,34
OBJETIVOS
* entender como o texto bíblico aborda o tema salvação no Antigo e no Novo Testamento;
* compreender que mais importante que apreender argumentações soteriológicas é saber que
somente por meio de Cristo somos redimidos.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Educar, dentro de uma perspectiva cristã, exige um compromisso constante não apenas com a
qualidade do conteúdo, a eficácia do método educacional, a qualidade e a quantidade de
recursos didáticos, mas, acima de tudo, com o progresso do aluno em sua fé. Ajudá-lo a
desenvolver todo o seu potencial e talentos concedidos por Deus é, primordialmente, a meta a
ser perseguida.
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Como dito em lições anteriores, os fundamentos soteriológicos da fé cristã foram
drasticamente afetados pela Reforma Protestante, a partir dos princípios de sola fide, sola
Scriptura, solus Christus e sola gratia.
Nesta lição, destacaremos dois sistemas soteriológicos — adotados por igrejas reformadas em
todo mundo —, considerando sua preeminência e relevância histórica, a saber: calvinismo e
arminianismo. Antes, porém, veremos de que forma a salvação é apresentada no Antigo e no
Novo Testamento.
Pode-se afirmar que, para Israel, a ideia de aliança constitui-se na chave-mestra capaz de abrir
as portas que levam ao conhecimento da identidade do Eterno.
Nas alianças estabelecidas com Israel — destacadas a seguir —, dentre outras promessas,
Yahweh assegurou que salvaria o Seu povo.
São elas: edênica — da Criação à Queda (Gn 1—3.24); adâmica — de Adão ao Dilúvio (Gn
3.24—9.13); noética — de Noé a Abraão (Gn 9.13— 10.32); abraâmica — de Abraão a Moisés
(Gn 12—Êx 3.6-10); mosaica — de Moisés a Davi (Êx 3.4; 2 Sm 7.1-29); davídica — de Davi a
Cristo (2 Sm 7—Mt 1.1).
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Abordar cada um desses sistemas ocuparia um espaço muito maior que o permitido nesta
lição, e ultrapassaria os objetivos pretendidos nesta ocasião. Portanto, examinaremos dois
deles, pelo fato de terem-se destacado desde a Reforma, a saber: o calvinismo e o
arminianismo.
Ao longo dos séculos, debates têm sido promovidos e diversos materiais têm sido produzidos,
por teólogos, pensadores e críticos, de forma sistemática, a respeito da seguinte pergunta:
somos predestinados à salvação ou escolhemos ser salvos?
Considerando que, na História, ocorreram polarizações entre ambos os pensamentos, sem que
tenha sido estabelecida uma conclusão definitiva, apresou taremos os principais aspectos
dessas duas teorias — mutuamente excludentes, segundo seus defensores —, sem a
pretensão de esgotar as múltiplas conexões sugeridas por cada segmento.
A doutrina da eleição (ou predestinação), elaborada por Calvino, pode ser definida como um
ato de Deus, por meio do qual Ele elegeu (escolheu) previamente um determinado número de
pessoas para obter a salvação por meio da fé em Cristo, independente do desejo ou de
qualquer ato da vontade humana.
É possível entender mais facilmente o calvinismo a partir das suas cinco teses centrais,
resumidas no acrónimo TULIP.
• Total depravity (a total depravação) — A raça humana, como resultado do pecado, está tão
decaída que nada pode fazer para melhorar ou para ser aceita diante de Deus.
• Limited atonement (a expiação limitada) — Deus enviou Seu Filho para prover a expiação
somente daqueles que Ele elegeu.
• Irresistible grace (a graça irresistível) — Os eleitos não poderão resistir à Sua oferta
generosa; serão salvos.
• Perseverance ofthe saints (a perseverança dos santos) — Uma vez salvos, perseverarão até o
fim e receberão a realidade última da salvação: a vida eterna.
Além disso, esses cinco pontos do acrónimo colidem com o ensino bíblico da superioridade do
sacrifício de Cristo, retirando o seu valor, pois, se alguns foram predestinados para a perdição,
o que a obra expiatória de Cristo poderia fazer por eles? E, se outros foram predestinados para
a salvação, em que medida o sacrifício de Cristo cooperou para que isso ocorresse?
2.3. O arminianismo e o livre-arbítrio
O arminianismo é uma doutrina firmada nos conceitos do teólogo holandês Jacob Harmensz
(1560—1609), conhecido por seu nome latino Jacobus Arminius (em Português, Jacó Armínio).
(1) tendem a fazer de Deus o autor do pecado, por ter Ele escolhido, na eternidade passada,
quem seria ou não salvo;
(2) negam o livre-arbítrio do ser humano, por declararem que ninguém pode resistir à graça de
Deus; e
(3) negam a absoluta necessidade e singularidade do sacrifício de Cristo, pois, se tudo já está
antecipadamente determinado, a obra de Cristo no Calvário foi vã.
Os ensinos de Armínio foram resumidos nas cinco teses dos Artigos de Protesto, publicados em
1610, após a sua morte:
(2) Cristo morreu em prol de toda e qualquer pessoa, mas somente as que crêem são salvas;
(3) a pessoa não tem a capacidade de crer e precisa da graça de Deus, mas
(5) se todos os regenerados perseverarão é questão que exige maior investigação (LETHAM,
1988, p. 45).
A diferença de pensamento entre cristãos reformados — inclusive no que concerne aos temas
abordados nesta lição (predestinação e livre-arbítrio) — resulta da liberdade de consciência,
conquistada, há cinco séculos, por aqueles que ousaram confrontar os abusos do Clero.
Segundo os arminianos, Deus sabe, de antemão, as pessoas que lhe aceitarão a oferta da
graça, e são essas que Ele predestina à salvação. Em outras palavras, Deus predestina todos
aqueles que, de livre e espontânea vontade, aceitam a salvação outorgada em Cristo, e
continuam a viver por Ele.
Hoje em dia, até mesmo os teólogos outrora muito radicais na defesa do calvinismo estão
migrando, progressivamente, para um ponto de equilíbrio em relação ao tema do livre-arbítrio
e da predestinação.
Predestinados à salvação são todos aqueles que se encontram do lado de dentro dos limites
do sacrifício de Cristo e que, arrependidos dos seus pecados, confessaram-nos ao Senhor e
tiveram seus nomes registrados no livro eterno.
CONCLUSÃO
Deste modo, precisamos prender-nos à verdade incontestável de Seu amor, que a todos quer
envolver, porque Ele amou o mundo de tal maneira — e até mesmo além da percepção
humana —, que enviou Seu único Filho para redimir o perdido, indistintamente. É Ele quem
salva e transforma aqueles que Nele creem, dia a dia, à imagem do Seu Filho (Jo 3.16; Fp 1.6).