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CAPÍTULO 3 – REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

RELEMBRANDO A MATÉRIA

Os remédios constitucionais são meios constitucionais que tem por objetivo garantir
aos sujeitos de direito o respeito aos seus direitos fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988. Para cada um dos direitos inerentes ao indivíduo existe um remédio
constitucional disponível que poderá ser utilizado.

Para a o examinando que fará a segunda fase da prova da OAB, especialmente de


Direito Constitucional é indispensável conhecer cada um dos remédios constitucionais a serem
utilizados quando um direito fundamental for transgredido, seja por ilegalidade, seja por
abuso de poder das autoridades coatoras.

O examinando, então, para escolher o remédio constitucional adequado deverá


observar o direito fundamental transgredido, que pode ser: a liberdade (Remédio
Constitucional – Habeas Corpus), a retificação ou acesso aos próprios dados (Remédio
Constitucional – Habeas Data), um direito líquido e certo (Remédio Constitucional – Mandado
de Segurança), a falta de uma norma regulamentadora inviabilizadora de um direito (Mandado
de Injunção) ou quando, na qualidade de cidadão, perceber a existência de ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (Remédio Constitucional – Ação Popular).

Todas essas ações estão previstas ao final do artigo quinto da Constituição Federal,
todavia, elas possuem leis próprias que regulamentam o seu procedimento e, devem ser
observadas pelo examinando na construção da sua peça processual.

Observe a previsão legal de cada um dos remédios constitucionais no quadro abaixo:

REMÉDIO CONSTITUCIONAL PREVISÃO NA CRFB/88 PREVISÃO LEGAL

HABEAS CORPUS Artigo 5, LXVIII Artigos 647 a 667, CPP

HABEAS DATA Artigo 5, LXXII Lei 9.507/99

MANDADO DE SEGURANÇA Artigo 5, LXIX Lei 12016/09


MANDADO DE SEGURANÇA
Artigo 5, LXX Artigo 21, Lei 12016/09
COLETIVO
MANDADO DE INJUNÇÃO Artigo 5, LXXI Lei 13.300/16
MANDADO DE INJUNÇÃO
Artigo 5, LXXI Lei 13.300/16
COLETIVO
AÇÃO POPULAR Artigo 5, LXXIII Lei 4717/65

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Artigo 129, III Lei 7347/85

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Esses fundamentos constitucionais e legais deverão constar nos preâmbulos das peças
processuais, sem prejuízo de outros, como por exemplo, o artigo 319 do CPC. Lembrando que,
por ser petição inicial, as ações constitucionais seguem o roteiro estabelecido no artigo 319 do
Código de Processo Civil.

Quando se fala em legitimidade ativa dos remédios constitucionais qualquer um que


seja sujeito do direito fundamental transgredido poderá propor o remédio cabível. A
legitimidade ativa do Mandado de Segurança Coletivo e do Mandado de Injunção Coletivo
seguem o imperativo do artigo 21 da Lei 12016/09 combinado com o artigo 5, inciso LXX da
CRFB/88 e Artigo 12 da Lei 13.300/16, respectivamente.

O Mandado de Segurança Coletivo pode ser confundido com a Ação Civil Pública, pois
a legitimidade ativa pode ser comum em ambos os casos quando o cliente for Associação
constituída há pelo menos um ano. Todavia, quando o examinado se deparar com essa dúvida,
deverá observar os demais requisitos trazidos no enunciado, tais como a existência de prova
pré-constituída que é exigida apenas nas ações de Mandado de Segurança. Portanto, se a
questão falar em provas que ainda serão produzidas, não seria o caso de Mandado de
Segurança. Isto é importante!

Já, o Mandado de Injunção Coletivo pode ser confundido com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão, caso em que, por exemplo, se advoga para uma Entidade
de Classe de Âmbito Nacional. Deve se, portanto, observar dois detalhes. O primeiro detalhe
diz respeito ao descabimento de tutela de urgência em Mandado de Injunção. Assim,
decorem: - Em Mandado de Injunção não cabe tutela provisória! O segundo detalhe reside na
discussão da omissão inconstitucional. Se a discussão se der na omissão inconstitucional da lei
em tese, estaremos diante de uma ADiPO. Se a pretensão é o exercício do direito no caso
concreto, então, estaremos diante de um Mandado de Injunção Coletivo.

A legitimidade passiva nos remédios constitucionais deverá ser sempre uma


autoridade coatora que esteja inviabilizando ou transgredindo um direito, seja por uma
ilegalidade, seja pelo abuso da autoridade.

Na ação de Habeas Data deve se observar alguns detalhes. Perceba que o Habeas Data
é um remédio constitucional destinado a garantir o acesso a dados próprios, anotação ou a
retificação desses dados em registros públicos. Assim, o Habeas Data deve ser utilizado
apenas para ter acesso, retificar ou complementar as informações da própria pessoa, não
sendo cabível para obtenção de informações de terceiros. A negativa de informações de
caráter público, não pessoais, enseja o Mandado de Segurança.

Outro requisito importante do Habeas Data reside no fato da necessidade de se


demonstrar na ação ter havido recusa ao acesso às informações pretendidas sob pena de se
constatar a carência da ação pela falta do interesse de agir. Ao contrário do Habeas Corpus, o
Habeas Data necessita de representação por advogado.

E, por fim, a Ação Popular é o instrumento à disposição do cidadão para anular ato
lesivo ao patrimônio histórico, cultural, ao meio ambiente ou o desrespeito aos princípios da
Administração Pública. É preciso, portanto, que o Impetrante seja eleitor ativo, sendo

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obrigatória a cópia de seu título de eleitor. Na ação popular, podem figurar-se várias pessoas
no polo passivo. A legitimidade passiva é ampla.

A Ação Civil Pública é mais voltada para a atuação do Ministério Público, todavia,
existe uma única hipótese de se figurar como advogado em peça a ser cobrada pela OAB: -
Quando o seu cliente for uma Associação constituída há pelo menos um ano que tenha por
objetivo a proteção de interesses difusos e coletivos. Imaginemos, por exemplo, a
possibilidade de uma Associação constituída há mais de um ano, de moradores da Cidade de
Mariana procurar seus serviços para ingressar com a referida ação em face da Empresa
Samarco, pelos danos ocorridos em face do rompimento da sua barragem de rejeitos. Vimos
que o sujeito passivo aqui pode ser um particular, assim como também pode ser algum ente
da Administração Pública. Veja, que o objeto da ACP se parece com o objeto da Ação Popular,
mas diferenciá-las não será problema para o examinando, pois há uma diferença gritante na
legitimidade ativa de ACP para a Ação Popular. Enquanto na ACP, na prova da OAB o
examinado advogará para uma Associação, na Ação Popular, o examinando advogará para um
eleitor, com direitos políticos ativos em dia e isto, o enunciado da questão deixará bem claro.

Agora é hora de voltarmos a redigir as peças.

Lembro a vocês que nossa metodologia consiste em:

Primeiro – Iremos apresentar um enunciado de prova ou criado pelo autor;

Segundo – Iremos desenvolver o raciocínio, respondendo aos quesitos essenciais;

Terceiro – Logo, deixaremos o modelo da peça processual.

Quarto – Agora é sua vez! Darei um enunciado, só que agora, você é quem irá

construir a peça!

Bom trabalho!

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Redigindo a Peça 5:

ENUNCIADO: OAB FGV 2010.2 – PROVA UNIFICADA II

Mévio de Tal, com quarenta e dois anos de idade, pretende candidatar-se a cargo vago,
mediante concurso público, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, se matriculado em
escola preparatória. Com a publicação do edital, é surpreendido com a limitação, para
inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, vinte e cinco anos. Inconformado,
apresenta requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o interesse público, tendo
em vista que, quando mais jovem, maior tempo permanecerá no serviço público o aprovado
no certame, o que permiti rá um menor déficit nas prestações previdenciárias, um dos
problemas centrais do orçamento do Estado na contemporaneidade. O responsável pelo
concurso é o Governador do Estado X. Não há previsão legal para o estabelecimento de
idade mínima, sendo norma constante do edital do concurso. Não há necessidade de
produção de provas e o prazo entre a publicação do edital e da impetração da ação foi
menor que 120 (cento e vinte) dias. Na qualidade de advogado contratado por Mévio, redigir
a peça cabível ao tema, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ati a e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da
peça inaugural; e) necessidade de tutela de urgência.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


Mévio de Tal
advoga?
Contra quem você
Governador do Estado X
advoga?

O que pretende o seu Segurança para deferir a inscrição do candidato no concurso público.
cliente? (Objeto da MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
Ação e fundamento) (Artigo 5, LXIX, CRFB/88 + Lei 12.016/09 + Art.282, CPC)

Existe urgência no
Sim. Pois se o Impetrante não puder se inscrever no concurso público, estará
direito pretendido
excluído do certame (Art. 7, III, da Lei 12016/09)
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
julgar a ação? TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
(Competência) – (Simetria ao Chefe do Poder Executivo Federal)
Indicar o vocativo.
Quais os Isonomia (Art. 5, caput, CRFB/88) + Proibição de adoção de critérios de idade
fundamentos serão (Artigo 7, XXX, CRFB/88) Princípio da Legalidade (Artigo 37, “caput”, I, CRFB/88)
utilizados? + Falta do requisito de Idade (Art. 37, I, II e III, CRFB/88)
Liminar + Notificação Pessoal da Autoridade Coatora + Dar ciência ao
A peça exige alguma representante judicial da pessoa jurídica a qual pertence a Autoridade Coatora
formalidade? + Intimação do MP + Recebimento das provas pré-constituidas +Concessão da
Segurança + Valor da Causa

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO X

(espaço de cinco linhas)

MÉVIO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, RG n..., CPF n...., residente e
domiciliado à ..., bairro..., cidade..., estado..., com endereço eletrônico..., vem respeitosamente, por
meio de seu advogado que esta subscreve, inscrito na OAB sob o número..., com endereço para
comunicações judiciais na..., com endereço eletrônico... (procuração anexa nos termos do artigo 287
do Código de Processo Civil), perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5, LXIX da
Constituição Federal de 1988, artigoS 1 e seguintes da Lei 12.016/09 e artigo 319 do Código de
Processo Civil, propor

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, em face da autoridade coatora


NOME..., Estado Civil..., Governador do Estado X, com endereço..., endereço eletrônico..., inscrito no
CPF sob o n. ..., e RG sob o n. ...., pela violação ao direito líquido e certo, a ser demonstrado a
seguir:

I – DOS FATOS

O impetrante, ao candidatar-se para cargo público constante do edital do concurso público de


seu interesse organizado pelo Estado X, de responsabilidade do Governador, ora impetrado, fora
surpreendido com a limitação de idade imposta pelo certame, que limitou em 25 anos a condição para
participação no mesmo. Após requerer informações, o impetrado justificou-se com base no interesse
público, alegando que quanto mais jovem for o aprovado, mais tempo permanecerá no serviço público
e menor será o gasto com as prestações previdenciárias. O cargo pretendido não possui limitação
legal de idade.

II– DO FORO COMPETENTE

O artigo 102, I, d da Constituição Federal aduz que compete ao Supremo Tribunal Federal
processar e julgar o Mandado de Segurança contra ato do Presidente da República. Neste sentido,
pelo princípio da simetria constitucional, cabe aos Tribunais de Justiça a competência para julgar os
chefes do poder executivo em âmbito estadual, quando estes forem autoridades coatoras, violadora
do direito líquido e certo.

No caso em tela, temos direito líquido e certo violado pelo Governador do Estado X e,
portanto, a competência pertinente ao presente Mandado de Segurança pertence ao Tribunal do
Estado X.

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III – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

Conforme preleciona o artigo 5, LXIX da Constituição Federal, o Mandado de Segurança será


concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Neste mesmo sentido é o artigo 1 da Lei
12.1016 de 2009.

No caso, o direito líquido e certo violado não pode ser amparado nem por Habeas Corpus e,
tampouco por Habeas Data, de modo que o Mandado de Segurança, garantia constitucional com
caráter residual é plenamente cabível.

Ainda, cumpre dizer que o artigo 23 da Lei 12.016/09, estabelece o prazo de 120 dias para
requerer a segurança do direito líquido e certo violado. De tal modo, tempestiva é a presente
demanda, pois a violação ocorreu há menos de 120 dias.

IV – DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O impetrante foi lesado em seu direito líquido e certo de participar do concurso público para
provimento de cargos no qual não há limitação legal de idade, e portanto, figura-se com perfeição ao
polo ativo da presente ação.

No que tange ao polo passivo, temos como autoridade coatora o impetrado, Governador do
Estado X, responsável pelo certame, que com o excesso de poder, violou direito líquido e certo do
Impetrante ao determinar limite de idade para o cargo do concurso público n.... É, portanto, o
legitimado passivo da Ação em obediência ao artigo 5, LXIX da Constituição Federal e artigo 1 da Lei
12.016 /09.

V – DA VIOLAÇÃO AO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

O artigo 7, XXX, da Constituição Federal estabelece proibição de diferença de salário, de


exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Assim, ao estabelecer critérios diferenciados de idade (25 anos para participar do concurso
público n. ...), o Impetrado excedeu aos limites de seu poder, lesando direito líquido e certo do
Impetrante, impedindo-lhe de participar do certame por ter 42 anos de idade, ferindo frontalmente o
artigo 7, XXX, da Constituição Federal.

Ofensa também se constata ao artigo 37, incisos I e II da Constituição Federal de 1988. O


primeiro inciso prevê que os cargos e empregos públicos são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei. Já o inciso II do mesmo dispositivo, prevê que a
investidura em cargo público depende de aprovação em concurso público, de acordo com a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

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Ora, o Impetrante preenche todos os requisitos para o cargo pretendido no concurso público
promovido pelo Estado X. Além disto, para o referido cargo pretendido não existe qualquer limitação
de idade, o que torna possível a participação do impetrante no certame.

Cumpre ainda dizer, que a violação causada pelo Impetrado fere o princípio da Isonomia,
inserido no artigo 5, caput da Constituição Federal, e portanto, não deve prevalecer tal limitação no
certame.

Também, vale dizer que as justificativas do Impetrado não coadunam com a Razoabilidade e,
tampouco, com a Legalidade, consagrados princípios constitucionais. De modo que a segurança
pretendida dever ser concedida.

VI – DA PROVA PRÉ-CONSTITUIDA

A prova pré-constituída é requisito da ação de Mandado de Segurança. O ato coator pode ser
provado de plano através das cópias do edital, do requerimento administrativo feito pelo Impetrante,
bem como da motivação da Administração Pública.

VII – DA MEDIDA LIMINAR

No tocante ao Mandado de Segurança a medida liminar pode ser concedida nos termos do
artigo 7, III da Lei 12.016 /09, onde o juiz suspenderá o ato que deu motivo ao pedido de segurança,
quando houver fundamento relevante.

Ora, a limitação ilegal da idade prejudica o Impetrado de participar do concurso público. A


não concessão da medida liminar fará prosseguir o concurso público sem a participação do mesmo.
Além disto, esperar o julgamento final da presente ação poderá trazer dano irreversível ao
Impetrante, pois como todo concurso público, há prazos para inscrição, datas previstas para provas,
etc.

É urgente que seja concedida a liminar pretendida.

VIII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Egrégio Tribunal, que se digne pela:

a) Concessão da medida liminar para suspender o ato lesivo que deu motivo ao pedido,
assegurando ao Impetrante o direito de participar do concurso público, sem discriminação de
sua idade, até o julgamento final, nos termos do artigo 7,III, da Lei 12.016 /09.
b) Notificação da autoridade coatora, o Governador do Estado X para prestar as informações no
prazo de 10 dias, nos termos do artigo 7, I, da Lei 12.016 /09.
c) Ciência ao Órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, na pessoa do
Procurador do Estado X, enviando-lhe as cópias da Inicial, para querendo, apresente defesa,
nos termos do artigo 7, I da Lei 12.016 /09.

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d) Recebimento das provas pré-constituidas, cópia do Edital de Publicação do Concurso Público
e do Requerimento Administrativo e resposta da Administração Pública.
e) A intimação do Ministério Público, para apresentar o seu parecer, no prazo de 10 dias, nos
termos do artigo 12 da Lei 12.016/09.
f) Concessão Definitiva da Segurança, tornando efetiva a Medida Liminar, declarando a
ilegalidade do requisito de idade mínima no concurso público n. ... , promovido pelo Estado X,
anulando o ato lesivo da autoridade coatora.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO:

José, em união estável, após passar mal em casa foi ao hospital da sua cidade buscar
atendimento médico no hospital público estadual localizado em Belo Horizonte. Ao ser
atendido, foi informado pela equipe médica que sua condição era grave e necessitava de
internação, porém, apesar de haver vagas disponíveis no mesmo hospital o Secretário de
Saúde do Estado de Minas Gerais emanou ofício ordenando que o hospital não poderia
internar nenhum paciente. José então fora liberado para voltar para casa no mesmo estado
de saúde em que se encontrava, recebendo do hospital um relatório de sua condição que
constava a necessidade de sua internação com a orientação para que José procurasse um
hospital particular.

Elabore e peça cabível.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 6:

ENUNCIADO: OAB FGV 2010.1 –

O secretário de administração do estado-membro Y, com a finalidade de incentivar o


aprimoramento profissional de certa categoria de servidores públicos, criou, por meio de lei
específica, tabela de referências salariais com incremento de 10% entre uma e outra,
estando a mudança de referência baseada em critérios de antiguidade e merecimento. O
pagamento do mencionado percentual seria feito em seis parcelas mensais e sucessivas. Os
servidores que adquiriram todas as condições para o posicionamento na referência salarial
subsequente já haviam recebido o pagamento de três parcelas quando sobreveio a edição de
medida provisória revogando a sistemática estabelecida na lei. Assim, no mês seguinte à
edição dessa medida, o valor correspondente à quarta parcela foi excluído da folha de
pagamento. Em decorrência dessa exclusão, os servidores requereram à Secretaria Estadual
de Planejamento e Gestão a respectiva inserção na folha de pagamento, sob pena de
submeter a questão ao Poder Judiciário. .

Em resposta, o secretário indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos:

a) em razão da revogação da lei, promovida pela medida provisória, os servidores não mais
teriam direito ao recebimento do percentual ;

b) seria possível a alteração do regime remuneratório, em face da ausência de direito


adquirido a regime jurídico, conforme já reconhecido pelo Supremo Tribuna Federal;

c) os servidores teriam, na hipótese, mera expectativa de direito, e não, direito adquirido;

d) não cabe ao Poder Judiciário atuar em área própria do Poder Executivo e conceder o
reajuste pleiteado, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes.

Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) pelo


sindicato dos servidores, redija a medida judicial cabível para impugnação do ato da
autoridade que determinou a exclusão do pagamento dos servidores dos percentuais
previstos em lei, destacando os argumentos necessários à adequada defesa dos interesses
de seus clientes.

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


Sindicato dos Servidores Públicos
advoga?
Contra quem você Autoridade Coatora – Secretário Estadual de Planejamento, vinculado ao
advoga? Estado Y (art. 6 da Lei 12.016/09)

O que pretende o seu Segurança obtenção do incremento salarial adquirido.


cliente? (Objeto da MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
Ação e fundamento) (Artigo 5, LXIX, LXX, b, CRFB/88 + Art. 21 e 22 da Lei 12.016/09 + Art.319, CPC)

Existe urgência no
Sim. Pois o incremento salarial possui natureza alimentar (Art. 7 e 22 parágrafo
direito pretendido
2, III, da Lei 12016/09)
pelo seu cliente?
Qual órgão
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
jurisdicional irá
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y (ART. 105, I, b, CF88)
julgar a ação?
Simetria com os Ministros de Estado como autoridade coatora
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os Direito Adquirido (Art. 5, XXXVI, CRFB/88) + Vencimentos Irredutíveis (Artigo
fundamentos serão 37, XV, CRFB/88) Princípio da Legalidade (Artigo 37, “caput”, I, CRFB/88) +
utilizados? Princípio da Dignidade Humana e Razoabilidade.
Liminar + Notificação Pessoal da Autoridade Coatora + Dar ciência ao
A peça exige alguma representante judicial da pessoa jurídica a qual pertence a Autoridade Coatora
formalidade? + Intimação do MP + Recebimento das provas pré-constituidas + Concessão da
Segurança + Valor da Causa

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO Y

(espaço de cinco linhas)

SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO Y, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ


sob o n. ..., com sede no endereço..., com endereço eletrônico..., por meio de seu advogado que a
esta subscreve, com endereço..., endereço eletrônico... nos termos da procuração, conforme artigo
287 do Código de Processo Civil, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 5, LXX, I, b da Constituição Federal, artigo 21 da Lei 12.016/09 e artigo 319 do Código de
Processo Civil, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR em face da autoridade


coatora NOME..., estado civil, SECRETÁRIO ESTADUAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESTADO
Y, vinculado ao Estado Y, inscrito no CPF sob o n. ..., e RG sob o n. ..., com endereço..., endereço
eletrônico..., pela violação de direito líquido e certo, conforme se provará a seguir.

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, em face da autoridade coatora


NOME..., Estado Civil..., Governador do Estado X, com endereço..., endereço eletrônico..., inscrito no
CPF sob o n. ..., e RG sob o n. ...., pela violação ao direito líquido e certo, a ser demonstrado a
seguir:

I – DOS FATOS

Os Servidores Públicos do Estado Y receberam incremento salarial de 10%, por lei específica,
que seriam pagos em seis parcelas. Todavia, após receberem a 3ª parcela do incremento, o Estado Y
editou Medida Provisória revogando tal direito, e então os pagamentos foram interrompidos. A
Autoridade coatora fora questionada e indeferiu os pedidos sob alegações de que não se tratava de
direito adquirido e que os servidores teriam apenas expectativa de direito,

II– DO FORO COMPETENTE

O artigo 105, I, b da Constituição Federal aduz que compete ao Superior Tribunal de Justiça
processar e julgar o Mandado de Segurança contra ato do Ministro de Estado. Neste sentido, pelo
princípio da simetria constitucional, cabe aos Tribunais de Justiça Estaduais a competência para
julgar os Secretários de Estado, quando estes forem autoridades coatoras, violadora do direito
líquido e certo.

No caso em tela, temos direito líquido e certo violado pelo Secretário de Estado do Estado Y,
portanto, a competência pertinente ao presente Mandado de Segurança pertence ao Tribunal do
Estado Y.

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III – DO CABIMENTO

Conforme preleciona o artigo 5, LXIX da Constituição Federal, o Mandado de Segurança será


concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Neste mesmo sentido é o artigo 1 da Lei
12.1016 de 2009.

No caso, o direito líquido e certo violado não pode ser amparado nem por Habeas Corpus e,
tampouco por Habeas Data, de modo que o Mandado de Segurança, garantia constitucional com
caráter residual é plenamente cabível.

IV – DA LEGITIMIDADE E DA TEMPESTIVIDADE

O artigo 5, LXX, I, b da Constituição Federal ainda prevê a hipótese do Mandado de


Segurança Coletivo, caso em que o direito líquido e certo violado for de uma coletividade. Nestes
mesmos termos é o artigo 21 da Lei 12.016/09, que diz que o Mandado de Segurança pode ser
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos
um ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades. Dispensada,
para tanto, autorização especial.

No presente caso, o impetrante que é Sindicato dos Servidores Públicos encontra-se na


categoria de organização sindical, e portanto, pode figurar no polo ativo desta demanda. Cumpre dizer
que o Impetrante, nesta demanda encontra-se na posição de substituto processual de seus associados
que tiveram seu direito líquido e certo violado pelo Impetrado.

No que tange ao polo passivo, temos como autoridade coatora o impetrado, Secretário do
Estado Y, responsável pela Gestão e Planejamento que com o excesso de poder, violou direito líquido
e certo do Impetrante ao negar aos associados da Impetrante o direito adquirido. É, portanto, o
legitimado passivo da Ação em obediência ao artigo 5, LXX, I, b da Constituição Federal e artigo 21 da
Lei 12.016 /09.

Ainda, o artigo 23 da Lei 12.016/09, estabelece o prazo de 120 dias para requerer a
segurança do direito líquido e certo violado. De tal modo, tempestiva é a presente demanda, pois a
violação ocorreu há menos de 120 dias.

V – DA VIOLAÇÃO AO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

O artigo 5, XXXVI, da Constituição Federal estabelece que a lei não prejudicará o direito
líquido e certo. Os associados da Impetrante conquistaram, em pleno respeito à legalidade o
incremento salarial de 10% a serem pagos em seis parcelas e, logo na terceira parcela, houve a

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paralisação do pagamento pelo ato coator, ensejando na afronta ao direito já incorporado ao
patrimônio dos associados da Impetrante.

Ainda, o artigo 37, XV, da Constituição Federal prevê que o subsídio e vencimentos dos
ocupantes de cargos públicos são irredutíveis. Neste caso, como o incremento que se deu por
antiguidade e merecimento já se incorporou ao patrimônio dos associados da Impetrante, não poderia
a Administração Pública simplesmente cancelar ou revogar um direito que já fora entregue.

É notável que o ato coator também fere os princípios da Dignidade Humana e Razoabilidade,
pois os associados já contavam com o incremento de natureza salarial e num gesto de “dar e “tomar”
a Administração Pública, através do ato coator, feriu em cheio o direito líquido e certo dos
Associados da Impetrante.

VI – DA PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA

Saliente-se que toda a prova do direito líquido e certo violado já está previamente
constituída e acompanha a inicial, não sendo necessária dilação probatória.

VII – DO PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

No tocante ao Mandado de Segurança Coletivo a medida liminar pode ser concedida nos
termos do artigo 22 e artigo 7, III da Lei 12.016 /09, onde o juiz suspenderá o ato que deu motivo
ao pedido de segurança, quando houver fundamento relevante.

Ora, existe plausibilidade jurídica no direito dos associados pois conquistaram por lei
específica o incremento salarial, tendo inclusive recebido três parcelas do mesmo. Ainda, cumpre
dizer que os associados da Impetrante contam com o incremento e fizeram planos, já que se
incorporou ao patrimônio deles. Simplesmente deixar de pagá-los o que já se havia garantido
certamente causará danos aos associados. É, então, urgente que seja concedida a liminar pretendida.

VIII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Egrégio Tribunal, que se digne pela:

a) Concessão da medida liminar para suspender o ato lesivo que deu motivo ao pedido,
assegurando aos associados da Impetrante o direito líquido e certo de receberem as três
últimas parcelas do incremento salarial de 10%, nos termos do artigo 7,III, da Lei 12.016
/09.
b) Realização da Audiência com o representante judicial do Estado Y, para que no prazo de 72
horas se pronuncie afim de que seja concedida a medida liminar nos termos do artigo 22,
parágrafo 2 da Lei 12.016/09.
c) Notificação da autoridade coatora, o Secretário Estadual de Planejamento e Gestão do
Estado Y para prestar as informações no prazo de 10 dias, nos termos do artigo 7, I, da Lei
12.016 /09.

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d) Ciência ao Órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, na pessoa do
Procurador do Estado Y, enviando-lhe as cópias da Inicial, para querendo, apresente defesa,
nos termos do artigo 7, I da Lei 12.016 /09.
e) A intimação do Ministério Público, para apresentar o seu parecer, no prazo de 10 dias, nos
termos do artigo 12 da Lei 12.016/09.
f) Recebimento das provas pré-constituidas, cópia do Edital de Publicação do Concurso Público
e do Requerimento Administrativo e resposta da Administração Pública.
g) Concessão Definitiva da Segurança, tornando efetiva a Medida Liminar, declarando a
ilegalidade do requisito de idade mínima no concurso público n. ... , promovido pelo Estado X,
anulando o ato lesivo da autoridade coatora.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO:

Quatro Deputados Federais do Partido Político ABC, após intensas discussões sobre o Projeto
de Lei 123 que apresentava séria inconstitucionalidade e tinha conteúdo contrário à
finalidade de seu partido que dizia: “As mineradoras podem explorar os recursos minerais,
cabendo ao Pode Público a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado por elas.” Ao
perceber que tal Projeto de Lei seria aprovado na Câmara dos Deputados bem como no
Senado Federal, o Partido Político ABC lhe procura na qualidade de advogado para ingressar
com a ação judicial cabível. Na qualidade de advogado, elabore a peça.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 7:

PROVA – CESPE – CONSTITUCIONAL 2007.1

Maria adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento mercantil (leasing),
em 60 prestações de R$ 800,00. A partir da 24ª prestação, Maria começou a ter dificuldades
financeiras e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar as prestações
vincendas e vencidas. Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro, já que havia o risco de
o valor da prestação ser majorado. Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que
suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem propor ação de busca e
apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de Maria não possuir o
veículo em seu poder, já que o alienara a Pedro. O agente financeiro pediu a transformação,
nos mesmos autos, da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a prisão de
Maria, por ser depositária infiel do referido veículo. O juiz competente determinou a prisão
civil de Maria até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso.
Maria não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.
Dois dias depois da efetivação da prisão, o advogado contratado interpôs, inicialmente,
recurso de agravo de instrumento contra aquela decisão judicial, o qual não foi conhecido pelo
tribunal, diante da ausência de documento imprescindível ao seu processamento. Ingressou
com ação de rito ordinário contra Pedro, com pedido de tutela antecipada, visando receber as
prestações em atraso, ação essa que foi extinta sem julgamento de mérito. Ingressou, ainda,
com ação de rito ordinário contra o arrendador discutindo algumas cláusulas do contrato de
arrendamento, ação essa que continua em curso, sem sentença. Maria continua presa. Por ter
perdido a confiança nesse advogado, ao qual pagou os honorários devidos e do qual recebeu o
devido substabelecimento, sem reservas de poderes, Maria resolveu contratar os serviços de
outro advogado. Diante da situação hipotética apresentada, na condição de atual advogado de
Maria, redija um texto que contenha a peça judicial mais apropriada ao caso, a ser
apresentada ao órgão judicial competente, com os argumentos que reputar pertinentes..

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


Maria (paciente), todavia o advogado poderá figurar como Impetrante
advoga?
Contra quem você
Juiz da Vara Cível que determinou a prisão de Maria
advoga?

O que pretende o seu Garantia do Direito de Liberdade de Maria – Habeas Corpus com Pedido Liminar
cliente? (Objeto da (art. 5, LXVIII, CF e arts. 647 e seguintes do Código de Processo Penal + Decreto-
Ação e fundamento) Lei 678 de 1992 + Súmula Vinculante n. 25)

Existe urgência no
direito pretendido Sim! Medida Liminar, pois ela está presa!
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação? Tribunal de Justiça do Estado – Princípio da Simetria
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão Art. 5, LXVIII, CF + Art. 5, Caput, CF + Art. 5, XV, CF + Art. 647 e 648, CPP
utilizados?

A peça exige alguma Concessão da Medida Liminar + Julgamento de Mérito + Intimação da


formalidade? Autoridade coatora, art. 656, CPP + art. 660 CPP

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO ...

(espaço de cinco linhas)

ADVOGADO, com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais
na ....., bairro...,cidade..., estado..., endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos termos do artigo
287 do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5,
LXVIII, da Constituição Federal e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal,

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, em favor da Paciente Maria ...., estado
civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na ....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito
no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o
número...., contra ato da autoridade coatora NOME, Estado Civil...., Juiz de Direito da ... Vara Cível
competente que determinou a sua prisão civil, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I – DOS FATOS

A Paciente adquiriu veículo por meio de contrato de arrendamento mercantil,


comprometendo-se a pagá-lo em 60 parcelas. Na 24ª prestação, devido a sua dificuldade financeira
vendeu o veículo a terceiro, Pedro, que, apesar de ter se comprometido a pagar as parcelas
restantes, não o fez. Como não houve transferência formal da dívida a Instituição Financeira
ingressou com ação de busca e apreensão do veículo, o qual restou frustrada pois o veículo não se
encontrava com Maria, ora Paciente. Desta forma, a Instituição Financeira pediu ao judiciário a
transformação da busca e apreensão em ação de depósito, requerendo no mesmo a prisão da
paciente, o qual restou deferido. O juiz da ... Vara Cível competente determinou, então, a prisão
inconstitucional da Paciente, que se encontra presa.

II– DO FORO COMPETENTE

A competência da presente ação de Habeas Corpus é determinada pela legitimidade ativa, que
em respeito ao princípio da simetria, caberá ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado..., pois figura-
se no polo passivo Excelentíssimo Sr. Juiz da ... Vara Cível... da Comarca de....

III – DO CABIMENTO

Conforme preleciona o artigo 5, LXVIII da Constituição Federal, o Habeas Corpus será


concedido sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violação na sua liberdade de

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locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Neste mesmo sentido é o artigo 647 do Código de
Processo Penal.

No presente caso temos que a paciente, atualmente presa, encontra-se com o seu direito de
locomoção violado por decisão inconstitucional da autoridade coatora. Portanto, cabível a presente
ação de Habeas Corpus.

IV – DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O impetrante, ora Advogado, está legitimado a figurar no polo ativo da presente ação. Nestes
termos diz o artigo 654, do Código de Processo Penal que diz: “O Habeas Corpus poderá ser
impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.”
Neste sentido, ainda que advogado da paciente, o impetrante pode perfeitamente impetrar o presente
Habeas Corpus. Poderia ainda assim, impetrá-lo, ainda que nem fosse advogado constituído, pois
assim a lei prevê.

No tocante a legitimidade passiva, vê-se, pois, notório o excesso de poder praticado pelo
Exmo. Juiz da ... Vara Cível de ..., visto que não há no ordenamento jurídico vigente hipótese que
justifique a prisão da paciente. Portanto, é autoridade coatora.

V – DA VIOLAÇÃO AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO

A prisão da paciente decorre do fato de a paciente ter sido considerada, em processo cível,
depositária infiel do veículo objeto de contrato de arrendamento na qual figura-se como devedora.
Ocorre que a prisão cível pelo depositário infiel foi abolida de nosso ordenamento jurídico pelo
Decreto Lei 678 de 1992 - Pacto de São José da Costa Rica, que em seu artigo 7, 7 diz: “Ninguém
deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciaria competente
expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”

De tal modo, embora a redação do artigo 5, LXVII da Constituição expressamente prevê tal
hipótese, o Decreto Lei 678 de 1992, norma dotada de supralegalidade alterou seu sentido, deixando
de existir no ordenamento jurídico brasileiro a hipótese da prisão do depositário infiel.

Ainda, a Súmula Vinculante n. 25 do Supremo Tribunal Federal tornou ainda mais claro tal
entendimento, tornando ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito. Portanto, é inconstitucional a prisão da paciente.

Cumpre ainda dizer que Maria, paciente, presa sofre em sua dignidade humana, princípio
fundamental consagrado no artigo 1, III da Constituição Federal.

VI – DA MEDIDA LIMINAR

A paciente encontra-se presa e tutelada pelo estado por decisão judicial proferida pela
autoridade coatora. Sua prisão é ilegal e inconstitucional e sua condição de presa já inclusive a fez

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perder o emprego. De tal modo, é urgente que seja concedida a liminar à paciente no sentido de
evitar que tal erro do judiciário cause mais sofrimento e dano.

VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Egrégio Tribunal, que se digne pela:

a) Concessão da medida liminar para que seja expedido, de ofício o alvará de soltura da
Paciente Maria que se encontra presa por ato ilegal da autoridade coatora, nos termos do
artigo 654 do Código de Processo Penal, parágrafo 2;
b) Intimação da autoridade coatora, o Excelentíssimo Juiz da... Vara Cível da Comarca de ...
para prestar as informações por escrito;
c) Vistas ao Ministério Público, para apresentar o seu parecer;
d) Concessão definitiva da ordem de Habeas Corpus, tornando definitiva a concessão da Medida
Liminar.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO:

José dos Santos, brasileiro, União Estável, sempre teve uma conduta honesta e de muito
trabalho. Ele era funcionário de uma construtora que estava sendo investigada por suposto
pagamento de propina à Diretores de Empresa Pública. Ocorre que José era funcionário do
baixo escalão da empresa, executando apenas serviços relacionados à manutenção elétrica
da empresa e nada mais.

Ao assistir o jornal televisivo, José ficou sabendo que no decorrer da ação em curso que
investigava o suposto crime de corrupção da empresa em que trabalhava, o juiz competente
determinou a sua prisão, ordenando que fosse cumprida no dia seguinte. Sabe-se que o Juiz
fundamentou a prisão de José dos Santos em falsa delação premiada.

Desesperado, José dos Santos amanhece na porta do seu escritório, esperando você chegar
para lhe contar esta história e contratar com urgência os seus serviços! Diante do exposto,
elabore a peça cabível.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 8:

PROVA – CESPE – CONSTITUCIONAL 2007.1

Maria adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento mercantil (leasing),
em 60 prestações de R$ 800,00. A partir da 24ª prestação, Maria começou a ter dificuldades
financeiras e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar as prestações
vincendas e vencidas. Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro, já que havia o risco de
o valor da prestação ser majorado. Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que
suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem propor ação de busca e
apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de Maria não possuir o
veículo em seu poder, já que o alienara a Pedro. O agente financeiro pediu a transformação,
nos mesmos autos, da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a prisão de
Maria, por ser depositária infiel do referido veículo. O juiz competente determinou a prisão
civil de Maria até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso.
Maria não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.
Dois dias depois da efetivação da prisão, o advogado contratado interpôs, inicialmente,
recurso de agravo de instrumento contra aquela decisão judicial, o qual não foi conhecido pelo
tribunal, diante da ausência de documento imprescindível ao seu processamento. Ingressou
com ação de rito ordinário contra Pedro, com pedido de tutela antecipada, visando receber as
prestações em atraso, ação essa que foi extinta sem julgamento de mérito. Ingressou, ainda,
com ação de rito ordinário contra o arrendador discutindo algumas cláusulas do contrato de
arrendamento, ação essa que continua em curso, sem sentença. Maria continua presa. Por ter
perdido a confiança nesse advogado, ao qual pagou os honorários devidos e do qual recebeu o
devido substabelecimento, sem reservas de poderes, Maria resolveu contratar os serviços de
outro advogado. Diante da situação hipotética apresentada, na condição de atual advogado de
Maria, redija um texto que contenha a peça judicial mais apropriada ao caso, a ser
apresentada ao órgão judicial competente, com os argumentos que reputar pertinentes..

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


Maria (paciente), todavia o advogado poderá figurar como Impetrante
advoga?
Contra quem você
Juiz da Vara Cível que determinou a prisão de Maria
advoga?

O que pretende o seu Garantia do Direito de Liberdade de Maria – Habeas Corpus com Pedido Liminar
cliente? (Objeto da (art. 5, LXVIII, CF e arts. 647 e seguintes do Código de Processo Penal + Decreto-
Ação e fundamento) Lei 678 de 1992 + Súmula Vinculante n. 25)

Existe urgência no
direito pretendido Sim! Medida Liminar, pois ela está presa!
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação? Tribunal de Justiça do Estado – Princípio da Simetria
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão Art. 5, LXVIII, CF + Art. 5, Caput, CF + Art. 5, XV, CF + Art. 647 e 648, CPP
utilizados?

A peça exige alguma Concessão da Medida Liminar + Julgamento de Mérito + Intimação da


formalidade? Autoridade coatora, art. 656, CPP + art. 660 CPP

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO ...

(espaço de cinco linhas)

ADVOGADO, com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais
na ....., bairro...,cidade..., estado..., endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos termos do artigo
287 do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5,
LXVIII, da Constituição Federal e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal,

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, em favor da Paciente Maria ...., estado
civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na ....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito
no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o
número...., contra ato da autoridade coatora NOME, Estado Civil...., Juiz de Direito da ... Vara Cível
competente que determinou a sua prisão civil, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I – DOS FATOS

A Paciente adquiriu veículo por meio de contrato de arrendamento mercantil,


comprometendo-se a pagá-lo em 60 parcelas. Na 24ª prestação, devido a sua dificuldade financeira
vendeu o veículo a terceiro, Pedro, que, apesar de ter se comprometido a pagar as parcelas
restantes, não o fez. Como não houve transferência formal da dívida a Instituição Financeira
ingressou com ação de busca e apreensão do veículo, o qual restou frustrada pois o veículo não se
encontrava com Maria, ora Paciente. Desta forma, a Instituição Financeira pediu ao judiciário a
transformação da busca e apreensão em ação de depósito, requerendo no mesmo a prisão da
paciente, o qual restou deferido. O juiz da ... Vara Cível competente determinou, então, a prisão
inconstitucional da Paciente, que se encontra presa.

II– DO FORO COMPETENTE

A competência da presente ação de Habeas Corpus é determinada pela legitimidade ativa, que
em respeito ao princípio da simetria, caberá ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado..., pois figura-
se no polo passivo Excelentíssimo Sr. Juiz da ... Vara Cível... da Comarca de....

III – DO CABIMENTO

Conforme preleciona o artigo 5, LXVIII da Constituição Federal, o Habeas Corpus será


concedido sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violação na sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Neste mesmo sentido é o artigo 647 do Código de
Processo Penal.

Professor Tiago Torres Página 25


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No presente caso temos que a paciente, atualmente presa, encontra-se com o seu direito de
locomoção violado por decisão inconstitucional da autoridade coatora. Portanto, cabível a presente
ação de Habeas Corpus.

IV – DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O impetrante, ora Advogado, está legitimado a figurar no polo ativo da presente ação. Nestes
termos diz o artigo 654, do Código de Processo Penal que diz: “O Habeas Corpus poderá ser
impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.”
Neste sentido, ainda que advogado da paciente, o impetrante pode perfeitamente impetrar o presente
Habeas Corpus. Poderia ainda assim, impetrá-lo, ainda que nem fosse advogado constituído, pois
assim a lei prevê.

No tocante a legitimidade passiva, vê-se, pois, notório o excesso de poder praticado pelo
Exmo. Juiz da ... Vara Cível de ..., visto que não há no ordenamento jurídico vigente hipótese que
justifique a prisão da paciente. Portanto, é autoridade coatora.

V – DA VIOLAÇÃO AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO

A prisão da paciente decorre do fato de a paciente ter sido considerada, em processo cível,
depositária infiel do veículo objeto de contrato de arrendamento na qual figura-se como devedora.
Ocorre que a prisão cível pelo depositário infiel foi abolida de nosso ordenamento jurídico pelo
Decreto Lei 678 de 1992 - Pacto de São José da Costa Rica, que em seu artigo 7, 7 diz: “Ninguém
deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciaria competente
expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”

De tal modo, embora a redação do artigo 5, LXVII da Constituição expressamente prevê tal
hipótese, o Decreto Lei 678 de 1992, norma dotada de supralegalidade alterou seu sentido, deixando
de existir no ordenamento jurídico brasileiro a hipótese da prisão do depositário infiel.

Ainda, a Súmula Vinculante n. 25 do Supremo Tribunal Federal tornou ainda mais claro tal
entendimento, tornando ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito. Portanto, é inconstitucional a prisão da paciente.

Cumpre ainda dizer que Maria, paciente, presa sofre em sua dignidade humana, princípio
fundamental consagrado no artigo 1, III da Constituição Federal.

VI – DA MEDIDA LIMINAR

A paciente encontra-se presa e tutelada pelo estado por decisão judicial proferida pela
autoridade coatora. Sua prisão é ilegal e inconstitucional e sua condição de presa já inclusive a fez
perder o emprego. De tal modo, é urgente que seja concedida a liminar à paciente no sentido de
evitar que tal erro do judiciário cause mais sofrimento e dano.

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VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Egrégio Tribunal, que se digne pela:

a) Concessão da medida liminar para que seja expedido, de ofício o alvará de soltura da
Paciente Maria que se encontra presa por ato ilegal da autoridade coatora, nos termos do
artigo 654 do Código de Processo Penal, parágrafo 2;
b) Intimação da autoridade coatora, o Excelentíssimo Juiz da... Vara Cível da Comarca de ...
para prestar as informações por escrito;
c) Vistas ao Ministério Público, para apresentar o seu parecer;
d) Concessão definitiva da ordem de Habeas Corpus, tornando definitiva a concessão da Medida
Liminar.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO:

José dos Santos, brasileiro, União Estável, sempre teve uma conduta honesta e de muito
trabalho. Ele era funcionário de uma construtora que estava sendo investigada por suposto
pagamento de propina a Diretores de uma Empresa Pública. Ocorre que José era funcionário
do baixo escalão da empresa, executando apenas serviços relacionados à manutenção
elétrica da empresa e nada mais.

Ao assistir o jornal televisivo, José ficou sabendo que no decorrer da ação em curso que
investigava o suposto crime de corrupção da empresa em que trabalhava, o juiz competente
determinou a sua prisão, ordenando que a mesma fosse cumprida no dia seguinte. Sabe-se
que o Juiz fundamentou a prisão de José dos Santos em falsa delação premiada.

Desesperado, José dos Santos amanhece na porta do seu escritório, esperando você chegar
para lhe contar esta história e contratar com urgência os seus serviços! Diante do exposto,
elabore a peça cabível.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 9:

Ricardo, servidor público federal, trabalha como perito químico em órgão público federal há
mais de 12 anos. Desde que tomou posse de seu cargo, obteve algumas promoções por
antiguidade e merecimento, mas ainda assim, entende que sua remuneração é defasada e
inferior ao mesmo cargo se comparado com a iniciativa privada.

Insatisfeito, Ricardo deseja fazer greve com o intuito de melhorar sua remuneração, mas foi
informado por Tício, seu cunhado que é advogado, que não poderia exercer tal direito
constitucional por inexistir regulamentação, já que é servidor público federal.

Ricardo, então, vai ao seu escritório e lhe contrata como advogado afim de que possa exercer
o seu direito constitucionalmente garantido.

Em face dessa hipótese, elabore a peça judicial cabível afim de tornar efetivo o direito
pretendido por Ricardo, na condição de seu advogado.

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


Ricardo, Servidor Público Federal.
advoga?
Contra quem você Congresso Nacional e Presidente da República – Art. 61, parágrafo 1º, II, c, da
advoga? CF.

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da Exercício do Direito de Greve – Art. 37, VII, CF + art. 1º, III, CF/88 + Art. 9º da CF
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido Não existe medida liminar em MI conforme entendimento do STF.
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação? Supremo Tribunal Federal – Art. 102, I, q da CFRB/88.
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão Art. 5, LXXI, CF + art. 2, Lei 13.300/16.
utilizados?
Procedência do Pedido para Declarar a Mora Normativa + Aplicação da Lei
A peça exige alguma 7783/89 para tornar o seu direito concreto até que a lei regulamentadora seja
formalidade? produzida + Intimação das autoridades omissas, Vista ao PGR + Concessão da
Injunção, declarando a omissão do Poder Legislativo + Valor da Causa.

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(espaço de cinco linhas)

RICARDO..., estado civil..., servidor público federal, inscrito no CPF sob o n. ..., e RG sob o n.
..., com endereço..., endereço eletrônico..., por meio de seu advogado que a esta subscreve, com
endereço..., endereço eletrônico..., conforme procuração anexa, nos termos do artigo 287 do Código
de Processo Civil, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXXI da
Constituição Federal, artigo 2 e seguintes da Lei 13.300/16 e artigo 319 do Código de Processo Civil,
impetrar

MANDADO DE INJUNÇÃO

em face do Congresso Nacional, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o n..., com endereço...,
endereço eletrônico..., e, NOME..., estado civil, Presidente da República, inscrita no CPF sob o n. ...,
e RG sob o n. ..., com endereço ...., endereço eletrônico..., pela não edição de norma regulamentadora
inviabilizadora de direito constitucional, conforme demonstrado a seguir.

I – DOS FATOS

O impetrante, servidor público federal há 12 anos, apesar de promoções recebidas, entende


que sua remuneração é insuficiente e defasada em relação a mesma função na iniciativa privada.
Pretende exercer direito de greve, todavia, não o pode pois não há lei regulamentadora para tanto,
razão pela qual busca seu direito via a presente ação.

II– DO FORO COMPETENTE E DA LEGITIMIDADE

A competência para julgamento e processamento da presente ação se dá pelo legitimado


passivo em consonância com o artigo 102, I, q, da Constituição Federal que diz: “cabe ao Supremo
Tribunal Federal processar e julgar o Mandado de Injunção quando a norma regulamentadora for
atribuição do Presidente da República e do Congresso Nacional”.

É o caso. Há uma omissão legislativa de competência de lei complementar nos termos do


artigo 61, parágrafo 1º, II, c, da Constituição Federal de 1988. De tal modo, cabe ao Presidente da
República privativamente a iniciativa da lei regulamentadora quando esta se tratar de servidores
públicos da União e ao Congresso Nacional o seu devido processo legislativo. Portanto, além de definir
a competência do órgão julgador, os impetrados amoldam-se como legitimados passivos.

No tocante à legitimidade ativa, o impetrante é pessoa natural que se encontra impedido de


exercer seu direito em face da mora legislativa. Deste modo, o artigo 3 da Lei 13.300 de 2016
considera como legitimado ativo para impetrar o Mandado de Injunção as pessoas naturais ou
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no

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artigo 2 e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma
regulamentadora, no caso em tela, o Congresso Nacional e o Presidente da República.

III – DO CABIMENTO

Conforme preleciona o artigo 5º, LXXI da Constituição Federal, conceder-se-á Mandado de


Injunção sempre que a falta de norma regulamentadora inviabilize o exercício de um direito, liberdade
ou prerrogativa constitucionais inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Nesse mesmo sentido, o artigo 2º, da Lei 13.300 de 2016, preleciona que conceder-se à
mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

No presente Mandado de Injunção, temos que o Impetrante está impedido de exercer o seu
direito de greve por não haver a devida regulamentação para o servidor público federal. Neste caso,
cabível é ação impetrada.

IV – DA FALTA DA NORMA REGULAMENTADORA

O impetrante é servidor público federal e pretende exercer o seu direito constitucional à


greve para reivindicar aumento da remuneração. A Constituição Federal assegura o exercício do
direito de greve em seu artigo 9º. Todavia, para que o servidor público federal possa exercer tal
direito, é necessário a edição de lei regulamentadora, o que até hoje não ocorreu.

Ainda, o artigo 37, VII, da Constituição Federal estabelece que o direito de greve será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. O Impetrante, no entanto, está
impedido de exercer seu constitucional direito de greve, pois não houve a referida regulamentação.

Há, todavia, a regulamentação do direito de greve na lei 7783/89, mas tal regulamentação
não alcança os servidores públicos, permanecendo assim o Impetrante na impossibilidade do exercício
do direito constitucional perseguido.

Cumpre dizer que a Constituição Federal em seu artigo 1º, III, trás o consagrado princípio
fundamental da Dignidade da Pessoa Humana. Nota-se, pois, que o Impetrante encontra-se violado em
sua dignidade humana, pois diferentemente de outras categorias, não pode exercer o seu direito
constitucional de greve. É necessário, então, que se concretize e viabilize o direito do Impetrante.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Egrégio Tribunal, que se digne pela:

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a) Concessão do efeito concreto para garantir o exercício do direito de greve ao Impetrante,
aplicando-se a lei 7783/89, enquanto não houver a regulamentação;

b) Notificação das autoridades coatoras omissas, o Presidente do Congresso Nacional e o


Presidente da República para prestarem informações no prazo legal, em 10 dias, nos termos
do artigo 7º, I, da Lei 12.016/09 e do artigo 14 da Lei 13.300 de 2016;
c) Intimação do Ministério Público, para apresentar o seu parecer, nos termos do artigo 12 da
Lei 12016/09 em obediência ao artigo 14 da Lei 13.300 de 2016;
d) Procedência do pedido de mérito com a declaração da mora legislativa que inviabilizou o
direito do impetrante.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO:

Joana Augusta laborou, durante vinte e seis anos, como enfermeira do quadro do hospital
universitário ligado a determinada universidade federal, mantendo, no desempenho de suas
tarefas, em grande parte de sua carga horária de trabalho, contato com agentes nocivos
causadores de moléstias humanas bem como com materiais e objetos contaminados. Em
conversa com um colega, Joana obteve a informação de que, em razão das atividades que ela
desempenhava, poderia requerer aposentadoria especial, com base no § 4.º do art. 40 da
Constituição Federal de 1988.A enfermeira, então, requereu administrativamente sua
aposentadoria especial, invocando como fundamento de seu direito o referido
dispositivo constitucional.

No dia 30 de novembro de 2008, Joana recebeu notificação de que seu pedido havia sido
indeferido, tendo a administração pública justificado o indeferimento com base na ausência de
lei que regulamente a contagem diferenciada do tempo de serviço dos servidores públicos
para fins de aposentadoria especial, ou seja, sem uma lei que estabeleça os critérios para a
contagem do tempo de serviço em atividades que possam ser prejudiciais à saúde dos
servidores públicos, a aposentadoria especial não poderia ser concedida. Nessa linha de
entendimento, Joana deveria continuar em atividade até que completasse o tempo necessário
para a aposentadoria por tempo de serviço. Inconformada, Joana procurou escritório de
advocacia, objetivando ingressar com ação para obter sua aposentadoria especial.

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 10:

José, cidadão estrangeiro, que residira durante trinta anos no Brasil e passara os últimos trinta
anos de sua vida no exterior, sem visitar o Brasil, decidiu retornar a este país. Após fixar
residência no Brasil, tomou a iniciativa de rever os conhecidos. Em uma conversa com um de
seus mais diletos amigos, este lhe informou que ouvira um rumor de que constaria dos
assentamentos do Ministério X que José havia se envolvido em atividade terrorista realizada
no território brasileiro, trinta e cinco anos atrás. José decidiu averiguar a informação e
apresentou uma petição ao Ministério X, requerendo cópia de todos os documentos de posse
do referido ministério em que constasse o seu nome. Dentro do prazo legal, José obteve várias
cópias de documentos. A cópia do processo entregue a José apresentava-o inicialmente como
suspeito de participar de reuniões do grupo subversivo em questão. Porém, ao conferir a cópia
que lhe foi entregue, José percebeu que, além de faltarem folhas no processo, este continha
folhas não numeradas. Suspeitando de que as folhas faltantes no processo pudessem esconder
outro documento em que constasse seu nome, José formulou novo pedido ao Ministério X.
Dessa vez, novamente dentro do prazo legal, José recebeu comunicado de uma decisão que
indeferia seu pedido, assinada pelo próprio ministro da Pasta X, em que este afirmava
categoricamente que o peticionário já recebera cópias de todos os documentos pertinentes.
Incrédulo e inconformado com a decisão, José procurou os serviços de um advogado para
tomar a providência judicial cabível.

Na qualidade de advogado(a) de José, redija a peça jurídica mais adequada ao caso relatado na
situação hipotética, atentando aos seguintes aspectos:

- competência do órgão julgador;

- legitimidade ativa e passiva;

- argumentos a favor do acesso a todos os documentos em que conste o nome de José, no


Ministério X;

- requisitos formais da peça judicial proposta

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


JOSÉ
advoga?
Contra quem você
Ministro do Ministério “X”
advoga?

O que pretende o seu


Obter informação de natureza pessoal (documentos relativos do Impetrante),
cliente? (Objeto da
após negativa do Ministro da Pasta X
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido Não existe urgência.
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
Superior Tribunal de Justiça – Art. 105, I, b, da CFRB/88 + art. 20, I, b, Lei 9507
julgar a ação?
de 97
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão Art. 5, LXXII, a, CF + + Lei 9507/97 + art. 319, CPC.
utilizados?
Notificação da autoridade coatora, Ciência ao Órgão que a Autoridade coatora
A peça exige alguma está vinculada + Requerimento da Juntada de documentos + Procedência do
formalidade? Pedido + Intervenção do MP para apresentar Parecer, Petição em duas vias com
documentos comprobatórios do requerimento administrativo + Valor da Causa.

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(espaço de cinco linhas)

JOSÉ..., estrangeiro, estado civil..., profissão..., inscrito no CPF sob o n. ..., e RG sob o n.
..., com endereço..., endereço eletrônico..., por meio de seu advogado que a esta subscreve, com
endereço..., endereço eletrônico..., conforme procuração anexa, nos termos do artigo 287 do Código
de Processo Civil, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXXI, b,
da Constituição Federal, artigos 7º e seguintes da Lei 9.507/97 e artigo 319 do Código de Processo
Civil, impetrar

HABEAS DATA

em face da autoridade coatora vinculada ao Ministério da Pasta X, NOME..., estado civil,


MINISTRO DE ESTADO DA PASTA X, inscrito no CPF sob o n...., RG sob o n...., com endereço...,
endereço eletrônico..., pela negativa ao direito líquido e certo de informação da pessoa do
impetrante, conforme será demonstrado a seguir.

I – DOS FATOS

O impetrante, cidadão estrangeiro, residiu durante 30 anos no Brasil e passou os últimos


30 anos no exterior. Após voltar a fixar residência no Brasil, em conversa com amigo, foi informado
que constariam documentos no Ministério X de que o Impetrante participara de atividades terroristas
em território brasileiro há 35 anos.

O impetrante, então, peticionou ao Ministério X, requerendo informações e cópia de


documentos relativos ao seu nome. O impetrante obteve vários documentos, dentro do prazo legal,
que atestavam a sua participação em reuniões de grupos subversivos em questão, porém, percebeu
que faltavam folhas nos documentos fornecidos e que não estavam numerados.

O impetrante, novamente requereu dentro do prazo os documentos faltantes pelo que foi
negado pelo Impetrado, o Ministro da Pasta X, razão pela qual, vem a este tribunal.

II– DO FORO COMPETENTE E DA LEGITIMIDADE

A competência da presente ação se dá pelo legitimado passivo em consonância com o artigo


105, I, b, da Constituição Federal que diz que cabe ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar
o Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do Impetrante.
Neste sentido, é também o artigo 20, I, b da Lei 9507/97.

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No caso, temos como autoridade coatora que negou o direito de informação ao Impetrante o
Ministro de Estado da Pasta X. Deste modo, cabe ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar
a presente ação.

O Impetrante, no que pese ser cidadão estrangeiro é legitimado a propor a presente ação de
Habeas Data, pois, ainda que possua outra nacionalidade, lhe é garantida a tutela dos direitos
fundamentais.

III – DO CABIMENTO E DO ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA

Conforme preleciona o artigo 5º, LXXII, a, da Constituição Federal, conceder-se-á Habeas


Data, para assegurar o conhecimento de informações do próprio impetrante. Ainda, o artigo 7º, I, da
Lei 9507/97 assegura ao impetrante o conhecimento de informações constantes de registro ou
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, relativas à sua pessoa.

Na presente ação, temos que o Impetrante não obteve todos os documentos necessários
relacionados à sua pessoa, constantes do Ministério da Pasta X que é órgão governamental. De tal
modo, o direito do Impetrante pela obtenção e acesso aos documentos deve lhe ser garantido. Cabível,
então, é a presente ação de Habeas Data.

Cumpre ainda dizer, que o Impetrante cumpriu com o disposto no artigo 8º, parágrafo único,
inciso I da Lei 9507/97, pois requereu dentro do prazo as informações que lhe foram negadas pelo
Impetrado, esgotando-se assim a instância administrativa e restando-lhe apenas a via judicial.

IV – DO DIREITO À INFORMAÇÃO DO IMPETRANTE

Conforme preleciona o artigo 5º, LXXII, a, da Constituição Federal, conceder-se-á Habeas


Data, para assegurar o conhecimento de informações do próprio impetrante. Ainda, o artigo 7º, I, da
Lei 9507/97 assegura ao impetrante o conhecimento de informações constantes de registro ou
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, relativas à sua pessoa.

A negativa do Impetrado configura a violação do direito de acesso à informação garantido


constitucionalmente e legalmente ao Impetrante. Os documentos entregues ao Impetrante possuem
folhas não numeradas e faltantes, o que demonstra claramente que há ainda outros documentos
relativos à sua pessoa.

O Impetrado, autoridade coatora ao negar o direito ao Impetrante, fere-o ainda em sua


dignidade humana, princípio constitucional fundamental consagrado pela Constituição Federal,
conforme artigo 1º, III, da Constituição Federal.

Sendo assim, necessária e legítima é a concessão do Habeas Data.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Colendo Tribunal, que se digne pela:

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a) Procedência do Pedido de Mérito, emanando ordem para que a autoridade coatora, Ministro
da Pasta X, apresente ao Impetrante as informações relativas à sua pessoa de forma
completa, com todas as folhas enumeradas, constantes de seus registros, nos termos do
artigo 13, I, da Lei 9507/97.
b) Notificação da autoridade coatora, o Sr. Ministro de Estado da Pasta X, para que recebendo
a segunda via desta petição e seus respectivos documentos, preste as informações no prazo
de 10 dias, nos termos do artigo 9º, da Lei 9507/97.
c) Oitiva do Ministério Público, em cinco dias, para que findo o prazo da notificação da
Autoridade Coatora prestas as informações, nos termos do artigo 12 da Lei 9507/97.
d) Procedência do pedido de mérito com a declaração da mora legislativa que inviabilizou o
direito do impetrante.
e) Informa o Impetrante a juntada desta inicial com as suas respectivas cópias e documentos
nos termos do artigo 8º da Lei 9507/97.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO

Marcilene, nasceu em zona rural pertencente à cidade de São Domingos do Prata, local em
que foi registrada. Quando completou 20 anos, Marcilene percebeu que na sua certidão de
nascimento o nome de seu pai que se chamava Sebastião Divino da Silva, estava grafado de
forma errada, constando no documento o nome Sebastião de Souza Silva. Ao completar 26
anos, Marcilene se tornou mãe e deu luz a Ana Beatriz, mas ao registrar a sua filha, o
cartório se negou a por na certidão de nascimento nome verdadeiro do avô materno.
Marcilene, então, requereu, no prazo legal, ao tabelião do cartório da cidade em que nasceu
para proceder a retificação, mas seu pedido restou indeferido, alegando o tabelião que
somente o pai dela poderia fazer tal retificação. Marcilene lhe informa que o plano de saúde
contratado por ela, para os cuidados com a saúde da filha que nasceu prematura, exigiu a
certidão de nascimento como condição para permanência da mesma no hospital.

Diante da situação hipotetica, Marcilene lhe contrata como advogado(a) na busca de uma
solução para que, tanto ela quanto a sua filha pudessem ter o nome correto de seu avô
materno em seus documentos. Elabore a peça!

QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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Redigindo a Peça 11:

Após receber “denúncia de irregularidades” em contratos administrativos celebrados pela


Autarquia Federal A, que possui sede no Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal
determina a abertura de inquérito civil e penal para apurar os fatos. Neste âmbito, são
colhidas provas robustas de superfaturamento e fraude nos quatro últimos contratos
celebrados por esta Autarquia Federal, sendo certo que estes fatos e grande parte destas
provas acabaram divulgados na imprensa. Assim é que o cidadão Pedro da Silva, indignado,
procura se inteirar mais sobre o acontecido, e acaba ficando ciente de que estes contratos
foram realizados nos últimos 2 (dois) anos com a multinacional M e ainda estão em fase de
execução. Mas não só. Pedro obtém, também, documentos que comprovam, mais ainda, a
fraude e a lesão, além de evidenciarem a participação do presidente da Autarquia A, de um
Ministro de Estado e do presidente da comissão de licitação, bem como do diretor executivo
da multinacional M. Diante deste quadro, Pedro, eleitor regular e ativo do Município do Rio
de Janeiro/RJ, indignado com o descaso pela moralidade administrativa na gestão do
dinheiro público, pretende mover ação judicial em face dos envolvidos nos escândalos
citados, objetivando desfazer os atos ilegais, com a restituição à Administração dos gastos
indevidos, bem como a sustação imediata dos atos lesivos ao patrimônio público. Na
condição de advogado (a) contratado (a) por Pedro, considerando os dados acima, elabore a
medida judicial cabível, utilizando-se do instrumento constitucional adequado. (Valor: 5,00).

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você Pedro, cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos. Art. 1º, § 3º, da Lei nº
advoga? 4.717/65
Os réus deverão ser a autarquia federal A e seu presidente, o ministro de
Contra quem você estado, o presidente da comissão de licitação, a multinacional M, que
advoga? contratou com o Poder Público, e seu diretor executivo, conforme o disposto
no Art. 6º da Lei nº 4.717/65
Anulação do Ato Lesivo. Art. 3º e Art. 4º, III, c, ambos da Lei nº. 4.717/65, pois a
narrativa descreve a contratação fraudulenta de serviço, com preço mais
O que pretende o seu elevado que o ofertado no mercado, o que, evidentemente, caracteriza
cliente? (Objeto da evidente afronta à legalidade e provoca grande lesividade ao patrimônio
Ação e fundamento) público. Os pedidos devem ser de anulação dos atos praticados, em razão de
sua lesividade ao interesse público e de condenação dos envolvidos ao
ressarcimento dos danos que eventualmente venham a ser consumados.
Deve ser pleiteado o deferimento de provimento cautelar, de modo a
Existe urgência no suspender a execução dos contratos, já que o fumus boni iuris está
direito pretendido demonstrado e perigo de dano e a probabilidade do direito é mais que
pelo seu cliente? evidente, pois o dinheiro público será direcionado ao pagamento de valores
superfaturados.
Qual órgão
jurisdicional irá A ação deve ser ajuizada perante a Justiça Federal (Art. 109, I, da CRFB/88) e o
julgar a ação? foro competente para a propositura ocorrerá na Seção Judiciária do Rio de
(Competência) – Janeiro (RJ) conforme dispõe o Art. 5º da Lei nº 4717/65.
Indicar o vocativo.
Quais os
Art. 5º , LXXXIII, da Constituição Federal + Art. 1º e seguintes da Lei 4717/65 +
fundamentos serão
Art. 319 do Código de Processo Civil.
utilizados?
Comprovação da condição de cidadão e juntada de cópia do título de eleitor,
A peça exige alguma condenação de custas e ônus de sucumbência – art. 12, Lei 4717/65 + Citação
formalidade? dos Réus + Intimação do MP – Art. 7, I, a e b da Lei 4717/65 + A anulação dos
atos lesivos – At. 3 e 4 da Lei 4717/65 + Valor da Causa.

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MODELO DA PEÇA:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CÍVEL DA ... SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(espaço de cinco linhas)

PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na


....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de
pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número....,
cidadão com título de eleitor número..., zona...., seção...., vem, respeitosamente, por meio
de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., com endereço
para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado... (procuração anexa), nos
termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5º,
LXXIII, da Constituição Federal e artigo 1º e seguintes da Lei 4.717 /65 e artigo 319 do
CPC,
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, contra ato Autarquia Federal A,
pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o n. ..., com endereço..., endereço eletrônico..., e,
NOME..., nacionalidade, estado civil..., PRESIDENTE DA AUTARQUIA A, inscrito no CPF sob o
n...., e RG sob o n...., com endereço..., endereço eletrônico..., e MULTINACIONAL M, pessoa
jurídica inscrita no CNPJ sob o n..., com endereço..., endereço eletrônico...., e, NOME...,
estado civil, nacionalidade, DIRETOR EXECUTIVO DA MULTINACIONAL M, com endereço...,
endereço eletrônico..., e, NOME..., nacionalidade, estado civil, PRESIDENTE DA COMISSÃO
DE LICITAÇÃO, inscrito no CPF sob o n...., e RG sob o n...., com endereço... e endereço
eletrônico...., e, NOME...., nacionalidade, estado civil, MINISTRO DE ESTADO, inscrito no
CPF sob o n..., RG sob o n...., com endereço..., endereço eletrônico...., pelos fatos e
fundamentos que passa a expor:

I – DOS FATOS

Após receber denuncias de irregularidades em contratos administrativos celebrados pela


Autarquia Federal A que possui sede no Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal determinou
abertura de inquérito civil e penal para apurar os fatos, vindo a obter provas robustas de
superfaturamento e fraude nos últimos quatro contratos celebrados.

Após divulgação na imprensa das irregularidades, o Impetrante, indignado, procurou se


inteirar mais sobre o acontecido, ficando ciente de que tais contratos, ainda em execução, foram
realizados nos últimos dois anos com a Multinacional M.

O impetrante ainda obtém documentos que comprovam, mais ainda, a fraude e a lesão,
evidenciando a participação do Presidente da Autarquia A, um Ministro de Estado, do Presidente da

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Comissão de Licitação e o Diretor Executivo da Multinacional M. Diante disto, o Impetrante, visando
anular os atos lesivos ao Patrimônio Público e pela moralidade administrativa, vem ao judiciário na
presente Ação Popular.

II– DO FORO COMPETENTE E DA LEGITIMIDADE

Conforme se depreende do artigo 109, I, da Constituição Federal compete aos juízes federais
julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição autoras, rés, assistentes ou oponentes. Deste modo, temos como ré a Autarquia Federal
A, atraindo, portanto, a competência da justiça federal.

O artigo 5º, da Lei 4717/65 preleciona que a competência para julgamento da Ação Popular
se dá pela origem do ato impugnado, sendo competente o juiz que de acordo com a organização
judiciária de cada Estado o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
ou ao Município. Neste sentido, como a origem dos atos impugnados se deram no Município do Rio de
Janeiro, competente é o juízo federal da seção judiciária do Estado do Rio de Janeiro.

III – DO CABIMENTO E DA LEGITIMIDADE

O artigo 5º, LXXIII da Constituição Federal assegura a qualquer cidadão a propositura da


Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa. Ora, temos no caso, vários réus que se organizaram de forma
criminosa para fraudar contratos e procedimentos licitatórios com o objetivo de lesar o patrimônio
público.

Neste sentido, é também o artigo 1º, que assegura ao cidadão a legitimidade para propor a
ação popular visando anulares os atos lesivos ao patrimônio público, conforme se desenha no presente
caso.

No que tange à legitimidade ativa, o artigo 1º, parágrafo 3º da Lei 4717/65 aduz que a
prova da cidadania do impetrante da ação popular será feita com o título eleitoral ou documento que a
ele corresponda. Vale, então, dizer que o Impetrante é cidadão e está em pleno gozo de seus direitos
políticos, podendo estar em juízo na presente ação popular.

Quanto à legitimidade passiva, aduz o artigo 6º, da Lei 4717/65 que ação popular será
proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no artigo 1º da Lei
4717/65, contra as autoridades, funcionários ou administradora que tiverem autorizado o ato
impugnado e também, contra os beneficiários do mesmo. Vê-se, então, que o artigo 6º da lei
4717/65 se amolda com perfeição ao caso, visto que temos no polo passivo uma Autarquia Federal e
seu Presidente, uma empresa multinacional e seu Diretor Executivo, um Presidente de Comissão de
Licitação e até um Ministro de Estado. De tal modo, todos podem figurar no polo passivo.

IV – DOS ATOS LESIVOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO

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Os contratos celebrados entre a Autarquia Federal A e a Empresa Multinacional M estão
eivados pela ilegalidade e representa afronta direta aos princípios da administração pública. Assim, o
artigo 37 da Constituição Federal: “A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Nos contratos viciados, tiveram participação ativa do Presidente da Autarquia Federal A, do


Ministro de Estado, do Presidente da Comissão de Licitação e do Diretor da Empresa Multinacional M.
Neste sentido, o artigo 3º, da Lei 4717/65 preleciona que são nulos os atos lesivos os atos lesivos
ao patrimônio das pessoas jurídicas de direito público ou privado, tanto quanto das entidades
mencionadas no artigo 1º, da Lei 4717/65.

Já o artigo 4º, I, da Lei 4717/65, tornam nulos os seguintes atos ou contratos, celebrados
ou praticados por quaisquer das pessoas mencionadas no artigo 1º da Li 4717/65 a admissão ao
serviço público remunerado, com desobediência, quanto as condições de habilitação das normas legais,
regulamentares ou constantes de instruções gerais. Na presente ação popular, tem-se, provas
robustas adquiridas pelo Impetrante, além de outras obtidas pelo Ministério Público após ter apurado
em inquérito civil e criminal as irregularidade nos contratos celebrados nos últimos dois anos entre os
impetrados, todos com o claro intuito de lesar o patrimônio público.

IV – DA MEDIDA LIMINAR

Os contratos viciados pela ilegalidade estão ainda em execução, de modo que se faz
necessário a urgente concessão da medida liminar. Neste sentido, diz o artigo 5º, parágrafo 4º da
Lei 4717/65 que na defesa do patrimônio público caberá suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

Presente a probabilidade do direito, na medida em que há provas robustas colhidas pelo


Impetrante e outras pelos inquéritos instaurados pelo Ministério Público Federal. Já o perigo de dano
se evidencia, na medida em que há contratos em execução, eivados pelo vício da ilegalidade. Urgente
e necessária é concessão liminar.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer deste Colendo Tribunal, que se digne pela:

a) Concessão da Medida Liminar, nos termos do artigo 5º, parágrafo 4º, da Lei 4717/65 para
fins de suspender os contratos em execução celebrados entre a Autarquia Federal A e a
Empresa Multinacional M.
b) Citação dos Réus, quais sejam, o representante legal da Autarquia A, o Presidente da
Autarquia A, o representante legal da empresa multinacional M, o Diretor Executivo da
Empresa Multinacional M, o Presidente da Comissão de Licitação, e o Ministro de Estado
para apresentarem contestação nos termos do artigo 7º, IV da Lei 4717/65.
c) A intimação do ilustre representante do Ministério Público Federal para que acompanhe a
ação, conforme artigo 6º, parágrafo 4º da Lei 4717/65.

Professor Tiago Torres Página 45


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d) Procedência do pedido da ação popular para anular os atos lesivos ao patrimônio público,
derivados e tornar nulos os contratos viciados celebrados pelos réus, condenando-os ainda
pelas perdas e danos, nos termos do artigo 11 da Lei 4717/65.
e) Condenação dos Réus as custas processuais e demais despesas judiciais e extrajudiciais,
honorários de sucumbência, nos termos do artigo 12 da Lei 4717/65.
f) Juntada do título de eleitor do Autor, nos termos do artigo 1º, parágrafo 3º da Lei
4717/65.

Valor da Causa R$ 1000,00 (mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Local e data...

Advogado.... OAB....

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AGORA É A SUA VEZ!

ENUNCIADO

Esculápio da Silva, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na capital do Estado de WYK,


é comunicado por amigos que a Administração do Estado está providenciando um plano de
obras custosas e pretendendo que elas sejam entregues, independentemente de licitação, a
empresas com vínculos pessoais com dirigentes do seu partido político. Os valores
correspondentes às obras são incluídos no orçamento, observado o devido processo
legislativo. Quando da realização das obras, aduz a necessidade de urgência diante de
evento artístico de grande repercussão a realizar-se em aproximadamente um ano, o que
inviabilizaria a realização de procedimento licitatório e designa três empresas para repartir
as verbas orçamentárias, cabendo a cada uma realizar parte da obra preconizada. As
empresas Mastodonte S.A., Mamute S.A. e Dente de Sabre S.A. aceitam, de bom grado, o
encargo e assinam os contratos com a Administração. O valor das obras corresponde a um
bilhão de reais. Inconformado com esse fato, Esculápio da Silva, cidadão que gosta de
participar ativamente da defesa da Administração Pública e está em dia com seus direitos
políticos, procura orientação jurídica e, após, resolve ajuizar a competente ação. Na
qualidade de advogado, elabore a peça cabível, observando: a) competência do juízo; b)
legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d)
os requisitos formais da peça; e) tutela de urgência. (Valor: 5,0)

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QUESITOS ESSENCIAIS

Para quem você


advoga?
Contra quem você
advoga?

O que pretende o seu


cliente? (Objeto da
Ação e fundamento)

Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?

A peça exige alguma


formalidade?

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