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Figura 1: (a) matriz para empacotamento de coluna de exclusão sobre tamanho. (b) mecanismo
de cromatografia de exclusão.
FONTE: RODRIGUES, 1997
1.3 HPSEC-MALLS
A análise em GPC acoplada aos infinitos detectores, tem por objetivo o estudo de
partículas em solução.
O polissacarídeo em solução a ser analisado é carreado pelo solvente até uma
coluna, ou uma série de colunas recheadas de material poroso. A separação ideal,
por tamanho, dar-se pela permeabilidade diferencial pelos poros. Em geral,
moléculas maiores possuem tempo de retenção reduzido quando comparado as
demais, aparecendo primeiro no período de eluição, a qual é contemplado ao final
por moléculas bem menores. (KOSTANSKI, KELLER, HAMIELEC, 2004).
Como a coluna em gel realiza a separação das massas por tamanho, cada fração
obtida é enviada ao detector, a luz laser. Assim, os multiângulos medem
instantaneamente a intensidade espalhada.
Caso possua um detector de refração (IR) acoplado ao conjunto, o mesmo fornece
a concentração da solução polimérica e a taxa de recuperação, que corresponde
a subtração da massa estimada (solubilizada e previamente purificada) pela
concentração real (material detectado pelo detector IR)(SALVALAGGIO, 2010)
1.4.1 Mw e Mn
Mw- Massa ponderal media em peso
Mn- Massa ponderal média em número
1.4.2 dndc
Dndc, trata-se da variação do índice de refração(dn) em relação a variação da
concentração (dc) de cada solução polimérica a ter a massa molecular absoluta
determinada. ( RODRIGUES, 1997)
1.4.3 Raio de giro
Trata-se da distância de rotação em torno de um eixo fixo no espaço. Assim,
qualquer partícula em solução ou em suspensão pode apresentar um número
infinito de raios de giro. Temos assim, que o raio de giro estipula o tamanho da
cadeia polimérica (WYATT, 1993).
Galactomananas altamente substituídas resultam em valores de viscosidade
intrínseca e raio de giro reduzidos, quando comparados a polissacarídeos pouco
substituídos.
1.4.4 Polidispersão
A polidispersão ou a dispersão bruta de massa molar, obtida pela relação de Mw/Mn,
que ocorre devido a variações estruturas, como: grau de substituição, padronização
da substituição e grau de polimerização. Variações essas, importantes para a
aplicabilidade comercial, dependente da biossíntese da fonte de reserva da planta
relacionada as distribuições intra e intermoleculares.
Por se tratar de uma técnica que exige alto grau de pureza nas amostras injetadas,
tem-se a necessidade de filtração e tratamento da amostra.
Sabe-se que polissacarídeos tendem a formar agregados quando solubilizados em
água, devido as numerosas ligações de hidrogênio intermoleculares. A agregação
dificultada a caracterização de polímeros nas soluções poliméricas. Para isso, é
possível utilizar alguns métodos físicos para amenizar a presença de agregados,
como: filtração, aquecimento, centrifugação, entre outros.
Segundo estudos, observa-se que a presença de agregados influi na
reprodutividade dos resultados obtidos pelo GPC, para massa molar, a qual, quando
amenizados, aumento tal reprodutividade. Tem-se assim, uma estreita relação
entre solubilização e formação de agregados.
Existe a defesa que, a presença de agregados em soluções poliméricas muito
concentradas ou quando ocorre baixa solubilização, não apresentam possível
caracterização por espalhamento de luz. O fato se deve que mesmo uma pequena
quantidade de agregado pode gerar resultados discrepantes de massa molar,
sabendo-se que intensidade de luz espalhada é proporcional a massa molecular
média.
A detecção por Malls-IR, mostra-se sensível a presença de agregados em soluções
e polímeros como galactomananas. Agregados , que em geral são
“ombros” no pico de espalhamento de luz, indicam massas muito polidispersas
devido a diferentes populações(LANG, BURCHARD, 1993; CHENG, BROWN,
PRUD’ HOMME, 2002).
Segundo Ganter e Wang, a presença de agregados em soluções polimérica,
envolvendo galactomananas, é inevitável. Tendo a ocorrência de ligações de
hidrogênio entre os grupos hidroxilas. (GANTER, SABBI, REED, 2001; WANG et
al., 2005).
Buscando obter êxito na análise, Salvalaggio et. al. 2010, incluiu ao protocolo de
análise por espalhamento de luz, a centrifugação, filtração em membrana com
porosidade de 1,2 µm e seguida por 0,45 µm.
Outro fator interessante quando tratamos de preparo da amostra é a escolha da
fase móvel, e dos parâmetros que nos mostra isso é o segundo coeficiente virial
(A2) está presente na equação de Rayleigh/Debye/Gans e busca a relação entra a
intensidade de luz espalhada com propriedades físico-químicas da molécula.Com
isso, o mesmo classifica a qualidade do solvente. Quanto menor for o valor de A2,
melhor será o solvente (KOSTANSKI, KELLER, HAMIELEC, 2004). Logo, este
parâmetro é obtido pela interação polímero-solvente.
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