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Como será a nova versão do Mais Médicos de Bolsonaro

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lança Campanha Nacional de Vacinação


contra a Gripe, durante cerimônia em Porto Alegre. Foto: Ministério da Saúde/Divulgação
Folhapress
[28/05/2019] [08:34]

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Avaliado como alternativa ao Mais Médicos, a criação de um novo programa para levar
profissionais ao interior do país deverá ter valores diferentes de remuneração em cidades
mais distantes dos grandes centros.

A informação foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo pelo ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, que trabalha agora na construção do novo modelo. A ideia é
apresentar a proposta à Câmara dos Deputados ainda neste semestre.

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"Nesse modelo, teríamos cidades classificadas que vão ter um valor maior de remuneração
do que eventualmente uma cidade interiorana, que não é de área remota, o que o
programa atual não diferencia", diz.

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Segundo ele, o ministério analisa a possibilidade do novo programa envolver entre 13 mil e
14 mil vagas, número similar ao total de postos ocupados hoje no Mais Médicos. Por outro
lado, a quantidade é entre 23% e 29% menor do que o total de vagas autorizadas no
passado -18.240.

Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que o Ministério da Saúde decidiu não renovar
mais as vagas de contratos encerrados no Mais Médicos de profissionais que atuavam em
cidades de perfis 1 a 3, padrão tido como de menor vulnerabilidade em relação às demais
cidades.

Com isso, o programa já vive um enxugamento de parte das vagas, o que tem gerado
críticas de secretários de saúde e relatos de desassistência em alguns locais.

Mandetta, porém, alega que essas cidades teriam condições de custear os médicos.
Segundo ele, o foco das vagas do programa que substituirá o Mais Médicos devem ser as
cidades do "Brasil profundo" e outras onde houver dificuldade de provimento de
profissionais.

Já cidades maiores, como capitais, tendem a sair de cena -com algumas exceções. "Porto
Velho, por exemplo, é uma cidade enorme e que tem distrito em área critica. Vamos
conseguir identificar essas áreas", diz ele, que fala em corrigir "distorções" no Mais Médicos.

"Vamos colocar indicadores de necessidade nesses locais. Nas outras [que faziam parte do
Mais Médicos e não forem contempladas], vamos dando condições para que se
autorregulem", afirma o ministro, segundo quem algumas cidades devem ter aumento de
vagas.

A estratégia do programa seria a construção de um plano de carreira. Há possibilidade, no


entanto, de usar um possível abatimento de parte das dívidas do Fies (Fundo de
Financiamento Estudantil) como mecanismo de fixação em áreas críticas, segundo
Mandetta.

O mérito do profissional deve ser outro pilar, afirma. "Vamos usar o período probatório do
concurso público de maneira muito intensa, para que a pessoa manifeste o desejo de ser
efetivado e o governo reconheça que tem mérito."

Ainda de acordo com Mandetta, até que as discussões sobre a mudança de modelo sejam
finalizadas, novos editais de renovação no Mais Médicos ainda podem ser realizados -mas
ainda apenas nas cidades de perfis 4 a 8. Ele afirma que o governo estuda uma transição
"gradual" entre os modelos.

"Vamos conviver por um tempo com esse chamamento até que as pessoas sejam
gradativamente selecionadas por concurso", afirma.

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"Também vamos cumprir os contratos que já fizemos no Mais Médicos. E os prefeitos vão se
preparando para gradativamente saberem que tem compromissos de financiar esses
médicos", completa, em referência às cidades que poderão sair do processo.

A gestão do novo programa também terá mudanças. Hoje, o Mais Médicos fica sob
coordenação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Já o novo
programa deverá ficar a cargo da nova Secretaria de Atenção Primária, criada na última
semana.

Erno Harzheim, secretário-executivo substituto do ministério que deve ser titular da nova
área, diz que a iniciativa usará um modelo de classificação dos municípios "de acordo com
sua distância e afastamento dos núcleos [urbanos]". "Por algum tempo, teremos uma
coexistência de programas."

A jornalistas, Mandetta já manifestou o desejo do novo modelo se chamar "Médicos pelo


Brasil" - sem o "mais" do programa atual, que foi batizado em 2013 de "Mais Médicos Para o
Brasil".

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