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Como vimos na nossa décima quinta aula, as pessoas têm reações diferentes em
situações de estresse. O objetivo da aula e deste artigo é explicar o funcionamento
cerebral em situações de estresse e ensinar como tirar o melhor proveito possível
dessa situação.
Se você não funciona sob pressão, o ideal é aprender a contornar essa situação.
Algumas maneiras seriam aumentar gradativamente o desafio e/ou mudar a
perspectiva da prova, vendo-a como um desafio bom ao invés de uma ameaça
e mudando o mindset.
Quando se trata de perfil de reação ao estresse, é algo que faz parte do seu
perfil genético, não dá para mudar. A velocidade de captação de
neurotransmissores é o que vai determinar como você vai reagir ao estresse.
Apesar da essência de recaptação de dopamina ser imutável, se soubermos
identificar nosso perfil e traçar uma estratégia correta, podemos fazer essa
reação trabalhar a nosso favor.
Sabendo que existe uma velocidade de degradação é necessário também saber
o que causa a liberação de dopamina no cérebro. A produção de dopamina
normalmente ocorre de forma constante, sendo que essa produção pode
aumentar durante momentos de estresse ou de desafio, como uma prova ou um
concurso.
A revista The New York Times publicou uma reportagem inteira sobre esse
assunto onde ela utilizou diversos estudos científicos como base - quase uma
revisão de literatura. Nessa reportagem, eles tentaram entender porquê
algumas crianças lidam tão bem com o estresse e, mesmo não sendo das mais
estudiosas, conseguem alcançar bons resultados em provas; enquanto existem
outras que, apesar de terem um bom rendimento escolar, não conseguem tirar
boas notas nas principais provas. Eles tentaram identificar o que existia em
comum nesses dois tipos de pessoas e encontraram o gene COMT.
O gene COMT carrega um código de montagem que cria uma enzima que
degrada (quebra) a dopamina, sendo encarregado de estabelecer a velocidade
de degradação desse neurotransmissor (dopamina) no córtex pré-frontal. .
São aquelas pessoas que estão sempre em busca de desafios maiores que suas
capacidades e adoram estar sob pressão, elas precisam do estresse para render
o seu máximo . Isso ocorre porque elas possuem enzimas que degradam a
dopamina mais rápido do que o cérebro usualmente produz, estando
frequentemente com falta desse neurotransmissor. Assim sendo, quando há
uma produção aumentada de dopamina, devido a situações de risco físico ou
psicológico (como não passar em uma prova ou não cumprir uma meta), o
cérebro dessa pessoa entra em equilíbrio (velocidade de produção igual
velocidade de degradação de dopamina) e isso faz com que funcione o melhor
possível.
São aquelas que representam o outro extremo, pessoas que costumam analisar
bem suas capacidades antes de enfrentar um desafio, ficando mais
confortáveis em situações que tenham previsão dos resultados, elas
usualmente apresentam um pior desempenho sob situações de estresse e
preferem desafios usualmente iguais ou menores que suas capacidades. Isso
ocorre porque elas possuem enzimas que degradam a dopamina de maneira
semelhante ao que usualmente produzem, estando frequentemente com
equilíbrio desse neurotransmissor no cérebro. Assim sendo, quando há uma
produção aumentada de dopamina o cérebro dessa pessoa não consegue
degradar essa enzima rápido o suficiente, fazendo com que os impulsos
nervoso não se recuperem adequadamente, saindo do equilíbrio e gerando
medo e ansiedade.
Para efeito de entendimento, podemos comparar essa situação com uma represa
hidroelétrica: É fundamental que haja um equilíbrio entre a entrada e a saída da
água.
Olhando com o nosso cérebro, você pode comparar a produção de energia com
a sua capacidade de raciocínio; o transbordamento de água com sua
ansiedade, não saber lidar com a adrenalina; e a represa com um nível de
água muito baixo ou até mesmo seca com a hiperatividade, busca por
adrenalina.
Se você não sabe sequer que isso existe, como iria pensar em regular? Como é
uma determinação genética, não tem como escolher se vai degradar mais ou
menos rápido. Então você tem que se conhecer para buscar trabalhar nisso e
poder melhorar.
precisamos de 2 alelos, podendo ser composta por uma das variantes ou pela
combinação delas. O alelo met tem ¼ da atividade enzimática do alelo val,
então uma pessoa que tem os dois alelos val pode degradar (quebrar) até 16x
mais rápido a dopamina do que outra pessoa que tem dois alelos met.
Se você degrada rápido, pode ficar com uma "capacidade ociosa do seu
cérebro"; já se você degrada mais devagar, em alguns momentos pode
ficar com o "cérebro sobrecarregado".
Então, podemos perceber que não existe uma velocidade de degradação ideal.
Então é fundamental entender qual o seu perfil, para poder adaptar a produção
para que ela seja semelhante ao seu perfil.
Referências: