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1, Simone de Beauvoir
Primeira parte: Destino
*Conceito importante: alteridade (pensar que o indivíduo é construído na relação com o outro;
relacionado à generosidade)
- Chamar uma mulher de fêmea, ao contrário do homem (macho) é pejorativo, “não porque
enraíze a mulher na natureza, mas porque a confina no seu sexo”. P.25
- O que é silogismo?
- Acreditou-se, por muito tempo, desde Aristóteles até a Era Moderna, que a mulher, na
fecundação, fornecia apenas “matéria passiva”, servindo apenas para alimentar e desenvolver
o sêmen masculino, no qual já existia o indivíduo pré-figurado.
“A mulher limita-se, pois, nessas hipóteses, de nutrir um princípio vivo ativo (o gameta
masculino)já perfeitamente constituído (pelo homem)” p.30
- Essa teoria contradiz a passividade da mulher, pois ambos os gametas, feminino e masculino,
têm igual importância na formação e transmissão dos caracteres para o embrião.
- O óvulo é maior em relação ao espermatozoide. Por isso, aquele é um elemento fixo, pois
nele se encontra armazenado substâncias para o desenvolvimento do embrião; já este, é
reduzido, encontra-se em maior quantidade; é ele quem vai até o óvulo para fecunda-lo.
- Na fecundação eles fundem-se, “renegando suas individualidades”, pois “o papel dos dois
gametas é idêntico” p.34
- Muitos teóricos” ousados” utilizam desses fatos para supor que o lugar da mulher é no lar.
Frente a isso, Simone chama atenção para quão distantes estão a mulher e o óvulo.
- Ao contrário da mulher, no homem “sua vida genital não contraria sua existência pessoal” p.
52
“o homem não é uma espécie natural: é uma ideia histórica. A mulher não é uma realidade
imóvel, e sim um vir-a-ser; é no seu vir-a-ser que se deveria confrontá-la com o homem, isto
é, que deveria se definir suas possibilidades.” P.54
- O nosso corpo, segundo Sartre, Heidegger e Merleau-Ponty, não é uma coisa, mas sim uma
situação
- A sociedade não é uma espécie (por isso refuta-se teorias que se baseiam em dados
biológicos para justificar a inferioridade feminina); nela realiza-se como existência e a
transcende. O corpo não é só biologia, mas construído socialmente através de leis, tabus e
valores de uma sociedade.
“Não é a natureza que define a mulher: esta é que se define retomando a natureza em sua
afetividade” p.59
Pensar que nossos corpos são vividos a partir de estigmas sociais; que o corpo é corpo
na medida em que é vivido e resignificado pelos sujeitos;
FERUD. Por isso faz sentido pensar no complexo da castração, da psicanálise: tendo
medo de perder aquilo que lhe dá valor e lhe concede privilégios (no caso, o homem tem, em
nossa sociedade, esses privilégios devido ao seu pênis, que é culturalmente “divinizado”);
perder esse falo significa perder seu valor e privilégios. Já para a mulher, o desejo de ter esse
falo não implica em dizer que ele possui um valor intrínseco, natural, mas sim que, devido ao
valor que a ele destinamos, ela o deseja para obter os privilégios que ele lhe poderia conceder.
-Definiu-se que o home é um ser um humano, enquanto a mulher, uma fêmea; por isso,
quando age como um ser humano, transcendendo sua posição de mera fêmea, supõem que
ela esteja buscando ser como o macho. P. 72
- “A humanidade não é uma espécie animal, mas uma realidade histórica” p.73