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Resenha do livro “O segundo sexo”, vol.

1, Simone de Beauvoir
Primeira parte: Destino

Capítulo 1 – Os dados da biologia

*Conceito importante: alteridade (pensar que o indivíduo é construído na relação com o outro;
relacionado à generosidade)

- Chamar uma mulher de fêmea, ao contrário do homem (macho) é pejorativo, “não porque
enraíze a mulher na natureza, mas porque a confina no seu sexo”. P.25

- Mito platônico dos andróginos PESQUISAR

- São Tomás de Aquino declarou que a mulher é um ser “ocasional” p.28

- O que é silogismo?

- Acreditou-se, por muito tempo, desde Aristóteles até a Era Moderna, que a mulher, na
fecundação, fornecia apenas “matéria passiva”, servindo apenas para alimentar e desenvolver
o sêmen masculino, no qual já existia o indivíduo pré-figurado.

“A mulher limita-se, pois, nessas hipóteses, de nutrir um princípio vivo ativo (o gameta
masculino)já perfeitamente constituído (pelo homem)” p.30

- Posteriormente, no século XIX, com o desenvolvimento do microscópio, descobriu-se em


pesquisas a equivalência e simetria dos gametas feminino e masculino na procriação. Mesmo
assim, muitos continuaram a afirmar a suposição aristotélica de ativo e passivo, dos quais o
primeiro corresponderia ao homem (gerador) e, o segundo, à mulher (alimentadora).

- Na fecundação acredita-se hoje que os gametas feminino e masculino fundem-se formando


um único núcleo que, posteriormente, gerará um organismo (a transmissão dos caracteres
para o embrião é equivalente da mãe e do pai).

- Essa teoria contradiz a passividade da mulher, pois ambos os gametas, feminino e masculino,
têm igual importância na formação e transmissão dos caracteres para o embrião.

- O óvulo é maior em relação ao espermatozoide. Por isso, aquele é um elemento fixo, pois
nele se encontra armazenado substâncias para o desenvolvimento do embrião; já este, é
reduzido, encontra-se em maior quantidade; é ele quem vai até o óvulo para fecunda-lo.

Óvulo> imóvel, inerte, fechado

Espermatozoide> aberto, ágil, sempre em movimento

- Na fecundação eles fundem-se, “renegando suas individualidades”, pois “o papel dos dois
gametas é idêntico” p.34
- Muitos teóricos” ousados” utilizam desses fatos para supor que o lugar da mulher é no lar.
Frente a isso, Simone chama atenção para quão distantes estão a mulher e o óvulo.

- Mito da feminilidade devorante na fêmea do louva-deus (ela assassina o parceiro)

-Hegel via no macho o “elemento subjetivo”, enquanto a fêmea “permanece envolvida na


espécie” ( o desejo sexual no macho é uma certa realização individual, enquanto na fêmea,
uma forma de perpetuar a espécie)p.45

Por isso: fêmea – MANTER: continuidade da vida (sua individualidade é colocada em


segundo plano em favor da manutenção da espécie, como seu corpo que se modifica)

Macho- CRIAR: gerar o novo, individual

- A natureza “instala-se” na mulher; já o homem, ele” é seu corpo. A história da mulher é


muito mais complexa” p.46

“A mulher é mais adaptada às necessidades do óvulo que dela se apropria” p.48

- Ao contrário da mulher, no homem “sua vida genital não contraria sua existência pessoal” p.
52

“o homem não é uma espécie natural: é uma ideia histórica. A mulher não é uma realidade
imóvel, e sim um vir-a-ser; é no seu vir-a-ser que se deveria confrontá-la com o homem, isto
é, que deveria se definir suas possibilidades.” P.54

- O nosso corpo, segundo Sartre, Heidegger e Merleau-Ponty, não é uma coisa, mas sim uma
situação

- A sociedade não é uma espécie (por isso refuta-se teorias que se baseiam em dados
biológicos para justificar a inferioridade feminina); nela realiza-se como existência e a
transcende. O corpo não é só biologia, mas construído socialmente através de leis, tabus e
valores de uma sociedade.

“Não é a natureza que define a mulher: esta é que se define retomando a natureza em sua
afetividade” p.59

Pensar que nossos corpos são vividos a partir de estigmas sociais; que o corpo é corpo
na medida em que é vivido e resignificado pelos sujeitos;

Capítulo 2 - O ponto de vista psicanalítico

Freud – sociedade falocêntrica

Inconsciente coletivo na psicanálise


O falo é algo de valor que, em minha posse (sendo meu) desperto o gozo e o desejo do outro;
é através desse algo (o falo) que o outro me valoriza.

FERUD. Por isso faz sentido pensar no complexo da castração, da psicanálise: tendo
medo de perder aquilo que lhe dá valor e lhe concede privilégios (no caso, o homem tem, em
nossa sociedade, esses privilégios devido ao seu pênis, que é culturalmente “divinizado”);
perder esse falo significa perder seu valor e privilégios. Já para a mulher, o desejo de ter esse
falo não implica em dizer que ele possui um valor intrínseco, natural, mas sim que, devido ao
valor que a ele destinamos, ela o deseja para obter os privilégios que ele lhe poderia conceder.

“Não é porque simboliza a virgindade feminina que a integridade fascina o homem: é


seu amor à integridade que torna preciosa a virgindade” p.67

-Definiu-se que o home é um ser um humano, enquanto a mulher, uma fêmea; por isso,
quando age como um ser humano, transcendendo sua posição de mera fêmea, supõem que
ela esteja buscando ser como o macho. P. 72

Capítulo 3 – O ponto de vista do materialismo histórico

PROCURAR: materialismo histórico

- “A humanidade não é uma espécie animal, mas uma realidade histórica” p.73

*Imperialismo da consciência humana*: a vontade de poder, de agir e dominar o Outro

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