Texto: A casa do samba, o samba da rua: relações de gênero , arte e tradição no samba carioca.
O presente texto discorre sobre as relações de gênero, arte e tradição no samba
carioca a partir de reflexões, leituras e relatos sobre que apontam para a invisibilidade da mulher no samba. Através dos conteúdos explanados no texto é possível notar o quando as mulheres foram desprivilegiadas em vários aspectos na trajetória do samba e que como consequência não puderam desenvolver carreiras artísticas.
O titulo é um trocadilho do autor que associa as atividades femininas à casa e
masculinas à rua. Segundo o autor, tanto a ideia de casa como organização da família e da vida domestica, quanto a ideia de casa como terreiro e templo religioso afro-brasileiro, apesar de reconhecidos como territórios hegemônico feminino, não são devidamente reconhecido na história do samba e da música popular brasileira.
Se alicerçando em trabalhos de autores como Sandroni (2001), Caldeira (2007)
e Viana (2007), o texto traça um panorama da trajetória do samba carioca desde a chegada das Tias Baianas da Pequena África – Tia Ciata, Tia Perciliana, Tia Carmem do Ximbuca, Tia Maria Adamastor, e Tia Amélia Aragão – mulheres atuantes e influentes no meio musical de sua época, compositoras, instrumentistas, cantoras, agentes transformadoras. Também foi aproveitado conteúdo do diário de campo e entrevistas, que foram parte do trabalho de mestrado do autor.
A necessidade de se realizar uma revisão histórica menos hegemônica e mais
inclusiva do samba, considerando a representação feminina, torna esse trabalho relevante.