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INTRODUÇÃO
O livro de Atos dos apóstolos em certo sentido tem sido um dos livros mais
importantes do Novo Testamento, visto que nele esta contida as narrativas dos
primeiros anos da vida da igreja cristã. O objetivo do autor em escrever o Livro de
Atos foi para mostrar o cumprimento das palavras de Jesus, quando disse: “Eu
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 24:
46-49). Jesus antes de ser assunto aos céus Ele enfatizou aos seus discípulos que
não deixassem de ensinar e de fazer discípulos de todas as nações, e foi em
Jerusalém com os discípulos reunidos em um lugar no dia de Pentecoste, que tudo
começou, quando o Espírito Santo veio sobre eles, e os enchendo de poder para
testemunharem com autoridade do Evangelho de Jesus.
Este trabalho visa estudar as narrativas de (Atos 6: 1-7), e a diretriz que
usaremos para chegarmos a uma possível conclusão quanto ao documento, é o
método de interpretação que conhecemos como histórico-gramatical, que tem como
objetivo chegar ao sentido original colocado pelo autor. Iniciamos olhando para a
intenção que o autor tem com essa narrativa de apresentar a igreja que avança,
diante das dificuldades existentes no seu caminho, o autor tem a intenção de animar
os seus leitores dizendo que eles não se arrependerão de ter colocado sua fé no
autor e consumador da vida Jesus, que a igreja continuará caminhando mesmo em
meio as tribulações, que o seu propósito continuará prevalecendo, visto que quem
conduz a igreja é o próprio Deus.
Em fase de muitos acontecimentos atrelados a esse assunto, o narrador
mostra claramente, que os eleitos de Deus, avançavam mesmo diante da mentira
de alguns que se julgavam irmãos, mas que na verdade não passavam de joio como
no caso de Safira e Ananias (5: 1-10), da resistência do Sinédrio e inveja dos líderes
religiosos(5: 11), e da desconfiança por parte dos Helenistas, quanto a distribuição
de alimentos para com suas viúvas (6:1). Diante disso o autor não somente mostra
o problema mas também mostra a forma como solucionar esse tipo de problema
existente na igreja e afirma: “A Palavra de Deus crescia e aumentava o número dos
discípulos em Jerusalém, e uma grande multidão de sacerdotes obedecia a fé”.
1
Este trabalho será dividido em sete capítulos e tem como objetivo apresentar
e responder as questões que o documento nos apresenta. No primeiro capitulo será
apresentado o contexto histórico geral da pesquisa como: Autoria, canonicidade,
destinatário, data e ocasião. O segundo capitulo apresenta o esboço do documento
com as divisões e subdivisões. O capitulo de número três mostrará o texto original.
O quarto capitulo apresenta a tradução livre do texto exegetizado. O capitulo cinco
mostra o estudo dos termos. O capitulo de número seis apresenta a teologia do
texto e o ultimo capitulo de número sete apresenta o esboço Homilético do texto que
considera-se de grande importância pelo fato de aqui ser apresentado um resumo
da intenção do autor e em seguida as considerações finais que levarão a uma
melhor compreensão do leitor.
2
CAPITULO UM
1.1 AUTORIA
1
Champlin Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado, p. 1.
2
Kistemaker Simon J., Comentário do Novo Testamento, p. 39
3
Kummel Werner Georg, Introdução ao Novo Testamento, p. 225
4
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento, p. 208
3
dúvida de que o autor é Lucas, antioqueno, médico e companheiro de viagem de
Paulo”5, o livro é anônimo, mas a autoria de Lucas é fortemente defendida, quando
alguém faz a ligação do terceiro Evangelho e Atos (Lc 1: 1-4 e At 1: 1-2), os atos de
todos os Apóstolos foram escritos por Lucas que o destina a Teófilo. “Dessa época
temos o prólogo antimarcionistas a Lucas, o qual registra que o próprio Lucas
escreveu os Atos dos Apóstolos. No século 3 Clemente de Alexandria, Orígenes e
Tertuliano declararam que Lucas é o autor do Evangelho e Atos.”6
Sabemos que a discussão quanto a autoria de Atos vá muito alem do que este
trabalho exegético, acreditamos na necessidade de posicionarmos quanto a autoria
do documento. Mesmo sabendo que não tenha fortes evidencias internas quanto a
sua autoria, se os argumentos citados neste trabalho são corretos não podemos ter
outra opção a não ser considerar que Lucas, o amado Medico, como o autor de tal
documento. De acordo com Champlin quando afirma que: “A autoria comum do
evangelho de Lucas e de Atos, pode ser demonstrado pelas seguintes
considerações” 7: a) Considerações lingüísticas, b) Tanto o evangelho de Lucas
como o livro de Atos foram endereçados a Teófilo, c) De conformidade com um tipo
mais clássico de grego, podemos observar, tanto no evangelho de Lucas como no
livro de Atos o emprego do modo optativo grego, o qual figura com muito maior
freqüência do que nos livros de qualquer outro dos autores do Novo Testamento, d)
O fato de que tanto o evangelho de Lucas como o livro de Atos foram escritos pelo
mesmo autor é igualmente demonstrado pelo fato de que ambos enfatizam os
mesmos temas, do principio ao fim. Sendo assim, afirmamos ser o autor de Atos
dos Apóstolos o médico e companheiro de viagem missionária de Paulo, e autor do
terceiro evangelho sinóptico, Lucas.
1.2 CANONICIDADE
5
Boor Werner de, Comentario Esperança.
6
Kistemaker Simon J.exposição de Atos dos Apóstolos, P. 39
7
Champlin R. N., O Novo Testamento Interpretado, p. 2
4
canonicidade do documento, e para isso buscaremos os relatos e testemunhos
daqueles que são conhecidos como pais da igreja.
O testemunho de Irineu de Leão é considerado muito importante porque é
considerado como um dos primeiros pais da igreja, e afirma que Lucas é o autor do
livro de Atos dos Apóstolos em sua obra conhecida como “adv. Haer” por volta do
século II.8. Outros que também foram considerados como pais da igreja dão a sua
contribuição testemunhando a veracidade deste documento, são eles: Clemente de
Alexandria, Orígenes (185-254 d.C.), coloca o livro de Atos entre os livros que são
indiscutíveis quanto a autenticidade. Tertuliano Clemente de Roma, Atanásio no ano
de (367 d.C.), apresentou uma lista que continha os vinte e sete (27) livros do Novo
Testamento como sendo canônicos, e isso leva a crer que o Livro de Atos dos
Apóstolos estava entre eles, Em 397 d.C. no concilio de Cartado a igreja
reconheceu oficialmente estes 27 livros da lista apresentados por Anastácio Inácio
de Antioquia (115 d.C.), Policarpo também, ao escrever sua carta aos Filipenses por
volta do ano 120 d.C. faz alusões a Atos dos Apóstolos.
Portanto, concluímos que este documento exegetizado que é o livro de Atos
dos apóstolos, trata-se de uma obra autenticamente canônica, considerando o
número de relatos que foram mencionados a cima.
1.3 DESTINATÁRIO
8
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento, SP 1997, p. 203
9
Almeida João Ferreira, Bíblia Sagrada, SP, p. 1097
10
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento, SP 1997, p.221
5
O livro de Atos, tal como o Evangelho de Lucas, foi escrito para um oficial
romano de nome Teófilo.11
Esse livro foi escrito com a finalidade de apresentar a esse oficial, e a outras
pessoas interessadas, em uma defesa do cristianismo. Por isso acredita-se que não
se tratava de um romano herético do judaísmo, nem tão pouco a uma organização
política contrario ao estado romano. Ademais, é quase certo que Lucas tinha em
mente um público bem mais amplo do que um único individuo,12.
Por isso cremos ser a melhor argumentação quanto a seu destinatário, que
Lucas dedica suas duas obras a Teófilo, que possivelmente deve ter sido seu
patrocinador, e que possivelmente se tratava de um cidadão romano.
Tanto quanto os outros pontos este também é de grande importância, visto que
aqui será mostrado a data e a ocasião aproximadamente em que este documento
ou livro de Atos dos Apóstolos foi escrito, existe muitas divergências entre os
estudiosos da Bíblia do Novo Testamento, as datas variam de grupos para grupos
de estudantes, mas três datas pelo menos são atribuídas à época das escrituras, as
datas sugeridas para Atos dos Apóstolos vão de 62 d.C. ano em que ocorre o último
acontecimento do livro de Atos e 130 d.C. até por volta do século II, que é quando
ocorre a primeira referencia explicita a Atos. De acordo com Carson o documento foi
“escrito entre três datas 62-70; de 80-95; ou 115- 130 d.C”.13 “Se, porém, é razoável
sustentar que Lucas conseguiu fazer um retrato matizado da igreja em data
comparativamente recente depois dos eventos que registra, torna-se possível uma
data algo mais recuado”.14 O fato de atos ter o seu final de forma abrupta, sugere
uma data próxima e segura. Aqui a narração de Lucas informa que Paulo está
residente em Roma, em prisão domiciliar e aproveitando a oportunidade para
anunciar a Palavra de Deus (At 28: 30-31). Se for levado em consideração essa
linha de pensamento a data mais provável seria antes de 70 d.C. com certeza tem
outras conclusões para o livro de Atos que refutam esse argumento como: A
explicação de que Lucas pode ter tido a intenção de escrever um terceiro volume e
11
Champlin Russeii Norman, O Novo Testamento Interpretado, SP 1995, p. 6
12
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento, SP 1997, p. 221
13
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento, SP 1997, p. 215
14
Marshall I. Howard, Atos introdução e comentário, SP, 1980, p. 48
6
que Atos terminasse nesse ponto para prender o leitor em suspense pelo fato de
Lucas escrever em (At 1:1) a palavra “(primeiro) para descrever o evangelho de
Lucas”.15 É importante considerar outros estudiosos e eruditos com argumentos de
que a data provável seja 80 a 95 d. C., dentre eles esta Oscar Culmann a Georg
Kummel que dão outra suposta data de 90- 100 d. C.16.
Por tudo o que foi relatado acima, concluímos que uma data mais coerente
para o documento de Atos dos Apóstolos é 62-70 d.C. O local da obra, há os que
sugerem Roma, Éfeso, Antioquia, ou algum lugar na Macedônia ou na Ásia Menor.
Conclui-se que o local mais apropriado seja Roma, por ocasião em que o apostolo
Paulo esteve preso em Cesaréia (At 24:27), onde ficou por dois anos. esta é a
posição deste trabalho quanto a data e ocasião.
15
Carson D. A., Moo Douglas J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento SP 1997, p. 219
16
Oscar Cullmann, p.49, Werner G. Kummel PP 236, 238
7
CAPITULO DOIS
ESBOÇO DO DOCUMENTO
9
CAPITULO TRÊS
TEXTO ORIGINAL
Esta parte do nosso trabalho exegético tem por objetivo apresentar o texto
original da passagem que compreende Atos 6: 1-7.
5 Καὶ ἤρεσεν ὁ λόγος ἐνώπιον παντὸς τοῦ πλήθους. καὶ ἐξελέξαντο Στέφανον,
ἄνδρα πλήρη πίστεως καὶ πνεύματος ἁγίου, καὶ Φίλιππον καὶ Πρόχορον καὶ
Νικάνορα καὶ Τίμωνα καὶ Παρμενᾶν καὶ Νικόλαον προσήλυτον Ἀντιοχέα,
6 οὓς ἔστησαν ἐνώπιον τῶν ἀποστόλων· καὶ προσευξάμενοι ἐπέθηκαν αὐτοῖς τὰς
χεῖρας.
7 Καὶ ὁ λόγος τοῦ Θεοῦ ηὔξανε, καὶ ἐπληθύνετο ὁ ἀριθμὸς τῶν μαθητῶν ἐν
Ἱερουσαλὴμ σφόδρα, πολύς τε ὄχλος τῶν ἱερέων ὑπήκουον τῇ πίστει.
10
CAPITULO QUATRO
TRADUÇÃO LIVRE
Esta parte do nosso trabalho exegético tem por objetivo apresentar a tradução
livre da passagem que compreende a pericope de Atos 6: 1- 7.
3- Selecionai, porém, irmãos dentre vós sete varões que tenham bom testemunho
cheios do Espírito e de sabedoria os quais nomearemos a esta necessidade.
11
CAPITULO CINCO
Esta parte do nosso trabalho exegético tem por objetivo apresentar o estudo
dos termos das palavras do texto que compreende Atos 6: 1- 7.
ANÁLISE DO TEXTO
Lucas indica que o sujeito sofre a ação expressada pelo verbo. Por
conseguinte a ação continua e se da num estado incompleto em processo. Faz a
afirmação “multiplicando-se” ou “aumentando” o número de discípulos naqueles dias.
17
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 27,30
18
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 68.
12
3 - γογγυσμὸς – Substantivo, nominativo, masculino, singular - murmuração.
19
Almeida João Ferreira, Bíblia de Estudo Palavra chave, RJ 2011, p.2290.
20
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p.68
21
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p.68
22
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 70
13
“Adjetivos são palavras que qualificam o substantivo. Assim, quando
falamos de um homem sábio, de um aluno honesto ou de uma fruta
deliciosa, estamos usando adjetivos para atribuir alguma qualidade as
pessoas ou coisas das quais estamos falando. Os adjetivos femininos são
divididos em duas classes, dependendo das suas terminações no
nominativo singular”.23
Conforme Rega:
“Um substantivo que expressa interesse pessoal aparece no caso dativo. Indica
a pessoa ou coisa em quem recai o proveito ou dano de uma ação”.27
23
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p.93
24
Bíblia de estudos The Worde
25
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 30
26
Schalkwijk Francisco Leonardo, Coinê Pequena Gramatica do Grego Neotestamentário, MG 1994, p.12
27
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 65
14
Aqui Lucas afirma que havia na igreja uma distribuição de alimento que era
descrita como um tipo de “ministério” que é a mesma palavra que fora usada no (v 4)
para o ministério da pregação da Palavra, mas devido o crescimento da igreja a
exigência deste serviço também aumentaram, que já não era possível fazer tão bem
como deveria, e o problema se tornava mais grave a medida que apareciam mais
grupos diferentes dentro da igreja. Diante destas circunstancias seria inevitável que
alguns fossem negligenciados. Lucas aqui esta enfatizando as ações que recai
sobre aqueles que tinham o ministério e a responsabilidade da distribuição dos
alimentos para todos.
Conforme Rega
28
Mounce William D.,Léxico Analítico Grego do Novo Testamento, SP 1993, p. 173
29
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 28.30
30
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 70
15
Apesar da palavra “comunidade” usada pela ARA, traz a idéia de um grade
grupo, pois expressa melhor a idéia de um grupo alem dos 120 de Atos 1:15.
Aqui o autor de Atos o médico Lucas, esta dizendo que o número de discípulo
já não é mais um número pequeno, agora já é uma multidão. “Um grande número de
Homens”, “multidão de Pessoas” ou uma “multidão inteira”. Conforme Strong31.
Conforme Strong: “Desistir de, é deixar uma pessoa ou coisa a sua própria
sorte pelo cessar de cuidar, abandonar, desamparar”, não era sábio da parte dos
apóstolos desistir de cuidar do povo, deixando de preparar o alimento espiritual, para
então se dedicar apenas no alimento material34.
31
Strong James, Dicionário Bíblico Strong, SP 2002, p. 1742
32
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 29,30.
33
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 30
34
Strong James, Dicionário Bíblico Strong, SP 2002, p. 1570
16
Jetro, o sogro dele, aconselhou a escolher homens capazes e colocá-los para ajudá-
lo (Ex 18: 17-26). Isso aliviou o fardo de Moisés. Assim também os apóstolos tentam
resolver o problema da distribuição de alimentos.
Lucas narra neste momento a atitude dos doze em fazer uma reunião para
dizer, que não é correto abandonar o ensino da Palavra de Deus para servir a mesa,
visto que a Palavra proferida a viva voz que expressa os ditos de Deus, seus
decretos mandatos e ordens, não pode parar.
35
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 70
36
Strong James, Dicionário Bíblico Strong, SP 2002, p. 1538
37
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 27,30
17
Este termo é também, Freqüentemente utilizado no Novo Testamento, para se referir
aos ministro (pastores) do que aos diáconos, mas é também muitas vezes pra falar
do oficio dos diáconos.
Conforme Gingruch:
“É uma palavra que significa servir a mesa, (Lc 12: 37), servir geralmente no
sentido literal e figurado (Mt 4: 11), Auxiliar (Mt 27: 55), Ajudar apoiar (Mt 25: 44),
servir como diácono I Tm 3: 10-13)”38
Mas também traz a idéia de uma olhada (visita) para as pessoas certas para a
finalidade especifica de salvação, (Lc 1:68; 7:16)40
38
Gingrich F. Wilbur, Danker Frederick W., Léxico do Novo Testamento Grego/Portugues, SP 1984, p. 53
39
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 29, 30.
40
Gingrich F. Wilbur, Danker Frederick W., Lexico do Novo Testamento Grego/Portugues, SP 1984, p.83
41
Chambelain W. D., Gramática Exegetica do Grego Neo-Testamentário, SP 1989, p. 63
18
“Quando um substantivo indica a pessoa ou coisa que diretamente sofre a ação
do verbo aparece no caso acusativo. O masculino, que, além de nomear os seres
masculinos, é usado para nomes de rios, ventos e meses42
Conforme Chambelain
Aqui o Médico Lucas esta relatando o pedido que foi feito pelos Apóstolos, para
que o povo escolhesse dentre eles homens que eram bem falados, que fossem
aprovados, através do seu testemunho de boa reputação (1 Tm 3: 7).
42
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p.70,71
43
Chambelain W. D., Gramática exegética do Grego Nel-testamentário, SP 1989, p. 106, 122.
44
Chambelain W. D., Gramética Exegética do Grego Neo-Testamentário, SP 1989, p.56
45
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 71
19
trabalho e poder. Aqui o Médico Lucas narra os pré requisitos exigidos pela
comunidade de crentes para exercer a função de diácono, além de ser de boa
reputação, deveria ser cheio do Espírito e de Sabedoria, ou seja, a vida desses
homens deveria ser condizentes com a fé que professavam, os diáconos deveriam
ser homens dotados de habilidades, homens que se destacassem no meio da
comunidade.
Conforme Rega:
O futuro ativo indicativo aponta para o fato que a ação dos apóstolos é
posterior e segue a escolha da igreja, mas é prometido como uma certeza, não
como uma possibilidade. καταστήσομεν apontar, nomear constituir, Eles tinham sido
designados para uma tarefa orientada. (Mt 24: 45) e (At 17:15).
Segundo Chambelain:
46
Rega Lourenço stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, SP 2004, p. 30
47
Chambelain W. D. Gramática exegética do Grego Neo-testamentário, SP 1989, p. 88, 105
20
2 – Para servir pessoalmente a alguém (At 10:7)
3 – Estar firmemente compromissado com alguma coisa ou alguém
a – Os primeiros discípulos um ao outro e a oração (At 1:14)
b – Os primeiros discípulos aos ensinos dos apóstolos (At 2:42)
c – Os primeiros discípulos um ao outro (At 2:46)
d – Os Apóstolos ao ministério da oração e da Palavra (At 6:4), Paulo usa a mesma
palavra para chamar os crentes a perseverarem a oração (Rm 12:12; Clo 4:2)”48.
48
Utley Bob, Série Guia de Estudo e comentário, SP 2010, p. 104
49
Chambelain W. D., Gramática exegética do Grego Neo-testamentário, SP 1989, p.61,62
50
Coenen Lothar, Brown Colin, Dicionário Internacional de Teologia, SP 200, P. 1436
51
Chambelain W. D., Gramática exegética do Grego Neo-Testamentário, SP 1989, p. 55
21
Esta é uma palavra falada em viva voz e expressa uma concepção ou uma
idéia. Os Apóstolos propõem e enunciam a proposta e a igreja aprova a sugestão ou
idéia deles. A palavra “agradou”, demonstra a harmonia básica entre os apóstolos e
a comunidade cristã. A reclamação parou visto que a queixa foi retirada e todo o mal
estar do meio do povo gerado pela negligencia na distribuição foi acalmada.
“A escolha de Deus Pai que escolhe os cristãos como aqueles que Ele
separa da multidão sem religião como seus amados, aos quais transformou
através da fé em Cristo Jesus, em cidadãos do reino messiânico: (Tg 2: 5),
de tal forma que o critério de escolha arraiga-se unicamente em Cristo e
seus méritos”.53
Todos os nomes são de origem grega, apesar de alguns nativos judeus terem
nomes gregos, entre eles os Apóstolos Filipe e André, alguns estudiosos preferem a
52
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S.P. 2004, p.28,29
53
Biblia de Estudo The Word.
54
Chambelain W. D., Gramática Exegética do Grego Nel-Testamentário, S.P. 1989, p. 63
22
explicação que todos os sete eram judeus helenistas cujo idioma materno era o
grego. O primeiro nome é Estevão, que significa “uma Coroa”. Estevão preenche os
requisitos determinados pelos Apóstolos, visto que Lucas relata que ele é um
homem “cheio de fé e do Espírito Santo”.55
Existem diversos Filipes no Antigo Testamento. Mas esse era um dos sete, seu
nome significa “amante de cavalos”. Seu ministério é relatado em Atos 8. Ele foi um
instrumento do avivamento em Samaria, e uma testemunha pessoal para o oficial do
governo da Etiópia. Por isso ele é chamado de o “evangelista” em (Atos 21: 8) e
suas filhas eram também ativas no ministério (Profetizas Atos 21:9).57
“É o caso regular a usar-se após verbo transitivo, a menos que aja razão
distinta para que se use outros dos casos, gradualmente alijou o acusativo aos
demais casos da função de complementação adjetiva dos verbos”.58
Conforme Champlin:
55
Kistemaker Simon J., Comentário do Novo Testamento, p. 297
56
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S.P. 2004, p. 28
57
Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico/Grego, R.J. 2009, p. 1166, 1167.
58
Chambelaim w. D. GramáticaExegética do Grego Nel-Testamentário S. P. p. 64
59
Champlin Russel Norman, Novo Testamento Interpretado, S. P. 1995, p. 132
23
27 - Νικάνορα – Substantivo, acusativo, masculino, singular – Nicanor.
“Quando um substantivo indica a pessoa ou coisa que diretamente sofre a ação
do verbo aparece no caso acusativo. O masculino, que, além de nomear os seres
masculinos, é usado para nomes de rios, ventos e meses”.60
Aqui Lucas informa que todo o povo se colocou de pé diante dos apóstolos.
29 - ἐπέθηκαν – Verbo, indicativo, aoristo, ativa, terceira pessoa do plural –
Impuseram.
Conforme Rega:
60
Rega Loureço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S. P. 2004 p. 28
61
Champlin Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado, S. P. 1995, p. 132
62
Chambelaim W. D., Gramática Exegética do Grego Nel-Testamentário, S. P. 1998, p.107
63
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S. P. 2004, p. 30
24
“Esta é a primeira vez em Atos que se menciona uma cerimônia de imposição
de mãos como rito mediante o qual alguns membros da igreja eram nomeados para
tarefas especificas. No Antigo Testamento, a imposição de mãos as vezes
significava bênção (Gn 48: 14), as vezes atribuição de algum encargo (Nm 27: 18-
23)”.64
Segundo Chambelain:
Lucas aqui não está falando de palavra como sinônimo de livro, porém se
refere a Palavra de Deus como os apóstolos continuaram a pregar (v 2,4), mas que
agora se espalhava para lugares além de Jerusalém. Por todo o seu livro, Lucas
registra o crescimento maravilhoso da igreja primitiva. Por exemplo, na conclusão de
seu relatório do pentecoste, ele declara que Deus diariamente acrescentava
64
Williams Davd J., Novo Comentário Biblico Conteporaneo
65
Chambelain W. D., Gramática Exegética do Grego Nel-Testamentário, S. P. 1989, p. 58
66
Bíblia de Estudo Palavra Chave R. J. 2009. p. 2087
67
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S. P. 2004, p.68
25
pessoas aos três mil crentes (Atos 2: 41, 46). O texto diz “a Palavra de Deus
continuava a aumentar”.68 Isso não significa que aumentou o número de livros, mas
que o evangelho em si tornou-se parte da vida espiritual do povo, ou seja, o efeito da
palavra proclamada tornou-se cada vez mais notável na vida dos habitantes de
Jerusalém.
Conforme Rega:
68
Kistemaker Simon J., Comentário do Novo Testamento, p. 298
69
Chambelain W. D., Gramática exegética do Grego Nel-Testamentário, S. P. 1989, p.55
70
Rega Lourenço Stelio, Bergmann Johannes, Noções do Grego Bíblico, S. P. 2004, p. 30
26
CAPITULO SEIS
TEOLOGIA DO TEXTO
Depois de ter sido feito o estudo dos termos, o objetivo do trabalho neste
momento é mostrar a teologia encontrada no texto de Atos que compreende o
capítulo seis do versículo primeiro ao sete, ( Atos 6: 1-7).
71
Calvino João, As institutas Edição Clássica, Volume 3, p. 429
72
Champlin Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado, p. 132
27
“A ordo salutis descreve o processo pelo qual a obra de salvação, realizada em
Cristo, é concretizada subjetivamente nos corações e vida dos pecadores”.73
“E crescia a Palavra de Deus”. O que Jesus Cristo tinha feito na vida das
pessoas estava se espalhando em toda região. Homens e mulheres tornaram-se
discípulos submissos ao senhorio de Cristo. Eles não estavam envergonhados da fé
que professavam; ao contrário, com grande coragem suportavam o testemunho da
verdade do evangelho que mudara suas vidas, aquilo que Jesus havia prometido
estava se cumprindo. Por causa dos salvos que partilhavam com os outros as boas
novas, a igreja experimentou grande e extraordinário crescimento. Os que vieram a
conhecer a Cristo não guardaram tal conhecimento para si, mas saíram e
partilharam com os outros.75
O texto em apreço também nos ensina que é preciso ver o ser humano não
apenas como alguém a ser conquistado para o reino de Deus, mas uma vida a ser
73
Berkhof Louis, Teologia sistemática, p. 383
74
Hoekema Anthony, Salvos Pela Graça, p.22
75
Radmacher Earl D., Allen Ronald B., House H. Wayne, O Novo Comentário Bíblico, p. 306
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transformada em seu reino, o texto mostra que a missão da igreja não se limita
apenas em anunciar o evangelho, mas deve ser uma prática cotidiana da igreja, em
se preocupar tanto com a necessidade espiritual como a material, pois a igreja é
também um instrumento de transformação social. Pois as viúvas e os necessitados
tinham suas necessidades supridas pela igreja.
O autor de atos o médico Lucas também narra dizendo que a igreja tinha uma
composição multicultural, ou seja, ela não deve fazer acepção de pessoas, mas
alcançar todas as classes sociais, a igreja primitiva era constituída de muitas classes
de pessoas de diferentes nacionalidades, que habitavam ou que chegavam em
Jerusalém que aderiam a fé, o coração daqueles que foram alcançado pela
pregação da Palavra de Deus, se acalmou por causa do amor cristão e por não
haver entre eles divisão cultural.
O que Jesus Cristo tinha feito na vida das pessoas estava se espalhando por
todos os lugares, Homens e mulheres tornaram-se submissos ao senhorio de Cristo.
Eles não se envergonhavam da fé mas, com grande coragem testemunhavam a
verdade do evangelho transformador de vidas. Aquilo que Jesus havia prometido
estava se cumprindo em virtude de eles compartilharem com outros as boas novas,
com isso a igreja crescia mais e mais, mesmo vindo os problemas em decorrência
do crescimento, mais o mesmo era superado com sabedoria e por causa do amor de
uns para com os outros.
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CAPITULO SETE
ESBOÇO HOMILÉTICO
SERMÃO
TEXTO: Atos 6: 1 -7
INTRODUÇÃO:
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Apóstolos também deram ouvidos as reclamações e procuraram saber o que de fato
estava acontecendo.
Essa deve ser a atitude de todos aqueles que estão na liderança na obra do Senhor,
ouvir os queixosos e procurar encontra uma solução para o problema.
A narração do medico Lucas mostra que essa murmuração chegou até aos
Apóstolos, visto que também representava uma acusação contra eles que cujas
mãos estava também a distribuição das dádivas. Mas os Apóstolos não reagiram
melindrados, e sim objetivamente, pois reconheceram que de fato havia um
problema para resolver. O radical verbal traz a idéia de “passar a vista por cima”, em
outras palavras deixar de ser visto e assim “negligenciado” (ARA, PJFA). Aqui o
tempo imperfeito aponta para algo que já estava sendo normal, ou seja, as viúvas
dos helenistas estavam sendo esquecidas, ou deixadas de lado.
“Desistir de, é deixar uma pessoa ou coisa a sua própria sorte pelo cessar de
cuidar, abandonar, desamparar”, não era sábio da parte dos apóstolos desistir de
cuidar do povo, deixando de preparar o alimento espiritual, para então se dedicar
apenas no alimento material.
31
lo (Ex 18: 17-26). Isso aliviou o fardo de Moisés. Assim também os apóstolos tentam
resolver o problema da distribuição de alimentos.
Neste caso Lucas está mostrando o critério usado para a indicação: Deveria
ser homens qualificados da igreja que fossem capazes de realizar esta tarefa, em
virtude da responsabilidade, os Apóstolos sugerem que sejam sete, a igreja elege,
os Apóstolos ordenam esses homens para o cargo especial de ministrar aos pobres,
(Fp 1: 1; 1 Tm 3:8).
Aqui o Médico Lucas está relatando o pedido que foi feito pelos Apóstolos, para
que o povo escolhesse dentre eles homens que eram bem falados, que fossem
aprovados, através do seu testemunho de boa reputação (1 Tm 3: 7). “Reputação”,
entende-se que teriam de ser indivíduos testados, ou segundo o que o sentido
original entende, que lhes “tivesse sido dado testemunho”, outras pessoas precisam
conhecê-los, em seus negócios, em seu caráter passado, testificando
favoravelmente a favor deles.
II – Cheio de sabedoria
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A sabedoria dos diáconos precisava ser terrena e prática, dando eles exemplo
de discreção e poupança, além da aptidão pelas coisas e soluções práticas.
Contudo, essa sabedoria também teria de ter um aspecto espiritual, fazendo com
que olhassem para seus semelhantes com espírito de amor, de ternura e de
bondade, sempre considerando seu destino espiritual e eterno, visando o avanço e o
desenvolvimento espiritual de suas almas
Conclusão:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agora que chagamos ao fim deste trabalho, esperamos ter lançado luz sobre a
narrativa bíblica aqui analisada. Gostaria de concluir com três aspectos.
O segundo aponta para a gêneses do oficio do diaconato, que nos traz a idéia
de uma função instituída, fala também da imposição de mãos, a qual simbolizava
aqui, a transmissão de autoridade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CARSON, D. A., Moo Dangles J., Morris Leon, Introdução ao Novo Testamento,
p.208
OSCAR, Cullman, p. 49
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