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1 PERGUNTA 1
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus. (1Coríntios 10.31)
O que move a sua vida? Qual o seu objetivo último? Alguns buscam sucesso,
outros, segurança e, não poucos, buscam prazer. Em última análise, as coisas que
você faz são para alcançar um fim, um objetivo. As Escrituras Sagradas nos
orientam, tudo o que fazemos deve ter um único objetivo: a glória de Deus! Paulo
nos afirma que até nas pequenas coisas, como nos alimentar, devemos ter como
objetivo a glória de Deus.
Isso não é nosso comportamento padrão! O ser humano, por natureza, tende a
fazer tudo para seu bem e sua própria glória. E só houve um homem sobre a terra
que fez tudo para a glória de Deus. Esse homem afirmou: minha comida consiste
em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. (João 4.34)
Apenas Jesus fez isso completamente, mas o seu sangue derramado na cruz nos
habilita a podermos viver para glória de Deus! Com ele, podemos orar como Paulo
orou: Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois,
a glória eternamente. Amém! (Romanos 11.36)
Você pode se perguntar, mas será que não terei prazer na vida? O que acontece
se eu tentar agradar só a Deus? Quem vai me agradar? A beleza disso tudo é que
nós temos todo prazer e deleite em Deus! Como Asafe afirmou no Salmo 73.25,
referindo-se a Deus: Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu
me compraza na terra.
É por isso que nossos irmãos de Westminster abrem o catecismo menor com a
pergunta: qual o fim principal do homem? E eles respondem: o fim principal do homem é
glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre!
Aleluia! Louvado seja o SENHOR!
2 PERGUNTA 2
Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.
(Salmo 119.105)
Se o nosso alvo e alegria é dar glória a Deus (1Coríntios 10.31), uma pergunta
natural seria: como fazemos isso? Como agradamos a Deus? Numa era de muitas
“verdades”, como a nossa, podemos ser tentados a pensa que cada um pode ter a
sua própria maneira de agradar a Deus. Afinal, uma das mensagens da nossa era é:
o que vale são as suas intenções.
Mas a revelação de Deus é clara a respeito de si mesma:
1. Ela é a Palavra de Deus e não as ideias de homens brilhantes: nenhuma
profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo. (2Pedro 1.20-21);
2. Toda ela tem a finalidade de nos instruir: Toda a Escritura é inspirada
por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para
a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2Timóteo 3.16-17);
3. Toda ela aponta para a história de Jesus, o único capaz de nos salvar e nos
habilitar a obedecer à revelação de Deus: A seguir, Jesus lhes disse: São
estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava
se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos. (Lucas 24.44) e Na verdade, fez Jesus diante dos
discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo,
o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João
20.30-31);
4. Qualquer método diferente da Bíblia é falso e maldito: Mas, ainda que nós
ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além
do que vos temos pregado, seja maldito. (Gálatas 1.8)
É por isso que nossos irmãos de Westminster se perguntam: que regra Deus nos
deu para nos dirigir na maneira de o glorificar e de nos alegrarmos nele? Ao que eles mesmos
respondem: A Palavra de Deus, que se acha nas Escrituras do Velho e do Novo Testamentos,
é a única regra para nos dirigir na maneira de o glorificar e de nos alegrarmos nele.
3 PERGUNTA 3
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas
mesmas que testificam de mim. (João 5.39)
O que você pensa sobre a Bíblia? Alguns a encaram como um manual de instruções
para ter uma vida de sucesso, outros encaram como um livro cheio de regras sobre o
que podemos e o que não podemos fazer e ainda existem aqueles que pensam que
a Bíblia é um livro de fábulas fantásticas, ou seja, um romance antigo como a Ilíada de
Homero.
A Bíblia realmente traz conselhos que nos tornam sábios (2Tm. 3.15), ela
também fala sobre o que Deus exige de nós e, de fato, ela tem histórias fantásticas,
como o relato da criação e do êxodo. Mas a Bíblia é mais que isso! Ela não é uma
série de histórias desconexas que nos contam sobre personagens que devemos
imitar, mas ela conta uma única história sobre um Deus criador e a raça humana
que se rebelou contra Deus.
A história que se desenvolve de Gênesis a Apocalipse nos conta sobre a
paciência e misericórdia de Deus para com a raça humana, que mesmo merecendo
a ira de Deus, recebe o seu amor e perdão. O auge desse amor se encontra em
Jesus Cristo, aquele sobre quem a Bíblia testifica e que pode nos dar a vida eterna:
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16)
A Bíblia nos informa sobre o que Deus requer de nós (Ex. 19-20) e sobre como
somos incapazes de cumprir essas exigências (Rm. 3.20). Elas nos ensinam sobre
o Deus misericordioso que nos dá o seu Filho Amado, Jesus, e o consolador, o
Espírito Santo. Ela também nos diz como devemos viver para agradar a esse Deus.
Por isso nossos irmãos de Westminster perguntam: Qual é a coisa principal que as
Escrituras nos ensinam? ao que eles mesmos respondem: A coisa principal que as
Escrituras nos ensinam é o que o homem deve crer acerca de Deus, o dever que Deus requer do
homem.
O carcereiro filipense perguntou a Paulo e Silas: Senhores, que devo fazer
para que seja salvo? E eles lhe responderam:: Crê no Senhor Jesus e serás
salvo! (Atos 16.30-31)
4 PERGUNTA 4
De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam. (Hebreus 11.6)
Quem é Deus?
Para alguns, Deus não existe. Para outros, tudo é Deus. Alguns pensam em
termos de vários deuses e talvez um deus mais forte que governa os demais. Ainda
conhecemos aqueles que consideram ser impossível conhecer a Deus. Mas o que
nós cremos acerca de Deus?
Deixe-me dizer 2 coisas:
1. Deus existe, e ele deixou evidências disso em 3 esferas;
2. Apesar de não sermos capazes de definir Deus, podemos aprender sobre ele,
pois ele se revela a nós, suas criaturas.
Como Deus deixou evidências de sua existência?
1. O universo e sua complexidade gritam que essa obra-prima tem um autor:
Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos. (Sl. 19.1);
2. O homem, por natureza, é religioso! Pode ser que adoremos o deus errado,
mas temos a noção de que alguém deve ser adorado. Isso se dá, porque Deus
deixou impresso em nós essa noção: [os descrentes] mostram a norma da lei
gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os
seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se. (Rm. 2.15);
3. Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, revela Deus a nós, e é somente por
meio de Cristo que podemos nos aproximar de Deus. A Bíblia diz: “Ninguém
jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o
revelou” (Jo 1.18). Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
E o que podemos aprender acerca de Deus e quem ele é? Nossos irmãos de
Westminster responderam assim à essa pergunta: Deus é espírito, infinito, eterno e
imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.
(Leia Jo. 4.24; Sl. 145.3; 1Cr. 29.10, Tg. 1.17; Ex. 34.6-7 e Is. 6.3)
5 PERGUNTA 5
E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e
a Jesus Cristo, a quem enviaste. (João 17.3)
Deus existe e deixou evidências disso na natureza, na religiosidade natural e ao
habitar entre nós. Mas, se hoje existem tantas religiões, quantos deuses existem?
Será que somente um caminho leva à salvação?
Deixe-me ilustrar com um exemplo simples: se um professor pergunta qual o
resultado da soma 2+2, e um aluno responde 5 e outro responde 4... É possível
que ambos estejam certos? Parece fácil responder, não é mesmo?
Deixe-me apelar para sua razão: tudo acontece por um motivo e só pode haver
uma causa primária para todas as coisas. Ou você realmente tem fé de que um
universo tão ordenado e perfeito (significado da palavra cosmos) veio a existir sem
uma causa?
A Bíblia afirma de maneira categórica a causa primária de todas as coisas no seu
primeiro versículo: no princípio... Deus! E por diversas vezes ela afirma que o
SENHOR, é o único Deus, vivo e verdadeiro: Ouve, ó Israel, o SENHOR, nosso
Deus, é o único SENHOR! (Marcos 12.29) Mas o SENHOR é verdadeiramente
Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações
não podem suportar a sua indignação. (Jeremias 10.10).
Se apenas um pode ser o verdadeiro Deus, concluímos que todos os demais são
falsos! Como diz o salmista: Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das
mãos dos homens, têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm
ouvidos e não ouvem; pois não há alento de vida em sua boca. Como eles
se tornam os que os fazem, e todos os que neles confiam. (Salmo 135.15-18)
A mesma Bíblia que afirma só haver um Deus, afirma também que só há um
caminho para esse Deus: Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14.6)
Há um único Deus, que se revelou a Israel e em Cristo! A vida eterna consiste
em conhecer o único Deus verdadeiro e seu Filho, Jesus Cristo. Quem acredita em
outros deuses ou em nenhum deus está condenado a não conhecer a vida eterna.
Esse assunto é de extrema importância e é por isso que nossos irmãos de
Westminster respondem assim à pergunta “há mais de um Deus?”: “Há só um Deus, o
Deus vivo e verdadeiro.”
6 PERGUNTA 6
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo sejam com todos vós. (2Coríntios 13.13)
Será que o ensino de que só existe um Deus, vivo e verdadeiro, nega a doutrina da trindade?
Como é possível que haja apenas um Deus e que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam Deus?
Qualquer racionalização ou ilustração dessa doutrina não é capaz de revelar a
sua grandeza e o seu mistério. Mas a Bíblia claramente apresenta Deus como um e
o Pai, o Filho e o Espírito Santo como Deus. Geerhardus Vos resumiu assim: “Em
um sentido Deus é Um, e em outro sentido é Três. Ele é Um em substância e Três em pessoas”.
A doutrina da Trindade afirma que: Deus é um só, mas subsiste em três pessoas:
o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
E qual a importância disso? Poderíamos citar muitos motivos, mas cito o que
Richard Baxter destaca sobre o assunto: É necessário que creiamos na Trindade:
Pai, Filho e Espírito Santo, sendo um só Deus, pelo conhecimento das três grandes
obras de Deus sobre o homem:
1. Como nosso Criador e Deus da natureza;
2. Como nosso Redentor e Deus da graça que governa e reconcilia;
3. Como nosso Santificador, Aplicador e Aperfeiçoador de todos, a fim de
nos tornar aptos para a glória.
Encerro com as Palavras de Leonard T. Van Horn:
O crente precisa do Pai. O Pai que é o Criador, o Legislador, o Juiz, o Provedor
de todas as necessidades — o Pai que o amou tanto a ponto de mandar seu Filho
para morrer na Cruz por seus pecados.
O crente precisa do Filho. O Filho é o unigênito do Pai. O Filho que é o
Ensinador, o Redentor, o Sumo Sacerdote, o Rei eterno que governa com a Palavra
e o Espírito.
O crente precisa do Espírito Santo. O Espírito que regenera e conduz a toda a
verdade. O Espírito que é seu Consolador, seu Preservador, quem faz com que o
crente compartilhe de Cristo e todos os benefícios dele.
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Quantas pessoas há na Divindade?”: Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo, e estas três são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória.
7 PERGUNTA 7
O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração,
por todas as gerações. (Sl 33.11)
O que você pensa sobre o futuro? Será que ele é um mar de possibilidades? Ou será que o
destino já está determinado? Independentemente de sua opinião, todos nós gostamos
da ideia de ter as coisas sob o nosso controle. Ninguém quer depender de outros!
Mas você sabe o que lhe acontecerá amanhã?
O futuro pode lhe reservar uma agradável surpresa ou uma terrível calamidade...
Mas a Bíblia é clara em afirmar que Deus tem todas as coisas sob o seu controle:
1. Deus planejou tudo na sua infinita inteligência: Que variedade,
SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia
está a terra das tuas riquezas. (Sl 104.24);
2. E nenhum dos planos do SENHOR pode ser frustrado: Bem sei que
tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. (Jó 42.2)
Quando afirmamos que Deus planejou todas as coisas, logo surge a acusação
de que Deus não seria justo, ou que Deus seria cruel, ao que respondemos: existe maior
amor e misericórdia do que dar o seu próprio Filho para prover reconciliação?
A Bíblia é clara ao afirmar que Deus planejou dar seu Filho pelos seus eleitos:
1. O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo foi morto desde que
o mundo foi fundado (Ap 13.8);
2. Deus sabia que crucificariam Jesus, pois ele foi entregue e morto pelo
determinado desígnio e presciência de Deus (At 2.23);
3. Tudo isso porque Deus nos escolheu, nele, antes da fundação do
mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4).
Deus não é cruel, mas gracioso, em seus decretos! É com a certeza de que Deus
governa todas as coisas que Paulo afirmou: Sabemos que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito. (Rm 8.28)
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Que são os decretos de Deus?”: “Os decretos de Deus são o seu eterno propósito, segundo o
conselho da sua vontade, pelo qual, para sua própria glória, Ele predestinou tudo o que acontece.”
8 PERGUNTA 8
Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não
há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o
princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas
que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé,
farei toda a minha vontade... Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este
propósito, também o executarei. (Isaías 46.9-11)
Quantos de nós fazemos planos ou promessas e depois não conseguimos realizar ou cumprir?
A sensação é frustrante. Como seria bom se fôssemos capazes de cumprir o que
prometemos e de realizar perfeitamente o que planejamos!
Ao contrário de nós, Deus realiza absolutamente tudo o que planejou e ele não
deixa de cumprir nenhuma de suas promessas: Porque para Deus não haverá
impossíveis em todas as suas promessas. (Lucas 1.37)
A maneira como Deus age para fazer isso é maravilhosa e graciosa. Por meio
da sua criação e da sua providência, o Senhor cumpre todos os seus planos (ou
decretos). Poderíamos definir criação como tudo o que foi trazido à existência por Deus
e providência como a atividade de Deus ao longo da história.
Ele cumpre por meio da criação porque cada ser ou objeto criado cumpre o seu
propósito, como a lua que regula as marés e a vida nos mares. Ele cumpre por
meio da providência porque cada intervenção afeta a nossa vida e salvação, como
quando com sinais e feitos ele libertou seu povo da escravidão no Egito.
Deixe-me chamar a atenção para o Rei dos reis e Senhor dos senhores na
criação e na providência. Jesus é aquele que:
1. Por intermédio dele todas as coisas foram feitas, e, sem ele, nada
do que foi feito se fez. (João 1.3);
2. Tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de
muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam
para a salvação. (Hebreus 9.28)
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Como executa Deus os seus decretos?”: “Deus executa os seus decretos nas obras da criação e
da providência.”
9 PERGUNTA 9
Tema ao SENHOR toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo.
Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir. (Sl 33.8-9)
Quando pensamos no tamanho do universo, ficamos admirados. Se tentarmos
entender a complexidade de seu funcionamento podemos nos perder. E você, o
que acha sobre isso?
A ciência moderna, por não ser capaz de criar coisas a partir do nada, presume
que o mundo veio a existência a partir de alguma coisa. Por preferir que Deus não
exista, a ciência secular afirma que tudo aconteceu sem uma causa primária e num
processo muito lento. Mas a Bíblia, por sua vez, claramente afirma que o mundo
veio a existência pela ordem de Deus, a partir do nada, tudo em 6 dias, por meio
de Jesus e tudo muito bom:
1. No princípio, criou Deus os céus e a terra. (Gn 1.1)
2. No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse
dia descansou. (Gn 2.2)
3. pois, [em Jesus], foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias,
quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele
e para ele. (Cl 1.16)
4. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde
e manhã, o sexto dia. (Gn 1.31)
Deixe-me voltar a nossa observação inicial: Quando pensamos no tamanho do
universo, ficamos admirados. Não deveria ser motivo de menor admiração
pensarmos num Deus poderoso o suficiente para ter arquitetado e criado esse
universo, usando apenas a sua Palavra e em apenas seis dias. Por isso o salmista
nos convida: Tema ao Senhor, porque ele falou e tudo se fez!
Quando Deus criou o universo por meio de seu Filho ele fez tudo muito bom.
Hoje, nossa rebelião contra ele trouxe o mal ao mundo, mas ele promete restaurar
todas as coisas e fazer novas criaturas para viver num mundo perfeito de novo:
Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das
coisas passadas, jamais haverá memória delas. (Is 65.17)
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Qual é a obra da criação?”: “A obra da criação é aquela pela qual, Deus fez todas as coisas
do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bem.”
10 PERGUNTA 10
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem,
à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou
e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;
dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal
que rasteja pela terra. (Gn 1.26-28)
Qual a origem do ser humano? Substâncias químicas simples deram origem a
substâncias complexas, substâncias complexas deram origem a seres vivos simples
e seres vivos simples deram origem a seres complexos. Essa é a resposta ensinada
em nossas escolas, apesar disto nunca ter sido reproduzido em laboratório, nem
na menor das escalas.
Sinceramente, se você encontra um relógio na praia, você duvidaria se eu
dissesse que ele é fruto das ondas se chocando contra a areia e o do sol aquecendo
esse sistema. Por que você acreditaria que o ser humano, muito mais complexo,
veio desse processo evolutivo?
A Bíblia é clara em afirmar que Deus criou o homem, assim como todo o
restante desse mundo. Até as mais longínquas galáxias são obra do Criador! Mas o
homem é especial, ele foi criado à imagem e semelhança de Deus. Dentre as muitas
implicações de sermos imagem e semelhança de Deus, destaco que o homem é a
única criatura que é como Deus e, portanto, capaz de ter comunhão com Deus.
Essa imagem foi borrada e manchada pelo pecado, mas Cristo, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do Ser de Deus (Hb 1.3), nos capacita
a abandonar a imagem manchada e a nos revestir do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou. (Cl
3.10).
Como novas criaturas em Cristo, podemos nos tornar novamente
conhecedores de Deus e viver uma vida de santidade e comunhão com o Senhor.
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Como criou Deus o homem?”: “Deus criou o homem macho e fêmea, conforme a sua própria
imagem, em conhecimento, retidão e santidade com domínio sobre as criaturas.”
11 PERGUNTA 11
Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre
tudo. (Sl 103.19)
Quem governa o mundo? Alguns pensam que são os governantes das grandes
potências mundiais, outros pensam que o poder está nas mãos dos empresários e
os mais niilistas pensam que ninguém governa nada!
Mas a Bíblia afirma categoricamente que é Deus quem governa o mundo! Além
de ser o Criador, Deus preserva e governa a sua criação. Neemias afirma que
“Deus criou o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto
nela há, os mares e tudo quanto há neles; e Ele os preservas a todos com
vida” (Ne 9.6) Além de sustentar todas as coisas, Davi afirma que Deus “domina
sobre tudo” (Sl 103.19)
É essa doutrina que chamamos de providência ou soberania de Deus: Deus
preserva e governa a sua criação! G. I. Williamson nos lembra de 4 aspectos da
providência, ao afirmar que Deus governa:
1. A natureza (Mt 5.35 e Sl 104.14);
2. As nações (Dn 4.25 e At 17.26);
3. Cada indivíduo (1Sm 2.6-8);
4. As ações livres dos homens (Gn 45.7, Pv 16.1 e Fp 2.13).
Todos nós gostaríamos de ter total controle do que acontece conosco, mas
somos incapazes de prever o amanhã. Tiago afirma que “Não sabemos o que
sucederá amanhã!” por isso devemos falar “Se o Senhor quiser, não só
viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4.13-17)
Mas apesar disso, somos responsáveis por cada uma de nossas ações (Mt 12.33-
37). É isso que chamamos de responsabilidade humana. A nossa responsabilidade
não se choca com a soberania divina. Augustus Nicodemus diz que essas duas
verdades são os trilhos que, lado a lado, conduzem o trem da vida.
Ao invés de tentar tomar as rédeas de nossas vidas em nossas mãos, devemos
entrega-las ao Deus que criou o mundo por meio de Cristo e pela Palavra do seu
poder o sustenta (Jo 1.3 e Hb 1.3). Em Cristo há oportunidade de não sermos
responsabilizados pelas nossas escolhas más do passado.
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Quais são as obras da providência de Deus?”: “As obras da providência de Deus são a sua
maneira muito santa, sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas, e todas as
ações delas.”
12 PERGUNTA 12
E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gn 2.16-17).
“Apenas você sabe o que é melhor para você mesmo. Não existe certo ou errado, desde que
você não fira alguém, o que importa é estar bem consigo mesmo.”. Você já deve ter ouvido
essas frases, pois elas são o pensamento dominante da nossa era.
Esse pensamento surge de nossa vontade de sermos independentes, da nossa
busca pela autonomia. Mas Deus, como criador e sustentador de todas as coisas,
nos criou para vivermos na sua dependência. Foi ele quem criou a todos e é ele
quem preserva a vida de todos (Ne 9.6).
Deus criou o homem para viver em comunhão com ele, isso é, para ter um
relacionamento pessoal e íntimo com o SENHOR. Mas Deus também nos criou
para dependermos dele, e isso significa, entre outras coisas, que o homem dependia
dele para saber o que era bom e o que era mau.
Deus entrou em aliança com a raça humana ao impor um pacto de obediência.
Esse pacto envolvia:
1. Uma cláusula: a obediência (Gn 2.17);
2. Uma promessa: a vida eterna (Gl 3.12);
3. Uma consequência: a morte física, espiritual e eterna (Gn 2.17).
Em nossa luta pela autonomia falhamos em cumprir a cláusula desse pacto.
Assim como Adão, cada um de nós falhamos por conta própria: Se dissermos
que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade
não está em nós. (1Jo 1.8).
Mas Deus, graciosamente, nos proporciona perdão. Apesar de nossa
incapacidade de nossa desobediência e busca autonomia, Deus nos proporciona
salvação por meio da fé em Jesus Cristo: Porque, como, pela desobediência de
um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da
obediência de um só, muitos se tornarão justos. (Rm 5.19)
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Que ato especial de providência exerceu Deus para com o homem no estado em que ele foi
criado?”: “Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida, com a condição de perfeita
obediência: proibindo-lhe comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de morte.”
13 PERGUNTA 13
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos
e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu
também ao marido, e ele comeu. Gn 3.6
Epicuro é famoso por ter formulado a frase: Deus deseja prevenir o mal, mas não
pode? Então não é onipotente. Seria ele capaz, mas não deseja? Então é mau. Seria ele tanto
capaz quanto desejoso? Então por que há o mal?
A Bíblia é clara em afirmar que o mau existe no mundo porque o homem se
rebelou contra Deus. Adão fez isso ao desobedecer a cláusula do pacto das obras
e comer do único fruto que lhe havia sido proibido. Deus criou o homem bom,
mas o homem se meteu com a maldade (Ec 7.29). Deus não tentou Adão, pois
Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. (Tg 1.13).
Em uma conferência perguntaram ao rev. R.C. Sproul “se Deus é misericordioso,
por que a punição do homem foi tão grande?”. Sproul respondeu: “O homem, uma criatura
que veio do pó, se rebelou contra o Deus Santo, Todo-Poderoso. E ao invés de receber uma morte
instantânea, ele recebeu roupa, trabalho e uma promessa de que a semente da mulher esmagaria
a cabeça da serpente. E isso é uma punição muito grande? O QUE HÁ DE ERRADO
COM VOCÊS? Precisamos aprender quem Deus é e quem nós somos!”
O rev. Sproul nos lembra que a maldade que há no mundo é uma consequência
do pecado humano, de nossa rebelião contra Deus. Mesmo assim, Deus é
misericordioso e prometeu um salvador que esmagaria a cabeça da serpente. (Gn
3.15)
Jesus Cristo é a manifestação máxima da misericórdia de Deus. Ele é o
descendente da mulher que esmagou a serpente, que é Satanás (Ap 12.9). Porque
ele levou as nossas culpas na cruz, podemos perguntar como Paulo: Onde está, ó
morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? E também podemos
nos gloriar: Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso
Senhor Jesus Cristo. (1Co 15.55 e 57).
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Conservaram-se nossos primeiros pais no estado em que foram criados?”: “Nossos primeiros
pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, caíram do estado em que foram criados,
pecando contra Deus.”
14 PERGUNTA 14
Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o
pecado é a transgressão da lei. (1Jo 3.4)
Para que servem as leis? Alguns pensam que elas servem para tirar nossa
liberdade e nos oprimir. Mas todos reconhecemos que certas leis nos protegem e
nos garantem direitos.
Infelizmente, o sistema legal de qualquer país não é perfeito e algumas leis
aumentam a burocracia ou privilegiam um grupo em detrimento de outro. Mas não
é assim com a lei de Deus, pois: A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma (Sl
19.7). E, ao contrário dos que muitos pensam, a lei de Deus não foi feita para nos
oprimir e tirar nossa liberdade. Ela é chamada por Tiago de lei perfeita, lei da
liberdade! (Tg 1.25).
Assim como reconhecemos que certas leis nos protegem e nos garantem
direitos, a lei de Deus nos protege e nos alerta sobre o pecado. O Apóstolo João
define pecado como transgressão da lei. Nós poderíamos defini-lo como todos os
atos, intenções e pensamentos que desagradam a Deus.
Quando pensamos no alto padrão de exigência da lei de Deus, nós podemos
ficar desesperados, pois todos pecamos e carecemos da glória de Deus (Rm
3.23). É por isso que Paulo nos diz que a lei de Deus é nosso professor, que
nos conduz até Cristo (Gl 3.24).
Você pode se perguntar, o que tem a ver a lei e Cristo. E isso é muito simples!
Ao contrário do que muitos pensam, a Bíblia não ensina “cumpra a minha lei e eu o
considerarei merecedor da salvação”. Ela nos ensina que “ninguém será justificado
diante de Deus por obras da lei” (Rm 3.20). É nesse ponto que entra Jesus
Cristo, nosso Salvador! A Bíblia afirma que somos justificados por meio da fé
em Cristo Jesus e, assim, obtermos paz com Deus (Rm 5.1)
Mas e a lei? A lei é a maneira pela qual vivemos para cumprir nosso objetivo de
vida, nosso fim principal: dar glória a Deus. Jesus mesmo nos ensinou ao dizer:
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mt 5.16).
É por isso que os nossos irmãos de Westminster respondem assim à pergunta
“Que é pecado?”: “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer
transgressão desta lei.”
15 PERGUNTA 15
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não
pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada
um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a
cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez
consumado, gera a morte. (Tg 1.13-15)
Todos nós temos desejos e ambições e isso é natural ao ser humano. Mas quem
está no controle de sua vida? Suas ambições ou a razão e o bom senso?
A Bíblia, ao narrar a queda da raça humana do seu estado de perfeição e
bondade, nos conta que o pecado de Adão e Eva foi a cobiça, foi o desejo de ser
igual a Deus. A árvore do conhecimento do bem e do mal era um teste, um teste
generoso. Imagine todas as espécies de frutos criados... Todos pertenciam ao
homem, exceto um!
É claro que Satanás teve sua participação na tentação, pois ele mentiu e
contrariou Deus ao dizer: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que
no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis
conhecedores do bem e do mal. (Gn 3.4-5).
Tiago nos diz que não somos tentados por Deus, mas por nossas próprias
cobiças. Ele usa a metáfora da gestação, processo que leva 9 meses, para descrever
a evolução da cobiça até o ato pecaminoso. Mas ao invés de originar vida, este
processo termina com a morte! (Tg 1.15)
Mas antes de ficarmos desesperados, devemos nos lembrar daquele que é o
nosso sacerdote! Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia
e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hb 4.15-16)
Pelo lavar regenerador do Espírito Santo, por meio de Jesus Cristo, somos
salvos e justificados para a vida eterna. (Tt 3.4-7) E assim somos habilitados a
controlar nossos impulsos pecaminosos!
Sobre isso, o BCW responde à pergunta “Qual foi o pecado pelo qual nossos primeiros
pais caíram do estado em que foram criados?”: “O pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram
do estado em que foram criados foi o comerem do fruto proibido.”
16 PERGUNTA 16
Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens,
porque todos pecaram. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa;
porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de
Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes
sobre muitos. (Rm 5.12 e 15).
Filósofos e teólogos já responderam à pergunta: Por que há o mal no mundo? Não
sabemos explicar o porquê, mas sabemos a origem do mal: o pecado original. Esse
evento recebe tal nome porque relata o primeiro pecado da raça humana, o início
da rebelião da criatura contra o Criador.
Muitos duvidam desse relato, pois aparentemente é impossível que cobras
falem. Mas, segundo a ciência, é igualmente impossível que um homem que foi
brutalmente crucificado e morto, volte a viver. E, mesmo assim, o documento
histórico mais bem preservado da humaninde traz 4 relatos distintos dessa história,
relatos que se confirmam no testemunho daqueles que morreram por acreditar
nisso.
A Bíblia nos ensina que Deus criou a raça humana e fez um pacto com ela por
meio de seu representante: Adão, o primeiro homem. Adão falhou e com ele todos
nós fomos condenados. Se você acha a ideia absurda, basta se lembrar que você
sente na pele as escolhas dos seus representantes na esfera política.
Mas Deus, com sua muita misericórdia, providenciou um segundo Adão, um
Adão que não falhou e que representa a humanidade redimida. Da mesma forma
que em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em
Cristo. (1Co 15.22)
Não há injustiça da parte de Deus, porque à semelhança de Adão, todos nós
pecamos (Rm 5.12), mas há graça de sua parte porque Ele providencia um segundo
Adão que pode vivificar os mortos: O primeiro homem, Adão, foi feito alma
vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. (1Co 15.45)
Sobre isso, o BCW responde à pergunta:“Caiu todo o gênero humano pela primeira
transgressão de Adão?”: “Visto que o pacto foi feito com Adão não só para ele, mas também
para sua posteridade, todo gênero humano que dele procede por geração ordinária, pecou nele e
caiu com ele na sua primeira transgressão.”
17 PERGUNTA 17
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava
pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
(Is 53.6).
“O ser humano é naturalmente bom, há bondade intrínseca a toda criatura, o que corrompe
as pessoas são influências externas”. Essa é uma forma otimista de se encarar a vida e o
ser humano, mas será que a realidade que experimentamos confirma essa
mentalidade?
A experiência só confirma o que a Bíblia diz: desde a queda de Adão, somos
todos maus! Nas palavras do salmista: Todos se extraviaram e juntamente se
corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (Sl 14.3)
Aos nossos olhos pode parecer injusto comparar um serial killer ou um
genocida a uma pessoa honesta e caridosa. De fato, uns causam danos à sociedade,
enquanto outros parecem aliviar as desigualdades. Mas a verdade é que ambos
ofendem constantemente o Deus Todo-Poderoso e, portanto, necessitam de um
Salvador.
Deus é aquele que conhece os nossos corações (Pv 17.3) e, portanto, sabe de
nossas intenções, pensamentos e desejos mais íntimos. O SENHOR enxerga além
da maldade externa do serial killer, ele sabe qual ato de honestidade é feito por
causa de um ego inflado e qual caridade é feita esperando receber reconhecimento
e benefício próprio.
O pecado reduziu o ser humano a um estado de miséria que nos torna desviados
do bom caminho da justiça e do amor. Até o bem que praticamos é feito com
segundas intenções e de maneira imperfeita. Mas Deus é tão gracioso, que anuncia
a solução para os nossos problemas no mesmo texto em que denuncia nossa
condição caída.
Isaías diz que todos nós somos como ovelhas desgarradas, animais perdidos
que não encontrariam o caminho da justiça por conta própria. Mas o profeta fala
sobre o Servo Sofredor que:
1. Tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores (Is 53.4);
2. Foi castigado para que tivéssemos paz (v.5);
3. O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (v.6).
Esse servo é Jesus, o único capaz de salvar todo tipo de homem.
Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Qual foi o estado a que a queda reduziu o
gênero humano?”: “A queda reduziu o gênero humano a um estado de pecado e miséria.”
18 PERGUNTA 18
Por isso a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se
submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne
não pode agradar a Deus. (Rm 8.7–8).
“Todos somos filhos de Deus, eu tenho feito minha parte e, apesar de não ser perfeito, acredito
que um Deus amoroso não me condenaria!” Você já deve ter ouvido frases como essa ou,
talvez, você mesmo entenda dessa forma a sua relação com Deus. Mas a Bíblia é
clara ao afirmar que naturalmente não podemos agradar a Deus (Rm 8.8)
As expressões carne/espírito não representam duas realidades como os gregos
pensavam: o que é material é ruim e o que é imaterial (ou espiritual) é sagrado. Ao
contrário, a Bíblia se refere a “carne” para falar do estado natural em que nasce
todo ser humano depois de Adão. E a Bíblia se refere a “espírito” para falar do
estado daquele que é reconciliado com Deus mediante o lavar regenerador e
renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por
meio de Jesus Cristo, nosso Salvador (Tt 3.5–6).
A ideia de que é possível agradar a Deus da nossa própria maneira é muito
comum nesse momento de pluralismo e diversidade. Mas ela é tão equivocada
quanto popular! Deus não nos deixou sem padrões, Paulo afirma que ele ensinou
aos crentes de que maneira convém viver e agradar a Deus (1Ts 4.1).
Nenhum de nós é capaz de se livrar da condenação por seguir os padrões, mas
pela fé em Deus e no seu Filho Jesus nós somos livres da condenação e somos
capazes de agradar ao Deus Trino: sem fé é impossível agradar a Deus (Hb
11.6). Mas, em Cristo, somos habilitados a abandonar o velho homem (carne) e a
viver como nova criatura (espírito): Pois somos feitura dele, criados em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas. (Ef 2.10).
Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Em que consiste o estado de pecado em que
o homem caiu?”: “O estado de pecado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado
de Adão, na falta de retidão original e na corrupção de toda a sua natureza, o que ordinariamente
se chama Pecado Original, juntamente com todas as transgressões atuais que procedem dele.”
19 PERGUNTA 19
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da
árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A
mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o
Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A
serpente me enganou, e eu comi. (Gn 3.11-13)
Qual o problema do mundo? Alguns diriam que é a má distribuição de renda; outros,
a corrupção; podemos citar destruição da natureza. Ao ser questionado pelo jornal
britânico The Times, Gilbert Keith Chesterton respondeu: Caros senhores, sou eu.
Falta-nos a coragem de admitir, como Chesterton o fez! Falta-nos coragem
desde o Éden, quando Adão e Eva se acovardaram diante das perguntas: Comeste
da árvore de que te ordenei que não comesses? & Que é isso que fizeste?
Não gostamos de admitir, mas, quase sempre, somos praticantes do que
condenamos! Não gostamos que mintam para nós, mas mentimos; condenamos a
corrupção, mas tiramos vantagem quando é possível; gostamos de ser tratados com
paciência e carinho, mas somos impacientes e ríspidos.
A Bíblia nos conta que Deus criou todas as coisas perfeitas (Gn 1.31), mas que,
devido à rebelião de Adão, todos nós estamos num estado miserável que:
1. Nos afasta de Deus (Gn 3.23-24);
2. Nos coloca sob sua ira e maldição (Ef 2.2-3);
3. Nos condena à morte eterna (Mt 25.41-46).
E não pense que a culpa é só de Adão, pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus (Rm 3.23). Mas a beleza do estudo da Bíblia, do estudo da história
chamada História da Redenção, é saber que Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, nos deu vida juntamente com
Cristo mesmo estando nós mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.4-5).
Isso deve mudar nossa atitude em relação a Deus e a sua lei. Devemos nos
arrepender dos nossos maus caminhos e obedecer a lei como forma de demonstrar
gratidão e glorificar a Deus.
Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Qual é a miséria do estado em que o homem
caiu?”: “Todo o gênero humano pela sua queda perdeu comunhão com Deus, está debaixo da sua
ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias nesta vida, à morte e às penas do Inferno para
sempre.”
20 PERGUNTA 20
Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela
lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para
todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos
pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por
sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. (Rm 3.21-24).
Por que você merece ir para o céu? Alguns dizem que merecem porque são
esforçados, outros porque são religiosos e há quem afirme que é porque nunca
praticou a maldade deliberadamente. Deixe-me dar uma má notícia para você que
respondeu que merece ir para o céu: nenhum de nós merece ir para o céu! A Bíblia é clara
ao afirmar que ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei, em
razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. (Rm 3.20).
Nenhum de nós é merecedor da comunhão com Deus e do paraíso. Mesmo que
você esteja pensando que nunca matou ou adulterou, lembre-se que nos padrões
de Deus, um simples pensamento impuro equivale ao ato consumado! (Mt 5.21-
32)
Mas Deus, na sua bondade e misericórdia, escolheu alguns para a salvação desde
a eternidade (Ef 1.3-14) e usou a pregação da sua Palavra para atrair essas pessoas
a Ele (Jo 17.6 e Rm 10.17). Assim não somos salvos por nossos méritos, mas
somos resgatados do nosso estado de miséria pela misericórdia de Deus,
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele
derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a
fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a
esperança da vida eterna. (Tt 3.5-7).
Se você está lendo/ouvindo essa mensagem, fica o convite: arrependa-se dos
seus pecados, pois está próximo o reino dos céus! (Mt 3.2) E o que mais deve-
se fazer para ser salvo? Crê no Senhor Jesus e serás salvo. (At 16.31)
Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Deixou Deus todo o gênero humano perecer
no estado de pecado e miséria?”: “Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a
eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os
livrar do estado de pecado e miséria, e trazer a um estado de salvação por meio de um Redentor.”
21 PERGUNTA 21
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos:
testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. (1Tm 2.5-6)
Todos os caminhos levam a Deus! Quem nunca ouviu essa frase? Argumentos apontando
para o amor de Deus e sua bondade sempre aparecem na tentativa de defender a
narrativa de que “para Deus, o que vale é a intenção”. Mas essa mensagem não
poderia ser mais distinta da mensagem da Bíblia! A Palavra de Deus afirma que há
apenas um mediador entre Deus e os homens! Apenas Jesus Cristo pode
salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles. (Hb 7.25).
Jesus é capaz de fazer isso devido a sua natureza única! Ao mesmo tempo ele é:
1. Deus: porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da
Divindade. (Cl 2.9);
2. Homem: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça
e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai. (Jo 1.14).
Além da doutrina da criação do universo em 6 dias, as doutrinas naturezas do
Redentor e de sua singularidade como caminho até a Deus são as mais atacadas
em nossos dias, mas Paulo nos alerta sobre isso: Tenham cuidado para que
ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas
tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em
Cristo. (Cl 2.8)
Muito mais poderia ser dito a respeito disso, mas apenas destaco a graça de
Deus em Cristo, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos (1Tm 2.5-6) e
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. (Rm 5.8)
Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Quem é o Redentor dos escolhidos de
Deus?”: “O único redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus Cristo que, sendo o eterno
Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas
distintas, e uma só pessoa, para sempre.”
22 PERGUNTA 22

Sobre isso, o BCW responde à pergunta: “Como Cristo, sendo o Filho de Deus, se fez
homem?”: “Cristo, o Filho de Deus, fez-se homem tomando um verdadeiro corpo, e uma alma
racional, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da virgem Maria, e nascido dela,
mas sem pecado.”

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