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SIMPÓSIO 1 - DO GALEGO AO BRASILEIRO, PASSANDO PELO

PORTUGUÊS

Coordenadores:
MARCOS BAGNO - Universidade de Brasília - bagno.marcos@gmail.com
XOÁN CARLOS LAGARES - Universidade Federal Fluminense -
xlagares@gmail.com

Resumo:
O galego é vítima de um ocultamento quase sistemático nos estudos diacrônicos e
sincrônicos sobre o português nos centros de pesquisa brasileiros. Esse ocultamento é
resultante de uma ideologia multissecular. Na Espanha, o centralismo do castelhano tem
mantido as demais línguas do território à margem do poder; mesmo com a
cooficialização do galego, do basco e do catalão nos últimos 40 anos, o assim chamado
“espanhol” continua a gozar dos máximos privilégios na política linguística oficial. Em
Portugal, a necessidade de afirmação política frente à vizinha Espanha, sempre maior e
mais rica, levou a sociedade portuguesa a dar as costas ao galego, relegado a suas
próprias dinâmicas de língua “rústica” e desprovida de poder político. A própria criação
do termo “galego-português”, no século XIX, revela o desejo de reescrever a história de
formação do português como uma língua derivada diretamente do latim, quando de fato
foi o galego medieval que, levado cada vez mais para o sul, acabou por receber o nome
de “português” na franja ocidental da península que veio a se constituir como Portugal,
nação soberana. No entanto, o conhecimento do galego antigo e moderno, de suas
dinâmicas sociolinguísticas e de sua história social é fundamental para uma
reestruturação dos estudos sincrônicos e diacrônicos, sobretudo quando, conforme nossa
proposta, não se pode mais falar de uma “língua portuguesa”, mas sim de uma família
de línguas derivadas do galego medieval e, posteriormente, do português levado ao resto
do mundo pelos navegadores do século XVI. A essa família damos o nome de
portugalega e nela incluímos o galego, o português europeu, o português brasileiro,
bem como todos os chamados “crioulos de base portuguesa” espalhandos mundo afora,
além, é claro, das modalidades de “português” que se desenvolveram nas ex-colônias
portuguesas da África.

Palavras-chave: galego; português; portugalego; ideologia linguística

Minibiografias:
MARCOS BAGNO - Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de
São Paulo, professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da
Universidade de Brasília, tradutor, escritor, autor de, entre outros títulos, Preconceito
linguístico: o que é, como se faz (1999), A norma oculta: língua e poder na sociedade
brasileira (2003) e Gramática pedagógica do português brasileiro (2012). Sócio-
correspondente do Instituto da Língua Galega (Santiago de Compostela).

XOÁN CARLOS LAGARES - Doutor em Letras pela Universidade da Coruña,


professor adjunto de língua espanhola na Universidade Federal Fluminense. Desenvolve
pesquisa no âmbito da história social e da política linguística do galego, do espanhol e
do português. Co-organizou os volumes Políticas da norma e conflitos linguísticos
(2011) e Galego e português brasileiro: história, variação e mudança (2012).
SIMPÓSIO 2 - VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E DIREITOS
LINGUÍSTICOS

Coordenadores:
ELIANE PEREIRA MACHADO SOARES - Universidade Federal do Pará -
elianema@ufpa.br
AUSTRIA RODRIGUES BRITO – Universidade Federal do Pará - austria@ufpa.br

Resumo:
Ao longo da história das sociedades, especialmente pós-colonialismo, a padronização e
a homogeneização das línguas têm sido uma das maiores ferramentas de opressão de
minorias e causa da extinção de muitas línguas e variedades de línguas. É o que
podemos constatar no Brasil, pois, a despeito do fenômeno de variação linguística em
decorrência de estratos sociais e da existência de línguas de minorias étnicas em todo o
território nacional, não há políticas linguísticas que garantam o direito de registro e de
usos, em todas as instâncias, de dialetos sociais ou regionais e de línguas étnicas. Ao
contrário, as políticas existentes reconhecem e favorecem somente a língua portuguesa
bem como uma única variedade dessa língua, a chamada norma padrão. Em
consequência disso, os falantes de variantes não padrão ou de certos dialetos regionais,
bem como falantes de línguas étnicas estão cada vez mais suscetíveis a fenômenos de
hipercorreção, insegurança linguística, e atitudes linguísticas que levam ao preconceito,
estigmatização e exclusão. Este grupo de trabalho discutirá fenômenos
sociolinguísticos, descrição e revitalização de línguas indígenas, direitos linguísticos
com o objetivo de contribuir por meio da pesquisa e do debate para o fortalecimento de
ações sociais de apoio aos grupos ameaçados de extinção cultural e ou em seus direitos
linguísticos, partindo do pressuposto fundamental de que os diferentes falares e a
diversidade linguística é inerente às sociedades humanas em todo mundo.

Palavras-chave: línguas minoritárias; variação linguística; direitos linguísticos

Minibiografias:
ELIANE PEREIRA MACHADO SOARES - Professora de Linguistica no Campus
Universitário de Marabá –Universidade Federal do Pará. Tem como principal campo de
interese a pesquisa sociolinguistica de línguas faladas na região Sudeste dio Pará e o
ensino-aprendizado de lingua materna.

AUSTRIA RODRIGUES BRITO - Professora de Linguistica no Campus Universitário


de Marabá – Universdiade Federal do Pará. Dedica-se à pesquisa em ensino-
parendizagem de lingua materna e à Educação Escolar indigena. Doutoranda em
Linguistica Indigena na UnB.
SIMPÓSIO 3 - LÉXICO PORTUGUÊS: ENSINO E PESQUISA

Coordenadores:
DARCILIA SIMÕES – Universidade Estadual do Rio de Janeiro/CNPq/Seleprot-BRA -
darcilia.simoes@pq.cnpq.br
PAULO OSÓRIO - Universidade da Beira Interior – Covilhã-POR - pjtrso@ubi.pt

Resumo
A meta deste Simpósio é promover reflexões sobre o léxico português, ensejando a
apresentação de estudos e pesquisas concluídos ou em desenvolvimento. Entendendo
que o léxico de uma língua é componente definidor da competência linguística dos
falantes, pretendemos reunir docentes e pesquisadores que realizem ou orientem
projetos que focalizem o léxico em perspectiva semiótica, semântica, pragmática,
discursiva, didático-pedagógica ou ainda como matéria prima da produção textual. As
ementas de trabalho podem ser: a) funções semióticas dos itens lexicais; b) léxico e
isotopia; c) flexibilidade semântica e adequação lexical; d) léxico e interação; e) léxico
e variação; f) marcas discursivas no léxico; g) estratégias didático-pedagógicas para
aquisição/desenvolimvento do repertório discente; h) texto literário e aquisição lexical
etc.

Palavras-chave: léxico; ensino; pesquisa; aquisição; repertório

Minibiografias:
DARCILIA SIMÕES - Bolsista PQ Nível 2. Procientista da UERJ. Coordª do MINTER
de LPort (Convênio UERJ- UEMA-CESBA/MA – 2010-2012 –). Vice-coordª da
subárea LPort (Programa PGD-UERJ). Pós-doutora em: (1) Linguística (UFC, 2009),
(2) Comunicação & Semiótica (PUC-SP, 2007); Doutora em Letras Vernáculas (UFRJ,
1994), Mestra em Letras (UFF, 1985). Professora Associada de Língua Portuguesa da
UERJ. Líder do GrPesq Semiótica, Leitura e Produção de Textos (SELEPROT).

PAULO OSÓRIO - Professor Associado com Agregação da Universidade da Beira


Interior (UBI). Investigador do Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa
(linha de “Linguística Comparada”). Agregado em Letras – Linguística (UBI – 2009);
Doutor em Letras - Linguística (UBI, 2002), Mestre em Linguística Portuguesa
(Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1998).
SIMPÓSIO 4 - HISTORIOGRAFIA LINGUÍSTICA PORTUGUESA
E MISSIONÁRIA:
O estudo contrastivo do português e das línguas do Oriente e Ocidente nos
dicionários e gramáticas multilingues (sécs. XVI-XIX)

Coordenadores:
MASAYUKI TOYOSHIMA - Tokyo University of Foreign Studies -
mtoyo@joao.roiz.jp
CARLOS ASSUNÇÃO - Universidade De Trás-Os-Montes E Alto Douro -
cassunca@utad.pt
ANABELA LEAL DE BARROS - Universidade do Minho - aldb@ilch.uminho.pt

Resumo:
Entre o século XVI e o século XIX, estabeleceram-se no Oriente e no Ocidente
portugueses que rapidamente se tornaram bilingues, sobretudo no âmbito do padroado
ou da missionação, e ainda alguns estrangeiros sob a égide da presença portuguesa,
como Michele Ruggieri (1543-1607) ou Matteo Ricci (1552-1610) entre outros; ao
longo desse período, compuseram um leque de importantes fontes bibliográficas, quer
de teor lexicográfico quer gramaticográfico, para apoiar a sua lecionação das línguas
orientais e das línguas ameríndias, e igualmente para tornar possível um contacto
cultural mais profundo e uma catequização mais eficiente dos povos locais. Havia,
contudo, muito de curiosidade científica na elaboração desses trabalhos, o que pode
explicar a sua profundidade e extensão.
Trata-se de obras pioneiras na descrição de várias línguas asiáticas e do Brasil, tendo
sido as primeiras a fazer um estudo contrastivo entre uma língua europeia (algumas
incluindo mais do que a portuguesa) e uma língua oriental ou da então chamada
"América Portuguesa", aos vários níveis da gramática (fonética e fonologia, morfologia,
sintaxe, léxico, pragmática, etc.). Muitas delas, numa abordagem extremamente
inovadora ainda para os dias de hoje, incluem amplas explicações culturais, filosóficas,
religiosas, literárias, históricas e sociais, que a comunicação nessas línguas pressupõe já
assimiladas, e que os estrangeiros, sobretudo europeus, dificilmente poderiam
decodificar no âmbito de um estudo incipiente das línguas locais. Essas referências,
feitas sempre de um ponto de vista comparativo com o que se conhecia de Portugal e da
Europa, são habitualmente feitas e incluídas numa perspetiva integradora, fazendo
conviver num mesmo documento (seja gramática seja dicionário) todas as culturas,
religiões, filosofias, factos da história, hábitos culinários, etc., o que faz destas fontes
importantes repositórios da visão do outro por parte dos povos e línguas em contato.
O escopo deste Simpósio é o da divulgação e análise de parte deste conjunto
impressionante de obras que, entre manuscritos e impressos, ultrapassa a meia centena.

Palavras-chave: linguística; historiografia; missionária; dicionários multilingues;


gramáticas multilingues

Minibiografias:
MASAYUKI TOYOSHIMA - Research Institute for Languages and Cultures of Asia
and Africa (ILCAA), Tokyo University of Foreign Studies, Fuchu-shi Asahi-machi, 3-
11-1, Tokyo, 183-8534, Japão; Concluiu em 1981 Mestrado de Letras da Universidade
de Toquio, Faculdade de Letras, Japão e em 1985 o curso doctorado da Universidade de
Toquio, Faculdade de Letras, Japão. É, desde 2008 Professor of Research Institute for
Languages and Cultures of Asia and Africa (ILCAA), Universidade de Tóquio para
estudos estrangeiros, Japão. Desempenhou, entre outros, o cargo de Secretário da
comissão da padronização dos documentos electrónicos japoneses, Japan Society of
Standardization, de 1994 à 2000, de Presidente da comissão para a informatização da
Sociedade da Linguística Japonesa, de 2001 à 2006, e de Membro do Concelho
Académico de Japão, departamento Língua e Literatura, de 2007 à 2011.

CARLOS DA COSTA ASSUNÇÃO - nascido em 17 abril de 1959, é professor


catedrático de linguística no Departamento de Letras, Artes e Comunicação da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, desde 2002. Realizou o seu
doutoramento em 1996 e as Provas de Agregação em 2001. Foi diretor do centro de
estudos em letras (2003-2011), unidade de investigação financiada pela FCT e avaliada
internacionalmente, e é vice-reitor para a investigação desde 2010.Os seus trabalhos de
investigação e de lecionação desenvolvem-se na área da historiografia linguística.

ANABELA LEAL DE BARROS - Professora Auxiliar no Departamento de Estudos


Portugueses e Lusófonos e investigadora do Centro de Estudos Humanísticos da
Universidade do Minho. Doutorada em Linguística Portuguesa pela Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa (2008), e Mestre pela mesma instituição em Linguística
Histórica, Linguística Românica e Crítica Textual, desenvolve os seus trabalhos de
investigação e lecionação no âmbito da Linguística Histórica, História da Língua
Portuguesa, Filologia e Ecdótica, Gramática Aplicada e Português PLE/L2, dedicando-
se à edição e estudo de poesia barroca, de manuscritos antigos no âmbito da culinária,
economia e matemática e dos dicionários e gramáticas do português (monolingues e
multilingues).
SIMPÓSIO 5 - ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS DE
LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Coordenadoras:
DEISE NANCI DE CASTRO MESQUITA - Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à
Educação da Universidade Federal de Goiás – mesquitadeise@yahoo.com.br
ILSE LEONE BORGES CHAVES DE OLIVEIRA - Centro de Ensino e Pesquisa
Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás - ilseleone@yahoo.com.br

Resumo:
O objetivo deste simpósio é congregar estudantes, professores, pesquisadores e demais
profissionais interessados em discutir questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem
de língua portuguesa, na educação básica. Os diversos temas que tratam de estudos
linguísticos e literários na formação docente e no fazer pedagógico, em escolas de
ensino fundamental e médio, serão agregados em comunicações, de acordo com suas
especificidades investigativas, teóricas e práticas. A vivência do idioma português em
comunidades urbanas e rurais, salas de aula, bibliotecas, laboratórios e demais
ambientes educativos presenciais ou virtuais norteará o debate sobre a escolarização
básica que privilegia o letramento de crianças, jovens e adultos, em situações formais e
informais de ensino, com e sem necessidades especiais de aprendizagem.

Palavras-chave: Língua portuguesa; letramento; educação básica

Minibiografia:
DEISE NANCI DE CASTRO MESQUITA - Doutora em Letras e Linguística (UFG).
Pós-Doutora em Educação (UnB). Professora, pesquisadora e coordenadora do
Programa de Mestrado Profissional em Educação no Ensino Básico (Centro de Ensino e
Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás).
ILSE LEONE BORGES CHAVES DE OLIVEIRA - Doutora em Letras e Linguística
(UFG). Professora, pesquisadora e coordenadora da Subárea de Língua Portuguesa
(Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás).
SIMPÓSIO 6 - A CRONÍSTICA LUSO-BRASILEIRA E
ESTRANGEIRA SOBRE O BRASIL COLONIAL: LITERATURA,
HISTÓRIA E IMAGINÁRIO.

Coordenadores:
PEDRO CARLOS LOUZADA FONSECA - Universidade Federal de Goiás -
pfonseca@globo.com
MARIA LAURA BETTENCOURT PIRES - Universidade Católica Portuguesa -
laurapir@netcabo.pt

Resumo:
A relação entre o que se constitui como material literário, história e imaginário cultural
na formação da cronística colonial mundonovista tem instigado não só teóricos e
críticos literários em geral mas também escritores, historiadores e estudiosos de áreas
afins, à reflexão e investigação do modo e do ser desse fenômeno interrelacional nos
seus aspectos retóricos, figurativos, estilísticos, políticos, culturais, ideológicos e seus
desdobramentos e questionamentos nas diferentes modalidades que constituem esse
corpus cronístico. Essa compósita realidade escritural, constituída de cartas, tratados,
relatos, diários, e mesmo diálogos, em que se mesclam ficção, poesia, realidade,
documentação, ideário, formas do imaginário cultural, devido ao seu aspecto híbrido
composto de história e literatura, examinada numa perspectiva canônica da identidade
dos gêneros apenas, tem comprometido a validade da sua visão e o sentido da sua
escrita. Entretanto, tal atitude parece não mais se sustentar, principalmente a partir dos
achados teóricos a respeito da relação interdisciplinar entre literatura, história e
imaginário. Tendo por base esses pressupostos teóricos, este simpósio receberá
trabalhos que apresentem estudos críticos e analíticos sobre a contribuição dessa relação
presente nas diferentes modalidades dessa literatura cronística que se comprometeu com
um tipo de registro entre histórico e literário colonialista da realidade natural e das
gentes do Brasil, em que se fazem ideológica e politicamente presentes diversificadas
formas do ideário e do imaginário cultural do colonizador, não só português mas de
outras nacionalidades. Tais formas relevam-se, sobretudo, por se constituírem no seio de
uma sui generis dicotomia entre a formula mentis da tradição medieval e as construções
do pensamento e da mentalidade europeia moderna. A questão põe-se sobretudo
atualmente quando, segundo Emmanuel Levinas, apenas podemos compreender
inteiramente a nossa humanidade através da “humanidade dos outros”. Emoldurada por
essa realidade epistemológica surge, nessa cronística, a representação do Brasil no
tempo da sua descoberta e colonização.

Palavras-chave: Literatura; história; imaginário; cronística colonial

Minibiografias:

PEDRO CARLOS LOUZADA FONSECA - Professor Titular de Literatura Portuguesa


na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (Brasil). É Ph. D. em
Romance Languages pela University of New Mexico (USA). Autor do livro Bestiário e
discurso do gênero no descobrimento da América e na colonização do Brasil (2011),
tem publicado inúmeros artigos acerca do imaginário medieval na literatura colonial
luso-brasileira e sobre a questão da mulher no pensamento medieval.
MARIA LAURA BETTENCOURT PIRES - Professora Catedrática de Estudos Ingleses
e Americanos e Directora da revista Gaudium Sciendi da Sociedade Científica da UCP.
Tem Agregação em Cultura Americana e ensina Teoria da Cultura na Graduação e Pós-
Graduação. Foi membro de júris em universidades portuguesas, inglesas e americanas.
Interessa-se pelo tema da Alteridade. Publicou vários livros e artigos, como Intelectuais
públicas Portuguesas - As Musas Inquietantes (2011) e Teorias da Cultura (2004).
SIMPÓSIO 7 - LÉXICO E CULTURA NO ENSINO DE
PORTUGUÊS LÍNGUA MATERNA E ESTRANGEIRA

Coordenadoras:
MARIA HELENA DA NÓBREGA - Universidade de São Paulo - mhn135@gmail.com
ELIS DE ALMEIDA CARDOSO - Universidade de São Paulo - elisdacar@yahoo.com

Resumo:
Ensinar língua é guiar o aprendiz à emancipação comunicativa. Isso vale para língua
materna e estrangeira, cujo ensino deve ultrapassar as informações sobre o
funcionamento do idioma e considerar a língua no contexto sócio-histórico a que ela
pertence, encarando a representação ideológica em fluxo contínuo. Adotando essa
perspectiva teórica, este simpósio elege dois temas para discutir o ensino de português
língua materna (PLM) e português língua estrangeira (PLE): o léxico e a cultura. Por
meio do léxico, tradução verbal da cultura, pode-se compreender o universo de discurso
em que se insere o texto, assim como atingir os aspectos ideológicos envolvidos.
Percebe-se a intenção dos interlocutores; verifica-se a construção de campos léxico-
semânticos; nota-se como ocorre a relação entre os elementos conceituais, que
apresentam características objetivas da realidade, e os elementos afetivos, que obrigam
considerar as posições dos enunciadores. Entende-se que para se segmentar o todo em
suas partes constitutivas - as unidades léxicas - há que se considerar a articulação e o
significado globais do enunciado e os componentes da situação comunicativa, como o
contexto e a identidade dos sujeitos enunciadores. Já o ensino da cultura justifica-se pela
necessidade de buscar formas adequadas de trabalhar esse tema para o crescente número
de estrangeiros matriculados nas instituições brasileiras. As viagens educacionais no
exterior, originadas no início do século XX, têm se multiplicado com os programas de
incentivo a intercâmbios que integram o processo de internacionalização das
universidades. O objetivo, portanto, é analisar as manifestações do léxico e da cultura
em diferentes discursos – literatura, publicidade, canção, imprensa e nas diversas
práticas comunicativas diárias – e questionar como integrar as abordagens teóricas às
práticas pedagógicas, de forma que o nativo possa explorar o universo lexical da língua
materna e o estrangeiro possa transitar na nova cultura com menos estranhamento e
mais integração.

Palavras-chave: léxico; cultura; ensino; língua portuguesa

Minibiografias:
MARIA HELENA DA NÓBREGA - docente da USP. Licenciada em Letras,
Tradutor/Intérprete pela Faculdade Ibero-Americana, obteve o título de mestre em
Comunicação e Semiótica na PUC-SP e fez o doutorado em Filologia e Língua
Portuguesa na USP, com bolsa de estudo Capes para pesquisa na Universidade de
Oxford (Inglaterra). Realizou o pós-doutorado na Universidade de Roskilde
(Dinamarca). Desenvolve pesquisas sobre ensino e formação de professor de PLE.

ELIS DE ALMEIDA CARDOSO - mestre e doutora em Letras pela Faculdade de


Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde atua como
professora na área de Filologia e Língua Portuguesa (graduação e pós-graduação).
Realizou o pós-doutorado na Universidade de Lisboa (Portugal). Tem desenvolvido
pesquisas nas áreas de Morfologia, Lexicologia e Estilística. Orienta em nível de
mestrado e doutorado e coordena o projeto de pesquisa Criação lexical estilística,
desenvolvido na USP.
SIMPÓSIO 8 - TERRITÓRIOS CONTESTADOS DE PRÁTICAS
TRANSIDIOMÁTICAS
Perspectivas contra-hegemônicas decoloniais e pós-coloniais para desinvenções e
reconstituições da “língua portuguesa”

Coordenadores:
ANDRÉ MARQUES DO NASCIMENTO - Universidade Federal de Goiás -
marquesandre@yahoo.com.br
JOANA PLAZA PINTO - Universidade Federal de Goiás - joplazapinto@gmail.com

Resumo
O propósito deste simpósio é congregar pesquisas que apresentem reflexões teóricas ou
análises empíricas que, sob perspectivas críticas decolonialistas e/ou pós-colonialistas,
abordem de forma problematizadora o conceito de “língua portuguesa”, assim como
outras categorias e conceitos hegemônicos a ela correlatos, instituídos nos diferentes
contextos do processo colonial, bem como em seus desdobramentos contemporâneos,
geradores de panoramas socioculturalmente complexos em diferentes territórios, como
os são, por exemplo, os dos povos indígenas, africanos e/ou afrodescendentes, asiáticos,
populações diasporizadas, migratórias e de fronteiras. Nessa perspectiva, são esperadas
contibuições que abordem sob diferentes ângulos as interseções entre identidades pós-
coloniais e as línguas, fluxos migratórios e as línguas, especialmente trabalhos que
buscam apresentar ou compartilhar o ponto de vista de quem experiencia ou
experienciou esta língua como povo colonizado, migrante ou fronteiriço, assim como
possíveis formas de apropriações e resistências às imposições, coerções e normatizações
linguísticas.

Palavras-chave: Língua Portuguesa; Território; Práticas Transidiomáticas; Decolonial;


Pós-colonial

Minibiografias:
ANDRÉ MARQUES DO NASCIMENTO - Doutor em Letras e Linguística pela
Universidade Federal de Goiás, atua como professor adjunto no curso de Licenciatura
Intercultural desta universidade, dedicando-se principalmente ao ensino de língua
portuguesa como língua de relações interculturais para professores e professoras
indígenas brasileiros, bem como à reflexões concernentes aos diferentes contextos,
processos e situações interculturais perpassadas pela língua de colonização.

JOANA PLAZA PINTO - Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de


Campinas, atua como professora adjunta no Curso de Letras e na Licenciatura
Intercultural da Universidade Federal de Goiás, com atuação no ensino de língua
portuguesa como língua de relações interculturais para professores e professoras
indígenas brasileiros. É pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Letras e
Linguística desta universidade, e tem conduzido pesquisas principalmente sobre atos de
fala, corpo, performatividade, identidade, teoria linguística e descolonização epistêmica.
SIMPÓSIO 9 - UM BOM DOMÍNIO DA LEITURA E DA ESCRITA:
DOS PRESSUPOSTOS AO SEU IMPACTO EM TERMOS
PROFISSIONAIS E DE RESERVA COGNITIVA

Coordenadora:
MARIA DA GRAÇA L. CASTRO PINTO - Universidade do Porto -
mgraca@letras.up.pt

Resumo:
Neste Simpósio, pretende-se relacionar diferentes olhares sobre uma prática
emancipadora da leitura/escrita ao longo da vida que procurem sublinhar a sua inter-
relação e o seu papel numa sociedade que requer cada vez mais uma interação nem
sempre assente na “fala” como modalidade de uso da língua (Marcuschi 2001: 25).
Haverá quem se incline mais para o estudo de fases iniciais da aprendizagem da
leitura/escrita e do que isso implica de literacia emergente; quem possa problematizar as
vantagens de um ensino/aprendizagem da leitura e da escrita demasiado cedo por
poderem acionar processos distintos dos convocados em idades tidas como regulares;
quem tenha investido ou invista na sua consolidação em vários níveis de escolaridade;
quem se interesse pela forma como são condicionadas pelas novas tecnologias da
informação e da comunicação; quem estude os vários géneros textuais motivados pelas
exigências inerentes às várias práticas de uso da língua com um possível realce para a
modalidade que neles figuram em virtude dos objetivos que servem; quem se ocupe do
que importa exigir a nível académico; quem veja as implicações de uma boa mestria
destas atividades/habilidades em meio profissional com vista à melhor integração e
aceitação dos seus agentes; quem destaque as vantagens de uma leitura e de uma escrita
continuadas no decurso da vida no intento de se chegar a uma idade mais avançada com
uma reserva cognitiva que permita um emprego de uma língua mais rica em ideias, mais
dirigida ao essencial, mais articulada sintaticamente e mais criativa; quem sinta
curiosidade pelo seu lado criativo e quem, entre outras possibilidades de pesquisa,
estude os desvios como contributo para um melhor conhecimento neuro-sócio-psico-
linguístico da leitura e da escrita.
No caso de este Simpósio poder atrair, pelo menos, parte dos pontos de vista
enumerados, sairá seguramente enriquecido o nosso modo de estar perante a
leitura/escrita.

Palavras-chave: Leitura, escrita, olhar plural, pressupostos, impactos

Bibliografia:
LANHAM, R. A. 2006. Revising Prose. 5th edition. New York: Pearson, Longman.
MARCUSCHI, L. A. 2001. Da fala para a escrita. Atividades de retextualização. 2.ª
edição. São Paulo: Cortez Editora
VIHLA, M. 1999. Medical writing. Modality in Focus. Amsterdam: Editions Rodopi.
PINTO, M. da G. L. C. 1994. Desenvolvimento e distúrbios da linguagem. Coleção
Linguística Porto Editora N.º 3. Porto: Porto Editora.
PINTO, M. G. L. C. 2010a. A linguagem ao longo da vida. Que implicações de que
gramática em que momento? In: A. Brito (Org.). Gramática: História, teorias,
aplicações. Porto: Fundação Universidade do Porto – Faculdade de Letras, 65-98.
PINTO, M. da G. L. C. 2010b. Da escrita ou de um longo caminho para um possível
final bem sucedido. Linguarum Arena. Revista do Programa Doutoral em Didática de
Línguas da Universidade do Porto. 1 (1): 103-132.
PINTO, M. da G. L. C. 2010c. As bases da leitura: entre a “ciência” da literacia precoce
e a “ciência” do jogo. Letras de Hoje, Porto Alegre. 45 (3): 26-34.
PINTO, M. da G. L. C. 2010d. A leitura/escrita na universidade e para lá do seus muros.
In: Mª João Marçalo & Mª Célia Lima-Hernandes, Elisa Esteves, Mª do Céu Fonseca,
Olga Gonçalves, Ana Luísa Vilela, Ana Alexandra Silva (Eds.) Língua portuguesa:
ultrapassar fronteiras, juntar culturas (I SIMELP: SLG 26 – Práticas de leitura e escrita
na Universidade), 108-133. Évora: Universidade de Évora. ISBN: 978-972-99292-4-3.

Minibiografia:

MARIA DA GRAÇA LISBOA CASTRO PINTO - é Professora Catedrática de


Linguística da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal. É Doutora em
Linguística Aplicada (Psicolinguística, sob a orientação da Professora Hermina Sinclair
da Universidade de Genebra, e Neurolinguística, sob a orientação do Professor Celso
Cruz da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto) pela Universidade do Porto.
Recebeu o Prémio Gulbenkian de Ciência em 1986 com a obra “Abordagem a alguns
aspectos da compreensão verbal na criança. Estudo psicolinguístico genético do Token
Test e de materiais de metodologia complementar”. Colaborou de 1977 até 1995 no
Laboratório de Estudos da Linguagem do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do
Hospital de S. João no Porto/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. É
membro do Centro de Linguística da Universidade do Porto, sendo responsável pela
linha intitulada Psicolinguística Aplicada. É Diretora da revista Linguarum Arena.
Revista do Programa Doutoral em Didática de Línguas da Universidade do Porto e
Diretora do mesmo Programa Doutoral. Interesses: aquisição e processamento da
linguagem, literacia, leitura e escrita ao longo da vida, bilinguismo e cognição,
envelhecimento cognitivo e ensino dirigido a seniores numa perspetiva gerontagógica.
Criou, em 2006, o Programa de Estudos Universitários para Seniores da Universidade
do Porto, de que é Coordenadora Científica. É autora de livros, bem como de capítulos
de livros e de artigos publicados em Portugal e no estrangeiro.
SIMPÓSIO 10 – VARIEDADES ESTIGMATIZADAS DE
PORTUGUÊS: UMA VISÃO ECOLINGUÍSTICA E
SOCIOLINGUÍSTICA

Coordenadores:
ELZA KIOKO NAKAYAMA NENOKI DO COUTO - Universidade Federal de Goiás
- elzakm@terra.com.br
HILDO HONÓRIO DO COUTO - Universidade de Brasília - hiho@unb.br

Resumo:
Como se trata de um evento dedicado à língua portuguesa, o objetivo deste simpósio é
discutir variedades estigmatizadas dessa língua, como ela é falada no Brasil. Esse tipo
de variedade é bastante comum em nosso país. Por exemplo, temos as diversas
variedades de português rural, com as da periferia das grandes cidades, que são muito
parecidas com elas, além da linguagem das favelas, a dos moradores de rua, a dos
imigrantes, a de pequenos grupos étnicos como os ex-quilombos e comunidades
indígenas que já perderam a língua étnica ancestral, entre outras. Por um lado, as
contribuições devem estudar não apenas a estrutura dessas diversas variedades. Deve
também relacioná-las com o contexto em que estão inseridas. Por outro lado, não deve
ser apenas um estudo sociológico. Pelo contrário, deve abordar a linguagem específica
dos grupos em questão, tais como o vocabulário, a morfossintaxe, os padrões
interlocucionais etc., mas relacionando-os sempre com o entorno em que são usados.
Por isso, solicitamos que se dê um tratamento ecolinguístico ou sociolinguístico à
questão. De preferência ecolinguístico, pois é assim que poderíamos esperar uma
interpretação inteiramente nova de fenômenos já conhecidos. No entanto, o tratamento
sociolinguístico também é bem-vindo, uma vez que também ele encara a língua
intimamente relacionada ao contexto social em que é usada, embora a ecolinguística
leve em conta inclusive o contexto natural e até o mental.

Minibiografias:
ELZA KIOKO NAKAYAMA NENOKI DO COUTO - Possui pós-doutorado em
Linguística pela UNB, mestrado e doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora Adjunto I I I da
Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em
Semiótica Greimasiana, Análise do discurso, Antropologia do Imaginário Durandiano e
Ecolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem e imaginário
dos meninos de rua, linguagem, identidade e imaginário em textos escritos e orais,
linguagem e meio ambiente (ecolinguística) e ciganologia. Coordenadora do Núcleo de
Pesquisa – NELIM – Núcleo de Estudos de Linguagem, Línguas minoritárias e
Imaginário.

HILDO HONÓRIO DO COUTO - Doutor em Linguística pela Universidade de Colônia


(Alemanha). Iniciou a carreira como professor de Fonologia, tendo feito grande parte de
suas pesquisas na área da Crioulística. Nos últimos dez anos, tem se dedicado à jovem
disciplina Ecolinguística. Tem diversos artigos e livros publicados no Brasil e no
exterior. Entre os livros destacam-se O que é português brasileiro (Brasiliense, 1986),
O crioulo português da Guiné-Bissau (Hamburgo, 1994), Introdução ao estudo das
línguas crioulas e pidgins (UnB, 1996), Ecolinguística (Thesaurus, 2007), Linguística,
Ecologia e Ecolinguística (Contexto, 2009), O Tao da Linguagem (Pontes, 2012).
SIMPÓSIO 11- A CRÍTICA TEXTUAL E OS ESTUDOS
FILOLÓGICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadores:
JOSÉ PEREIRA DA SILVA - Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade
Federal do Acre - pereira@filologia.org.br
RITA DE CÁSSIA RIBEIRO DE QUEIROZ - Universidade Estadual de Feira de
Santana - rcrqueiroz@uol.com.br

Resumo:
Com o desenvolvimento positivo da consciência cultural do povo brasileiro, o resgate
da história com fundamentação em documentos e textos autênticos vem se fortalecendo
entre nós, como já previa Erich Auerbach (1972, p. 11), ensinando que “A necessidade
de constituir textos autênticos se faz sentir quando um povo de alta civilização toma
consciência dessa civilização e deseja preservar dos estragos do tempo as obras que lhe
constituem o patrimônio espiritual”. Além disso, a preocupação com os estudos
diacrônicos da língua portuguesa, na tentativa de reconstituir fases da produção
linguística nacional e a própria história dessa evolução até a constituição do atual
quadro do português brasileiro vem exigindo dos pesquisadores a edição filológica de
textos que possam documentar com autoridade os elementos linguísticos que foram as
causas do seu estado atual. Sem textos autênticos, seria impossível argumentar com
autoridade científica a respeito das evoluções da língua. No Brasil, esta consciência está
mais fortalecida na Bahia do que em qualquer outra região, mas os trabalhos de crítica
textual já se tornam numerosos em todo o Nordeste e no Centro Oeste, além de ter
conseguido algum crescimento também nas outras regiões. Edições críticas,
interpretativas, diplomáticas e genéticas ou crítico-genéticas aparecem em quase todos
os cursos de letras, Brasil a fora, e precisarão surgir mais e melhores para que possamos
resgatar a maior parte de nossa cultura ainda preservada em textos, muitíssimos deles
absolutamente inéditos, escondidos em arquivos públicos e particulares. Com o resgate
desses documentos, os estudos lexicais, semânticos e etimológicos se tornarão mais
seguros, porque os contextos em que se desenvolveram, muitas vezes, são fundamentais
para o resgate do seu sentido e de sua origem. Enfim, os estudos da língua portuguesa
em suas muitíssimas variedades só poderão ser feitos com fundamentos científicos
através de documentação escrita resgatada por meio da segura metodologia da crítica
textual.

Palavras-chave: filologia; ecdótica; crítica textual; documentos; manuscritos.

Bibliografia:
ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro: princípios da técnica de editoração. 2. ed.
rev. e atual. Revisão e atualização de Briquet de Lemos. Prefácio de Antônio Houais. 2.
ed. São Paulo: Unesp; Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Tradução de José Paulo Paes. 2.
ed. São Paulo: Cultrix, 1972.
AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de. Base teórica de crítica textual. 2. ed. Rio de
Janeiro: H. P. Comunicaçãoa, 2004.
CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes,
2005.
SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. 2. ed. rev. e atual. São Paulo:
Ars Poetica; Edusp, 1994.
Minibiografias:
JOSÉ PEREIRA DA SILVA - Mineiro de Dom Cavate, nasceu em 23 de setembro de
1946. Licenciado em língua portuguesa e literatura, mestre em linguística e filologia e
doutor em linguística, atuou no ensino fundamental, médio e superior desde 1968.
Atualmente é professor visitante da UFAC, aposentado como professor da UERJ. Atuou
como professor e coordenador do curso de especialização em filologia da PUC-Minas e
na direção da ABRAFIL e do CiFEFiL.

RITA DE CÁSSIA RIBEIRO DE QUEIROZ - Graduada em letras vernáculas (1989) e


mestra em letras e linguística (1995) pela UFBA e doutora em filologia e língua
portuguesa (2002) pela USP, é professora titular da UEFS, edita a revista Scripta
Philologica; coordena o Grupo de Edição de Textos e o Núcleo de Estudos do
Manuscrito (Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq) e é autora de vários livros e de
diversos trabalhos publicados em periódicos e anais de congressos, tanto no Brasil
quanto no exterior.
SIMPÓSIO 12 - VARIEDADES DE PORTUGUÊS FALADAS NA
ÁFRICA: OS SUBSTRATOS ‘NÍGER CONGO’ E
‘CRIOULOS’

Coordenadores:
CARLOS FILIPE GUIMARÃES FIGUEIREDO - Universidade de Macau -
carlosgf@umac.mo
MÁRCIA SANTOS DUARTE DE OLIVEIRA - Universidade de São Paulo
-marcia.oliveira@usp.br

Resumo:
É recente, na agenda dos linguistas, a investigação de “variedades de português faladas
na África”. Trata-se, na quase totalidade, de variedades de português não padrão –
algumas em desaparecimento –, originadas da aprendizagem e da transmissão informais
desta língua na África. Os esparsos estudos sobre a sua tipologia e sistemas gramaticais
têm mostrado que podem dar contributo valioso à atual teoria linguística, não só acerca
dos fenômenos que subjazem à sua aquisição como L2s e reestruturação como L1s, mas
também sobre a origem e reestruturação do próprio português falado no Brasil.
As variedades de português faladas na África têm como substrato dois grupos: (i)
línguas africanas do grupo Níger Congo; (ii) línguas crioulas do Atlântico que, por sua
vez, apresentam as línguas Níger Congo como substrato ancestral.
Figueiredo (2010: 2.1.1.) aponta o seguinte conjunto de variedades de português de
substrato Níger-Congo:
(i) Português dos Tongas (Roça Monte Café, São Tomé)
(ii) Português Vernacular de Angola
(iii) Português de Moçambique
Figueiredo (2010: 2.1.1.) e Oliveira, Baio & Injai (a sair) mencionam o seguinte
conjunto de variedades de português de substrato Crioulo:
(i) Português caboverdiano (e seu substrato: Crioulo de Cabo Verde)
(ii) Português de Almoxarife (e seu substrato: Crioulo de São Tomé)
(iii) Contínuo Português Guineense (e seu substrato: Crioulo de Guiné Bissau)
(“português acadêmico guineense”/ “português crioulo guineense”)

É neste cenário de diversidade do português falado na África que se inscreve a reflexão


pretendida pelo simpósio. Dada a sua perspectiva, pesquisas empíricas com análise
formal são bem vindas, sendo igualmente bem vindos estudos de cunho etnolinguístico
e/ou comparativo entre variedade(s) de português falada(s) na África com variedades de
português falado no Brasil, em Portugal ou na Ásia; este último observado recentemente
apenas em particularidades da aquisição por falantes chineses em ambiente formal de
sala de aula (p.e. Godinho, 2005; Martins, 2007).

Palavras-chave: português falado na África; substrato ‘línguas Níger-Congo’; substrato


‘línguas crioulas’; estudos comparativos de variedades do português

Minibiografias:
CARLOS FILIPE GUIMARÃES FIGUEIREDO - é Doutor em Linguística pela
Universidade de Macau (UMAC) e Professor Assistente na UMAC, onde coordena
pesquisas em duas áreas de português reestruturado na África: ‘português da
comunidade do Libolo’ (Angola) e ‘português da comunidade de Almoxarife’ (São
Tomé e Príncipe). Atualmente é também vice-presidente da Associação dos Crioulos de
Base Lexical Portuguesa e Espanhola – ACBLPE.

MÁRCIA SANTOS DUARTE DE OLIVEIRA - é Doutora em Linguística pela


Universidade de São Paulo (USP) com Pós-Doutorado na Universidade de Coimbra. É
professora da USP onde atua na graduação e pós-graduação. Coordena estudos ligados a
orientação de projetos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado nas seguintes
áreas: ‘português reestruturado na África’, ‘português vernacular falado no Norte do
Brasil’ e ‘línguas crioulas’.

Referências Bibliográficas
FIGUEIREDO, Carlos Filipe Guimarães. 2010. A concordância plural no sintagma
nominal do português reestruturado da comunidadede Almoxarife, São Tomé:
desenvolvimento das regras de concordância variáveis no processo de transmissão-
aquisição geracional, vols. 1 e 2. Macau: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade de Macau. Dissertação de doutoramento.
GODINHO, Ana Paula Batista Marques Cleto de Oliveira. 2005. A aquisição da
concordância de plural no sintagma nominal por aprendentes chineses de português
língua estrangeira. Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras. Dissertação de
doutoramento.
MARTINS, Custódio Cavaco. 2007. A aquisição das noções de tempo e aspecto para
aprendentes chineses de português como língua estrangeira. Macau: Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Macau. Dissertação de doutoramento.
OLIVEIRA, Márcia S. Duarte de; BAIO, João Paulo; INJAI, Basílio Félix. (A sair). A
inserção do ‘contínuo português guineense’ nas variedades africanas de português.
Todas as Letras – Revista de Língua e Literatura. Vol. 14. São Paulo: Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
SIMPÓSIO 13 - VARIAÇÃO E MUDANÇA NO PORTUGUÊS
BRASILEIRO E ASPECTOS DA SÓCIO-HISTÓRIA

Coordenadores:
NORMA DA SILVA LOPES - Universidade do Estado da Bahia -
nlopes58@gmail.com
EMÍLIA HELENA PORTELLA MONTEIRO DE SOUZA - Universidade Federal da
Bahia - emiliahelena.pm@gmail.com

Resumo:
A língua portuguesa, no Brasil, se particularizou, através de traços morfossintáticos,
lexicais, e fonéticos, resultante de um processo que envolveu séculos de transformação.
A partir do século XX, com o advento da sociolingüística e de outras áreas da
lingüística, foi possível desenvolver, mormente na segunda metade desse século,
pesquisas que se utilizassem de metodologias e de análises de dados, trazendo
resultados objetivos e confiáveis. Assim é que muito conhecimento tem sido produzido,
a partir de então, sobretudo visando à obtenção de dados elucidativos sobre a
constituição histórica do português brasileiro. Já há um acúmulo muito grande de
conhecimento, tanto no nível da morfossintaxe, do léxico, da fonética, além do que as
pesquisas no âmbito da sócio-história têm apresentado. O que tem se evidenciado é que
o português brasileiro apresenta diferenças significativas em relação ao português
europeu, considerando-se que, até meados do século XVIII, predominou um
multilinguismo generalizado no território brasileiro. A partir da segunda metade desse
século, com a política pombalina, que torna o português língua oficial do Brasil, e de
outras ações, passou-se ao uso corrente da língua portuguesa, já com características bem
próprias. Mattos e Silva (2004, p. 58) sugere que: “Para recuperar uma história do
português brasileiro, teremos de reconstruir uma história social linguística do Brasil:
uma sociolingüística histórica ou sócio-história lingüística e uma história lingüística, ou
seja, a das mudanças lingüísticas que fizeram e fazem o português brasileiro ter as
características que tem, o seu perfil próprio, a sua gramática.” O grupo que ora se
propõe tem como objetivo congregar pesquisadores de várias regiões com interesse na
área da Variação e da Mudança lingüística com estudos nos diversos campos da
linguagem (sociolingüística, sócio-funcionalismo, crioulística, etc) com vistas a
contribuir para a reconstituição da sócio-história do Português Brasileiro.

Palavras-chave: Português brasileiro; Sócio-história; Diversidade linguística

Minibiografias:
NORMA DA SILVA LOPES - Possui título de doutor em Letras pela Universidade
Federal da Bahia, é professor titular da Universidade do Estado da Bahia, professor
permanente do Programa de Pós-Graduação de Estudo de Linguagens (PPGEL), da
Universidade do Estado da Bahia.

EMÍLIA HELENA PORTELLA MONTEIRO DE SOUZA - Possui Doutorado em


Letras pela Universidade Federal da Bahia. É Professor Associado da UFBA, atua na
graduação nas áreas de metodologia do ensino de Língua Portuguesa, e linguagem e
educação; na Pós-Graduação atua na linha da Constituição histórica do português e na
linha da História da Cultura Escrita no Brasil. É pesquisadora do PROHPOR (ILUFBA)
e do GELING (FACED/UFBA); trabalha com temas relacionados à língua portuguesa e
escolarização em perspectiva histórica; ao Português Brasileiro; Variação e Mudança.
SIMPÓSIO 14 - LINGUÍSTICA HISTÓRICA E HISTÓRIA DA
LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenador:
PAULO OSÓRIO – Universidade da Beira Interior - Covilhã-POR - pjtrso@ubi.pt

Resumo:
Este Simpósio pretende promover uma reflexão acerca dos diferentes enquadramentos
teóricos e metodológicos em Linguística Histórica.
Pretende-se, igualmente, a abordagem de fenómenos de mudança da língua portuguesa,
ao longo da sua história, apoiada na análise histórico-linguística de documentação
(literária e não literária) remanescente do passado.

Palavras-chave: linguística histórica; história da língua portuguesa; análise histórico;


linguística de documentação

Minibiografias:

PAULO OSÓRIO - Professor Associado com Agregação da Universidade da Beira


Interior (UBI). Investigador do Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa
(linha de “Linguística Comparada”). Agregado em Letras – Linguística (UBI – 2009);
Doutor em Letras - Linguística (UBI, 2002), Mestre em Linguística Portuguesa
(Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1998).
SIMPÓSIO 15 – PRODUÇÃO LITERÁRIA PARA CRIANÇAS E
JOVENS E DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS

Coordenadoras:
MARIA AUXILIADORA FONTANA BASEIO - Universidade de Santo Amaro (SP) -
dorafada@ig.com.br
MARIA ZILDA DA CUNHA - Universidade de São Paulo -
mariazildacunha@hotmail.com

Resumo:
A produção literária para crianças e jovens, na contemporaneidade, abarcando a
complexidade de nosso tempo, reflete novos conceitos estéticos. Assim, estão
emergindo modos construtivos com a inserção de novas tecnologias na produção,
recepção e consumo. Este simpósio tem por objetivo propor reflexões acerca dos
diálogos que se estabelecem entre literatura e outras áreas do saber. Em uma
perspectiva interdisciplinar, pretende-se uma discussão que abarque o estudo de
adaptações, análises críticas e análises comparadas, traduções intersemióticas, aspectos
envolvidos na produção e recepção de textos em diferentes códigos e linguagens e, por
conseguinte, na formação do leitor literário.

Palavras-chave: produção literária para crianças e jovens; novas tecnologias; leitor


literário

Minibiografia:
MARIA AUXILIADORA FONTANA BASEIO - Doutora em Letras – Estudos
Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa – Docente do Programa de Mestrado
da Universidade de Santo Amaro – UNISA – São Paulo – Brasil.

MARIA ZILDA DA CUNHA - Doutora em Letras – Estudos Comparados de


Literaturas de Língua Portuguesa – Docente dos cursos de graduação e pós-graduação
da Universidade de São Paulo – São Paulo – Brasil.
SIMPÓSIO 16 – O PORTUGUÊS EM TIMOR-LESTE E O
PORTUGUÊS DE TIMOR-LESTE

Coordenadores:
REGINA PIRES DE BRITO - Universidade Presbiteriana Mackenzie -
rhbrito@mackenzie.br
DAVI BORGES DE ALBUQUERQUE - Universidade de Brasília – UnB -
albuquerque00@hotmail.com

Resumo:
Timor-Leste é um país tipicamente multilíngue, onde, em um pequeno território,
convivem aproximadamente 16 línguas. Neste cenário linguístico destacam-se a língua
portuguesa e a língua tétum, sendo a primeira, o português, de importância histórica e
cultural para o povo leste-timorense, enquanto a segunda, o tétum, é um elemento de
identidade e unidade nacional, já que é a língua franca que serve para a comunicação
entre os diversos povos de Timor-Leste, falantes de diferentes línguas. Por esses
motivos, ao conquistar sua independência, em 2002, a República Democrática de
Timor-Leste elegeu como línguas oficiais o português e o tétum. Atualmente, são vários
os desafios encontrados para a pesquisa linguística e o processo de ensino-
aprendizagem da língua portuguesa nesse país, entre os tópicos principais, é possível
citar: a relação benéfica entre o português e o tétum; o contato entre o português e as
demais línguas nativas; o ensino de português em situações de multilinguismo; questões
de política e planejamento linguísticos; a variação linguística do português em Timor-
Leste; e o surgimento de uma variedade local da língua portuguesa. Desta maneira, este
simpósio possui o objetivo de discutir temas tanto a respeito da língua portuguesa em
Timor-Leste (ensino e aprendizagem, política linguística), quanto de fenômenos
linguísticos notáveis do cenário local, ou seja, a formação do português de Timor-Leste
(contato de línguas, multilinguismo). Assim, o presente simpósio está interessado em
comunicações que versem sobre um ou mais tópicos mencionados sobre a situação da
língua portuguesa em Timor-Leste.

Palavras-chave: Português; Timor-Leste; ensino; contato de línguas; lusofonia.

Bibliografia:

ALBUQUERQUE, Davi B. O Português de Timor Leste: contribuição para o estudo de


uma variedade emergente. Papia, v. 21, n.1, p. 65-82, 2011.

ALMEIDA, Nuno. Língua portuguesa em Timor-Leste: ensino e cidadania. Dissertação


(Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa). Faculdade de Letras, Universidade de
Lisboa, Lisboa. 2008.

BATORÉO, Hanna. Ensinar português no enquadramento poliglóssico de Timor-Leste.


Palavras, nº 37, p. 55-65, 2010.

BRITO, Regina Helena Pires de; BASTOS, Neusa.; COSTA, Luis ; ARAUJO, Carmen.
O português em Timor-Leste, que futuro. In: Bastos, N.; Palma, D. (Org.). História
entrelaçada 4. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, v. 4, p. 61-78.

BRITO, Regina Helena Pires de. Pontos para uma caracterização do português em
Timor-Leste. PETROV, P. et al (eds). Avanços em Ciências da Linguagem. Santiago de
Compostela-Faro: Associação Internacional de Lusitanistas-Através Editora, 2012,
p.177-197.

BUSQUETS, Vera L. “Eu queria muito aprender português mais”: aspectos da língua
portuguesa em uso em Timor-Leste pós-independência. Dissertação (Mestrado em
Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Educação, Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo. 2007.

DEUS, Ana S.; OSÓRIO, Paulo. A Língua Portuguesa como Factor de União Cultural
em Timor-Leste: Um Estudo de Caso. Porto: Edições Ecopy, 2010.

DEUS, Ana S. O ensino da língua portuguesa em Timor-Leste: o método Português em


Timor e a importância do Tétum (L1) na aquisição do português (L2). Dissertação
(Mestrado em Ensino do Português como L2 e LE). Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2009.

LOURENÇO, Soraia V. M. Um quadro de referência para o ensino de português em


Timor-Leste. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa). Departamento de
Língua e Cultura Portuguesa, Universidade de Lisboa, Lisboa. 2008.

THOMAZ, Luiz F. Babel Loro Sa’e. O Problema Linguístico de Timor-Leste. Instituto


Camões: Lisboa, 2002.

Minibiografias:
REGINA PIRES DE BRITO - Pós-Doutora pela Universidade do Minho (Portugal),
Doutora e Mestre em Linguística pela FFLCH-USP. Docente do Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Pesquisadora
Associada do Centro de Estudos das Literaturas de Expressão em Língua Portuguesa da
USP, membro do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Linguística de Timor-Leste
e membro-pesquisador e consultivo do Projeto Lusocom: estudo das políticas de
comunicação e discursos no espaço lusófono, junto ao Instituto de Ciências Sociais da
Universidade do Minho. Coordenadora Geral do Projeto Docentes Temporários na
Universidade Nacional Timor Lorosa´e. Ao lado de Benjamin Abdala Junior, coordena
o projeto Universidades em Timor-Leste, que visa à sensibilização para a comunicação
em língua portuguesa e que se encontra em fase de reestruturação para nova edição em
2013-2014. Coordenadora de Programas e Projetos de Extensão junto ao Decanato de
Extensão da UPM.

DAVI BORGES DE ALBUQUERQUE - é doutorando do Programa de Pós-Graduação


em Linguística (PPGL) da Universidade de Brasília (UnB), elaborando uma tese sobre a
variedade da língua portuguesa falada em Timor-Leste. Foi professor da Universidade
Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), em Timor-Leste, durante os anos de 2008 e 2009,
atuando também na formação de professores e na revisão de livros didáticos nesse
mesmo país.
SIMPÓSIO 17 - ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NUMA
PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Coordenadores:
VANIA L. R. DUTRA - Universidade do Estado do Rio de Janeiro -
vaniardutra@uol.com.br
MAGDA BAHIA SCHLEE - Universidade Federal Fluminense -
magdabahia@globo.com

Resumo:
O objetivo deste Simpósio é viabilizar discussões acerca das contribuições que a
Linguística Sistêmico-Funcional de Michel Halliday tem a oferecer no âmbito do
ensino-aprendizagem da língua materna na Escola Básica. Diante da nova realidade que
se apresenta e das exigências da vida em sociedade e do mundo do trabalho, o foco das
aulas de Língua Portuguesa não pode ser mais a gramática com objetivo e fim em si
mesma, como ainda vem acontecendo em nossas escolas. O desafio que se coloca para
os professores, hoje, como condutores do processo de ensino-aprendizagem da língua, é
ampliar a competência comunicativa dos alunos. Para que esse objetivo seja alcançado,
a ênfase precisa estar no trabalho com textos, ou seja, com a língua em funcionamento.
As pesquisas sobre a linguagem desenvolvidas nas Universidades têm contribuído para
o questionamento de conceitos e métodos que orientam o trabalho dos professores com
a linguagem verbal na Escola Básica, e um dos caminhos apontados é o enquadre
teórico proposto pela Linguística Sistêmico-Funcional, que muito tem a oferecer no que
diz respeito ao trabalho com a gramática. Esse modelo investigativo representa uma
tentativa de descrição do funcionamento da língua – o que deveria ser o foco do
trabalho na escola –, examinando-a como uma entidade não suficiente em si, e
investigando a estrutura linguística vinculada a seu contexto de uso – o que confere
especial relevância à correlação entre as propriedades das estruturas gramaticais e as
propriedades dos contextos em que ocorrem. Assim, este Simpósio contemplará
trabalhos que, com base em uma concepção funcionalista de gramática, busquem
descrever, explicar e/ou interpretar os usos reais da linguagem verbal dentro de seus
respectivos contextos de situação e de cultura, considerando as relações necessárias
entre os recursos lexicogramaticais e a constituição semântica dos textos e sendo, por
isso, contribuição valiosa para um ensino mais produtivo da língua materna.

Palavras-chave: Linguística Sistêmico-Funcional; gramática; texto; ensino de Língua


Portuguesa

Minibiografias:
VANIA L. R. DUTRA - é doutora em Letras pela UERJ e mestre pela UFF. É Professora
Adjunta de Língua Portuguesa e Coordenadora do Curso de Especialização em Língua
Portuguesa. É docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu. Desenvolve
pesquisas na área da Linguística Sistêmico-Funcional e na área de Ensino de Língua
Portuguesa. É Professora e Coordenadora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental
e Médio no COLUNI/UFF. Coordenadora do projeto PIBID Institucional da UERJ, na
área de Língua Portuguesa.
MAGDA BAHIA SCHLEE - é doutora em Letras pela UERJ e mestre pela UFRJ. É
Professora Adjunta de Língua Portuguesa da UERJ e da UFF. Integra o Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu da UERJ. Desenvolve pesquisas na área de Linguística
Sistêmico-Funcional e Ensino de Língua Portuguesa. É também professora do Colégio
de São Bento.
SIMPÓSIO 18 - PROBLEMÁTICAS SOCIOLINGUÍSTICAS NA
TRADUÇÃO AUDIOVISUAL DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Coordenador:
GIAN LUIGI DE ROSA - Università del Salento (Itália) –
gianluigiderosa@unisalento.it

Resumo:
Quando se fala de tradução audiovisual, normalmente estamos acostumados a
considerar este tipo de tradução em termos de transposição de uma (variedade de)
língua standard para uma outra (variedade de) língua standard. Todavia, na maioria dos
textos audiovisuais brasileiros contemporâneos (produções ficcionais cinematográficas
e televisivas) a variedade diamésica cine-televisiva, que definimos por convenção
falado fílmico, na tentativa de reproduzir a fala espontânea em situação, apresenta um
leque muito amplo de variedades linguísticas presentes no repertório dos falantes
brasileiros, isso tem como consequência direta uma gradual e sempre mais intensa
inserção de traços e variedades sub-standard e/ou não-standard na realização e na
formulação do falado fílmico.
Portanto, adquire muita relevância a questão de uma tradução audiovisual do PB
adequada em termos sociolinguísticos (principalmente pelo que se refere à dublagem e à
legendagem interlinguística), para dar conta da variação linguística e para traduzir o
significado social associado aos elementos (formas, palavras, construções, etc.) de uma
língua que o veiculam.

Palavras-chave: tradução audiovisual; variação linguística; sociolinguística da


tradução; falado fílmico.

Minibiografias:
GIAN LUIGI DE ROSA - Ph.D. em Culture e Istituzioni dei paesi di lingue iberiche in
età moderna e contemporaneaI, é professor agregado e pesquisador de Português na
Universidade do Salento, em Lecce. Sua mais recente atividade de pesquisa enfoca as
problemáticas da tradução literária e audiovisual (tanto do ponto de vista tradutológico,
quanto daquele tradutivo) e o seu uso no ensino do Português como Língua Estrangeira.
SIMPÓSIO 19 - CONTEXTOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR
DE PLE/PL2 E SEUS CONTEXTOS DE ATUAÇÃO

Coordenadores:
LUCIELENA MENDONÇA DE LIMA - Universidade Federal de Goiás -
lucielenalima@gmail.com
JUAN JOSÉ RODRÍGUEZ - Universidad Nacional de Córdoba
-juanjorodriguezcosta@gmail.com

Resumo:
Nos últimos anos, vem se instalando um discurso sobre a crescente importância do
português como língua global, que muitas vezes traduz o momento presente como “a
hora do português”. Há, porém, indícios díspares sobre a relevância alcançada pela
língua portuguesa como língua não materna nas diferentes latitudes. No nosso contexto
mais próximo, mas acreditamos que não só na América do Sul, os processos de
integração regional como o MERCOSUL e a UNASUL revelam uma preocupação com
a formação de falantes/usuários de português que permita pensar no diálogo entre os
cidadãos dos países membros, para o desenvolvimento de uma cidadania regional - e/ou
uma identidade mercosulina-, para “que os futuros cidadãos compreendam uns aos
outros, que possam expressar-se na língua dos outros e sejam capazes de elaborar
estratégias de aprendizagem de outras línguas” (ARNOUX, 2010, p. 17). Neste sentido,
a implementação de políticas linguístico-educativas como a do governo argentino
através da Lei 26.468/2009, supõe encarar, por parte das Instituições de Ensino
Superior, o desafio de formar recursos humanos bem qualificados, que realizem tais
políticas através de suas práticas no sistema educativo nacional. Por esse motivo,
compreende-se que também nos contextos de formação de professores, é necessário
fomentar a sensibilização da comunidade local em relação à importância da
aprendizagem de línguas. Pretendemos que este simpósio seja um espaço para refletir
sobre os processos de formação do professor de PLE/PL2 e sua qualificação,
considerando os contextos de imersão/não imersão, as LMs que falam os aprendizes,
mais ou menos próximas/distantes do português, o estatuto do português no contexto de
ensino: língua oficial, língua de herança, língua de vizinhança, os objetivos e os
contextos de aprendizagem: presencial/ virtual, as concepções e representações das
línguas, culturas, identidades dos professores, as presentes nos programas dos cursos de
formação e nos materiais didáticos.

Palavras-chave: Formação do professor de PLE/PL2; contextos de atuação; cultura.

Bibliografia:
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas,
SP: Pontes, 1998.
ARNOUX, E. N. Representaciones sociolingüísticas y construcción de identidades
colectivas en el Mercosur. In: CELADA, M. T.; FANJUL, A. P.; NOTHSTEIN, S.
Lenguas en un espacio de integración. Acontecimientos, acciones, representaciones.
Buens Aires: Biblos, 2010. p. 17-38.
ARNOUX, E. N. de. Desde Iguazú: mirada glotopolítica sobre la integración regional.
In: FANJUL, A. P.; CASTELA, G. S. Línguas, políticas e ensino na integração
regional. Cascavel: ASSOESTE, 2011. p. 38 64.
FLEURI, R. M. Multiculturalismo e interculturalismo nos processos educativos. In:
CANDAU, V. M. (Org.). Ensinar e aprender. Sujeitos, saberes e pesquisa. Encontro
Nacional de Didática e Prática de Ensino (Endipe). Rio de Janeiro, DP&A, 2000.
Parecer CNE/CES 492/2001a.
MERCOSUL/CMC/DEC. Nº 64/10, Estatuto da Cidadania do MERCOSUL – Plano de
Ação, 2010.

Minibiografias:
LUCIELENA MENDONÇA DE LIMA - Doutora em Filologia Hispânica pela
Universidad de Oviedo (Espanha) desde 1998. Professora da Área de Espanhol da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás desde 1997. Dedica-se a
pesquisas sobre o ensino de espanhol e português a estrangeiros em uma perspectiva
intercultural.

JUAN JOSÉ RODRÍGUEZ - Professor de Português pela Universidad Nacional de


Córdoba (Argentina) desde 2006. Mestrando em Lenguajes e Interculturalidad da
Facultad de Lenguas - UNC. Professor de Língua Portuguesa na Facultad de Lenguas da
Universidad Nacional de Córdoba desde 2009. Pesquisa na área de português para
estrangeiros, didática do plurilinguismo e intercompreensão em línguas românicas.
SIMPÓSIO 20 - LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO E MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA

Coordenadores:
ELIANE MARQUEZ DA FONSECA FERNANDES - Universidade Federal de Goiás /
FAPEG – elianemarquez@uol.com.br
SINVAL MARTINS DE SOUSA FILHO - Universidade Federal de Goiás / /FAPEG -
sinvalfilho7@gmail.com

Resumo:
Levamos em conta as posturas básicas de Bakhtin (1995) acerca do conceito de
dialogismo que postula a interação social como ação desencadeadora dos dizeres como
enunciados. Desse modo, somente o processo interacional conduz à constituição do ser
humano como sujeito e à produção de sentidos dentro de uma situação e de um contexto
social. O intuito principal deste simpósio é apresentar estudos sobre o ensino e a
aprendizagem de língua portuguesa acerca de LEITURA e PRODUÇÃO de TEXTO
envolvendo: descrição de rotinas de interação; estratégias desenvolvidas pelos alunos
na compreensão leitora; análise de procedimentos de escrita e reescrita junto a alunos
com diferentes graus de competência linguística. Temos em vista a importância e o
valor da investigação para desenvolver o conhecimento na área educacional de alunos
do ensino público e ampliar o debate junto a pesquisadores de todos os locais onde se
fala a nossa língua. Nosso interesse liga-se à linha de pesquisa Ensino e aprendizagem
de línguas (L.P.6) do Programa de Pós Graduação em Letras e Linguística da Faculdade
de Letras da Universidade Federal de Goiás (Brasil). O simpósio é também
oportunidade para apresentarmos as conclusões parciais obtidas no Projeto Leitura e
Escrita: ações de mediação pedagógica, liderado pelo Prof. Dr. Sinval Martins de
Sousa Filho e ligado ao Grupo Goiano de Pesquisa sobre Texto, Discurso e Ensino
(FAPEG). E acreditamos que o projeto é de interesse alto interesse para oportunizar o
debate e a troca de experiências sobre a aquisição da capacidade de leitura e escrita
entre estudiosos do ensino da língua portuguesa.

Palavras-chave: Língua portuguesa; mediação; ensino; leitura; escrita.

Minibiografias:
ELIANE MARQUEZ DA FONSECA FERNANDES - tem Pós-Doutorado em
Educação pela UnB (2011) e Doutorado em Letras e Linguística pela UFG (2007).
Coordena o Grupo Goiano de Pesquisa sobre Texto, Discurso e Ensino (FAPEG) e
participa com o Prof. Sinval Martins do projeto “Leitura e escrita: ações de mediação
pedagógica”. Coordena também o Grupo de pesquisa CRIARCONTEXTO: estudos do
texto e do discurso. Atua como Professora na Graduação e na Pós-Graduação da
Faculdade de Letras da UFG, na área de Linguística nas teorias do discurso e no ensino
de língua portuguesa.
SINVAL MARTINS DE SOUSA FILHO - é Pós-Doutor em Linguística pela UnB
(2012) e Doutor em Letras e Linguística pela UFG (2007). Atualmente, é líder,
juntamente com Silvia L. B. Braggio, do Grupo de Educação e Língua Indígena da UFG
e também é líder, juntamente com Eliane Marquez, do projeto Leitura e escrita: ações
de mediação pedagógica, financiado pela FAPEG. É professor da FL/UFG, onde atua
na graduação e na Pós-Graduação na área de Linguística sobre límgua indígena e ensino
de língua portuguesa.
SIMPÓSIO 21 - O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURA: POLÍTICAS DE FORMAÇÃO

Coordenadores:
CLÁUDIO ABREU FONSECA - Universidade Federal do Pará - cfonseca@ufpa.br
ÉMERSO DI PIETRO - Universidade de São Paulo - pietri@usp.br
NILSA BRITO RIBEIRO – Universidade Federal do Pará - nilsa@ufpa.br

RESUMO:
Objetiva-se investigar a formação do acadêmico, futuro professor de Letras, por meio da
análise de práticas discursivas em diferentes dimensões da formação e manifestas nas
práticas curriculares e nas vozes de acadêmicos e professores. Estas dimensões se
traduzem em processos de formação na Universidade, na Educação Básica e em
documentos norteadores da política científico-educacional de cursos de Letras. Atenta-
se para posicionamentos e imagens que se constroem dos sujeitos como alunos e futuros
professores de Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa. As análises
apontam que a adoção e seleção de conhecimentos e metodologias anunciam concepções e
perfis de professores de Língua Portuguesa e Literatura, convergindo ou confrontando com as
conjunturas sócio-históricas que orientam os discursos científico-educacionais. Compreender
os discursos mobilizados no processo de formação do futuro professor deve possibilitar
a construção de políticas que promovam uma melhor qualificação do profissional de
Letras no âmbito dos países lusófonos.

Palavras-chave: Língua portuguesa; literatura; políticas e formação.

Coordenadores:
CLÁUDIO ABREU FONSECA - possui graduação em Curso de Letras pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1987), Mestrado em Letras e
Lingüística pela Universidade Federal de Goiás (2000) e Doutorado em Letras (2011),
Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Atualmente é
Professor Adjunto I da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de
Linguística, com ênfase em Análise do Discurso e Linguística Aplicada ao ensino de
língua portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso e ensino,
interação em sala de aula e semiótica das culturas.

ÉMERSO DI PIETRO - licenciado em Letras pela Universidade Estadual de Campinas,


é mestre e doutor em Linguística Aplicada ao Ensino/Aprendizagem de Língua Materna
pela mesma Universidade. É professor da Faculdade de Educação da Universidade de
São Paulo. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, atuando principalmente
nos seguintes temas: discurso e ensino; ensino de língua portuguesa; formação de
professores; história do ensino de língua portuguesa no Brasil.

NILSA BRITO RIBEIRO - possui graduação em Letras pela Universidade Federal do


Pará, mestrado e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas. É
professor Adjunto, nível IV. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em
Análise do Discurso, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso e ensino;
narrativas de professores; linguagem, discurso e identidade.
SIMPÓSIO 22 - O NOME PRÓPRIO EM FOCO: ESTUDOS
ONOMÁSTICO-TOPONÍMICOS

Coordenadoras:
APARECIDA NEGRI ISQUERDO - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -
aparecida.isquerdo@gmail.com

MARIA CÂNDIDA TRINDADE COSTA DE SEABRA - Universidade Federal de


Minas Gerais - candidaseabra@gmail.com

Resumo:
Os estudos na área da Onomástica ocupam-se da análise dos nomes próprios de pessoas
(Antroponímia) e de lugares (Toponímia). A Toponímia como estudo do nome próprio
em função de topônimo (nome de lugar) representa uma face particular do léxico da
língua, haja vista que o topônimo, além de incorporar as características inerentes aos
nomes próprios, configura-se como um signo com características muito próprias em
termos de motivação, haja vista que as causas denominativas que dão origem a um novo
nome de lugar são as mais diversas e normalmente estão relacionadas a motivações
pessoais e grupais. Este simpósio pretende reunir trabalhos na área dos estudos
onomásticos, em especial os de natureza toponímica, de maneira a oportunizar a
disseminação e a discussão de resultados de pesquisas toponímicas e, por extensão,
funcionar como um fórum de discussões sobre questões que afetam essa área de
investigação, como o problema da motivação toponímica, a estrutura do sintagma
toponímico, a dimensão etnodialetológica dos topônimos, a relação entre toponímia e
meio ambiente, a função do topônimo como elemento veiculador de ideologias e como
reflexo de contatos interétnicos, como também, as interfaces entre toponímia e outras
áreas de investigação.

Palavras-chave: Onomástica; nome próprio; toponímia; léxico.

Minibiografias:
APARECIDA NEGRI ISQUERDO - Dra em Letras pela UNESP/Araraquara. Atua
como pesquisadora na área dos estudos lexicais, com ênfase no léxico regional e no
léxico toponímico. Coordenadora do projeto Atlas Toponímico de Mato Grosso do Sul
(Projeto ATEMS) e membro do Comitê Nacional do Projeto Atlas Linguístico do Brasil,
como Diretora Científica e Coordenadora do ALiB-Regional Mato Grosso do Sul.
Docente dos programas de pós-graduação em Estudos de Linguagens (UFMS) e
Estudos da Linguagem (UEL).

MARIA CÂNDIDA TRINDADE COSTA DE SEABRA - Dra em Linguística pela


Universidade Federal de Minas Gerais. Desde 1996 é professora da Universidade
Federal de Minas Gerais. Atua na graduação e pós-gradaução. Seus projetos se
centralizam nas áreas de Lingüística e Língua Portuguesa, em uma perspectiva
sincrônica e diacrônica, com ênfase na lexicologia, lexicografia e toponímia.
Coordenadora do Projeto Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais (Projeto
ATEMIG) e do Grupo Mineiro de Estudos do Léxico (ATEMIG).
SIMPÓSIO 23 - TEMPO, ESPAÇO E CULTURA NA LITERATURA
DE LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadora:
LEILA BORGES DIAS SANTOS - Universidade Federal de Goiás -
borges_leila@yahoo.com.br

Resumo:
A linguagem, a identidade e a cultura circunscrevem fronteiras literárias no mosaico das
cosmovisões espaço-temporais da modernidade. Literaturas de língua portuguesa, do
século XIX até a contemporaneidade são o veículo de acesso a esse heterogêno mapa
lingüístico e cultural que desvenda representações de condições de fala diversas,
revelando tempos e espaços distintos, que compartilham, por outro lado, uma realidade
comum: a língua. Esse simpósio se propõe a investigar as localizações literárias dessa
multiplicidade temporal e espacial, com o intuito de compreender, na medida do
possível, as particularidades e/ou as coincidências dos distintos construtos lingüísticos e
literários, que por sua vez, acompanham e produzem os ritmos e os sentidos dessas
representações, na complementar relação entre a língua, a cultura e a literatura.

Palavras-chave: linguagem; identidade; cultura; modernidade; literatura de língua


portuguesa.

Minibiografia:
LEILA BORGES DIAS SANTOS - Doutora em Sociologia pela UnB, professora
adjunta da Faculdade de Letras da UFG. Atua no Programa de Pós-graduação em Letras
e Linguística, área de Estudos Literários, nas linhas de pesquisa Poéticas da
Modernidade e Literatura, História e Imaginário.
SIMPÓSIO 24 - PROCEDIMENTOS DE ESTRUTURAÇÃO
TEXTUAL EM REDAÇÕES ESCOLARES

Coordenadoras:
MARIA DA APARECIDA MEIRELES DE PINILLA - Universidade Federal do Rio de
Janeiro - aparecidapinilla@gmail.com
MARIA CRISTINA RIGONI COSTA - Universidade Federal do Rio de Janeiro -
cristinarigoni@ufrj.br

Resumo:
O objetivo deste Simpósio é viabilizar discussões acerca da organização textual-
discursiva de redações escolares, com o objetivo de investigar os mecanismos de
estruturação textual, tendo em vista a identificação de problemas de coerência
provocados por transposição inadequada de traços da oralidade e por dificuldades na
textualização de relações semânticas e/ou discursivas, assim como na operação de
processos de encaixamento necessários à elaboração de períodos complexos. Para
subsidiar o trabalho do professor, voltado à ampliação da competência comunicativa dos
alunos, pretende-se apoiar as reflexões em pressupostos desenvolvidos por três linhas
teóricas, buscando um olhar complementar sobre os fenômenos a serem analisados: a
gramática funcional, a análise do discurso e a linguística textual, com destaque para a
perspectiva funcional, como propostos por Halliday (1985), Matthiessen & Thompson
(1988) e Hopper & Traugott (1993). Nessa linha, os conceitos de “continuum” e de
“gramaticalização” assumem especial relevância na abordagem que se pretende
desenvolver. Neves (2006) retoma esses autores ao realizar estudo de caráter
funcionalista sobre a formação de enunciados complexos. Afirma que uma análise de
base funcionalista procura avaliar a organização dos enunciados sob diversos níveis
(predicacional, proposicional e ilocucional); sob diversos ângulos (informacional e
interacional); e envolvendo todos os componentes (sintático, semântico, pragmático).
Como desdobramento das reflexões desenvolvidas no Simpósio, pretende-se propor
estratégias pedagógicas para o trabalho de leitura e produção de textos, de modo a
favorecer ao aluno a identificação e incorporação das estratégias de organização textual
que garantem sua unidade e eficiência.

Palavras-chave: Gramática funcional; procedimentos de estruturaçãqo textual; ensino


de Língua Portuguesa; produção textual.

Minibiografias:
MARIA CRISTINA RIGONI COSTA - é Doutora em Letras e Mestre em Letras pela
UFRJ. É Professora Adjunta de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro (UNIRIO). Desenvolve pesquisas na área da Linguística Textual e na
área de Ensino de Língua Portuguesa. É Professora Adjunta aposentada da UFRJ e
consultora de vários projetos de formação continuada de professores da rede pública de
ensino. É autora de material didático destinado à formação de professores e mantém um
site voltado a estudiosos da Língua Portuguesa. Tem atuado também como consultora
em processos de avaliação de grande escala, como o Enem e o Enade.
MARIA DA APARECIDA MEIRELES DE PINILLA - é Mestre em Letras pela UFRJ.
É Professora Adjunta aposentada da UFRJ e consultora de vários projetos de formação
continuada de professores da rede pública de ensino. Desenvolve pesquisas na área da
Linguística Textual e na área de Ensino de Língua Portuguesa. É autora de material
didático destinado à formação de professores e mantém um site voltado a estudiosos da
Língua Portuguesa. Tem atuado também como consultora em processos de avaliação de
grande escala, como o Enem e o Enade.
SIMPÓSIO 25 - ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E
CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM

Coordenadores:
MARIA JOSÉ GROSSO - Universidade de Lisboa - maria.reis@gmail.com
LUÍS GONÇALVES - Princeton University - lgoncalv@princeton.edu
JOÃO CAIXINHA - Deputy Coordinator for the Portuguese Language Programs and
Education Affairs in the United States Instituto Camões - Ministry of Foreign Affairs -
joao.caixinha@instituto-camoes.pt

Resumo:
Pretende-se com este simpósio apresentar o papel dos diferentes contextos no ensino-
aprendizagem da língua e da cultura portuguesa (macro-contexto geo-social ao micro-
contexto da sala da aula) e as suas implicações não só na prática pedagógica , mas
também na divulgação da língua e da cultura (designadamente língua e culturas de
expressão portuguesa). Esta é uma temática que, além da ligação aos contextos
diversificados e à identidade , está intrinsecamente relacionada com o funcionamento
da língua e as suas diferentes conceções ( língua materna, língua de herança, língua de
acolhimento, língua estrangeira, língua segunda…)

Palavras chave: contexto de aprendizagem; língua de herança; língua estrangeira;


língua segunda; língua de acolhimento.

Minibiografias:
MARIA JOSÉ DOS REIS GROSSO - é professora associada da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa. É doutorada em Linguística Aplicada. De 2009 até Julho de
2012 foi Diretora do Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira (CAPLE) e
Diretora dos Estudos Pós-graduados (Mestrado e Doutoramento em Língua e Cultura
Portuguesa, PLE/PL2) da mesma Faculdade. Investigadora no Centro de Linguística da
Universidade Nova de Lisboa. Tem orientado teses de mestrado e de doutoramento,
desenvolvido projetos, escrito artigos vários e feito formação de professores em
Portugal e no estrangeiro na área do Português (PLE). A partir de Agosto de 2012 está
previsto ser professora na Universidade de Macau.
LUÍS GONÇALVES - é professor de português e espanhol na Princeton University, em
New Jersey, EUA. É doutorado em Línguas Românicas, com especialização em Estudos
da Comunicação e uma certificação em Estudos Culturais, pela Universidade da
Carolina do Norte em Chapel Hill. Tem também um mestrado em Literatura Luso-
Brasileira, pela mesma universidade. Recebeu o 2010 Award for University Professor of
Portuguese dado pela Universidade dos Açores, Portugal e pelo Portuguese World
Language Institute at Lesley University, Cambridge, Massachusetts em reconhecimento
pelo trabalho desenvolvido com a língua portuguesa nos EUA.

JOÃO CARLOS NUNES CAIXINHA - Adjunto da Coordenação do Ensino Português


nos Estados Unidos da América (Costa Leste), acumulando funções de Consultor no
Departamento de Educação de Massachusetts, nomeado pelo Instituto Camões –
Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Tem sido docente e formador de língua portuguesa, desenvolvido projetos e ocupado
as funções de consultoria (línguas) em diversos países como na República da África
do Sul, no Principado de Andorra, na República do Zimbabué.Tem a especialização em
Ciências da Educação (pós-graduação), na área de Avaliação em Educação, Faculdade
de Psicologia e Ciências da Educação de Lisboa.Desenvolve investigação (PLE)
conducente ao doutoramento.
SIMPÓSIO 26 - DA PESQUISA SOBRE A AQUISIÇÃO DA LÍNGUA
PORTUGUESA À PRÁTICA PEDAGÓGICA

Coordenadores:
MARIA JOSÉ GROSSO - Universidade de Lisboa - maria.reis@gmail.com
LUÍS GONÇALVES - Princeton University - lgoncalv@princeton.edu

Resumo:
Este simpósio tem como principal objetivo refletir sobre o papel das teorias de aquisição
de L2 no ensino do português (língua estrangeira/língua segunda), processo multiforme
de saberes linguísticos e não linguísticos, e consequentemente nas implicações para a
prática pedagógica.

Palavras-chave:
aquisição, língua estrangeira, língua segunda, ensino-aprendizagem

Minibiografias:
MARIA JOSÉ GROSSO - é professora associada da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. É doutorada em Linguística Aplicada. De 2009 até Julho de
2012 foi Diretora do Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira (CAPLE) e
Diretora dos Estudos Pós-graduados (Mestrado e Doutoramento em Língua e Cultura
Portuguesa, PLE/PL2) da mesma Faculdade. Investigadora no Centro de Linguística da
Universidade Nova de Lisboa. Tem orientado teses de mestrado e de doutoramento,
desenvolvido projetos, escrito artigos vários e feito formação de professores em
Portugal e no estrangeiro na área do Português (PLE). A partir de Agosto de 2012 está
previsto ser professora na Universidade de Macau.

LUÍS GONÇALVES - é professor de português e espanhol na Princeton University, em


New Jersey, EUA. É doutorado em Línguas Românicas, com especialização em Estudos
da Comunicação e uma certificação em Estudos Culturais, pela Universidade da
Carolina do Norte em Chapel Hill. Tem também um mestrado em Literatura Luso-
Brasileira, pela mesma universidade. Recebeu o 2010 Award for University Professor of
Portuguese dado pela Universidade dos Açores, Portugal e pelo Portuguese World
Language Institute at Lesley University, Cambridge, Massachusetts em reconhecimento
pelo trabalho desenvolvido com a língua portuguesa nos EUA.
SIMPÓSIO 27 - MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS ON-LINE
PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS (LE/L2/LH) EM PERSPECTIVA
INTERCULTURAL

Coordenadora:
EDLEISE MENDES - Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira;
Universidade Federal da Bahia - edleise.mendes@terra.com.br
SÁVIO SIQUEIRA – Universidade Federal da Bahia - savio_siqueira@hotmail.com
DENISE SCHEYERL – Universidade Federal da Bahia - dscheyerl@hotmail.com

Resumo:
O campo do ensino e da aprendizagem de línguas hoje tem exigido de pesquisadores,
professores e estudantes a necessária aproximação das tecnologias da informação e da
comunicação (TICs), não apenas no sentido de compreenderem e se apropriarem de seu
funcionamento, mas, sobretudo, no que diz respeito à reflexão e ao desenvolvimento de
abordagens e estratégias teórico-metodológicas que respondam a essa necessidade.
Considerando-se a amplitude e a projeção do português hoje no mundo, e os seus
variados contextos de difusão, como língua estrangeira, segunda língua, língua de
herança, língua oficial, entre outros, cresce a demanda por um ensino de qualidade e
que, ao mesmo tempo, seja capaz de atingir a um grande público, seja na perspectiva da
promoção de cursos, seja na da formação de novos professores, haja vista a diversidade
cultural característica de nossas sociedades e a dimensão intercultural que deve permear
os processos de ensinar e aprender línguas contemporâneos. Nesse sentido, os
ambientes virtuais e os recursos on-line têm apresentado grande potencial para atender,
em parte, a essa demanda. Este Simpósio, desse modo, pretende reunir reflexões e
experiências situadas de pesquisadores e professores que têm desenvolvido materiais,
recursos didáticos e cursos on-line, e em ambiente digital de modo geral, para o ensino
de português, em diferentes contextos em que o público seja falante de outras línguas ou
descendente linguístico e cultural, como no caso dos falantes de herança. Os trabalhos,
desse modo, devem não apenas apresentar resultados de experiências, mas, sobretudo,
discutir princípios teórico-metodológicos, abordagens e perspectivas interculturais para
o desenvolvimento de materiais e recursos didáticos que fomentem novos cursos e
práticas de avaliação culturalmente sensíveis aos sujeitos e às demandas de
aprendizagem de nosso tempo.

Palavras-chave: materiais; recursos didáticos; ambiente virtual; português língua


estrangeira; abordagem intercultural.

Minibiografia:
EDLEISE MENDES - possui mestrado em Estudos Linguísticos (Universidade Federal
da Bahia -1996) e doutorado em Linguística Aplicada (Universidade Estadual de
Campinas - 2003). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal da Bahia
(UFBA), onde atua na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
(PPGLinC). Dedica-se a estudos sobre a língua portuguesa e os contextos culturais que
a abrigam, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino e aprendizagem de
língua portuguesa, materna e estrangeira, formação de professores, avaliação e produção
de materiais didáticos, abordagem intercultural para o ensino de línguas. Possui vários
artigos, capítulos e livros publicados, que tratam de amplos aspectos do processo de
ensino-aprendizagem e de formação de professores na área de língua portuguesa. Tem
participado da elaboração de vários materiais instrucionais para o ensino de língua
portuguesa, no Brasil e no exterior, além de projetos internacionais para a formação de
professores de português língua estrangeira, segunda língua e língua de herança, como o
PROFIC/PLE (Programa de Formação Continuada de Professores de Português Língua
Estrangeira), e de planejar e desenvolver o Projeto POLH (Formação Continuada de
Professores de Português Língua de Herança), junto à Divisão de Promoção da Língua
Portuguesa (DPLP/MRE). É a atual presidente da Sociedade Internacional de Português
Língua Estrangeira - SIPLE (2011-2013), onde tem atuado para a promoção, a difusão e
a projeção do português no mundo.

SÁVIO SIQUEIRA - doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal da


Bahia, Professor Adjunto II do Departmento de Letras Germânicas do Instituto de
Letras da UFBA. Tenho interesse especial nas seguintes áreas e temas: formação de
professores de línguas, Estudos Culturais e Educação Linguística, ensino de inglês
como língua internacional (LI) ou língua franca (LF), "World Englishes", abordagens
críticas ao ensino de ILI/ILF, sociolinguística da língua inglesa, imperialismo
linguístico, estudos pós-coloniais de língua inglesa, pedagogia crítica aplicada ao ensino
de línguas, inter(trans)culturalidade e LE, além de práticas reflexivas no ensino e na
aprendizagem de línguas. Atualmente, exerço também a Coordenação do Programa de
Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA e a Orientação Acadêmica de Língua
Inglesa do Núcleo Permanente de Extensão do Instituto de Letras da UFBA.

DENISE SCHEYERL - possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas com


Alemão pela Universidade Federal da Bahia (1976), graduação em Bacharelado em
Letras Vernáculas com Alemão pela Universidade Federal da Bahia (1973), mestrado
em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (1979) e doutorado em
Lingüística Teórica - Ludwig Maximilian Universität München (1985). Atualmente é
Professora Associada III da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de
Lingüística Aplciada, atuando no grupo de pesquisa Transculturalidade, Linguagem e
Educação (ANPOLL), línguas, discursos e culturais à margem.
SIMPÓSIO 28 – GRAMÁTICA, DISCURSO E ENUNCIAÇÃO

Coordenadores:
MÁRCIA TEIXEIRA NOGUEIRA - Universidade Federal do Ceará -
marciatn@gmail.com
MARIA AUXILIADORA FERREIRA LIMA - Universidade Federal do Piauí
-dora.fl@uol.com.br

Resumo:
Este simpósio tem interesse na discussão de resultados de pesquisas que tratem da
relação entre Gramática, Discurso e Enunciação. Um pressuposto natural desse interesse
é a necessidade da consideração da língua em uso efetivo, com ênfase na observação da
relação entre a gramática e a construção de sentidos e efeitos no quadro mais amplo do
discurso e da enunciação. Assumindo que a diversidade de uso da linguagem está
associada à diversidade das práticas sociais, buscamos identificar correlações entre
forma e função, colocando em evidência o condicionamento da língua pelos propósitos
de quem enuncia e por um conjunto de informações de toda ordem disponíveis no
momento da interação verbal. Na análise, as formas não devem ser vistas como meros
traços, itens ou construções, mas consideradas em relação aos processos de que
participam (referenciação, predicação, junção, modalização), de natureza dinâmica,
multifuncional e estratégica na construção dos sentidos (NOGUEIRA, 2004). São bem-
vindas as propostas que, com esse pressuposto, se voltem para a descrição e análise
linguística com orientação teórica em alguma abordagem baseada no uso, que destaque
o papel do contexto em seus aspectos sociais, cognitivos, interacionais.

Palavras-chave: gramática; discurso; enunciação.

Minibiografias:
MÁRCIA TEIXEIRA NOGUEIRA - Mestrado em Linguística e Ensino da Língua
Portuguesa pela UFC (1996), Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela
UNESP- Araraquara-SP (1999), Pós-doutorado no ILTEC, em Lisboa (2011). É
professora Associada da Universidade Federal do Ceará, onde desenvolve atividades de
ensino, pesquisa e orientação na Graduação em Letras e na Pós-graduação em
Linguística. Coordena o Grupo de Estudos em Funcionalismo, que integra pesquisas na
área de Teoria e Análise Linguística.

MARIA AUXILIADORA FERREIRA LIMA - Mestrado em Linguística pela UFSC


(1984) e Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP – Araraquara
(1997). É professora associada da Universidade Federal do Piauí, com atuação na
Graduação e na Pós-Graduação em Letras. Tem experiência na área de Linguística, com
ênfase em Teoria e Análise Linguística e ensino de Llíngua Portuguesa. Tem se
dedicado à descrição da gramática do português falado em uma perspectiva enunciativa
e à abordagem gramatical em livros didáticos.
SIMPÓSIO 29 - ENSINO DE LITERATURA E FORMAÇÃO DO
LEITOR LITERÁRIO

Coordenadores:
CÉLIA SEBASTIANA SILVA – Universidade Federal de Goiás
-celia.ufg@hotmail.com
VIVIANNE FLEURY DE FARIA – Universidade Federal de Goiás -
vivifleury@hotmail.com

Resumo:
É indiscutível a importância do texto literário para o desenvolvimento crítico e humano
do leitor. Nesse sentido, Candido ressalta o papel humanizador da literatura e o seu
poder como instrumento de instrução e de educação. Todorov diz que por ser mais densa
e mais eloquente que a vida cotidiana, a literatura permite que cada um responda melhor
a sua vocação de ser humano, mas problematiza o modo como a literatura tem sido
“ensinada” aos jovens e alerta para o perigo de a escola oferecê-la a esse jovem muito
mais como uma “matéria escolar”, uma disciplina e afastá-lo da leitura dos textos
literários proporiamente ditos. Entre os documentos oficiais sobre o ensino no Brasil, a
LDB, em seu artigo 35, reforça a importância do aspecto humanizador na formação
ética e intelectual do educando. Eco destaca na literatura a sua função de “manter em
exercício, acima de tudo, a língua como patrimônio coletivo” e de contribuir para
reforçar-lhe a identidade. O propósito desse simpósio é, então, congregar pesquisadores
que reflitam e investiguem sobre o modo como a escola tem tratado a leitura literária; o
ensino da literatura voltado para o texto literário em si ou em uma abordagem
disciplinarizada; os desafios e as possibilidades na formação do leitor literário na escola;
o papel da poesia na sala de aula; a atuação do professor como leitor e como mediador
da leitura literário; a dicotomia entre o texto literário e os veículos de comunicação de
massa; as escolhas de leitura literária feitas pelos alunos; o texto literário e o acesso ao
conhecimento na dimensão estética, ética, histórica, ideológica, social, existencial; a
contribuição da literatura para formar a identidade cultural e linguística do aluno.

Palavras-chave: texto literário; formação de leitor; escola; ensino.

Minibiografias:
CÉLIA SEBASTIANA SILVA - é mestre em Estudos Literários pela UFG e Doutora
em Literatura pela UNB. Atualmente é professora de Língua Portuguesa no CEPAE-
UFG e desenvolve pesquisa na área de Literatura e ensino, Poesia moderna e
contemporânea e Escolarização de poesia.

VIVIANNE FLEURY DE FARIA - Mestre em Estudos Literários pela Universidade


Federal de Goiás e Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília, é
professora de Língua Portuguesa no CEPAE – GO e integrante do grupo de pesquisa
Literatura e Modernidade Periférica – UnB.
SIMPÓSIO 30 - VENCENDO FRONTEIRAS: COMO DERRUBAR A
INQUIDADE DA EXCLUSÃO À INFORMAÇÃO?

Coordenadora:
LEONOR SCLIAR-CABRAL - Universidade Federal de Santa Catarina /CNPq -
lsc@th.com.br

Resumo:
A maior das iniquidades no mundo contemporâneo é aquela que exclui parcela
considerável de seres humanos do mundo da informação. Em recente entrevista à Rede
Nacional, Vera Masagão Ribeiro, Coordenadora do INAF (Indicador Nacional de
Alfabetismo Funcional), tornou público que, apesar de haver diminuído o porcentual de
analfabetos totais, no Brasil, apenas 24% da população atinge o nível pleno de
compreensão textual, tendo ocorrido um aumento do analfabetismo funcional. Como
derrubar tal inquidade? Somente começando pela base do processo educacional,
alfabetizando e bem para o letramento, poder-se-á fazer do futuro leitor, um leitor que
compreende os textos que circulam socialmente e, ao compreendê-los, poderá assumir
uma posição crítica frente a eles. Para tal, é necessário formar bons professores
alfabetizadores, bem como produzir material pedagógico, fundamentados no que de
mais recente a neurociência e as ciências da linguagem descobriram, derrubando mitos
sem nenhuma base científica que se infiltraram nas políticas públicas da educação,
como os de que os métodos para alfabetizar devem ser abolidos, bem como os livros
para iniciar a criança, ao nível dela e de modo lúdico, nos princípios do sistema
alfabético de sua língua.

Palavras-chave: letramento; leitura; leitor; educação.

Minibiografias:
LEONOR SCLIAR-CABRAL - é doutora em Linguística pela USP, Professor Emeritus,
titular aposentada pela UFSC e pós-doutorada pela Universidade de Montréal. Eleita em
julho de 1991 na Univ. de Toronto, Presidente da International Society of Applied
Psycholinguistics, reeleita na Universidade de Bolonha, é atualmente Presidente de
Honra. Foi presidente da União Brasileira de Escritores em Santa Catarina (1995-1997)
e presidiu a ABRALIN, no biênio 1997-1999. Pertence ao Conselho Editorial de:
International Journal of Psycholinguistics, Cadernos de Estudos Linguísticos, Letras de
Hoje (fundadora), Revista da ABRALIN entre outros. Pesquisadora do CNPq desde a
década de 1970, coordena o Grupo de Pesquisa Produtividade Linguística Emergente,
alimentando o banco mundial de dados CHILDES e os projetos Ler & Ser: Combatendo
o Analfabetismo Funcional e Cátedra UNESCO MECEAL na UFSC. Com dezenas de
trabalhos publicados no Brasil e no exterior, citam-se Introdução à Linguística (Globo,
7ª edição); Introdução à Psicolinguística (Ática, 1990); Romances e Canções Sefarditas
- Sec. XV ao XX (Massao Ohno, 1990); Memórias de Sefarad (Athanor, 1994); De
senectute erotica (Massao Ohno, 1998); Poesia espanhola do século de ouro (Letras
Contemporâneas, 1998); O outro, o mesmo (In J.L. Borges, Obra completa, Globo,
1999); Cruz e Sousa, o poeta do desterro (versão poética para o francês com M.-H.
Torres das legendas do filme de Sylvio Back, Sete Letras, 2000); Princípios do sistema
alfabético do português do Brasil e Guia Prático de alfabetização (Contexto, 2003), O
sol caía no Guaíba (Prym, 2006); com C. R. Caldas-Coulthard (Orgs.), Desvendando
discursos: conceitos básicos (EDUFSC, 2008); Sagração do Alfabeto (São Paulo:
Scortecci, 2009); Psycholinguistics Scientific and technological challenges (Org., Porto
alegre:EDIPUCRS, 2010). Foi indicada como finalista do Prêmio Jabuti 2010, na
categoria Poesia, pela obra Sagração do Alfabeto.
SIMPÓSIO 31 - A (TRANS)FORMAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA
DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: NOVAS
PERSPECTIVAS

Coordenadores:
CAROLINE RODRIGUES CARDOSO - Secretaria de Estado de Educação do Distrito
Federal - carolrodriguescardoso@gmail.com
KLEBER APARECIDO DA SILVA - Universidade de Brasília -
kleberunicamp@yahoo.com.br

Resumo:
Este simpósio tem como objetivo principal discutir a (trans)formação sociolinguística
dos professores da Educação Básica com base em pesquisas etnográficas de/em sala de
aula, realizadas no âmbito da formação inicial e da formação continuada,
especificamente nas áreas de Pedagogia e de Letras. É importante ressaltar que, embora
os estudos da Sociolinguística, tanto em sua vertente variacionista quanto em sua
vertente interacional, tenham contribuído para os avanços das pesquisas relacionadas às
questões educacionais, especialmente no tocante ao ensino da língua portuguesa como
língua materna, uma vertente Educacional da Sociolinguística vem despontando
paralelamente com vistas a buscar respostas para questões educacionais surgidas no
microcontexto da escola a fim de entender sua inserção no macrocontexto
sociolinguístico e cultural e desenvolver metodologias que auxiliem os professores em
um processo de ensino-aprendizagem mais eficiente do ponto de vista das habilidades
cognitivas para uso da língua e da competência comunicativa dos alunos (cf.
BORTONI-RICARDO, 2005; BORTONI-RICARDO & FREITAS, 2009; SILVA,
2010).

Palavras-chave: sociolinguística; educação; (trans)formação de professores; etnografia.

Bibliografia:
BOHNSACK, Ralf; PFAFF, Nicolle; WELLER, Wivian (Orgs.). Qualitative Analysis
and Documentary Method in International Educational Research. Leverkusen Opladen:
Barbara Budrich Publishers, 2010.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora?
Sociolinguística e Educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris et. al. (Orgs.) Leitura e mediação pedagógica. São
Paulo: Parábola, 2012.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris; MACHADO, Veruska Ribeiro; CASTANHEIRA,
Salete Flôres. Formação do professor como agente letrador. São Paulo: Contexto, 2010.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris; FREITAS, Vera Aparecida. Sociolinguística
Educacional. In: HORA, Dermeval da; ALVES, Eliane Ferraz; ESPÍNDOLA, Lucienne
C. (Orgs.). Abralin: 40 anos em cena. João Pessoa: Ed. Universitária, 2009. p. 217-240.
CARDOSO, Caroline R. Letramentos escolares no Ensino Médio. 2012. Tese
(Doutorado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
LABOV, William. Language in the inner city. Philadelphia: University of Pennsylvania
Press, 1972.
MARTINS, Aracy A. Memórias de professores: eventos e práticas de
literacia/letramento. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v. 18, n. 2, 2005, p. 185-
213.
VERHOEVEN, Ludo. Sociolinguistics and Education. In: COULMAS, Florian (Ed.).
The handbook of Sociolinguistics. Massachusetts: Blackwell Publishing, 2007.
SILVA, Kleber Aparecido da. Ensinar e aprender línguas na contemporaneidade: linhas
e ent
relinhas. Campinas: Pontes Editores, 2010.

Minibiografias:
CAROLINE RODRIGUES CARDOSO - é doutora e mestra em Linguística pelo
PPGL/UnB. Atualmente trabalha no Núcleo de Ciência e Tecnologia da Coordenação de
Ensino Médio da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Desenvolve trabalhos nas
áreas de Linguística e Educação, com ênfase em Sociolinguística, Ensino de língua
portuguesa, Letramentos e Educação a Distância. Participou da equipe de tradução do
livro clássico de William Labov, Padrões Sociolinguísticos, e da organização do livro
Leitura e Mediação Pedagógica, ambos pela Parábola Editorial.

KLEBER APARECIDO DA SILVA - é doutor em Estudos Linguísticos pela


Universidade Estadual Paulista (UNESP - São José do Rio Preto). É coordenador do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID – Letras - triênio
2011-2013). É professor adjunto 2 do curso de Letras (Português do Brasil como
Segunda Língua - PBSL) na Universidade de Brasília e da Universidade Aberta do
Brasil/Universidade de Brasília. É professor e orientador do curso de pós-graduação
stricto sensu (Mestrado) em Linguística e em Linguística Aplicada, ambos na
Universidade de Brasília. Tem publicado artigos em diversos periódicos e em livros de
estudiosos da Linguística Aplicada, tanto no Brasil quanto no exterior. Atualmente é
vice-presidente da ALAB (biênio 2012-2013).
SIMPOSIO 32 - ESCRITAS POÉTICAS CONTEMPORÂNEAS DE
LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadores:
ANTÔNIO DONIZETI PIRES - Universidade Estadual Paulista, Campus de
Araraquara – adpires@fclar.unesp.br
SOLANGE FIUZA CARDOSO YOKOZAWA - Universidade Federal de Goiás -
solyokozawa@bol.com.br

Resumo:
Há um certo consenso de que a baliza inicial da hoje chamada poesia contemporânea de
língua portuguesa remonta ao ocaso das vanguardas do século XX e, portanto, ao fim da
tradição da ruptura que assinala toda a modernidade poética, desde os românticos
alemães. Mas a conformidade de opiniões se encerra no marco inicial, uma vez a poesia
contemporânea parece ser assinalada por uma grande heterogeneidade, pela ausência de
linhas de força mestras, e os modos de olhá-la têm se mostrado diferentes e, muitas
vezes, divergentes. Nesse sentido, se há uma tendência crítica que valoriza
indiscriminadamente a lírica contemporânea, há também uma tendência negativa
generalizante, que nela vê um esvaziamento de uma modernidade excepcionalmente
rica. Tanto a valorização euforizante quanto a negativa generalizante obliteram o
exercício da compreensão crítica. A não permanência de determinados valores
consensuais modernos nas produções líricas contemporâneas, se é que se pode falar
verdadeiramente em consenso tendo em vista a pluralidade das poéticas da
modernidade, pode significar que, em lugar da ruína do moderno, o discurso poético
contemporâneo apresenta suas razões de ser particulares, as quais, aprioristicamente,
não são melhores ou piores que as razões da modernidade, mas representam um modo
possível de ser e estar nestes tempos. Em lugar de assumir um gesto de recusa em
relação a esse modo de ser, por não se tratar mais daquele da alta modernidade, ou de
incorrer em uma valorização euforizante, cumpre tentar compreendê-lo em sua
complexidade e tensões. Para esse exercício de compreensão das escritas poéticas
contemporâneas de língua portuguesa pretende contribuir este simpósio por meio da
reunião de trabalhos que examinem tais escritas a partir de diversas abordagens, entre as
quais sugerimos: estudo autoral; estudo comparativo; poesia e tradição; poesia e outras
artes; ensino de poesia; poesia e multimeios; estudo de tema ou motivo; metacrítica.

Palavras-chave: poesia contemporânea; língua portuguesa; crítica (5 máximo).

Minibiografias:
ANTÔNIO DONIZETI PIRES - é doutor (2002) pela UNESP/Araraquara, onde é
professor desde 2004. Sua pesquisa abrange, principalmente, os seguintes temas: poesia
lírica brasileira (séculos XIX e XX); teorias e crítica da poesia lírica; Orfeu e orfismo.
Além de diversos trabalhos publicados, assina a organização dos livros O legado
moderno e a (dis)solução contemporânea (2011), Matéria de poesia: crítica e criação
(2010), Modernidade lírica: construção e legado (2008).
SOLANGE FIUZA YOKOZAWA - é doutora pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (2000) e profesora da Universidade Federal de Goiás desde 2002. Desenvolve
estudos sobre poesia brasileira moderna e contemporânea, os quais se encontram
publicados em livros, periódicos e anais de eventos. É autora do livro A memória lírica
de Mario Quintana (2006) e organizadora, juntamente com Antônio Donizeti Pires, do
livro O legado moderno e a (dis)solução contemporânea (2011).
SIMPÓSIO 33 - O ENSINO DE PORTUGUÊS E AS NOVAS
TECNOLOGIAS

Coordenadoras:
LILIANE SANTOS - Université Charles-de-Gaulle – Lille 3 (França) - UMR 8163
“Savoirs, Textes, Langage”(CNRS) - liliane.santos@univ-lille3.fr
CLAUDIA WANDERLEY - Universidade Estadual de Campinas - Centro de Lógica.
Epistemologia e História da Ciência – CLE - cmwanderley@gmail.com

Resumo:
Mesmo se o professor não as utiliza, as (N)TIC já entraram na sala de aula, tornando
nossa prática pedagógica mais dinâmica e mais complexa. Devemos, portanto,
reconhecer uma modificação radical em nossa relação com o saber: se antes este era
estático, nos livros, hoje se encontra em construção na Internet, em redes interativas de
colaboração. Isso significa que passamos de uma lógica de simples difusão do saber a
uma lógica de construção dos saberes e de navegação nos saberes; passamos de uma
cultura baseada num pensamento linear a uma multiplicação de culturas construídas a
partir de perspectivas associativas: uma arborescência e/ou rizomescência interativa.
É assim que, dando continuidade aos simpósios realizados nas três primeiras edições do
Simelp (2008, 2009 e 2011), os quais ensejaram a criação do grupo de estudos Ensino
de Português e Novas Tecnologias (http://groups.google.com.br/group/epnt), este
simpósio tem por objetivo reunir professores e pesquisadores em torno de questões
relativas ao uso das (N)TICs no ensino/aprendizagem da língua portuguesa – como
língua materna ou como língua não-materna. Estudos longitudinais, qualitativos e
quantitativos, propostas de cursos, análises de grades curriculares e de políticas
públicas, estudos comparativos entre diferentes países dos PALOPs, relatos de
experiência, apresentação de projetos de pesquisa básica ou aplicada são alguns dos
temas e formas que pode tomar essa discussão. Serão muito bem vindas comunicações
que reflitam sobre a relação entre as condições materiais (técnicas e logísticas) e as
condições pedagógicas no trabalho docente.

Palavras-chave: língua portuguesa; ensino-aprendizagem; novas tecnologias, políticas


públicas.

Minibiografias:
LILIANE SANTOS - é graduada em Letras (1986) e em Linguística (1989) pela
Unicamp, universidade onde também obteve o grau de Mestrado em Linguística (1991),
tendo obtido o Diplôme d’Études Approfondies (1992) e o Doutorado (1996) em
Sciences du Langage, pela Université de Nancy 2 (França). Trabalhou na Université de
Nancy 2 (1996-1997) e na Universidade de São Paulo (USP, 1998-2001). Atualmente, é
docente do Departamento de Português da Université de Lille 3 (França).

CLAUDIA WANDERLEY - é licenciada em Letras Português (1992) pela UnB, tem


Mestrado (1999) e Doutorado (2003) em Linguística pela Unicamp, Pós Doutorado em
Linguística Computacional (2004-2006) pela Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle
(França). Atualmente é pesquisadora junto ao Centro de Lógica, Epistemologia e
História da Ciência na Unicamp (Brasil).
SIMPÓSIO 34 – GRAMÁTICA COMUNICATIVA DA LÍNGUA
PORTUGUESA

Coordenadora:
LILIANE SANTOS - Université Charles-de-Gaulle – Lille 3 (França) - UMR 8163
“Savoirs, Textes, Langage” (CNRS) - liliane.santos@univ-lille3.fr

Resumo:
Embora, nas últimas décadas, os livros didáticos de Português para Estrangeiros (PPE)
tenham mostrado um notável esforço na tomada em consideração dos resultados da
pesquisa linguística, o tratamento que dão à gramática ainda deixa muito a desejar, na
medida em que a descrição gramatical tradicional do português língua materna continua
a ser a base do ensino do PPE. É justamente por essa razão que, muitas vezes, esses
manuais ensinam mais a “evitar os desvios da norma mais frequentes do que a construir
enunciados” (SUSO LÓPEZ, 2004, p. 224).
Sabendo que (i) a significação é inseparável do seu contexto de produção e das relações
que os interlocutores entretêm não somente entre si, mas também com a própria língua,
que (ii) o objetivo do professor de língua estrangeira é fazer com que os seus alunos
adquiram uma gramática interiorizada – também chamada competência gramatical
(GALISSON & COSTE, 1976, p. 253) –, a qual, por sua vez, lhes permitirá construir
uma competência comunicativa; e que (iii) “aprender uma língua (…) é aprender a
comunicar” (WILKINS, 1974), propomos, neste simpósio, uma discussão em torno de
dois eixos principais: (i) os elementos a levar em conta na elaboração de uma gramática
do PPE de acordo com os princípios da gramática comunicativa (ADAMSON, 1990;
MATTE BON, 1995a, 1995b) e (ii) a utilização da abordagem comunicativa em aula de
PPE. Assim, projetos de pesquisa aplicada ou básica, em curso ou concluídos, estudos
quantitativos e qualitativos, relatos de experiência, entre outros, são algumas das formas
que poderão tomar os trabalhos apresentados.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem de línguas; português para estrangeiros;


competência comunicativa; gramática comunicativa.

BIBLIOGRAFIA
ADAMSON, R. (1990) “Is there such a thing as communicative grammar?”. Language
Learning Journal, September, pp. 25-27.
ALVES, J. M. (dir.) (2001) Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas:
Aprendizagem, Ensino, Avaliação. Lisboa: Asa. Disponível em http://sitio.dgidc.min-
edu.pt/recursos/Lists/Repositrio
%20Recursos2/Attachments/724/Quadro_Europeu_total.pdf.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. (1997) Parâmetros curriculares
nacionais: língua portuguesa. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto.
______. (2002) Parâmetros curriculares nacionais. Ensino médio. Orientações
educacionais complementares aos PCN. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Brasília: Ministério da Educação e do Desporto.
MALACA CASTELEIRO, J.; MEIRA, A.; PASCOAL, J. (1988) Nível limiar para o
ensino/aprendizagem do português como língua segunda/língua estrangeira. Lisboa:
ICALP/Ministério da Educação.
MATTE BON, F. (1995a) Gramática Comunicativa del español. De la lengua a la idea.
Madri: Edelsa (Tomo I), 2a ed.
MATTE BON, F. (1995b) Gramática Comunicativa del español. De la idea a la lengua.
Madri: Edelsa (Tomo II), 2a ed.
PORTUGAL. (2005) Quadro de referência para o ensino de português no estrangeiro.
Lisboa: DGIDC/Ministério da Educação.
SANTOS, L. (2008) Para uma Gramática Comunicativa da Língua Portuguesa.
Conferência de abertura dos trabalhos do grupo de pesquisa Gramática Comunicativa
do Português. Por videoconferência, Lille (França), 26 nov.
______. (2009) A Gramática Comunicativa no ensino de Português Língua Estrangeira:
Construção da competência gramatical em interação com a competência comunicativa
escrita. Conferência apresentada à área de Língua Portuguesa da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 31 ago.
______. (2010a) Sur la construction de la compétence communicative écrite en Portugais
Langue Étrangère: du travail des étudiants à la pratique de l’enseignant. Actes du
Colloque Acedle 2009, Lille (França): Université de Lille 3. Disponivel em
http://evenements.univ-lille3.fr/colloque-acedle2009/index.php.
______. (2010b) Sobre a construção da competência comunicativa escrita em português
língua estrangeira: do trabalho dos alunos à prática do professor. Conferência
apresentada ao Centro de Línguas da Universidade de São Paulo. 12 jul.
SILVA, R. T. e (2009) A aula de língua não-materna sob uma perspectiva
sociointeracional. In: LIMA-HERNANDES, M. C. DE & CHULATA, K. DE A. (orgs.)
Língua Portuguesa em foco: ensino-aprendizagem, pesquisa e tradução. Lecce (Itália):
Pensa Multimedia, p. 163-171.

Minibiografia:
LILIANE SANTOS - é graduada em Letras (1986) e em Linguística (1989) pela
Unicamp, universidade onde também obteve o grau de Mestrado em Linguística (1991),
tendo obtido o Diplôme d’Études Approfondies (1992) e o Doutorado (1996) em
Sciences du Langage, pela Université de Nancy 2 (França). Trabalhou na Université de
Nancy 2 (1996-1997) e na Universidade de São Paulo (USP, 1998-2001). Atualmente, é
docente do Departamento de Português da Université de Lille 3 (França).
SIMPÓSIO 35 – CONSTRUÇÕES COM VERBO SUPORTE: DAS
COLOCAÇÕES ÀS EXPRESSÕES FIXAS

Coordenador:
OTO ARAÚJO VALE – Universidade Federal de São Carlos - otovale@ufscar.br

Resumo:
As construções com verbo suporte têm sido um tema desafiador que tem ocupado
linguistas de diversas correntes teóricas, assim como para a lexicografia e o
processamento de linguagem natural. A própria noção do que possa ser uma classe
gramatical é colocada em questão com o estudo dessas construções, com tudo o que isso
pode acarretar no estudo da estruturação da frase. Neste simpósio pretende-se abordar
vários aspectos dessas construções, seja de sua constituição argumental, seja de seu
valor semântico-aspectual-discursivo, passando também pelos estudos exaustivos feitos
com essas construções, ou ainda usa descrição para criação de recursos linguístico-
computacionais.

Palavras-chave: verbo-suporte; estrutura argumental; lexicografia; léxico e sintaxe.

Minibiografia:
OTO ARAÚJO VALE - é professor associado do Departamento de Letras da
Universidade Federal de São Carlos, é especialista nos estudos do Léxico, Linguística
de Corpus e Linguística Computacional.
SIMPÓSIO 36 - O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: BASES
EPISTEMOLÓGICAS, OBJETIVOS E CONTEÚDOS

Coordenadoras:
MADALENA TEIXEIRA - Instituto Politécnico de Santarém/Universidade de Lisboa
-madalena.dt@gmail.com
ELISETE MESQUITA - Universidade Federal de Uberlândia - elismcm@gmail.com

Resumo:
De facto, numa época em que se procuram soluções e respostas para as exigências de
uma sociedade cada vez mais competitiva, urge refletir sobre a adequação e a
pertinência de teorias e práticas do português, muitas vezes desarticuladas entre si, e
que, para os mais jovens, parecem afastar-se cada vez mais da realidade que os
circunda, culminando em resultados estudantis pouco abonatórios.
Assim, consideramos objetivos deste simpósio: i) partilhar estudos sobre a língua
portuguesa; ii) contribuir para a articulação das diferentes componentes científicas que
envolvem o estudo de uma língua; iii) contribuir para a consolidação do conhecimento
científico;

Palavras-chave: Ensino; Língua Portuguesa; Conhecimento Científico e Pedagógico.

Bibliografia:
GALVÃO, V.– “Um exemplo de avaliação em língua portuguesa a partir da noção de
gênero discursivo”, V. 7, Número 19- O ensino da língua portuguesa: bases
epistemológicas, objectivos e conteúdos, 2011, Pp.
LIMA-HERNANDES, M. C: “A conexão de orações por correlação – conhecimento
gramatical e inovação funcional”. In Silva et alii (orgs.). Novos Desafios no Ensino do
Português. Santarém: Escola Superior de Educação de Santarém, 2011, Pp 76-81.
MESQUITA, E. & Grácio, H., Teixeira, M. “A produção textual nas aulas de língua
portuguesa: as realidades do Brasil e de Portugal”. In Barbosa, R. et alii (orgs.)
Cognição, Gramaticalização E Cultura: Um Diálogo Sem Fronteiras. São Paulo:
Universidade de São Paulo, 2011, Pp 229-248.
TEIXEIRA, M. & GALVÃO, V. “Projeto Temático Rnsino da Língua Portuguesa no
Brasil e em Portugal: Bases Epistemológicas, Objetivos e Conteúdos”. In Marçalo, M.,
Lima-Hernades, M. C. et alii (eds.) Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar
culturas. Évora: Universidade de Évora, 2010.

Minibiografias:
MADALENA TEIXEIRA - Professora Adjunta do Instituto Politécnico de Santarém e
investigadora na Universidade de Lisboa, no Centro de Estudos Anglísticos, no Grupo
de Investigação Linguística e Discurso. É coordenadora portuguesa do projeto O Ensino
da Língua Portuguesa: bases epistemológicas, objetivos e conteúdos.
ELISETE MESQUITA - Professora Adjunta da Faculdade de Letras da Universidade de
Uberlândia e investigadora no centro de Linguística, da Universidade de Uberlândia. É
coordenadora brasileira do projeto O Ensino da Língua Portuguesa: bases
epistemológicas, objetivos e conteúdos.
SIMPÓSIO 37 - NEOLOGISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadores:
IEDA MARIA ALVES - Universidade de São Paulo - iemalves@usp.br
MARIA TERESA LINO - Universidade Nova de Lisboa - unl.tlino@mail.telepac.pt
MADALENA TEIXEIRA - Instituto Politécnico de Santarém/Universidade de Lisboa -
madalena.dt@gmail.com

Resumo:
O léxico desempenha um papel essencial na comunicação de qualquer indivíduo. Assim
sendo, na época das literacias de comunicação, de informação, digital, é inevitável que
os usos vocabulares espelhem o dinamismo que lhes é inerente e que se vivencia à
entrada do século XXI; ora substituindo, ora rejeitando, uma vezes acrescentando,
outras adaptando e até criando.
Assim, e tendo em conta que a Assembleia Geral das Nações Unidades designou os
anos de 2005-2014 como a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável
(EDS), pelo facto de reconhecer que o desenvolvimento depende de uma educação que
promova nos cidadãos competências linguísticas e culturais, entre outras, são objetivos
deste simpósio: i) analisar, ii) partilhar, iii) discutir quais as opções lexicais dos falantes
e escreventes, seja no discurso oral, seja no discurso escrito, independentemente dos
corpora (literários, científicos, jornalísticos,...) serem vernaculares ou estrangeirismos.

Palavras-chave: léxico; neologia; estrangeirismos; competências linguísticas.

Bibliografia:
ALVES, Ieda (Org.) (2010) Neologia e Neologismos em Diferentes Perspectivas. São
Paulo, Paulistana, CNPq.
LINO, Teresa et alii."Neologia, terminologia, e lexicultura: a língua portuguesa em
situação de contacto de Línguas", Revista de Filologia e Linguística Portuguesa Nº 12
(2), Pp.187-200, 2010.
TEIXEIRA, Madalena. “Os estrangeirismos no léxico português – Uma perspectiva
diacrónica”. Revista de Filologia e Linguística Portuguesa Nº 10-11, Pp.81-100, 2009.

Minibiografias:
IEDA MARIA ALVES - Professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo e pesquisadora IA do CNPq. Tem experiência
na área de Linguística, com ênfase nos estudos do Léxico, atuando principalmente nos
seguintes temas: neologia, neologismo, lexicologia, lexicografia e terminologia.

TERESA LINO - Professora Catedrática do Departamento de Linguística da Faculdade


de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, especialidade:
Lexicologia e Lexicografia e membro do Conselho Científico da Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigadora Responsável do
Grupo de “Lexicologia, Lexicografia e Terminologia” do Centro de Linguística da
Universidade Nova de Lisboa.
MADALENA TEIXEIRA - Professora Adjunta do Instituto Politécnico de Santarém e
investigadora na Universidade de Lisboa, no Centro de Estudos Anglísticos, no Grupo
de Investigação Linguística e Discurso. É membro do Conselho Científico do Centro de
Avaliação de Português Língua Estrangeira, da Universidade de Lisboa.
SIMPÓSIO 38 – VARIEDADES ÉTNICAS DO PORTUGUÊS:
CARACTERÍSTICAS DO PORTUGUÊS COM INFLUÊNCIA DE UMA
PRIMEIRA LÍNGUA (L1) E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO.

Coordenadoras
SILVIA L B BRAGGIO - Universidade Federal de Goiás - silvialbb@terra.com.br
HELOISA A B DE MELLO - Universidade Federal de Goiás -
heloisabrito@brturbo.com.br

Resumo:
Línguas em contato com o português, sendo a L1 usada no processo de aquisição,
simultânea ou sucessivamente, apresentam variedades linguísticas únicas, singulares,
as chamadas variedades étnicas, ainda pouco exploradas no universo das variedades ora
existentes. As características dessas variedades ocorrem nos vários âmbitos da língua
portuguesa e mostram a influência da L1 na prosódia, fonética, fonologia, morfologia,
sintaxe, semântica e pragmática (eventos de fala). O objetivo geral desse simpósio é
trazer à luz essas variedades apontando como elas diferem das atualmente reconhecidas.
As variedades do português indígena (em cada uma de suas etnias), do português arábe,
do português alemão, do português japonês, do português italiano, do português inglês,
do português espanhol são algumas dessas variedades, entre outras, que poderão ser
tratadas dentro das diversas teorias que lhes dão suporte. O objetivo específico é
fornecer subsídios para o ensino de língua portuguesa aos falantes dessas variedades.

Palavras-chave: línguas em contato; bilinguismo; variedades étnicas; ensino de língua


portuguesa.

Bibliografia:
BRAGGIO, S. L. B. 1998. Variedade dialetal do português em contato com uma língua
indígena. Estudios de Lenguas y Culturas Amerindias II-Lenguas, Literaturas, Médios.
València, Espanha: Universitat de València. p.124-145.
------------, S. L. B. 2010. Reflexões sobre os empréstimos do tipo loanblend e direto na
língua xerente akwén. Revista de Estudos da Linguagem. UFMG. v. 18, n.1, p.87-100.
COOK, V. e B. BASSETTI (ed.). 2011. Language and Bilingual Cognition. London:
Psychology Press.
HYMES, D. 1967. On communicative competence. HUXLEY e IGRAM (eds.)
Mechanism of Language Development. London.
MELLO, H. A. B. de. 1999. O falar bilíngüe. Ed. UFG.
MELLO, H.A.B de. .2002. O Português é uma alavanca para que eles possam
desenvolver o Inglês: eventos de ensino-aprendizagem em uma sala de aula de ESL de
uma “escola bilíngüe”. Tese de Doutorado. Unicamp.
NETTLE, D. & SUZANE ROMAINE. 2000. Vanishing Voices. The extinction of the
world’s languages. Oxford: Oxford University Press.

Minibiografias:
SILVIA LUCIA BIGONJAL BRAGGIO - é professora titular de linguística da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Tem mestrado em linguística na
UNICAMP, PhD em Linguística Educacional na UNM, University of New Mexico,
EUA e pós- doutorado na mesma universidade. É pesquisadora 1D do CNPq. Atua na
área de linguística antropológica, sociolinguística e etnossintaxe. Seu projeto de
pesquisa está centrado no povo / língua indígena Xerente Akwén do Tocantins.

HELOISA AUGUSTA BRITO DE MELLO - é professora associada da Faculdade de


Letras da Universidade Federal de Goiás. Tem mestrado em linguística na UFG,
doutorado em Linguística Aplicada na UNICAMP, com doutorado sanduíche na UNM,
University of New Mexico, EUA. Atua na área de linguística aplicada e
sociolinguística, com ênfase em bilinguismo e aquisição de L2 e LE. Seu projeto de
pesquisa abrange, além do inglês, o estudo de outras línguas como árabe e alemão.
SIMPÓSIO 39 - TRADUÇÃO: TRANS-FORMAÇÃO LINGUÍSTICA E
CULTURAL

Coordenadora:
KATIA DE ABREU CHULATA - Università del Salento (Lecce, Itália) -
kdeabre@hotmail.com

Resumo
Inserindo-se no IV SIMELP e na sua concepção básica, este simpósio, cujo título é
“Tradução: trans-formação linguística e cultural”, propõe-se como espaço de abrigo e
debate sobre teoria e prática de tradução. Identifica-se, pois, na concepção do IV
SIMELP, enquanto propõe o diálogo de diferentes disciplinas e a variedade de
discursos. O presente simpósio abre-se a diferentes aplicações e interesses no âmbito da
tradução, reafirmando a intenção de catalizar, e, possivelmente, identificar novos rumos,
novas pesquisas no panorama atual dos estudos sobre tradução em língua portuguesa.
Para tal, esta proposta de simpósio abrange vários temas possíveis: tradução e literatura,
tradução técnica, tradução e didática das línguas, formação de tradutores, teoria da
tradução/tradutologia, identidade do tradutor, prática da tradução da/em língua
portuguesa, tradução e tecnologia, tradução e etnografia, tradução e sociologia,
interpretação consecutiva, interpretação simultânea. Além de outros temas propostos em
trabalhos que visem ao compartilhamento de experiências e pesquisas que envolvam
estudos de tradução intralingual, interlingual e intersemiótica.
Considerando que a língua portuguesa se constitui em espaços culturais em que as
teorias pós-coloniais proporcionaram novos modelos interpretativos da realidade dos
países colonizados, considerando que a admiração pela cultura estrangeira produziu
uma transformação radical da cultura/língua alvo por meio da “canibalização” dessa
cultura/língua, parece-nos que os novos rumos dos estudos de tradução podem ser
traçados no âmbito do IV SIMELP por ser o locus de discussão multifacetada e
multicultural, de diálogo intercultural e interdisciplinar.

Palavras-chave: tradução; transformação linguística e cultural, diálogo multicultural.

Minibiografia:
KATIA DE ABREU CHULATA - é professora de Língua e Tradução Portuguesa e
brasileira na Università del Salento (Lecce-Itália). Foi professora de Língua Italiana no
Istituto Italiano di Cultura di San Paolo e na UNESP (Araraquara, SP) e leitora de
Língua Portuguesa na Università degli Studi di Bari (Itália). É tradutora e, atualmente,
dedica-se a uma pesquisa no âmbito da teoria e da didática da tradução com abordagem
etnográfica. É organizadora, com Maria Célia Lima-Hernandes, do volume Língua
Portuguesa em foco: ensino-aprendizagem,pesquisa e tradução (2010). Organizou em
Lecce (Itália), em maio de 2012, com Gian Luigi De Rosa e Gerhard Hempell o
congresso internacional “La variazione linguistica tra literacy e discorso mediatico”.
Acaba de publicar com a editora Besa (Nardó, Lecce, Itália) a tradução em italiano de
Oração pelo Poema, de Alberto da Cunha Melo.
SIMPÓSIO 40 - DIVERSIDADE DIALETAL, MULTILINGUISMO E CONTATO
DE LÍNGUAS: IMPLICAÇÕES PARA A AQUISIÇÃO DE PORTUGUÊS
(COMO L1, L2, L3) NA PERSPECTIVA DOS ESTUDOS FORMAIS

Coordenadores:
HELOISA MARIA MOREIRA LIMA SALLES – Universidade de Brasília -
heloisasalles@gmail.com
MARINA ROSA ANA AUGUSTO – Universidade Estadual do Rio de Janeiro –
marinaaugusto@uol.com.br

Resumo:
A pesquisa sobre o português brasileiro (PB) tem alcançado resultados significativos, e
seu impacto para os estudos linguísticos vem contribuir para o surgimento e afirmação
das diferentes subáreas que constituem o cenário da pesquisa em Linguística na
atualidade. É assim que vimos florescer, nas últimas décadas, o interesse pelo estudo
das propriedades que caracterizam os diferentes falares e dialetos do português do
Brasil, em quadros teóricos de base formal e funcionalista. Na análise dos fenômenos,
os estudos investigam os fatores que determinam a variação e a mudança linguística,
diante das especificidades que envolvem a formação do português brasileiro,
considerado na perspectiva da diversidade dialetal, por um lado, e na perspectiva do
contraste translinguístico, por outro. No campo dos estudos formais, sobressai-se a
contribuição pioneira de Roberts & Kato (1993), a que se seguiram vários estudos, com
abordagens que integram dados empíricos colhidos em corpora de base histórica, de
situações de fala espontânea e de base experimental, com a aplicação de modelos
formais de análise.
Neste Simpósio, propomos reunir estudos voltados para a investigação do
desenvolvimento linguístico tendo em vista o interesse teórico em relação a problemas
colocados pelo contato de dialetos em situação de estratificação social, pelo processo de
escolarização, e pela situação de acesso tardio ao input linguístico.
O estudo formal de tais questões tem como referência o pressuposto, formulado
originalmente por Noam Chomsky, de que a aquisição de língua é determinada pelo
aparato da gramática universal (GU), um estado mental inato, que, no contato com o
input linguístico, propicia o desenvolvimento de sucessivos estados mentais até que a
gramática madura de uma língua particular seja alcançada (supostamente um estado
mental estável). Dessa abordagem, extraem-se questões relevantes para o entendimento
das propriedades do conhecimento gramatical, bem como para a formulação de
hipóteses em relação às condições que propiciam a variação e a mudança linguística.
Em particular, assume-se que condições diversificadas de acesso ao input linguístico
determinam o surgimento de propriedades inovadoras, as quais se manifestam de forma
sistemática nas línguas quando consideradas em seu desenvolvimento histórico (cf.
Chomsky 1986, 2001; Lightfoot 1991, 1999; Kato 1997; Roberts & Roussou 2003;
Roberts 2007, entre muitos outros). As implicações entre a natureza das propriedades
dos sistemas gramaticais e sua manifestação variável nas diferentes línguas, por um
lado, e o modo de aquisição, por outro, são, portanto, fundadoras na constituição dos
modelos de análise, cabendo à pesquisa linguística testar as hipóteses nos termos
propostos. Como se depreende dos estudos prévios (cf. Pires & Rothman 2009, e
referências ali citadas), existem resultados significativos para o entendimento das
propriedades do português brasileiro e de questões relativas à aquisição de língua em
condições diversificadas (L1, L2, L3), com implicações para a caracterização da
gramática universal, e para as tomadas de decisão relativas ao ensino de língua.

Palavras-chave: bilinguismo; aquisição de língua; mudança linguística; português


brasileiro; ensino de língua

Minibiografias:
MARIA MOREIRA LIMA SALLES - Professora Associada da Universidade de
Brasília. Atua na área de Linguística, com ênfase na área de teoria e análise linguística.
Interesse na investigação da estrutura da gramática das línguas naturais, na perspectiva
teórica gerativista, considerando particularmente o português brasileiro e a aquisição de
português (L2) em situações de contato de línguas e de bi/multilinguismo.

MARINA ROSA ANA AUGUSTO - Professor Adjunto da Universidade do Estado do


Rio de Janeiro. Atua na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística.
Adotando o quadro teórico da gramática gerativa, desenvolve estudos em aquisição de
aspectos sintáticos, considerando contrastivamente a aquisição de língua materna e de
segunda língua, além de investigar a capacidade humana de inferir a respeito dos
estados mentais de outrem, fenômeno designado como teoria da mente.
SIMPÓSIO 41 – PORTUGUÊS COMO LÍNGUA NÃO MATERNA PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES AO REDOR DO GLOBO

Coordenadores:
ROBERVAL TEIXEIRA E SILVA - Universidade de Macau, AILP - robts@umac.mo)
KLEBER APARECIDO DA SILVA - Universidade de Brasília / ALAB -
kleberunicamp@yahoo.com.br)
CLÁUDIA HILSDORF ROCHA - Universidade de Campinas -
claudiahrocha@gmail.com)

Resumo:
A Associação Internacional de Linguística do Português (AILP), sediada em Macau até
2013, dando continuidade a discussões levantadas a partir do III SIMELP, propõe
aprofundar reflexões sobre a “formação de crianças e adolescentes falantes de português
como língua não materna (PLNM) ao redor do globo”, tanto em países em que o
português é língua oficial quanto nos que a tomam como língua estrangeira. Ao
focalizar especificamente esses sujeitos no contexto de diversos continentes, espera-se
que os trabalhos situem o português tanto como uma língua internacional, quanto como
uma língua que convive mais ou menos intensamente com outras no espaço multilingue
dos diferentes países/regiões em que se faz presente. Incentivamos que as apresentações
abordem aspectos identitários, políticos, sociais, culturais a partir da análise de objetos
empíricos como a interação em sala de aula, o material didático voltado a esse público,
o desenvolvimentos de (multi)letramentos em PLNM por meio das produções orais e
escritas dos discentes e documentos que explicitam as políticas linguísticas de diferentes
espaços.

Palavras-chave: português como língua não materna (PLNM); crianças, adolescentes;


AILP; línguística aplicada.

Minibiografias:
ROBERVAL TEIXEIRA E SILVA - é Presidente da AILP na gestão 2011/2013. É
Professor e Pesquisador do Centro de Estudos Luso-Asiáticos do Departamento de
Português da Universidade de Macau. Seus interesses de pesquisa assentam-se na
abordagem sociointeracional do discurso. Tem se dedicado a investigações relativas a
políticas linguísticas, à construção de identidades e ao processo de ensino-aprendizagem
do português como língua não-materna, especialmente no contexto de formação de
professores de crianças e jovens.

KLEBER APARECIDO da SILVA - é Doutor em Estudos Linguísticos pela


Universidade Estadual Paulista (UNESP - São José do Rio Preto). É coordenador do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID - Letras), no triênio
2011-2013. É professor adjunto 2 do curso de Letras (Português do Brasil como
Segunda Língua - BPSL) e da Universidade Aberta do Brasil - UnB. É professor e
orientador do curso de pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado) em Linguística e em
Linguística Aplicada, ambos na Universidade de Brasília. Tem publicado artigos em
diversos periódicos e em livros de estudiosos da Linguística Aplicada tanto no Brasil
quanto no exterior. É atual vice-presidente da ALAB, no biênio 2012-2013.
CLÁUDIA HILSDORF ROCHA - é docente em ensino de línguas na Universidade
Estadual de Campinas e líder do GP (CNPq/Unicamp) Ensino de Língua Estrangeira,
formação cidadã e tecnologia. Suas linhas de pesquisa e atuação profissional abarcam o
ensino de línguas e a formação de professores, sob perspectivas críticas e alinhadas
teoricamente aos conceitos de gêneros discursivos, multiletramentos, plurilinguismo e
transculturalidade.
SIMPÓSIO 42 - GRAMATICALIZAÇÃO E TEXTO: DESCRIÇÃO E
APLICAÇÃO

Coordenadores:
MADALENA TEIXEIRA - Instituto Politécnico de Santarém/Universidade de Lisboa -
madalena.dt@gmail.com
ANDRÉ LUIZ RAUBER - Universidade Federal do Mato Grosso -
andrerauber@hotmail.com

Resumo:
Este simpósio objetiva reunir trabalhos de pesquisadores interessados em analisar
processos de variação e mudança linguística em textos ou sequências textuais
argumentativas. Para isso, partimos de uma concepção que considera a língua em uso e
a gramática como um sistema (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004) sujeito às pressões
do uso e às necessidades comunicativas. O texto, verbal e escrito, é compreendido como
instanciador do sistema linguístico e capaz de oferecer pistas concretas de processos de
variação e mudança em curso na língua. Neste simpósio, tais processos serão vistos a
partir dos pressupostos da gramaticalização, compreendida como a mudança pela qual
itens e construções lexicais assumem em certos contextos linguísticos para desempenhar
funções mais gramaticais, ou, quando já gramaticalizadas, continuam a desenvolver
novas funções gramaticais (HOPPER; TRAUGOTT, 2003). Trata-se de um fenômeno
que não ocorre com palavras isoladas, mas envolve toda a construção à sua volta
(BYBEE, 2010). Espera-se que os trabalhos aqui apresentados evidenciem
especialmente fenômenos de gramaticalização em textos ou sequências textuais escritas
de base argumentativa. Tais considerações poderão ser abordadas a partir de duas
perspectivas, complementares ou isoladas: a perspectiva descritiva e/ou a aplicada.

Palavras-chave: gramaticalização; processamento textual; sequências argumentativas.

Minibiografias:
MADALENA TEIXEIRA - é doutora pela Universidade de Lisboa, professora da
Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém e investigadora do
Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa. Desenvolve pesquisas na área
do léxico, com enfoque nos estrangeirismos, multimodalidade e didática do português.

ANDRÉ LUIZ RAUBER - é professor do Departamento de Letras da UFMT, campus


de Rondonópolis, Brasil. Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa pela USP,
membro do grupo de pesquisa Mudança Gramatical do Português – Gramaticalização.
Desenvolve pesquisa na área de linguística funcional, gramaticalização e ensino.
SIMPÓSIO 43 - DEMONSTRAÇÃO DA IDENTIDADE IDIOMÁTICA DO
POVO GOIANO

Coordenadores:
SEBASTIÃO ELIAS MILANI – Universidade Federal de Goiás - sebas@letras.ufg.br
DANIEL MARRA DA SILVA – Instituto Federal do Tocantins
-delmarra2004@hotmail.com

Resumo:
A conceituação de norma, inicialmente estabelecida por Eugeniu Coseriu, estende-se
por uma vasta discussão diatópica, diastrática, diafásica etc. Cada grupo: família, local
de trabalho, cidade, estado, classe social, grupo intelectual ou profissional, apresenta
uma norma linguística especificamente sua. A configuração nacional desse fator é a
existência de diferentes normas num mesmo espaço territorial. No Brasil, tal como
exemplo, têm-se falares (variantes normativas) diferenciados em cada Unidade
Federativa. Assim como, em cada Unidade Federativa, podem ser encontradas muitas
variantes normativas regionais e locais. O tempo se configura no melhor elemento de
institucionalização normativa. O isolamento de um povo causa arcaizamento da língua
falada. Dessa forma é que o português do Brasil é arcaico em relação ao de Portugal; o
do Nordeste Brasileiro é arcaico e conservador em relação ao do Sudeste; a região do
Goiás permaneceu, por muito tempo, praticamente isolada do resto do país; isso num
período ainda recente. Para não mais confundir o falar goiano como parte da variante
caipira, para não mais afirmar que o goianos fazem isso ou aquilo em suas falas como
os mineiros o fazem, ou como os paulistas o fazem, ou como os baianos o fazem.
Concebe-se: do modo como toda língua é, pura em si mesma, como unidade de
misturas, também é o falar goiano, com sua identidade idiomática pura, recortada da
fala de tantos homens e mulheres que chegaram em Goiás, vindos de outras falas e de
outras línguas. Esse simpósio tem por objetivo apresentações que reforcem o caráter da
individualidade grupal idiomática, seja baseada em elementos diatópicos, diastráticos ou
diafásicos.

Palavras-chave: falares, variações, línguas, individualidade.

Bibliografia:
AMARAL, A. O dialeto caipira: gramática, vocabulário. 4 ed. São Paulo: HUCITEC;
Brasília: INL, 1981.
BRANDÃO, S. F. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.
CINTRA, L. F. L. Estudos de Dialectologia portuguesa. Lisboa: Sá de Costa, 1983.
FERREIRA C. S; CARDOSO, S. M. A dialetologia no Brasil. São Paulo: Contexto,
1994.
NASCENTES, A. O linguajar carioca. 2.ª ed. completamente refundida. Rio de Janeiro:
Organização Simões, 1953.
SILVA NETO, S. da. Guia para estudos dialetológicos. 2.ª ed. melhorada e ampliada.
Belém: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 1957.
Minibiografias:
SEBASTIÃO ELIAS MILANI - possui graduação em Letras - Português e Francês pela
Universidade Estadual Paulista - Campus de Assis (1989), mestrado em Lingüística pela
Universidade de São Paulo (1994), e doutorado em Semiótica e Lingüística geral, pela
Universidade de São Paulo (2000). Coordenador do LABOLINGGO, Laboratório de
estudos língua falada em Goiás. Coordenador do Projeto ALINGO – Atlas Linguístico
de Goiás.

DANIEL MARRA DA SILVA - é Licenciado em Letras: Português e Inglês pela


Universidade Federal do Tocantins - UFT (2007), Mestre e Doutor em Letras e
Linguística pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2009 e 2012). É, atualmente,
Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Tocantins, Campus - Palmas, e Coordenador da Área de
Linguagens e Artes desse Campus. É membro do LABOLINGGO.
SIMPÓSIO 44 - LINGUÍSTICA HISTÓRICA E ONOMÁSTICA

Coordenadoras:
MARIA SUELÍ DE AGUIAR - Universidade Federal de Goiás -
aguiarmarias@gmail.com
MARIA CÉLIA DIAS DE CASTRO - Universidade Estadual do Maranhão -
celialeitecastro@hotmail.com

Resumo
O simpósio Linguística Histórica e Onomástica reúne estudos da língua (portuguesa)
numa perspectiva diacrônica, com ênfase nos tipos de mudanças de sons, na mudança
gramatical, semântica e lexical, contextualizando a teoria linguística, sua terminologia e
e a análise de dados. O escopo teórico fornece a base para a compreensão da natureza
dessas mudanças, e a terminologia, com a aplicação de termos necessários para a
explicação científica, possibilita perceber os progressos desses estudos. Nessa
perspectiva histórica, os trabalhos versam ainda sobre a função e a significação dos
nomes próprios, mais precisamente dos topônimos e dos antropônimos, seus aspectos
geográficos e culturais. Os nomes próprios (topônimos e antropônimos, entre outros)
são de importância histórica fundamental para os estudos linguístico-históricos, das
relações de grupos humanos, das intervenções políticas e da lei. O ato cultural de
nomear estabelece uma relação social entre o espaço natural e o utente da língua. No
contexto brasileiro, a relação nome (topônimos, antropônimos eoutros) e sua vinculação
de identidade com o espaço, com os grupos humanos e processos migratórios são
atividades de pesquisa que contribuem para os estudos inovadores dos nomes de
lugares, de pessoas e das diversas coisas. Tais considerações também são aplicáveis a
trabalhos voltados para as línguas de sinais.

Palavras-chave: língua portuguesa; diacronia; onomástica.

Bibliografia:
AGUIAR, Maria S. Names of Pano groups and the endings –bo, nawa and huaca. In:
Universos. Lenguas Indígenas y Universos Culturales. N.5, Valência, 2008.
ANTTILA, R. Historical and comparative linguistic. Amsterdam: John Benjamins B.
V., 1989.
CAMPBELL, L. Historical linguistics: an introduction. Cambridge: The MIT Press,
2004.
CASTRO, M.C.D. Maranhão: sua toponímia, sua história. Tese de doutorado.
Faculdade de Letras/UFG. Goiânia, 2012.
CROWLEY, T. An introduction to historical linguistics. 3. ed. New York: Oxford
University Press, 2003.
DICK, M. V. do A. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo:
Arquivo do Estado, 1990.

Minibiografias:
MARIA SUELÍ DE AGUIAR - graduação, mestrado e doutorado em linguística pela
UNICAMP, professora na UFG desde 1994. Estudos desenvolvidos com línguas
indígenas e português diacrônico. Área de atuação é linguística antropológica,
linguística histórica e onomástica. Especialização profissional com línguas Páno e
português regional. Região que pesquisa é estado do Acre, Amazonas, Goiás e
Tocantins.

MARIA CÉLIA DIAS DE CASTRO - Mestrado e doutorado em Letras e Linguística


pela UFG. Professora de Língua Portuguesa na UEMA – CESBA, desde 2003.
Investigação nas seguintes áreas: língua, cultura e história, mais precisamente
Linguística Histórica e Onomástica, com ênfase em toponímia maranhense.
SIMPÓSIO 45 - DISCUTINDO O PARADOXO DO GÊNERO

Coordenadoras:
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE - Universidade Federal do Espírito Santo /
Unievrsidade de Brasília - mscherre@terra.com.br
LILIAN COUTINHO YACOVENCO - Universidade Federal do Esírito Santo
-lilianyacovenco@yahoo.com.br

Resumo:
O objetivo deste simpósio é dicutir o Paradoxo do Gênero em fenômenos de variação e
mudança linguística, repensado por Labov em termos do Paradoxo da Conformidade
(The Conformity Paradox), que culmina com a proposição do Princípio da não-
conformidade (Nonconformity Principle) para dar conta da liderança de diversas
mudanças abaixo da consciência (change from below) pelas mulheres, não em função do
gênero, mas em função de seu comportamento não conformista (nonconformity
behavior) (Labov, 1990; 2011: 366-367; 516). As reflexões se encaminham no sentido
de avaliar a propossta de Scherre e Yacovenco (2012) de que há, sim, um papel
específico do sexo/gênero nos fenômenos linguísticos variáveis, e de que este papel
pode ser mais amplamente entendido em função da noção de marcação: marcação
linguística, quanto ao critério de distribuição de frequência; marcação sociocultural, na
perspectiva do poder e do controle, nos termos de Givón (1995); e marcação
interacional, no sentido de dependência da relação entre os pares. Para tanto, pretende-
se congregar pesquisas que analisam o efeito da variável sexo/gênero em pesquisas
sobre a língua portuguesa, com ênfase nas pesquisas sobre português brasileiro, com
diversas bases de dados em diversas áreas geográficas.

Palavras-chave: paradoxo do gênero; variação linguística; marcação linguística;


mudança from below.

Minibiografias:
MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE - Doutora em Linguística, professora voluntária
da Universidade Federal do Espírito Santo, professora colaboradora sênior da
Universidade de Brasília e Pesquisadora I-B do CNPq.

LILIAN COUTINHO YACOVENCO - Doutora em Linguística, professora efetiva da


Universidade Federal do Espírito Santo.
SIMPÓSIO 46 - A ABORDAGEM CONSTRUCIONAL NA PESQUISA
FUNCIONALISTA – TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS

Coordenadores:
MARIÂNGELA RIOS DE OLIVEIRA - Universidade Federal Fluminenese
-mariangela.rios@terra.com.br
IVO DA COSTA DO ROSÁRIO - Universidade Federal Fluminense -
rosario.ivo2@gmail.com

Resumo:
Uma das mais recentes e promissoras tendências da pesquisa funcionalista atual, em sua
vertente norte-americana (Bybee, 2010; Traugott e Dasher, 2005), reside na inteface
com estudos cognitivistas sobre construção, na linha de Golberg (1995, 2006), Croft
(2001) e Croft e Cruse (2004). Essa vertente de pesquisa, nomeada de “gramaticalização
de construções” (Noël, 2007), tem se mostrado produtiva nos estudos sobre mudança
gramatical, em perspectiva histórica, e na detecção de clines de gramaticalidade, em
perspectiva sincrônica. Um dos propósitos do simpósio é a discussão, em termos
teórico-metodológicos, de como os estudos sobre construção, oriundos do
Cognitivismo, podem ser tomados para dar conta dos processos de gramaticalização, no
âmbito do Funcionalismo, tal como tem demonstrado Traugott (2008; 2012). Este
simpósio, assim posto, visa reunir, apresentar e discutir pesquisas em desenvolvimento
voltadas para a referida interface, com a criação de espaço acadêmico que proporcione
condições adequadas à troca e ao intercâmbio entre funcionalistas envolvidos com a
abordagem construcional.

Palavras-chave: gramaticalização; construção; funcionalismo; morfossintaxe;


português.

Bibliografia:
BYBEE, Joan. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University
Press, 2010.
CROFT, W; CRUSE, D. A. Cognitive Linguistics. Cambridge: Cambridge University
Press, 2004.
GOLDBERG, Adelle. Constructions at work: the nature of generalization in language.
Oxford: Oxford University Press, 2006.
GOLDBERG, Adelle.Constructions: a construction approache to argument structure.
Chicago: The University of Chicago Press, 1995.
NOËL, Dirk. Diachronic construction grammar and grammaticalization theory.
Functions of Language, 14:2, 2007, p. 177-202.
TRAUGOTT, Elizabeth-Closs. Toward a Coherent Account of Grammatical
Constructionalization. In: SMIRNOVA, Elena; BARODAL, Jóhanna; SOMMERER,
Lotte (eds). Historical construction grammar, 2012

Minibiografias:
MARIANGELA RIOS DE OLIVEIRA - é professora associada III da Universidade
Federal Fluminense, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Estudos de
Linguagem e edita a Revista Gragoatá. É coordenadora do Grupo de Estudos Discurso
& Gramática e do GT Descrição do português, da ANPOLL. É pesquisadora do CNPq
e da Faperj. Tem organizado coletâneas, publicado artigos e capítulos de livro em torno
de estudos sobre a morfossintaxe do português sob a perspectiva funcionalista.

IVO DA COSTA DO ROSÁRIO - é mestre e doutor em Letras pela Universidade


Federal Fluminense e é professor adjunto na mesma universidade. Tem experiência em
docência no ensino fundamental, médio e superior. Já atuou como professor substituto
no Departamento de Letras da UERJ e no Departamento de Letras Clássicas e
Vernáculas da UFF. Atualmente participa do grupo D & G (Discurso e Gramática), que
tem por finalidade promover discussões e produzir trabalhos na área de Linguística
Funcional.
SIMPÓSIO 47 - LINGUÍSTICA BASEADA NO USO E ENSINO DE
PORTUGUÊS

Coordenadores:
MARIA ANGÉLICA FURTADO DA CUNHA – Universidade Federal do Rio Grande
do Norte - angefurtado@gmail.com
EDVALDO BALDUINO BISPO – Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
edbbispo@gmail.com

Resumo:
A investigação de fenômenos linguísticos baseada na língua em uso tem revelado
motivações semântico-discursivas e cognitivas neles implicadas (BYBEE, 2010).
Pesquisadores assim orientados reconhecem que fatores de natureza interacional e
cognitiva desempenham papel relevante na configuração estrutural de que se revestem
variadas construções linguísticas. Isso equivale a dizer que há, de algum modo, uma
motivação entre forma e função, de sorte que a codificação linguística de determinadas
estruturas tem a ver com as funções que elas desempenham na interação discursiva e se
relaciona diretamente aos propósitos que se quer alcançar (GIVÓN, 2001; FURTADO
DA CUNHA et al, 2003). É nesse sentido que se justifica a relevância do estudo da
língua em uso, conforme defendem linguistas de várias tendências teóricas. Pesquisas
desenvolvidas sob essa orientação têm grande contribuição a dar em prol da melhoria da
qualidade do ensino de língua portuguesa ministrado na educação básica, uma vez que
esse ensino é frequentemente alvo de discussão, debates e críticas, sobretudo no que diz
respeito ao tratamento da análise linguística ou, mais especificamente, das chamadas
aulas de gramática. Isso porque a tradição escolar, por muito tempo, limitou o ensino de
língua ao ensino de gramática da língua (BECHARA, 1993). Baseado em compêndios
gramaticais mais conservadores, esse ensino, de caráter prescritivo, privilegiava uma
variedade de uso da língua – a norma padrão –, que poucos usuários dominam e que um
número bem menor ainda emprega efetivamente, mesmo em situações formais. Além
disso, o trabalho em sala de aula parece não lograr muito êxito, visto que exames
oficiais de verificação do desempenho de estudantes da educação básica, como o Enem,
têm mostrado um resultado insatisfatório quanto à leitura e à escrita, incluindo-se aí o
domínio da norma padrão (BISPO, 2010). Nesse sentido, o simpósio aqui proposto
volta-se à análise linguística numa perspectiva centrada no uso, com vistas a um
trabalho mais produtivo nas aulas de língua materna. Essa proposta possibilita reunir
pesquisas que se apoiam em dados extraídos de situações reais de interação
comunicativa, correlacionando-as ao ensino de língua portuguesa.

Palavras-chave: ensino de língua portuguesa; análise linguística; pesquisa baseada no


uso.

Bibliografia:
BECHARA, E. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? 7. ed. São Paulo: Ática,
1993.
BISPO, E. B. Análise linguística numa perspectiva funcional: algumas possibilidades.
In: ENCONTRO DO CÍRCULO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DO SUL, 9, 2010,
Palhoça, SC. RAUEN, Fábio José (Org.). Anais... Palhoça, Ed. da Unisul, 2010. p. 1-14.
BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press,
2010.
FURTADO DA CUNHA, M. A. et al. Linguística funcional: teoria e prática. Rio de
Janeiro: DP&A, 2003.
GIVÓN, T. Syntax. v. I e II, Amsterdam: John Benjamins, 2001.

Minibiografias:
MARIA ANGÉLICA FURTADO DA CUNHA - Professora Titular de Linguística da
UFRN. Bolsista PQ do CNPq. Publicação e organização de livros e artigos em
periódicos sobre Linguística Funcional, Ensino de Língua, Estrutura Argumental,
Transitividade. Orientação de teses e dissertações. Coordenação do Grupo de Estudos
Discurso & Gramática da UFRN. Projeto de pesquisa (CNPQ): Construções de estrutura
argumental: revisitando e aprofundando a gramática da oração.

EDVALDO BALDUINO BISPO - Professor Adjunto da UFRN. Organização de livro e


publicação de artigos em periódicos sobre Orações Relativas, Linguística Funcional,
Ensino de Português. Projeto de Pesquisa (PHPB): Estratégias de relativização em
perspectiva histórica – uma abordagem funcional.
SIMPÓSIO 48 - FERRAMENTAS DIGITAIS E RECURSOS DIDÁTICOS
COMPLEMENTARES PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA
ESTRANGEIRA

Coordenadoras:
ORLENE LÚCIA DE SABOIA CARVALHO - Universidade de Brasília -
orlene@unb.br
DANIELE MARCELLE GRANNIER - Universidade de Brasília -
danielemarcellegrannier@gmail.com

Resumo:
Neste simpósio, pretende-se apresentar reflexões e/ou propostas relacionadas às
ferramentas digitais e aos variados recursos complementares que se podem utilizar no
ensino de português como língua estrangeira. O mercado editorial voltado para este
contexto de ensino tem crescido bastante nos últimos anos, com livros didáticos (LDs)
mais atuais, tanto no que diz respeito às abordagens quanto à realidade brasileira. No
entanto, apesar de os livros didáticos exercerem relevante papel, seja como um elemento
centralizador ou provocador, como bem sabem aqueles que atuam como professores, as
atividades de ensino requerem materiais complementares de natureza diversa.
Gramáticas pedagógicas, por exemplo, se fazem bastante necessárias, uma vez que o
tratamento de certos aspectos gramaticais em LDs deixa muito a desejar e, mesmo que
seja satisfatório, ainda assim será insuficiente para um aprofundamento da gramática da
língua a ser aprendida. Dicionários de aprendizagem também poderiam auxiliar o aluno
em seu processo de compreensão ou produção de textos, assim como na realização de
exercícios. Em suporte digital – em CD ou como página na internet –, há uma gama de
possibilidades que podem ser disponibizadas, como exercícios, atividades, glossários,
textos etc., seja para uso em sala de aula, seja como material que exige um aprendizado
mais autônomo.
Assim, as discussões a serem realizadas neste simpósio certamente contribuirão para o
aprimoramento do trabalho do aluno e do professor e para a divulgação da língua
portuguesa.

Palavras-chave: PLE; ensino; material complementar

Bibliografia:
BROWN, Douglas. Principles of Language Learning and Teaching. 3.ed. New Jersey:
Prentice Hall Reegents, 1994.
DOUGHTY, Catharine e WILLIAMS, Jessica. Focus on Form in Second Language
Acquisition. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
GASS, Susan e SELINKER, Larry. Second Language Acquisition: An Introductory
Course. 3.ed. New York: Routledge, 2008.
NATION, I. S. Paul. Learning vocabulary in another language. 6.ed. Cambridge:
Cambridge University Press, 2006.
NEVES, Maria H. de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: editora
Unesp, 2000.
ODLIN, Terence (ed.) Perspectives on pedagogical grammar. Cambridge: Cambridge
University Press. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.
Minibiografias:
ORLENE LÚCIA DE SABOIA CARVALHO - Professora efetiva do Departamento de
Linguística, Português e Línguas Clássicas, da Universidade de Brasília, fez Doutorado
em Lexicologia e Lexicografia na Universidade Livre de Berlim, e Pós-doutorado na
área de Lexicologia e Terminologia Bilíngue, na Universidade de Leipzig. Áreas de
pesquisa e de publicações: lexicologia e lexicografia, e ensino de português como língua
materna e como segunda língua.

DANIELE MARCELLE GRANNIER - é professora de Linguística e de Língua


Portuguesa na Universidade de Brasília, onde participa da formação de professores de
português como segunda língua. Fez o doutorado na Universidade Federal de Alagoas e
o pós-doutorado na Universidade Federal de Pernambuco. Atuou como professora de
português para estrangeiros por dezesseis anos na Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e é autora de livros didáticos para o ensino de português como segunda
língua.
SIMPÓSIO - 49 LÍNGUA, HISTÓRIA E MOVIMENTOS NO DISCURSO

Coordenadores:
KÁTIA MENEZES DE SOUSA – Universidade Federal de Goiás - km-
sousa@uol.com.br
CLEUDEMAR ALVES FERNANDES – Universidade Federal de Uberlândia -
cleudemar@uol.com.br
ROBERTO LEISER BARONAS – Universidade Federal de São Carlos –
baronas@ufscar.br

Resumo:
Com base nas formulações de Michel Foucault e de Michel Pêcheux acerca das
possibilidades do dizer, pretende-se, neste simpósio, reunir trabalhos que discutam a
relação entre língua e história, considerando as contradições produzidas nas práticas
discursivas contemporâneas, dado o controle sobre a língua que, como contraefeito,
provoca uma intensificação dos discursos, redefinindo as regras das formações
discursivas. A análise dessa relação deverá ser conduzida pela discussão de Michel
Foucault em: As palavras e as coisas para a reflexão sobre as configurações do saber
responsáveis pelo arquivo que fornece as condições do que é dito e da construção dos
objetos de conhecimento; História da sexualidade para estender seus pressupostos a
outros temas da atualidade, com a discussão a respeito das contradições instauradas pela
política da língua e da palavra que produz, no nível discursivo, um fenômeno inverso ao
mutismo esperado pela censura; A arqueologia do saber para subsidiar a análise das
regras de formação dos discursos que impõem à língua certos movimentos e certas
condições de existência, com base na discussão sobre enunciado e formação discursiva.
Michel Pêcheux deverá compor a discussão por meio de suas ideias acerca da relação
entre língua e história em A língua inatingível e da heterogeneidade e dispersão dos
lugares enunciativos do sujeito, demonstradas em Discurso: estrutura ou
acontecimento. A proposta deste simpósio se centra, inicialmente, na hipótese de que o
controle dos enunciados delimita o lugar e o momento em que certos ditos podem ser
efetivados, redistribuindo os enunciadores, redefinindo conceitos e teorias, movendo os
sistemas de dispersão das formações discursivas.

Palavras-chave: língua; história; discurso; contradições.

Bibliografia:
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária,1995.
_____________. As Palavras e as coisas: Uma arqueologia das ciências humanas. São
Paulo: Martins Fontes, 1990.
______________. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro, Ed.
Graal, 2001.
GADET, F.; PÊCHEUX, M. A língua inatingível. Campinas: Pontes, 2004.
PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas, SP: Pontes Editores,
2006.

Minibiografias
KÁTIA MENEZES DE SOUSA - Professora Associada da Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Goiás; atua nos cursos de Graduação em Letras e no curso de
Pós-Graduação em Letras e Linguística. Doutora em Língua Portuguesa e Linguística
pela UNESP/Araraquara; Líder do Grupo Trama: Círculo Goiano de Análise do
Discurso.

CLEUDEMAR ALVES FERNANDES - Professor Associado do Instituto de Letras e


Linguística da Universidade Federal de Uberlândia; atua nos cursos de Graduação em
Letras e em Tradução e na Pós-Graduação em Estudos Linguísticos. Doutor em
linguística (Análise do Discurso) pela USP; Líder do Laboratório de Estudos
Discursivos Foucaultianos – LEDIF/UFU/CNPq. Realizou Pós-Doutoramento (2011),
junto à UNESP-CAr, como Pesquisador Sênior pelo CNPq, sobre o tema “Discurso e
sujeito em Michel Foucault”.

ROBERTO LEISER BARONAS - Cursou o ensino médio magistério trabalhando como


mecânico de máquinas agrícolas em Nova Xavantina - MT. Possui graduação em Letras
pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Campus Universitário do
Araguaia em Pontal do Araguaia - MT (1994), e doutorado em Lingüística e Língua
Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Campus de
Araraquara (2003), sob a orientação de Edna Fernandes dos Santos Nascimento. Com
apoio de bolsa PDEE/Capes fez doutorado sanduíche na Université de Paris XII -
Creteil - França, no Centro de Estudos do Discurso, da Imagem, do Texto e da
Comunicação Política - CÉDITEC - sob a orientação de Simone Bonnafous
(2003).Trabalhou como professor de Língua Portuguesa na rede estadual de ensino
fundamental e médio de Mato Grosso, onze anos e meio na Universidade do Estado de
Mato Grosso - UNEMAT - Campus de Alto Araguaia, atualmente é professor Adjunto
IV no Departamento de Letras e orientador de iniciação científica, de dissertação de
mestrado e de tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Lingüística da
Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR e no Mestrado em Estudos de
Linguagem - MeEL - da Universidade Federal de Mato Grosso e realiza estágio de Pós-
Doutorado com bolsa PDS do CNPq, junto ao Grupo de Pesquisa/CNPq Linguagem,
Identidade e Memória, no Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística
Aplicada e Estudos da Linguagem/LAEL/Faculdade de Filosofia Comunicação Letras e
Artes/ Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP, sob a supervisão de Beth
Brait. Traduziu diversos artigos e livros de Dominique Maingueneau, Jacques
Guilhaumou, Oswald Ducrot, Jean-Jacques Courtine, Sophie Moirand, Alice Krieg-
Planque e Simon Bouquet. É organizador e autor de diversos livros e artigos no domínio
da Análise do Discurso de orientação francesa. Foi um dos elaboradores do Plano
Estadual de Ciência e Tecnologia para o Estado de Mato Grosso - 2004/2007 e também
do projeto de criação do Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de
Mato Grosso - CEPROTEC-MT. É um dos editores responsáveis pela Revista de
Popularização em Ciências da Linguagem - Linguasagem da UFSCar. É um dos
coordenadores do Laboratório de Estudos Epistemológicos e de Discursividades
Multimodais - LEEDiM - UFSCar/CNPq e do Instituto Mattoso Câmara de Estudos
Interdisciplinares de Linguagem - UFSCar/CNPq. Participa como pesquisador do
Centro de Estudos FEsTA - Fórmulas e estereótipos: teoria e análise, no âmbito do IEL -
Unicamp. Tem experiência na área de Lingüística e Formação de Professores com
ênfase nos domínios da Análise do Discurso e da Filosofia da Lingüística, atuando
principalmente nos seguintes temas: análise do discurso, discurso político, derrisão,
interpretação, leitura e epistemologia da linguística.
SIMPÓSIO 50 - TRATAMENTO DE ORAÇÕES COMPLEXAS NO
PORTUGUÊS

Coordenadoras:
MARIA LUIZA BRAGA - Universidade Federal do Rio de Janeiro -
malubraga@terra.com.br
MARIA DA CONCEIÇÃO PAIVA - Universidade Federal do Rio de Janeiro -
paiva@club-internet.fr
EDSON ROSA FRANCISCO de SOUZA – Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul - edsrosa@gmail.com

Resumo:
No Brasil, os linguistas de orientação funcionalista vêm, nas últimas décadas,
privilegiando a análise das orações complexas de diversos tipos (Decat 1993, Dias 2001,
Gonçalves 2001, Neves 2000, Paiva 1991, Braga 2008, a título de exemplo).
Usualmente rejeitam a dicotomia adotada pela abordagem tradicional dos estudos sobre
a linguagem, de acordo com a qual as orações constitutivas de uma oração complexa se
vinculam ou por coordenação ou por subordinação, e endossam um enfoque segundo o
qual as orações complexas podem ser distribuídas ao longo de um continuum conforme
o maior ou menor grau de vinculação de seus segmentos constitutivos.
Os mencionados estudiosos tomam como ponto de partida a proposta de Halliday
(1985), retomada em Matthiessen e Thompson (1988) e Hopper e Traugot (1993, 2003),
para quem as orações podem se combinar por parataxe, hipotaxe e encaixamento,
processos estes identificáveis pelos traços dependência e encaixamento. A parataxe se
caracteriza pelos traços [-dependência] [-encaixamento], a hipotaxe, pelos traços
[+dependência] e [-encaixamento] e a subordinação, pelos traços [+dependência]
[+encaixamento]. Algumas investigações se valem, com frequência, do modelo
desenvolvido por Lehmann (1988) que propõe uma gradiência mais fina no que se
refere à “degradação hierárquica das orações” postas em combinação: orações
independentes, orações adjungidas, díades correlativas, orações mediais, e orações
governadas.
Os trabalhos usualmente defendem a hipótese de desvinculação entre processo sintático
de articulação e tipo de relação semântica que emerge no período complexo,
sustentando que uma relação semântica particular pode ser sinalizada por processos
sintáticos diferenciados. Priorizam a investigação de dados empíricos reais, rejeitando
os exemplos artificiais criados para ilustrar uma hipótese específica. Inicialmente mais
voltados para a dimensão sincrônica, se ampliaram para uma dimensão diacrônica,
buscando-se explicações para a forma de desenvolvimento dos processos de articulação
de orações. Variáveis linguísticas e sociais diversas têm sido contempladas com vistas a
dar conta tanto de aspectos morfossintáticos, semânticos e discursivo-pragmáticos
quanto do efeito que as características dos falantes possam ter sobre a estrutura
linguística.
Este simpósio, intitulado “Tratamento das orações complexas no Português”, visa a
discutir estudos sobre combinação de orações sob a perspectiva brevemente esboçada
acima e aceitará trabalhos que examinem as orações complexas em qualquer variedade
do português – brasileiro, europeu, africano, asiático e insular. Serão aceitos trabalhados
que incidam sobre qualquer dos processos de vinculação das orações complexas –
parataxe, hipotaxe e subordinação.
Palavras-chave: Processos de combinação de orações; orações complexas; relações
semânticas; sincronia e diacronia; propriedades linguísticas.

Bibliografia:
BRAGA, M. L; NEVES, Maria Helena M.; HATTNHER, Dal Áglio, Marize. As
construções hipotáticas. In: ILARI, R. e NEVES, M. H. M. (orgs) Gramática do
Português Falado no Brasil: Classes de Palavras e Processos de Construção, vol 2.
Campinas: Editora da UNICAMP, 2008
DIAS, Nilza Barroso. A articulação de cláusulas de finalidade: uma análise
funcionalista. SCRIPTA 5, número 9, 2001.
HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. London: Edward Arnold,
1985.
GONÇALVES, Sebastião Carlos Leite. Orações subjetivas e teorias dos protótipos.
SCRIPTA 5, número 9, 2001.
HOPPER, Paul; TRAUGOTT, E. Gramaticalization. Cambridge: Cambridge University
Press, 2003, 2nd edition.
LEHMANN, Christian. Towards a Typology of Clause Linkage. In: THOMPSON, S;
HAIMAN, J. (orgs). Clause Combining in Grammar and Discourse. Philadelphia: John
Benjamins, 1988.
MATTHIESSEN, C.; THOMPSON, S. The structure of discourse and ‘subordination’.
In HAIMAN, J.; THOMPSON, S. (eds.) Clause combining in grammar and discourse.
Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1988.
PAIVA, M. C. Ordenação de cláusulas causais: forma e função. Rio de Janeiro. UFRJ
(Tese de Doutorado em Linguística) 1991.

Minibiografias:
MARIA LUIZA BRAGA - é mestre em Língua Portuguesa pela PUC-RJ e doutora em
Linguística pela Universidade da Pensilvânia-USA. Fez pós-doutorado na Universidade
da Califórnia em Santa Bárbara e, posteriormente, na Universidade de Amsterdam e,
também, no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. É professora no
Departamento de Linguística e Filologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em
sua dissertação e tese priorizou a abordagem variacionista. Interessa-se pelos fenômenos
e processos de gramaticalização em sua interface com a Gramática das Construções.

MARIA DA CONCEIÇÃO DE PAIVA - é professora do Programa de Pós-graduação


em Lingüística da Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro e
pesquisadora do CNPq. Integra a equipe científica do PEUL (Programa de Estudos
sobre o Uso da língua desde 1980. Tem experiência na área de Sociolingüística e
Dialetologia e de análise lingüística de orientação funcionalista. Atua principalmente na
área de variação e mudança lingüísticas, abordando temas como mudança fonológica,
gramaticalização, ordenação de constituintes, principalmente de orações causais e de
circunstanciais locativos e temporais. No momento, dedica-se à análise das mudanças
no quadro de conectores causais do português, através de uma análise diacrônica.

EDSON ROSA FRANCISCO DE SOUZA - Possui em Licenciatura em Letras pela


Universidade Estadual Paulista - IBILCE/UNESP (em 2001) e Mestrado em Estudos
Lingüísticos pela mesma universidade em 2004, sob a orientação da Profa Dra Marize
Mattos Dall'Aglio Hattnher. Obteve o título de Doutor em Linguística (Linguística
Textual) pelo Instituto de Estudos da Linguagem, IEL/UNICAMP, em 2009, sob a
orientação da Profa Dra Ingedore Grunfeld Villaça Koch. Cursou ainda o doutorado
sanduíche na Universiteit van Amsterdam (Amsterdam, Holanda), na área de Gramática
Discursivo-Funcional, sob a orientação do Prof Dr Kees Hengeveld. Atualmente é
professor Adjunto (Efetivo) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS,
Câmpus de Três Lagoas/MS. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em
Teoria e Análise Lingüística, atuando nos seguintes temas: gramática discursivo-
funcional, gramaticalização, advérbios, conjunções, texto/discurso e gêneros
discursivos.
SIMPÓSIO 51 - GÊNEROS E MÍDIAS NA ESCOLA, E O PLANEJAMENTO
DAS PRÁTICAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS LM

Coordenadores:
ADAIR BONINI - Universidade Federal de Santa Catarina - adair.bonini@gmail.com
ADAIR VIEIRA GONÇALVES – Universidade Federal da Grande Dourados -
adairgoncalves@uol.com.br

Resumo:
Desde a publicação dos PCNs (BRASIL, 1998) tem havido um esforço da educação
básica em efetivar um ensino e aprendizagem de linguagem de forma contextualizada a
partir do conceito de gênero discursivo. A abordagem da linguagem como um fenômeno
sócio-histórico resultante da articulação de aspectos de natureza extralinguística impõe
aos professores em formação inicial/ continuada novo foco como ferramenta de ensino:
as formas de enunciação produzidas em uma sociedade. Os documentos oficiais
determinam que os estudantes devem, em situações de aprendizagem, participar de
atividades em que as práticas de linguagem sejam mais próximas possíveis das situações
naturais de uso da língua, em diferentes modalidades e suportes. Desse modo, outras
possibilidades didáticas são demandadas dos professores em formação
inicial/continuada, de maneira que os alunos da educação básica possam ser inseridos
em práticas mais significativas de letramento, envolvendo as capacidades de linguagem
ao ler/ouvir e escrever/falar. Entretanto, ainda há dúvidas por parte de professores e
demais envolvidos na educação de como implementar essas práticas, de modo que o
“planejamento” (visto como um conjunto de práticas do trabalho do professor) é um
importante objeto de debates dentro dessa configuração, refletindo-se em questões
como: Qual gênero ensinar? Qual conteúdo de linguagem trabalhar? Como dar conta
das necessidades de aprendizagem dos alunos? Interessa a esse simpósio agrupar
trabalhos de pesquisa que focalizem planejamentos realizados pelos professores ou
propostas de planejamento de práticas de ensino de leitura, produção textual e análise
linguística, tendo em conta os conceitos de gênero discursivo e mídia. Serão aceitos
relatos informado por diversas perspectivas teóricas atinentes ao debate sobre ensino e
aprendizagem de português LM (análise crítica de gêneros, dialogismo, interacionismo
sociodiscursivo, letramento, práticas de escrita via web a partir de ferramentas digitais
diversas, tais como fórum, MSN, e-mail, wiki, etc.).

Palavras-chave: ensino-aprendizagem; planejamento; Língua Portuguesa; gênero


discursivo; mídia.

Minibiografias:
ADAIR BONINI - tem graduação em Letras pela Universidade Estadual de Maringá
(1992), mestrado e doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Santa
Catarina (1995 e 1999). Atualmente, é professor adjunto dessa mesma universidade.
Realiza pesquisas no campo da Linguística Aplicada, ocupando-se principalmente dos
seguintes temas: gênero textual, discurso, e ensino e aprendizagem de Língua
Portuguesa.

ADAIR VIEIRA GONÇALVES - possui graduação em Letras pela Faculdade Toledo de


Araçatuba (1990), mestrado em Filologia e Linguística Portuguesa pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP (2002), Doutorado em Linguística e
Língua Portuguesa também pela UNESP (2007), com estágio sanduíche em Didática de
Língua Materna na Université de Genève (UNIGE). Suas pesquisas enfocam o ensino
de língua materna e a formação de professor de Língua Portuguesa.
SIMPÓSIO 52 - COMO OS TEXTOS ANTIGOS PODEM (OU NÃO)
FORNECER SUBSÍDIOS PARA OS ESTUDOS DE POSSÍVEIS MUDANÇAS
LINGUÍSTICAS NO PORTUGUÊS

Coordenadores:
MARIA ANTONIETA AMARANTE DE MENDONÇA COHEN - Universidade
Federal de Minas Gerais - tilah@letras.ufmg.br
SOÉLIS TEIXEIRA DO PRADO MENDES - Universidade Federal do Pará -
pradomendes@yahoo.com.br

Resumo:
A proposta deste simpósio é congregar trabalhos de edição de textos em língua
portuguesa escrita no Brasil visando à posterior pesquisa linguística. Com base em
edições de textos antigos em língua portuguesa escrita no Brasil (séc. XVI a XIX)
concluídas ou em andamento pretende-se discutir como os textos antigos podem (ou
não) fornecer subsídios para os estudos de possíveis mudanças linguísticas no português
que veio a constituir-se no Brasil.São convidados enfoques que sejam orientados por
uma teoria que define de antemão que dados coletar, como aqueles orientados pelos
dados.
Muitos são os pesquisadores que têm se debruçado sobre a árdua tarefa da edição de
textos em língua portuguesa antiga, seja lusitana, seja brasileira, com o intuito de
fornecer dados confiáveis para a pesquisa linguística. Tal renovação foi ainda
prolongada pelo advento das facilidades da internet.
Como se sabe, a partir dos anos 1980 o interesse por estudos históricos e diacrônicos
teve novo impulso na linguística brasileira, muito, mas não exclusivamente, como
decorrência dos trabalhos de sociolinguística de William Labov, em que os estudos de
mudança linguística dos vernáculos atuais conduziram a uma consulta a estados
pretéritos dessas línguas.
A partir dos meados dos anos 1990, começam a surgir no Brasil softwares, editores de
texto, de início mais utilizados por lexicógrafos, que permitem a busca e a quantificação
de dados em variadas formas. O progresso tecnológico da área da informação, portanto,
muito favoreceu os estudos da linguagem, não só com os processadores de textos, mas
também com a Internet, através da possibilidade de disponibilização de dados
linguísticos num volume tal e com tal velocidade inconcebíveis há 30 anos atrás. Nesse
sentido, deve-se relativizar a famosa citação de Labov de que a linguistica histórica é a
arte de se fazer o melhor uso de maus dados: os dados pretéritos − e mesmo os
contemporâneos − não são mais “maus dados”, dada a facilidade de seu
armazenamento, busca e processamento que os novos softwares tornam accessíveis.
Dentro desta contextualização geral propõe-se o presente simpósio.

Palavras-chave: dados; edição; língua antiga; mudança linguística.

Minibiografias:
MARIA ANTONIETA AMARANTE DE MENDONÇA COHEN - Professora titular de
Filologia Românica da UFMG. Atua nas áreas da Lingüística e Filologia Românicas,
com ênfase na Lingüística Histórica Românica, nas seguintes sub-áreas: sintaxe
histórica, edição (Crítica textual, edótica), português antigo, dialeto mineiro, línguas
antigas, línguas em extinção. A maioria dos estudos aborda a língua em uma perspectiva
diacrônica, na qual os dados reais de língua fidedignamente coletados e armazenados
são condição sine qua non para análise.

SOÉLIS TEIXEIRA DO PRADO MENDES - Doutora e mestre em estudos linguísticos


pela UFMG, possui interesse pelas áreas de lingüística histórica (variação e mudança
linguísticas), história da língua portuguesa, lexicologia, oralidade e escrita , fonética e
fonologia e de ensino de língua materna. Professora Adjunta I na Universidade Federal
do Pará , Marabá. Coordenou projeto de ensino de língua materna, e coordena projetos
de pesquisa sobre a realização das vogais médias pretônicas na comunidade de fala de
Marabá.
SIMPÓSIO 53 - ESTUDOS TEÓRICOS E DESCRITIVISTAS DE
ORIENTAÇÃO LINGUÍSTICO-COGNITIVA

Coordenadores:
CHRISTIANE CUNHA DE OLIVEIRA - Universidade Federal de Goiás -
christiane.de.oliveira@hotmail.com
LEOSMAR APARECIDO DA SILVA/ - Universidade Federal de Goiás
-leosmarsilva@hotmail.com

Resumo:
A linguística cognitiva, desde 1980, quando se estabeleceu como mais um campo de
estudos da linguística, tem servido como referencial teórico para diversos estudos de
abordagem funcionalista, além de contribuir para investigações no campo da tipologia
linguística e os universais da linguagem. A linguística cognitiva concebe que a
linguagem não é uma faculdade cognitiva autônoma, que a gramática é uma
conceptualização que se fundamenta em percepções compartilhadas acerca da realidade
objetiva, e que o conhecimento linguístico emerge da língua em uso. Em vista desses
princípios, que de algum modo se cruzam com a abordagem funcional, este simpósio
tem por objetivos: (i) discutir pesquisas que adotam uma abordagem cognitivo-
funcional para a descrição de línguas naturais. Neste escopo, embora o foco recaia
principalmente sobre a análise do Português falado no Brasil, o interesse se estende às
variedades da língua portuguesa falada noutras partes do mundo, bem como a outras
línguas brasileiras em contato com o Portugues local, tais como as línguas indígenas e a
Língua Brasileira de Sinais; (ii) explorar os aspectos teóricos trazidos à luz pelos dados
empíricos, tais como a metáfora enquanto mecanismo cognitivo capaz de conceptualizar
as coisas do mundo; a teoria dos espaços mentais; os modelos cognitivos idealizados; o
modelo semântico de interação de forças; sistemas de referência; as relações entre
linguagem, cognição e corporeidade; a gramática de construções; e os aspectos
sociocognitivos de línguas em contato, tais como o português brasileiro, as línguas
indígenas e a LIBRAS; e (iii) apreciar, sob uma perspectiva tipológica, os resultados da
pesquisa acerca de mecanismos cognitivos relacionados ao processamento da
linguagem, levantando elementos para uma discussão sobre os universais da linguagem.
Trabalhos com tais temáticas ajudarão a compor um quadro panorâmico das aplicações
da linguística cognitiva relacionadas à língua em uso, às línguas em contato e à
investigação sobre os universais da linguagem.

Palavras-chave: linguística cognitiva; funcionalismo; descrição; tipologia; metáfora;


universais.

Minibiografias:
CHRISTIANE CUNHA DE OLIVEIRA - é Bacharel e Licenciada em Letras pela
Universidade Federal de Goiás (1990), Mestre em Letras e Lingüística pela
Universidade Federal de Santa Catarina (1993) e Doutora em Linguística pela
Universidade do Oregon, EUA (2005). Atualmente é Professora Adjunta III da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás, atuando nos Cursos de Letras e
Licenciatura Intercultural, e no Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística.
Suas práticas de pesquisa se fundamentam na Linguística Tipológico-Funcional e
Cognitiva, tendo como principal foco de interesse a análise e documentação de línguas
indígenas brasileiras. Línguas às quais tem se dedicado incluem o Baré, da família
Aruák, e o Apinaje, Gavião Pykopjê, Krahô, além de outras línguas relacionadas, da
família Jê. Tem se dedicado também à pesquisa sobre línguas de sinais. É membro do
Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena da UFG e coordenadora da Rede
Goiana de Pesquisa Linguística sobre a Língua Brasileira de Sinais, da FAPEG.

LEOSMAR APARECIDO DA SILVA - é licenciado em Letras pela Faculdade de


Filosofia Cora Coralina (1998). Possui mestrado em linguística pela Universidade
Federal de Goiás (UFG). É Doutor em Estudos Linguísticos também pela UFG.
Atualmente é professor efetivo de Linguística e Língua Portuguesa da Universidade
Federal de Goiás, membro do Grupo de Estudos Funcionalistas e vice-coordenador do
Projeto Fala Goiana. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística.
Desenvolve pesquisa na área de linguística cognitivo-funcional com ênfase em
descrição de línguas naturais, em especial, o português contemporâneo falado no Brasil.
SIMPÓSIO 54 - DESCRIÇÕES FUNCIONALISTAS DO PORTUGUÊS
CONTEMPORÂNEO E SUAS VARIEDADES

Coordenadores:
LEOSMAR APARECIDO DA SILVA - Universidade Federal de Goiás -
leosmarsilva@hotmail.com
ELISANDRA FILETTI - Universidade Federal de Goiás -
elisandra.filetti@yahoo.com.br

Resumo:
De conformidade com Castilho (2010), a língua como substância é um conjunto
ordenado de itens ou classes linguísticas que estabelecem entre si relações e
desempenham funções identificáveis pelos contrastes entre eles. Como sistema, a língua
constitui-se num conjunto de unidades distribuídos em níveis hierárquicos. Numa
perspectiva funcional, a colocação dessas unidades no uso contribui para que elas
variem e possam mudar de função frente às necessidades comunicativas do falante.
Diferentes estágios de variação e mudança compõem um continuum no qual
determinado item ou construção assume, consequentemente, multifunções na língua.
Em vista disso, este simpósio tem o objetivo de agregar trabalhos descritivos sobre o
Português contemporâneo falado no Brasil e em outras partes do mundo em que se
analisam fenômenos sintáticos como transitividade, valência, variação na representação
do sujeito, objeto anafórico, objeto nulo, modalidade, evidencialidade, construções de
voz, fluidez de categorias como verbos, preposições, conjunções, pronomes etc.
Trabalhos comparativos que envolvem a Língua Portuguesa e suas variedades ou a
Língua Portuguesa e outras línguas também podem ser inscritos no simpósio proposto.

Palavras-chave: português contemporâneo; descrição; variação; fluidez linguística;


funcionalismo.

Minibiografias:
LEOSMAR APARECIDO DA SILVA - é licenciado em Letras pela Faculdade de
Filosofia Cora Coralina (1998). Possui mestrado em linguística pela Universidade
Federal de Goiás (UFG). É Doutor em Estudos Linguísticos também pela UFG.
Atualmente é professor efetivo de Linguística e Língua Portuguesa da Universidade
Federal de Goiás, membro do Grupo de Estudos Funcionalistas e vice-coordenador do
Projeto Fala Goiana. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística.
Desenvolve pesquisa na área de linguística cognitivo-funcional com ênfase em
descrição de línguas naturais, em especial, o português contemporâneo falado no Brasil.

ELISANDRA FILETTI - possui graduação em Letras Português pela Universidade


Federal de Goiás (1994) e mestrado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal
de Minas Gerais (1999). É professora efetiva - Assistente II da Universidade Federal de
Goiás e membro do Grupo de Estudos Funcionalistas. Tem experiência na área de
Linguística, com ênfase em Sintaxe, atuando principalmente nos seguintes temas:
análise e descrição da lingua portuguesa, objetos implícitos; incorporação verbal.
Atualmente, é doutoranda em Estudos Linguísticos (Gramática Funcional) pela
Universidade Federal de Goiás.
SIMPÓSIO 55 - TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA: TÓPICOS DE LINGUÍSTICA
TEÓRICA E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadores:
MIRIAN SANTOS DE CERQUEIRA - Universidade Federal de Goiás -
miriancerqueira@gmail.com
ISRAEL ELIAS TRINDADE - Universidade Federal de Goiás -
israeltindade@gmail.com

Resumo:
O presente simpósio tem como principal objetivo reunir pesquisadores preocupados
com a transposição didática e o ensino de Língua Portuguesa, ou seja, de que maneira
podem ser repensados os conhecimentos teóricos advindos de diferentes paradigmas
sobre língua e literatura e a sua relação com o ensino. A necessidade de diálogo mútuo
entre teoria e aplicação faz-se presente a partir das constatações dessa dialética como
atividade fundamental para a construção epistemológica. Embora seja condição sine
qua non para a construção do conhecimento, questões importantes têm sindo
negligenciadas nas academias, sinalizando um distanciamento entre teoria e prática,
entre pesquisa e aplicação, entre universidade e escola. Partindo desse pressuposto, a
ideia é trazer essas questões para o âmbito acadêmico e discutir propostas de ensino que
viabilizem o diálogo teoria-prática, buscando entender os entraves, os riscos e as
possibilidades de pensar o conhecimento sobre a língua e a literatura em sala de aula.
Essa preocupação também se soma ao que já vem sendo proposto em documentos
oficiais como PCNS e OCEMS. Refletir sobre essas questões e apresentar as vantagens
de propostas de ensino que considerem as contribuições da Linguística Teórica ao
ensino de Língua Portuguesa é a pretensão maior deste simpósio.

Palavras-chave: transposição didática; línguística teórica; ensino de Língua Portuguesa

Minibiografias:
MIRIAN SANTOS DE CERQUEIRA - é Doutora em Linguística, especificamente em
Gramática Gerativa, e Mestre em Linguística Aplicada. Vem atuando na graduação em
Letras da UFG no âmbito da pesquisa e do ensino voltados para a análise linguística e a
sala de aula de língua portuguesa, uma vez que atua também como professora de
Estágio em Língua Portuguesa.

ISRAEL ELIAS TRINDADE - é mestre e doutorando em Linguística pela UFG. É


professor da Faculdade de Letras da UFG, atuando na graduação com disciplinas de
Linguística descritiva, Linguística histórica e ensino de Português. Também desenvolve
e orienta pesquisas nessas mesmas áreas. Atualmente é professor e coordenador do
Estágio do Português da Faculdade de Letras da UFG.
SIMPÓSIO 56 - RECURSOS ELETRÓNICOS, MULTILETRAMENTOS E
ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA (PLE)

Coordenadores:
ACIR MÁRIO KARWOSKI - Universidade Federal do Triângulo Mineiro -
acirmario@letras.uftm.edu.br; acirmario@gmail.com
ZHANG WEIQI - Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai -
gonz.zhang@gmail.com, vgzhang@shisu.edu.cn

Resumo:
O Português é atualmente a sexta língua mais falada no mundo e, perante os progressos
dos países lusófonos no cenário internacional, está cada dia mais explícita sua
importância em vários contextos. O ensino de PLE - Português como Língua
Estrangeira - depende de materiais didáticos atualizados que façam parte do processo
ensino-aprendizagem. Mesmo que haja um grande desenvolvimento na publicação de
manuais de PLE destinados aos aprendentes, continuamos a sentir grande falta de
referências tanto para aulas como para pesquisas a respeito do ensino de PLE no
contexto dos multiletramentos e das tecnologias digitais. De modo tradicional, tem-se
ainda acesso a materiais nas bibliotecas, os quais, de certa maneira, não servem para
satisfazer completamente as exigências do novo perfil de geração de aprendizes de PLE,
por diversos motivos. Os aprendentes jovens têm preferência por materiais atualizados
e, de preferência, com acesso a novas tecnologias, mobilidade e midias eletrónicas. Com
o avanço de novas tecnologias nota-se cada vez mais a utilização de recursos eletrónicos
para as aulas ou como materiais de referência para pesquisas. No entanto, perante uma
imensa variedade de materiais eletrónicos a que se tem acesso na internet, é natural
formular diversos questionamentos: serão confiáveis todos os materiais eletrónicos a
que temos acesso? Que tipo de materiais eletrónicos se usa com mais frequência? Qual é
a estratégia que se usa na selecção dos materiais electrónicos? Como é que se faz a
adaptação dos materiais para serem utilizados nas aulas? O que é que os aprendentes
acham dos materiais eletrónicos escolhidos pelo professor? Como devem ser os livros
didáticos se pensados no contexto do mundo digital? Por que os multiletramentos na
escola, especialmente o letramento digital, tornam-se importantes para o ensino de
PLE? Esperamos que tais questionamentos possam promover discussões entre os
participantes de diversos países com o objetivo de trocar experiências exitosas de uso de
recursos tecnológicos visando promover o ensino de PLE no contexto dos
multiletramentos e da cultura digital.

Palavras-chave: recursos eletrónicos; ensino de português; PLE; materiais didáticos.

Minibiografias:
ACIR MÁRIO KARWOSKI - Mestre em Linguística Aplicada. Doutor em Letras –
Estudos Linguísticos. Docente de linguística no curso de licenciatura em Letras na
Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM – Minsas Gerais – Brasil.
ZHANG WEIQI - Mestre em Linguística de Português, docente de Português da
Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai (SISU), onde lecciona várias
disciplinas do curso de Licenciatura, principalmente a Língua Portuguesa e a Tradução.
SIMPÓSIO 57 - SISTEMATIZAÇÃO LINGUÍSTICA DO PORTUGUÊS

Coordenadores:
TÂNIA FERREIRA REZENDE - Universidade Federal de Goiás -
taferez@hotmail.com
ROLAND SCHMIDT-RIESE - Katholische Universität Eichstätt-Ingolstadt -
roland.schmidt-riese@ku-eichstaett.de
MATHIAS ARDEN - Katholische Universität Eichstätt-Ingolstadt -
mathias.arden@ku- eichstaett.de

Resumo:
O contato entre os povos, as misturas das línguas e a modificação dos sistemas
linguísticos, assim como a emergência de sistemas linguísticos novos, a partir das
línguas em contato, são fenômenos naturais e comuns em qualquer lugar e em qualquer
época. Todavia, diferentes situações de contato imprimem características e ritmos
específicos aos processos de definição dos novos sistemas linguísticos. A expansão
portuguesa, com ocupação territorial sumária, levou à intensa difusão da língua
portuguesa, acarretando uma ocupação linguística de territórios situados nos quatro
continentes. Nesse contexo, o contato entre os povos promoveu a interação entre as
línguas desses povos. O resultado dessa interação linguística foi uma profunda
modificação da língua portuguesa e o surgimento de diferentes sistemas linguísticos,
todos ancorados na língua portuguesa. Esses novos sistemas linguísticos vêm se
firmando ao longo do tempo, apresentando instabilidades sistêmicas, tais como as
variações de múltiplas ordens, as mudanças em progresso, dentre outras. Diante disso,
pretendemos reunir pesquisadores interessados em discurtir os processos de
sistematização do português, situado nos distintos territórios, onde essa língua é usada,
seja como idioma oficial seja como idioma extra-oficial. As discussões podem-se apoiar
em qualquer um dos domínios de análise da linguagem, abordando o tema de forma
comparativa ou interna, sob as perspectivas descritiva ou tipológica – diacrônica e
sincrônica. Enfim, esperamos, com este tema, discutir resultados de pesquisas que
versem sobre a formação e sistematização de novas línguas, a partir do português, em
decorrência do processo das conquistas ultramarinas.

Palavras-chave: ocupação territorial; contato linguístico; sistematização linguística.

Minibiografias:
TÂNIA FERREIRA REZENDE - Doutora em Linguística pela Universidade Federal de
Minas Gerais, na linha Variação e Mudança Lingüística no Brasil. Professora Adjunta da
Universidade Federal de Goiás (UFG), com atuação na graduação e na pós-graduação,
nos cursos de Letras e de Licenciatura Intercultural de Formação Superior de
Professores Indígenas. Desenvolve pesquisas na área de Lingüística – Sociolinguística,
Sociolinguística Educacional e Lingüística Histórica.

ROLAND SCHMIDT-RIESE - Doutor em Filologia Românica pela Universidade de


Friburgo, em Brisgóvia, e pós-doutor em Filologia Românica pela Universidade de
Munique, o último versando sobre a gramática colonial nas américas. Desenvolve
pesquisas sobre a história do português brasileiro, sobre contatos linguísticos, nas áreas
da Morfologia e Sintaxe. É professor titular de Linguística Românica na Universidade
Católica de Eichstätt-Ingolstadt, onde ministra aulas nos cursos de Linguística -
Francesa, Italiana e Espanhola.

MATHIAS ARDEN - Doutor em Linguística Românica pela Universidade Católica de


Eichstätt-Ingolstadt. É pesquisador do Departamento de Linguística Românica na
Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, onde desenvolve pesquisas sobre o
português brasileiro veiculado na mídia televisiva do Brasil, sob a orientação
sociolinguística.
SIMPÓSIO 58 - POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E PRÁTICAS DE ENSINO DE
PORTUGUÊS EM CONTEXTOS INTERCULTURAIS

Coordenadores:
MARIA GORETE NETO - Universidade Federal de Minas Gerais -
mariagorete_neto@yahoo.com.br
TÂNIA FERREIRA REZENDE - Universidade Federal de Goiás taferez@hotmail.com

Resumo:
Neste simpósio, pretendemos reunir pesquisadores e professores de português que
desenvolvem estudos e reflexões sobre a prática de ensino de português, em contextos
de interculturalidade, no âmbito da lusofonia. No século XXI, vivemos um momento de,
que pode ser denominado genericamente de Paradigma das Políticas de Diversidade.
Em todas as esferas sociodiscursivas, a diversidade é reconhecida, valorizada e exaltada.
Apesar disso, as línguas minorizadas continuam desaparecendo e as comunidades
minorizadas continuam relegadas à margem dos direitos humanos mínimos e
inalienáveis. As políticas linguísticas e de letramento, com suas práticas de ensino
ancoradas na interculturalidade e na sustentabilidade linguística e cultural, por meio da
educação escolar bilíngue, não têm conseguido evitar o deslocamento e a morte das
línguas e das cultuas que se encontram em contato com línguas majoritárias em
contextos de construção hegemônica de sociedades integradas economicamente. Nesse
sentido, nosso objetivo, no momento, é refletir sobre as práticas de ensino de Português
como L1, L2, L3 ou LE. Para tanto, intentamos reunir porfessores e pesquisadores
preocupados com o ensino de português em contextos interculturais, como os estudos
sobre os usos e as práticas de ensino de português em territórios lusófonos resultantes
de processos de colonização, em territórios fora da lusofonia, como LE, e em
comunidades minorizadas, como as indígenas, as quilombolas e as remanescentes dos
processos de imigração ocorridos no final do século XIX e início do século XX, nas
américas.

Palavras-chave: língua portuguesa; ensino; interculturalidade.

Minibiografias:
MARIA GORETE NETO - Professora adjunta da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) no Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino (DMTE) da
Faculdade de Educação (FAE). Doutora em Lingüística Aplicada pela Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP, 2009). Tem experiência nos seguintes temas: ensino
de português como língua materna, ensino de português como segunda língua para
falantes de língua indígena, identidades, representações, políticas lingüísticas públicas e
educação escolar indígena.

TÂNIA FERREIRA REZENDE - Doutora em Linguística pela Universidade Federal de


Minas Gerais, na linha Variação e Mudança Lingüística no Brasil. Professora Adjunta da
Universidade Federal de Goiás (UFG), com atuação na graduação e na pós-graduação,
nos cursos de Letras e de Licenciatura Intercultural de Formação Superior de
Professores Indígenas. Desenvolve pesquisas na área de Lingüística – Sociolinguística,
Sociolinguística Educacional e Lingüística Histórica.
SIMPÓSIO 59 - A LÍNGUA PORTUGUESA NA ÁSIA EM PERSPECTIVA DE
SUPERDIVERSIDADE E (PÓS)MULTICULTURALISMO: PESQUISA,
ENSINO E DIFUSÃO

Coordenadores:
ROBERVAL TEIXEIRA E SILVA - Universidade de Macau / AILP – robts@umac.mo
ANA NUNES - Universidade de Macau - AILP - anunes@umac.mo
MÁRIO PINHARANDA NUNES - Universidade de Macau – marion@umac.mo

Resumo:
A Associação Internacional de Linguística do Português (AILP), sediada em Macau até
2013, propõe um grupo de discussão para aprofundar reflexões sobre “a presença da
língua portuguesa na Ásia”, focando a pesquisa, o ensino e a difusão. Nesse momento
de pós/neo-colonialismos, superdiversidade e (pós)multiculturalismo, o Português vai
assumindo diferentes papéis no dinamismo econômico, sociolinguístico, cultural,
educacional e histórico no contexto da Ásia e na relação da Ásia com o mundo que fala
Português. Esperamos receber colaborações que situem a língua nesse contexto, levando
em consideração a diversidade entre sujeitos, povos e governos que, inevitavelmente,
estão e estarão em contato e que, por isso, precisam interagir no plano político,
sociocultural, educacional e acadêmico.

Palavras-chave: português na Ásia, (pós)multiculturalismo, superdiversidade, AILP,


linguística aplicada

Minibiografias:
ROBERVAL TEIXEIRA E SILVA: é Presidente da AILP na gestão 2011/2013. É
Professor e Pesquisador do Centro de Estudos Luso-Asiáticos do Departamento de
Português da Universidade de Macau. Seus interesses de pesquisa assentam-se na
abordagem sociointeracional do discurso. Tem se dedicado a investigações relativas a
políticas linguísticas, à construção de identidades e ao processo de ensino-aprendizagem
do português como língua não-materna, especialmente no contexto de formação de
professores de crianças e jovens.

ANA NUNES: é tesoureira da AILP para os anos de 2011/2013, é também professora


Auxiliar do Departamento de Português da Universidade de Macau. Os principais
interesses, em termos de investigação, ligam-se a Qualidade de Voz e Emoção, sua
Universalidade e aspectos interculturais e socioculturais. Interessa-se também pelo
estudo das principais dificuldades fonéticas e fonológicas sentidas pelos alunos
Chineses aprendentes de Português como Língua Não Materna.

MARIO PINHARANDA NUNES: é Professor e Pesquisador do Centro de Estudos


Luso-Asiáticos do Departamento de Português da Universidade de Macau. Na pesquisa
para o seu Doutoramento (2011) e, até ao presente, tem vindo a desenvolver trabalhos
de documentação e descrição do crioulo de base lexical portuguesa de Macau. Os seus
interesses de pesquisa abarcam ainda a variação e mudança linguísticas em variedades
de português da Ásia em contacto (com especial foco nos crioulos portugueses da
Malásia e de Macau); documentação e preservação dos mesmos; perfís
sociolinguísticos dessas comunidades, como as suas atitudes linguísticas e a construção
de identidade; o fenómeno de línguas em contacto em geral.
SIMPÓSIO 60 - O POEMA NARRATIVO E O CONTO NO ENSINO MÉDIO:
ANÁLISE, PRODUÇÃO E APROXIMAÇÃO ENTRE PAÍSES DE LÍNGUA
PORTUGUESA.

Coordenadores:
RAUL DE SOUZA PÜSCHEL - Instituto Federal de Educação de São Paulo -
puschel@uol.com.br
SUELY CORVACHO - Instituto Federal de Educação de São Paulo
-sucorvacho@uol.com.br

Resumo:
A história oficial do Brasil nasce em estreita relação com Portugal e com vários países
africanos. A literatura transfigurou, por intermédio de vários gêneros, essa experiência
de gradativa transformação dos “países colonizados e colonizador” em “países de língua
portuguesa”. Essa experiência histórica de transformação pode e deve ser transmitida às
novas gerações, especialmente na escola, por intermédio de análise e produção de textos
literários. Ainda que leitura e produção de texto componham partes integrantes de uma
mesma habilidade, e leitores vorazes apresentem, frequentemente, facilidade de expor
suas ideias e emoções por intermédio do texto escrito; no entanto, em se tratando de
textos literários, constatamos uma situação paradoxal. O aluno de Ensino Básico entra
em contato com a Literatura – clássica ou popular – muito antes de ingressar na escola;
amplia seu repertório, nos bancos escolares, com leitura e análise de diversos gêneros;
porém tudo isso não reverte em produções de qualidade. No Brasil, estudos recentes têm
apontado como uma das razões os manuais didáticos, que usam geralmente adaptações
de composições clássicas ou fragmentos de obras consagradas. Essa seleção não permite
muitas vezes que o aluno, mesmo ao chegar ao curso médio, domine bem o gênero
analisado, tampouco aprenda como elaborar um texto com início, meio e fim coerentes.
Portanto, defendemos a adoção de textos literários integrais, em sala de aula, oriundos
de países diversos, análise com vistas à produção, e incorporação de ensaios de autores
consagrados. Para orientar a prática cotidiana, recorremos a Dolz, Noverraz e Schnewly,
certos de que suas experiências podem ser de muita ajuda ao professor. Outros estudos
críticos que permitam diálogos teóricos e/ou pedagógicos relevantes poderão ser
acolhidos também. Todos com o objetivo de revelar facetas novas tanto para a esfera da
recepção quanto para a da produção do leitor adolescente de obras de literatura de
língua portuguesa.

Palavras-chave: poema narrativo; conto; ensino médio; gêneros.

Bibliografia:
CHIAPPINI, L. (coord). Aprender e ensinar com textos. São Paulo: Cortez, 2007.
PIGLIA, Ricardo. Formas breves. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004.
POE, Edgar Allan. Poemas e ensaios. Trad. Oscar Mendes e Milton Amado. 4ª ed.
revista. São Paulo: Globo, 2009.
QUIROGA, Horacio. Los “trucs” del perfecto cuentista y otros escritos. . Buenos
Aires, Madrid: Alianza Editorial, 1993.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLTZ, Joaquim e colaboradores. Gêneros orais e escritos
na escola. Trad. e org. Roxanee Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP:Mercado de
Letras, 2004.

Minibiografias:
RAUL DE SOUZA PÜSCHEL: doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.
Professor que, em 2013, completa trinta anos de atividade na rede pública. Criador,
entre outros, dos cursos: “Formação de Repertório e Leituras da Contemporaneidade”,
“Artes Clássicas” e “Análise e Leitura de Obras Centrais da Literatura Universal dos
Últimos Trezentos Anos”. Editor da revista Sinergia do IFSP. Integra também o grupo
de pesquisas “Ensino de Língua Portuguesa no Brasil e em Portugal: bases
epistemológicas, objetivos e conteúdos”

SUELY CORVACHO: doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP.


Professora aposentada do Instituto Federal de São Paulo. Criadora, entre outros, dos
cursos: “Artes Clássicas” e “Análise e Leitura de Obras Centrais da Literatura Universal
dos Últimos Trezentos Anos”. Integra o grupo de pesquisa “Ensino de Língua
Portuguesa no Brasil e em Portugal: bases epistemológicas, objetivos e conteúdos”,
além do grupo “Literatura e Psicanálise”.
SIMPÓSIO 61 - GÊNEROS DA ORDEM DO NARRAR E DO RELATAR – A
QUESTÃO DO ENSINO

Coordenadores:
MAURA ALVES DE FREITAS – Universidade Federal de Uberlândia
-maura@triang.com.br
ELIANA DIAS – Universidade Federal de Uberlândia - elianadias@uber.com.br

Resumo:
A proposta deste simpósio representa, inicialmente, a busca de espaço para um diálogo
produtivo de pesquisadores das universidades federais de Uberlândia, de Goiás, de Mato
Grosso, dos institutos Federal de São Paulo e Politécnico de Santarém, além dos
pesquisadores da Universidade de São Paulo sobre os gêneros de discurso da ordem do
narrar e do relatar e as formas de abordagem didática desses gêneros, que, conforme
Schneuwly (1994), do ponto de vista da construção dos discursos e da construção da
linguagem pela criança, os gêneros do discurso constituem “mega-instrumentos” de
ensino e, como tais, considerados como uma unidade organizadora de currículos e de
progressões no ensino fundamental. A despeito de o projeto ter nascido, no bojo do
Projeto A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO, como afiliado ao I Simpósio
Mundial de Estudos de Língua Portuguesa e como uma proposta emanada da vontade
manifesta desses grupos listados, o simpósio configurar-se-á como um espaço de
recepção de todos os interessados em expor suas pesquisas sobre o tema ou
simplesmente participar na condição de ouvinte das discussões. Aceitar-se-ão trabalhos
descritivos que convirjam para os propósitos iniciais deste simpósio. Uma agenda de
trabalhos, no entanto, foi imaginada para os dias de encontros: o momento do status quo
do projeto, o reforço dos pressupostos teóricos assumidos pelas equipes e os resultados
de pesquisas desenvolvidas. Desse modo, uma tarefa inicial prevê o relato pelos
coordenadores regionais do andamento do projeto, se possível já resumindo os
resultados porventura alcançados. É esperado que as equipes regionais sinalizem as
tarefas previstas para o ano seguinte. Outro tópico relevante da agenda diz respeito à
apresentação das linhas mestras primariamente apresentadas em Uberlândia, as quais
foram sendo refinadas com o andamento dos trabalhos. Assim, é esperado que se
encontre durante as discussões o método que consolidará os resultados de ambas as
vertentes priorizadas desde o início da pesquisa. Espera-se ainda que os pesquisadores
participantes possam relatar, sobretudo, as agruras e dificuldades enfrentadas ao lidar
com o gênero discursivo escolhido para descrição, em especial na associação dos
aspectos discursivo-pragmáticos com os gramaticais. Em suma, trata-se de um espaço
para que pesquisadores brasileiros e internacionais reflitam sobre formas e métodos de
descrição do objeto referido com vistas a identificar o caminho para se elaborar a
transposição didática.

Palavras-chave: gênero de discurso; ordem do narrar; ordem do relatar; gramática e


discurso.

Bibliografia:
SCHNEUWLY, B. Genres et types de discours: considérations psychologiques et
ontogénétiques. In Y. Reuter (ed) (1994) Les Interactions Lecture-Écriture, pp.155-174.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares: Das práticas de
linguagem aos objetos de ensino – Revista Brasileira de Educação. Nº 11. 5-17, 1999.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita.
Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In “Gêneros Orais e
escritos na escola”. Campinas (SP): Mercado de Letras, 2004.

Minibiografias:
MAURA ALVES DE FREITAS ROCHA - é Docente da Universidade Federal de
Uberlândia, mestre em Linguística e Doutora em Linguística pela Universidade
Estadual de Campinas. É coordenadora do Projeto “O Ensino da Língua Portuguesa no
Brasil e em Portugal: bases epistemológicas, objetivos e conteúdo” do grupo de
pesquisas de Uberlândia. Desenvolve, além, disso, pesquisas na área de Sociolinguística
com o projeto “Minas são muitas: o Dialeto do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba”.

ELIANA DIAS - é docente do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal


de Uberlândia, Mestre em Língua Portuguesa e Linguística pela UFMG e Doutora em
Língua Portuguesa e Linguística pela UNESP. Participa do projeto “O Ensino da Língua
Portuguesa no Brasil e em Portugal: bases epistemológicas, objetivos e conteúdo” do
grupo de pesquisas de Uberlândia. Desenvolve pesquisas sobre ensino de Língua
Portuguesa, em especial, sobre a ampliação do vocabulário na escola.
SIMPÓSIO 62 - OS ADJETIVOS EM MOVIMENTO: A DINÂMICA DE ITENS
E CONSTRUÇÕES QUALIFICADORES NA LÍNGUA PORTUGUESA
HISTÓRICA

Coordenadores:
MARIA CÉLIA LIMA-HERNANDES - Universidade de SãoPaulo - mceliah@usp.br
NILZA BARROZO DIAS – Universidade Federal Fluminense - nilzabd@terra.com.br
VÂNIA CRISTINA CASSEB-GALVÃO - Universidade Federal de Goiás
-vcasseb2@terra.com.br
JOSÉ ROMERITO SILVA - Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
jromeritosilva@gmail.com

Resumo:
A proposta deste simpósio é uma resposta aos anseios de pesquisadores do Projeto
História do Português Brasileiro, espeficamente daqueles incumbidos de redigir e
consolidar os resultados referentes ao capítulo Adjetivo. Esse espaço dentro do IV
Simelp propicia que os participantes esperados para esse simpósio sejam
prioritariamente integrantes das equipes das universidades federais Fluminense, de
Natal, de Goiás e da Universidade de São Paulo, em diversos níveis de treinamento e de
formação. Priorizar-se-á a apresentação dos trabalhos desenvolvidos por esses
pesquisadores com dados da diacronia relativa aos séculos XVIII, XVII, XIX e XX,
discutindo os textos já preparados, bem como orientando a forma de construção dos que
ainda não tiveram sua versão preliminar concluída. O ponto de união desses
pesquisadores, além do projeto, é naturalmente a orientação funcionalista, com
destacado interesse pela movimentação gramatical deflagrada por processos de
gramaticalização. A agenda de trabalho prevê (i) o relato do andamento dos trabalhos de
descrição, século a século, bem como a projeção das tarefas para o ano seguinte; (ii)
discutir-se-á as tarefas dos grupos no seminário geral do PHPB; (iii) o relato dos
problemas enfrentados pelas equipes e das soluções encontradas a fim de compartilhar e
sintonizar os trabalhos e métodos, o que propiciará unidade ao grupo; (iv) decisão sobre
a organização da publicação em forma de capítulo de livro e o calendário de entrega dos
originais produzidos pelas equipes; (v) determinação das tarefas de consolidação dos
resultados dos trabalhos descritivos pelos coordenadores regionais. Haverá, assim como
na atribuição inicial de tarefas, a checagem dos recortes metodológicos absorvidos pelas
equipes a fim de que se evitem sobreposições temáticas no interior do grupo bem como
se possa programar uma cobertura mais abrangente do fenômeno da qualificação na
história do português do Brasil. Com esse propósito, propõe-se a análise da estrutura
temática dos dois capítulos que incluem os adjetivos (a palavra e a oração) de modo a
proporcionar resultados representativos das lacunas identificadas inicialmente pelo
coordenador geral do Projeto.

Palavras-chave: adjetivo; PHPB; história da língua portuguesa; funcionalismo;


qualificadores.

Minibiografias:
MARIA CÉLIA LIMA-HERNANDES - professora associada da Universidade de São
Paulo e pesquisadora do CNPq. Lidera o Grupo de Pesquisa sobre Mudança gramatical
do Português – Gramaticalização. Membro do Grupo de Pesquisa História do Português
Brasileiro.
NILZA BARROSO DIAS - professora doutora da Universidade Federal Fluminense.
Membro do Grupo de Pesquisa Discurso e Gramática. Membro do Grupo de Pesquisa
História do Português Brasileiro.

VÂNIA CRISTINA CASSEB GALVAO - professora doutora da Universidade Federal


de Goiás. Pesquisadora CNPq. Membro do Grupo de Pesquisa História do Português
Brasileiro. Coordenadora do Projeto Fala Goiana.

JOSÉ ROMERITO SILVA - Professor doutor da Universidade Federal do Rio Grande


do Norte. Membro do Grupo de Pesquisa História do Português Brasileiro.
SIMPOSIO 63 - PORTUGUÊS L2 PARA FINS ESPECÍFICOS – DA TEORIA À
PRÁTICA

Coordenadores:
CUSTÓDIO MARTINS - Universidade de Macau - fshcm@umac.mo
MÁRIO PINHARANDA NUNES - Universidade de Macau - marion@umac.mo

Palavras-chave: mercado linguístico; incremento da aprendizagem; língua estrangeira.

Resumo:
Na presente era da globalização, o mercado linguístico dita cada vez mais as regras da
representatividade mundial de determinados idiomas – como é o caso de português. Por
outro lado, os mercados que solicitam essas línguas, diversificam-se e especificam de
forma crescente e pertinente os domínios para os quais as necessitam. Nesse sentido,
temos observado o incremento significativo da procura de aprendizagem de línguas para
fins específicos – tanto a nível da aprendizagem de língua estrangeira como de língua
segunda e mesmo materna.
O presente simpósio pretende discutir questões relacionadas com conteúdos e materiais
didácticos, orientações programáticas e metodológicas à luz de abordagens de ensino
das línguas que possam responder de uma forma mais ou menos eficaz às necessidades
de qualquer àrea de especialidade, como sejam a aprendizagem de língua através dos
conteúdos e também através de tarefas.
A discussão que este simpósio pretende desenvolver poderá centrar-se: (i) na descrição e
(ou) avaliação de progamas, materiais, estratégias de ensino de língua para fins
específicos; (ii) modelos de avaliação; (iii) o papel das novas tecnologias no ensino do
português para fins específicos; (iv) o papel da linguística de corpus no âmbito do
ensino de português para fins específicos; (v) modelos e formatos de avaliação de
necessidades; (vi) modelos de formação de professores de língua para fins específicos;
(vii) desenvolvimento de capacidades; (viii) análise e descrição de linguagem técnica na
perspectiva da linguística aplicada ao ensino do português para fins específicos; (ix)
análise do discurso técnico.
SIMPÓSIO 64 - RELAÇÕES ENTRE O SUJEITO E A LÍNGUA: OS
MÚLTIPLOS SENTIDOS

Coordenadores:
AGOSTINHO POTENCIANO DE SOUZA – Universidade Federal de Goiás -
apotenciano@uol.com.br
LUANA ALVES LUTERMAN – Universidade Estadual de Goiás
-luanaluterman@yaoo.com.br

Resumo:
O objetivo desse grupo é apresentar trabalhos que investigam como ocorre, por meio da
relação entre palavra e sentido, a formação de leitores. Fundamentamos nossa pesquisa
nas teorias de sentido da língua, indo da semântica ao discurso. Consideramos
significativo criar relações entre o campo teórico desenvolvido nos espaços acadêmicos
e as práticas escolares e não escolares que se referem ao processo de ler como
construção de sentidos a partir da materialidade da língua em realização textual. Outras
categorias de estudos da linguagem, como signo, enunciado, formação discursiva,
interação, gênero, discurso e interdiscurso contribuirão para a analisar
epistemologicamente essas práticas de leitura pesquisadas. A metodologia será
operacionalizada por esses dois fundamentos: os dados (corpus) das práticas de leitura;
a análise e a interpretação dos dados pelos fundamentos acima referidos. Esperamos
como resultados a reflexão sobre as práticas de leitura e propostas de leitura que
qualifiquem a relação do sujeito com a palavra da sua língua.

Palavras-chave: leitura; lngua e sentido; prática pedagógica; formação de leitores.

Minibiografia:
AGOSTINHO POTENCIANO DE SOUZA – é professor na graduação, onde é docente
de estágio, e na pós-graduação da Faculdade de Letras da UFG. Conduz pesquisa e
orientação sobre trabalhos ligados a Leitura, discurso e ensino. Coordena o Grupo de
Estudos DISCENS (discurso e ensino). Tem produzido artigos sobre práticas de leitura,
tanto de textos escritos quanto de imagens.

LUANA ALVES LUTERMAN – é professora na graduação em letras da UEG(UnU


Inhumas), onde é docente de estágio. Cursa doutorado pertencente ao Programa de Pós-
Graduação em Letras e Linguística, na Faculdade de Letras da UFG. Desenvolve
pesquisa sobre o dispositivo 3D, pelo aparato teórico-metodológico da Análise do
Discurso. Frequenta o Grupo de Estudos DISCENS (discurso e ensino). Tem produzido
artigos sobre práticas de leitura de imagens e descrição de enunciados verbo-visuais
tridimensionais contemporâneos.
SIMPÓSIO 65 - INVESTIGAÇÕES SOBRE LEITURA: DIÁLOGOS EM
CIRCULAÇÃO NA RODA DOS PESQUISADORES DA ALB

Coordenadoras:
Eliana Kefalás Oliveira – Universidade Federal de Alagoas/ALB –
llycaoliveira@yahoo.com.br
Norma Sandra de A. Ferreira – Universidade Estadual de Campinas/ALB –
normasandra@yahoo.com.br

Resumo:
O debate sobre o ato de ler e sobre práticas de leitura tem atravessado pesquisas e
intervenções de diversos atores sociais em vários âmbitos no Brasil, entre eles:
professores pesquisadores da Educação Básica, professores universitários,
pesquisadores, bibliotecários, pessoas atuando em ONGs e diferentes instituições em
vários estados do país. A Roda dos Pesquisadores da Associação de Leitura do Brasil é
um espaço virtual que agrega esses grupos, oportunizando a interação à distância entre
essas investigações e ações sobre leitura espalhadas por todo o país, de modo que as
especificidades de cada atuação ou estudo possam ser postas em diálogo entre si. Este
simpósio tem o intuito de problematizar e de aproximar reflexões em torno da leitura
que têm sido foco de debates entre os pesquisadores participantes da Roda de
Pesquisadores da ALB. São vários os enfoques e as discussões sobre o ato de ler que
têm permeado esse espaço virtual, entre eles: levantamentos sobre os rumos das
pesquisas em leitura no Brasil; investigações sobre memórias e histórias de leituras;
reflexões a partir de experiências de práticas de ensino da leitura presentes nas
pesquisas acadêmicas e nas ações escolares e não-escolares; relações entre a leitura e a
biblioteca; contrastes e confluências entre a leitura em voz alta e a leitura silenciosa;
relações entre o ato da leitura e diversas manifestações artísticas. No simpósio
“Investigações sobre Leitura: diálogos em circulação na Roda dos Pesquisadores da
ALB”, pretende-se reforçar esse espaço coletivo de interlocução de forma a fazer girar
os saberes na produção de sentidos sobre o ato de ler.
Palavras-chave: leitura, pesquisa, ensino, Roda dos Pesquisadores da ALB

Minibiografias:
ELIANA KEFALÁS – Docente da Faculdade de Letras (FALE) da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), coordenadora da Roda dos Pesquisadores da Associação de
Leitura do Brasil (ALB). Doutora em Letras pela Universidade Estadual de Campinas -
UNICAMP (2009), mestra na área de Educação, Conhecimento, Linguagem e Artes
pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (2003). Tem realizado pesquisa na
área de Letras, com ênfase em: formação do leitor literário; ensino de literatura; leitura
literária, vocalidade poética e performance.
NORMA SANDRA DE A. FERREIRA - Docente da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP), vice-coodenadora da Roda dos Pesquisadores da Associação de
Leitura do Brasil (ALB). Possui pós-doutorado pela Universidade de Algarve-Portugal
(2008), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e
doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1999). Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em: leitura, escrita, literatura infantil e
alfabetização.

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