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Flávio
MAI 30
Publicado por quimicafla
Neste mês de março completa-se 50 anos de um feito que revolucionou a química. E que,
certamente, modificou os livros-texto.
Ocorre que, na época, a teoria do octeto – que já existia desde o final do século XIX – parecia explicar
tudo e era amplamente aceita. Explicava, entre outros, a inércia dos gases nobres: como possuem a
camada de valência completa, não formam ligações. De fato, até então, nenhum composto com
qualquer gás nobre havia sido identificado.
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Isto até que o químico britânico Neil Bartlett, professor na Universidade da Califórnia em Berkeley
(UCB), conseguiu uma façanha – em março de 1962.
Bartlett era um especialista em compostos com flúor e vinha estudando reações redox com o gás
hexafluoreto de platina – PtF6. Ele observou que este gás era capaz de ionizar o gás oxigênio. Como
os potências de ionização do O2 e Xe (1177 e 1170 kJ/mol, respectivamente) são parecidos, Bertlett
tentou a reação com xenônio.
E, pela primeira vez na história da humanidade, um composto de gás nobre foi obtido:
hexafluoroplatinato de xenônio, o Xe+[PtF6]-. Repare que o Xe é um cátion no composto de Bertlett.
Hoje, após o desbravamento de Bertlett, já existem diversos compostos obtidos com Xe e Kr. E o
título de gases inertes foi suprimido da nobreza dos gases nobres!
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MAI 28
Publicado por quimicafla
Prêmio Nobel de Química 1901-1920
Esta seção objetiva apresentar os químicos laureados com o Prêmio Nobel de 1901 a 1920.
As informações a respeito dos cientistas premiados foram obtidas do sítio Wikipedia
(http://pt.wikipedia.org) e do sítio oficial do Prêmio Nobel
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Químico norte-americano que desenvolveu seus trabalhos para a determinação dos pesos atômicos
de mais de vinte e cinco elementos, com quatro cifras decimais.
1915 Richard Martin Willstätter (http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Martin_Willst%C3%A4tter)
Químico alemão que promoveu pesquisas pioneiras sobre os pigmentos vegetais, especialmente a
clorofila.
1916 não houve premiação.
1917 não houve premiação.
1918 Fritz Haber (http://pt.wikipedia.org/wiki/Fritz_Haber)
Químico polonês que desenvolveu a síntese do amoníaco.
1919 não houve premiação.
1920 Walther Hermann Nernst (http://pt.wikipedia.org/wiki/Walther_Hermann_Nernst)
Físico-químico alemão que desenvolveu o chamado “teorema do calor”, segundo o qual a entropia
de uma matéria tende a anular-se quando sua temperatura se aproxima do zero absoluto,
constituindo a terceira lei da termodinâmica.
enzimas..
1975Vladimir Prelog (http://pt.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Prelog)
Químico da Croácia premiado por sua investigação sobre a estereoquímica de moléculas orgânicas e
reacções.
1976William N. Lipscomb (http://pt.wikipedia.org/wiki/William_N._Lipscomb)
Químico dos Estados Unidos da América premiado por seus estudos sobre a estrutura dos boranos
iluminando problemas de colagem química.
1977Ilya Prigogine (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilya_Prigogine)
Nasceu em Moscou, Rússia; ganhador do Prêmio Nobel pelos seus estudos em termodinâmica de
processos irreversíveis com a formulação da teoria das estruturas dissipativas.
1978Peter D. Mitchell (http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_D._Mitchell)
Químico do Reino Unido premiado pela sua contribuição para o entendimento da transferência de
energia biológica através da formulação da teoria quimiosmótica.
1979Herbert C. Brown (http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_C._Brown)
Químico do Reino Unido premiado pelo desenvolvimento de pesquisas sobre o uso de compostos de
boro e fósforo em importantes reagentes em síntese orgânica. Dividiu o prêmio com Georg Witting.
1979Georg Wittig (http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wittig)
Químico da Alemanha premiado pelo desenvolvimento de pesquisas sobre o uso de compostos de
boro e fósforo em importantes reagentes em síntese orgânica. Dividiu o prêmio com Herbert Brown.
1980Paul Berg (http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Berg)
Químico estadunidense, ganhador do Prêmio Nobel em 1980 por desenvolver métodos para mapear
as estruturas e funções do DNA.
1980Walter Gilbert (http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Gilbert)
Cientista dos Estados Unidos da América que contribuiu na determinação das sequências de bases
dos ácidos nucleicos.
1980Frederick Sanger (http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Sanger)
Nasceu em Rendcombe, Inglaterra, e, conjuntamente com Walter Gilbert, ganhou o prêmio em
1980 pelos estudos sobre o DNA.
da polimerase (PCR).
1993Michael Smith (http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Smith)
Químico do Canadá premiado com o Nobel por sua contribuição fundamental para o
estabelecimento de mutagênese baseada em oligonucleotídeo, e o seus estudos no desenvolvimento
para estudos de proteína.
1994George A.Olah (http://pt.wikipedia.org/wiki/George_A._Olah)
Químico da Hungria premiado por sua contribuição para a química do carbocátion.
1995Paul J.Crutzen (http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_J._Crutzen)
Químico da Alemanha premiado com o Nobel por seus trabalhos em química atmosférica,
especialmente no que diz respeito a formação e a decomposição de ozônio.
1995Mario J.Molina (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mario_J._Molina)
Químico mexicano, um dos primeiros cientistas a alertar sobre o perigo que representam para a
camada de ozônio os clorofluorcarbonetos empregados em aerossóis tanto industriais quanto
domésticos.
1995F. Sherwood Rowland (http://pt.wikipedia.org/wiki/F._Sherwood_Rowland)
Químico dos Estados Unidos da América premiado por seus trabalhos em química atmosférica,
especialmente no que diz respeito à formação e à decomposição de ozônio.
1996Robert Curl (http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Curl)
Químico dos Estados Unidos da América premiado com o Nobel de Química em 1996 pela
descoberta de uma nova forma de carbono, buckminsterfullereno.
1996 Sir Harold Kroto (http://pt.wikipedia.org/wiki/Harold_Kroto)
Químico do Reino Unido, provou que as estrelas de carbono podiam produzir as cadeias de
carbono, mas também revelou um resultado surpreendente – a existência de moléculas do tipo C60.
1996Richard Smalley (http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Smalley)
Químico estado-unidense ganhador do Nobel de Química pela descoberta de uma nova forma de
carbono, buckminsterfullereno, juntamente com o também professor de química da Rice Robert
Curl e com Harold Walter Kroto
1997Paul D. Boyer (http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_D._Boyer)
Químico dos Estados Unidos da América premiado pela elucidação do mecanismo enzimático
subjacentes à síntese da adenosina trifosfato (ATP).
1997John E. Walker (http://pt.wikipedia.org/wiki/John_E._Walker)
Químico do Reino Unido premiado pela elucidação do mecanismo enzimático subjacentes à síntese
da adenosina trifosfato (ATP).
1997Jens C. Skou (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jens_C._Skou)
Químico da Dinamarca premiado com o Nobel pela primeira descoberta do íon-transporte de
enzimas, Na +, K + – ATPase.
1998Walter Kohn (http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Kohn)
Químico da Áustria premiado com o Nobel pelo desenvolvimento da teoria densidade-funcional.
1998John A. Pople (http://pt.wikipedia.org/wiki/John_A._Pople)
Químico inglês laureado com o Prêmio Nobel de Química em 1998 pelo desenvolvimento de
métodos computacionais em química quântica.
1999Ahmed H. Zewail (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ahmed_H._Zewail)
Químico nacionalizado norte-americano que constituiu a base de um novo ramo da química, a
chamada femtoquímica, cujo desenvolvimento permite entender melhor as reações do metabolismo
dos seres vivos, por esta pesquisa foi-lhe outorgado o prêmio Nobel.
2000Alan J Heeger (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_J_Heeger)
Físico norte-americano a quem a Academia Sueca outorgou o Prêmio Nobel de Química por sua
contribuição ao conhecimento e desenvolvimento da ciência dos polímeros orgânicos condutores de
eletricidade.
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MAI 27
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MAI 24
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(http://www.grupoescolar.com/a/b/70450.JPG)
encontrar bons professores que o ensinaram línguas estrangeiras e, melhor ainda, matemática e
física, suas disciplinas prediletas. A seguir, para entrar na Universidade de Leiden, teve de estudar
(http://www.grupoescolar.com/pesquisa/#), sem qualquer ajuda, as línguas clássicas. Em
pouquíssimo tempo, aprendeu-as para nunca mais esquecê-las: quarenta anos depois ainda
compunha versos latinos.
(Leiden)
Foi em Leiden que Lorentz travou seu primeiro contato com os trabalhos de Maxwell (furtando,
aliás, algumas obras dele da biblioteca do laboratório de física da universidade).
Terminada a primeira etapa de seu curso (http://www.grupoescolar.com/pesquisa/#) universitário
(correspondente ao atual curso de graduação), Lorentz retornou à cidade natal, Arnheim, onde
conseguira emprego de professor num curso noturno Isso lhe deixava o período diurno para o
trabalho de elaboração de sua tese de doutoramento.
Em 1875, Lorentz viu recompensados seus esforços: conseguiu a láurea e duas ótimas propostas. A
Universidade de Utrecht ofereceu-lhe a cadeira de matemática e a de Leyden a de física teórica, pela
qual optou.
Como gostava de ensinar, estendeu as lições de física teórica à física experimental, seguindo
pessoalmente os exercícios práticos. Ministrou ainda durante muitos anos um curso de física para
médicos, pelo qual foi homenageado com o título de doutor honoris causa em medicina, quando de
seu qüinquagésimo aniversário de doutoramento. Em 1905, Lorentz recusou uma oferta da
Universidade de Munique, apenas para não deixar a Holanda. O governo premiou esta decisão
dispensando-o, em parte, de suas obrigações de professor, a fim de que pudesse dedicar-se
principalmente a estudos e pesquisas. Dando, assim, uma única aula por semana, que era registrada
para publicação, lecionou até poucas semanas antes de sua morte.
Aliás, a idade nunca foi obstáculo para Lorentz: em 1918, presidiu o comitê para drenagem do
Zuiderzee (um profundo golfo holandês), constituído para estudar a construção de um novo dique
no lugar do velho. A nomeação muito honrou Lorentz, que, no entanto, não a. considerou apenas
decorativa. Lançou-se com vigor ao trabalho, a despeito de seus 65 anos. Estudando os ventos, as
correntes e as marés, concluiu que a nova bacia poderia conter mais água do que se previra, mesmo
construindo-se um dique de menor volume. Sem nem chegar a ver a obra concluída, poupou 15
milhões de florins ao governo holandês, cujo Serviço de Águas emprega até hoje seus métodos.
As obras de Maxwell, surrupiadas do laboratório, frutificaram nas mãos de Lorentz: assimilou-as tão
bem que não só dominou a teoria dos fenômenos eletromagnéticos como fê-la progredir, ordenando-
a. Maxwell estabelecera de forma generalizada suas leis do eletromagnetismo. Elas serviam, por
exemplo, para predizer o movimento de um elétron sujeito a um campo magnético, para explicar a
reflexão de uma onda eletromagnética ou para descrever a interação entre cargas elétricas e
radiações eletromagnéticas.
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Restava, portanto, todo o problema – enfrentado e em parte resolvido por Lorentz – de prever as leis
da óptica física através das equações gerais do eletromagnetisino. Ele perguntou-se sobre o que
acontece se a onda eletromagnética for um feixe luminoso que atravessa a matéria (um cristal, por
exemplo); especulou sobre a ação dos elétrons sobre uma onda incidente. Como decorrência desses
estudos, Lorentz elaborou a teoria dos osciladores eletrônicos. Pela observação de um elétron
vibrante em presença de um campo magnético, ele conseguiu explicar e analisar teoricamente certos
aspectos do efeito Zeeman – o fenômeno da decomposição de cada raia do espectro de emissão de
um átomo em diversas outras (multiplets), quando esse átomo está imerso em um campo magnético
muito intenso.
Em determinadas condições, entretanto, cada raia de emissão de um átomo pode dar origem
simplesmente a um triplet (três linhas muito próximas). Lorentz conseguiu interpretar este
fenômeno: por isso, o triplet correspondente é chamado triplet normal de Lorentz e, devido a esse
trabalho, Lorentz dividiu com Zeeman o Prêmio Nobel de Física de 1902.
Os físicos teóricos são criticados por saberem explicar qualquer fenômeno, e se restringirem apenas a
isso. Lorentz, porém, foi adiante: previu que a luz correspondente às linhas nas quais se desdobram
as raias espectrais de um átomo no qual se provocou o efeito Zeeman deve ser polarizada.
Outros casos do efeito Zeeman, como o efeito Zeeman anômalo e o correlato efeito Paschen-Back, só
ganharam explicação muito mais tarde, quando Uhlenbeck e Goudsmit, em 1925, introduziram a
teoria do spin.
Ao estudar as radiações visíveis, Lorentz encontrou uma fórmula que foi descoberta quase ao
mesmo tempo por um outro físico, o dinamarquês Ludwig Valentin Lorentz. Hendrik, longe de se
aborrecer com isto, comentava reiteradamente ser um dos protagonistas de um acontecimento
inusitado e que talvez jamais se repetisse: dois físicos com o mesmo nome descobrirem
simultaneamente a mesma lei.
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Experimento de Rutheford.
MAI 24
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O EXPERIMENTO de RUTHEFORD feito novamente, diante de seus olhos. Um dos clássicos e
folclóricos experimentos da história da química, que provou a existência de um núcleo massivo,
compacto, positivamente carregado e muito pequeno, no interior do átomo.
Veja como o espalhamento de partículas alfa através da folha de ouro ajudou-nos a conhecer o
átomo.
Com legendas em pt (use função CC do player).
0:00 / 4:06
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MAI 23
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Um radiofármaco é uma substância que, por sua forma farmacêutica, quantidade e qualidade de
radiação, pode ser utilizada no diagnóstico e tratamento de seres vivos, qualquer que seja a via de
administração utilizada. De forma mais simples, podemos dizer que radiofármacos são moléculas
ligadas a elementos radioativos (radioisótopos ou radionuclídeos), constituindo dessa forma
fármacos radioativos que são utilizados em uma especialidade médica denominada Medicina
Nuclear. Os radiofármacos são utilizados em quantidades traços (traçadores radioativos) com a
finalidade de diagnosticar patologias e disfunções do organismo. Em menor extensão, são aplicados
na terapia de doenças, particularmente no tratamento de tumores radiosensíveis.
Quando a finalidade é diagnosticar patologias, como por exemplo o infarto do miocárdio ou uma
disfunção renal, utiliza-se, na composição dos radiofármacos, radionuclídeos emissores de radiação
gama. A radiação gama é uma onda eletromagnética e, portanto, apresenta grande penetrabilidade
nos tecidos e baixo poder de ionização quando comparada às radiações particuladas, representadas
pela emissão, pelo núcleo dos átomos radioativos, de partículas alfa (α) ou de négatrons (β–). O
menor poder de ionização da radiação gama minimiza a dose de radiação absorvida pelo paciente.
Radionuclídeos emissores de radiação gama, tais como o tecnécio-99m, iodo-123, índio-111, galio-67
e o tálio- 201, entre outros, são utilizados na composição de radiofármacos para diagnóstico.
Quando a finalidade é terapêutica, o efeito deletério da radiação é utilizado para destruir células
tumorais. Nesse caso, os radiofármacos são compostos por radionuclídeos emissores de radiação
particulada, (α ou β–), que possuem pequeno poder de penetração mas são altamente energéticas,
ionizando o meio que atravessam e causando uma série de efeitos que resultam na morte das células
tumorais. Como exemplo de radionuclídeos emissores de radiação β–utilizados em terapia, podemos
citar o iodo-131, ítrio-90, lutécio-177, rênio-188, estrôncio- 90 e o samário-153, entre outros.
Desenvolver e produzir radiofármacos significa estudar, entre outras coisas, a química da interação
entre elementos radioativos e diferentes moléculas (substratos ou ligantes), para a preparação de
compostos radioativos com afinidade e especificidade por diferentes órgãos, sistemas
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Ao propor a Tabela Periódica dos elementos em 1869, Mendeleev deixou vários lugares vazios para
os elementos até então desconhecidos e previu que os espaços abaixo do manganês, correspondentes
aos números atômicos 43 e 75, seriam eventualmente ocupados por elementos parecidos a este e, por
isso, chamou-os de ekamanganês e dvimanganês (Murphy e Ferro Flores, 2003).
O elemento de número atômico 43, que ficava entre o manganês e o rênio, foi descoberto em 1937
por Carlo Perrie e Emilio Gino Segrè. Após a Segunda Guerra Mundial, o elemento foi batizado
com o nome de tecnécio. Esse nome vem do adjetivo grego technetos ou artificial, e foi utilizado pelo
fato de o tecnécio ter sido o primeiro elemento químico preparado artificialmente (Murphy e Ferro
Flores, 2003).
O tecnécio (Tc) é um metal da segunda série de transição da Tabela Periódica, pertencente à família
7B, e está localizado entre o molibdênio e o rutênio e entre o manganês e o rênio (Murphy e Ferro
Flores, 2003).
Até o momento, todos os isótopos conhecidos do tecnécio são radioativos, desde o tecnécio-90 ao
tecnécio-110, e incluem oito pares de isômeros nucleares, entre eles 99mTc-99Tc (Murphy e Ferro
Flores, 2003). Isômeros nucleares são nuclídeos que se diferenciam apenas pelo seu conteúdo
energético. O nuclídeo no estado mais energético (metaestável), libera energia eletromagnética
(radiação gama) na transição para um estado isomérico de energia mais baixa.
Por meio do sistema gerador de 99Mo-99mTc, o elemento tecnécio-99m pode ser facilmente
disponibilizado no hospital ou serviço de Medicina Nuclear. O gerador é um sistema fechado,
composto por uma coluna cromatográfica de óxido de alumínio (Al2O3), na qual é depositada uma
atividade conhecida de 99Mo. 99Mo desintegra-se na coluna e origina o 99mTc. Fazendo-se passar
através da coluna uma solução salina estéril (solução NaCl 0,9%), coleta-se no líquido eluente
somente o tecnécio- 99m na forma de pertecnetato de sódio (Na+TcO4-), enquanto que o 99Mo
permanece adsorvido à coluna de alumina (Figura 2) (Saha, 1998).
Após um período de crescimento ideal (aproximadamente 24 h), o gerador pode ser novamente
eluído com rendimento teórico máximo de tecnécio-99m. A vida útil de um gerador pode variar de
uma semana a 15 dias, dependendo da carga inicial de 99Mo. A cada dia, uma atividade menor de
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Radiofármacos de tecnécio-99m
Para que ocorra a ligação do elemento tecnécio às diversas moléculas, temos que considerar a
química do elemento, que é muito complicada devido a seus múltiplos estados de oxidação. O
tecnécio pode apresentar estados de oxidação que vão de 3–, 1– e 1+ a 7+, sendo mais freqüentes os
estados de oxidação 7+, representados pelos heptaóxidos e pelos permetalatos, e 4+, nos dióxidos,
tetracloretos e halogenometalatos (Murphy e Ferro Flores, 2003).
Com base (http://qnint.sbq.org.br/qni/) nesses conhecimentos, uma série de reagentes para pronta
marcação com tecnécio-99m foram desenvolvidos e encontram-se disponíveis comercialmente. Esses
reagentes são constituídos pelo ligante ou molécula que se pretende ligar ao tecnécio-99m e por um
agente redutor, sendo que o mais comumente empregado é o cloreto estanoso (SnCl2). Os íons Sn+2
promovem a redução do Tc+7 para estados de oxidação mais favoráveis à incorporação do metal,
que poderá se ligar a uma ou mais moléculas do ligante, formando complexos com diferentes
números de coordenação (Murphy e Ferro Flores, 2003).
Contudo, o grau de redução dependerá de vários fatores: (1) a relação estequiométrica Sn/Tc; (2) as
condições em que se realiza a reação; (3) a presença de um ligante; (4) a natureza química do ligante
e (5) oxigênio presente em solução. As moléculas dos ligantes, por sua vez, devem apresentar átomos
doadores de elétrons, a exemplo do que ocorre com as oxotioaminas, que se unem ao metal por meio
de ligações com átomos de oxigênio, enxofre e nitrogênio.
Vários reagentes para pronta marcação com tecnécio encontram-se disponíveis e são
comercializados na forma liofilizada (isentos de água), e sob vácuo ou atmosfera de gás inerte, para
conservar as propriedades do agente redutor. Dessa forma, os serviços de Medicina Nuclear podem
adquirir os reagentes liofilizados para pronta marcação com tecnécio-99m, bem como o gerador de
99Mo-99mTc, e realizar a marcação de moléculas momentos antes da realização dos exames.
Várias moléculas são excelentes ligantes para o tecnécio-99m com aplicação em Medicina Nuclear
diagnóstica. Uma classe importante de ligantes é representada por compostos fosforados como o
pirofosfato (H4P2O7), um dímero anidro do ortofosfato; o etano-1-hidroxi-1,1-bifosfonato (HEDP
ou EHDP) e o metilenodifosfonato (MDP) (Figura 3) (Murphy e Ferro Flores, 2003; Saha,1998;
Welch e Redvanty, 2003).
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Figura 3: Estrutura de compostos fosforados para marcação com 99mTc: pirofosfato (H4P2O7);
metileno-difosfonato (MDP); etano-1-hidroxi-1,1-bifosfonato (EHDP).
Não se conhece ao certo a estrutura química dos fosfocomplexos formados pelo tecnécio. O MDP-
99mTc parece ser um polímero em que cada átomo de tecnécio se une a dois ligantes e cada MDP
coordenado se liga a dois tecnécios e, portanto, o Tc fica rodeado por seis átomos de oxigênio e o
mais provável é que o oligômero tenha 4-6 centros de tecnécio (IV) (Figura 4) (Murphy e Ferro
Flores, 2003).
O radiofármaco MDP-99mTc deposita-se no osso sadio, com preferência por áreas de crescimento
ósseo. Processos inflamatórios e tumores ósseos concentram o radiofármaco em maior quantidade e
podem ser facilmente diagnosticados por meio das imagens ósseas cintilográficas de corpo inteiro. O
radiofármaco MDP-99mTc é um dos mais utilizados em Medicina Nuclear, particularmente na
pesquisa de metástases ósseas em pacientes com câncer.
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Figura 5: Agentes quelantes para marcação com 99mTc: ácido dietilenotriamino pentacético
(DTPA); ácido glucoheptônico ou glucoheptonato de sódio (GH); ácido dimercaptosuccínico
(DMSA).
O DTPA interage com o 99mTc reduzido para formar complexos com carga negativa em meio
neutro ou levemente ácido. O estado de oxidação do 99mTc no complexo não é conhecido, mas tem
sido relatado como III, IV e V ou uma combinação destes.
Os três radiofármacos são utilizados em estudos renais. O DTPA-99mTc é utilizado para avaliar a
função de filtração glomerular dos rins. DMSA-99mTc e GH-99mTc concentram-se no córtex renal e
são utilizados em avaliações anatômicas e morfológicas.
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Figura 8: Complexo de isonitrila 2-metoxi-2-isobutil isonitrila (MIBI) contendo seis (hexa) ligantes
HEXAMIBI-99mTc.
Na busca por radiofármacos cada vez mais específicos, com especial interesse para o diagnóstico de
diferentes tipos de tumores, vários radiofármacos de tecnécio vêm sendo propostos, constituídos de
ligantes protéicos. Tais proteínas são representadas por anticorpos monoclonais e peptídeos que
reconhecem algum antígeno de superfície ou receptor presente na célula tumoral. Marcadas com
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Muitos ligantes foram estudados para marcação com 99mTc e apresentam utilidade real em
Medicina Nuclear Diagnóstica. Uma vantagem inerente dessa técnica diagnóstica é a de ser um
procedimento não invasivo que possibilita uma avaliação anatômica ou morfológica dos órgãos e,
principalmente, uma avaliação funcional dos mesmos.
Referências
3. SAHA, G.B. Fundamentals of nuclear pharmacy. 4a ed. EUA: Springer, 1998. WELCH, M.J.
e REDVANTY, C.S. Hand-book of radiopharmaceuticals – Radio-chemistry and
Applications. Inglaterra: John Wiley & Sons Ltda, 2003.
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MAI 23
Publicado por quimicafla
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25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
A 118 quilômetros de São Paulo existe, em Campinas, o único acelerador de partículas da América
Latina. Desde já, saiba que é maldade compará-lo ao todo poderoso LHC, mas o LNLS
(Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) e seu acelerador UVX fazem algumas coisas bem
animais. E nós fomos visitá-los para entender o que acontece quando alguém aperta o play e as
partículas começam a rodar loucamente em uma gigantesca estrutura circular.
O LNLS faz parte de um pólo de pesquisas chamado CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em
Energias e Materiais), localizado em um local afastado da cidade de Campinas. O local, sem fins
lucrativos, foi criado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e abriga quatro grandes centros de
pesquisa: o LNBio, de biociências; o CTBE, de bioetanol; o LNNano, focado em nanotecnologia; e o
já citado LNLS, que conta com um síncrotron. Passeando pelas instalações, é fácil lembrar de vários
cenários do jogo GoldenEye 007, aquele clássico que você jogou até desmaiar com seus primos
(Facility, saudades).
O sícrotron é essa estrutura que você vê na foto inicial. Aquilo é um acelerador de partículas, com 30
metros de diâmetro. Porém, tudo começa mais embaixo: enterrado no chão do sícrotron há um
acelerador linear, que dispara os pacotes de elétron no anel central. Lá, os elétrons ficam correndo
loucamente até atingirem algo próximo à velocidade da luz. E aí a corrida de verdade acontece.
Ao atingir a velocidade ideal, o elétron entra no anel síncrotron. Mas diferente daquele autorama
simples que eu tinha quando era pequeno, os elétrons não correm com tanta facilidade na pista. O
motivo? Eles não sabem fazer curva (tudo bem, eu também não sabia). E se um elétron encosta em
qualquer uma das paredes do anel, ele perde força, o experimento é abortado e é bem caro começar
tudo de novo.
(http://www.gizmodo.com.br/o-que-acontece-dentro-do-acelerador-de-particulas-brasileiro/anel/)
A solução para curvas é também o que faz com que o LNLS seja tão importante: ao adicionar
eletroímãs nos pontos de curva, o anel não só deixa o elétron girando como uma massa teleguiada.
Ele também recolhe o material essencial das pesquisas, a radiação síncrotron.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 27/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
O anel do LNLS tem objetivo bem diferente do LHC. O segundo trabalha com os extremos da física
nuclear. Mexendo com partículas subatômicas e atingindo forças de mais de 130 GeV (a energia de
um elétron acelerado por uma tensão de 130 bilhões de Volts), o LHC quer explorar um universo
que ainda é um mistério para nós, como a matéria negra, o Bóson de Higgs e outras maluquices —
e se essa parte lhe interessa, recomendamos a leitura sobre o que aconteceu no Phenomenology 2012
Symposium (http://arstechnica.com/science/2012/05/the-state-of-particle-physics-a-report-from-
pheno-2012/).
A proposta do LNLS é outra. Diversas fabricantes de todo o tipo de material imaginado precisam de
novos estudos em busca de melhores materiais — mais baratos, menos poluentes, mais maleáveis
etc. E ter uma estrutura sem fins lucrativos que conta com uma máquina de US$250 milhões pronta
para pesquisar tais materiais é ótimo.
(http://www.gizmodo.com.br/o-que-acontece-dentro-do-acelerador-de-particulas-brasileiro/linha/)
E é assim que chegamos à radiação síncrotron. Toda vez que o elétron é desviado por um eletroímã,
ele deixa um vestígio. Tal espectro é encaminhado para sua linha de luz correspondente. Imagine
como um arco-íris: cada feixe de radiação corresponde a um tipo de pesquisa de material. A partir
daí, análises são feitas em aplicações como, por exemplo, proteínas e cristais. Enquanto um arco-íris
tem um espectro de cores, o síncrotron é capaz de selecionar a “cor” e até mesmo a polarização da
radiação criada.
Porém, o anel brasileiro está atrasado. É, juro. Nosso anel de sícrotron é de segunda geração. Isso
significa que nossos elétrons conseguem gerar uma energia de apenas 1.37 GeV. Em países como
França e Inglaterra, o anel de síncrotron de terceira geração atinge até 3 GeV. Na prática, isso
significa que o espectro gerado pelos franceses e ingleses é muito mais preciso e detalhado do que o
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 28/44
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emitido aqui. Harry Westfahl, vice-diretor científico do LNLS, diz que a diferença das imagens
chega a seis graus de diferença: enquanto conseguimos enxergar os espectros gerados na casa dos
milímetros, um síncrotron de terceira geração é tão detalhista que chega na casa dos nanômetros.
O projeto Sirius
(http://www.gizmodo.com.br/o-que-acontece-dentro-do-acelerador-de-particulas-brasileiro/sirius/)
O projeto Sirius é o próximo passo do Brasil no estudo de elétrons, partículas e materiais com um
acelerador de partículas. E é a grande empolgação de quem trabalha no LNLS: um síncrotron de
terceira geração, cinco vezes maior do que o anel atual.
Para se ter uma ideia, o acelerador atual caberia no meio do anel da foto acima, a concepção
artística do Sirius. A expectativa é a de que o local tenha 31 mil metros quadrados e conte com 40
linhas de luz para captação dos espectros, que poderão ser analisados com mais precisão. Segundo o
LNLS:
“Apesar da alta confiabilidade, a atual fonte Síncrotron, de 2ª geração, possui limitações que
inviabilizam sua utilização em um grande número de aplicações relevantes para futuros projetos de
ciência e tecnologia. Sirius, de 3ª geração e raios X altamente energéticos, terá parâmetros
semelhantes ou superiores às modernas instalações do mundo, abrindo novas oportunidades para a
pesquisa brasileira.”
Na prática, o Sirius aumentaria o número de empresas interessadas no uso do país como campo de
pesquisas — gigantes como a General Electric e a IBM usam a luz de síncrotron para pesquisas de
materiais. A capacidade de pesquisas por ano também saltaria de 1.600 para 2.700 — hoje,
empresas ficam na fila para poder usar o UVX. Ou seja: o Sirius quer “internacionalizar” o Brasil no
assunto, colocá-lo no mapa quando o assunto for acelerar partículas.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 29/44
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(http://www.gizmodo.com.br/o-que-acontece-dentro-do-acelerador-de-particulas-brasileiro/sirius2/)
No entanto, o Projeto Sirius, por enquanto, ainda está no papel e a previsão para o término de sua
construação é apenas em 2016. E ele já vem sendo divulgado e prometido pelo menos desde 2010
(http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/783653-acelerador-nacional-de-luz-sincrotron-sera-mais-
potente.shtml). Mas O CNPEM e o LNLS têm motivos para se empolgar: a instalação é um dos
carros-chefe do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O Projeto Sirius foi orçado em US$207 milhões, pouco mais de R$400 milhões. A promessa do
Ministério é a de que neste ano sejam liberados pelo menos R$35 milhões para o início das obras,
que ocupará um grande espaço no CPNEM. O pólo argumenta que o valor é ínfimo: equivale a
0,01% do PIB em 2010, e 1,7% dos gastos federais em ciência e tecnologia no mesmo ano.
Teremos que esperar bons anos para ver o Sirius em ação. E, não, ele não encontrará o Bóson de
Higgs. Mas, com sorte, ele ajudará o Brasil a se firmar em um cenário onde ainda estamos devendo
um bocado. E em 2016 nós voltamos lá para ver se a promessa se concretizou.
*Se etimologicamente a palavra síncrotron também lhe deixa curioso, nosso amigo físico Pedro Augusto
explica detalhadamente de onde veio o nome desse monstrinho:
“A diferença entre o síncrotron e seu irmão mais velho, o cíclotron, é que o segundo acelerava prótons
(bem mais pesados que os elétrons) entre duas cavidades semicirculares em que a direção de um campo
elétrico é alternada constantemente, fazendo com que os prótons ganhem velocidade a cada passagem por
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 30/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
uma dessas cavidades, enquanto um campo magnetico é responsável por mantê-los em uma órbita
circular estável.
O problema é que quando uma partícula alcança velocidades próximas à da luz, os efeitos relativísticos
começam a aparecer, e a partícula fica mais ‘pesada’, portanto mais difícil de ser acelerada a cada um ciclo
desses. Isso, somado à perda de energia do elétron em forma de radiação eletromagnética em razão de estar
sendo acelerado em uma órbita, causa uma dessincronia entre a frequência desses elétrons no acelerador e
o próprio acelerador. É como se quanto mais rápida ela ficasse, mais lenta ela ficasse. A solução pra isso é
sincronizar os cíclos com esses efeitos relativísticos dando a cada ciclo um pouco mais de energia para a
particula. o resultado final é que a particula dá uma volta completa no acelerador sempre com a mesma
duração de tempo, e assim todos ficam feliz. Daí o nome: SÍN-CRO-TRON!”
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Mecanismos de reação.
MAI 22
Publicado por quimicafla
SN2: Substituição nucleofílica bimolecular
De uma forma geral, quando um nucleófilo encontra um haleto de alquila ele pode fazer duas
coisas: atacar o carbono diretamente e deslocar o íon haleto, ou atuar como uma base, induzindo a
de-hidro-halogenação do haleto de alquila e produzir um alceno. O último caso, refere-se à
eliminação bimolecular (E2). O primeiro, à substituição nucleofílica bimolecular – SN2.
(https://flaviogimenes.files.wordpress.com/2012/05/clip_image0024.jpg)
Mas a pergunta é: por quê cargas d’água iria um nucleófilo atacar um carbono?! A resposta
está no simples fato de que cargas opostas se atraem. Um nucleófilo é uma espécie química que é
atraída por cargas positivas – algumas vezes, chega a possuir, de fato, carga negativa. Como o
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 31/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
grupo de saída ligado ao carbono que irá sofrer o ataque do nucleófilo invariavelmente saca elétrons
do carbono, deixa-o com uma carga parcialmente positiva – um forte candidato para a substituição
nucleofílica.
Mec.ANIMAÇÃO:// SN2
(http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/sala_de_aula/mecanismos/mecanismos.html)
Veja uma simulação da reação SN2: click na figura acima!
O ataque do nucleófilo sempre é ao longo do eixo de ligação C-X – o caminho de menos energia
para a reação. Uma das principais características da SN2 é que o processo provoca uma inversão
da configuração do átomo de carbono ligado ao grupo de saída (inversão de Walden). Se o
reagente de partida for um composto quiral e na forma pura, o produto também será quiral, mas
com a configuração oposta. Por exemplo: a reação entre o íon acetato e o (S)-2-bromo-1-
fenilpropano produz o composto (R)-2-acetato-1-fenil-propano.
A inversão da estereoquímica em átomos de carbonos assimétricos durante uma reação SN2 é um
forte indício de que a reação passa por um mecanismo concertado, envolvendo a formação de um
estado de transição onde o átomo de carbono faz “5 ligações”! Na verdade, existe a formação de
duas ligações parciais (Nu-C e C-X).
Outro detalhe importante nesta reação é que não se observa a formação de um intermediário
iônico. Como consequência, nos casos onde, via SN1, o haleto de alquila formasse um carbocátion
primário – altamente instável – as reações parecem optar pelo mecanismo SN2. Em solventes menos
polares, também, onde o carbocátion do SN1 é pouco estável, a reação ocorre preferencialmente via
SN2.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 32/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Os produtos de uma reação SN1 são similares aos da reação SN2, mas o mecanismo é
completamente diferente. Nesta reação, não ocorre inversão do configuração do carbono eletrófilo, e
pode acontecer rearranjos do carbocátion: neste mecanismo, há a formação de um intermediário
iônico.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 33/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
(https://flaviogimenes.files.wordpress.com/2012/05/clip_image0054.jpg)
Mec.ANIMAÇÃO:// SN1
(http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/sala_de_aula/mecanismos/mecanismos.html)
Veja uma simulação da reação SN1: click na figura acima!
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 34/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
A reação de eliminação que ocorre pelo mecanismo E1 passa por uma etapa inicial com a formação
de um carbocátion. Esta é a etapa lenta, que envolve o desprendimento do grupo de saída. A etapa
seguinte é o ataque do nucleófilo – mas não sobre o carbono e sim sobre um átomo de hidrogênio
(próton) ligado ao carbono adjacente. O resultado é a produção de dois carbonos sp2, ou seja, a
formação de uma ligação dupla.
(https://flaviogimenes.files.wordpress.com/2012/05/clip_image0094.jpg)
A velocidade da reação depende somente da etapa lenta – não é influenciada pela concentração do
nucleófilo. A lei da velocidade, então, é v=k.[substrato].
Mec.ANIMAÇÃO:// E1
(http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/sala_de_aula/mecanismos/mecanismos.html)
Veja uma simulação da reação E1: click na figura acima!
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 35/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
O solvente ideal para uma reação acontecer via SN1 é um que estabilize o ânion liberado e também
o carbocátion formado. O substrato deve ser um carbono altamente substituido: carbonos primários
e haletos de metila não reagem via E1. O substrato deve ter um bom grupo de saída, como haletos
ou tosilato. A natureza do base não é muito importante, pois esta não participa da etapa lenta.
Como a reação ocorre via formação de um carbocátion,
podem ocorrer rearranjos, assim como no caso das reações SN1, no sentido da formação do
carbocátion mais estável.
(https://flaviogimenes.files.wordpress.com/2012/05/clip_image0134.jpg)
Mec.ANIMAÇÃO:// E2
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 36/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
(http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/sala_de_aula/mecanismos/mecanismos.html)
Veja uma simulação da reação E2: click na figura acima!
A polaridade do solvente não é muito importante. Tal como na reação E1, o substrato deve ser
altamente substituído. Como E2 não passa pela formação de intermediário iônico (carbocátion), não
ocorrem rearranjos na estrutura do substrato. Este deve possuir um bom grupo de saída.
Resumindo…
Em Química Orgânica avançada aprendemos que, de fato, nenhuma reação química ocorre via
somente um dos mecanismos vistos acima. No caso de uma substituição, por exemplo, existe sempre
uma competição entre SN1 e SN2. Mas, no curso de graduação, aprendemos os mecanismos
separadamente – assim teremos já esta “bagagem” quando chegarmos à pós-graduação. De
qualquer forma, a tabela abaixo resume as afinidades mecanísticas correlacionadas com a
substituição do carbono eletrofílico.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 37/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
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MAI 20
Publicado por quimicafla
(https://flaviogimenes.files.wordpress.com/2012/05/matematicanafisica.jpg?w=254)
Essa sempre foi uma questão muito importante para mim. Nunca me conformei com o jeito como a
Física é ensinada nem com o conteúdo das apostilas nas escolas públicas, no ensino médio. Não
podemos tirar a matemática da Física e, sim, ensiná-la como uma nova linguagem, desde o ensino
fundamental, como ensinamos a gramática. Nesse texto do site http://www.quantumdiaries.org/
(http://www.quantumdiaries.org/), onde Byron Jennings, um físico nuclear, faz um artigo sobre a
importância da matemática e os argumentos racionais da ciência, ele fala exatamente sobre a
importância da matemática na Física.
E eu achei muito legal! Vale a pena ler. Por isso traduzi e resumi, mas se quiserem ler na íntegra,
entrem no site e leiam esse e outros artigos interessantíssimos do mundo da Física Quântica:
Os cientistas usam a matemática para saber como funciona o Universo e, com isso, fazer previsões
precisas e, assim, através dela, poderem ser testadas experimentalmente. Mas não é só isso.
Nem toda ciência tem a matemática envolvida e vice-versa. A astrologia, por exemplo, utiliza uma
matemática precisa para calcular as previsões planetárias, mas isso não faz dela ciência. Charles
Darwin e Carl Linnaeus em suas obras sobre a Classificação dos seres vivos e a Evolução são exemplos
de ciência que foram feitas sem muita matemática (nem por isso deixaram de ser ciência).
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 38/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
(http://1.bp.blogspot.com/-
aiGO9yj2Sws/T6WnTdGu4sI/AAAAAAAADk4/-TCYR2wzTxs/s1600/a+escola+de+athenas.jpg)
Os antigos filósofos gregos Platão e Aristóteles consideravam, também, o uso da matemática para
descrever as suas observações.
Galileu foi criticado por usar a matemática para descrever o movimento. No entanto, desde então, o
uso da matemática foi utilizado para descrever fenômenos físicos.
O fundamento matemático é um novo conjunto de ideias. Para o nosso propósito, partindo do ponto
de vista científico, tudo o que precisamos saber é que nos ajuda a fazer previsões mais precisas. Nós
usamos porque funciona. E isso é tudo.
A matemática está tão entrelaçada como parte da Física que se tornou, de fato, uma linguagem. Isso
é o que torna a Física verdadeira, a matemática é parte integral do pensamento científico. Quando
os físicos discutem, equações fluem. A matemática continua sendo uma ferramenta totalmente
integrada no processo da ciência.
Pessoas que não têm uma formação sólida em matemática são, de certa forma, alienadas da ciência.
Podem até traduzir a linguagem matemática para a linguagem comum, mas, algo sempre se perde
nessa tradução, em se tratando da mecânica quântica – ou ainda, no caso das partículas, na Física
Moderna, a coisa é pior – daí surgem absurdos como o nome “partícula de deus”.
A lógica pode ou não dar origem à matemática, mas para a física, o que exigimos dela é que seja útil
na medida em que nos ajuda a melhorar nossas previsões. Os argumentos racionais disfarçados de
lógica muitas vezes se tornam sedutores, mas ilusórios. Ao contrário da matemática, os argumentos
não são 100% confiáveis e esse é o maior problema da filosofia.
(http://1.bp.blogspot.com/-
s8fPr_pzxCs/T6WnpYOa08I/AAAAAAAADlA/duOFQE9Yl9s/s1600/a+fisica+na+matematica.jpg)
Na ciência, começamos com uma ideia e desenvolvemos com argumentos racionais e matemáticos.
Verificamos com outros colegas para nos convencer se o argumento está 100% correto, em seguida,
a experiência é realizada. A filosofia é como a ciência, mas sem a experiência. Talvez a verdadeira
definição de um argumento racional seja a experiência e as observações, pois é aquela que produz
resultados. Matemática, lógica e os argumentos racionais são apenas um meio para um fim. As
produções de modelos nos permitem fazer previsões precisas. E, no final, é só o sucesso das previsões
que contam.
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MAI 20
Publicado por quimicafla
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 40/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
Pela ionização do átomo (azul) em um campo de laser (vermelho) são produzidos elétrons (verdes),
que podem nascer individualmente ou em pares, em uma escala de duração que só muito
abstratamente pode ser chamada de “tempo”. [Imagem: TU Wien]
Nascimento de um elétron
Quando se afirma que um pulso de luz arranca um elétron de um átomo, é fácil imaginar algo
como um jogo de bolas de bilhar envolvendo fótons e elétrons.
Mas talvez não precisasse ser tão distante assim da realidade com a qual estamos tão acostumados.
Para começar, esta é a primeira vez que os cientistas conseguem assistir ao “nascimento” de um
elétron, um processo que era rápido demais para as tecnologias disponíveis até então.
Mas o que mais impressionou é que não é possível definir o momento exato do nascimento do
elétron – simplesmente porque ele não nasce em um momento apenas.
Nascimento multitemporal
Quando a intensa luz do laser atinge o átomo, um elétron individual deixa o átomo em diferentes
pontos no tempo.
São diferentes processos que se combinam, de forma muito parecida com as ondas na superfície da
água, até formar um complexo padrão de ondas que, no final, e apenas no final, corresponderá ao
elétron que “nasceu” – mas isso só pode ser definido com precisão em um momento quando o
elétron já está fora do átomo.
“O elétron não é removido do átomo em um ponto no tempo durante a interação com o pulso de
laser. Há uma superposição de vários processos, como frequentemente acontece na mecânica
quântica,” confirma o professor Markus Kitzler.
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 41/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
O processo inteiro leva 10 attossegundos – 1 attossegundo está para 1 segundo assim como 1
segundo está para a idade do Universo.
O experimento dá informações valiosas sobre os elétrons no átomo, algo que não estava acessível até
hoje, sobretudo na evolução da fase quântica do elétron, a batida que dá o ritmo para a oscilação
das ondas quânticas.
Em termos mais práticos, é esse nascimento multitemporal que define todos os processos de
ionização.
E é difícil imaginar qualquer processo natural ou qualquer tecnologia na qual a ionização não esteja
envolvida – você certamente já ouviu falar da camada de ozônio, das baterias de íons de lítio e da
energia nuclear, certo?
Dupla ionização
Isso foi demonstrado em outro experimento intimamente relacionado, também naquilo que os
cientistas estão chamando de “nascimento de um elétron”, mas este realizado na Universidade do
Estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Usando as mesmas interações entre luz e matéria, também em um quadro temporal 42/44
https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ de
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
O processo é raro – só nasce um par de elétrons gêmeos a cada 1.000 elétrons nascidos vivos.
Essa maternidade quântica também revela suas surpresas, porque os elétrons podem nascer em
sequência, como seria de se esperar, mas também podem nascer simultaneamente.
Boris Bergues e seus colegas estavam interessados justamente nos elétrons gêmeos, frutos da
chamada dupla ionização não sequencial.
Nesse nascimento de gêmeos univitelinos simultâneos – eles nascem do mesmo átomo, ao mesmo
tempo – o laser começa a remover um elétron, que ganha energia suficiente para arrancar um
segundo elétron.
Contudo, confirmando que as coisas no mundo quântico podem não se suceder em uma escala
temporal linear, o segundo elétron é arrancado muito antes que o primeiro possa adquirir uma
energia suficiente para explicar sua própria capacidade de arrancar o segundo elétron.
Bibliografia:
Attosecond Probe of Valence-Electron Wave Packets by Subcycle Sculpted Laser Fields
Xinhua Xie, Stefan Roither, Daniil Kartashov, Emil Persson, Diego G. Arbó, Li Zhang, Stefanie
Gräfe, Markus S. Schöffler, Joachim Burgdörfer, Andrius Baltuška, Markus Kitzler
Physical Review Letters
Vol.: 108, 193004
DOI: 10.1103/PhysRevLett.108.193004
Attosecond tracing of correlated electron-emission in non-sequential double ionization
Boris Bergues, Matthias Kübel, Nora G. Johnson, Bettina Fischer, Nicolas Camus, Kelsie J. Betsch,
Oliver Herrwerth, Arne Senftleben, A. Max Sayler, Tim Rathje, Thomas Pfeifer, Itzik Ben-Itzhak,
Robert R. Jones, Gerhard G. Paulus, Ferenc Krausz, Robert Moshammer, Joachim Ullrich, Matthias
F. Kling
Nature Communications
Vol.: 3: 813
DOI: 10.1038/ncomms1807
Publicado em Atualidades
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https://flaviogimenes.wordpress.com/2012/05/ 43/44
25/5/2014 maio | 2012 | Espaço do Profº. Flávio
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