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CUSTOS

E
Commented [1]: Material de Apoio direcionado aos

OPERAÇÕES CONTÁBEIS Alunos - ETIM

Profa. Giseli Fernandes

2016

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1 – CONCEITO DE CUSTO

A contabilidade de custo tem duas funções relevantes: AUXÍLIO e CONTROLE,


ajudando assim a às tomadas de decisão por parte dos gestores, no que diz respeito ao
controle, sua missão é fornecer dados para padrões, orçamentos e outras formas de
previsão, e num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido
para comparação com valores anteriormente definidos.
O papel da contabilidade de custos é de suma importância pois consiste na alimentação
de valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo (como
medidas de introdução ou corte de produção, administração preço de venda etc.).
Portanto ela deixa de ser apenas uma auxiliar em controle de estoque para tornar-se uma
importante ferramenta de controle e decisão gerencial.
O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável;
ou, se não; e rentável, se é possível reduzi-los (custos).
Até a Revolução industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira
(ou Geral Diferenciação entre custo e despesa, que, desenvolvida na Era Mercantilista,
estava bem estruturada para servir as empresas comerciais.
Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do balanço
em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida
em valores monetários era exatamente simples: o Contador verificava o montante pago
por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o Cálculo
basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais,
adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o
valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição:

Estoques Iniciais

(+) Compras
(-) Estoques Finais
Custo das Mercadorias
(=) Vendidas

Com advento das indústrias, tornou-se mais complexo o levantamento do balanço e


apuração do resultado.

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Demonstração do Resultado do
Exercício

VENDAS
LÍQUIDAS 1.000,00
(-) CMV
Estoques
Iniciais 200,00

(+) Compras 700,00


(-) Estoques -
Finais 500,00 400,00

(=) Lucro Bruto 600,00

(-) Despesas
-
Comerciais 60,00
-
Administrativas 220,00
- -
Financeiras 150,00 430,00

Resultado Antes do IR 170,00

Conceito:

O custo é o gasto que representa a fabricação de um produto ou a prestação de um serviço.


Ao estabelecer o custo de produção, é possível determinar o preço de venda ao público
do bem em questão (o preço ao público é a soma do custo mais o lucro).
O custo de um produto é composto pelo preço da matéria-prima, o preço da mão-de-obra
direta usada na sua produção, o preço da mão-de-obra indireta usada para o
funcionamento da empresa e o custo de amortização da maquinaria e dos edifícios.
A análise dos custos permite conhecer o quê, onde, quando, em que medida, como e a
que se sujeitou, o que possibilita uma melhor administração do futuro.

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Diferenciação entre custo e despesa

- Despesa com MP ou Custos de MP?


- Gastos ou despesa de fabricação?
- Gastos ou Custos de Materiais Diretos?
- Investimentos?
- CUSTOS ou DESPESAS?

Custos são espécies de gastos dentro da empresa, porém não são os únicos, podendo, por
exemplo, a empresa gastar seu dinheiro ao comprar estoque ou até mesmo máquinas,
sendo estes INVESTIMENTOS.
Então quando é custo?
Quando consumimos aquela máquina (que quando usada sofre um desgaste que
chamamos de depreciação), ou quando consumimos estoques ao enviar uma matéria-
prima para a produção temos CUSTOS.
Quando consumido fora da produção, ou seja, que não esteja ligado diretamente ao
produto, chamamos de DESPESA.
É importante lembrar que todo dinheiro gasto que irá para a conta do ATIVO (?), ou seja,
dinheiro gasto em bens e direitos para a companhia, será considerado como investimento,
assim o ESTOQUE é ATIVO enquanto não for consumido, ou seja, quando mandamos a
matéria-prima para a produção para virar o produto, esta quantidade de matéria utilizada
para esta produção, fará parte do CUSTO desta produção.
Custo e despesas não são sinônimos, tem sentido próprio. Custo só se refere ao sacrifício
na produção.

Custo – Gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços.
É para a fabricação de um produto ou execução de um serviço que será oferecido aos
clientes
Ex.: Matéria-prima.
.
Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.
Que se destinam às fases de administração, esforço de venda e financiamento serão
chamados de despesas – “o dinheiro que a empresa gasta para vender o produto ou serviço
aos clientes”.
Ex.: Comissão do vendedor.

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É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas nem sempre
é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam. Para tanto, basta
definir-se o momento em que o produto está pronto para a venda. Até aí, os gastos (na
produção) são custos. A partir deste momento, tornam-se despesas.

Exercício.

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Classificação dos Custos

Com o desenvolvimento da economia, o conhecimento dos custos de produção da


empresa tornou-se muito importante, pois com o acirramento da concorrência e o repasse
em forma de aumento de preço tornou-se muito mais complexo e a variável que a empresa
possui maior controle é justamente seus custos de produção, portanto, os custos são as
variáveis de grande importância para um bom resultado da empresa. Para tanto, torna-se
necessário entender primeiramente alguns conceitos de custos como: DIRETO,
INDIRETO, FIXOS e VARIÁVEIS.

CUSTO: é o somatório do esforço físico ou monetário despendido na produção de um


bem ou serviço, são os gastos incorridos no processo de produção da empresa. Ou seja,
todos os produtos consumidos no processo produtivo para atingir o objetivo principal da
empresa.

- custo direto
São aqueles identificáveis com cada produto de maneira clara, direta e objetiva; a
associação e a apropriação se processa por meio de mensuração direta. Alguns custos
podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver alguma medida de
consumo. Conhece-se quanto cada produto absorveu de custo. O exemplo mais comum é
a matéria-prima.
Outro exemplo seria a mão de obra dos operários. Sabendo-se o tempo para fabricar certo
produto, basta calcular o custo de mão de obra deste operário e aloca-lo exatamente ao
produto/serviço.
Qual a importância deste controle?
Com o controle dos custos diretos é possível identificar exatamente o quanto a empresa
gasta para produzir, comprar os produtos prontos ou prestar o serviço, conseguindo assim
ter uma visão isolada do quanto a empresa gastou diretamente em sua “alma”. Importante
lembrar que quanto menor o custo direto, melhor pode ser o resultado da empresa
(Margem de contribuição.

- custo indireto
São aqueles alocados a cada produto por meio de estimativas e aproximação, podendo a
associação conter subjetividade e seu grau de precisão ser baixo, não sendo possível
alocar diretamente ao produtos e serviços, necessitando de análises e critérios para que
possam ser alocados. Não são identificáveis ao produto, não há uma medida, porém há a
necessidade de estimar e distribuir os custos (rateio).

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No caso de pessoal que trabalha na limpeza ou supervisão e que não operam diretamente
no produto, fica difícil saber quanto tempo se dedicou ao item fabricado. Neste exemplo,
pode-se denominar mão de obra indireta (MOI).
Há também custos que podem ser tratados como direto ou indireto, por exemplo a energia
elétrica quando houver um marcador por máquina podendo identificar a exata quantidade
consumida
A compreensão dos custos diretos e indiretos fará com que o gestor entenda como todos
os gatos ocorridos no mês estão distribuídos na empresa, permitindo assim uma melhor
análise de como cuidar de cada um desses custos na busca de um melhor desempenho.

- custo fixo
São os custos cujo o montante independe do volume de produção, ou seja, se a empresa
produzir mais ou menos produtos “X”, estes custos continuarão existindo independente
do volume produzido.
É importante lembrar que o custo fixo pode aumentar proporcionalmente ao crescimento
da empresa.
Estes também sofrem variações devidas apenas à inflação ou ao acréscimo de preços.
Somente algumas despesas tais como ordenados do pessoas administrativo, são fixas ou
pelo menos previsíveis para o período orçamentário da empresa.
A grande utilidade de se verificar o total de custos fixos, é saber se este está proporcional
ao que a empresa faz de produtos/ serviços.
Exemplo: Aluguel, salário da recepcionista.

- Custo variável
São os custos cujo valor acompanha o volume de produção, dentro de certo período, por
exemplo, se a empresa produzir mais os custos se elevarão na mesma proporção.
Geralmente espera-se ter mais custos variáveis do que custos fixos, pois geralmente eles
só acontecem quando se tem uma receita para cobrir estes custos, portanto se a empresa
tem um gasto maior com certa matéria-prima, entende-se que há um aumento na
fabricação/venda do produto ligado à esta MP.

- misto`
São os custos que variam de acordo com a produção, mas possuem uma parte fixa mesmo
que nada seja produzido. Também são denominados semifixos e semivariáveis. Exemplos
= energia elétrica, aluguel de máquinas de xerox etc.

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Importante:
Custos Diretos e Indiretos dizem respeito ao relacionamento entre o custo e o produto
feito: os diretos são diretamente apropriáveis ao produto de forma objetiva e fácil. Já os
Indiretos necessitam de apropriações especiais para a sua alocação (como estimativas,
base de rateio etc.)
Custos Fixos e Variáveis são uma classificação que não leva em consideração o produto
em si, mas o relacionamento entre o valor total do custo em um período e o volume de
produção.
Fixos e Variáveis são classificações aplicáveis também às despesas.

Exercícios

Demonstração do resultado da Indústria Tinto Ltda

Para fixar...

CUSTOS DE FABRICAÇÃO
Custo de fabricação ou custo industrial compreende a soma dos gastos com bens e
serviços aplicados ou consumidos na fabricação de outros bens.

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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE FABRICAÇÃO
1 – PRODUTOS
Custo pode ser DIRETO ou INDIRETO

DIRETO – Compreende os gastos como matérias, mão de obra e gastos gerais aplicados
DIRETAMENTE na fabricação, compondo cada unidade produzida como já citado
anteriormente.

INDIRETO – Compreende os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais aplicados
INDIRETAMENTE NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS, também já visto detalhadamente nas
páginas anteriores.

2 – VOLUME DE PRODUÇÃO
Custo pode ser FIXO ou VARIÁVEL

FIXO – Permanecem estáveis independentemente da variação do volume de produção.


Vale lembrar que não integram o valor do produto. Este beneficia a produção total do
período, logo, são denominados indiretos.

VARIÁVEL – Variam de acordo com o volume de produção e por estarem vinculados a


produção também são denominados diretos.

MISTOS – Classificado semifixos e semi-variáveis Ex.: SF – Energia elétrica que pode


possuir uma parcela fixa e outra variável; e o SV – Mão de obra.

Exercícios

Princípios aplicados a custos


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O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições
legais e regimentais, CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação
apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade,
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) ...

Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº.
1282/10)

I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE;

III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO HISTÓRICO;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº.


1282/10)

VI) o da COMPETÊNCIA; e

VII) o da PRUDÊNCIA.

Porém, estudaremos os Princípios aplicados a custos:

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL (Histórico)

Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional.

(...)

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em
caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para
adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos
recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias,
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar
o passivo no curso normal das operações;
(...)

SEÇÃO VI

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O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Também conhecido como princípio da confrontação entre receitas e despesas, que tem
como principal preocupação o resultado.

Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela
Resolução CFC nº. 1282/10).

SEÇÃO VII
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
Esse princípio que decorre da convenção contábil do CONSERVADORISMO impõe a
adoção da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os


componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de


precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições
de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que
passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada
pela Resolução CFC nº. 1282/10)
http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm

Sistemas de Custeio
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Existem vários sistemas que podem ser utilizados para o custeamento dos produtos:

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CONTÁBIL

Custeio por Absorção (também chamado “custeio integral”) é o método derivado da


aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados


pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro
do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são
distribuídos para todos os produtos feitos.

Exemplo:
Admitindo-se os seguintes custos para produção de XYZ, pelo método do sistema de
absorção, teremos:

DESCRIÇÃO VALOR R$
Matérias Primas transferidas para produção 25.000,00
Custo da Mão de Obra da Produção apurada no mês 10.000,00
Gastos Gerais de Produção apurados no mês 8.000,00
TOTAL DO CUSTO DE PRODUÇÃO DO MÊS 43.000,00
Unidades Produzidas no mês 5.000
Custo Unitário de Produção de XYZ 8,60

As principais características do custeio por absorção:

1. Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos.


2. Necessita de critério de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos (gastos
gerais de produção) quando houver dois ou mais produtos ou serviços.
3. É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é útil como ferramenta de
gestão (análise) de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos entre diversos
produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras ineficiências
produtivas.
4. Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção.

1 - COMO DETERMINAR O CUSTO DE FABRICAÇÃO UTILIZANDO O


CUSTEIO POR ABSORÇAO?

Exemplos de Custos

O custo da produção dos bens ou serviços compreenderá, obrigatoriamente:

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1. Custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços
aplicados ou consumidos na produção, inclusive os de transporte e seguro até o
estabelecimento do contribuinte e os tributos não recuperáveis devidos na
aquisição ou importação;
2. Custo do pessoal (Mão de obra direta salários e encargos) aplicado na
produção, inclusive na supervisão direta, manutenção e guarda das
instalações de produção;
3. os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
( correspondente ao valor que representa o desgaste do bem) aplicados na
produção;
4. os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
5. Custo Mão de obra Indireta que inclui salários e encargos sociais,
referentes ao encarregados, supervisores

Exemplos de Despesas

1. Impostos sobre vendas (compreendem os impostos sobre o faturamento bruto)


2. Comissões sobre vendas;
3. Frete sobre vendas (gastos com os despachos dos produtos ou mercadorias
vendidas no período.
4. Salários e encargos do departamento administrativo
5. Material de Consumo (valores gastos com material de escritório)
6. Energia elétrica e água (exceto os valores gastos no departamento de produção)

2- A APROPRIAÇAO DOS CUSTOS DIRETOS


Digamos que a empresa tenha três produtos:
A - B - C

Conhecendo os três produtos e suas respectivas características, faremos a atribuição dos


custos diretos

O que se deve saber é quanto de cada desses valores equivale para cada produto. Neste
exemplo, a empresa utilizou um método de identificação por meio de requisições, porém,
existem outros métodos para determinar o percentual utilizado de cada produto.

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No método utilizado, a empresa apresentou os seguinte valores para cada produto,
lembrando que no caso de mão de obra, a empresa faz o apontamento de cada operário.

3- A APROPRIAÇAO DOS CUSTOS INDIRETOS


São vários os critérios de rateio. Cabe ao gestor decidir qual melhor representa a
distribuição dos custos indiretos aos produtos. Existem maneiras simples da apropriação
dos custos indiretos por meio da proporção dos custos diretos, ou ainda por meio de
critérios mais específicos como quantidade de horas trabalhadas, quantidade de utilização
de horas das máquinas, espaço de utilização da produção dentre outros de acordo com a
necessidade e raciocínio do gestor.
No exemplo estudado, a empresa alocou os custos indiretos aos produtos utilizando
total da mão de obra diretado produto como critério de rateio.

Logo, o custo total por produto será o custo direto mais o custo indireto como abaixo:

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Importante lembrar que estes custos indiretos e consequentemente os custos
totais podem não só provocar análises distorcidas como também diminuir o grau
de credibilidade com relação às informações de custos. Não há uma forma
perfeita para se fazer. Não existe uma maneira correta de se ratear os custos
indiretos, o que pode tentar é aproximar ao máximo dentro das diversas
alternativas a que traz consigo o menor grau de arbitrariedade

Exercício – SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO

CUSTO PADRÃO

O custo-padrão é um custo pré-determinado pela entidade para que em comparação com


os custos incorridos, reais, possa, levar o gestor a tomar decisões de custos tanto no que
se refere a matérias diretos quantos os indiretos de fabricação, tomado como base para o
registro da produção antes da determinação do custo efetivo. É a forma mais eficiente
para se controlar os custos
Em sua concepção gerencial, o custo-padrão indica um “custo ideal” que deverá ser
perseguido, servindo de base para a administração mediar e eficiência da produção e
conhecer as variações de custo.
O custeio padrão pode ser aplicado tanto pelo absorção quanto pelo variável.

Portanto, o custo padrão refere-se ao estabelecimento do custo padrão, a sua comparação


com o custo real e a análise das variações.

Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condições de plena
eficiência e máximo rendimento.

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Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:
1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas pela
empresa;
2. Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, suas
variações para acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por absorção).
3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas
empresas que precisam grande agilidade de dados contábeis.
“Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente,
sempre que ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou
no próprio processo de fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do
balanço, o custo-padrão deve ser ajustado ao real.”
O Parecer Normativo CST 7/1979, exige que se faça o ajuste periódico na contabilidade
entre o método de custeio padrão e custeio integral.

Portanto, observa-se a exigência de ajuste, no mínimo a cada três meses, para as empresas
que adotarem o custo padrão.

Em resumo: o método de custeio-padrão pode ser utilizado, contabilmente e


gerencialmente, porém, é imprescindível que seu ajuste com os custos reais se faça
regularmente, exigindo-se tal procedimento quando por ocasião do levantamento do
balanço patrimonial.

Exemplo :Uma Pizzaria planejou a seguinte estrutura de gastos e consumos por produto:

CUSTO DEPARTAMENTAL

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O rateio de custos por departamento (ou divisão por centro de custo) é mais preciso,
tendo-se assim, basicamente, um centro de custos, ou seja, a menor fração de atividade
para qual é realizada a cumulação de custos que pode coincidir com departamento ou
não, podendo utilizar o nome “departamentalização”, mas nem sempre significa um
departamento dentro da empresa, podendo ser uma área, setor, algo relacionado a
produção e assim sucessivamente.
Um dos seus objetivos é melhor controle dos custos, levando em consideração que cada
departamento é responsabilidade de um chefe ou supervisor, também sendo uma
determinação mais precisa, pois a arbitrariedade dos critérios de rateio, diminui alguns
custos, embora indireto em relação aos produtos, são diretos em relação ao departamento
e nem todos passam por TODOS os departamentos, e mesmo isso ocorrendo, as
apropriações seriam diferentes.
Este método de custeio é mais eficiente nas apropriações dos custos indiretos ao produto.
Os departamentos são divididos em serviços e produção:
Serviços: composto por homens e máquinas que prestam serviços para toda a entidade e
seus custos não são apropriados diretamente. Ex.: Limpeza, manutenção, controle de
quantidade.
Produção: composto por homens e máquinas responsáveis pela fabricação do produto,
onde os custos são apropriados diretamente. Exemplo: corte, montagem, tapeçaria.
A função de departamento de produção está diretamente na elaboração dos produtos, esse
recebe benefícios dos departamentos de serviços que devem ser incorporado à produção.
os custos incorridos em cada departamento serão transferidos aos produtos
Os setores de produção são divididos em departamentos, os custos do departamento serão
apropriados às atividades e a apropriação dos custos das atividades aos produtos.
Os custos indiretos, manutenção, depreciação, energia elétrica, supervisão de fábrica e
outros custos de fabricação serão distribuídos aos diversos produtos com base no tempo
de horas máquinas que cada um leva para ser feito.

Exemplo:

Uma empresa produz dois tipos de produtos (X e Y):

Custos Diretos:

X 50,00

Y 30,00

80,00

Custos indiretos seguintes:

Manutenção Equipamento 35,00


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Energia Elétrica 25,00

Outros Custos indiretos 10,00

70,00

Devido a maior parte dos custos indiretos estarem ligados aos equipamentos (manutenção
e energia), decide-se fazer a distribuição com base no tempo de horas máquinas:

Ttl de hrs
X 58% 7
Y 42% 5
100% 12

Portanto a atribuição dos custos indiretos e o cálculo do custo total ficariam:Custos


Indiretos médio por hora = 70,00 / 12 = R$ 5,83/hm.

Custos Indiretos Custos Diretos Total


X 58% 40,83 50,00 90,83
Y 42% 29,17 30,00 59,17
70,00 80,00 150,00

Suponhamos, entretanto, que, ao analisar mais diretamente o processo, verificasse que


apesar do total hora máquina estarem corretos, existe uma disparidade entre os produtos:
O Produto X gasta 7 horas distribuídos em corte, montagem e acabamento, enquanto o
Y só passa pelo corte.
A distribuição ficaria assim:

Corte Montagem Acabamento


X 4 2 1 7
Y 5 5
Total 9 2 1 12

Analisando ainda mais, verifica-se que os gastos indiretos não é uniforme entre os
setores, ficando a distribuição:

1.2 Corte Montagem Acabamento


Manutenção Equipamento 8,00 9,00 12,00

18
Energia Elétrica 5,00 4,00 3,00
Outros Custos indiretos 7,00 12,00 10,00
20,00 25,00 25,00

R$ 20 / 9hm R$ 25 / 2hm R$ 25 / 1hm

Valor de cada hm por depto. 2,22 12,50 25,00

Podemos agora efetuar uma apropriação dos custos indiretos de forma mais adequada,
levando em conta o tempo de cada produto em cada departamentoe o custo por
hora/máquina de cada departamento.

1.3 Corte Montagem Acabamento


4hm x R$ 2,222 2 hm x R$ 12,50 1 hm x R$ 25,00

X 8,89 25,00 25,00 58,89

5hm x R$ 2,222

Y 11,11 - - 11,11

Total 20,00 25,00 25,00

Com esta análise por departamento, pode fazer uma comparação entre os valores Custos
Indiretos alocados a cada produto sem a departamentalização (com o uso de uma
únicataxa horária para todos)e com a Departamentalização (uma taxa para cada
departamento):

Custos Indiretos
Produtos Sem Departament Com Departament
Diferença

X 40,83 58,89 18,06

Y 29,17 11,11 - 18,06

70,00 70,00

Na coluna “diferença” verifica-se o grau de distorção existente entre as duas formas e,


apesar de qualquer arbitrariedade ocorrida na forma de apropriação por hora-máquina, na

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alocação com base na Departamentalização estarão sendo cometidas menos injustiças e
diminuídas as chances de erros.
Sérios problemas poderiam ocorrer em processos de concorrência ou competição no
mercado pelo inadequado método de custeio.

Custo total com Departamentalização

Custos Indiretos Custos Diretos Total

X 58,89 50,00 108,89

Y 11,11 30,00 41,11

70,00 80,00 150,00

Exercício:

CUSTEIO VARIÁVEL

O Método de Custeio Direto, ou Variável, atribui para cada custo um classificação


específica, na forma de custo fixos ou custos variável. O custo final do produto (ou
serviço) será a soma do custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os
custos fixos considerados diretamente no resultado do exercício. Gerencialmente, é um
método muito utilizado, mas, por sua restrição fiscal e legal, sua utilização implica na
exigência de 2 sistemas de custos:

1. O sistema de custo contábil (absorção) e


2. Uma sistemática de apuração paralela, segregando-se custos fixos e variáveis.

O que difere o custeio variável pelo o de absorção, é quanto à sua alocação dos custos
fixos. Enquanto que no custeio por absorção os custos fixos são alocados a cada um dos
produtos por bases de rateio, no custeio variável isso não ocorre.

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Em primeiro lugar não há a preocupação em fazer a separação de custos e de despesas e
sim do que é fixo para o que é variável. Portanto, no custeio variável importa apenas os
custos e despesas variáveis a cada produto e os custos fixos, a não ser que sejam
claramente identificáveis a um único produto (exemplo: tenho uma máquina que trabalha
única e exclusivamente para o produto x), a não ser nesses raríssimos casos, os custos e
despesas fixas são consideradas como custos de período, ou seja, considerada uma
despesa operacional, por conta disso, estes custos fixos não são alocados aos produtos.

Este método não é aceito no Brasil, pois pode haver uma postergação tributária, levando
em consideração que meu custo de produto vendido ficaria menor já que não foram
alocados os custos fixos a estes.

Produto A Produto B Total

Preço de Venda 100,00 250,00


(-) Custos e Despesas Variáveis (20,00) (120,00)

(=)Margem de Contribuição Unitária 80,00 130,00

Quantidade Vendida 5.000 2.500

(=) Margem de Contribuição Total 400.000,00 325.000,00 725.000,00

(-) Custos e Despesas Fixas (455.000,00)

(=) Lucro do Período 270.000,00

Diversas empresas comerciais utilizam este método, pois para este tipo de empresa, é
considerado custo apenas de aquisição de mercadoria. Já para as empresas industriais,
esta alocação só poderá ser feita para fins gerenciais, não sendo permitida para fins fiscais.
Para as empresas prestadoras de serviço este método não faz sentido, a não ser uma
empresa com alta carga de custos variáveis.
O conceito de margem de contribuição é fundamental para o estudo do Ponto de equilíbrio
que estudaremos um pouco mais adiante.
O custeio varável é simples, porém, quando a empresa possui uma alta carga de custos
fixos, esta métrica pode distorcer os resultados.

2 – CRITÉRIOS DE AVALIACAO DE ESTOQUE

21
Inventário Permanente ou Periódico

De que maneira a empresa pode calcular o valor do Custo da Mercadoria Vendida?


Basicamente, existem dois sistemas:

Inventário Periódico: o controle é feito de período em período, no momento da apuração


do resultado do exercício. Podendo este intervalo de temposer semanal, quinzenal,
mensal, semestral, anual etc. Um intervalo considerado adequado para a apuração do
resultado em uma empresa é o mensal, sendo que possíveis correções de planejamento e
controle podem ser efetuadas em espaço de tempo menor e consequentemente diminuir
situações indesejáveis de resultado ou o seu respectivo impacto.
Quando necessitamos apurar o resultado obtido com a venda das mercadorias, é feito um
levantamento físico para a avaliação do estoque existente na data. Pela diferença entre o
total das mercadorias disponíveis para a venda durante o período e esse Estoque Final,
obtém-se o CMV no período.

Inventário Permanente: o controle é feito permanentemente pela empresa, a qualquer


momento têm-se as informações totais do seu estoque, custo da mercadoria que está sendo
vendida, total das compras, total das vendas etc. Um exemplo completo de contabilização
de estoques pelo inventário periódico e a seguir pelo inventário permanente, levando em
consideração alguns critérios de avaliação de estoques (PEPS, UEPS e CMP), bem como
a análise dos resultados obtidos em cada um dos critérios.
O inventário permanente é quando estoque é controlado de forma contínua, dando-lhe
baixa em cada venda efetuada pela empresa.
Tendo em vista que a empresa poderá adquirir um mesmo tipo de produto em datas
diferentes, pagando por ele preços variados, o custo dessas mercadorias estocadas poderá
ser determinado por meio dos seguintes critérios: PEPS, UEPS e custo médio.
No inventário Permanente, pode-se utilizar uma ficha de controle para se conhecer o saldo
em estoque, mas no periódico só é possível obter tal saldo com averiguação das
existências físicas.

Método PEPS
22
Um dos métodos de controle de estoque mais conhecidos, a sigla significa Primeiro a
Entrar, Primeiro a Sair. A ideia é simples: no momento em que um produto é retirado do
estoque, prioriza-se o produto mais antigo. Isso significa que os primeiros itens
comprados pela sua empresa são os primeiros itens a serem vendidos para os
clientes. O PEPS é indispensável quando a empresa trabalha com produtos perecíveis,
pois tende a fazer com que o item mais antigo seja o primeiro a ser vendido.
Outra vantagem do PEPS é facilitar a gestão financeira da sua empresa. Ao trabalhar com
o preço de custo por unidade do estoque, em vez da média do preço de custo de todas as
unidades, é possível diferenciar o preço de venda do mesmo produto, repassando
aumentos e descontos obtidos nas compras mais antigas em relação às compras mais
recentes. Especialmente para quem trabalha com importação, este pode ser um diferencial
competitivo, pois fazer uma compra com dólar mais baixo significa uma margem maior
em um mesmo preço de venda.
Além disso, o PEPS é o método contábil utilizado pela Receita Federal do Brasil para o
cálculo de tributos. É com base nele que o seu estoque é avaliado e, em cima dessa
estimativa, são calculados os impostos e tributos.
Exemplo:
A empresa possui um estoque Inicial em 1-9-x1, composto de 30 unidades, adquiridos
por R$ 40,00 cada, total de R$ R$ 1.200,00. No mês ocorreram as seguintes
movimentações:

Data Movimentação Valor


02/set Compra de 10 unidades 42,00
03/set Venda de 03 unidades 50,00
04/set Venda de 28 unidades 45,00
05/set Compra de 05 unidades 41,00
06/set Venda de 10 unidades 48,00

Pelo método PEPS, a baixa de cada venda será feita pelo preço do custo mais
antigo em estoque.
Portanto, o CMV do período será de R$ 1.661 e o valor do estoque de R$ 164
A seguir um exemplo de como ficariam os lançamentos na ficha de controle de
estoque pelo método PEPS e seus respectivos resultados.

Ficha de Controle de Estoque

23
PEPS

ENTRADA SAÍDA SALDO

Valor Valor Valor


Data Quantidade Unitário $ Total $ Quantidade Unitário $ Total $ Quantidade Unitário $ Total $

01/set 30 40,00 1.200,00

30 40,00 1.200,00

02/set 10 42,00 420,00 10 42,00 420,00

27 40,00 1.080,00

03/set 3 40,00 120,00 10 42,00 420,00

27 40,00 1.080,00

04/set 1 42,00 42,00 9 42,00 378,00

9 42,00 378,00

05/set 5 41,00 205,00 5 41,00 205,00

9 42,00 378,00

06/set 1 41,00 41,00 4 41,00 164,00

Soma 15 625,00 41 1.661,00 4 164,00

Exercício.

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV


24
Compreende a soma dos gastos com matérias, mão de obra e gastos gerais de
fabricação aplicados e consumidos na fabricação dos produtos que foram
FABRICADOS E VENDIDOS pela empresa.
Após encerrado o processo de fabricação os produtos acabados são transferidos
da área de produção para o almoxarifado de produtos acabados permanecendo
estocados até sua venda. Os produtos acabados recebem como custo toda a
carga de custos diretos e indiretos incorridos durante o processo de sua
fabricação.

A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos


estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques
por vendas realizadas no período.

O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:

CMV = EI + C - EF

Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – CPV

No caso de produtos (bens produzidos por uma indústria), a fórmula é


semelhante ao CMV:

CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF

Onde:

CPV = Custo dos Produtos Vendidos

EI = Estoque Inicial

In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais)


aplicados nos produtos vendidos

MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos

25
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de
obra indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos

EF = Estoque Final (inventário final)

Nota: o § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1598/77 dispõe:

“O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá,


obrigatoriamente:

a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou


serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste
artigo;

b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,


manutenção e guarda das instalações de produção;

c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de


depreciação dos bens aplicados na produção;

d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;

e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na


produção.”

Contabilização de impostos como ICMS e IPI

São considerados tributos incidentes sobre as vendas aqueles que guardam


proporcionalidade com o preço da venda, mesmo que integrem a base de cálculo
do tributo.O IPI e ICMS SOBRE VENDAS.

O ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços), incide sobre a


circulação das mercadorias, assim, incide nas compras e vendas da empresa.
Está no custo das compras e integra o valor das vendas. A empresa recolhe ao
estado a diferença entre ambas as operações em cada mês. A incidência
tributária é sobre a receita de venda diminuída das compras. Por isso, deve-se
ter um cuidado especial para que a contabilização desse tributo não interfira na
apuração do resultado contábil da empresa.

O ICMS é um imposto NÃO cumulativo, ou seja, a empresa tem o direito de se


creditar do valor de ICMS da comprada mercadoria que foi
vendida.Exemplo, quando a empresa emite uma nota fiscal de venda e destaca

26
o valor do ICMS nesta nota (lembrando que as alíquotas podem variar e em
operações interestaduais as alíquotas podem ser diferentes), ela não
necessariamente irá recolher o valor que foi destacado.

Exemplo 1:

● A empresa efetuou uma compra de mercadoria no valor de R$ 100,00


● A Alíquota de ICMS desta compra é de 18%
● A empresa efetuou a venda da mesma mercadoria por R$ 170,00
● A alíquota de ICMS na venda é de 18%

Qual o valor, então, que a empresa deve recolher de ICMS?

ICMS
Operação % Valor Total
Vendas 18% 170,00 30,60
(-) Compras 18% 100,00 - 18,00

ICMS sobre operações do mês 12,60

Neste exemplo, a empresa creditou do valor do ICMS da compra da mercadoria


e recolheu apenas a diferença doo valor total.

Exemplo 2:

● Suponhamos que a empresa, em seu primeiro mês tenha:


● Compre R$ 100.000 em mercadorias
● Desse montante, 70% sejam vendidas
● Ficando R$ 30.000 em estoque
● Admitindo um ICMS de 17% sobre essas compras, o que significa que
há R$ 17.000 desse tributo contidos dentro dos R$ 100.000 das compras
do mês.
● As mercadorias Vendidas (com custo de R$ 70.000) são vendidas por R$
90.000, com a incidência de ICMS de 17% também sobre esse valor (o
que significa que dentro destes R$ 90.000, estão contidos R$ 15.300 de
ICMS).

Qual o valor, então, que a empresa deve recolher de ICMS?

27
Pela nossa legislação a empresa precisará recolher a diferença entre o ICMS nas
vendas e o ICMS nas compras.

ICMS
Operação % Valor Total
Vendas 17% 90.000,00 15.300,00
(-) Compras 17% 100.000,00 - 17.000,00

ICMS sobre operações do mês - 1.700,00

No exemplo dado, a empresa não terá ICMS a recolher e ainda passará a ter
no mês seguinte o direito de descontar a diferença de R$ 1700,00.

Exercícios:

IPI – Imposto sobre produtos industrializados

Relembrando...
O fato gerador é o momento definido na legislação como obrigatório para que
eu pague o Imposto.

No caso do IPI, por exemplo, a empresa importa a mercadoria e esta ação de


importar a mercadoria é uma ação que é prevista como fato gerador do IPI,
sendo obrigatório o seu pagamento, sendo o contribuinte aquele que pratica o
fato.

Base Legal – Art 153

O IPI incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros. Compete


a União e seu campo de incidência abrange todos os produtos com alíquota,
ainda que zero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas
as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos
aqueles a que corresponde a notação "NT" (não-tributado).

O IPI entra na base de cálculo do ICMS?


Quando a empresa é “fabricante “ (ou industrial) de determinado produto, em
sua NF será destacado o IPI.

28
Ex. Total da Nota – R$ 10.000,00 e IPI de R$ 1.000,00 – Total da Nota R$
11.000,00.
Ao destacar o ICMS, a empresa deve fazer sobre R$ 10.000 (total mercadorias)
ou sobre os R$ 11.000,00 (mercadoria + IPI)?

Se o COMPRADOR (cliente) do produto da venda for utilizar em uma nova


etapa de fabricação ou irá comercializar este produto, então o cálculo será
somente sobre os R$ 10.000,00.
Se a empresa vender este produto para alguém que irá consumir internamente,
portanto não irá revende-lo ou aplicar em outro produto (Ex.: produtos de
limpeza), ou produtos que integram o ativo mobilizado, neste caso calcula-se o
ICMS sobre o valor total da NF.

Alguns princípios regem este imposto:


Seletividade – se o produto for essencial terá uma tributação menor do que
outro que não o seja (bebidas, cigarros etc.)
Não cumulativo – (assim como o ICMS) o que foi pago em uma operação,
poderá ser descontado em outra.
Exemplo:
IPI
Operação % Valor Total
Vendas 10% 200,00 20,00
(-) Compras 10% 100,00 - 10,00

ICMS sobre operações do mês 10,00

Imunidade Específica - Imunidade específica para a exportação, portanto, se


devido produto industrializado for para exportação não será tributado por IPI.

PIS e COFINS (tributação cumulativa e não cumulativa) / Lucro Real e


Lucro Presumido / CSLL

PIS é a sigla para Programa de Integração Social, uma contribuição


tributária de caráter social, que tem como objetivo financiar o pagamento do
seguro-desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e entidades,
tanto para os trabalhadores de empresas públicas, como privadas.

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, que


é uma contribuição social aplicada sobre o valor bruto apresentado por uma
empresa.

29
Os contribuintes das contribuições Pis e Cofins são as pessoas jurídicas de
direito Privado (Associações, Sociedades e Fundações), também as firmas
individuais e as pessoas físicas que individualmente e habitualmente exploram
atividades mercantis com finalidade lucrativa.

As empresas têm alguma liberdade, dentro de algumas regras, a possibilidade


de escolher o regime tributários onde elas se enquadram. Fundamentalmente
existem três regimes tributários: Lucro Real, Lucro Presumido e o Simples.

A apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição


Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) pode ser feita de três formas:

1. Lucro Real (apuração anual ou trimestral);


2. Lucro Presumido e
3. Simples Nacional (opção exclusiva para Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte).

No Simples, a empresa não paga PIS e Cofins (diretamente) em nenhuma das


regras (cumulativo e não cumulativo). Resumidamente, paga-se um percentual
sobre as vendas/ serviços e dentro deste valor já estão embutidos o Pis e Cofins.

O IRPJ e a CSLL pelo Lucro Presumido são apurados trimestralmente.


A alíquota de cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% da CSLL) incide sobre
as receitas com base em percentual de presunção variável (1,6% a 32% do
faturamento, dependendo da atividade). Este percentual deriva da presunção de
uma margem de lucro para cada atividade (daí a expressão Lucro Presumido) e
é predeterminado pela legislação tributária
No Lucro Presumido, a empresa está sujeita a tributação no regime cumulativo,
onde as empresas pagam 0,65% de Pis e 3% de Cofins sobre as Receitas Brutas,
independentemente do que elas têm aplicados de insumos adquiridos de
terceiros. Portanto será o preço de venda que servirá de base de cálculo.

Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda e da


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica.Ao
mesmo tempo em que é o “regime geral” também é o mais complexo.Neste
regime, o imposto de renda é determinado a partir do lucro contábil, apurado
pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela
legislação fiscal.

No Lucro real, a empresa está sujeita ao regime não cumulativo (com algumas
pequenas exceções). Neste caso, quando a empresa compra determinada
mercadoria que irá revender, sobre o preço de compra desta mercadoria a

30
empresa credita-se de um percentual de Pis e Cofins. No momento da venda,
faz-se o débito e diante disso recolhe o valor da diferença.

CSLL – Contribuição Social Sobre Lucro Líquido

A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL ou CSSL) foi instituída


pela Lei 7.689/1988para que todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as equiparadas
pela legislação do Imposto de Renda (IR) possam apoiar financeiramente a
Seguridade Social.

A Seguridade Social compõe-se de recursos provenientes dos poderes públicos


federais, estaduais, municipais e de contribuições sociais das PJ,visando
proteger os cidadãos no que se refere aos seus direitos com saúde, aposentadoria
e situações de desemprego.

Aplicam-se as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para


IRPJ, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor.
Desta forma, além do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Real,
Presumido, deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Presumido
(CSLL), também pela forma escolhida.

Não é possível, por exemplo, a empresa optar por recolher o IRPJ pelo Lucro
Real e a CSLL pelo Lucro Presumido.
Escolhida a opção, deverá proceder á tributação, tanto do IRPJ quanto da CSLL,
pela forma escolhida.

Ciclo de formação de custo industrial

- MP, Produto em elaboração, Produto acabado


Os estoques estão representados basicamente por: mercadorias para revenda, produtos
acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, almoxarifado, importações em
andamento e adiantamentos a fornecedores de estoques.
A Matéria Prima compreende os materiais aplicados na fabricação de um produto e que
fazem parte dele. Entre os materiais integrantes de um produto encontramos aqueles cuja
quantidade efetivamente consumida podemos identificar nesse produto e aqueles que não
podemos. Os Primeiros são considerados Custos Diretos e os demais Indiretos, pois sua
apropriação se dará por Rateio.

Produtos Acabados

31
Nessa conta são registrados os produtos terminados e oriundos da própria fabricação da
empresa, disponíveis para venda, podendo ser estocados na fábrica, depósitos de terceiros
ou filiais.
Essa conta é debitada pela transferência da conta produtos em elaboração e creditada por
ocasião das vendas ou transferências para outro estabelecimento da empresa.

Produtos em Elaboração
Correspondem a custos de materiais, gastos de fabricação e mão de obra, alocados aos
produtos que não foram totalmente industrializados, mas já estão em processo de
industrialização.
Recebe débitos correspondentes aos custos incorridos, e créditos relativos á transferência
para produtos acabados.
Numa empresa com contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração
contábil, esta contabilização ocorre regularmente, de acordo com os custos efetivamente
apurados (através de mapas de rateio e controle dos estoques á produção).
Em uma empresa que não mantém custos integrados á contabilidade, a contabilização é
procedida no final do período de apuração, mediante transferência do valor de estoques
apurados de acordo com os critérios fiscais.

Exercícios

3 – PONTO DE EQUILIBRIO

Um dos pontos fundamentais quando se fala em custos para decisão, é o cálculo do ponto
de equilíbrio da empresa. Ele é o ponto da atividade operacional da empresa em que não
há lucro nem prejuízo. Portanto, se a empresa operar acima do ponto de equilíbrio terá
lucro; se abaixo, prejuízo.
O Ponto de equilíbrio irá ocorrer onde as Receitas Totais (RT) forem iguais aos Custos
Totais (CT). Portanto, sabendo-se que os CT são a soma dos Custos Fixos mais os Custos
Variáveis (CF+CV)
Este estudo relaciona três variáveis: custo, volume e lucro, bem como os custos e
despesas variáveis e fixos. Por meio disso, têm-se condições de compreender o mínimo
que uma empresa precisa vender/produzir para não ter prejuízo.
Importante lembrar:
- Custos Variáveis: variam diretamente com o volume de produção, tendo seus valores
alterados em função do volume de produção da empresa (Ex. matéria-prima consumida).
Se não houver quantidade produzida, o custo variável será zero.
- Custos Fixos: não variam em função do volume de produção (ex.: aluguel do prédio). O
custo fixo existe mesmo que não haja produção.

32
Percebe-se que o aumento do volume de produção não afeta o custo fixo (linha verde), já
há alteração nos custos variáveis (linha vermelha)
E onde podemos identificar o Ponto de equilíbrio?
Primeiro deve-se somar os custos (fixo e variável). O Somatório destes dois custos está
representado, logo abaixo, pela linha vermelha, mostrando o CUSTO TOTAL.
No exemplo abaixo temos também a linha representando a Receita Total (que irá variar
conforme o volume). Perceba o ponto do cruzamento das linhas vermelha e azul.
Este é o momento em que determinada quantidade iguala a Receita com o custo total,
tendo-se neste ponto lucro igual a zero.

33
Um elemento importante para o cálculo do ponto de equilíbrio é a MARGEM DE
CONTRIBUIÇÃO. A MC Unitária é o preço de venda do produto menos seus custos
variáveis. Ela representa a parcela do preço do produto que está disponível para a
cobertura dos custos fixos e geração de lucro. Temos três cálculos de Ponto de Equilíbrio.
Vejamos um pouco melhor e como são calculados cada um deles:

Ponto de Equilíbrio Contábil

34
Baseia-se exclusivamente em elementos contábeis. Não considera um lucro mínimo
exigido pelo custo de oportunidade dos investimentos feitos pelos acionistas, ou seja, um
lucro mínimo que compense o investimento realizado. é calculado da seguinte forma:

PEC = CF
MC

PEC = Ponto de Equilíbrio Contábil (unidades físicas)


CF = custos fixos
MC = margem de contribuição unitária

Ponto de Equilíbrio Econômico


Para este cálculo, aos Custos Fixos, devemos adicionar o Lucro exigido pelos acionistas.
Seguindo o mesmo raciocínio do Contábil, este somatório (Custos Fixos + Lucro Exigido)
seria dividido pela margem de contribuição unitária para que se possa calcular o ponto de
equilíbrio econômico.

PEE = CF + Lucro Exigido


MC

PEE = Ponto de Equilíbrio Econômico (unidades físicas)

Ponto de Equilíbrio Financeiro


Um aspecto sobre o ponto de equilíbrio contábil é que nem todos os custos e despesas
fixas são de fato desembolsados, como exemplo claro temos a depreciação que é apenas
um lançamento contábil, não tendo efetivamente o seu desembolso. Sendo assim, mesmo
abaixo do equilíbrio contábil, a empresa teria recursos financeiros suficientes para arcar
com os compromissos.Desta maneira surge o Ponto de Equilíbrio financeiro.
Então, no ponto de equilíbrio financeiro, a empresa deduz os valores não desembolsáveis
dos custos fixos e em seguida divide pela margem de contribuição.

PEF = CF - não desembolsáveis


MC

35
PEF = Ponto de Equilíbrio Financeiro (unidades físicas)

Exemplo:
Empresa - ProfLinda

Preço de venda R$ 10,00


Custos Variáveis R$ 8,00
MC = 10 - 8 2,00 / Unidade
Custos Fixos 4.000/ ano

PEC 4000 2000 un/ ano


2

Adicionamos o lucro exigido e então teremos...

Lucro Exigido R$ 1.000,00

PEE 4000 + 1000 2500 un/ ano


2

Exclui os não desembolsáveis e então teremos...

Não desembolsáveis 800,00

PEF 4000 - 800 1600 un/ ano


2

Exercícios.

4 – CRITERIOS DE RATEIO NA FORMACAO DE CUSTOS

Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto,
porém, apenas esta informação não é o bastante. É preciso saber também o grau de
elasticidade da demanda, preços de produtos concorrentes, os preços de produtos

36
substitutos, estratégia de marketing, dependendo do tipo de mercado em que a empresa
atua. O importante é que o sistema de custos produza informações importantes.

5 – ELEMENTOS FORMADORES DO CUSTO DE UM PRODUTO OU


SERVIÇO
INSUMOS
DEPRECIAÇAO
ENCARGOS

6 – FORMACAO DO PRECO DE VENDA DE SERVICOS

7 – FORMACAO DO PRECO DE VENDA DE PRODUTO


O ponto de partida para calcular os preços é o custo do bem ou serviço apurado segundo
um dos critérios estudados (absorção, variável, etc.). Sobre este custo acrescenta-se uma
margem – mark-up (é um índice que será aplicado sobre o preço de compra deste produto
para definir seu preço de venda), que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos
nos custos, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos
administradores.
Vejamos um exemplo simples (custeio por absorção)
● Custo Unitário – R$ 8,00
● Despesas Gerais e Administrativas (DGA): 10% da receita bruta (*)
● Comissão dos vendedores (COM): 5% do preço de venda bruto
● Tributos (IMP) incidentes sobre venda: 20% bruto
● Margem de lucro desejada (MLD): 5% sobre receita bruta
O mark-up seria, então, calculado da seguinte forma:
DGA: 10%
COM: 5%
IMP: 20%
MLD: 5%
Total: 40% sobre o preço de venda
O preço de venda (PV) será o custo acrescido de 40% do PV

37
PV = R$ 8 + 0,40 PV
PV – 0,4PV = R$ 8
0,6PV = R$ 8
PV = R$8
0,6
PV = 13,33

Importante lembrar:
● Para calcular preços de venda a prazo, deve-se acrescentar os encargos
financeiros correspondentes
● Se o critério de custeio for variável, o mark-up terá que ser acrescido de um
percentual estimado para cobrir os custos fixos de produção, não incluídos no
produto
● Os tributos a considerar proporcional a receita: ICMS, PIS, Cofins, ISS.

Bibliografia:

www.portaldacontabilidade.com.br
www.portaltributario.com.br
- Contabilidade de Custos Eliseu Martins – Atlas 2003.
- Curso de contabilidade para não contadores – Sérgio de Iudícibus, José Carlos Marion
– 6.ed. – São Paulo: Atlas, 2009.

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