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Um (re)começo.
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@MalditaFcc |Como montar um ciclo de estudos do zero|
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A minha história não é muito diferente da maioria. Aliás, esse fato é algo para ser
deixado claro desde o início. Eu, definitivamente, não sou alguém diferenciado.
Não falo isso por qualquer tipo de humildade falsa, mas por fatos práticos que posso
comprovar.
Até minha oitava série, sempre tive os pais chamados no colégio em razão das
minhas notas. Não é que fosse um aluno ruim, eu era a própria caricatura deles.
Aquele que senta lá atrás, não presta muita atenção na aula e muito menos estuda
em casa. Bem visto pelos colegas, mal visto pelos professores.
Entretanto, um dia, tudo mudou. Decidi que esperaria meu pai na biblioteca do
colégio depois da aula, somente por conta do ar condicionado rs. Um dia, já que
todo mundo ao meu redor estudava, decidi abrir um livro de qualquer matéria e
tentar também. Eis a redenção de um homem. Na realidade, um adolescente,
ainda, naquela época.
Empolguei com esse negócio de estudar. Cheguei para os meus amigos e disse que
queria fazer ITA. Todos riram. Não estou brincando. Todos.
Não os condeno. Minha última nota em matemática (8ª série) tinha sido 1,8. Acho
que só acertei meu nome.
Nem liguei. Entrei para a turma ITA do meu colégio e penei horrores para
acompanhar o ritmo. Eu estudava muito. MUITO. Mas, quando chegava nas provas,
embora soubesse o conteúdo da questão, errava em coisas básicas, como soma
de fração, ou potenciação. A velha falta de base.
Entretanto, ainda sim eu criei alguma base de estudo, o que me rendeu uma
aprovação na Federal do meu estado, em Eng. Mecânica. Não preciso nem falar
da festa. Para alguém que saiu do nada, não ter que pagar faculdade particular
já era DEMAIS.
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Contudo, não foi só isso. Comecei a perceber que não tinha amor por aquele curso.
Aqui uma primeira grande lição, amigos. Dinheiro é bom e nem vou entrar nessa
discussão. Dinheiro é bom e ponto. Mas se você fizer algo só pelo dinheiro,
provavelmente não aguentará pagar o preço para chegar até ao pote de ouro.
Tentei, persisti, mas não aguentei. O grande problema é que eu confundi “ser bom”
com gostar. No colégio, eu aprendi matemática e me tornei bom em matemática.
Contudo, nunca a amei. Na faculdade, continuava sem amar, mas agora já não
era mais tão bom. Afinal, quem é tão bom assim em cálculo, integral e derivada?
Hahaha
Falei com meu pai e decidi mudar de curso. A desconfiança reinava na minha
casa.
Claro, depois que o curso apertou eu pulei fora. Larguei uma federal para fazer uma
particular. Troquei Eng. Mecânica (na época, bombando (2010) com o BUM da
economia) para fazer Direito (dizia-se que se balançassem uma árvore caíam 3
advogados).
Acho que toda essa pressão, não só deles, mas também minha de mostrar resultado
fez com que eu me reencontrasse com os estudos.
Estudei muito novamente. MUITO! Logo de início, passei em uma seleção e consegui
uma bolsa, tornando- me monitor. Aliviei 50% da mensalidade para o meu pai, o
que me deu uma certa tranquilidade.
Assim que terminou a monitoria decidi que ia focar nos concursos e foi o que fiz.
*Atenção, se você está lendo isso, a partir de agora tudo é lição. Anote, se for
preciso.*
Diferente da maioria, não me joguei nos estudos de cara. Eu fui ler, pesquisar,
entender o que era o mundo dos concursos. Acho que esse foi meu grande trunfo.
Existem duas frases muito corretas na vida, com as quais eu concordo, e que
moldaram meu caminho nessa época.
1) Se você tiver 1 hora para cortar uma árvore, passe 50 minutos amolando o
machado.
É obvio que eu não recomendo ninguém aqui passar 11 meses pensando em como
estudar para depois estudar 1 mês e achar que está pronto para passar em um
concurso grande. Mas amolar o machado é fundamental.
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Entender o mundo dos concursos, entender o que é um edital, entender o que deve
ou não ser adquirido.
Além disso, conversar com familiares, explicar o momento pelo qual você está
prestes a passar, explicar que vai ser um “investimento” que beneficiará a todos etc.
Por fim, separar horários de estudo, adequar quarto, comprar uma boa cadeira,
uma boa luminária, etc etc.
Enfim, são passos que parecem irrelevantes, mas não são. Se algo tiver um impacto
de 1% no seu estudo, pense 10 desses itens sendo ou não feitos. São 10% de impacto
sobre um universo em que se deve ter uma margem de excelência gigantesca.
Na época, instagram de concurseiros não era moda. O único local onde se achava
gente reunida falando sobre isso era em fóruns e com informações bem
espalhadas.
Foi uma época complicada, pois parecia que eu estava perdendo tempo, mas lia
fóruns sobre concursos o dia todo, sobretudo na parte de “como fui aprovado”. Eu
li mais de 50 depoimentos e ali descobri um mundo ao qual eu jamais tinha sido
apresentado nos meus 15/16 anos como aluno regular de colégio.
Logo pensei “ essa galera sabe algo que eu não sei e esse ‘algo’ tem dado
resultado”.
Depois disso e decidir qual concurso prestar, foi hora de pesquisar sobre a banca.
A jornada foi árdua. Não diria que foi fácil porque fiz o que fiz, mas, certamente,
essa bagagem encurtou o meu caminho.
Lembro de dormir no cinema toda vez que ia assistir um filme de noite. Lembro
de todas as renúncias que tive que enfrentar, de todas as vezes que saí da
biblioteca da minha faculdade expulso, às 22:00, porque iria fechar.
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Lembro de cada final de semana, de cada feriado, de cada HBC. Mas lembro
com certo saudosismo, porque, ao final, vale a pena! Não quero, de forma
alguma, passar a ideia de que, com qualquer material que disponibilize, existirá
jornada fácil. Não existirá! Mas ela compensa. Vai lhe pagar com juros e
correção tudo aquilo que você dedicou. Sobre os ciclos, são a MELHOR
ferramenta de controle de tempo de estudo. É o básico. Se você não sabe pode
onde começar e não tem ideia de como organizar seu tempo, pode apostar que
essa ferramenta vai potencializar e muito o seu rendimento.
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Mas, antes, deixe-me explicar o porquê que você deve abandonar esse seu quadro
de horários que tanto gosta, e faz com tanto carinho, para entrar no mundo dos
ciclos de estudo.
O quadro de horários tem vários problemas, mas os principais deles são: desestímulo
e falta de organização dos seus estudos.
Os dois problemas derivam do mesmo fator. Mas fica tudo mais fácil quando damos
exemplos. Então, vamos a eles.
Vamos supor que, no seu quadro de horários, além de outras disciplinas, segundas
e quartas são dias de estudo de português. Então, você começou a semana e
estudou português segunda direitinho. O problema é que na quarta teve um
imprevisto e não pôde estudar.
Sabe o que vai acontecer? Você só verá português na outra segunda, ou seja, uma
semana depois. Ou, no máximo, vai tentar cumprir as matérias do dia anterior no
posterior, para não deixar isso acontecer, transformando tudo em uma bola de
neve.
Se você escolher a primeira opção, será péssimo para sua memória e para o
desenvolvimento do seu entendimento sobre aquela matéria. Afinal, não é bom
ficar tanto tempo assim sem ver algum alguma disciplina. Por outro lado, se escolher
a segunda opção, será péssimo para o seu planjamento, com matérias sendo
estudadas fora de hora e tudo mais.
A sensação de que você não desenvolve na matéria, não a entende e nunca vai
conseguir aprender aquilo já vem, e o desestímulo vem junto (nosso ponto 1).
O que você faz pra combater isso? Utiliza o tempo de outras matérias pra estudar
aquela que não deu pra estudar ontem. Isso ferra com seu planejamento e gera a
desorganização (nosso ponto 2).
Além de tudo que já foi dito, você já parou pra pensar que a falta de vontade para
estudar, os imprevistos e etc, só surgem nas matérias que a gente não gosta?
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Porque para estudar o que gostamos damos um jeito, mas para RLM, Português,
(que é o que te faz passar, acredite), ninguém tempo. Consequentemente, essas
matérias vão sendo sempre deixadas de lado.
Pois bem, todos esses problemas são evitados com o CICLO DE ESTUDO! Afinal, você
só vai passar para a próxima matéria quando terminar a anterior. Então, adeus
estudar muito Direito do Trabalho, deixar Português de lado e ser reprovado nessa
matéria no dia D.
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PARTE 1
Existem várias formas de montar um ciclo
de estudo, mas costumo montar os meus
baseados em 2 variáveis principais:
1 - Tamanho da matéria.
2 - Meu nível de dificuldade na matéria.
Vamos a um exemplo?
Português
Direito do Trabalho
- Qual a minha dificuldade nessa matéria? Hoje, considero que entendo bastante
de Direito do Trabalho, mas, na época, não conhecia a matéria e não sabia qual
seria minha facilidade ao estuda-la, de modo que estabeleci 8, como padrão para
matérias que não conhecia.
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Assim você deve fazer com todas as matérias, até possuir um número atribuído
para elas, de acordo com o tamanho do conteúdo e a sua dificuldade. Só a título
de exemplo, deixarei aqui o número atribuído a cada matéria por mim.
1o Ciclo Completo
MATÉRIA TAMANHO DIFICULDADE TOTAL
Português 20
RLM 17
Direito Do Trabalho 16
Direito Processual do Trabalho 16
Direito Administrativo 17
Direito Constitucional 15
(Grave essa soma, pois será importante.) TOTAL 101
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PARTE 2
Dúvidas importantes surgem aqui. “Rodar o ciclo” não significa estudar todo o
edital, nem terminar um tópico do edital de cada matéria, nem terminar um
PDF, nem nada disso. Apenas quer dizer de quanto em quanto tempo você
deseja ter contato com todas as matérias, pelo menos, uma vez, “um
pouquinho cada”.
Isso é muito particular e não fará tanta diferença nos seus estudos. Há quem
prefira estudar menos tempo cada matéria e vê-las mais vezes por semana. Há,
também, quem prefira estudar mais tempo cada matéria e rodar o ciclo menos
vezes por semana.
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se você estuda 5 horas por dia, a cada 3 dias estará “rodando o ciclo” e vendo
todas as matérias.
Agora, a pergunta que fica é a seguinte: ok, agora que defini de quanto em
quanto tempo eu rodarei meu ciclo, como faço para saber o quanto estudarei
cada matéria dessas 15 horas?
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PARTE 3
Vamos lá! Se você observar lá em cima, verá que somando todos os números
atribuídos a cada matéria eu obtive 101, né?! Então, agora precisaremos dos
seus conhecimentos naquilo que sempre salva o concurseiro na prova de RLM:
“regra de 3” hahaha.
• 15 hrs ---101
• X ---- 20 (onde X representa o número de horas em português)
• X = 2,97 hrs
Ou seja, para português, das 15 horas que decidi atribuir para estudar todas as
matérias, estudarei 2,97 horas, isso levando em consideração a minha
dificuldade na matéria e ainda o tamanho dela. Fácil, não?
Agora, uma dúvida que surgiu, quando expliquei para alguns amigos: e como
transformar essas 0,97 horas em minutos. Pois, obviamente não significa 2 horas
e 97 minutos. Até porque, 97min são mais que 1 hora. Para transformar 0,97
horas em minutos basta multiplicar o valor por 60. Nesse caso, daria 58min,
aproximadamente.
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Mas, para que não fique nenhuma dúvida, vou fazer o resto com vocês, baseado
naqueles valores atribuídos às matérias por mim lá em cima. Lembrando que
você deve sempre buscar fazer o seu, pois os valores vão variar de acordo com
sua dificuldade. Vamos lá!
Após fazer as contas, basta somar as horas de cada matéria e conferir se batem
com as 15 horas de ciclo determinadas. No nosso cálculo:
• 2hrs 58min + 2hrs 31 min + 2hrs 22min + 2hrs 31 min + 2hrs 22min +
2hrs 13 min = 14 hrs e 57 minutos.
Calma, não bateu, mas isso é normal, devido aos arredondamentos do pelo
caminho.
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PARTE 4
Agora, há mais um truque que você
precisa saber, para que monte um ciclo
bacana e comece a segui-lo. O seu
cérebro odeia monotonia!
Dessa forma, se eu fosse organizar esse ciclo que acabamos de montar, minha
diagramação seria assim:
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Ainda acho 1hora e 30 minutos muito. Mas, para quem está começando, é bom
não quebrar tanto o raciocínio no meio do estudo, já que o cérebro ainda está
desenvolvendo as bases em que se fundam a matéria. A ideia é ir diminuindo o
tempo de estudo em cada disciplina para 50min e, consequentemente, o tempo
do ciclo, objetivando rodá-lo cada vez mais. Ou, se for o caso, colocar mais
disciplinas.
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CONCLUSÃO
O ciclo de estudo, feito da forma como
recomendado aqui, é uma ferramenta
poderosa.
Eu espero que tenha ficado claro o passo a passo para vocês, mas caso você
não tenha entendido alguma parte, você pode reler o PDF ou assistir a um vídeo
complementar, onde eu explico, de maneira detalhada, como elaborar essa
ferramenta de estudos.
http://bit.ly/MFCCciclos
E, aproveite também para me seguir nas redes sociais. Tem muita dica relevante
sendo postada por lá todos os dias. Um abraço,
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