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RESUMO 10 EM LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

1. Introdução ao Estudo dos Tributos


Tributo: É toda prestação pecuniária compulsória (obrigação ex lege, independe da
vontade do devedor), em moeda (não existe tributo in labore ou in natura) ou cujo valor
nela se possa exprimir que não constitua sanção de ato ilicito (tributo não é sanção),
instituída em lei (instituição e majoração deve se dar por lei) e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada (o fisco não tem o poder de escolher
entre tributar ou não).

Natureza Jurídica do Tributo: É determinada pelo fato gerador.

Classificação: a) Tributos Vinculados e Não vinculados: Os vinculados são aqueles


ligados a atividade estatal, uma contraprestação ao contribuinte (EX: taxas). Os não
vinculados independem de atividade estatal (EX: impostos). B) Tributos fiscais,
extrafiscais e parafiscais: Fiscal tem função primaria de carrear recursos ao erário.
Extrafiscal é o utilizado para regular a economia e parafiscal carrear recursos para outro
ente que não o estado. c) Tributos Reais e Pessoais: Reais incidem sobre bens ou
outro fato econômico e pessoais leva em conta as características pessoais do
contribuinte.

Espécies Tributárias: Segundo o CTN temos três: Impostos, taxas e contribuição de


Melhoria. No entanto segundo entendimento majoritário soma-se mais duas:
empréstimo compulsório e contribuições especiais. A) Impostos: Tributos
desvinculados, independe de atuação estatal, se vincula a ação do particular. O principio
da não afetação proíbe a vinculação da receita. Em regra disciplinado por lei ordinária.
B) Taxas: São tributos vinculados a uma atividade estatal, criados e disciplinados por
lei ordinária e são de competência comum, qualquer ente tem competência. É dividida
em taxa de policia (visa remunerar fiscalização efetiva) e taxa de serviço (remunerar
serviço público específico e divisível). Não pode ter base de calculo e fato gerador de
impostos. C) Contribuição de Melhoria: São tributos vinculados a atividade estatal,
criado e disciplinado por lei ordinária, cobrado quando há uma obra pública que
implique valorização ao imóvel do contribuinte. A base de calculo é o quantum de
valorização experimentada pelo imóvel. Existe o limite global (custo da obra) e limite
individual (valorização em cada imóvel). d) Empréstimo Compulsório: A união
mediante lei complemente institui empréstimo compulsório para atender despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra eterna ou sua iminência,
assim como em caso de investimento publico urgente e de interesse nacional. São
tributos restituíveis. São criados por LC. São de competência exclusiva da união, é
exceção a anterioridade. Valor arrecadado com empréstimo se vincula a situação que
ensejou a cobrança. E) Contribuições Especiais: Tributos qualificados pela destinação
de cada contribuição. Em regra são regidas por lei ordinária, apenas a social
previdenciária residual é por LC. Podem ter fato gerador e base de calculo de impostos.

2. Limitação ao Poder de Tributar


Conceito: Instrumentos voltados a conter a competência tributária.
Princípios: a) Legalidade: Todo tributo deve ser obrigatoriamente criado por lei, em
regra ordinária. Registre-se que IGF, Imposto residual, Empréstimo compulsório e
Contribuição social previdenciária residual são criado por Lei complementar.
Excepcionam-se a regra da legalidade: II, IE, IPI, IOF, CIDE combustível, ICMS
combustível, que não podem ser criados, mas atualizados por decretos. Repise-se que
majoração só pode ser feita por lei. B) Tipicidade: Todos os elementos constantes do
tributo devem está em lei. C) Irretroatividade: Utiliza-se lei vigente na ocorrência do
fato gerador, exceto a multa que se for mais benéfica retroage. D) Anterioridade: O
tributo instituído só será cobrado no exercício financeiro seguinte, exceções: II, IE, IOF,
Empréstimos Compulsórios (calamidade ou guerra), imposto de guerra, IR, Base de
Cálculo de IPVA e IPTU. Registre-se que mesmo instituído por MP deve ser analisada a
anterioridade a partir do momento que foi convertida em lei. E) Nonagesimal: O tributo
instituído será cobrado com no mínimo 90 dias de sua publicação, exceções:II, IE, IOF,
Empréstimo compulsório (calamidade ou guerra), imposto de guerra, IPI, Cide
Combustiveis, Contribuição Social, ICMS combustivels; Registre-se que redução de
tributo ou revogação de isenção não se sujeita a tais princípios. F) Princípio do Não
Confisco: Nenhum tributo nem multa pode ter efeito confiscatório. G) Principio da
liberdade de tráfego: É vedada a cobrança de tributos que impeçam o direito de ir e
vir. H) Princípio da Uniformidade geográfica: É vedado a União instituir tributo que
não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação ao Estado, DF, ou Município em detrimento de outro, admitida
incentivos fiscais que promovam desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes
regiões do país. I) Capacidade Contributiva: Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade contributiva do contribuinte.
Imunidades: São limitações a competência tributária. Imunidade x Isenção: A
primeira é constitucional, limita a competência trbutária, interpretação ampliativa. A
segunda é oriunda de lei, sendo uma causa de exclusão do crédito tributário e que deve-
se interpretar de forma literal. A) Imunidade Recíproca: Os entes não pagam impostos
sobre bens, patrimônios e serviços um dos outros. Incluem-se as autarquias e fundações
publicas no que atine ao seu patrimônio renda e serviço vinculado a finalidade essencial.
B) Imunidade religiosa: Templos e instituições de qualquer culto estão imunes a
impostos, registre-se que bens, patrimônios e serviços destinados a finalidade essencial,
como um cemitério da igreja, também é imune. C) Imunidade dos Partidos Políticos:
Beneficia partidos e suas fundações, Sindicato de empregados, Entidades de assistência
social sem fins lucrativos e entidades de educação sem fins lucrativos, para serem
imunes devem: não distribuir patrimônio ou renda, aplicar integralmente no país os seus
recursos nos objetivos institucionais e deve ter regularidade contábil. D) Imunidade de
Imprensa: Livros, jornais, periódicos e papeis para a sua impressão não são suscetíveis
de impostos, tal imunidade é objetiva do produto. O STF já garantiu imunidade a filmes
e papéis fotográficos para fabricação de livros.

3. Competência Tributária
Conceito: É o poder atribuído pela CF a cada ente federativo para instituir tributos. A
competência tributária é absolutamente indelegável, mas as funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas podem ser
delegadas por uma pessoa jurídica de direito público a outra (delegação da competência
tributária ativa). Quando se delega a capacidade tributaria ativa tem-se parafiscalidade (
ex: cobrança de taxa pelo CRM)

4. Repartição Constitucional da Competência Tributária


Introdução: A Constituição, em se tratando de repartição das competências tributárias,
optou por reparti-las em tributos vinculados e tributos não vinculados.
Espécie de Competência: a) Competência Privativa: É a competência para instituir
impostos, que é privativa de cada unidade da federação. B) Competência Cumulativa
ou Híbrida: Como o DF reúne atribuições de estado e município, cabe a ele instituir
impostos estaduais e municipais em seu território. C) Competência comum:
Competência do ente que exerce atividade vinculada. D) Competência Residual: A
união tem competência residual para instituir, mediante LC, impostos não previstos na
CF, desde que não sejam cumulativos e não tenham FG ou BC própria dos impostos
discriminados na CF. E) Competência Extraordinária: É exclusiva da união para
instituir , em caso de guerra externa, impostos extraordinários compreendidos ou não
em sua competência tributária.

5. Legislação Tributária
Pormenores: Em regra, vigora no nosso ordenamento jurídico o princípio da
territorialidade, de modo que a norma tributária vigora dentro dos limites territoriais do
ente da Federação competente para instituir o tributo. Excepcionalmente, poderá ocorrer
a extraterritorialidade da lei tributária, nos seguintes casos: quando estabelecido em
convênios ou quando determinados pelo próprio CTN ou por outras normas gerais da
União. A própria lei deve dispor sobre a data que ela entrará em vigor. Na falta de
previsão na lei deve-se adotar subsidiariamente a Lei de Introdução ao Código Civil que
determina que a lei entre em vigor 45 dias após a publicação da lei.

6. Aplicação da Legislação Tributária


Pormenores: A legislação tributária, em regra, aplica-se aos fatos geradores futuros e
aos que ainda não estão completos, tendo em vista o princípio da irretroatividade.
Aplicação imediata e prospectiva. Ressalva-se que a lei aplicar-se-á a fato pretérito
quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade a infração
dos dispositivos interpretados. Como também, quando se tratando de ato ainda não
julgado: quando deixe de defini-lo como infração, quando deixe de trata-lo como
contrario a exigência de ação ou imissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
tenha implicado em falta de pagamento de tributo. E por fim, quando lhe comine
penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

7. Interpretação da Lei tributária


Detalhes: Não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressas ou implicitamente pela CF ou legislação
para definir ou limitar competência tributária. Por conseguinte, deve-se interpretar
literalmente: a suspensão ou exclusão do crédito, outorga de isenção e dispensa de
cumprimento de obrigações acessórias. Registre-se que a revogação de isenção é sempre
outorgada por lei, razão pela qual a isenção sempre poderá ser revogado, salvo se
temporária e condicionado, que neste caso quem recebe não pode perdê-la antes do
prazo prometido.

8. Obrigação Tributária
Espécies de Obrigação: a) OT principal: surge com o fato gerador, previsto em lei e
tem como objeto o pagamento do tributo e da multa; (no direito tributário também é
obrigação principal); b) OT acessória: surge com o fato gerador previsto na legislação
tributária e tem como objeto prestações positivas ou negativas (obrigações de fazer ou
não fazer) no interesse da arrecadação, ex: manutenção de livros fiscais, emitir nota
fiscal. O acessório não segue o principal. Na imunidade e na isenção permanece as
obrigações acessórias
Detalhes: O polo ativo da OT pode ser ocupado por entes federativos ou entidades
parafiscais e o polo passivo por contribuinte (tem relação pessoal e direta com o fato
gerador) e responsável (relação pessoal e indireta do fato gerador).

9. Casos Especiais de Responsabilidade Tributária


a) Empresa resultante de fusão, cisão, ou incorporarão, responde por dívidas das
empresas anteriores.
b) Sócios gerentes e administradores só respondem por dívidas da empresa se o fisco
provar excesso de poder ou infração (desconsideração da personalidade jurídica)
c) Empresa/pessoa que adquirir de outra, estabelecimento comercial ou fundo de
comércio (trespasse), o adquirente só responde (integralmente) por dívidas da empresa
anterior se mantiver o mesmo ramo comercial retorne dentro de 6 meses
(responsabilidade subsidiária). Mas se a aquisição ocorrer em processo de falência ou
recuperação judicial o adquirente nunca responde ainda que se mantenha no mesmo
ramo.

10. Lançamento Tributário:

Conceito: procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato


gerador. É constitutivo do crédito e declaratório da obrigação.
Espécies: a) Lançamento direto ou de ofício: Independe de qualquer manifestação do
contribuinte. Um auto de infração também é uma espécie de lançamento de ofício. b)
Lançamento Misto ou por Declaração: O contribuinte fornece os documentos para
que a administração apure e realize o lançamento. C) Lançamento por homologação
ou autolançamento: O contribuinte presta informações, calcula valor do tributo e
antecipa o pagamento, tendo o fisco apenas que homologar.

Decadência: É um instituto de extinção do direito de exigibilidade do crédito tributário,


isto é, a administração perde o direito de realizar o lançamento. Se o lançamento for
por homologação a decadência ocorrerá 5 anos do Fato gerador, se ocorrer dolo, fraude
ou simulação ocorrerá 5 anos do exercício seguinte ao que deveria ser lançado. Caso
ocorra auto de infração será 5 anos da notificação e caso ocorra anulação será 5 anos da
decisão definitiva de anulação. Se o lançamento for de ofício ou por declaração será a
decadência de 5 anos do exercício seguinte ao que deveria ser lançado.

Prescrição: É um instituto de extinção do crédito tributário. Perde-se o direito de


manejar ação de cobrança do crédito tributário. A regra geral da prescrição é que
aconteça 5 anos da constituição definitiva. Se houver pagamento integral, não há que se
falar em prescrição. Se após notificação houver pagamento parcial e não houver
impugnação do contribuinte contar-se-á 5 anos da data do pagamento. Se após a
notificação houver pagamento parcial cumulado com impugnação contar-se-á 5 anos da
ultima decisão irrecorrível da matéria. Se o contribuinte não paga o tributo e não
recorre: contar-se-á do 31º dia. Se o contribuinte não paga, mas recorre, começa a contar
a prescrição da imutabilidade da decisão administrativa. Registre-se que o pagamento de
dívida prescrita gera a repetição do indébito.

11. Exclusão do crédito tributário


a) Anistia: Dispensa legal do pagamento de multa, mas se deve pagar tributo. Aqui
perdoa-se só a multa.
b) Isenção: Dispensa legal do pagamento do tributo. Pode ser concedida e revogada a
qualquer tempo. Nos casos em que tiver prazo e condição pode gerar direito adquirido.

12. Suspensão de exigibilidade do crédito


Consequências: Impedem a execução fiscal, é permitida a inscrição da divida ativa, a
certidão expedida pela divida ativa é positiva com efeitos de negativa.

Formas: a) TUtela antecipada – não é o pedido que suspende, mas sua concessão. b)
LIminar – não é o pedido que suspende, mas sua concessão. c) Parcelamento (Tenho o
dinheiro, mas não todo, então peço o parcelamento) - Não é o pedido que suspense a
exigibilidade, mas o seu deferimento. d) DEpósito – desde que integral e em dinheiro.
e) MOratória (Não tenho dinheiro, peço para pagar depois)– dilatação legal do prazo de
pagamento do tributo. f) RA: Recurso Administrativo – desde que apresentado
tempestivamente.

13. Extinção do Crédito Tributário


Formas: Pagamento (Adimplemento voluntário pelo sujeito passivo com entrega de
pécunia; Compensação (Os polos da relação jurídica são credores e devedores ao
mesmo tempo); Transação (Concessões mútuas entre devedor e credor tributário que
importe fim de litígio); Remissão (Perdão legal do crédito tributário, pode ser parcial);
Prescrição (Perda pelo decurso de prazo, por parte do sujeito ativo, do direito de
promover a execução fiscal face ao sujeito passivo); Decadência (Perda pelo decurso de
prazo, por parte do sujeito ativo, do direito de constituir o crédito tributário);
Conversão do depósito integral em renda ( Transformação do deposito feito pelo
sujeito passivo em renda para o sujeito ativo); Consignação em Pagamento ( Diante do
obstáculo ao pagamento, pede-se para pagar o crédito tributário); Decisão
Administrativa Irreformável ( Decisão administrativa favorável ao sujeito passivo e
que não caiba mais recurso); Decisão Judicial Transitada em Julgado (Decisão
judicial favorável ao sujeito passivo e que não caiba mais recurso); Dação em
pagamento (Espontâneo oferecimento de bens imóveis pelo devedor ao credor como
forma de extinguir divida).

14. Garantias e Privilégios do crédito tributário


a) Cláusulas de impenhorabilidade e inalienabilidade. De acordo com o CTN, essas
cláusulas não poderão ser opostas à fazenda Pública, independentemente da data de sua
constituição. Os únicos bens que pode ser opostos à Fazenda Pública, são os
absolutamente impenhoráveis (os descritos em lei).
b) Presunção de fraude: em regra, alienação de bens ou oneração de rendas é considerada
fraude à execução, quando se tem credito tributário inscrito na dívida ativa (185, CTN),
salvo se o contribuinte tiver bens e rendas suficientes para o pagamento da dívida.
c) Preferências: a regra é que o crédito tributário prefere a qualquer outro, salvo os créditos
decorrentes da legislação trabalhista e de acidente do trabalho fora da falência. Na
falência:
1. legislação do trabalho e acidente do trabalho;
2. garantia real;
3. credito tributário.

15. Processo Judicial Tributário


Detalhes: Pelo principio da inafastabilidade do judiciário, as decisões que são tomadas
no âmbito do processo administrativa não são definitivas, podendo ser revistas pelo
judiciário. Por conseguinte, não é necessário esgotar a via administrativa para ingressar
com a judicial, registre-se que a propositura de ação judicial implica em renuncia ao
poder de recorrer na via administrativa e em desistência de eventual recurso já
interposto.
Procedimento: Encerrado o processo administrativo, na hipótese de condenação do
contribuinte, o fisco vai inscrever o crédito em dívida ativa e notificá-lo para que realize
o pagamento, não o fazendo o fisco inscreverá seu nome em cadastro de devedores e
averbará a indisponibilidade dos bens sujeitos a arresto ou penhora. Desse modo, o fisco
pode optar pela execução fiscal ou caso perceba que não possui bens o suficiente pode-
se pedir antes arrolamento fiscal ou cautelar fiscal.
Ações em Espécie por Iniciativa do fisco: a) Execução fiscal (Necessita para sua
propositura de Certidão de dívida ativa com todos os requisitos. Apresentada a CDA e
cumprida os requisitos, citar-se-á o contribuinte para que em 5 dias opte por pagar ou
dar bem em garantia. Não fazendo isto, o magistrado decretará a indisponibilidade de
bens e direitos. Por conseguinte se optar por dar bem em garantia, será aberto prazo para
manejo de ação judicial específica, qual seja, embargos à execução. Outrossim, caso não
se encontre o devedor ou os seus bens o curso da execução será suspenso por um prazo
máximo de 1 ano e ao final deste se não for encontrado o devedor ou os seus bens, os
autos serão arquivados, caso se encontre o devedor ou os bens depois poder-se-á pedir o
desarquivamento e o prosseguimento do feito, desde que não tenha passado o prazo
prescricional que voltou a correr desde o arquivamento). b) Medica Cautelar Fiscal (É
o procedimento utilizado quando o fisco percebe que o contribuinte está tomando
medidas com vistas a fraudar a execução fiscal).

Ações em Espécie por Iniciativa do contribuinte: a) Embargos a execução fiscal


(Ação que será apensada à execução fiscal, mas suspenderá seu curso. Só podem ser
opostos se houver bens penhoráveis e deve ser alegada toda matéria de direito, exige
garantia do juizo); b) Ação Anulatória Fiscal (Ação similar aos embargos a execução,
mas que não exige garantia do juízo, em que pese exija depósito prévio para suspender o
curso da execução, ou seja se processo mesmo que não tenha deposito mas só tem efeito
suspensivo se tiver depositado. Só é cabível quando já houve lançamento ou auto de
infração); c) Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária ( Trata-
se de instrumento adequado quando a cobrança do tributo é teratológica. Nem sequer há
lançamento ou ato de infração, mas a mera ameaça de cobrança); d) Ação de Repetição
de Indébito (Ação que terá lugar quando o contribuinte houver pago o tributo a maior,
tendo prazo de 5 anos para restituição desse valor); e) Ação de Consignação em
Pagamento ( É feita pelo depósito do valor controvertido que está havendo recursa de
recebimento pelo fisco, ou subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
ou pagamentos indevidos); f) Mandado de Segurança ( Podem ser manejados diante
de lançamentos e cobranças abusivas ou ilegais que violem direito liquido e certo como
uma retenção de mercadoria, como uma interdição de um estabelecimento como meio
coercitivo para cobrança do tributo ou o proíba de exercer atividades profissionais por
estar em débito).

16. Imposto de Renda

Introdução: O Imposto de renda é o tributo incidente sobre a renda ou acrescimo


patrimonial. Tal tributo é uma exceção ao principio da anterioridade nonagesimal.
Registre-se que ele deve respeitar a anterioridade, capacidade contributiva e vedação ao
confisco. A renda é o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Na
disponibilidade por capital se insere todos os retornos a partir de investimentos em
capital. Quanto a trabalho se refere a renda auferida com o dispêndio da própria energia
humana.
Princípios Específicos do Imposto de Renda: a) Generalidade: Todo e qualquer
acréscimo patrimonial do individuo, independente do nome ou origem será alcançado
pelo IR; b) Universalidade: O imposto de renda alcança a todos os sujeitos, desde que
fato gerador se de em território nacional; Progressividade: A alíquota aumento
conforme aumenta a base de calculo.

O imposto de renda no CTN: o fato gerador do imposto de renda é a aquisição da


disponibilidade jurídica ou econômica. Não se confunde com receita, visto que o
imposto recai na disponibilidade. Não se confunde com patrimônio visto que este é
estático e o fato gerado do IR é o acréscimo de disponibilidade, ou seja é dinâmico. A
disponibilidade será econômica quando houver ingresso efetivo de valores em seu
patrimônio. A disponibilidade será jurídica quando se reportar a um evento jurídico,
ainda que sem lastro econômico, como uma divida prometida e não recebida. Registre-
se que o IRPF leva em consideração a disponibilidade jurídica e econômica.

Isentos de IR: Bolsas de qualquer espécie, indenizações (férias proporcionais e o


respectivo adicional, adesão ao programa de incentivo a demissão voluntaria),
pagamento de licença premio não gozada por necessidade de serviço, pagamento de
férias não gozadas por necessidade do serviço. Registre-se que os valores pagos a título
de hora extra não estão isentos de IR.

Detalhes: Competência da União, receita compartilhada entre estados e municípios. O


Imposto de Renda possui aspecto extraterritorial, afinal incide até mesmo de rendas ou
proventos que tenham origem estrangeira. O tempo de aferição para o fato gerador do
imposto de renda não pode ser tão curto a ponto de onerar muito um evento isolado nem
tão longo a ponto de ser injusto posto que flexibilizado em demasia. Nesse sentido, o
aspecto temporal do imposto de renda é anual. Para pessoa física o IR recai sobre o
saldo obtido pela dedução, no rendimento (renda ou proveitos), dos gastos realizados
para obter este rendimento e os feitos com automanutenção (gastos sem os quais a vida
digna não é possível). Já no caso das pessoas jurídicas, o cálculo é feito sobre o lucro
real obtido, analisado a partir dos balanços empresariais regularmente escriturados. É
dever dos substitutos manter regularmente a Declaração de Imposto Retido na Fonte
(DIRF). Mesmo substituído, o contribuinte ainda é o sujeito passivo, devendo, nos casos
de retenção não realizada ou realizada a menor, arcar com o imposto. O lucro real é
formado pela subtração da receita das despesas contabilmente escrituradas ( Obrigam-se
ao lucro real empresa com faturamento superior a 6.5 milhões, empresas com beneficio
fiscal, bancos ou empresas de crédito e empresas com receita do exterior). Lucro
presumido: Pode ser adotado facultativamente caso não se enquadre nas hipóteses de
lucro real. Neste regime não há qualquer preocupação com a despesa da empresa, afinal
o cálculo do lucro apenas leva em consideração o faturamento e a porcentagem aplicada
sobre ele. Se dá nos casos em que não há documentação idônea para auferir o lucro
presumido ou real, isto é, os livros de balanço empresarial são imprestáveis. O Fisco
que arbitra. A alíquota do IR de pessoas jurídicas é de 15% ao mês. Há ainda o
adicional de 10% aplicado sobre a receita que ultrapassar R$ 20.000,00 mensais. No
que é atinente às pessoas físicas, a base de cálculo sempre será o lucro real, isto é, o
efetivo acréscimo de disponibilidade patrimonial do sujeito. A alíquota do IRPF será
retirada de uma tabela, anualmente atualizada, que prevê alíquotas diferentes para faixas
de renda distintas, tudo em privilégio do princípio da progressividade.

17. Imposto Sobre Produtos Industrializados

Considerações Iniciais: O IPI é um imposto de competência da União. Ele tem como


característica a seletividade em função da essencialidade do produto e não
cumulatividade (veda-se tributação em cascata), o que for devido em cada operação de
industrialização deve ser compensado com o que já foi pago na anterior. O IPI não
incide sobre produtos industrializados com destino ao exterior, como também, deverá
ser reduzido para bens de capital. Por conseguinte, o IPI é exceção ao principio da
legalidade e anterioridade. O IPI incide sobre produto industrializado. Considera-se
industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe
modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. O fato gerador
do IPI propriamente dito é a industrialização de produtos para posterior circulação, bem
como a importação ou o arremate de produtos industrializados. Registre-se que o
preparo de alimentos para venda imediata ou a produção do bem feita de forma
individual não é hipótese de incidência do IPI.

Aspectos do IPI: a) Aspecto Temporal: O desembaraço aduaneiro, quando de


procedência estrangeira; A saída do produto dos estabelecimentos de importador,
industrial, comerciante ou arrematante; A arrematação do produto, quando apreendido
ou abandonado e levado a leilão. b) Sujeito ativo do IPI: é a União. Trata-se o imposto
de um de receita compartilhada. c) Sujeito Passivo: o importador ou quem a lei a ele
equiparar; o industrial ou quem a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos
sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; o
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. d) Base de
Cálculo: No caso da importação do produto, a base de cálculo será o preço normal
do bem (valor da mercadoria ou similar), acrescido de: Imposto sobre a importação;
Taxas exigidas para ingresso do produto no país; Encargos cambiais pagos ou exigíveis.
Se industrializado em solo nacional, a base de cálculo será o valor da operação, ou,
faltante esta, o preço corrente da mercadoria ou sua similar, no mercado atacadista da
praça do remetente. Necessário consignar que no valor da operação devem ser inseridas
algumas despesas outras, como valor de frete, despesas acessórias, etc. Se adquirido por
arrematação, a base de cálculo é o valor do arremate, quando a arrematação é
judicial a base de cálculo não é o valor do arremate, mas sim o de valor de mercado.
Vale dizer que o IPI é um tributo lançado por homologação. A alíquota, por sua vez, é
variável em relação a essencialidade do bem, conforme já referido anteriormente e
consta da TIPI.

18. Imposto de Importação.

Introdução: Ao lado do IPI e do IE, são tributos de natureza extrafiscal, visa


primariamente regular a economia. É exceção ao principio da legalidade, anterioridade e
nonagesimal. Assim, o imposto de importação recai sobre os produtos estrangeiros
importados. Independe o motivo do ingresso, basta que tenha entrado no país com
animus de permanência. Incide imposto de importação sobre os bens adquiridos em
contrato de leasing, mesmo durante o período da locação.

Aspectos do II: a) Aspecto Temporal: O imposto possui um fato gerador material


(ingresso em território nacional) e outro temporal (registro da declaração de
importação). O lançamento desse tributo é por homologação; b) Aspecto Espacial:
Onde principalmente se dê o desembaraço, que são: Portos e aeroportos alfandegados,
Pontos de fronteira alfandegados e a parte restante do território aduaneiro,
incluindo-se águas territoriais e espaço aéreo. c) Sujeito Ativo:União; d) Sujeito
Passivo: Importador ou quem a ele a lei equiparar; Arrematante de produtos
apreendidos ou abandonado, o destinatário de remessa postal internacional
devidamente indicado pelo remetente; adquirente de mercadoria entrepostada. e) Base
de Cálculo e Alíquota: Lembremos que a alíquota pode ser ad valorem, quando é
calculada sobre o valor econômico do bem ou serviço; específica, quando o valor é
calculado sobre características do bem que não o seu valor (peso, altura, etc.). Assim, a
base de cálculo varia conforme o tipo da alíquota aplicada: Se específica, a base de
cálculo será a unidade de medida adotada pela lei tributária; Quando ad valorem, a base
de cálculo é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da
importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto
ou lugar de entrada do produto no país; Quando se trate de produto apreendido ou
abandonado, levado a leilão, a base é o preço da arrematação

Regimes Aduaneiros Especiais: Drawback, é o regime de importação de insumos que


farão parte de um produto a ser exportado, havendo, quanto a eles, o regime de
suspensão, não incidindo o II, o IPI, o PIS ou COFINS (o ICMS possui alíquota
reduzida); Duty Free, quando a compra é feita em zonas de isenção de imposto de
importação; Zona franca de Manaus, criada com a finalidade de ocupar a Amazônia, é
local onde os insumos para produção chegam livres de imposto, como se fosse um
regime interno de drawback. Na saída de lá, os impostos incidem naturalmente.

19. Imposto de Exportação:

Considerações: O contribuinte é o exportador. Quando a alíquota for ad valorem a base


de calculo será o valor normal do bem. O aspecto temporal ocorre no momento da
exportação, considerada na entregada efetuada no porto ou local de saída do produto.
Sujeito passivo é o exportador, assim entendido como qualquer pessoa que promova a
saída de produto nacional ou nacionalizado do Brasil. O fato gerador é a saída do
produto, seu aspecto temporal se dar com a liberação pela fiscalização aduaneira. A
Base de calculo é o preço que a mercadoria teria no tempo da exportação em uma venda
normal. É exceção a legalidade, anterioridade e nonagesimal.

20. Imposto Territorial Rural


Considerações: Imposto de competência da união que recai sobre a propriedade
territorial rural. A quantidade de imposto cobrada será inversamente proporcional ao
nível de utilização do imóvel rural, como forma de desestimular terras improdutivas.
Visa finalidade extrafiscal no que atine a função social.

Isenção: O imposto não incide sobre pequenas glebas rurais( 100 ha, se localizado em
município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-
mato-grossense; 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das
Secas ou na Amazônia Oriental; 30 ha, se localizado em qualquer outro município.)
quando exploradas por proprietário que não possua outro imóvel. Também tem isenção
os sujeitos que possuam mais de um imóvel rural, desde que não extrapolem os limites
do que é entendido como pequena gleba, explorem sozinhos ou com sua família (a ajuda
de terceiros é admitida desde que seja eventual) e não possua imóvel urbano.

Aspectos do ITR: O fato gerador é a propriedade, domínio útil e posse com animus
domini. O fato gerador do ITR ocorre na zona rural, categoria definida por exclusão:
existe lei municipal que delimita o que seja zona urbana, assim, será rural toda a zona
que ultrapassar os limites da urbana. Por conseguinte, entende o STJ que o aspecto
espacial deve ser integrado pela finalidade do imóvel, ou seja, imóvel com finalidades
agrícolas em zona urbana é tido como rural. O fato gerador do ITR ocorre a cada 1º de
janeiro, em quem estiver como proprietário. O lançamento é feito por homologação. O
sujeito ativo é a união e o sujeito passivo é o proprietário, detentor do domínio útil ou
possuidor. Registre-se que se houver esbulho da terra e não propriedade plena não deve
se dar a cobrança do imposto, pois estaria tributando um direito que, por falha do Estado
em promover a segurança pública, tem seu exercício impossibilitado. A base de cálculo
do ITR é o valor da terra nua, sem contar bens acrescidos como construções, área de
preservação permanente, reserva legal, área de interesse ecológico e áreas imprestáveis
a exploração agrícola. A alíquota vai variar conforma a utilização da terra.

21. Imposto sobre circulação de mercadorias e de serviços de transporte interestadual


e intermunicipal (ICMS)

Aspectos Gerais: É tributo de receita compartilhada de competência dos estados.Três


são os fatos geradores do ICMS: (a) operações relativas à circulação de mercadorias;
(b) prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; (c) serviços
de comunicação. Quanto a (a) deve haver um negócio jurídico para que haja a
incidência do imposto, deve haver um produto comprado com volume, habitualidade e
intuito comercial, deve haver transferência da titularidade do bem (o simples
deslocamento de mercadoria um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte não
é FG do ICMS). Se o produto for trazido do exterior, ainda que não como
mercadoria, incide o ICMS. A hipótese (b) diz que o fato gerador é o serviço de
transporte interestadual e intermunicipal. A jurisprudência já é pacífica no sentido de
que o ICMS não incide em caso de transporte aéreo de pessoas, apenas para o transporte
aéreo nacional de cargas. A hipótese (c) dispõe que conceito de comunicação exige a
fixação de três elementos: o emitente, veículo (emissor) e destinatário. É preciso que
haja a certeza que a comunicação foi firmada, por isso apenas são tributados os
serviços de TV e de comunicação telefônica. O acesso a internet é tido como
comunicação para fins de ICMS.

Princípios Regentes: a) Não cumulatividade: Veda-se a tributação em cascata, deve


ser não cumulativo; b) Tributo sujeito a Guerra Fiscal: Os benefícios ou isenções
ficarão sujeitos à convênios celebrados e ratificados entre os estados28. Os
benefícios que necessitam de convênio estão postos neste diploma: Isenções de
imposto; Redução de base de cálculo; Devolução do tributo a contribuinte, responsável
ou terceiro; Concessão de crédito presumido; Quaisquer outros incentivos ou favores
fiscais do ICMS; prorrogação ou extensão de isenções vigentes. Era determinado que a
decisão do convenio fosse unanime por todos os estados. A dificuldade em se conseguir
isto fez com que diversos Estados passassem a instituir os benefícios e isenções mesmo
sem convênio, ainda que sob rótulos disfarçados (a exemplo de crédito presumido).
A LC nº 160/17 tenta reduzir os impactos desta guerra fiscal, amenizando o quórum de
aprovação do convênio, que não mais precisa ser unânime, mas apenas de 2/3 dos
estados, com, no mínimo, aprovação de 1/3 em cada uma das regiões (1/3 no nordeste,
1/3 no centro-oeste, etc.). c) Seletividade: A alíquota do ICMS pode ser seletiva.

Alíquotas do ICMS: A alíquota externa é definida por resolução do Senado Federal,


que está posta nos seguintes termos: Produto ou serviço saindo do Sul ou Sudeste
(exceto Espírito Santo) para os demais estados (Incluso Espírito Santo): alíquota de
7%; Produto ou serviço saindo dos demais estados (incluso Espírito Santo): alíquota
de 12%. É preciso perceber que quanto maior a alíquota interestadual menos o estado
de destino irá arrecadar, afinal o crédito do comprador será maior. Já a alíquota interna
é decidida por cada um dos estados, entretanto o Senado define as alíquotas máxima
(27%) e mínima (7%). A da Bahia, por exemplo, tem alíquota média de 18%, sendo que
alguns produtos alcançam 27%. Salvo benefício ou isenção fiscal firmada em convênio
regularmente ratificado, a alíquota interna não pode ser menor que a menor alíquota
interestadual, que é de 7%. O estado de origem arrecadará com base em porcentagem
da alíquota interestadual; O estado de destino da mercadoria arrecadará com base
porcentagem que equivale à diferença entre a sua alíquota interna e a alíquota
interestadual (isto é denominado antecipação parcial).

Imunidade do ICMS: Produtos destinados ao exterior; operações que destinem a


outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica; sobre o outro como ativo financeiro e instrumento cambial
e nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

Base de Cálculo: O ICMS é “calculado por dentro”, com isto significando que o
imposto integra a sua própria base de cálculo. Este imposto, como regra, é calculado
“por último”, isto é, a sua base do cálculo será considerada já com a inserção dos
demais tributos que porventura incidam. Existe exceção a essa sistemática: O valor do
IPI, quando a venda for para industrial ou comerciante (Art. 155, XI, CF);

Sujeitos: O sujeito ativo é o estado onde a operação mercantil que faz incidir o imposto
se realizou, sendo, de ordinário, o local de saída da mercadoria. O sujeito passivo, por
sua vez, segundo o decreto 87/96, é aquele que realiza operações de circulação de
mercadoria ou prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com habitualidade ou volume que faça presumir o intuito comercial. O
ICMS pode sofrer substituição tributária para trás, quando todo o imposto da cadeia
apenas onera o último sujeito dela; ou para frente, quando todo o imposto da cadeia vai
onerar o primeiro elo da cadeia.
Fato gerador: O fato gerador, no caso de transportes, ocorre na saída, sendo cobrado e
recolhido pelo estado de origem. No caso de circulação de mercadorias, se dá na saída
do estabelecimento

22. IPVA

Aspectos Introdutórios: se trata de Imposto sobre a Propriedade de Veículos


automotores. É imposto direto, real e estadual, mas de receita compartilhada. O
entendimento dos tribunais superiores é que o imposto apenas incide sobre carros e
motos, e não sobre demais transportes motorizados, como aviões, lanchas, jet-skis, ou
máquinas agrícolas (tratores, e.g.), etc. Nos contratos de leasing são considerados como
contribuintes as instituições financeiras, eis que, até a quitação das parcelas e efetiva
aquisição do veículo, são elas as proprietárias do bem. Frise-se que arrendante e
arrendatário seriam solidariamente responsáveis pela obrigação tributária. O fato
gerador ocorre a cada 1º de janeiro. Isso não deve ser confundido com a data de
pagamento, que é organizada de maneira distinta por cada Estado. O fato gerador ocorre
no estado da federação onde estiver licenciado o veículo. Sujeito ativo será o estado
onde se localizar o município no qual o veículo está licenciado, sendo que 50% da
receita do imposto irá para este último. Sujeito passivo é o proprietário do veiculo
registrado ou não ( bastando provar a transferência). A base de cálculo é o valor de
mercado do veículo, que é determinada segundo uma tabela oficial, a FIPE. A base de
cálculo é exceção a nonagesimal. É inconstitucional a diferenciação de alíquotas
segundo a origem do veículo.

23. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.

Considerações: É um tributo direto (não está embutido no preço de nada), sendo seu
lançamento de oficio, competindo ao Fisco efetua-lo. Tem característica
predominantemente fiscal, muito embora haja extrafiscalidade, conforme veremos. O
IPTU é um imposto territorial e predial, o que significa que é pago tanto pelo terreno
quanto pelas construções que nele se fizer. É preciso salientar que a edificação não faz
a base de cálculo diminuir: o contribuinte continua sendo onerado tanto pelo prédio
quanto pela terra nua remanescente. O Município pode majorar a alíquota do IPTU para
desestimular a especulação imobiliária. O IPTU poderá ser progressivo em função do
valor do imóvel. São inconstitucionais progressividade em razão do tipo de uso do
imóvel a não ser que incentive função social da propriedade. fato gerador do IPTU é a
propriedade, o domínio útil ou posse de bem imóvel, seja ele imóvel por natureza ou
por acessão física. O critério espacial é a zona urbana do município (esteja em região
definida como zona urbana e tenha 2 melhoramentos construídos pelo poder publico).
Assim, os loteamentos aprovados pelo Poder Público, que tenham finalidade
habitacional, comercial ou industrial e que se encontrem em áreas urbanizáveis ou de
expansão urbana, podem ser considerados para fins de incidência de IPTU.
Relembremos que se o imóvel estiver na zona urbana e, ainda assim, possuir destinação
rural, não ensejará o pagamento de IPTU, mas sim de ITR. É a lei municipal que define
o critério temporal, mas em geral é fixado em 31 de dezembro ou 1º de janeiro de
cada ano. base de cálculo é o valor venal do imóvel, e não se consideram, para fins da
base de cálculo, os bens móveis que se encontrem no imóvel, qualquer que seja a sua
finalidade (utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade do imóvel).

24. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

Aspectos: Tributo de natureza fiscal, real, residual (apenas incidindo sobre serviços que
não são objeto do aspecto material de nenhum outro imposto), direto e indireto (já que a
legislação pode eleger tanto o contribuinte de fato ou de direito para pagamento do
tributo). Seu fato gerador é a prestação de serviços de qualquer natureza que não
estejam no âmbito de incidência do ICMS (art. 155, II, CF.). Por prestação, entendemos
uma obrigação de fazer. Por serviço, devemos entender uma atividade a ser exercida. O
serviço, ainda, deve ter caráter econômico e estar presente na lista anexa da Lei
Complementar 116/03. Quanto a lista anexa: verticalmente tem rol taxativo (tipicidade
vertical fechada) não se admitindo inserção de serviços por analogia, horizontalmente
permite interpretação extensiva. (tipicidade horizontal aberta) > Ex.: Serviços prestados
na órbita espacial não estão previstos na lista, de modo que não podem ser considerados
como existentes por analogia (tipicidade vertical fechada). Ex.2: Serviços de
manutenção de pneus não estão previstos na lista. Entretanto neste rol está incluso o
serviço de manutenção de veículos, que é congênere da manutenção de pneus. Assim,
horizontalmente, o serviço de manutenção de pneus pode ser inserido por interpretação
extensiva ao de manutenção de veículos. A incidência do imposto não depende da
denominação do serviço prestado: se se enquadra nos aspectos de tributação acima
relacionados, haverá a tributação. O ISS incide ainda que o serviço a ser prestado não
seja a atividade preponderante do fornecedor. Se houver prestação de serviços e
circulação de mercadoria, a CF define que, estando o serviço na lista anexa da LC nº
116 deverá recair o ISS sobre o todo (serviço + mercadoria). Se não estiver, incidirá,
sobre o todo, ICMS. O ISS incide em serviços importados, ainda que o início da sua
prestação tenha se dado no exterior, mas não incide no caso de exportação.

Aspecto temporal: Se prestados de uma única vez, a incidência se dá quando ela


ocorrer; Se a prestação for contínua ou em trato sucessivo, a lei poderá estabelecer
momentos distintos de incidência (fim de cada etapa, período ou parcela, e.g.). Que
fique suficientemente claro que a obrigação tributária está criada quando da prestação
do serviço, independentemente de quando ou se se der o seu pagamento.

Aspecto Espacial: Será devido no local do estabelecimento prestador, sendo ele


entendido como o local onde se exerce a atividade autônoma, seja este lugar matriz ou
filial, ainda que o estabelecimento esteja apenas temporariamente no local. Na
inexistência de estabelecimento prestador, será o domicílio do prestador.

Base de cálculo: A base de cálculo é o preço do serviço, apenas devendo ser levando
em consideração o que foi pago enquanto remuneração efetiva do serviço, não se
incluindo neste conceito, por exemplo juros ou multas. Quanto a descontos no serviço, é
preciso observar se eles são condicionados (submetidos a alguma condição, pagar até o
dia X, e.g.) ou incondicionados (o inverso). No primeiro caso, o ISS incide sobre o
valor sem desconto, no segundo, no valor com desconto.

Alíquota: A alíquota máxima (5%) já restou fixada pela LC nº 116. Não há qualquer lei
complementar sobre a alíquota mínima, de modo que se aplica o artigo 88 do ADCT,
que a firma em 2%. Não pode ser concedido beneficio fiscal que conduza a redução da
alíquota para abaixo do piso de 2%.
25. Flash Cards dos Impostos:

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