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Índice
Biografia
As primeiras ascensões na Grã-Bretanha
As primeiras ascensões na Itália
As primeiras ascensões na Espanha
As primeiras ascensões em Portugal
Morte
Referências
Nascimento 11 de janeiro de 1759
Lucca
Biografia Morte 1806 (47 anos)
Lisboa
Vincenzo Lunardi nasceu numa família de pequena fidalguia, desprovida Ocupação inventor, diplomata
de meios de fortuna ou de rendimento. O pai, que se casara tarde, morreu
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quando ele e as irmãs, Margherita e Chiara, ainda eram crianças, deixando-
as numa situação pouco auspiciosa, a qual se agravou, substancialmente,
com a morte da mãe. Nessa altura, os três órfãos foram acolhidos por Gherardo Compagni, um parente remoto que vivia no
distante reino de Nápoles, onde se ocupava de assuntos diplomáticos e ostentava o título de cavaleiro. Graças aos seu auxílio,
Vincenzo foi educado de acordo com a sua condição, revelando-se, com o desabrochar da idade, tão sagaz e inteligente quanto
arguto e cortês; qualidades que, aliadas à capacidade de trabalho e determinação, o talharam desde cedo para a vida diplomática.
Temperamental e alegre, senhor de uma fisionomia charmosa e de apurado gosto no trajar, Vincenzo Lunardi era um sedutor
apaixonado pela vida que atraía sobre si a atenção dos homens de sociedade e a simpatia das mulheres; características que lhe
terão permitido destacar-se naturalmente no meio social londrino, onde exercia, com apenas 24 anos de idade, as funções de
secretário da embaixada do minúsculo reino de Nápoles.
Quando tudo já estava pronto para a largada do balão, Lunardi surpreendeu os circunstantes ao fazer-se acompanhar de dois
animais, um gato e um pombo, que a ele se juntaram, no interior da barquinha, ao equipamento e às provisões que entendera levar
consigo. Solto o globo, o aeronauta e a bicharada ascenderam livremente pelo céu da Inglaterra, e por aquele vogaram, ao sabor
do vento, durante 2h15min - ao que parece, sem grande poder ascensional, posto que não ultrapassaram os 305m de altura - tendo
retornado ao solo em Stanton, perto de Ware, no Hertfordshire. Nesta localidade existe, desde então, uma lápide a assinalar este
feito. Como curiosidade, conta-se que, depois de o balão se ter imobilizado no solo, as gentes de Stanton não se atreveram a
aproximar-se da máquina aerostática nem do seu tripulante, só o tendo feito depois de uma rapariga se ter chegado ao local do
descenso, fascinada pela figura de Lunardi e pela elegância do seu trajar.
Esta proeza, que rendeu a Lunardi fama e proveito, valeu-lhe ser apresentado ao rei Jorge III e ao príncipe de Gales, pessoa que,
para além da admiração, lhe devotou ainda a estima bastante para que lhe fosse artibuído, a título simbólico, o posto de capitão da
Artillery Company (com o direito de envergar o uniforme azul e escarlata daquele regimento), razão que explica daí em diante o
aeronauta se apresentasse como capitão Vincenzo Lunardi.
Aproveitando o sucesso obtido no Reino Unido, Lunardi realizou, durante aquele ano de 1785, várias ascensões noutras
localidades da Grã-Bretanha, tendo-se então apresentado em Liverpool, Kelso Edimburgo, e Glasgow. Durante as doze viagens
aéreas que Lunardi realizou no Reino Unido, transportou, por vezes, alguns objetos de sua invenção, como, por exemplo, um
interessante colete salva-vidas que lhe permitiria flutuar em caso de amaragem forçada.
Embalado pelo muito sucesso das suas proezas como aeronauta, Vincenzo Lunardi escreveu durante este período um livro
intitulado Account of five aerial voyages in Scotland, o qual foi publicado em Londres, no ano de 1786.
Morte
Depois desta última proeza, a existência do capitão Lunardi parece ter-se eclipsado numa penumbra de incógnitas. A sua morte
foi noticiada nestes termos pela Gazeta de Lisboa de 15 de agosto de 1806: "O cavaleiro Lunardi, famigerado pelas suas viagens
aerostáticas, feitas nas suas admiráveis máquinas, faleceu no Hospício dos Capuchinhos Italianos de Lisboa, no 1o do corrente,
dando demonstrações extraordinárias de uma edificante piedade e compunção, que encheram de júbilo aquela comunidade, a
qual pelo espaço de três meses espiritual e temporalmente lhe assistiu com zelo e caridade." [1]
Referências
1. HENRIQUES-MATEUS, Lourenço Henrique. O capitão Vincenzo Lunardi, Portugal na aventura de voar I.
Lisboa: Público, p. 89-114.
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