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Guitarra | Percussão
© imagem de capa: Awilyulu, Tommy Watson
Kōrero
edubaltarsoares@gmail.com
ruisergiop@gmail.com
Grupo formado em 2013 na cidade do Porto pelo percussionista Rui Rodrigues e pelo guitarrista
Eduardo Baltar Soares.
O grupo interessa-se em explorar lugares de encontro e espaços comuns para as mais diversas vozes
instrumentais. A percussão dialoga com a guitarra entre a improvisação e a evocação de paisagens
sonoras.
É membro fundador do grupo Drumming – Grupo de Percussão, sob direcção artística de Miquel
Bernat. Apresentando-se com regularidade em prestigiadas salas de espetáculo nacionais e
internacionais.
Colaborou como músico convidado com várias orquestras e formações no âmbito da Música
Clássica e Contêmporanea, onde se destacam OrchestrUtopica, Oficina Musical, Remix Ensemble,
Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa,
Orquestra das Beiras, Orquestra Nova Harmonia, entre outras.
Na área da Improvisação e Composição, colaborou com outras áreas artísticas como Poesia, Dança,
Teatro, Imagem e Novo Circo, em projectos como “1 poesia e percussão”, “Trama - percussão e
artes performativas” e “BoiteZuleika” dos quais é membro fundador. Conta com obras escritas para
o grupo Drumming nos projectos “ Steeldrumming... Still Drumming”, “ Steeldrumming toca
Zeca Afonso” para ensemble de steel drums e “ Zapping – Tributo a Frank Zappa” para ensemble
de percussão, assim como para outros grupos e a solo
.
Sinopse
Para este concerto de guitarra e percussão podemos ouvir uma rica paleta instrumental: guitarra
flamenca/clássica, guitarra de sete cordas, guitarra portuguesa com e-bow
eslide
, palmas,
cajón,
sanzula
,castanholas, violino de pregos,
bendir,
cântaro e balafon. A música é posta em imagens.
Programa
Durazno (soleá)
Interlúdio
Balafon
Caballo (alegria)
Música noturna
Horca
© Pedro Ferreira, 201
Sobre a música de
Mulheres em Lorca
Foram criados quatro momentos musicais que resultam da agregação de texturas e falsetasde vários
autores. O primeiro deles é uma paráfrase da inspirada composição Morente de Vicente Amigo, à
qual foi acrescentada um conjunto de elementos musicais pujantes, que sublinham o carácter
dramático desta composição. A siguirya “Noche de sombras en la mar”
,
que funciona como leitmotiv
da peça de teatro, é uma composição que resulta da justaposição de falsetasoriginais, com falsetas
clássicas desse estilo flamenco, muitas das quais anónimas e com outras de Niño Ricardo, Perico el
del Lunar e Diego del Gastor. Interessou-nos aqui sublinhar o estilo escuro, quase obsessivo deste
estilo flamenco. Também quisemos que fosse austera a soleà Durazno,
ela é o pano de fundo para a
conversa das vizinhas das Bodas de Sangre.
É feita de frases anónimas e de falsetas
de Oscar Herrero,
combinados de uma maneira a acentuar o carácter mais contemplativo da soleá.
No outro
hemisfério das emoções está a alegria El Caballo.
O seu carácter mais leve contrasta com o estado de
espírito da Noiva, acentuando a intensidade dessa inspirada cena das Bodas de Sangre . Quisemos
que ela ajudasse a pressentir Leonardo a cavalo e o galopar do coração da Noiva. É uma
homenagem à guitarra de Pepe Habichuela.
Com a intenção de facilitar a comunicação em cena entre músicos e atrizes e tentando criar de uma
forma mais genuína possível, deixámos para o trabalho com o grupo a criação de um outro
conjunto de momentos musicais. Deste processo resultaram temas de estrutura mais aberta, com
tempos de cena e intensidade variáveis como a Música Noturna,
uma quase canção de embalar que
ilustra a noite e contrasta com a tensão latente de uma das cenas finais da Casa de Bernarda Alba
entre Adela e a Mãe. De criação colectiva é o tema final
Horca: inspirado no compasso da siguirya
é
um tema de grande tensão emocional que encerra o espectáculo.
Neste espectáculo importam as pessoas, as suas angústias, os seus sonhos, os seus gritos e os seus
silêncios. É um retrato negro de mulheres, onde sobressaí a profunda subjectividade das suas
emoções. Por isso quisemos uma música com cheiro. Quisemos que a música de Mulheres em Lorca
cheirasse ao cheiro que o mar tem quando o vemos desde a montanha, às laranjas, estevas e
pinheiros, às fragâncias dos caminhos cheios de sombra, erva, cansaço e sonhos.
© Pedro Ferreira, 2014
Raider Técnico