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Ética
TEORIAS ÉTICAS
MORAL E ÉTICA
MORAL E DIREITO
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•• As normas e os regulamentos têm caráter imperativo, porque se impõem a todos os
membros de uma determinada sociedade. São anteriores aos indivíduos.
•• Norma Jurídica: Está vinculada com o Direito e o Estado.
Possui um caráter exterior e coercitivo.
•• Norma Moral: Está vinculada às convicções pessoais de cada indivíduo.
Possui um caráter interior e depende de escolhas subjetivas.
MORAL E LIBERDADE
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Ética – Teorias Éticas – Prof. Edir Vieira
TIPOS DE ÉTICA
SOFISTAS :
Acreditavam num relativismo moral. O ceticismo dos sofistas os levava a
afirmar que, não existindo verdade absoluta, não poderiam existir
valores que fossem validos universalmente. A moral variaria para cada
povo, cada indivíduo e cada circunstancia, tendo um caráter relativo e
subjetivo.
SÓCRATES:
O racionalismo ético, inaugurado por Sócrates acreditava na
possibilidade de construir uma moral universal valida, baseada no
conhecimento da essência humana. Para Sócrates, essencial no ser
humano é a sua alma racional. Portanto, de acordo com a concepção
socrática, é na razão que devem fundamentar as normas e os costumes
morais. O homem que age conforme a razão age de maneira moralmente
correta. Aquele que age mal o faz por ignorância.
PLATÃO
As virtudes não podem ser ensinadas, pois já as trazemos ao nascer. A
principal virtude é a Ideia do Bem, que só se pode alcançar por meio
da razão. O corpo, que pertence ao mundo material e imperfeito desvia
o homem do caminho do Bem Supremo. A alma, que é eterna, traz
consigo o conhecimento das virtudes, que precisam ser recordadas pelo
intelecto.
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ARISTÓTELES
Ética mais realista, sem o dualismo corpo-alma platônico. A finalidade
do homem é a eudaimonia (felicidade). O bem-viver é obtido pelo
bem-agir. A virtude se aprende pelo hábito e é um meio termo (justa
medida) entre dois vícios: a falta e o excesso. A razão nos mostra a
essência da felicidade e permite realizá-la de forma consciente. Agir
corretamente significa praticar as virtudes. Aristóteles entende que a
ética é para o indivíduo o que a política é para a sociedade.
ESTOICISMO
O princípio ético dos estóicos é a apathéia; a atitude de aceitação de tudo
que acontece porque faz parte de um plano superior guiado por uma
razão universal. Prega o distanciamento das questões públicas e políticas
e a busca da paz interior e da tranquilidade da alma. Estimula o
conformismo, a resignação, a moderação, a austeridade e indiferença
frente à dor e ao sofrimento . Liberdade é aceitar a ordem natural.
EPICURISMO
Para os epicuristas, adeptos de uma concepção materialista, a felicidade
consiste na satisfação dos prazeres físicos. Seu princípio ético é a ataraxia,
isso é a atitude de desvio da dor e procura do prazer. O medo da morte é a
principal fonte do sofrimento. Busca da auto-suficiência e da tranquilidade
da alma através dos prazeres que são perenes.
SANTO AGOTINHO
Adaptou o pensamento platônico ao cristianismo. Abandonou o
racionalismo ético e retomou a dicotomia corpo-alma. Centrou a busca
da perfeição moral no amor a Deus. Afirma a necessidade da elevação
ascética pra compreender os desígnios de Deus. Para explicar a origem
do mal, já que Deus é bondade infinita, Agostinho introduziu a ideia de
livre-arbítrio (noção de que cada indivíduo pode escolher aproximar-se ou
afasta-se de Deus).
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Ética – Teorias Éticas – Prof. Edir Vieira
SPINOZA
Na Idade Moderna, o Renascimento e o Iluminismo promoveram uma
retomada do humanismo e do racionalismo que caracterizaram a cultura
clássica. No terreno da ética isso deu origem a uma nova concepção
moral, baseada no principio da autonomia. Para Spinoza Deus é
imanente, isto é, não se distingue da natureza. A conduta ética exigiria
um entendimento da condição humana e a liberdade seria a consciência
da necessidade.
KANT
Abandona os valores religiosos e coloca a razão como único fundamento
para a compreensão da natureza humana e da moral. Para Kant a razão
humana é legisladora e, portanto, capaz de elaborar normas universais
(um imperativo categórico). Para ele as noções de dever e liberdade
se confundem; quando o individuo obedece uma norma moral esta
fazendo que o uso livre da razão determinou. A ética kantiana, formalista,
desconsidera questões objetivas.
HEGEL
As concepções éticas contemporâneas recusam qualquer
fundamentação transcendental, centrando no homem concreto a
origem dos valores e das normas morais. Hegel questionou o formalismo
da ética Kantiana e salientou os elementos históricos-sociais que
determinam o conteúdo da moralidade de cada época.
MARX
Entendia a moral como um produto social cuja finalidade é a regulação
das relações sociais. A moral seria uma forma de consciência própria
de cada momento histórico da existência social. Para Marx não existem,
portanto, valores universais e tem uma fundamentação ideológica,
isto é, difunde valores necessários à manutenção de uma determinada
ordem social.
NIETZSCHE
Critica o racionalismo ético, afirmando que há um elemento repressor
nessa moral, que impede o pleno desenvolvimento da liberdade. Afirma
que o cristianismo criou uma moral de rebanho que valoriza a fraqueza
e o conformismo. Propõe uma ética que valorize forças vitais do homem.
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SARTRE
A liberdade é o fundamento do ser humano. O homem é um ser inacabado,
em permanente construção. O ser humano é “condenado” a ser livre, isto é,
precisa fazer escolhas pelas quais se torna responsável.
HABERMAS
Busca os fundamentos da ética no campo da analise da linguagem. Em
oposição à razão instrumental iluminista, a razão comunicativa, que se
constrói no dialogo deve desenvolver uma ética discursiva fundada no
consenso. Essa razão interpessoal e democrática deve embasar a ética.
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Ética
ÉTICA APLICADA
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reta ou indiretamente significa causar-lhe
dano moral. Da mesma forma, causar dano
a qualquer bem pertencente ao patrimô-
nio público, deteriorando-o, por descuido
ou má vontade, não constitui apenas uma
ofensa ao equipamento e às instalações ou
ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência,
seu tempo, suas esperanças e seus esforços
para construí-los.
X – Deixar o servidor público qualquer pes-
soa à espera de solução que compete ao se-
tor em que exerça suas funções, permitindo
a formação de longas filas, ou qualquer ou-
tra espécie de atraso na prestação do ser-
viço, não caracteriza apenas atitude contra
a ética ou ato de desumanidade, mas prin-
cipalmente grave dano moral aos usuários
dos serviços públicos.
XI – 0 servidor deve prestar toda a sua aten-
ção às ordens legais de seus superiores, ve-
lando atentamente por seu cumprimento,
e, assim, evitando a conduta negligente Os
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de cor-
rigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII – Toda ausência injustificada do servidor
de seu local de trabalho é fator de desmo-
ralização do serviço público, o que quase
sempre conduz à desordem nas relações
humanas.
XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia
com a estrutura organizacional, respeitando
seus colegas e cada concidadão, colabora
e de todos pode receber colaboração, pois
sua atividade pública é a grande oportuni-
dade para o crescimento e o engrandeci-
mento da Nação.
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Ética
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NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)
Esse pensador renascentista italiano é considerado o fundador da ciência política moderna.
Na obra intitulada, O Príncipe, ele separa, pela primeira vez, a política das questões morais e
religiosas, dando autonomia para o pensamento político. Maquiavel defende que, em política,
os fins justificam os meios e, para manter o poder, o príncipe deve utilizar todos os meios ao
seu alcance. Seu realismo político o leva a afirmar, também, que o príncipe sábio “deve preferir
ser temido do que ser amado”. É preciso considerar, todavia, o contexto histórico em que a
obra de Maquiavel foi produzida, ou seja, uma Itália fragmentada politicamente, marcada por
conflitos e disputas internas e por pressões e invasões externas.
MONTESQUIEU (1689-1755)
Na sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu estudou as diversas formas de governo e concluiu
que “todo indivíduo que tem o poder tende a abusar dele”. Para evitar a tirania o pensador
iluminista francês formulou a teoria da divisão dos três poderes: legislativo, executivo e
judiciário. Através do principio dos “freios e contrafreios” Montesquieu propôs autonomia de
cada uma dessas esferas e mecanismos que permitam a cada um dos poderes controlar os
demais. Para ele, a forma ideal de governo seria a monarquia constitucional, isso é, o poder do
rei limitado por uma constituição, e um parlamento com representantes eleitos pelos cidadãos.
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Ética – O Estado Como Contrato Social – Prof. Edir Vieira
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Ética
TOTALITARISMO E BIOPOLÍTICA
CIDADANIA E POLÍTICA
CIDADANIA
•• A palavra vem do latim – civitas – significa cidade, no sentido de entidade política.
•• Refere-se ao que é próprio da condição daqueles que
convivem em uma cidade.
•• Esta relacionado com aquilo que vincula os indivíduos de
uma comunidade política.
•• Conjunto de direitos e deveres daqueles que fazem parte
de uma sociedade politicamente organizada.
•• Exercício dos direitos civis, sociais e políticos que estão
previstos numa constituição.
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ÉTICA E POLÍTICA
POLÍTICA
•• A palavra vem do grego - pólis – cidade-estado, ou seja, cidade independente, com suas
próprias leis e constituição, com governo autônomo.
•• Para Aristóteles, o homem é um ser político, isto é, a vida em sociedade seria próprio da
natureza humana, que pode ser entendida racionalmente.
•• Na concepção aristotélica a política seria uma continuação da ética, isto é, aplicação dos
princípios éticos à vida pública para buscar a felicidade humana e o bem comum.
CIDADANIA E POLÍTICA
POLÍTICA
•• Política se refere a arte ou ciência de governar a cidade, entendida como sociedade políti-
ca. Surgiu como busca da melhor maneira de organizar e dirigir a sociedade.
•• É o campo da atividade humana relacionada com os interesses coletivos, com o Estado,
com a administração pública e com as questões da cidadania.
•• Na política moderna, além do princípio da realização do bem e do interesse comum, herda-
do do pensamento antigo, é preciso também considerar o fenômeno do poder.
POLÍTICA E PODER
PODER
•• A palavra tem origem no latim – potere – significa capacidade, posse
•• Significa, basicamente, a capacidade ou força para mobilizar os recursos e os meios (mate-
riais, espirituais, humanos, etc.) necessários para atingir determinados fins ou objetivos ou
produzir certos efeitos.
•• Nas sociedades modernas a política constitui um instrumento de domínio social.
•• Tipos de poder social: poder econômico, poder ideológico e poder político.
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Ética – Totalitarismo e Biopolítica – Prof. Edir Vieira
•• O Poder Político: utiliza a força institucional e jurídica para obter o controle dos meios
de coerção social, incluindo a força física legalmente autorizada pelo direito vigente, para
manter a ordem e reproduzir as relações de domiñação na sociedade.
ESTADO
•• A palavra tem origem no latim – status – com o significado de estar firme, no sentido de
permanência ou estabilidade de uma situação de convivência humana definida em termos
políticos.
•• Na definição tradicional formulada por Max Weber:
“O Estado é a instituição política que, dirigida por um governo soberano, reivindica o mono-
pólio do uso legitimo da força física em determinado território, subordinando os membros
da sociedade que nele vivem.”
ESTADO E GOVERNO
ESTADO
•• O Estado é constituído pelo conjunto das instituições e órgãos que representam o poder
político e os meios de coerção social: o governo, os parlamentos, as leis, os juízes e os tribu-
nais, o exército, a policia, etc.
•• O governo é o agente do Estado. O governo possui um caráter transitório, enquanto o Esta-
do é representado pelos elementos permanentes da ordem política.
•• Existem formas de governo (monarquia e república) e sistemas políticos diferentes que ca-
racterizam o funcionamento de cada Estado (presidencialismo, parlamentarismo).
ORIGEM DO ESTADO
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O Estado surgiu com o aparecimento da civilização e das sociedades estratificadas, isto é, dividi-
das em classes sociais. Embora tenha sido um processo bastante
complexo, sua formação está relacionada com o aprofundamen-
to da divisão social do trabalho e com a separação de certas fun-
ções religiosas, militares e administrativas do trabalho braçal e
do esforço produtivo direto. Essas funções acabaram sendo as-
sumidas por um grupo específico de pessoas que passou a deter
o poder, como classe dirigente.
A FUNÇÃO DO ESTADO
Concepção Liberal:
A função do Estado seria agir como mediador dos conflitos entre os
indivíduos e diversos grupos que compõe a sociedade. O Estado deve-
ria promover a conciliação dos interesses divergentes dentro da socie-
dade, buscando sua harmonia. Entre os pensadores liberais clássicos
destacam-se John Locke e J.-J. Rousseau.
Concepção Marxista:
A função do Estado seria garantir a dominação de uma classe sobre o
conjunto da sociedade. Embora se legitime por um consenso, obtido
pela hegemonia ideológica, seu papel seria, em última instância, pro-
teger a propriedade privada e reproduzir as relações de dominação na
sociedade.
SOCIEDADE CIVIL:
O termo se refere ao extenso campo das relações sociais
que se desenvolvem fora do poder institucional do Es-
tado. Fazem parte da sociedade civil, por exemplo, os
sindicatos, as empresas, as escolas, as igrejas, os clubes,
os movimentos populares, as associações culturais que
representam os diversos segmentos sociais organizados.
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Ética – Totalitarismo e Biopolítica – Prof. Edir Vieira
PARTIDOS POLÍTICOS:
São agremiações ou associações, organizadas com
base num programa político, que representam os
interesses de grupos ou classes sociais. Sua fun-
ção é mediar a relação entre a sociedade civil e o
Estado. Os partidos políticos, devem captar as as-
pirações e demandas da sociedade civil e encami-
nhá-las para o campo institucional das decisões po-
líticas do Estado.
REGIMES POLÍTICOS
REGIME POLÍTICO: O termo se refere ao modo característico e específico pelo qual cada Estado
se relaciona com a sociedade civil. Essa relação pode ser caracterizada como um esquema fe-
chado (quando a relação entre governantes e governados é marcada pelo autoritarismo e pela
opressão) ou um esquema aberto (marcado pela maior participação política da sociedade nas
questões do Estado).
Existem, no mundo contemporâneo, dois tipos de regime político:
•• Democracia – palavra de origem grega que significa “poder do povo”.
•• Ditadura – palavra de origem latina que significa “cargo daquele que dita ordens”.
CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA
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CARACTERÍSTICAS DA DITADURA
FORMAS DE GOVERNO
•• Monarquia – Poder tem caráter vitalício e é transmitido here-
ditariamente.
•• República – Poder tem caráter temporário e é transmitido por
eleição.
SISTEMAS DE GOVERNO
•• Parlamentarismo – Poder concentrado no legislativo, na pessoa do primeiro ministro.
•• Presidencialismo – Poder concentrado no executivo, na pessoa do presidente.
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