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Júri
Julho 2010
AGRADECIMENTOS
Ao Eng. Manuel Anastácio, pela flexibilidade de horário de trabalho permitida nas fases
mais importantes da realização da dissertação.
À Mariana Simão e ao Nuno Carvalho pela ajuda no texto em inglês, tanto no Abstract
como no Extended Abstract.
i
ii
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTAS ENTERRADAS
RESUMO
iii
iv
DESIGN OF BURIED PIPELINES
ABSTRACT
v
vi
ÍNDICE DO TEXTO
1. Introdução ........................................................................................... 1
1.1. Relevância do tema............................................................................... 1
1.2. Objectivos ................................................................................................ 1
1.3. Estrutura da dissertação .......................................................................... 2
vii
5. Dimensionamento ............................................................................. 23
5.1 Dimensionamento hidráulico ................................................................... 23
5.1.1 Cálculo hidráulico ......................................................................................... 23
5.1.2 Estudo do Coeficiente de Rugosidade ......................................................... 24
5.2 Dimensionamento estrutural ................................................................... 26
5.2.1 Considerações introdutórias ......................................................................... 26
5.2.2 Solicitações estáticas em vala...................................................................... 28
5.2.3 Solicitações estáticas em aterro ................................................................... 33
5.2.3.1 Considerações Gerais ....................................................................................................... 33
5.2.3.2 Projecção positiva ............................................................................................................ 35
5.2.3.3 Projecção negativa ........................................................................................................... 44
5.2.4 Solicitações dinâmicas ................................................................................. 50
5.2.4.1 Considerações gerais ........................................................................................................ 50
5.2.4.2 Expressão de Boussinesq .................................................................................................. 50
5.2.4.2 Degradação linear de cargas ............................................................................................ 51
5.2.4.3 Comparação dos dois métodos ........................................................................................ 52
5.2.5 Solicitação de cálculo ................................................................................... 53
5.2.6 Deformação .................................................................................................. 58
5.2.7 Ensaios de determinação da resistência ...................................................... 60
5.3 Determinação da largura de transição .................................................... 62
5.4 Fluxogramas dos processos de cálculo das cargas estáticas ................. 63
5.4.1 Fluxograma para as fórmulas originais de Marston ..................................... 64
5.4.2 Fluxograma para as fórmulas propostas ........ Error! Bookmark not defined.
6. Conclusões ........................................................................................ 67
Anexos .................................................................................................. 75
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE GRÁFICOS
x
LISTA DE SÍMBOLOS
Latinas
xi
Qestáticas – Cargas estáticas, relacionadas com o peso do solo (kN);
Qoutras Carga proveniente de outra origem (kN);
Qtotal – Carga total, soma das cargas actuantes nas condutas (kN);
qm – Carga devido a cargas móveis (kN/m);
qt –Carga devido a carga do peso das terras (kN/m);
R – Raio hidráulico (m);
Re – Número de Reynolds (-);
Rs – Rácio de rigidez da secção (-).
rsp – Grau de compactação do solo (-)
Sm – Plano crítico da cota de B (-);
t – Tempo de retorno (anos);
U – Velocidade do escoamento (m/s);
V – Carga sobre a conduta por unidade de comprimento (kN/m);
Gregas
xii
1. Introdução
A utilização de condutas enterradas tem aumentado bastante nos últimos anos devido
aos desenvolvimentos dos centros urbanos e também por motivos de boa utilização de
matérias-primas e outros recursos escassos. É de facto a solução mais económica para o
transporte de água, esgoto, gás ou combustíveis, tanto dentro das cidades como em terrenos
desertos ou também ao longo das vias de comunicação.
A necessidade de empregar condutas enterradas para estas tarefas deve-se a ser uma
solução que introduz menores perturbações quando comparadas com outras soluções, tais
como a construção de estruturas mais complexas à superfície do terreno para o mesmo efeito.
Considerando que um dos principais custos de implantação de condutas enterradas está
relacionado com a instalação, um estudo sobre o método a utilizar-se é de extrema
importância. Além dos custos de instalação, todo o processo de transporte, manutenção e o
próprio custo inicial das componentes, são factores que levam a que as condutas enterradas
sejam normalmente uma excelente opção para transportar ou conduzir todos os serviços
adequados.
Com o intuito de optimizar a solução a adoptar, é imprescindível analisar a altura de
terra acima da conduta e também a escolha acertada do tipo de conduta a utilizar. O valor da
altura de terra apropriado a colocar-se no topo das condutas deverá ser o mínimo para
minimizar os custos dos movimentos de terra mas deverá ser o suficiente para garantir a
segurança das condutas face ás cargas aplicadas na superfície do terreno. Por outro lado,
quando por questões funcionais as profundidades de instalação tiverem de elevadas, torna-se
imprescindível a determinação da resistência estrutural da conduta a colocar.
1.2. Objectivos
1
finais, frequentemente considerando o custo do projecto como factor determinante na escolha
da solução final, é realizada para se puder seleccionar a solução melhor enquadrada no plano
de estudo. Foi com este objectivo em mente que se realizou o presente trabalho.
2
das cargas aplicadas nas condutas enterradas, permitindo-se assim uma fácil execução de
todos os métodos apresentados durante o presente trabalho.
No capítulo 6 apresenta-se algumas conclusões dos estudos realizados ao longo do
presente trabalho, analisando os resultados e gráficos que se efectuaram para se atingir o
objectivo desta obra.
Por fim, para complementar alguns pontos onde se executaram vários cálculos durante
o estudo, são apresentados nos Anexos informação em tabelas e expressões numéricas que
podem ajudar a esclarecer dúvidas sobre os estudos realizados. No Anexo A são apresentados
elementos do estudo elaborado no capítulo 4, acerca do coeficiente de rugosidade de
Manning-Strickler, com os valores mais usuais deste coeficiente e todo o estudo realizado
sobre este ponto. No outro anexo, Anexo B, são apresentadas as resoluções das equações
integrais necessárias para o cálculo dos valores do coeficiente de aterro de Marston.
3
4
2. Materiais das condutas
5
obedecer a processos certificados ou reconhecimentos de qualidade, podendo assim não
garantir resultados satisfatórios. Noutros países europeus, onde o fabrico tem as aprovações
necessárias atrás referidas, como é o caso da Alemanha, o grés cerâmicos tem elevada
utilização nas redes de drenagem (Gonçalves e Monteiro, 2002).
6
2.1.3. Condutas de betão
O aparecimento do cimento Portland em 1845 foi determinante para o desenvolvimento
das condutas de betão (Figura 3), onde o processo pioneiro de fabrico de condutas resultava
do simples enchimento de um molde vertical de betão fresco. Mais tarde, em meados do
século XX, surgiram várias novas técnicas de melhoramento de colocação do betão nos
moldes, possibilitando assim uma melhoria da qualidade e resistência das condutas (Young e
Trott, 1984).
Em 1902, na Alemanha, começou-se a produzir condutas de betão armado, mais
direccionadas para a utilização de condutas de gama de diâmetros elevados. Mais tarde, em
1970 em Inglaterra, surgiram as condutas de betão pré-esforçadas, fabricadas com a
introdução de fios de aço previamente traccionados no interior do betão (Young e Trott, 1984).
Mais recentemente, outras novas técnicas têm sido utilizadas no fabrico das condutas
de betão, nomeadamente a mistura de pedaços de fio de aço ou fibras de vidro com o betão,
ou também, a colocação de mechas de fibra de vidro enrolado sobre as condutas. Com estas
misturas, aumenta-se a resistência e reduzem-se o peso dos elementos, medidas que
beneficiam bastante a avaliação deste material para a produção de condutas (Young e Trott,
1984).
No que diz respeito à resistência do betão a ataques químicos, o betão é resistente às
substâncias que estão presentes normalmente nos esgotos domésticos, nomeadamente
provenientes dos tratamentos fitossanitários, mas no caso da presença de outros químicos
como sulfatos, ácidos ou sulfureto hidrogénio na séptica de esgoto, o betão por si só tem um
mau comportamento. O aparecimento de sulfato de hidrogénio no interior das condutas é
gerado pelo demasiado tempo que o esgoto pode permanecer dentro do sistema sem ter
contacto com o oxigénio, provocando condições anaeróbicas o que provoca uma libertação de
sulfato de hidrogénio. Assim, este químico em contacto com a parte superior da conduta, não
só começa a reagir e danificá-la, como também ainda origina o ácido sulfúrico, ácido este que
também protagoniza uma quebra na resistência do betão. Uma das medidas encontradas por
Young e Trott (1984), é a colocação de uma membrana plástica na parte superior da conduta,
pois é nessa zona da conduta onde normalmente se encontra a concentração desta bactéria.
Em relação à face exterior das condutas, os ataques químicos podem-se dever às
águas que até elas chegam ou através do simples contacto com o solo, sendo esta última
razão devido às composições do solo onde as condutas estão instaladas. Os solos com
sulfatos podem atacar o betão devido às reacções com o cimento constituinte, sendo que a
solução para este problema passa pela utilização de cimentos resistentes a sulfatos (Young e
Trott, 1984).
A opção de condutas de betão também pode ser determinada pelo preço muito
competitivo que é praticado no mercado, isto porque entre os materiais alternativos, o betão é o
que apresenta o preço mais reduzido (UNL-FCT-HU, 2001/2002).
7
Por outro lado, os pontos fracos destes elementos consistem na pouca resistência ao
impacto, na carência de protecção catódica e ainda pela reduzida estanquecidade hidráulica
(Gonçalves e Monteiro, 2002).
8
de equipamentos de utilização. Para UNL-FCT-HU (2001/2002), uma das principais vantagens
da utilização das condutas de aço são a larga gama de diâmetros disponíveis no mercado.
Como factores negativos para estas condutas podem-se nomear a exigência de
protecção internamente e externamente para a corrosão e o custo bastante elevado
(Gonçalves e Monteiro, 2002).
9
A nível de revestimentos, do lado exterior é corrente colocar uma solução de zinco com
camada de acabamento de tinta epóxi normalmente vermelha, enquanto que pelo lado interior
se aplica um revestimento de cimento aluminoso centrifugado (Gonçalves e Monteiro, 2002).
As principais vantagens no uso de condutas de ferro fundido são a boa resistência
mecânica a elevadas pressões internas, a impermeabilidade a gases e óleos, a simplicidade de
equipamento de instalação, e ainda, a disponibilidade de acessórios do mesmo material
(Gonçalves e Monteiro, 2002). Para UNL-FCT-HU, também se podem destacar como
qualidades deste material a grande longevidade e a boa resistência à corrosão.
Como desvantagens, encontram-se o peso elevado do material, a possibilidade de
corrosão por ácidos sulfúricos e outros ácidos, e também, o custo relativamente elevado do
ferro fundido (Gonçalves e Monteiro, 2002).
10
Os maus comportamentos deste material ocorrem da degradação por radiação solar e
calor, degradação devido ao contacto com detergentes, solventes e hidrocarbonatos, e ainda,
pela dificuldade de detecção de fugas de escoamento (Gonçalves e Monteiro, 2002).
Por curiosidade, pode-se relatar que Montenegro, Zaporski e Ribeiro, (1996) estimam
que o mercado da construção civil requer entre 10% a 15% da produção de PEAD.
11
Figura 7 – Condutas de PVC (Fonte: www.baquelite-liz.pt).
12
2.2 Factores que influenciam a escolha do material
13
2.2.3 Tipo de ligação entre condutas
Os tipos de amarração que se podem encontrar nas redes enterradas são os reforços
ou apoios necessários para impedir certos deslocamentos relativos das condutas. As variações
de secção ou de traçado nos escoamentos em condutas sob pressão, provocam esforços onde
estes elementos se tornam úteis para os contrariar e amarrar as condutas. Quando se encontra
uma mudança de direcção do sistema, como por exemplo tês ou curvas, as ligações entre os
tubos são muito solicitadas por forças que se calculam com a aplicação dom Teorema de
Euler, recorrendo-se a maciços de amarração ou de apoio para evitar os deslocamentos que
poderão afectar as ligações das condutas.
A construção destes elementos de apoio ao traçado da rede depende do material das
condutas, porque as forças exercidas pelas tubagens estão relacionadas com os pesos dos
materiais das condutas, ou também, pela possibilidade ou não de se construir maciços de
reforço nos pontos necessários da rede.
14
3. Classificação das condutas
15
Figura 9 – Acréscimo de carga em condutas rígidas.
A classificação das condutas rígidas é definida pela carga máxima que não deforma a
secção o suficiente para provocar um aumento significativo da reacção passiva por parte do
solo onde a conduta está instalada (Young e Trott, 1984). O valor da deformação máxima que
pode ocorrer neste tipo de condutas sem que apresentem fissuras prejudiciais ao seu
desempenho é de 0,1% do diâmetro, sendo medida no sentido de aplicação da carga
(Neto e Relvas, 2003).
16
Devido à característica principal deste tipo de condutas, não existe valor máximo de
deformação, apenas se pode restringir que qualquer que seja a deformação imposta na secção
da conduta, esta não apresente nenhuma fissura perigosa para o funcionamento da mesma
(Neto e Relvas, 2003).
17
18
4. Métodos de instalação
Figura 11 - Tipos de vala: (a) simples; (b) com degrau ou com sub-vala; (c) com paredes inclinadas
(Adaptado: Neto e Relvas, 2003).
19
superfície do terreno natural terá de ficar pelo menos abaixo da cota do centro da conduta, pois
caso contrário, deixaria de ser considerada projecção positiva.
Dentro deste tipo de instalação, existem ainda dois modos de projecção, a projecção
incompleta e a projecção completa, diferenciadas pela existência ou não de um plano de igual
assentamento, respectivamente. Este plano, tal qual o nome sugere, traduz o plano horizontal
a partir do qual o assentamento do solo é igual em toda a mesma cota, e pode ser determinado
como será explicado no capítulo 5.2.3.2.
20
4.3 Outros tipos de instalação
21
22
5. Dimensionamento
Q C.I . Ab (1)
sendo:
Q = Caudal de ponta de cheia (m3/s)
C = Coeficiente que depende das características superficiais da bacia hidrográfica (-)
I = Intensidade média de precipitação (m/s)
23
Ab = Área da bacia hidrográfica (m2)
A intensidade de precipitação é calculada através da fórmula (Quintela, 1996):
I atb (2)
sendo:
a e b = Constantes que dependem da localização da bacia hidrográfica (-);
t = duração da chuvada crítica da bacia que corresponde, em geral, ao tempo de
concentração (min.).
Por outro lado, por se tratar de sistemas de drenagem de águas residuais que se
caracterizam por transportar uma grande quantidade de sólidos, é importante impedir a
ocorrência de perturbações no escoamento, nomeadamente alguns entupimentos ou atritos
que possam por em causa o bom funcionamento do sistema. Uma outra diferença entre os
esgotos comunitários e esgotos pluviais relaciona-se com a altura máxima admissível do
escoamento para os caudais de dimensionamento, isto porque em dimensionamentos de
esgotos pluviais calculam-se os diâmetros para uma secção cheia, enquanto que nos esgotos
residuais apenas é permitido utilizar meia secção de vazão para D<500 mm e 75% do diâmetro
para D>=500 mm.
Tanto para a determinação das velocidades ou diâmetros das duas redes atrás
mencionadas, pode-se utilizar a fórmula Manning-Strickler (Quintela, 1981):
2 / 3 1/ 2
Q K s ARh i (3)
onde:
Q = Caudal de cálculo (m3);
Ks = Coeficiente de rugosidade de Manning-Strickler (m1/3 s-1);
A = Área da secção transversal da conduta (m2);
Rh = Raio hidráulico (m);
i = Inclinação da tubagem (m/m).
24
escoamento, e de seguida pela fórmula de Darcy-Weisbach retirar-se o valor do factor de atrito,
f (Lencastre, 1969):
L U2
H f (4)
D 2g
sendo:
ΔH = Perda de carga ao longo do comprimento da tubagem (m.c.f.);
f = Factor de atrito Darcy-Weisbach (-);
L = Comprimento da tubagem (m);
U = Velocidade do escoamento (m/s);
D = Diâmetro da tubagem (m);
g = Aceleração da gravidade (m/s2).
Este factor de atrito também pode também ser determinado através de um processo
iterativo pela equação de Colebrook-White (Manzanares, 1979):
1 k 2,51
2 log 10
f 3,7 D Re f
(5)
sendo:
f = Factor de atrito Darcy-Weisbach (-);
k = Rugosidade absoluta da parede da tubagem (m);
D = Diâmetro da tubagem (m);
Re = Número de Reynolds (-).
25
Gráfico 1 – Relação entre o coeficiente de rugosidade de Manning-Strickler e o diâmetro das condutas.
26
da altura do plano de igual assentamento. Outra das razões para se proceder à determinação
das novas fórmulas, é que na expressão inicial de Marston e Spangler o coeficiente de carga
não está a multiplicar pelo peso do volume de solo acima do elemento enterrado, o que não
evidencia a contribuição do coeficiente no valor final da carga aplicada.
Para a determinação dos valores das cargas estáticas actuantes na conduta é
necessário obter a informação sobre o tipo de instalação, vala ou aterro, e a classificação,
rígida ou flexível, visto que a maioria dos processos de cálculos dependem destes dois
parâmetros.
A razão pela qual é necessário diferenciar o tipo de instalação e a classificação dos
elementos enterrados, é a diferença entre o sentido da força de atrito entre o solo natural e o
solo reposicionado no local da obra. Esta força de atrito reduz ou aumenta uma pequena parte
da carga do solo, e é originada pelo contacto do prisma de solo e a parede do solo natural. Nos
casos em que o prisma central tem assentamento, a força de atrito alivia a carga, mas em
situações onde os prismas de solo laterais têm maior assentamento, esta força já é um
acréscimo de carga aplicada no elemento. O seu valor é proporcional ao coeficiente K de
Rankine e segundo Pereira (2005) é calculado pela seguinte expressão:
onde:
– ângulo de atrito interno do solo.
Por facilidade de apresentação das fórmulas durante a dissertação, onde deveria estar
escrito tan , estará ’, e traduz o coeficiente de atrito entre o solo estático e o solo que sofre
um assentamento.
No dimensionamento estrutural existem valores que têm de ser estabelecidos
inicialmente para serem introduzidos nos cálculos, tais como as características do solo
envolvente das condutas, os dados geométricos da conduta e da vala ou do aterro. Todos os
valores atribuídos a estes parâmetros foram seleccionados de acordo com os objectivos
propostos, ou seja, os dados introduzidos nos cálculos foram escolhidos após se ter reflectido
sobre algumas situações reais que seriam interessantes de simular.
Os primeiros valores a serem estabelecidos foram o peso volúmico e o coeficiente de
atrito do solo colocado acima da conduta, e toma-se o valor de 20kN/m3 e de 30º,
respectivamente, que traduzem o solo mais comum nas obras deste tipo no nosso País, sendo
geralmente composto por terra e algumas pedras existentes no próprio terreno.
Com o objectivo de se exemplificar duas situações distintas em relação às dimensões
das condutas serão utilizados dois valores de Diâmetros Nominais (DN) diferentes, elementos
de DN200 e DN1000. Esta escolha justifica-se por serem os extremos da gama de diâmetros
mais utilizada, sendo que o DN200 é o valor mínimo regulamentar em colectores de sistemas
públicos de drenagem e o DN1000 já representa um diâmetro suficientemente elevado para se
27
distanciar do outro diâmetro escolhido. De referir ainda que o diâmetro externo da conduta está
relacionado com o material do elemento porque em condutas de betão e de ferro fundido o DN
refere-se ao diâmetro interior e em tubagens plásticas, como o PVC, ao diâmetro exterior. O
valor da largura de vala também está dependente do diâmetro, porque a largura necessária
para uma boa trabalhabilidade está relacionada com o diâmetro encontrado no local.
Em relação aos materiais, betão armado, PVC e ferro fundido, de referir que são os
materiais mais utilizados e que representam todas as classes de classificação da rigidez. Se
por um lado os elementos de betão são sempre rígidos e os de PVC são sempre flexíveis, já o
ferro fundido pode estar associado a todas as classes de rigidez incluindo a classe de
semi-rígidas ou semi-flexíveis. A razão para esta última ideia prende-se com a atribuição da
classificação dependendo do valor do diâmetro das condutas de ferro fundido, isto porque em
pequenos diâmetros os elementos são classificados como rígidos e em grandes dimensões já
se qualificam como flexíveis.
Os últimos parâmetros escolhidos serão apenas utilizados na determinação das cargas
provenientes nas instalações em aterro, que são a taxa de projecção dos elementos
enterrados, , e o grau de compactação do solo em contacto com a conduta, rsd. A taxa de
projecção será considerada nula ( =1, para ser nula iguala-se a variável da taxa a 1 e não a 0)
por ser bastante difícil quantificar este valor nas situações reais, sendo que geralmente o valor
em obra seja mesmo nulo. Para representar o grau de compactação do solo junto do elemento,
será utilizado o valor de 0,5 (intervalo de 0,5 a 0,8 de acordo com Young e Trott, 1984) que
representa não existir qualquer atenção especial para uma melhor compactação nesta zona de
intervenção, sendo que em projecção negativa este valor é de -0,5 (valor recomendado por
Young e Trott, 1984).
28
Figura 14 – Diagrama de forças existentes em vala (Adaptado: Young e Trott, 1984).
1 exp( 2 K ' h / B)
V B2
2K ' (8)
1 exp( 2 K ' H / B)
V B2
2K ' (9)
V B 2Cv (10)
29
100,00
10,00 Φ= 30 º
Φ= 37,5 º
R elaç ão H/B (-)
Φ= 45 º
1,00
Φ= 52,5 º
0,01 0,10 1,00 10,00
Φ= 60 º
0,10
0,01
C oe fic ie nte de va la de
Ma rston-S pa ng le r, C v (-)
100,00
Φ= 30 º
Φ= 37,5 º
Φ= 45 º
R elaç ão H /B (-)
Φ= 52,5 º
10,00
Φ= 60 º
1,00
1,00 10,00
C oefic iente de vala de Mars ton-S pang ler, C v (-)
Após a observação dos gráficos anteriores onde se retira o valor do coeficiente Cv,
conclui-se que este valor depende da relação entre a altura (H) e a largura (B) da vala, isto é, é
30
necessário determinar-se o valor de H/B para de seguida determinar-se o coeficiente Cv. Se
substituirmos esta relação na expressão da determinação da carga, chega-se à conclusão que
o valor da carga é directamente proporcional à largura da vala, permitindo dizer que um
aumento da largura da vala implica um aumento de carga na conduta.
A relação H/B pode tomar variados valores quando se pretende determinar o
coeficiente de vala, tomando valores elevados quando se está perante “valas estreitas” e
valores reduzidos para “valas largas”. As larguras das valas condicionam a força exercida nas
condutas e a fórmula como é determinada, visto que se a largura é demasiada elevada,
passa-se de situação de vala larga, para situação de aterro com largura limitada.
A análise da diferença entre “valas largas” e aterros com larguras limitadas pode ter
alguma complexidade, como por exemplo, a necessidade da determinação da largura limite
que separa qual o método a aplicar no cálculo. Este valor limite, designado por “largura de
transição”, traduz a largura em que a carga aplicada na conduta enterrada é igual
independentemente do método de instalação. Na presente dissertação será apresentado no
capítulo 5.3 uma explicação e um estudo mais aprofundados sobre a determinação deste
valor.
Em relação à questão da classificação da conduta para determinar a carga actuante, a
justificação deve-se com a diferente largura do prisma de solo que entra no cálculo. Esta
largura difere porque em condutas flexíveis apenas se entra com a largura diametral do
elemento, enquanto que nos elementos rígidos a largura de solo é igual à largura da vala ao
nível da geratriz superior da secção.
Assim, para o cálculo da carga do solo em condições de vala segundo Young e Trott
(1984) tem-se para:
condutas rígidas,
V Cv B2 (11)
condutas flexíveis,
V Cv B D (12)
onde,
V = carga sobre a conduta, por unidade de comprimento, (kN/m);
Cv = coeficiente de carga para elementos instalados em vala, que depende do tipo de
solo (Kμ), da profundidade da instalação (H) e da largura da vala (B), como se pode ver no
Gráfico 2 ou Gráfico 3;
γ = peso volúmico do solo de enchimento, (kN/m3);
B = largura da vala, ao nível da geratriz superior da conduta, (m);
D = diâmetro externo da conduta, (m).
31
Formulação alternativa proposta
A aplicação das fórmulas apresentadas anteriormente são de fácil execução, apenas é
necessário substituir os valores das variáveis e introduzir o valor do coeficiente de vala a partir
do gráfico ou através do cálculo do valor pela respectiva expressão. No entanto, e por se
pretender apresentar uma expressão para o cálculo da carga actuante em que esta seja
relacionada com o peso do prisma de solo (γHB em condutas rígidas e γHD em condutas
flexíveis), propõe-se uma expressão alternativa à fórmula original, usando um coeficiente de
carga unitário, v, que se relaciona com o coeficiente de vala (Cv) da forma que se deduz de
seguida:
condutas rígidas
B
v H B Cv B2 v H Cv B v Cv
H
condutas flexíveis
B
v H D Cv B D v H Cv B v Cv
H
Após a verificação das expressões referentes à relação entre o novo coeficiente e o
original, é fácil perceber que o valor da carga actuante da conduta será o mesmo do que pelo
cálculo pelas fórmulas originais, apenas diferem na apresentação. Considera-se que estas
novas expressões são fisicamente mais perceptíveis porque resulta de aplicar directamente
factores (de redução ou ampliação) ao peso do volume de solo acima do elemento enterrado.
No Gráfico 4 apresenta-se a forma como varia o coeficiente de carga unitária, v, nesta
nova formulação em função da altura e largura de vala, H/B.
(-)
1,00
v
C oefic ientede c arg a unitário,
0,80
Φ= 30 º
0,60
Φ= 45 º
0,40
Φ= 60 º
0,20
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
R e la ç ã o H/B (-)
O facto do coeficiente de carga unitária, v, ser menor que 1 permite evidenciar mais
facilmente, com esta formulação, que numa instalação em vala a carga sobre a conduta é
sempre inferior ao peso do prisma de solo da vala a partir da geratriz superior da conduta
(condutas rígidas) ou do prisma de solo com de largura igual ao diâmetro (condutas flexíveis).
32
5.2.3 Solicitações estáticas em aterro
V Ca D2 (13)
onde:
V = carga sobre a conduta, por unidade de comprimento, (kN/m);
Ca = coeficiente de carga para elementos instalados em aterro, que depende do tipo de
solo (Kμ), e da relação entre a profundidade da instalação (H) e do diâmetro da conduta (D);
γ = peso volúmico do solo de enchimento, (kN/m3);
D = diâmetro externo da conduta, (m).
33
Figura 15 – Instalações em aterro: (a) Projecção positiva incompleta (b) Projecção positiva completa
(Adaptado: Young e Trott, 1984).
Figura 16 – Instalação em aterro: (a) Projecção negativa incompleta (b) Projecção negativa completa
(Adaptado: Young e Trott, 1984).
34
5.2.3.2 Projecção positiva
Projecção positiva completa
Pela análise do diagrama de forças aplicado nos aterros com projecção positiva e
elaborando o equilíbrio de forças aí estabelecido, pode-se chegar á seguinte expressão:
V
V dV V Ddh 2K dh
D (14)
exp( 2 K h / D ) 1
V D2
2K (15)
exp( 2 K H / D) 1
V D2 D 2 Ca
2K (16)
exp( 2 K H e / D) 1 H He
V D2 exp( 2 K H e / D) D 2 Ca
2K D D (18)
35
A determinação da altura do plano de igual assentamento em instalações de projecção
positiva implica um processo complicado porque relaciona os vários assentamentos existentes
no conjunto conduta-solo.
Com a observação da Figura 15 e considerando que os prismas de largura D nas
laterais do prisma central em cima da conduta contribuem para a carga total aplicada no
elemento enterrado, pode-se concluir que o valor total da carga é de 3H D. Como já foi atrás
referido, pela definição que Marston e Spangler apresentaram para o valor da carga do prisma
central, este valor é dado por D2Ca, o que implica que a carga dos dois prismas exteriores seja
determinada pela seguinte expressão:
3H D D2Ca (19)
Para uma dada altura h abaixo da cota do plano de igual assentamento, a expressão
anterior toma a seguinte forma:
3 D( H He h) V (20)
36
Pela definição de rsd:
(Sm S g ) (S f dc )
rsd
Sm (26)
3H D D 2Cc
2D (28)
2
exp( 2 K H e / D) 1 1 H He rsp p 1 He
2K 2K D D 3 2 D
rsp p H He He H He H
exp( 2 K H e / D) . rsp p
3 D D 2K D D D D (30)
p a H D (31)
onde:
p = carga sobre a conduta, por unidade de comprimento, (kN/m);
a = coeficiente de carga unitário que depende do tipo de solo, Kμ, e da relação H/D,(-);
γ = peso volúmico do solo de enchimento, (kN/m3);
H = altura de aterro, a partir da geratriz superior da conduta, (m);
D = diâmetro exterior da conduta, (m).
37
A determinação do novo coeficiente de aterro é agora efectuada por uma expressão
empírica dependendo da relação entre a altura de aterro e o diâmetro exterior (H/D), e do tipo
de solo (Kμ), mas independentemente da condição de completa ou incompleta. É necessário
também separar as condutas rígidas das condutas flexíveis, daí serem apresentadas duas
expressões para o coeficiente de aterro, ambas foram determinadas arbitrando que a conduta
está toda acima do terreno natural (p’=1) e que o solo em torno do elemento não está
especialmente compactado (rsp=0,5), características que são as mais frequentes encontradas
em obras deste género.
Para se estimar de forma explícita o valor do coeficiente de carga unitário, procedeu-se
a um estudo exaustivo de análises de correlação dos valores obtidos pela teoria de Marston e
os parâmetros que contribuem para o seu valor nomeadamente H/D e Kμ. Apresenta-se de
seguida as expressões explícitas para as quais se obteve as melhores correlações e as suas
representações gráficas:
0, 096 H
H 0, 021
1,141K 0, 006
D
Condutas Rígidas: a (K ) e (32)
D
Coeficiente de carga unitária em aterro,
2,00
a (-) para condutas rígidas
1,50
Φ= 30 º
Φ= 45 º
1,00
Φ= 60 º
0,50
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
Relação H/D (-)
Gráfico 5 – Coeficiente de carga unitário, a, em aterro com projecção positiva para condutas rígidas.
38
0,194 H
H 0, 024
0, 009
D
1, 955K
Condutas Flexíveis: a (K ) e (33)
D
Φ= 30 º
Φ= 45 º
0,50
Φ= 60 º
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00
Gráfico 6 – Coeficiente de carga unitária, a, em aterro com projecção positiva para condutas flexíveis
De referir que a diferença entre as variáveis presentes nas expressões e nas legendas
dos gráficos se devem a facilitar a leitura visual dos gráficos, isto porque é mais fácil pensar-se
em termos de ângulo de atrito do solo do que em termos de Kμ.
Para comprovar a fiabilidade das equações alcançadas para a determinação dos
coeficientes de carga unitária, a, apresenta-se de seguida os quadros com os cálculos
efectuados para comparar os resultados pelas duas alternativas de determinação de carga
aplicada nas condutas. Nas tabelas referentes à formulação alternativa proposta, indica-se o
erro em relação ao resultado alcançado pelas fórmulas de Marston e Spangler.
As grandes vantagens da utilização das expressões alternativas propostas são a forma
explícita com que o coeficiente é aplicado e calculado através de uma simples folha de cálculo.
Pelo lado contrário, o ponto negativo das suas utilizações são a existência de um erro, apesar
de ser relativamente pequeno em condutas rígidas mas elevado em condutas flexíveis com
diâmetros elevados.
39
Apresentação dos cálculos
Aplicando as equações correspondentes ao cálculo para situações de aterro com projecção positiva, chegam-se aos seguintes valores:
Carga
Diâmetro Relação entre a altura Altura de igual Coeficiente de carga de
Altura Equação Condição final de aplicada na
Nominal do aterro e o diâmetro assentamento Marston-Spangler em aterro
H (m) Limite assentamento conduta
DN (mm) λ (-) He (m) Ca (-)
p (kN/m)
Diâmetro Relação entre a altura Altura de igual Coeficiente de carga de Carga aplicada
Altura H Equação Condição final de
Nominal do aterro e o diâmetro assentamento Marston-Spangler em aterro na conduta
(m) Limite assentamento
DN (mm) λ (-) He (m) Ca (-) p (kN/m)
40
Diâmetro Relação entre a altura Coeficiente de carga Carga aplicada
Altura Erro Erro
Nominal do aterro e o diâmetro unitário em aterro na conduta
H (m) (kN/m) (%)
DN (mm) λ (-) a (-) p (kN/m)
41
Diâmetro Relação entre a altura Altura de igual Coeficiente de carga de Carga aplicada
Altura Equação Condição final de
Nominal do aterro e o diâmetro assentamento Marston-Spangler em aterro na conduta
H (m) Limite assentamento
DN (mm) λ (-) He (m) Ca (-) p (kN/m)
Diâmetro Relação entre a altura Altura de igual Coeficiente de carga de Carga aplicada
Altura Equação Condição final de
Nominal do aterro e o diâmetro assentamento Marston-Spangler em aterro na conduta
H (m) Limite assentamento
DN (mm) λ (-) He (m) Ca (-) p (kN/m)
1,2 1,20 -0,66 Completa (-) 1,53 30,50
1,5 1,50 -0,75 Completa (-) 2,03 40,60
2,0 2,00 -0,80 Completa (-) 3,01 60,24
2,5 2,50 -0,72 Completa (-) 4,20 84,05
1000
3,0 3,00 -0,47 Completa (-) 5,65 112,92
3,5 3,50 -0,04 Completa (-) 7,40 147,91
4,0 4,00 0,57 Incompleta 2,743 1,92 38,38
4,5 4,50 1,38 Incompleta 2,543 3,59 71,73
5,0 5,00 2,40 Incompleta 2,432 4,97 99,38
Tabela 6 – Carga aplicada em condutas flexíveis de DN1000 pelas fórmulas de Marston-Spangler.
42
Diâmetro Relação entre a altura Coeficiente de carga Carga aplicada
Altura Erro Erro
Nominal do aterro e o diâmetro unitário em aterro na conduta
H (m) (kN/m) (%)
DN (mm) λ (-) a (-) p (kN/m)
43
5.2.3.3 Projecção negativa
Projecção negativa completa
Na projecção negativa existem algumas alterações de identificação de coeficientes
para se poder distinguir da anterior análise, tais como, o valor do diâmetro D deixa de
interessar para passar a ser utilizado o valor da largura vala B, e o valor do coeficiente de
aterro é agora representado por Cn.
A análise do diagrama e a resolução do equilíbrio de forças nesta situação é idêntica à
instalação em vala, pois a projecção negativa implica a instalação dos elementos numa vala,
chegando-se à seguinte expressão:
1 exp( 2 K H / B)
V B2
2K (34)
1 exp( 2K h / B) H He
V B2 exp( 2 K h / B)
2K B B
(36)
1 exp( 2 K H e / B) H He
V B2 exp( 2 K H e / B) B 2Cn
2K B B
(37)
44
Colocando a expressão de forma a encontrarmos a solução da soma das duas forças
dos prismas exteriores, chega-se à seguinte equação:
Após a indicação da carga e dividindo a expressão anterior pela largura dos dois
prismas obtém-se a tensão no terreno à cota h. Se a esta tensão dividir-se pelo módulo de
elasticidade do solo encontra-se a deformação do terreno naquela cota, o que permite pela
integração da deformação chegar-se ao valor do assentamento da camada de solo:
H e'
3( H ' H e' h) B V
' dh
2 BEs
0 (40)
Da mesma forma é possível admitir que o assentamento do prisma central é dado pela
fórmula:
H e'
V
dh
BEs
0 (41)
' Sg ( Sd Sf dc )
(43)
O assentamento do terreno logo acima da conduta até à cota do topo da vala onde está
instalada é dado por:
(Cn' B 2 )
Sd p' B
BEs (47)
45
Substituindo na equação 45 os valores de λ’, λ e Sm e dividindo ambos os termos por
2
3 B / 2E , como é apresentado no Anexo B, chega-se à expressão final dada por:
p n H B (49)
onde:
p = carga sobre a conduta, por unidade de comprimento, (kN/m);
n = coeficiente de carga unitário para elementos instalados em aterro com projecção
negativa, que depende do tipo de solo, Kμ, e da relação H/B, (-);
γ = peso volúmico do solo de enchimento, (kN/m3);
H = altura de aterro, a partir da geratriz superior da conduta, (m);
B = largura da vala, (m).
Neste tipo de instalação não existem duas fórmulas diferentes para o cálculo do
coeficiente de carga Cn, isto porque o terreno natural onde se executa a pequena vala abaixo
do aterro será sempre mais rígido do que o elemento enterrado. Assim, a expressão para se
calcular o novo coeficiente, coeficiente de carga unitária em aterro com projecção negativa, n,
foi elaborada arbitrando que todo o elemento se instala acima do terreno natural (p’=1) e que o
solo em torno do elemento não está especialmente compactado (rsp=-0,5).
Da mesma forma como se fez para a projecção positiva, para se estimar de forma
explícita o valor do coeficiente de carga unitário, procedeu-se a um estudo exaustivo de
análises de correlação dos valores obtidos pela teoria de Marston e os parâmetros que
contribuem para o seu valor nomeadamente H/B e Kμ. Apresenta-se de seguida a expressão
explícita para a qual se obteve a melhor correlação e a sua representação gráfica:
H 0, 31550
1,13924 K
0, 02683
B
H
n e e (50)
B
46
Gráfico 7 – Coeficiente de carga unitário em aterro com projecção negativa, n.
47
Apresentação dos cálculos
Largura Relação entre a altura Altura de igual Altura de igual Coeficiente de Carga aplicada na
Altura Altura Equação Condição final de
da vala do aterro e o diâmetro assentamento assentamento carga em aterro conduta
H (m) H' (m) Limite assentamento
B (mm) λ (-) He' (m) He (m) Cc (-) p (kN/m)
1,2 0,5 1,71 0,19 Completa (-) (-) 1,26 12,30
1,5 0,8 2,14 0,22 Completa (-) (-) 1,46 14,30
2,0 1,3 2,86 0,10 Completa (-) (-) 1,73 16,98
2,5 1,8 3,57 -0,32 Incompleta 0,240 0,940 2,38 23,30
700 3,0 2,3 4,29 -1,08 Incompleta 0,237 0,937 2,81 27,51
3,5 2,8 5,00 -2,23 Incompleta 0,235 0,935 3,24 31,71
4,0 3,3 5,71 -3,79 Incompleta 0,234 0,934 3,66 35,92
4,5 3,8 6,43 -5,79 Incompleta 0,233 0,933 4,09 40,12
5,0 4,3 7,14 -8,24 Incompleta 0,232 0,932 4,52 44,33
Tabela 9 – Carga aplicada em condutas de DN200 pelas fórmulas originais de Marston-Spangler.
Largura Relação entre a altura Altura de igual Altura de igual Coeficiente de Carga aplicada
Altura Altura Equação Condição final de
da vala do aterro e o diâmetro assentamento assentamento carga em aterro na conduta
H (m) H' (m) Limite assentamento
B (mm) λ (-) He' (m) He (m) Cc (-) p (kN/m)
2,0 0,3 1,18 0,06 Completa (-) (-) 0,95 54,69
2,5 0,8 1,47 0,14 Completa (-) (-) 1,12 64,91
3,0 1,3 1,76 0,19 Completa (-) (-) 1,28 74,03
1700 3,5 1,8 2,06 0,22 Completa (-) (-) 1,42 82,18
4,0 2,3 2,35 0,21 Completa (-) (-) 1,55 89,46
4,5 2,8 2,65 0,16 Completa (-) (-) 1,66 95,96
5,0 3,3 2,94 0,06 Completa (-) (-) 1,76 101,76
Tabela 10 – Carga aplicada em condutas de DN1000 pelas fórmulas originais de Marston-Spangler.
48
Relação entre a
Largura Coeficiente de Carga aplicada
Altura altura do aterro Erro Erro
da vala carga em aterro na conduta
H (m) e o diâmetro (kN/m) (%)
B (mm) Cc (-) p (kN/m)
λ (-)
Relação entre a
Largura Coeficiente de Carga aplicada
Altura altura do aterro Erro Erro
da vala carga em aterro na conduta
H (m) e o diâmetro (kN/m) (%)
B (mm) Cc (-) p (kN/m)
λ (-)
49
5.2.4 Solicitações dinâmicas
50
O valor da carga uniforme, também de acordo com Pereira e Ferreira, 2000, é dado
pela expressão:
3PS (51)
PP
2 2,5
d
2 h2 1
h
onde:
Pp = carga uniforme sobre a conduta, por unidade de comprimento, (kN/m);
Ps = carga concentrada aplicada à superfície, (kN);
h = altura de aterro, a partir da geratriz superior da conduta, (m);
d = distância horizontal entre o ponto de aplicação da carga concentrada e o centro
geométrico da conduta, (m).
51
5.2.4.3 Comparação dos dois métodos
Para se calcular o valor da carga total aplicada nas condutas enterradas devido ao
veículo tipo somam-se as contribuições das várias rodas que projectam a carga nos elementos,
podendo de seguida (Gráfico 8 e Gráfico 9) comparar os resultados dos dois métodos
anteriormente apresentados.
1000,00
Carga aplicada, p (kN/m 2)
800,00
Degradação
600,00
linear
Boussinesq
400,00
Boussinesq
200,00 (desprezável
)
Série4
0,00
0,00 0,50 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Altura de aterro, H (m )
60,00
50,00
Carga aplicada, p (kN/m 2)
40,00
Degradação
linear
30,00
Boussinesq
20,00
10,00
0,00
1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Altura de aterro, H (m )
Da análise aos gráficos atrás ilustrados, pode-se concluir que os métodos têm valores
de carga semelhantes, o que permite concluir que o método mais simples, degradação linear, é
uma alternativa a ter em consideração para o cálculo das cargas dinâmicas.
No entanto, o método de Boussinesq apresenta valores de carga muito exagerados
para valores de altura de solo inferiores a 0,5m, isto porque, a aproximação de considerar a
52
carga de cada roda como carga pontual ser, neste caso, uma aproximação inaceitável. Este
método pode aproximar-se tanto quando se quiser da realidade, para a zona mais superficial,
bastando para isso dividir a carga de cada roda em várias cargas pontuais, sendo mais
rigoroso quanto maior o número de cargas pontuais consideradas. Devido a estes erros para
profundidades muito reduzidas, não é aconselhável a aplicação simples da expressão de
Boussinesq (uma carga pontual por roda), razão pela qual a função determinada pela
expressão do referido método é indicada a tracejado no Gráfico 8. Assim, recomenda-se
apenas como método de cálculo para altura de terras inferiores a 0,5m o método da
degradação linear de cargas.
A partir dos 0,5m de profundidade os valores não são muito diferentes, mas quando o
são, os valores pela degradação linear são frequentemente superiores, o que torna este
método mais conservativo.
A existência de alguns “picos” nos valores da degradação linear justifica-se com os
valores de altura de solo em que se têm de aumentar o número de rodados que contribuem
para o valor total de carga aplicada nas condutas enterradas.
53
Para as condutas em vala temos:
a) Bases sem preparação – em condutas que são colocadas sem muitos cuidados, não
executando uma preparação do solo, e também, em casos onde não se encha os vazios em
torno da conduta por material granular. Para estas condições o factor de equivalência (fe) é de
1,1. (Figura 20)
b) Bases comuns – em condutas colocadas no fundo das valas, sobre o solo natural,
com a execução de uma pequena abertura no terreno de largura mínima igual a metade do
diâmetro da conduta, de forma ao elemento adaptar-se perfeitamente à acomodação, e
também, garantindo um enchimento da vala com material granular até pelo menos 15cm acima
do topo do elemento. Nestas condições utiliza-se um factor de equivalência (fe) de 1,5.
(Figura 21)
54
O solo utilizado para cobrir a conduta até ao seu topo deverá ser de granulação fina com uma
boa compactação, permitindo assim uma acomodação melhorada. Deverá ainda existir uma
camada de 30cm a partir do topo do elemento composta por materiais granulares, e
espessuras máximas de 15cm para as camadas compactadas acima do material granular. Para
estas condições recorre-se a um factor de equivalência (fe) de 1,9. (Figura 22)
De referir que este é o esquema de instalação de vala tipo presente na
Regulamentação Nacional.
d) Bases de betão – casos onde as bases das condutas são assentes em camas de
betão, com fck ≥ 14 MPa e com espessura mínimas de uma quarto do valor do diâmetro do
elemento. Estas situações, devido às diferentes qualidades dos betões e à possível existência
de armaduras nas camadas de assentamento, é frequente aconselhar dois valores para o
factor a aplicar. Assim, para camadas de betão simples o factor de equivalência (fe) é de 2,25,
e para camadas de betão armado o factor de equivalência (fe) é de 3,4 (Figura 23).
55
Nos casos em situações de aterro, enquanto as instalações em projecção negativa
utilizam-se os factores descritos na instalação em vala, em projecção positiva as condições de
assentamento são:
a) Bases sem preparação – em condutas que são assentadas com pouco ou nenhum
cuidado para contornar a base aparte interior do elemento ou em relação ao enchimento dos
espaços sob e adjacente ao tubo. (Figura 24).
b) Bases comuns – são aqueles em que as condutas são colocadas com cuidados
normais, em fundação de solo conformado ao fundo do tubo, abrangendo pelo menos 10% da
sua altura, e sendo a superfície restante do elemento preenchida por material granular, que
preencha completamente os espaços sob e adjacente ao tubo. (Figura 25)
56
d) Bases de betão – são aquelas em que a face inferior da tubagem é assentada em
berço de betão com fck ≥ 14MPa, com espessura mínima sob a conduta de um quarto do
diâmetro interno e se estendendo aos lados com uma altura mínima a partir da geratriz inferior
da secção de um quarto do diâmetro externo. O berço deve ser betonado sem juntas
horizontais de construção. (Figura 27)
1,431
fe (53)
( N X .q)
onde:
N = factor de instalação dependente do tipo de fundação e pode tomar os valores da
Tabela 13;
Tipo de assentamento Factor de instalação
Bases sem preparação 1,310
Bases comuns 0,840
Bases de assentamento
0,707
melhorado
Bases de betão 0,505
Tabela 13 - Factor de instalação (Fonte: Barreto, 2003)
Valores de X
p
Bases de betão Outras bases
0 0,150 0
0,3 0,743 0,217
0,5 0,856 0,423
0,7 0,811 0,594
0,9 0,678 0,655
1,0 0,638 0,638
Tabela 14 - Valores do parâmetro X (Fonte: Barreto, 2003)
57
q = relação entre a pressão lateral total e a carga vertical total, e pode ser calculado
pela expressão:
pK H p
q ( ) (54)
C a De 2
onde:
p = taxa de projecção, (-);
K = coeficiente de Rankine, (-);
Ca = coeficiente de aterro de Marston-Spangler, (-);
H = altura de aterro, (m);
De = diâmetro externo da conduta, (m).
5.2.6 Deformação
A verificação da deformação de secções das condutas é outro passo importante no
dimensionamento estrutural de condutas enterradas, visto ser frequente ocorrer o colapso ou
apenas mau desempenho de elementos por falta de rigor nesta verificação.
Entende-se por deformação a variação do diâmetro na direcção vertical, e tanto pode
ocorrer esta variação nas condutas classificadas por flexíveis, como nas condutas rígidas. No
entanto, os maiores valores das deformações encontram-se nas flexíveis, pois as condutas
rígidas não apresentam grandes valores de deformação devida à pouca flexibilidade dos seus
constituintes, motivo que leva frequentemente a desprezarem-se estes valores e
consideram-se como rígidas.
O início da deformação nas condutas ocorre no processo construtivo, quando se inicia
a colocação do solo de enchimento. A secção transversal tende a deformar-se em forma de
elipse, provocando uma redução do diâmetro na direcção vertical e um aumento na direcção
horizontal. Esta variação na direcção horizontal provoca uma reacção passiva do solo
envolvente, gerando um efeito de confinamento lateral na conduta, o que implica um aumento
da sua rigidez, como se pode observar na Figura 31.
Apesar de ser um processo favorável, a ovalização da secção nas condutas flexíveis
tem um valor limite, pois acima desse valor a conduta corre o sério risco de ocorrer o colapso
58
da secção. Para se determinar o valor teórico da deformação a longo prazo de uma certa
secção, aplica-se a fórmula de Spangler:
Dr qt q m
K
D 8 CR 0,061 E ' (53)
onde:
δ = deformação a longo prazo (redução do diâmetro vertical), (mm);
D = diâmetro inicial da secção, (mm);
Dr = coeficiente de deformação retardada, (-);
K = constante de leito, (-)
qt =carga devido a carga do peso das terras, (kN);
qm = carga devido a cargas móveis, (kN);
CR = classe de rigidez da conduta, (-)
E’ = módulo relativo do solo, (kPa).
d RS
30 RS (54)
onde:
d = deformação vertical a longo prazo (redução do diâmetro vertical), (mm);
ε = extensão vertical do solo na geratriz superior da secção, (mm);
Rs = rácio de rigidez da secção, (m-1).
- fórmula de Iowa:
d RS
80 0,61RS (55)
onde:
d = deformação vertical a longo prazo (redução do diâmetro vertical), (mm);
ε = extensão vertical do solo na geratriz superior da secção, (mm);
Rs = rácio de rigidez da secção, (m-1).
59
Em ambas as expressões atrás apresentadas, o rácio de rigidez da secção é dado por:
E ' D3
RS
EI (56)
onde:
E’ = módulo de elasticidade do solo, (kPa);
D = diâmetro inicial da secção, (m);
E = módulo de elasticidade do material da conduta, (kPa);
I = inércia da secção da conduta, (m4).
Para ser possível comparar as duas últimas alternativas que conduzem á determinação
da deformada da secção, apresenta-se de seguida Figura 28 com os resultados das duas
fórmulas em função do rácio de rigidez da secção da conduta.
60
Figura 29 - Métodos de ensaio de laboratório na Europa (Fonte: EN 1916:2002, 2002).
Após a análise dos quatro ensaios atrás referidos, é importante nomear que o método
dos três cutelos (ensaio do lado esquerdo) é o mais utilizado, quer pela simplicidade e
facilidade de realização, quer pela exactidão e uniformidade dos resultados.
Todos estes métodos de determinação de carga resistente, tanto os da Norma
Europeia como os de Zaidler, são destinados apenas para condutas rígidas, porque nestes
ensaios as condutas são testadas isoladamente do solo e envolvente, razão pela qual não é
possível ensaiar condutas flexíveis com estes métodos. Como já foi explicado, as condutas
flexíveis contam com o solo envolvente para aumentarem a resistência, isto porque a redução
de diâmetro vertical e aumento de diâmetro horizontal, provoca uma reacção passiva no solo,
como é ilustrado na Figura 31, que aumenta a resistência da conduta.
61
Figura 31 – Reacção do solo em condutas flexíveis (Adaptado: Chama Neto e Relvas, 2003).
Figura 32 – Diagrama de forças para cálculo da largura de transição (Adaptado: Plácido, 2006).
62
A determinação da “largura de transição” inicia-se com o cálculo da carga aplicada
sobre a conduta através da aplicação da equação referente a condição de vala, e
posteriormente efectua-se o cálculo para condição de aterro de projecção positiva. Enquanto o
primeiro resultado for inferior ao segundo, pode-se dizer que estamos perante uma condição de
vala, mas a partir do momento em que o resultado pela equação de aterro for inferior, teremos
de passar a considerar que se está na situação de aterro. Ao valor de B onde estes dois
resultados atrás referidos forem iguais, designa-se por largura de transição, isto porque faz a
transição entre a utilização da expressão para condição em vala e para condição em aterro.
O estudo realizado sobre este tema tem como objectivo não só descrever o que foi dito
anteriormente sobre o cálculo da largura de transição, mas também transmitir duas
considerações importantes a ter em conta na fase de projecto de condutas enterradas. Numa
primeira recomendação, em obras onde é possível proceder-se a uma instalação tanto em vala
como em aterro, é importante perceber se é preferível realizar um aterro bem compactado e
depois abrir uma vala, ou então, colocar a conduta no local indicado e proceder-se
posteriormente ao aterro compactado. A segunda nota a dar a perceber prende-se com a
instalação da conduta numa vala larga e saber qual o método de cálculo a utilizar para se
determinar o valor da carga a aplicar na conduta.
Para que se possa estudar várias situações distintas, foram utilizados três valores de
diâmetro, 200, 500 e 1000 mm, e valores de altura de solo reposicionado até aos 5 metros.
Procedeu-se então aos cálculos pelas expressões das ambas instalações, vala e aterro com
projecção positiva, comparando-se de seguida os valores de largura de vala que originam o
mesmo valor de carga determinado pela fórmula de aterro. Após a obtenção destes vários
resultados, procedeu-se a uma análise de regressão linear, com diferentes factores explicativos
com o intuito de se determinar uma expressão para o cálculo da largura de transição, Bt, que
resultou a seguinte expressão:
1
Bt H 0,9822 0,1251 (57)
K
A expressão obtida caracteriza-se por ser um pouco conservativa no valor calculado
para largura de transição.
Após toda a apresentação das explicações e conteúdos dos processos de cálculo para
a determinação das cargas estáticas aplicadas nas condutas enterradas, torna-se quase
prioridade expor um resumo para uma fácil aplicação dos métodos utilizados. Serão
apresentados dois fluxogramas, um de acordo com as fórmulas originais de Marston e um
outro com as fórmulas propostas ao longo do presente trabalho. Em ambos os fluxogramas
existem uns dados de entrada e ambos terminam com as expressões de cálculo da carga.
63
5.4.1 Fluxograma para as fórmulas originais de Marston
Dados:
ɣ - Peso volúmico
’ – Ângulo de atrito (cálculo de K ’=tang ’)
H – Altura da vala ou do aterro
D – diâmetro da conduta
B – Largura da vala
Cálculo da carga
2
(V=Cv× ɣ ×B )
Cálculo de Cv Conduta
(Equação 9 ou gráfico 2) rígida?
Cálculo da carga
S (V=Cv× ɣ ×B×D)
Inicio do Instalação em
cálculo
vala? Cálculo de Ca Cálculo da carga
(Equação 16) 2
(V=Ca× ɣ ×D )
N S
Completa?
(Equação 30)
N
Cálculo de He Cálculo de Ca Cálculo da carga
2
S (Equação 30) (Equação 18) (V=Ca× ɣ ×D )
Projecção
positiva?
Cálculo de Cn Cálculo da carga
2
(Equação 34) (V=Cn× ɣ ×B )
N
S
Completa?
(Equação 48)
N
Cálculo de He’ Cálculo de Cn’ Cálculo da carga
2
(Equação 48) (Equação 37) (V=Cn’× ɣ ×B )
64
5.4.2 Fluxograma para as fórmulas propostas
Dados:
ɣ - Peso volúmico
’ – Ângulo de atrito (cálculo de K ’=tang ’)
H – Altura da vala ou do aterro
Cálculo da carga
D – diâmetro da conduta
(V=αv× ɣ ×B×H)
B – Largura da vala
N N
S
Cálculo da carga
Inicio do Instalação em (V=αv× ɣ ×D×H)
cálculo
vala?
N
65
66
6. Conclusões
67
correctos para menores valores de diâmetros, podem ser excessivos quando se trabalha com
diâmetros elevados, podendo mesmo ultrapassar um aumento de 10%. Assim, é possível
afirmar que a solução pode passar pela atribuição de um novo coeficiente de rugosidade mais
apropriado para o diâmetro em questão.
O cálculo estrutural dos elementos enterrados foi elaborado em duas partes distintas,
uma primeira referente à determinação das cargas estáticas provenientes do peso do solo
situado acima das condutas, e uma segunda etapa relativa às cargas dinâmicas que se devem
às cargas móveis aplicadas pelos veículos que circulam à superfície do terreno. O processo de
cálculo das cargas estáticas baseou-se nas teorias e procedimentos de Marston e Spangler,
criadores das expressões consideradas como as mais adequadas para a realização destes
cálculos. Com o objectivo de se obterem novas expressões mais perceptíveis fisicamente e de
aplicação mais expedita foram deduzidas novas formulações que resultam de relacionar o valor
da carga estática sobre a conduta com o peso do volume do solo situado acima do elemento
enterrado e efectuadas análises de regressão para permitir ter expressões explícitas de alguns
dos coeficientes. Procedeu-se a comparações das expressões obtidas com os valores
utilizados para se proceder a comparações com os valores provenientes das expressões
originais de Marston e Spangler. As primeiras conclusões a retirar da elaboração das novas
expressões reincide nos gráficos dos coeficientes unitários de carga, onde se percebe
nitidamente que a função se inicia num valor unitário, correspondente ao peso do volume de
solo, e depois varia consoante o método de instalação e a classificação da conduta. Numa
segunda conclusão desta análise de resultados também bastante esclarecedora, permitiu-se
de imediato observar que os valores de carga resultantes das novas expressões são
semelhantes aos valores originais, razão pela qual os indicadores dos erros têm valores
bastantes reduzidos. No caso menos correcto, onde o erro atinge os valores mais elevados, a
razão para o sucedido resume-se à situação dos valores introduzidos, pois com os dados
atribuídos para se resolver a simulação provocou-se uma situação de fronteira entre a condição
de instalação completa e incompleta.
Com a explicação dos processos para se determinar o valor das cargas dinâmicas,
provenientes dos veículos que circulam à superfície do terreno, realizou-se a comparação de
resultados entre os métodos apresentados, a expressão de Boussinesq e o método da
degradação linear de cargas. A primeira conclusão a ser retirada neste ensaio é que o método
de Boussinesq não deve de ser aplicado para profundidades inferiores a 0,5m, a não ser que
se divida a carga concentrada em várias cargas pontuais. Neste estudo o principal objectivo foi
verificar a fidelidade que o método da degradação linear de cargas, considerado bastante mais
simples de executar, e também observar quais os pontos onde poderia haver maior ou menor
disparidade nos resultados obtidos pelos dois métodos. A análise de resultados neste capítulo
resume a considerar os dois métodos bastantes semelhantes, pois os resultados obtidos têm
diferenças pouco significativas, e quando estas existem o método da degradação apresenta
valores maiores. Assim, concluiu-se que o método da degradação linear pode ser considerado
68
fiável para estes tipos de cálculo, podendo por vezes até ser mais conservativo do que a
expressão de Boussinesq.
Após todos os cálculos efectuados até esta fase do estudo, é importante reter também
algumas considerações sobre as condições que se devem executar no assentamento das
condutas. Com a definição de grau de assentamento permite aplicar-se um coeficiente de
equivalência que permite reduzir o efeito sobre a tubagem do valor da solicitação calculada que
resulta numa redução da resistência à compressão diametral necessária nas condutas. Neste
ponto, a conclusão que se deve retirar é que quanto maior for o cuidado e qualidade do
assentamento dos elementos enterrados, maior será a redução da resistência à compressão
diametral necessária para resistir a uma dada carga de cálculo.
Concluído todo o processo de cálculo, resta então ensaiar as condutas aos valores de
carga obtidos nos cálculos. Com a ilustração dos vários métodos existentes para se ensaiar as
condutas, chega-se à conclusão que os métodos existentes na Europa são semelhantes aos
efectuados por exemplo no Brasil.
Outro parâmetro a ter em conta para completar a análise estrutural das condutas
enterradas é a limitação do valor da deformação diametral que a secção pode sofrer, pois caso
este valor seja elevado pode colocar a funcionalidade da conduta em risco. Analisando todos
os métodos apresentados neste capítulo, concluiu-se que o processo da Norma Europeia é o
mais simples de ser aplicado, pois apenas se determina o valor da deformação em relação ao
espaçamento entre condutas nos pontos de junção das mesmas.
Outro ponto estudado no trabalho foi a determinação da largura de transição, processo
que permite calcular o valor de largura de vala, a partir do qual o cálculo da carga aplicada nas
condutas deve ser calculada através das expressões em aterro. A expressão calculada e
apresentada, caracteriza-se por ser um pouco conservativa, pois regista frequentemente
valores ligeiramente superiores de carga aos valores realmente existentes. A razão para este
acontecimento, deve-se ao facto de que como a carga pela fórmula de aterro não depende da
largura, e a carga pelas fórmulas de valas está directamente relacionada com a largura, à
medida que se aumenta a largura da vala, a carga por aterro é constante e a de vala aumenta
uniformemente. Por esta razão e após o estudo da fórmula apresentada neste ponto, verificou-
se que a largura de transição resultante pela fórmula apresentada é antecipada ligeiramente, o
que deve ser considerada como medida favorável.
Por fim, resumem-se todos os processos de cálculo apresentados ao longo do trabalho,
facilitando assim as suas aplicações. Esta apresentação dos dois métodos permite reforçar a
ideia de que o novo processo de cálculo da carga aplicada em condutas enterradas é mais
simples do que o original de Marston.
69
70
Referências bibliografias
BARRETO, D. (2003) – “Critérios Técnicos para seleção de tubos de concreto para redes
coletoras de esgoto e drenagem urbana”, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, Brasil.
EN1916.2002 – “Concrete pipes and fittings, unreinforced, steel fibre and reinforced”.
71
NETO, P. J. C. e FIGUEIREDO A. D. (2002) – “Critérios de projeto e dimensionamento de
tubos de concreto para esgotos sanitários”, São Paulo, Brasil.
NETO, P. J. C. e RELVAS, F. J. (2003) – “Avaliação Comparativa de Desempenho entre Tubos
Rígidos e Flexíveis para Utilização em Obras de Drenagem de Águas Pluviais”, Boletim
Técnico ABTC / ABCP, São Carlos, Brasil.
ZAIDLER, W. (1983) – “Projetos estruturais de tubos enterrados”, PINI Editora, São Paulo,
Brasil.
72
Sitios utilizados para pesquisa:
www.baquelite-liz.pt
www.cabralsousa.pt
www.centralplast.pt
www.cires.pt
www.jodofer.pt
www.murilocampos.com
www.nei.com.br
www.servizi-industriali.com
www.solostocks.com.br
73
74
Anexos
Anexo A – Coeficientes de Rugosidade de Manning-Strickler
K
Natureza das condutas 1/3 -1
(m s )
Cimento muito bem alisado, madeira aplainada, chapa metálica sem soldaduras salientes, fibrocimento 100; 90
Cimento alisado, aço com protecção betuminosa 85
Reboco ordinário, grés, chapa fina rebitagens pouco salientes, ferro fundido novo 80
Betão liso, tubos de cimento com juntas frequentes, ferro fundido com serviço corrente 75
Ferro fundido com longo uso 70
Chapa de grande espessura com muitas rebitagens 60
Tabela A2 – Estudo da existência de variação do coeficiente de rugosidade de Manning-Strickler quando se aumenta o diâmetro da conduta.
Diâmetro Coeficiente de Área da Raio hidráulico Perda de carga Caudal Velocidade Factor de atrito Número de Rugosidade Rugosidade
interno Manning secção Reynolds relativa absoluta
1/3 -1 2 3
Di (mm) Ks (m s ) A (m ) RH (m) J (-) Q (m /s) U (m/s) f (-) Re (-) k/d (-) k (mm)
200 110,00 0,03 0,0500 0,005 0,0332 1,056 0,0176 2,11E+05 2,96E-04 0,0593
300 108,82 0,07 0,0750 0,005 0,0967 1,368 0,0157 4,11E+05 1,98E-04 0,0593
400 107,76 0,13 0,1000 0,005 0,2063 1,642 0,0145 6,57E+05 1,47E-04 0,0589
500 106,76 0,20 0,1250 0,005 0,3706 1,887 0,0138 9,44E+05 1,18E-04 0,0590
600 105,85 0,28 0,1500 0,005 0,5975 2,113 0,0132 1,27E+06 9,87E-05 0,0592
700 105,07 0,38 0,1750 0,005 0,8945 2,324 0,0127 1,63E+06 8,45E-05 0,0592
800 104,33 0,50 0,2000 0,005 1,2682 2,523 0,0123 2,02E+06 7,41E-05 0,0593
900 103,67 0,64 0,2250 0,005 1,7252 2,712 0,0120 2,44E+06 6,59E-05 0,0593
1000 103,06 0,79 0,2500 0,005 2,2713 2,892 0,0117 2,89E+06 5,93E-05 0,0593
1200 101,97 1,13 0,3000 0,005 3,6544 3,231 0,0113 3,88E+06 4,94E-05 0,0593
1500 100,57 1,77 0,3750 0,005 6,5350 3,698 0,0107 5,55E+06 3,95E-05 0,0593
1800 99,38 2,54 0,4500 0,005 10,5012 4,127 0,0104 7,43E+06 3,29E-05 0,0593
2000 98,69 3,14 0,5000 0,005 13,8104 4,396 0,0101 8,79E+06 2,96E-05 0,0593
200 90,00 0,03 0,0500 0,005 0,0271 0,864 0,0263 1,73E+05 2,71E-03 0,5425
300 89,16 0,07 0,0750 0,005 0,0793 1,121 0,0234 3,36E+05 1,81E-03 0,5425
400 88,37 0,13 0,1000 0,005 0,1692 1,346 0,0216 5,39E+05 1,36E-03 0,5425
500 87,66 0,20 0,1250 0,005 0,3043 1,550 0,0204 7,75E+05 1,08E-03 0,5425
600 87,03 0,28 0,1500 0,005 0,4912 1,737 0,0195 1,04E+06 9,04E-04 0,5425
700 86,46 0,38 0,1750 0,005 0,7361 1,913 0,0188 1,34E+06 7,75E-04 0,5425
800 85,94 0,50 0,2000 0,005 1,0446 2,078 0,0182 1,66E+06 6,78E-04 0,5425
900 85,46 0,64 0,2250 0,005 1,4222 2,236 0,0176 2,01E+06 6,03E-04 0,5425
1000 85,02 0,79 0,2500 0,005 1,8739 2,386 0,0172 2,39E+06 5,42E-04 0,5425
1200 84,23 1,13 0,3000 0,005 3,0188 2,669 0,0165 3,20E+06 4,52E-04 0,5425
1500 83,23 1,77 0,3750 0,005 5,4080 3,060 0,0157 4,59E+06 3,62E-04 0,5425
1800 82,37 2,54 0,4500 0,005 8,7035 3,420 0,0151 6,16E+06 3,01E-04 0,5425
2000 81,86 3,14 0,5000 0,005 11,4560 3,647 0,0147 7,29E+06 2,71E-04 0,5425
200 75,0 0,03 0,0500 0,005 0,0226 0,720 0,0378 1,44E+05 9,61E-03 1,9226
300 75,0 0,07 0,0750 0,005 0,0666 0,943 0,0331 2,83E+05 6,41E-03 1,9226
400 74,8 0,13 0,1000 0,005 0,1431 1,139 0,0302 4,56E+05 4,81E-03 1,9226
500 74,5 0,20 0,1250 0,005 0,2585 1,317 0,0283 6,58E+05 3,85E-03 1,9226
600 74,2 0,28 0,1500 0,005 0,4188 1,481 0,0268 8,89E+05 3,20E-03 1,9226
700 73,9 0,38 0,1750 0,005 0,6293 1,635 0,0257 1,14E+06 2,75E-03 1,9226
800 73,6 0,50 0,2000 0,005 0,8951 1,781 0,0247 1,42E+06 2,40E-03 1,9226
900 73,4 0,64 0,2250 0,005 1,2211 1,919 0,0239 1,73E+06 2,14E-03 1,9226
1000 73,1 0,79 0,2500 0,005 1,6117 2,052 0,0233 2,05E+06 1,92E-03 1,9226
1200 72,7 1,13 0,3000 0,005 2,6043 2,303 0,0222 2,76E+06 1,60E-03 1,9226
1500 72,0 1,77 0,3750 0,005 4,6817 2,649 0,0209 3,97E+06 1,28E-03 1,9226
1800 71,5 2,54 0,4500 0,005 7,5554 2,969 0,0200 5,34E+06 1,07E-03 1,9226
2000 71,2 3,14 0,5000 0,005 9,9602 3,170 0,0195 6,34E+06 9,61E-04 1,9226
Anexo B – Dedução da expressão para determinação do plano de igual assentamento
Projecção Positiva
'
He 3BH He h V
dh
0 2 Bc Es
He
1 h2 exp( 2 K h ) B 3 h B2 H H e exp( 2 K
h ) B3
3 B Hh H eh B B
2
2 Bc Es 2 2K 2K B B 2K
0
He He
1 He
2 exp( 2 K ) B3 He B2 H H e exp( 2 K ) B3 B3 H He B3
3 B HH e H e2 B B
2
2 Bc Es 2 2K 2K B B 2K 4( K ) 2 B B 2K
2 Es
Dividindo por 2
3 Bc
He He
1 He
2 exp( 2 K ) B3 H e B2 H H e exp( 2 K ) B3 B3 H He B3
3 B HH e H 2 B B
3 e
3 Bc 2 4( K ) 2 2K B B 2K 4( K ) 2 B B 2K
2 He He
HH e 1 He
2 exp( 2 K ) He H H e exp( 2 K ) 1 H He 1
B B
2 2
Bc 2 Bc 12( K ) 6 Bc K B B 6K 12( K ) 2 Bc Bc 6K
2 He He
HH e 1 He
2 exp( 2 K ) 1 He H H e exp( 2 K ) 1
B B
2
Bc 2 Bc 12( K ) 2 6 Bc K B B 6K
h
2 He
exp 2K 1
He V Bc Bc H He h
dh exp 2K dh
0 Bc E s Bc E s 0 2K Bc Bc Bc
He
h h
Bc exp 2K exp 2K Bc
Bc Bc h H He Bc
2
Es 2K 2K Bc Bc 2K
2 Es
Dividindo por 2
3 Bc
He He
h h h h
Bc exp 2K exp 2K Bc exp 2K exp 2K
2 Bc h H He Bc Bc h H He Bc
2 2
3Bc 2K 2K Bc Bc 2K 6( K ) 3K Bc Bc Bc 3K
0 0
He He
exp 2K exp 2K
Bc He H He Bc 1 H He 1
6( K ) 2 3K Bc Bc Bc 3K 6( K ) 2 Bc Bc 3K
He He
exp 2K exp 2K
Bc He H He Bc 1 H He 1
6( K ) 2 3K Bc Bc Bc 3K 6( K ) 2 Bc Bc 3K
He He
exp 2K 1 exp 2K 1
Bc He H He Bc
6( K ) 2 3K Bc Bc Bc 3K
He He
exp 2K 1 exp 2K 1 2 He He
Bc He H He Bc HH e 1 He
2 exp( 2 K ) 1 He H H e exp( 2 K ) 1
' B B
6( K ) 2 3K Bc Bc Bc 3K Bc
2
2 Bc 12( K ) 2 6 Bc K B B 6K
He
He exp 2K 1 2
exp( 2 K ) 1 He H He Bc HH e 1 He
2
B
4( K ) 2 2 K Bc Bc Bc 2K Bc
2
2 Bc
He
exp 2K
Bc H He He
3H Bc exp 2K
2K Bc Bc Bc
(3H BcCc )
Sd pBc pBc
2 Es 2 ES
2 Es
Dividindo por 2
3 Bc
He
exp 2K
H p p Bc H He He
exp 2K
Bc 3 2K Bc Bc Bc
Projecção Negativa
'
He ' 3 Bd H ' H e ' h V
dh
0 2 Bd Es
He '
2 exp( 2 K h ) Bd
3
2 exp( 2 K h ) Bd
3
1 h Bd h Bd H He Bd
3 Bd H ' h He 'h 2
2 Bd Es 2 2K 2K Bd Bd 2K
0
He ' 3 He 3
exp( 2 K ) Bd
H e exp( 2 K ) Bd
'2 2 3 3
1 ' ' '2 He Bd H e ' Bd H Bd Bd H H e Bd
3 Bd H H e H e 2
2 Bd Es 2 2K 2K B B 2K (2 K ) 2 Bd Bd 2 K
2 Es
Dividindo por 2
3 Bd
He' 3 He
1 He
'2 exp( 2 K
Bd
) Bd H e ' Bd
2
H He exp( 2 K )B 3 Bd
3
H He Bd
3
2 He ' He '
' exp( 2 K ) exp( 2 K )
H'He ' 1 He Bd He ' H He Bd 1 H He 1
2 2
Bd 2 Bd 12( K ) 6 Bd K Bd Bd 6K 12( K ) 2 Bd Bd 6K
He He'
2 exp( 2 K ) 1 exp( 2 K ) 1
H'He ' 1 He ' Bd He' H He Bd
2
Bd 2 Bd 12( K ) 2 6 Bd K Bd Bd 6K
He '
h h
He ' 2
exp 2K exp 2K
V Bd h Bd H He Bd
dh
o
Bd E s Bd E s 2K 2K Bd Bd 2K
(2 K )
Bd Bd 0
He ' He '
Bd exp 2K Bd exp 2K
Bd He ' Bd H He Bd Bd H He Bd
2
Es 2K 2K Bd Bd 2K (2 K ) 2 Bd Bd 2K
2 Es
Dividindo por 2
3 Bd
He' h
B d exp 2K B d exp 2K
2 He' Bd H He Bc Bd H He Bd
2 2
3B d 2K 2K Bd Bd 2K 2K Bd Bd 2K
He' He'
exp 2K exp 2K
He' Bd H He Bd 1 H He 1
3B d K 6( K ) 2 Bd Bd 3K 6( K ) 2 Bd Bd 3K
He' He'
exp 2K 1 exp 2K 1
He' Bd H He Bd
3B d K 6( K ) 2 Bd Bd 3K
He ' He '
exp 2K 1 exp 2K 1 2 He He '
He ' Bd H He Bd H ' He ' 1 He ' exp( 2 K
B
) 1 He ' H H e exp( 2 K Bd
) 1
' 2
3Bd K 6( K ) 2 Bd Bd 3K Bd 2 Bd 12( K ) 2 6 Bc K Bd Bd 6K
He ' He '
exp 2K 1 exp 2K 1 2 He He '
He ' Bd H He Bd H ' He ' 1 He ' exp( 2 K
B
) 1 He ' H H e exp( 2 K Bd
) 1
2
3Bd K 6( K ) 2 Bd Bd 3K Bd 2 Bd 12( K ) 2 6 Bc K Bd Bd 6K
He ' He '
exp 2K 1 exp 2K 1 2
He ' Bd H He Bd H ' He ' 1 He '
2
2 Bd K 4( K ) 2 Bd Bd 2K Bd 2 Bd
2K H e '
1 exp
Bd H' He ' 2K H e '
exp Bd2
2K Bd Bd Bd
2
(C n ' Bd )
Sd p ' Bd p ' Bd
Bd E s Bd E S
2 Es
Dividindo por 2
3 Bd
2K H e '
1 exp
2 p' Bd H' He ' 2K H e '
exp
3 2K Bd Bd Bd