INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO, TESTE E PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA

MANGUEIRAS HIDRÁULICAS
 Apresentação

As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho -

GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de
suas Subsidiárias), são comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas
Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SC (formadas por
técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da
Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado
pelos representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma
Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a revisão em qualquer tempo pela
sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para ser
revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para
informações completas sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo
de Normas Técnicas PETROBRAS.

 CONTEXTUALIZAÇÃO
Muitos problemas, incidentes e acidentes pessoais e/ou ambientais,
ocorrem por falhas em mangueiras hidráulicas. Cada ocorrência grave gera a
necessidade de uma sindicância para apurarmos as causas básicas, exigindo
soluções para não haver reincidência.
Incidentes e acidentes causados por mangueiras são recorrentes no
mercado offshore, ocasionando downtimes e demandando muitas horas dos
colaboradores da Petrobras e de seus respectivos prestadores de serviços.
Devido a algumas dúvidas de prestadores a respeito das inspeções e
certificações de mangueiras e boas práticas apresentadas por algumas
empresas, fomos buscar respaldos normativos para desenvolvermos um
padrão de inspeção, manutenção, teste e práticas recomendadas para
mangueiras hidráulicas, já que ainda não existe uma Norma Petrobras para tal
assunto.
1. Escopo
1.1 Esta Norma estabelece os procedimentos para a inspeção, manutenção,
teste e práticas recomendadas para mangueiras hidráulicas, instaladas ou
disponíveis em estoque.
1.2 Esta Norma se aplica às mangueiras de quaisquer instalações
hidráulicas, seja on ou offshore.
1.3 Esta Norma não se aplica a mangueiras pneumáticas.
1.4 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.
2. Referências Normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação
deste documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes
dos referidos documentos.
SAE J 514
SAE J 517
SAE J 343
SAE J 1273
ASTM D 380
ISO 2230
ISO 6605
ISO 8331
NBR 14831
3. Termos e Definições
Para os efeitos deste documento aplicam-se os seguintes termos e definições.
3.1 Potência Líquida
Energia transmitida e controlada com fluidos hidráulicos pressurizados ou ar
comprimido.
3.2 Mangueira
Condutor flexível. Neste documento, o termo mangueira também pode se
referir a um conjunto de mangueiras com conectores instalados, usados em
aplicações de energia de fluidos.
3.3 Conectores, terminais e adaptadores
Conectores que podem ser ligados à extremidade de uma mangueira.
3.4 Mangueiras Montadas
Mangueiras com conexões instaladas (prontas para uso).
3.5 Falha na Mangueira
Ocorrência em que uma mangueira para de atender aos requisitos do sistema.
3.6 Vida útil da mangueira
Intervalo de tempo em que uma mangueira atende aos requisitos do sistema
sem necessidade de substituição.
4. Considerações de Segurança
Abaixo listamos algumas condições e situações potenciais que podem
ocasionar danos pessoais e/ou materiais. Esta lista não abrange todos os
riscos. Considere meios razoáveis e viáveis, para reduzir o risco de ferimentos
ou danos materiais.
Recomendamos a leitura dessa Norma e treinamentos regulares para
operadores, pessoal de manutenção e a todos os indivíduos que trabalham
com conjuntos de mangueiras pressurizadas.
4.1 Injeções de Fluidos
Fluxos finos de fluido pressurizado vazando, podem penetrar a pele e entrar
em um corpo humano. Essas injeções de fluido podem causar danos graves ao
tecido, perda de membro ou até a morte.
Considere vários meios para reduzir o risco de injeções de fluidos,
especialmente em áreas normalmente ocupadas por operadores. Tais meios
incluem: avisos, protetores, escudos e programas de treinamento.
Alivie a pressão antes de desconectar as linhas hidráulicas ou outras. Verifique
o aperto de todas as ligações antes de aplicar pressão.
Evitar o contato com fluidos que escapam. Trate todos os vazamentos como se
pressurizado e quente o suficiente para queimar a pele. Nunca use qualquer
parte do seu corpo para verificar se há vazamentos em uma mangueira.
Se ocorrer um acidente com injeção de fluido, consulte um médico
imediatamente. NÃO ATRASAR OU TRATAR COMO UM CORTE SIMPLES!
Qualquer líquido injetado na pele deve ser removido cirurgicamente em poucas
horas ou pode resultar gangrena.
4.2 Chicoteamento de Mangueiras
Se uma mangueira pressurizada rompe, os acessórios podem ser lançados em
alta velocidade e a mangueira solta pode chicotear com grande força.
Quando este risco existe, utilize protetores e restrições para proteger as
pessoas contra ferimentos.
4.3 Queimaduras de fluidos transportados
Alguns fluidos atingem temperaturas que podem queimar a pele humana. Se
houver risco de queimaduras devido a vazamento de líquidos, considere
protetores para evitar ferimentos, especialmente em áreas normalmente
ocupadas por operadores.
4.4 Incêndio e Explosões de Fluidos Transportados
A maior parte dos fluidos hidráulicos queimam sob certas condições. Os fluidos
que escapam de sistemas pressurizados podem formar uma névoa ou
pulverização fina que pode incendiar ou explodir em contato com uma fonte de
ignição. Considere a possibilidade de proteger cada mangueira para minimizar
o risco de combustão.
4.5 Incêndio e Explosões da Descarga Estático-Elétrica
Fluido que passa através da mangueira pode gerar eletricidade estática,
resultando em descarga elétrica estática. Isso pode criar faíscas e gerar
incêndio no sistema.
Quando este potencial existir, selecione a mangueira projetada
especificamente para carregar a carga estático-elétrica à terra.
4.6 Choque Elétrico
A eletrocussão pode ocorrer se a mangueira conduzir a eletricidade através de
uma pessoa. A maioria das mangueiras conduz eletricidade e muitas contêm
metal ou têm conexões de metal instaladas. Mesmo as mangueiras não
condutoras podem se tornar condutoras para a eletricidade, se transportarem
fluidos condutores.
Evite usar mangueira perto de fontes elétricas. Quando isso não puder ser
evitado, selecione a mangueira apropriada.
As mangueiras não condutoras devem ser consideradas. Mangueiras SAE
J517-100 R7 e 100 R8 com tampas laranja marcadas, estão disponíveis para
aplicações que requerem mangueira não condutora.
4.7 Mecanismos controlados por fluidos
Mecanismos controlados por fluidos em mangueiras podem tornar-se perigosos
quando uma mangueira falhar. Se uma mangueira romper, por exemplo, os
objetos suportados pela pressão do fluido podem cair. Em caso de veículos ou
máquinas, os mesmos podem perder seus freios ou direção.
Se os mecanismos são controlados pela potência do fluido, considere modos
seguros de falha que minimizem os riscos de ferimentos ou danos.
5. Condições Específicas
Uma grande variedade de fatores influenciam a vida útil das mangueiras e a
capacidade de cada sistema hidráulico de fluido em operar satisfatoriamente.
Os efeitos combinados desses fatores na vida útil são muitas vezes
imprevisíveis. Portanto, os documentos de especificação da mangueira
hidráulica não devem ser interpretados como padrões de projeto.
Analise cuidadosamente cada sistema. Em seguida, selecione a mangueira e
os componentes relacionados para atender aos requisitos de desempenho do
sistema e de vida útil da mangueira. Para minimizar os riscos de danos
pessoais e/ou danos à propriedade, considere os seguintes fatores:
 Pressões do Sistema
A pressão excessiva pode acelerar a falha da montagem da mangueira.
Analise as pressões de estado estacionário e a frequência e amplitude de
surtos de pressão, como pulsos e picos.
A pressão máxima de trabalho de uma mangueira montada não deve exceder a
pressão de trabalho máxima especificada para a mangueira respectiva e as
conexões dos encaixes da mangueira.
 Sucção
Para aplicações de sucção, como fluxo de entrada para bombas, selecione a
mangueira para resistir às pressões negativas e positivas que o sistema impõe
à mangueira.
 Pressão Externa
Em certas aplicações, as pressões ambientais externas podem exceder a
pressão do fluido dentro da mangueira. Nestas aplicações, considere as
pressões externas e, se necessário, consulte os fabricantes de mangueiras.
 Temperatura
A temperatura acima da capacidade da mangueira pode reduzir
significativamente sua vida útil. Selecione a mangueira de modo que as
temperaturas do fluido e do ambiente, tanto estáticas quanto transitórias,
 caibam dentro das classificações da mangueira. Utilizem protetores de calor,
mangas e outros métodos para esses requisitos e, encaminhe ou proteja a
mangueira para evitar danos por fontes de calor externas.
 Permeabilidade
Permeabilidade ou efusão é a infiltração de fluido através da mangueira. Certos
materiais na construção da mangueira são mais permeáveis do que outros.
Considere os efeitos da permeabilidade ao selecionar a mangueira,
especialmente com fluidos gasosos. Consulte os fabricantes de mangueiras e
fluidos para obter informações sobre a permeabilidade.
 Compatibilidade entre materiais de mangueira e fluidos hidráulicos
As variáveis que podem afetar a compatibilidade de fluidos do sistema com
materiais de mangueira incluem, mas não estão limitadas a:
a. Propriedades químicas
b. Pressão do fluido
c. Temperatura
d. Nível de concentração
e. Duração da exposição
Devido à permeabilidade, considere a compatibilidade dos fluidos do sistema
com a mangueira, o tubo, a tampa, o reforço e os acessórios. Consulte os
fabricantes de fluidos e mangueiras para obter informações sobre
compatibilidade.
NOTA: Muitas tabelas de compatibilidade fluido/elastômero nos catálogos dos
fabricantes apresentam classificações baseadas em fluidos a 21 °C,
temperatura ambiente. Essas classificações podem mudar em outras
temperaturas. Leia atentamente as notas sobre as tabelas de compatibilidade
e, em caso de dúvida, consulte o fabricante.
 Meio Ambiente
As condições ambientais podem causar degradação da mangueira e dos
acessórios. As condições a avaliar incluem, mas não estão limitadas a:
a. Luz ultravioleta
b. Água salgada
c. Poluentes do ar
d. Temperatura
e. Ozônio
f. Produtos químicos
g. Eletricidade
h. Abrasão
i. Pintura
Se necessário, consulte os fabricantes para obter mais informações sobre o
efeito destas e outras condições ambientais.
 Descarga estático-elétrica
O fluido que passa através da mangueira pode gerar eletricidade estática
resultando em descarga elétrica estática. Isso pode criar faíscas que podem
perfurar uma mangueira. Se esse potencial existir, selecione a mangueira com
condutividade suficiente para transportar a carga elétrica estática para terra.
 Dimensão
A potência líquida transmitida pelo fluido pressurizado varia com a pressão e a
taxa de fluxo. Selecione a mangueira com tamanho adequado para minimizar a
perda de pressão e para evitar danos na mangueira devido à geração de calor
ou velocidade excessiva. Faça cálculos, ou consulte os fabricantes para
dimensionamento em velocidades de fluxo.
 Usos indesejados
Os conjuntos de mangueiras são projetados para as forças internas dos fluidos
conduzidos. Não puxe a mangueira nem a use para fins que possam aplicar
forças externas para as quais a mangueira ou os acessórios não foram
projetados.
 Especificações e Padrões
Ao selecionar mangueiras e conexões para aplicações específicas, consulte as
especificações e padrões aplicáveis nas normas, na indústria e no fabricante.
 Aplicações incomuns
As aplicações não endereçadas pelo fabricante ou pelas normas da indústria
podem exigir testes especiais antes de selecionar a mangueira.
 Limpeza da Mangueira
Os requisitos de limpeza dos componentes do sistema, que não sejam
conjuntos de mangueiras, determinarão os requisitos de limpeza da aplicação.
Consulte a informação de limpeza do fabricante para todos os componentes do
sistema. Os conjuntos de mangueiras variam em níveis de limpeza. Portanto,
especifique conjuntos de mangueiras com limpeza adequada para o sistema.
 Acessórios para Mangueiras
A seleção dos terminais e adaptadores adequados para a mangueira e sua
respectiva aplicação é essencial para o bom funcionamento e uso seguro da
mangueira e equipamentos de montagem relacionados. Selecione somente os
acessórios de mangueiras compatíveis com as aplicações.
A seleção inadequada de conexões de mangueiras ou equipamentos de
montagem relacionados para a aplicação pode resultar em ferimentos ou danos
devido a vazamentos.
 Vibração
A vibração pode reduzir a vida útil da mangueira. Se necessário, realizar testes
para avaliar os efeitos da freqüência e amplitude da vibração do sistema em
uma montagem de mangueira. Grampos ou outros meios podem ser usados
para reduzir os efeitos da vibração. Considere os requisitos de vibração ao
selecionar a mangueira e prever a vida útil.
 Proteção da cobertura da mangueira
Proteja a cobertura da mangueira de abrasão, erosão, pontas e corte.
Mangueiras especiais resistentes à abrasão e protetores de mangueira estão
disponíveis para proteção adicional.

FIGURA 1: Prevenção de danos externos7

 Avaria física externa

Deve-se evitar:
a. Cargas de tração
b. Cargas laterais
c. Achatamento
d. Dano na linha
e. Torção
f. Danos nas superfícies de vedação
g. Abrasão
 Adaptadores de tipo giratório
Os adaptadores giratórios não transferem o torque para a mangueira enquanto
são apertados. Utilize-as conforme necessário para evitar torções durante a
instalação.
 Giros vivos
Se dois componentes do sistema estiverem girando em relação um ao outro,
podem ser necessários giros vivos. Esses conectores reduzem o torque
transmitido à mangueira.
 Eslingas e grampos
Use eslingas e braçadeiras para suportar mangueiras pesadas ou longas e
mantê-lo afastado de peças móveis. Use braçadeiras que evitem o movimento
da mangueira que cause abrasão. Deve-se tomar cuidado para evitar que a
braçadeira abrace a mangueira. Evite o aperto excessivo de eslingas ou
grampos.
 Raio mínimo de curvatura
O raio mínimo de curvatura (R) de uma mangueira é definido nos padrões de
mangueira relevantes e na literatura do produto do fabricante da mangueira.
Uma flexão acentuada na junção da mangueira/ montagem pode resultar em
fugas, ruptura da mangueira ou o conjunto da mangueira se soltar (ver Figuras
2A e 2B). Deve ser permitido um comprimento reto mínimo (L) de 1,5 vezes o
diâmetro exterior da mangueira entre o encaixe da mangueira e o ponto em
que a curva começa.
FIGURA 2A: Raio mínimo de curvatura

FIGURA 2B: Raio mínimo de curvatura

 Cotovelos e adaptadores
Em casos especiais, use cotovelos ou adaptadores para aliviar a tensão da
mangueira. Deve ser permitido um comprimento reto mínimo (L) de 1,5 vezes o
diâmetro exterior da mangueira entre o encaixe da mangueira e o ponto em
que a curva começa (ver Figura 3).
FIGURA 3: Cotovelos e adaptadores
 Comprimento
Mangueira muito longa pode aumentar a queda de pressão e afetar o
desempenho do sistema. Quando pressurizado, a mangueira que é muito curta
pode soltar de suas conexões ou tensionar as conexões da mangueira,
causando falhas prematuras de vedação. Ao estabelecer o comprimento da
mangueira, use as seguintes práticas:
1. Absorção de movimento
Forneça o comprimento adequado da mangueira para distribuir o movimento e
evitar curvas menores que o raio mínimo de curvatura (ver Figura 4).

FIGURA 4: Absorção de movimento

2. Tolerâncias da mangueira e da máquina
É imprescindível que a mangueira permita alterações no comprimento devido
ao movimento da máquina (ver Figura 5).
FIGURA 5: Tolerância da mangueira e da máquina

3. Mudança de comprimento da mangueira devido à pressão

Estime a mangueira para acomodar mudanças de comprimento a partir de
pressões variáveis. Não cruze nem prenda as conexões das mangueiras de
alta e baixa pressão. (ver Figura 6).

FIGURA 6: Mudança de comprimento da mangueira devido à pressão

 Movimento e Dobra das Mangueiras

A mangueira permite o movimento relativo entre os componentes do sistema.
Analise esse movimento ao projetar sistemas de mangueiras. O número de
ciclos por dia pode afetar significativamente a vida da mangueira. Evite também
vários planos de movimento de torção. Para aplicações que requerem que a
mangueira se mova ou dobre, use as seguintes práticas:
1. Dobre em apenas um plano para evitar torção (ver Figuras 7A e 7B).

FIGURA 7A: Dobra em apenas um plano para evitar torção.

FIGURA 7B: Dobra em apenas um plano para evitar torção.

2. Prevenção da dobra de mangueira em mais de um plano.

Se a mangueira segue uma curva composta, junte-a em segmentos separados
ou prenda-a em segmentos que cada flexão fique em apenas um plano. (ver
Figura 8)
FIGURA 8: Prevenção da dobra de mangueira em mais de um plano.

 Montagem da Mangueira
As pessoas que fabricam conjuntos de mangueiras devem ser treinadas no uso
adequado de equipamentos e materiais. As instruções dos fabricantes e as
práticas listadas devem ser seguidas. Os acessórios adequadamente
montados são vitais para a integridade de um conjunto de mangueiras. Os
encaixes mal montados podem se separar da mangueira e causar ferimentos
graves ou danos.
 Compatibilidade da mangueira e do encaixe
Deve-se tomar cuidado para determinar a compatibilidade adequada entre a
mangueira e o encaixe. É importante seguir as recomendações dos fabricantes
e normas relevantes para mangueiras e acessórios, tais como SAE J517, SAE
J514 etc.
6. Inspeção
6.1 Inspeção de Montagem
Após a montagem, as mangueiras devem ser inspecionadas quanto a defeitos
visíveis e obstruções internas, como protuberâncias de tubos, etc.
6.1.1 Identificação
Toda mangueira instalada ou em disponibilidade no estoque deve ser
identificada (plaquetas de identificação, fitas adesivas, lacres, anilhas,
marcações na capa etc).
6.1.2 Pressão de Ensaio
Toda mangueira deve ser testada hidrostaticamente com 50% da pressão
mínima de ruptura (conforme fator de segurança dos fabricantes) ou 2 (duas)
vezes a pressão de trabalho de fabricação da mangueira (vide normas ASTM D
380, item 17.3 e NBR 14381, item 7.2.2). Esse teste deve ser executado por
empresa especializada, devidamente habilitada no órgão competente.
NOTA 1: Conforme Normas SAE J517 e NBR 14381, o fator de segurança da
maioria das mangueiras é 4 vezes a pressão de trabalho para qual foi
fabricada.
NOTA 2: É aceito o teste hidrostático com 1,5 vezes a pressão de trabalho.
NOTA 3: As empresas não deverão testar e certificar suas próprias
mangueiras.
6.1.3 Instalação e Substituição das Mangueiras
Utilize as práticas abaixo quando instalar conjuntos de mangueiras em
sistemas novos ou substituir conjuntos de mangueiras em sistemas existentes.
NOTA: O fabricante deve disponibilizar instruções adicionais sobre condições
de montagem, armazenamento e operação.
Inspeção pré-instalação
Antes de instalar os conjuntos de mangueiras, examine:
a. Comprimento e roteamento da mangueira para conformidade com o
design original.
b. Montagens para o estilo correto, tamanho, comprimento e não
conformidades visíveis.
c. Montagem de superfícies de vedação para rebarbas, entalhes ou outros
danos.
NOTA: Ao substituir conjuntos de mangueiras em sistemas existentes, verifique
se a substituição é de qualidade igual à montagem original.
Manuseio durante a instalação
Manuseie a mangueira com cuidado durante a instalação. Evite dobras bruscas
na junção da mangueira/ montagem. Antes e durante a instalação, as
mangueiras devem estar a uma temperatura superior a 0 ° C.
Ângulo de torção e orientação
A pressão aplicada a uma mangueira retorcida pode encurtar a vida útil da
mangueira ou afrouxar as conexões. A torção também pode ser evitada através
da utilização de duas chaves durante a instalação dos conectores giratórios
(ver Figura 9).

FIGURA 9: Ângulo de torção e orientação

 Fixação e Proteção
Instale os dispositivos de fixação e proteção necessários. Determine que tais
dispositivos não criem estresse ou pontos de desgaste adicionais.
 Torque de Montagem
A extremidade que liga um encaixe de mangueira é normalmente rosqueada
para obter uma vedação de pressão segura quando ligada a um terminal,
adaptador ou outro acessório. Cada tamanho e tipo de conexão requerem
diferentes valores de torque, e estes podem variar devido ao tipo de material,
revestimento externo e / ou lubrificação.
Siga as instruções de torque apropriadas para obter uma vedação de pressão
adequada sem excesso de torque. Uma chave de torque devidamente
calibrada deve ser usada para apertar cada conexão, exceto quando o
fabricante especifica o aperto de um número especificado de rotações planas
para obter uma vedação.
 Verificações do Sistema
Em sistemas hidráulicos ou outros sistemas líquidos é necessário eliminar todo
ar aprisionado após a conclusão da instalação. Siga as instruções do fabricante
para testar o sistema para possíveis avarias e vazamentos.
Para evitar ferimentos durante a verificação do sistema:
a.. Não toque em nenhuma parte do sistema ao verificar se há vazamentos.
b. Mantenha-se afastado de áreas potencialmente perigosas ao testar os
sistemas de mangueiras.
c. Alivie a pressão do sistema antes de apertar as conexões.
6.2 Inspeção de Manutenção

Um programa de inspeção e manutenção de mangueiras e acessórios pode

reduzir o tempo de inatividade do equipamento, manter o desempenho
operacional máximo e reduzir o risco de ferimentos pessoais e/ ou danos à
propriedade. A empresa deve projetar e implantar um programa de inspeção e
manutenção que se adapte à aplicação de suas instalações, máquinas e
equipamentos.
6.2.1 Frequência de Inspeção
Avaliar fatores como a criticidade da aplicação, histórico e informações dos
fabricantes para estabelecer a frequência de inspeções visuais, testes
funcionais ou orientações para substituição imediata.
6.3 Inspeção Visual
Os acessórios para mangueiras devem ser inspecionados para os itens listados no
Quadro “ITENS RELACIONADOS COM INSPEÇÃO VISUAL DE MANGUEIRAS E
ACESSÓRIOS”, que também fornece informações sobre as principais causas e ações
corretivas a serem tomadas para cada item (Anexo1).
Para todos os outros componentes, inspecione os itens relacionados, incluindo:
a. Vazamento de portas
b. Grampos de mangueira danificados ou ausentes e protetores.
c. Sujeira e detritos excessivos em torno da mangueira.
d. Sistema de fluido: nível, tipo, contaminação, condição e ar.
Se algum destes for encontrado, corrija-o imediatamente.
6.4 Armazenamento das Mangueiras
Controle de idade e o modo de armazenamento pode afetar a vida útil da mangueira.
Use as seguintes práticas ao armazenar a mangueira.
 Controle de idade
Manter um sistema de controle de idade para determinar que a mangueira seja usada
antes de sua vida útil ter expirado. Prazo de validade é o período de tempo em que é
razoável esperar que a mangueira mantenha todas as capacidades para prestar o
serviço pretendido.
Armazene a mangueira de forma a facilitar o controle da idade e o primeiro a entrar,
primeiro a sair, com base na data de fabricação da mangueira ou da montagem da
mangueira.
a. A vida útil da mangueira de borracha a granel é de quarenta quartos (dez anos)
a partir da data de fabricação, se armazenado de acordo com a ISO 2230.
b. A vida útil da mangueira termoplástica e de politetrafluoroetileno é considerada
ilimitada.
c. Os conjuntos de mangueiras que passem a inspeção visual e teste de prova
não devem ser armazenados por mais de 2 anos.
Os conjuntos de mangueiras devem ser armazenados de acordo com as condições de
armazenamento definidas na norma ISO 8331. Ao armazenar a mangueira, tome
cuidado para evitar danos que possam reduzir a vida útil da mangueira e siga as
informações do fabricante para armazenamento e prateleira. Exemplos de fatores que
podem afetar negativamente os produtos de mangueira armazenados são:
a. Temperatura
b. Ozônio
c. Óleos, gasolina, querosene ou seus vapores
d. Líquidos e vapores corrosivos
e. Roedores
f. Umidade
g. Luz ultravioleta
h. Solventes
i. Insetos
j. Materiais radioativos
k. Sol direto ou raios de calor
l. Ácidos, álcalis
m. Bordas afiadas e superfícies abrasivas
n. Campos magnéticos elétricos ou fortes
o. Moluscos e fungos
Se houver dúvidas quanto à qualidade ou usabilidade de mangueiras ou conjuntos de
mangueiras, avalie apropriadamente:
a. Flexione a mangueira até o raio de curvatura mínimo e compare-a com a nova
mangueira. Depois de flexionar, examine a tampa e o tubo quanto a rachaduras. Se
houver qualquer rachadura, não importa quão pequena seja, rejeite a mangueira.
b. Se a mangueira possui tramas metálicas e ocorrer um estalo durante a flexão,
verifique se há corrosão com a retirada de uma seção da mangueira. Corrosão é outra
razão para a rejeição.
c. Se persistir alguma dúvida, entre em contato com o fabricante ou empresa
especializada para realizar testes de pressão ou quaisquer outros testes necessários
para verificar a qualidade da mangueira.
7. Testes de Pressão Hidrostática
Para procedimentos de teste, este documento baseou-se nas Normas SAE
J343, ASTM D380 e NBR 14831.
7.1 Orientações de Segurança
A água ou outro líquido adequado para a mangueira ser testada deve ser
utilizado como meio de ensaio. O uso de ar e outros materiais gasosos como
meios de teste devem ser evitados, devido ao risco para os operadores. Em
casos especiais em que tais meios são necessários para os ensaios, medidas
de segurança rigorosas são indispensáveis. Além disso, quando se utiliza um
líquido como meio de teste, é essencial que todo o ar seja expulso da peça de
ensaio, devido à expansão súbita do ar aprisionado libertado quando a
mangueira explode, gerando alto risco de acidente para o operador.
7.2 Teste Hidrostático
O teste hidrostático da mangueira consiste em submeter a amostra à ação da
pressão de água interna sob condições especificadas para determinar a
resistência à ruptura da mangueira ou o efeito de pressões hidrostáticas
inferiores na produção de alterações semelhantes às que ocorrem em serviço.
Neste último caso, o ensaio pode ser utilizado como um ensaio de prova de
inspeção com um limite mínimo de segurança. A resistência à ruptura é
determinada em amostras curtas cortadas a partir dos comprimentos de
mangueira completos, mas em ensaios para efeitos de serviço e para inspeção
de prova, os comprimentos completos são usados como amostras. As
amostras podem ser testadas, conforme necessário, em posições retas,
curvadas ou dobradas, dependendo das tensões que se deseja avaliar.
7.3 Aplicação da pressão
Aplicar a pressão hidrostática por meio de uma bomba hidráulica manual ou
acionada por força ou de um sistema acumulador. Conecte a mangueira à linha
de água ou à bomba e encha-a com água antes da aplicação da pressão,
permitindo que todo o ar na mangueira escape através de uma torneira
fornecida para o efeito. Isto é importante como uma medida de segurança
porque a expansão do ar comprimido na mangueira, quando repentinamente
liberado por estourar ou outra falha, pode resultar em acidente grave. Em
seguida, aplique a pressão a uma taxa uniforme de aumento de
aproximadamente 7 MPa (1000 psi)/min, exceto para mangueira com
resistência à ruptura especificada acima de 14 MPa (2000 psi), caso em que a
pressão será aplicada a uma taxa de 70 MPa (10 000 psi)/ min ou tão
rapidamente quanto a capacidade da bomba permita. Meça a pressão com um
calibrador calibrado.
A pressão de teste é 50% da pressão mínima de ruptura. Se aceita 1,5 vezes a
pressão de trabalho para qual a mangueira foi fabricada. Após atingir a pressão
de teste, a mesma deve ser estabilizada por 60 s. No período de estabilização
não poderá ocorrer variação de mais de 5% (para cima ou para baixo) da
pressão de teste. Caso isso ocorra, a mangueira deve passar novamente pelo
teste ou ser descartada diretamente.
7.4 Competência
Os testes hidrostáticos deverão ser executados por empresas especializadas e
devidamente habilitadas em órgão competente.
Todas as mangueiras montadas deverão ser testadas hidrostaticamente, com
emissão de certificado assinado por técnico habilitado.
NOTA 1: É proibido testar mangueiras por amostragem, pois cada mangueira
montada passa por um processo industrial de prensagem e deve ser testada,
para assegurar suas funcionalidades.
NOTA 2: Empresas não devem testar suas próprias mangueiras.
7.5 Controle de Instrumentos de Medição
Empresas qualificadas a fazer teste hidrostático de mangueiras deverão
apresentar plano de monitoramento de certificados dos instrumentos de
medição, utilizados nos respectivos testes. Os instrumentos e os respectivos
números de certificados deverão constar no certificado do teste hidrostático
realizado.
Recomeda-se auditoria in loco das empresas qualificadas a fazer teste
hidrostático, por seus clientes.
8. Recomendações
8.1 Instalações, máquinas e equipamentos offshore
Para todas as mangueiras que operam em instalações offshore,
recomendamos as seguintes práticas:
 Identificação de Mangueiras
Criar um padrão eficiente de rastreabilidade, para facilitar trocas, controles de
certificados e planos de inspeção (tags, etiquetas, anilhas, plaquetas,
marcação na capa etc).
 Definição de Criticidade
Identificar a criticidade (alta ou baixa) de cada mangueira sobre 4 variáveis
(Segurança, Meio Ambiente, Operacionalidade e Acessibilidade), conforme
quadro abaixo:
Variável Criticidade Requisitos
Proximidade das mangueiras com colaboradores (sem proteções de
segurança), máquinas e equipamentos com alta temperatura,
Segurança (S) Alta painéis elétricos e afins.
Proximidade aos colaboradores, com proteção de segurança;
Baixa Mangueira instalada longe da presença de pessoas.
Mangueira instalada em local que, se rompida ou tiver vazamento,
entra em contato direto com o mar, piso de embarcações, lençois
Alta freáticos e afins.
Meio Ambiente (M)
Mangueira instalada em local que, se rompida ou tiver vazamento,
não entra em contato direto com o mar, piso de embarcações,
Baixa lençóis freáticos e afins.
Mangueira instalada que, se tiver qualquer avaria e necessite troca
ou reparo, impede a operação da máquina e/ou equipamento
Alta instalado.
Operacionalidade (O)
Mangueira instalada que, se tiver qualquer avaria e necessite troca
ou reparo, mantém a operação da máquina e/ou equipamento
Baixa instalado.
Mangueira instalada com dificuldade de acesso em caso de avaria
Acessibilidade ou
Alta com necessidade de troca ou reparo.
Dificuldade de Acesso
(A) Mangueira instalada sem dificuldade de acesso em caso de avaria
Baixa com necessidade de troca ou reparo.

 Controle de Certificados
Implantar um controle preciso de certificados, controlando a qualidade das
empresas certificadoras, para manter a segurança necessária das operações.
É preciso verificar habilitação das empresas em órgão competente, habilitação
e qualificação dos profissionais que executam as montagens e os testes, o
controle de instrumentos de medição, os treinamentos e atualizações, entre
outros fatores a observar.
NOTA: Os certificados deverão estar em conformidade com as normas ASTM
D 380, SAE J343 e NBR 14831.
 Plano de Inspeção
Após identificar, rastrear e classificar as criticidades de todas as mangueiras
instaladas, recomendamos um plano de inspeção, no qual deve ser definido os
critérios de periodicidade, ações e modelo de relatórios para validar as
evidências. É importante que, para cada não conformidade identificada, seja
apontada a causa básica, para que não se repita ou reduza a possibilidade de
recorrência.
Um bom plano de inspeção pode substituir o controle de vencimentos de
certificados. O ideal é que tanto o controle de certificados quanto o plano de
inspeção sejam monitorados em conjunto, proporcionando uma gestão de
mangueiras segura e eficaz.
Observação: As inspeções devem seguir a Norma SAE J1273.

ITENS RELACIONADOS COM INSPEÇÃO VISUAL DE MANGUEIRAS E ACESSÓRIOS
Item
Vazamento pela rosca do terminal
Vazamento pelo Flange
Vazamento na junção do terminal
com a mangueira - Soltura da capa
em relação à mangueira
Deformação (Torção/Inchaço ou
Protuberância)
Defeitos visuais (danos, cortes,
cobertura danificada, bolhas,
tramas expostas, dobraduras,
amassos, achatamento,
retorcimento, trama interna
danificada, amolecimento, capas
frouxas, rachaduras, terminais
corroídos, má utilização)
Rachaduras externas visíveis
Movimentação inadequada na
operação
Endurecimento/ Amolecimento/
Rachaduras por calor/ Mangueira
carbonizada
Ruído incomum, odor ou calor
excessivo
Oxidação das juntas
Vida útil do produto (tempo total da
vida útil atingida)
Anexo 1
Causa Principal
Conector defeituoso devido à
presença de falhas, sujeira e outros
objetos.
Conector frouxo/ solto ou O-ring
gasto
Incompatibilidade da sede de
vedação
Parafuso de fixação frouxo ou
deterioração dos O-rings ou
vedações
Deterioração da mangueira (devido
ao calor , óleo, longo tempo de uso
etc)
Rotação imprópria na instalação da
mangueira.
Impacto externo
Derramamento de óleo
Interferência de componentes e
choques externos.
Ozônio, radiação, tintas, outros
fluidos
Comprimento inadequado da
mangueira
Rotação imprópria
Deterioração devido à
incompatibilidade de fluido ou
temperatura.
Circuito impróprio
Areia, água, salinidade do ar
Deterioração e Desgaste
Ações Corretivas a Serem Tomadas
Limpar a sede do terminal
Apertar o terminal ou substituir o O-
ring gasto
Substituir o terminal, adequando à
real necessidade
Apertar os parafusos ou trocar os O-
rings ou vedações
Substituição da Mangueira
Evitar dobraduras bruscas próximo à
capa.
Prevenção de impacto (proteção).
Substituir a mangueira defeituosa.
Prevenção de impacto (proteção).
Substituir a mangueira defeituosa.
Proteção externa/ Substituição.
Substituição da mangueira
Consertar a rotação, caso a
mangueira não tenha sido condenada
Substituição conforme à necessidade.
Checar o circuito
Usar pintura protetiva (porém não
pode fazer na parte externa da
mangueira)
Substituição da mangueira e/ou
conjunto montado, conforme Plano de
Inspeção.