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INTRODUÇÃO
1. DEFINIÇÃO DA ECONOMIA POLÍTICA.
A produção possui um aspecto técnico e um aspecto social. O aspecto técnico da
produção é estudado pelas ciências naturais e técnicas: a física, a química, a metalurgia,
a construção de máquinas, a agronomia e outras. A economia política estuda o aspecto
social da produção, as relações social-produtivas, isto é, econômicas, entre os homens.
A economia política estuda as relações de produção em sua interação com as
forças produtivas. As forças produtivas e as relações de produção em sua unidade
formam o modo de produção.
As forças produtivas são o elemento mais dinâmico e revolucionário da
produção. O desenvolvimento da produção inicia-se com as modificações das forças
produtivas, antes de tudo com as modificações e o desenvolvimento dos instrumentos de
produção, produzindo-se depois as modificações correspondentes também no domínio
das relações de produção. As relações de produção entre os homens desenvolvem-se na
dependência do desenvolvimento das forças produtivas, mas, por seu turno, atuam da
maneira mais ativa sobre as forças produtivas.
As forças produtivas da sociedade só poderão desenvolver-se mais ou menos
livremente até quando as relações de produção corresponderem ao caráter das forças
produtivas. Num determinado ponto do seu desenvolvimento, as forças produtivas
ultrapassam os marcos das relações de produção existentes e entram em conflito com
elas. E as relações de produção, de forma do desenvolvimento das forças produtivas,
transformam-se em grilhões dessas mesmas relações.
Devido a isto, as velhas relações de produção mais cedo ou mais tarde são
substituídas por novas relações de produção, correspondentes ao nível de
desenvolvimento atingido e ao caráter das forças produtivas da sociedade. As premissas
materiais para a substituição das velhas relações de produção por outras novas surgem e
desenvolvem-se nas entranhas do velho modo de produção. As novas relações de
produção abrem caminho para um ulterior desenvolvimento das forças produtivas.
De tal maneira, a lei econômica do desenvolvimento da sociedade é a lei da
correspondência das relações de produção com o caráter das forças produtivas.
Na sociedade baseada na propriedade privada e na exploração do homem pelo
homem, os conflitos entre as forças produtivas e as relações de produção manifestam-se
na luta de classe. Nestas condições, a substituição do velho modo de produção por
outro, novo, realiza-se mediante a revolução social.
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Por seu turno, as tribos que se ocupavam na agricultura alcançaram com o tempo
alguns progressos na produção agrícola. Agricultores e pastores careciam de artigos que
não podiam produzir em suas próprias economias. Entre as tribos pastoras e as que se
ocupavam na agricultura estabeleceram-se, desde a antiguidade, vínculos econômicos
através da troca.
Ao lado da agricultura e da pecuária, também se desenvolveram outros tipos de
atividade produtiva. Ainda na idade dos instrumentos de pedra, os homens aprenderam
a produzir utensílios de argila. Surgiu depois a tecelagem manual.
Teve importância particularmente grande a descoberta da fundição dos metais, a
princípio do cobre e depois do bronze, resultado da fusão do cobre com o estanho, o que
abriu amplas possibilidades para a produção de diferentes instrumentos e armas de
metal (enxadas de cobre com cabo de macieira, pás, serras, machados, lanças, etc.).
Começou a desenvolver-se, inicialmente apenas dentro de algumas
comunidades, a produção artesanal — tecelagem, ferraria, olaria. Tornava-se cada vez
mais difícil combinar estes tipos de atividade com o trabalho agrícola ou pastoril.
Gradualmente, foram destacando-se, nas comunidades, pessoas que se ocupavam com o
artesanato.
A separação do artesanato da agropecuária foi a segunda grande divisão social
do trabalho. A produção dos artesãos — dos tecelões, ferreiros, armeiros, oleiros, etc.
— destinava-se cada vez mais a troca. O domínio da troca ampliou-se
consideravelmente.
Nos primeiros tempos, a troca efetuava-se entre comunidades aparentadas. Nas
transações de troca, funcionavam como representantes das comunidades os mais velhos,
os patriarcas. O posterior desenvolvimento da divisão social do trabalho e a ampliação
da troca solapavam cada vez mais a propriedade comunitária. Em tais condições, os
chefes gentílicos, gradualmente, passaram a conduzir-se em relação aos bens da
comunidade, como se fossem propriedade sua.
De início, o principal objeto de troca era o gado. As comunidades pastoras
possuíam grandes rebanhos de ovelhas, cabras e de gado bovino. Os anciãos e os
patriarcas, que já enfeixavam um grande poder na sociedade, acostumaram-se a dispor
desses rebanhos como se fossem propriedade sua. Também os demais membros da
comunidade reconheciam-lhes o efetivo direito de dispor dos rebanhos. Assim, antes de
tudo, foi o gado que se transformou em propriedade privada, e depois, gradualmente,
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todos os instrumentos de produção. A terra foi que, por mais tempo, permaneceu como
propriedade comum.
O desenvolvimento das forças produtivas e o aparecimento da propriedade
privada conduziram pouco a pouco a decomposição da “gens”. A “gens” desagregou-se
em grandes famílias patriarcais. Posteriormente, dentro da grande família patriarcal,
começaram a destacar-se células familiares que transformavam os instrumentos de
produção, os utensílios o gado, em sua propriedade privada. Com o crescimento da
propriedade privada iam-se afrouxando os vínculos gentílicos. O lugar da comunidade
gentílica passou a ser ocupado pela comunidade rural. Diferentemente da “gens”, a
comunidade rural, ou de vizinhança, era constituída de pessoas nem sempre ligadas por
laços de parentesco. A casa, a economia doméstica, o gado — tudo isto era propriedade
privada das famílias isoladas. Os bosques, prados, a água e outros bens semelhantes
constituíam propriedade comum, como, também, durante determinado período, os
campos de cultivo. Inicialmente, os campos de cultivo eram periodicamente repartidos
entre os membros da comunidade; mais tarde, porém, passaram a ser propriedade
privada.
O aparecimento da troca e da propriedade privada marcaram o começo de uma
profunda reviravolta em todo o regime da sociedade primitiva. O desenvolvimento da
propriedade privada e a acentuação das diferenças de bens fizeram com que, dentro das
comunidades, em diferentes grupos dos seus membros, surgissem interesses diversos.
Em tais condições, as pessoas que tinham na comunidade as atribuições dos
anciãos, de chefes militares, de sacerdotes, utilizavam-se de suas posições para
enriquecer. Tinham sob seu domínio uma parte considerável da propriedade
comunitária. Os detentores de tais atribuições distanciavam-se mais e mais da massa dos
membros da comunidade, constituindo uma aristocracia gentílica. Com frequência cada
vez maior, transmitiam o seu poder por herança. Ao mesmo tempo, as famílias
aristocráticas tornavam-se as famílias mais ricas. E a massa dos membros da
comunidade, em escala maior ou menor, ia caindo gradualmente na dependência dessa
cúpula aristocrática e rica.
Com o crescimento das forças produtivas, o trabalho do homem, aplicado na
pecuária e na agricultura, passou a proporcionar mais meios de existência do que os
necessários para manter a vida dos homens. Surgiu a possibilidade da apropriação do
trabalho suplementar e do produto suplementar, isto é, o excedente de trabalho e de
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produto sobre aquilo que era indispensável para o sustento do próprio trabalhador e sua
família.
Revelava-se, assim, vantajoso não matar as pessoas aprisionadas em combates,
como antes se fazia frequentemente, mas sim, obrigá-las a trabalhar, transformando-as
em escravos. Dos escravos apropriavam-se as famílias mais ricas e aristocráticas. Por
sua vez, o trabalho escravo acarretou o constante incremento da desigualdade, pelo fato
de que as economias que empregavam escravos enriqueciam rapidamente.
Em face da acentuação da desigualdade de bens, os aristocratas passaram a
transformar em escravos, não apenas os prisioneiros, mas também os seus parentes e
compatriotas, que haviam empobrecido e contraído dívidas. Foi assim que surgiu a
primeira divisão da sociedade em classes — a divisão em senhores de escravos e
escravos. Surgiu a exploração do homem pelo homem, isto é, a apropriação gratuita por
umas pessoas do produto do trabalho de outras pessoas.
As relações de produção do regime comunitário primitivo decompuseram-se e
cederam lugar a novas relações de produção, que correspondiam ao caráter das novas
forças produtivas.
A propriedade social foi substituída pela propriedade privada, o trabalho coletivo
cedeu lugar ao trabalho individual, o regime gentílico a sociedade de classes. A partir
desse período, toda a história da humanidade, até a construção da sociedade socialista, é
a história da luta de classes.
Os ideólogos burgueses pintam as coisas de maneira tal como se a propriedade
privada tivesse existido eternamente. A história refuta essas invencionices e mostra
convincentemente que todos os povos passaram pelo estádio do regime comunitário
primitivo, que existiu durante muitos milênios.
não ter também ultrapassado o seu estágio natural, primitivo e tosco - passa a ser
mediado como impulso pelo objeto: a necessidade que o consumo sente deste último é
criada pela percepção do objeto. O objeto de arte - e analogamente, qualquer outro
produto - cria um público sensível à arte e capaz de fruição estética.
Deste modo, a produção não cria só um objeto para o sujeito; cria também um
sujeito para o objeto.
a) fornecendo-lhe a sua matéria;
b) determinando o modo de consumo;
c) provocando no consumidor a necessidade de produtos que ela criou originariamente
como objetos. Por conseguinte, produz o objeto de consumo, o modo de consumo e o
impulso para consumir.
Pelo seu lado, o consumo [cria] a disposição do produtor, solicitando-o como
necessidade animada duma finalidade (a produção).
A identidade entre o consumo e a produção reveste-se pois, de um triplo aspecto:
1) Identidade imediata. A produção é consumo: o consumo é produção. Produção
consumidora. Consumo produtivo. Os economistas designam ambos por consumo
produtivo; estabelecem, no entanto, uma distinção - consideram a primeira como
reprodução, e o segundo como consumo produtivo; todas as investigações sobre a
primeira referem-se ao trabalho produtivo e ao trabalho improdutivo; as investigações
sobre o segundo tem como objeto o consumo produtivo ou não produtivo.
2) Cada um dos termos surge como mediação do outro e mediado pelo outro. Isto
exprime-se como uma dependência recíproca, como um movimento através do que se
relacionam entre si e se mostram reciprocamente indispensáveis, embora permaneçam
exteriores um ao outro. A produção cria a matéria para o consumo, enquanto objeto
exterior a este; o consumo cria a necessidade enquanto objeto interno, enquanto
finalidade da produção. Sem produção não há consumo; sem consumo não há produção.
3) A produção não é apenas imediatamente consumo, nem o consumo é apenas
imediatamente produção; mais: a produção não é simplesmente um meio para o
consumo, nem o consumo, simplesmente um fim para a produção - o mesmo é dizer, tão
pouco é suficiente o fato de cada um proporcionar ao outro o seu objeto: a produção, o
objeto exterior, material, do consumo; o consumo, o objeto ideal da produção. Cada um
dos termos não se limita a ser imediatamente o outro, nem o mediador do outro: mais do
que isso, ao realizar-se, cria o outro, realiza-se sob a forma do outro. O consumo
consuma o ato de produção, dando ao produto o seu caráter acabado de produto,
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recíproca, de que resulta uma forma nova, uma síntese (em parte, nas conquistas
germânicas). Em qualquer dos casos o modo de produção - seja ele o do povo
conquistador,
o do povo conquistado ou o resultado da fusão de ambos - é determinante para a nova
distribuição que se estabelece. Mesmo que esta se apresente como condição prévia para
o novo período de produção, ela é já de si um produto da produção - não só da produção
histórica em geral, mas de uma produção histórica determinada. Por exemplo, ao
devastarem a Rússia, os mongóis agiram de acordo com a sua produção – a criação de
gado - que apenas exigia grandes pastagens, para as quais os grandes espaços
desabitados são uma condição fundamental.
Os bárbaros germanos, que viviam isolados nos campos e cuja produção
tradicional se baseava no trabalho agrícola realizado por servos, puderam submeter as
províncias romanas às suas condições tanto mais facilmente quanto a concentração da
propriedade da terra por que essas províncias tinham passado alterara já completamente
as antigas condições agrárias.
E verdade que em certas épocas se viveu unicamente da pilhagem; no entanto,
para haver pilhagem é necessário que haja qualquer coisa para pilhar, quer dizer,
produção. E o modo de pilhagem é, também ele determinado pelo modo de produção;
não se pode pilhar uma nação de especuladores de Bolsa da mesma maneira que se pilha
uma nação de criadores de gado.
Quando se rouba um escravo, rouba-se diretamente um instrumento de
produção; porém, é necessário que a estrutura produtiva do país a que se destina o
escravo roubado admita o trabalho dos escravos, caso contrário (como na América do
Sul, etc.) terá que se criar um modo de produção que corresponda à escravatura.
As leis podem perpetuar nas mãos de algumas famílias a propriedade de um
instrumento de produção, por exemplo, a terra. Estas leis só adquirem significado
econômico quando a grande propriedade agrária se encontra em harmonia com a
produção social, como na Inglaterra, por exemplo. Em França praticava-se a pequena
agricultura; apesar da existência da grande propriedade: por isso, esta última fase foi
destruída pela Revolução. Mas - e a perpetuação, por meio de leis, do parcelamento das
terras, por exemplo? A propriedade concentra-se de novo, apesar das leis. Determinar
mais em particular a influência das leis na manutenção das relações de distribuição, e a
sua influência, por conseguinte, na produção.
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5. TEORIA CLÁSSICA
Nas primeiras décadas do século XIX o ensino de economia política gira em
torno da obra de Adam Smith. Todo intelectual com preocupações sociais tem na
riqueza das nações. A circulação generalizada de dinheiro e um complexo sistema de
créditos suscitam controvérsias teóricas. Também as políticas de comércio exterior
desafiam a gestão econômica em questão que iam de proibições à importação passando
por taxas e impostos e a questão do câmbio.
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ensaio de início de carreira pressupõe, a tese de que ele tenha mantido uma continuidade
de visão ao longo da vida, uma hipótese aceita pela maioria dos estudiosos de Smith.
Adam Smith era uma pessoa muito culta, que lera e escrevera em diversas áreas.
Quando ainda jovem, foi enviado para Oxford para estudar, ao chegar lá não
houve uma orientação precisa do estudo, como consequência disso acabou saindo do
foco de interesse em diversas áreas do conhecimento.
Com poucos compromissos formais, passava o dia todo na biblioteca da
faculdade de Balliol, ligada a Universidade de Oxford, em contato com os principais
clássicos gregos e latinos e com a literatura científica da época, incluindo as obras de
Newton, Bacon e Descartes. Logo em seguida, Smith viria escrever textos em diversas
áreas incluindo filosofia moral e estudos de linguística. O ensaio Histórico da
astronomia mostra claramente a influência do método newtoniano, como Newton,
Smith não acreditavam que o conhecimento científico possuísse um substrato
ontológico verdadeiro Smith analisa o funcionamento da mente do filósofo pelo exame
de três sentimentos que ocorrem sempre na mesma sequência: a surpresa, o espanto, e a
admiração, essa discrição da mente humana tem com base na mecânica de sentimentos
psicológico lembra o René Descartes. Sendo, Descartes fala sobre o processo de
descoberta científica como sendo movido pela ação de uma paixão fundamental a que
denomina de admiratio. Smith, por sua vez também descreve um mecanismo
psicológico para a descoberta científica, pois a teoria de Smith de fato não se confunde
com a de Descartes, com tudo Smith dava muita importância aos dados dos sentidos e
as observações dos fenômenos, portanto da tradição de Bacon e Lacke.
A base do pensamento da escola clássica é o liberalismo econômico, ora
defendido pelos fisiocratas. Seu principal membro é Adam Smith, que não acreditava na
forma mercantilista de desenvolvimento econômico e sim na concorrência que
impulsiona o mercado e consequentemente faz girar a economia.
não poderiam morrer de fome, a miséria era natural da sociedade, já que existia uma
divisão entre os empregados e os trabalhadores de salário muito baixo, o qual diminuía
as chances de tornar um simples trabalhador em um rico empregador.
Ressalta-se então que, segundo Smith, não deveria haver no sistema econômico
capitalista, a distribuição igualitária de renda, porque com isso, não só o ciclo
econômico seria alterado, mas também a divisão do trabalho, pois assim, esse processo
que para o fundador da escola clássico é tão importante para gerar a Riqueza das
Nações, desapareceria gradativamente. Contudo, ele era defensor da ideia de que todos
são iguais perante a lei, sendo sujeitos dos mesmos deveres e direitos, mas não iguais
perante a renda.
na qual o preço natural seria obtido pelo preço do arame utilizado em sua produção e do
ferro, e o salário pago aos trabalhadores que participaram das atividades, assim fica
clara a maneira como o economista interpretava o conceito de preço natural.
Já o preço de mercado (PM) pode estar acima, abaixo ou exatamente sobre o
preço natural, tudo depende da quantidade de oferta e de demanda em certo período.
Um lucro pode ser obtido quando um produto é negociado em seu preço acima do preço
natural ou por uma medida desesperada, ele também poderá ser vendido abaixo do
preço natural, mas essa medida não deve ser continuada. Assim, o lucro passa a ser um
excedente que pode ou não ser reinvestido ou ainda poupado pelo empregador que o
obteve. Em suma, o preço de mercado é o valor pelo qual o produto esta sendo
comprado.
Assim, a interação entre o preço natural e o preço de mercado é que determina a
preço real e os lucros obtidos.
Adam Smith contribuiu grandemente para formação do sistema capitalista hoje
espalhado pelo mundo, suas teorias e fundamentos são de grande importância para
entendermos o sistema atual. Como o estado tinha o papel de intervir em todas as
relações fazendo com que não existisse liberdade, Smith lança uma tese de que o estado
não deveria intervir totalmente na economia, surgindo assim o liberalismo econômico.
Foi através de Smith que a economia passou a ser uma gama de conhecimentos
sistematicamente organizado, que se refere ao entendimento dos recursos escassos da e
na sociedade. Com isso há uma necessidade em se estudar e compreender a vida de
Smith, para assim entendermos como a economia iniciou, e como ela se estende hoje na
sociedade.
Um dos prolongamentos do pensamento de Adam Smith pode ser observado no
americano Frederick W. Taylor (1856-1915), ele elaborou a pratica do taylorismo, em
que o trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalhador passou a exercer uma
atividade específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e
sistematizada, e o tempo de produção passou a ser cronometrado. Observa-se então o
principio da divisão do trabalho com o objetivo de aumentar a produção.
6. ECONOMIA NEOCLÁSSICA
A Economia Neoclássica é uma abordagem da economia que estuda o
comportamento da oferta e da procura, tendo em conta a racionalidade de cada agente e
sua capacidade de maximizar os seus interesses fundamentais (utilidade no caso das
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7. A MACROECONOMIA CLÁSSICA
A macroeconomia clássica, como toda a teoria econômica clássica, parte do
pressuposto fundamental de que o mundo econômico é governado por leis naturais, as
quais, se forem deixadas a funcionar livremente, produzirão sempre os melhores
resultados possíveis.
Esta fé na "lei natural", fruto do racionalismo dos séculos XVIII e XIX, não
obstante seu caráter quase místico de crença e de mistério (afinal, o que há de mais
misterioso e indefinido do que a "lei natural"?), tem bases ideológicas nítidas. Não
vamos, porém, agora discuti-las. São por demais conhecidas as relações do naturalismo
com a emergência da burguesia e com seu interesse por uma política econômica baseada
no laissez-faire.
Além deste pressuposto geral, a macroeconomia clássica partia ainda de dois
pressupostos importantes: o de que os preços e salários eram sempre flexíveis e o de que
a moeda não era utilizada com fins de ente entesouramento. Estes dois pressupostos
permitiam o desenvolvimento dos dois modelos centrais da macroeconomia clássica: a
"lei do mercado", de Say, segundo a qual a oferta cria sua própria procura; a teoria
quantitativa da moeda, que, partindo da equação de trocas, concluía que, sendo a
velocidade da moeda constante, e dada uma determinada quantidade de moeda, a
produção variava em relação inversa e proporcional aos preços. Além destes dois
modelos, para equilibrar a poupança e o investimento, a macroeconomia clássica fazia
estas duas variáveis dependerem de taxa de juros, a qual era, por sua vez, determinada
pela oferta de poupança e a procura de investimentos.
O resultado de todo este processo era o pleno emprego no longo prazo, ou, o que
dá no mesmo, a impossibilidade de haver crises de longa duração, indefinidas, de
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revolução bem sucedida. De fato, embora ainda se possa falar, hoje, na existência de
uma escola keynesiana e uma escola neoclássica, na verdade seria mais correto afirmar
que todos os economistas ortodoxos, não marxistas, foram influenciados por Keynes. E
a macroeconomia keynesiana foi incorporada pelos neoclássicos depois de devidamente
neutralizada no que diz respeito à sua demonstração da ineficiência do sistema de
mercado.
Nem pode haver, uma vez que o atual bloco de poder dominante – sob
hegemonia do capital financeiro (nacional e internacional), dos grandes grupos
econômicos financeirizados e do capital exportador – é inteiramente sintonizado,
econômica e politicamente, com o atual padrão mundial de acumulação capitalista, no
qual o país se articula de forma subordinada.
entender o capitalismo da forma como concebeu Braudel (1982), que admitiu ser ele
constituído por uma camada superior de uma estrutura em três patamares: a camada
inferior, a mais ampla, de uma economia extremamente elementar e basicamente auto-
suficiente, que denominou de vida material, a camada da não-economia, o solo em que
o capitalismo crava suas raízes, mas na qual nunca consegue penetrar.
Acima dessa camada, vem o campo da economia de mercado, com suas muitas
comunicações horizontais entre os diferentes mercados em que há uma coordenação
automática que liga a oferta, a demanda e os preços.
Depois dessa camada e acima dela, vem a zona do antimercado onde circulam os
grandes predadores e vigora a lei das selvas a questão principal não é identificar quando
e como uma economia mundial de mercado ergueu-se acima das estruturas primordiais
da vida cotidiana, mas quando e como o capitalismo ergueu-se acima das estruturas da
economia mundial de mercado preexistente e, com o correr do tempo, adquiriu seu
poder de moldar de maneira nova os mercados e as vidas do mundo inteiro.
Defende a tese de Braudel quando afirma que Segundo Arrighi (1996), em parte
alguma do planeta essa metamorfose aconteceu, à exceção da Europa onde algumas
nações foram impelidas à conquista territorial do mundo e à formação de uma economia
mundial capitalista poderosa e verdadeiramente global.
Considera ainda que a transição importante que precisa ser elucidada não é a do
feudalismo para o capitalismo, mas a do poder capitalista disperso para um poder
concentrado, e que o aspecto mais importante desta transição é a fusão singular do
Estado com o capital, que em parte alguma se realizou de maneira mais favorável ao
capitalismo do que na Europa.
Apoiando-se em Braudel, Arrighi (1996) acrescenta que o capitalismo só triunfa
quando se identifica com o Estado, quando é o Estado. Em sua primeira grande fase, a
das cidadesestado italianas de Veneza, Gênova e Florença, o poder estava nas mãos da
elite endinheirada.
Na Holanda do Século XVII, a aristocracia dos regentes governou em benefício
dos negociantes, mercadores e emprestadores de dinheiro, e até de acordo com as suas
diretrizes.
Do mesmo modo, na Inglaterra, a Revolução Gloriosa de 1688 marcou uma
ascensão dos negócios semelhante à da Holanda. O desenvolvimento do capitalismo
histórico como sistema mundial baseou-se na formação de blocos cosmopolitas-
imperialistas (ou corporativos-nacionalistas) cada vez mais poderosos de organizações
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS