Você está na página 1de 5

O PRÍNCIPE DA PRIVATARIA

LIVRO-BOMBA REVELA
COMO FHC COMPROU
SUA REELEIÇÃO

Lançado por Palmério Doria, "O Príncipe da Privataria"


aborda as contradições do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e desnuda um capítulo ainda obscuro da política
brasileira: a compra da emenda que permitiu a sua reeleição,
em 1998; o livro revela ainda a identidade do "Senhor X", que
gravou deputados e denunciou ao jornalista Fernando
Rodrigues, da Folha, o episódio; trata-se do empresário
Narciso Mendes, do Acre, que resolveu contar tudo o que
sabia; a obra trata ainda da tentativa de privatização da
Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobras e também de como
a mídia blindou a história do filho de FHC fora do casamento –
que, no final da história, não era filho legítimo do ex-
presidente. Fonte: Brasil 247
30 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 06:38

247 - Um livro bombástico chega, neste fim de semana,


às livrarias de todo o País. Trata-se de "O Princípe da
Privataria", lançado pelo jornalista Palmério Doria, autor do
best-seller Honoráveis Bandidos, sobre o poder da família
Sarney, e colunista do 247. Desta vez, o foco de Doria é
lançado sobre um dos homens mais poderosos e cultuados do
Brasil: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No livro,
o autor aborda as contradições do personagem e algumas
manchas de sua biografia, como a compra da emenda da
reeleição e a operação pesada para blindá-lo na imprensa
sobre o filho fora do casamento com uma jornalista da Globo,
que, no fim da história, não era seu filho legítimo.

Leia, em primeira mão, o material de divulgação


preparado pela Geração Editorial, a mesma casa editorial que
lançou livros-reportagem de sucesso como Privataria Tucana,
de Amaury Ribeiro Jr., e Segredos do Conclave, de Gerson
Camaratti:

revela quem é
O Príncipe da Privataria
o “Senhor X”, o homem que
denunciou a compra da reeleição
Uma grande reportagem, 400 páginas, 36 capítulos, 20
anos de apuração, um repórter da velha guarda, um
personagem central recheado de contradições, poderoso, ex-
presidente da República, um furo jornalístico, os bastidores
da imprensa, eis o conteúdo principal da mais nova polêmica
do mercado editorial brasileiro: O Príncipe da Privataria – A
história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e
Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição (Geração
Editorial, R$ 39,90).

Com uma tiragem inicial de 25 mil exemplares, um


número altíssimo para o padrão nacional, O Príncipe da
Privataria é o 9° título da coleção História Agora da Geração
Editorial, do qual faz parte o bombástico A Privataria Tucana e
o mais recente Segredos do Conclave.
O personagem principal da obra é o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, o autor é o jornalista Palmério
Dória, (Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era
Sarney, entre outros títulos). A reportagem retrata os dois
mandatos de FHC, que vão de 1995 a 2002, as polêmicas e
contraditórias privatizações do governo do PSDB e revela,
com profundidade de apuração, quais foram os trâmites para
a compra da reeleição, quem foi o “Senhor X” – a misteriosa
fonte que gravou deputados confessando venda de votos para
reeleição – e quem foram os verdadeiros amigos do
presidente, o papel da imprensa em relação ao governo
tucano, e a ligação do Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento (Cebrap) com a CIA, além do suposto filho fora
do casamento, um ”segredo de polichinelo” guardado durante
anos...

Após 16 anos, Palmério Dória apresenta ao Brasil o


personagem principal do maior escândalo de corrupção do
governo FHC: o “Senhor X”. Ele foi o ex-deputado federal que
gravou num minúsculo aparelho as “confissões” dos colegas
que serviram de base para as reportagens do jornalista
Fernando Rodrigues publicadas na Folha de S. Pauloem maio de
1997.
A série “Mercado de Voto” mostrou da forma mais
objetiva possível como foi realizada a compra de deputados
para garantir a aprovação da emenda da reeleição. “Comprou o
mandato: 150 deputados, uma montanha de dinheiro pra fazer a
reeleição”, contou o senador gaúcho, Pedro Simon. Rodrigues,
experiente repórter investigativo, ganhou os principais
prêmios da categoria no ano da publicação.

Nos diálogos com o “Senhor X”, deputados federais


confirmavam que haviam recebido R$ 200 mil para apoiar o
governo. Um escândalo que mexeu com Brasília e que
permanece muito mal explicado até hoje. Mais um desvio de
conduta engavetado na Era FHC.

Porém, em 2012, o empresário e ex-deputado pelo Acre,


Narciso Mendes – o “Senhor X” –, depois de passar por uma
cirurgia complicada e ficar entre a vida e a morte, resolveu
contar tudo o que sabia.
O autor e o coautor desta obra, o também jornalista da
velha guarda Mylton Severiano, viajaram mais de 3.500
quilômetros para um encontro com o “Senhor X”. Pousaram
em Rio Branco, no Acre, para conhecer, entrevistar e gravar
um homem lúcido e disposto a desvelar um capítulo nebuloso
da recente democracia brasileira.
O “Senhor X” aparece – inclusive com foto na capa e no
decorrer do livro. Explica, conta e mostra como se fazia
política no governo “mais ético” da história. Um dos grandes
segredos da imprensa brasileira é desvendado.

20 anos de apuração

Em 1993, o autor começa a investigar a vida de FHC que


resultaria neste polêmico livro. Nessas últimas duas décadas,
Palmério Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre
elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-
ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador
Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram
revelações polêmicas sobre o presidente Fernando Henrique e
sobre o quadro político brasileiro.

EXÍLIO NA EUROPA

Ao contrário do magnata da comunicação Charles Foster


Kane, personagem do filme Cidadão Kane, de Orson Welles,
que, ao ser chantageado pelo seu adversário sobre o seu
suposto caso extraconjugal nas vésperas de uma eleição,
decide encarar a ameaça e é derrotado nas urnas devido a
polêmica, FHC preferiu esconder que teria tido um filho de um
relacionamento com uma jornalista.

FHC leva a sério o risco de perder a eleição. Num plano


audacioso e em parceria com a maior emissora de televisão
do país, a Rede Globo, a jornalista Miriam Dutra e o suposto
filho, ainda bebê, são “exilados” na Europa. Palmério Dória
não faz um julgamento moralista de um caso extraconjugal e
suas consequências, mas enfatiza o silêncio da imprensa
brasileira para um episódio conhecido em 11 redações de 10
consultadas. Não era segredo para jornalistas e políticos, mas
como uma blindagem única nunca vista antes neste país foi
capaz de manter em sigilo em caso por tantos anos?

O fato só foi revelado muito mais tarde, e


discretamente, quando Fernando Henrique Cardoso não era
mais presidente e sua esposa, Dona Ruth Cardoso, havia
morrido. Com um final inusitado: exame de DNA revelou que
o filho não era do ex-presidente que, no entanto, já o havia
reconhecido.
Na obra, há detalhes do projeto neoliberal de vender
todo o patrimônio nacional. “Seu crime mais hediondo foi
destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo”, relatou o
jornalista que desvendou o processo privativista da Era FHC,
Aloysio Biondi, no livro Brasil Privatizado.

O Príncipe da Privataria conta ainda os bastidores da


tentativa de venda da Petrobras, em que até a produção de
identidade visual para a nova companhia, a Petrobrax, foi
criada a fim de facilitar o entendimento da comunidade
internacional.

Também a entrega do sistema de telecomunicações, as


propinas nos leilões das teles e de outras estatais, os bancos
estaduais, as estradas, e até o suposto projeto de vender a
Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. “A gente nem
precisa de um roubômetro: FHC com a privataria roubou 10
mil vezes mais que qualquer possibilidade de desvio do
governo Lula”, denuncia o senador paranaense Roberto
Requião.

SOBRE O AUTOR

Palmério Dória é repórter. Nasceu em Santarém, Pará,


em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital. Com
carreira iniciada no final da década de 1960 já passou por
inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa
nanica”.
Publicou seis livros, quatro de política: A Guerrilha do
Araguaia; Mataram o Presidente — Memórias do pistoleiro que
mudou a História do Brasil ; A Candidata que Virou Picolé (sobre a
queda de Roseana Sarney na corrida presidencial de 2002,
em ação orquestrada por José Serra); e Honoráveis Bandidos —
Um retrato do Brasil na Era Sarney ; mais dois livros de
memórias: Grandes Mulheres que eu Não Comi, pela Casa
Amarela; e Evasão de Privacidade, pela Geração Editorial.

Você também pode gostar