Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivos
Assunto
Nesta aula, veremos como é possível representar um conjunto de dados
amostrais visualmente, de forma a permitir uma rápida compreensão da
informação coletada. Veremos os formatos de gráficos mais comuns para re-
presentar uma única variável e algumas maneiras de trabalhar com múltiplas
informações visíveis, assim como aprenderemos a aplicar esse conhecimento
nas pesquisas estatísticas.
Introdução
Uma forma simples de sumarizar uma variável é através das representações
gráficas. Gráficos e diagramas ajudam a visualizar os dados imediatamen-
te - entende-se, de pronto, a distribuição das frequências, ajudando-nos a
reconhecer padrões já existentes.
Estatística 61 UAB
podem ser feitos, hoje em dia, em segundos, e com possibilidades infinitas
de cores e formas. Porém, há um lado bom e um lado mau no uso crescente
de representações gráficas.
Há uma regra muito simples no uso de gráficos: fazer tudo o mais simples
possível. Poucas linhas, cores padronizadas e uma apresentação limpa são
muito mais eficazes para apresentar dados científicos.
Logo, devemos lembrar que dados de uma pesquisa devem ser entendidos e
necessitam ser representados o mais precisamente possível. Qualquer resul-
tado extraído de um grupo de dados é, igualmente, importante, então não
há necessidade de distrair o leitor com cores e formas.
Estatística 63 UAB
Nesse caso, a variável é nominal, portanto podemos ordenar as categorias
no eixo de x da forma que quisermos. Se a variável fosse ordinal, a ordem
das categorias também deverá ser mantida no gráfico. A grande vantagem
desse tipo de gráfico é a visualização imediata da categoria mais frequente;
no caso, sabemos, imediatamente, qual é o candidato que possui mais in-
tenções de voto.
Estatística 65 UAB
Figura 3: Histograma de frequências absolutas dos intervalos de tempo de resolução
de um quebra-cabeça, em segundos, por 20 alunos de uma escola.
15 – 16,9 2 0,07
17 – 18,9 6 0,2
19 – 20,9 10 0,33
21 – 22,9 9 0,3
23 – 24,9 3 0,1
Total 30 1
Estatística 67 UAB
pois os dados estão representados em proporções. Não se poderia fazer isso
com um gráfico de barras contínuas a não ser que as amostras fossem do
mesmo tamanho.
1 17
2 30
3 26
4 17
5 13
6 6
Total 109
1 17 15,60 15,60
2 30 27,52 43,12
3 26 23,85 66,97
4 17 15,60 82,57
5 13 11,93 94,50
6
6 5,50 100
Total 109 100 100
Estatística 69 UAB
O gráfico resultante será uma curva de frequências acumuladas, como vista
na fig. 6.
Outra vantagem dos diagramas de “ramo e folha” é que eles podem ser
montados manualmente, ou com o auxílio de uma máquina de escrever ou
processador de texto, sem a necessidade de planilhas ou programas estatís-
ticos.
2
3
4
5
6
Depois acrescentamos os dígitos que sobraram (as unidades) nas fileiras cor-
respondentes: são as “folhas”:
2| 5 7 8
3| 0 4 5 8 8 8 9
4| 0 0 0 2 3 3 3 4 5 7 7 7 8 8 8 8 8 9
5| 0 0 3 7 7 8
6| 6
2|
2| 5 7 8
3| 0 4
3| 5 8 8 8 9
4| 0 0 0 2 3 3 3 4
4| 5 7 7 7 8 8 8 8 8 9
5| 0 0 3
5| 7 7 8
6|
6| 6
Estatística 71 UAB
Além desse tipo de diagrama permitir que observemos, imediatamente, quais
os valores mais repetidos, pode-se usar a informação para outros tipos de
análises ou representações, pois a amostra já está totalmente representada.
Gráficos mais complexos, baseados nos tipos que vimos até agora, podem
ser usados para representar duas ou mais amostras de uma mesma popu-
lação. Por exemplo, se quisermos visualizar a variação do número de mo-
radores, em cada domicílio de um conjunto habitacional através dos anos,
podemos usar um polígono de frequência como o da figura 5 e criar linhas
separadas para cada ano estudado (fig.7).
A mesma técnica pode ser usada com gráficos de barras ou curvas de frequ-
ência, usando os dados sobre uma mesma variável de amostras obtidas de
populações diferentes, ou da mesma população em momentos diferentes,
como o gráfico acima.
Figura 8: Relação entre altura (em kg) e peso (em cm) de 12 alunos de uma escola
municipal.
É fácil perceber pelo gráfico da figura 7 que, de forma geral, quanto mais
alto um aluno, mais pesado ele é, mesmo que a relação entre as duas variá-
veis não seja perfeita. Quanto mais dados apresentamos em um gráfico de
dispersão, ou seja, quanto maior a amostra, mais visualmente clara se torna
a existência, ou não, de uma relação entre as variáveis.
Estatística 73 UAB
Os gráficos “em caixas” ou boxplots são muito úteis para visualizar subgru-
pos dentro de uma amostra. Digamos que tenhamos medido a altura dos
indivíduos em um grupo de 13 mulheres e 13 homens (n = 26) e gostaríamos
de visualizar uma possível diferença na dispersão e tendência central da al-
tura em cada um dos gêneros.
Assim, o gráfico é criado traçando-se uma linha vertical sobre cada categoria
que vai do menor ao maior valor para cada categoria, marcando os extremos
da dispersão. A partir dessa linha, é marcado um ponto da medida da ten-
dência central escolhida e marca-se, a partir da medida central, um valor de
medida de dispersão acima e abaixo dela.
Nele, cada valor (no nosso caso, cada indivíduo) é marcado como um ponto,
formando uma linha vertical sobre cada categoria do eixo de x. Os dados
usados no gráfico da figura 9, se apresentados em um gráfico de valores
individuais, apresentam-se como visto na figura 10.
Estatística 75 UAB
Representações gráficas no Excel
O Excel tem uma função para criar gráficos, o “Assistente de gráfico” (um
ícone com um gráfico no alto da barra de tarefas, à direita). Há vários gráfi-
cos que podem ser criados com essa função, desde que a tabela usada para
criá-los esteja, adequadamente, preparada. Mas alguns deles não podem ser
preparados pelo Excel e dependem de programas de estatística mais sofisti-
cados, porém, é possível ilustrar um relatório de estatística descritiva usando
apenas o Excel.
Figura 11: Tabela de Excel com a frequência de intenção de votos em uma eleição
para representante estudantil; a área selecionada será usada para confeccionar um
gráfico.
Estatística 77 UAB
Há várias opções de representação, desde a mais simples, que vamos fazer,
até aquelas que comportam dois conjuntos de dados ou têm barras tridi-
mensionais. Vamos escolher a apresentação mais simples, que é a recomen-
dada na maioria dos relatórios estatísticos ou trabalhos acadêmicos (fig. 14).
Estatística 79 UAB
Os mesmos passos devem ser seguidos para preparar um gráfico de torta.
Basta selecionar esse tipo quando abrir o assistente de gráfico (fig. 17).
Também é possível mudar o valor inicial dos eixos, como visto no gráfico da
figura 8, após o mesmo estar pronto. Para isso, basta clicar duas vezes no
eixo que se quer modificar, abrindo a caixa de diálogo para edição dele (fig.
18). Assim, muitas outras características podem ser editadas.
Por fim, esse editor de planilhas pode criar a maior parte das representa-
ções gráficas mais importantes para auxiliar a visualização imediata de dados
amostrais. A enormidade de funções e opções de edição desses gráficos me-
rece ser experimentada, e apenas com a prática é possível explorar a maioria
dos recursos que esse programa de computador oferece.
Resumo
Representações gráficas são, extremamente, úteis para a visualização de da-
dos amostrais e são parte indispensável de qualquer relatório de pesquisa
que envolva análises estatísticas. Os tipos mais comuns de gráficos de frequ-
ência para uma variável são os gráficos de barras, de torta, os histogramas,
os polígonos de frequência, as curvas de frequência acumulada e os gráficos
de “ramo e folha”.
Estatística 81 UAB
Subgrupos amostrais podem ser representados através de gráficos de caixas
(boxplots) ou de valores individuais. O editor de planilhas do Excel possui
um Assistente de Gráfico que permite a criação rápida de uma variedade de
representações gráficas e apresenta inúmeros recursos para personalizar os
gráficos criados.
Referências
CHATFIELD, C.: Problem Solving – A Statistician’s Guide. London: CHAPMAN & HALL.
1991.
LEVIN, J.: Estatística Aplicada às Ciências Humanas. São Paulo: HARPER & ROW DO
BRASIL. 1978.
SCHMULLER, J.: Statistical Analysis with Excel. Hoboken: Willey Publishing Inc. 2009.
VIEIRA, S. M.: Introdução à Bioestatística. 3ª edição. São Paulo: EDITORA CAMPUS. 1998.