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Fortaleza
2017
RESUMO
Este trabalho busca mostrar como os bancos comunitários são fundamentais para o
desenvolvimento da economia solidária, tanto através do acesso ao microcrédito, que é
fundamental para esses empreendimentos, quanto através da capacitação dos tomadores
de crédito, afim de aumentar as suas chances de sucesso e capacidade de restituir os
empréstimos. Também buscou-se mostrar a atuação do Instituto Palmas enquanto Banco
Comunitário, relacionando com a economia solidária e seus fundamentos. É possível
notar a influência desses princípios ao longo do surgimento deste banco, juntamente
com a mudança na vida dos moradores que ali habitam, constroem e são beneficiados
pelas ações advindas desse projeto.
1. Introdução............................................................................................................4
2. A importância do crédito para empreendimentos solidários..........................5
3. História do microcrédito e dos bancos comunitários de desenvolvimento.....6
4. A atuação do Instituto Palmas enquanto banco comunitário........................11
5. Considerações Finais.........................................................................................14
1. INTRODUÇÃO
A Economia Solidária se volta para os princípios aliados a democracia e a
igualdade dentro de Empreendimentos Solidários, com práticas de autogestão e
cooperação. O desenvolvimento dessas organizações econômicas tem sido um
processo laborioso, e tem necessitado cada vez mais de apoio para sua realização.
Uma das formas de apoio ao crescimento dessas organizações é a formação
de bancos comunitários, que, surgem a partir da própria comunidade como gestora
e proprietária destes. Busca-se criar e estimular a rede local de produção e consumo.
Partindo da hipótese que a Economia Solidária necessita desse maior apoio para o
seu avanço e manutenção, e que os bancos comunitários são melhorias dentro dessa
busca, esse trabalho tem como objetivo analisar qual é de fato a magnitude dos
efeitos nesse processo de construção da consolidação da Economia Solidária.
Utilizamos como ponto de análise e referência o Banco Palmas, que é um banco
comunitário existente em Fortaleza, no conjunto Palmeiras. Lá é utilizada a moeda
social Palmas, e hoje tem muita influência no bairro em que foi instituída, o que
fortalece ainda mais as práticas solidárias ali dentro.
O problema central deste estudo parte da necessidade da presença de
suportes a manutenção e incentivo aos empreendimentos solidários e que os bancos
comunitários têm um papel a cumprir nesse processo. Então, seria o acesso ao
crédito um facilitador para a subsistência da eco. sol.? Se sim, qual é o papel destes
facilitadores?
E a questão a ser discutida será feita com a análise do Banco Palmas,
enquanto Banco Comunitário, diante de suas repercussões dentro dos
empreendimentos solidários do conjunto palmeiras e, consequentemente, do
desenvolvimento da Economia Solidária.
O objetivo desse trabalho é analisar quais foram as repercussões causadas a
partir desse banco dentro da economia solidária, a fim de discutir como o
surgimento desses tipos de apoio as EE’s são importantes.
Para isso, pretende-se descobrir qual o contexto no qual o Banco Palmas foi
estruturado, qual era a situação da Economia Solidária no país e avaliar todos os
seus avanços e retrocessos desde então. Além de buscar saber quais mecanismos
foram utilizados para garantir o sucesso do projeto, como a criação do ponto de
finanças solidárias.
Justifica-se esse trabalho pela importância da existência da economia
solidária nesse momento. É notável o aumento desses tipos de empreendimentos e
como esse tipo de economia solidária, juntamente com seus meios de manutenção e
avanço, são cada vez maiores. Com isso, busca de alguma forma reduzir as
dificuldades e aumentar o número de pessoas alcançadas por esse tipo de economia
e consequentemente resultar no aumento de seu bem estar
Essa pesquisa tem caráter exploratório, e será feito com metodologia
bibliográfica documental, utilizando-se da análise de conteúdo para análise dos
dados.
2. A importância do crédito para empreendimentos solidários
Desde as primeiras experiências de crédito que se tem registro, na Grécia antiga, até
hoje, diversas formas e volumes de créditos forma desenvolvidas e aplicadas, mas foi
apenas na déca de 1970 que o conceito de microcrédito ficou almplamente conhecido e
foi difundido com a experiência do Banco Grameen, em Bangladesh.
Desde a criação do primeiro BCD em Fortaleza, Banco Palmas, até hoje, mais de
100 BCD foram criados, em 19 estados, organizados em rede, constituindo uma
importante forma de desenvolvimento local e de fortalecimento dos princípios da
economia solidária.
4. A atuação do Instituto Palmas enquanto banco comunitário
O Palmas trabalha com uma política de crédito pautada no controle social. Quando
um morador chega ao Banco para solicitar um serviço é informado das regras de
funcionamento da rede de solidariedade. Um analista de crédito visita a família do
solicitante e conversa com os vizinhos. É o depoimento da vizinhança que vai servir de
aval para o futuro cliente. O Banco Palmas não cobra fiador, não faz consultas ao
Serviço de Proteção ao Crédito, a cartórios e outras fontes de verificação da ficha dos
clientes. A maioria dos moradores do Conjunto Palmeiras está com seus nomes fichados
em um desses sistemas. A partir do momento que o cliente é aceito no Banco ele passa a
ser acompanhado por toda a rede de solidariedade. Esse controle social fiscaliza as
ações do Banco e dos seus empreendedores, ajudando, inclusive, a inadimplência do
Palmas a ficar sempre na casa de 1 a 3%.
O Banco Palmas não somente criou a moeda, mas conseguiu que ela fosse aceita
como dinheiro sonante pelo comércio do Conjunto Palmeiras e pelas comunidades
vizinhas, que oferecem desconto no preço das mercadorias quando a compra é paga em
Palmas. Esse acordo fez com que um volume acrescido de compras dos moradores
tenha se concentrado nas lojas, mercearias, quitandas etc. no Grande Jangurussu,
beneficiando não só o comércio, mas também as unidades de produção lá estabelecidas.
A economia dos clientes do Banco Palmas pode ser vista genericamente como
correspondente à economia popular: 52% deles têm negócio próprio, dos quais 95,2%
estão localizados no bairro.