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A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA trata-se de um grupo com o objetivo de prevenir os
acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, tornando constantemente compatível o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde dos trabalhadores.
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT possui poucos, embora importantes dispositivos que disciplinam
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Trataremos de cada um a seguir.
“Art . 163 – Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de
conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de
obra nelas especificadas.
O art. 163 estabelece a obrigatoriedade da CIPA, além de delegar ao Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE a tarefa de regulamentar as suas atribuições, funcionamento e composição.
Essencialmente, todo estabelecimento ou instituição que admita trabalhadores como empregados, regidos
pela CLT, deve constituir a CIPA, conforme o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-05
(Dimensionamento da CIPA).
“Art . 164 – Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os
critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.
§1º – Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.
§2º – Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual
participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.
§3º – O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.
§4º – O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato,
tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.
§5º – O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os
empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.“
A CLT afirma que a Comissão deve ser integrada por representantes do empregador e dos empregados. Os
representantes da classe patronal, tanto os titulares quanto os suplentes, serão por ela indicados, enquanto
os representadores dos trabalhadores serão escolhidos por meio de eleição.
A eleição dos cipeiros, como são popularmente conhecidos os componentes da CIPA, acontecerá por meio
de voto secreto, ao qual todos os trabalhadores interessados terão o direito a se candidatarem,
independentemente de filiação sindical.
O presidente da CIPA é designado pelo empregador, ao passo em que a vice-presidência será ocupada por
um representante dos empregados por estes eleito.
Em relação ao mandato, este terá a duração de 1 (um) ano, com a possibilidade de uma única reeleição, no
caso dos representantes da classe operária, enquanto os cipeiros patronais podem ser indicados
indefinidamente.
“Art . 165 – Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou
financeiro.
A CLT confere garantia de emprego, isto é, a proteção contra demissão sem justa causa, aos cipeiros da
classe trabalhadora. Todavia, além da duração dessa estabilidade não ser definida pela mencionada
legislação trabalhista, esta também não estende o benefício aos membros suplentes.
Porém, a Constituição Federal, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), estabelece
expressamente que a garantia provisória se inicia no momento do registro da candidatura e vai até 1 (um)
ano após o final do mandato.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal – STF (Súmula nº 676) e o Tribunal Superior do Trabalho – TST
(Súmula nº 339, I) entendem que estabilidade no emprego se estende também aos membros suplentes da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
Por fim, ainda segundo o art. 165, na hipótese do empregado, no gozo da estabilidade decorrente da CIPA,
ser demitido, cabe ao empregador, em juízo, o ônus de provar a ocorrência da causa que afasta a garantia
de emprego, sob pena de reintegrar o trabalhador.