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Descrição Apresentação de conceitos e cálculos relativos à provisão de capital humano e às previsões na gestão de
pessoas, além de aspectos sobre a gestão da diversidade nas organizações.
Propósito Compreender como os indicadores de provimento de pessoal podem ser aplicados ao planejamento de
pessoas em diferentes contextos organizacionais contemporâneos.
Objetivos
meeting_room Introdução
“O que pode ser medido, pode ser melhorado”. Já dizia Peter Drucker, o grande guru da
Administração. De fato, se você quer melhorar suas finanças pessoais ou sua saúde, o
primeiro passo geralmente é um bom diagnóstico. Com boas informações é mais fácil
tomar as melhores decisões. Melhor ainda se tais informações forem indicadores, de
certa forma, já padronizados e estudados, pois aí fica mais fácil fazer comparações, ter
referências e definir objetivos e prazos.
Veremos neste estudo como se calcular os índices para a provisão e previsão do capital
humano em uma organização. Além disso, vamos entender a necessidade da gestão da
diversidade, seus fundamentos e sua importância nas organizações.
Conceito de organização
Para compreender o planejamento de pessoas nas organizações, é necessário que antes
tenhamos uma boa noção do que são as organizações. Elas existem porque, como seres
humanos, não somos capazes de administrar toda e qualquer situação sozinhos. Temos,
então, que cooperar uns com os outros para alcançarmos certos objetivos que não poderiam
ser atingidos se estivéssemos isolados.
Agora fica mais fácil de visualizarmos, tanto empresas quanto famílias, por exemplo,
como candidatas ao termo organizações, não é mesmo? Candidatas porque, sem
capacidade de coordenação, comunicação e objetivo em comum, temos, no máximo,
um agrupamento de pessoas, e não uma organização.
Vamos pensar em uma empresa como o grupo Walmart que, em 2019, faturou cerca de 517
bilhões de dólares. Essa empresa tem: hierarquia, podendo inclusive ser impessoal, ou seja,
correndo o risco de enxergar as pessoas como números; possui rotinas padronizadas para
seus processos, o que pode levar a um excesso de burocracia interna.
Quanto maior e mais importante é a organização, mais complexo tende a ser seu modo de
operação. É o caso do Walmart, a maior empresa de varejo do mundo em faturamento.
Curiosidade
Se o Walmart fosse um país, estaria entre as 25 maiores economias do mundo, tomando-se como base o PIB dos
países divulgados pelo Banco Mundial em 2018, ano que teve a Tailândia como a 25º economia do mundo, com PIB
em torno de 504 bilhões de dólares. Estamos falando de uma empresa com mais poder econômico do que uma
parcela substancial dos quase 200 países, que fazem parte da lista do Banco Mundial!
Com esses números é fácil notar que dependemos, como sociedade, de diversas
organizações. Elas podem nos economizar tempo, atender parte de nossas necessidades e
nossos desejos, podem nos gerar aprendizados, renda, produtos, serviços, entre outros
fatores. É neste contexto de diversos fenômenos da vida humana que ocorre a interação entre
as pessoas e as organizações. Uma das fortes discussões dessa interação é a que ocorre no
âmbito interno das empresas, conhecida como planejamento de pessoas.
Abordaremos autores como Assis (2012), Fitz-enz (1984, 2000, 2010) e Ulrich (1996), que
envolvem diferentes subsistemas de RH, como recrutamento, seleção, treinamento e
desenvolvimento de colaboradores.
Conforme apresenta Assis (2012) citado por Bassi, Simonetto e Costa (2015), você poderá
conferir diversos exemplos de indicadores. Posteriormente, trataremos de alguns com mais
detalhes.
Demográficos expand_more
Proporção de colaboradores
Absenteísmo
Índice de admissão
Índice de desligamento
Turnover (rotatividade)
Amplitude de comando
Índice de Retenção
Tal demora pode ser perigosa para a gestão, podendo implicar o excesso de trabalho para os
atuais colaboradores e consequente impacto negativo no clima organizacional e na
produtividade da empresa.
Para chegarmos ao tempo médio, temos que dividir o tempo total gasto para o
preenchimento dos cargos pelo número de vagas que estavam em aberto, conforme a
seguinte fórmula:
Por exemplo, se uma empresa levou cerca de dois meses (arredondando para 60 dias) para
preencher 10 vagas em aberto, isso significa dizer que o tempo médio de preenchimento de
vaga é de 6 dias. Esse cálculo é bastante simples de ser alcançado, conforme a equação:
60
é
tempo m dio de preenchimento de vaga = = 6
10
Apesar da simplicidade de cálculo, esse indicador nos traz informações importantes. Para a
empresa em questão, saberíamos que seu processo seletivo acontece de forma rápida. Para
incrementar nossa análise, poderíamos, por exemplo, comparar esse índice de um ano para
outro, ou em séries temporais.
Funil de recrutamento
O funil de recrutamento não é um índice, e sim um método capaz de nos trazer uma visão
holística sobre nossos processos seletivos. Para podermos construir nosso funil, precisamos
ter algumas informações, como a confirmação de que nosso processo seletivo irá de fato ser
realizado (inclusive com a data em que será iniciado), o número de vagas ofertadas, os
cargos ofertados e o número de etapas que irá compor o processo seletivo.
Dica
Organize seu funil de recrutamento em duas dimensões, sendo a primeira composta por convocados e a segunda por
realizados (como vimos anteriormente). Essa dica permitirá um maior controle do processo. Note no exemplo que,
dos 900 candidatos convocados para a fase de testes on-line, somente 450 realizaram a prova. Destaca-se que o
número relativo de desistências tende, obviamente, a ser menor conforme o processo avança. Ou seja, conforme os
candidatos avançam para as próximas fases do processo, mais raras são as desistências, especialmente em
processos que oferecem maiores números de vagas.
∘
N de colaboradores promovidos
indice de utiliza ção do plano de sucessão = × 100
ç
Vagas de lideran a preenchidas
Note que, pela própria lógica do índice, o número de colaboradores promovidos, ao qual diz
respeito o numerador da fórmula, refere-se somente aos colaboradores que foram
deslocados pelo plano de sucessão, isto é, não entram neste cálculo os colaboradores que
porventura possam ter sido promovidos sem previsão no plano de sucessão (pois, se fosse
este o caso, o índice perderia seu sentido, não é mesmo?).
Exemplo
Vamos supor que você é dono de uma empresa multinacional de origem familiar e está prestes a se aposentar. Com
base em um plano de sucessão, decide promover todos os seus oito filhos e sobrinhos que trabalham na empresa,
alocando todos esses parentes em vagas de direção e, portanto, de liderança.
Assim, teríamos o seguinte caminho de cálculo:
8
Índice de utilização do plano de sucessão = × 100
8
Esse exemplo bastante simples mostra um cenário em que o plano de sucessão parece estar
funcionando muito bem, uma vez que 100% das promoções para cargos de liderança na
empresa foram previstas pelo plano de sucessão! Isso demonstra um bom planejamento
organizacional, mas infelizmente nem sempre é assim.
Vamos supor que ofereço bolsas de pós-graduação para os meus colaboradores. Supondo
cinco bolsas por mês no valor de R$1.000,00 cada, eu teria um gasto específico com essa
capacitação de R$5.000,00 mensais.
Questão 1
A 4 meses
B 5 meses
C 6 meses
D 7 meses
E 8 meses
Para chegar ao cálculo certo, basta aplicar a fórmula do tempo médio de preenchimento de
vaga = tempo gasto para preenchimento dos cargos/vagas em aberto. Nesse exemplo,
calculamos com base na média do tempo gasto para o preenchimento dos três cargos
oferecidos.
Questão 2
Coluna A Coluna B
A1 Administração B1 Conju
pesso
recur
delibe
Coluna A Coluna B
estru
alcan
Alcan
A2 Organização B2
prede
Proce
A3 Eficiência B3 decis
ações
Uso r
B4
recur
Capa
A4 Eficácia alcan
por m
B5
pesso
aloca
de rec
Avalia
B6
result
A5 Efetividade
Estud
B7
organ
Para acertar essa questão, basta lembrar-se do conceito de organização como um conjunto
de pessoas e de recursos deliberadamente estruturado para alcançar objetivos. Vimos que
essa característica torna as organizações complexas e, por essa razão, precisamos utilizar
métricas e indicadores de gestão, como os que estão sendo apresentados no decorrer
deste conteúdo.
2 - Índices para previsões em gestão de pessoas
Ao final deste módulo, você será capaz de calcular índices pertinentes às previsões em gestão de pessoas.
Quantitativa expand_more
Qualitativa expand_more
Nesta abordagem, ao invés de utilizarmos como base as vendas, de forma alternativa
podemos também fazer um gráfico de tendência sobre a quantidade de funcionários
que têm batido as metas estabelecidas pela organização. A título de ilustração, se
determinarmos, como gestores, que 80% dos colaboradores da empresa terão de
bater suas respectivas metas individuais, e chegarmos na metade do período com um
número consideravelmente abaixo desse patamar, pode ser o caso de pensarmos em
mudança de time e novas contratações de pessoal, obviamente sempre tomando os
cuidados necessários inerentes à gestão ética e transparente.
Comentário
Cabe destacar que a previsão da demanda de pessoal também pode ser realizada a partir de critérios qualitativos,
como por meio das opiniões de supervisores, gerente de departamento, especialistas e outros públicos capazes de
compreender e opinar sobre as futuras necessidades de pessoal por parte da empresa.
Podemos adotar ainda a técnica Delphi, metodologia que visa diminuir a subjetividade das
previsões, solicitando e resumindo as opiniões de um grupo pré-estabelecido de
especialistas. Nessa técnica os especialistas são ouvidos e, ao final, são coletivamente
selecionadas as visões que mais podem contribuir para a gestão de pessoal na empresa.
Índice de desligamento
Dentro do planejamento de pessoas, há diferentes índices que nos ajudam a diagnosticar a
situação de nossos colaboradores em diversos aspectos. Tais índices são fundamentais para
sabermos, por exemplo, se nossos colaboradores estão motivados, produtivos, saudáveis,
sendo reconhecidos e se estão satisfeito com a empresa.
Entender as razões que levam às saídas parece ser fundamental para nosso planejamento de
pessoal, isso porque inúmeros fatores podem ocasionar esse resultado, como clima
organizacional ruim, ausência de reconhecimento, salários não atrativos, não cumprimento de
direitos trabalhistas pela empresa, problemas de saúde decorrentes da atividade laboral, entre
outros motivos que poderiam ser evitados pela empresa por meio de um bom planejamento
de pessoal e de uma boa gestão de pessoas como um todo.
A literatura de Administração nos aponta diversas, como a falta de feedback dos gestores, o
desconforto no local de trabalho, as contratações inadequadas, o desvio de suas funções
originais e a sobrecarga do trabalhador, este último podendo acarretar burnout, isto é, estado
psicológico de extrema exaustão mental e física.
Além dos fatores da empresa, há também os motivos intrínsecos aos indivíduos que podem
levar à saída ou até mesmo gerar comportamentos inadequados e acarretar a sua demissão.
Devemos, como gestores, estar atentos a todas essas possíveis razões.
Exemplo
Se uma empresa tem 20 desligamentos durante determinado ano e um número médio de 400 empregados, teremos
um índice de desligamento de 5%, considerado, em geral, baixo. Eis a aplicação da fórmula para chegarmos a esse
resultado:
20
Índice de desligamento = × 100 = 5%
400
Como vimos, manter uma baixa rotatividade de funcionários é fundamental para a estratégia
de qualquer empresa, pois motiva os funcionários, traz uma boa perspectiva de longo prazo
na organização e gera maior reconhecimento por parte do mercado.
Índice de absenteísmo
Caracterizado pelas faltas, atrasos e saídas antecipadas dos trabalhadores. Parte dos fatores
que acarreta a alta rotatividade de funcionários da empresa, também leva ao absenteísmo;
contudo, é importante saber que nem sempre os fatores causadores do absenteísmo são
fortes o suficiente para necessariamente ocasionarem o desligamento dos funcionários.
Um exemplo poderia ser uma específica dificuldade de transporte público para que o
funcionário possa chegar no horário em seu local de trabalho. Ao afetar diversos
funcionários, o índice de absenteísmo seria impactado, ainda mais se for um
problema comum na região em que se localiza a empresa, não necessariamente
causando maior turn-over para a organização.
O índice leva esse nome porque está relacionado ao ato de se abster, faltar, ausentar-se de
alguma função ou atividade, e pode ser calculado a partir da seguinte fórmula:
Esse índice é um pouco mais trabalhoso de ser calculado do que o índice de rotatividade,
dado que nessa fórmula podemos ter dois componentes no denominador da fração: o
número médio de empregados e o número de dias trabalhados.
Exemplo
Se forem perdidos 200 dias de trabalho em todo período de falta ao trabalho, durante um mês com 20 dias úteis, em
uma organização que emprega 400 funcionários, o índice de absenteísmo do mês será de:
200
absente smo í = × 100
400 × 20
200
í
absente smo = × 100 = 2, 5%
8000
Cabe destacar que algumas questões de provas, inclusive de concursos públicos, trazem o
número total de dias trabalhados, já considerando, portanto, o número médio de
trabalhadores no período analisado.
Reflita sobre sua produtividade no trabalho. Ela pode te levar ao sucesso ou ao fracasso
profissional. Além do índice de absenteísmo, há um conceito que vem ganhando força na
literatura denominado presenteísmo, que significa estar de corpo presente na empresa, mas
sem produtividade.
Quando a professora fala para um aluno: “Joãozinho, você trouxe o corpo, mas deixou a
cabeça em casa”, ela está se referindo ao fenômeno do presenteísmo, que com certeza
impedirá a melhor produtividade possível por parte de Joãozinho na escola. Portanto, não
faça como ele, seja um profissional que ao estar “em missão” dá seu melhor, de corpo e alma.
Isso aumentará consideravelmente sua probabilidade de sucesso profissional.
Questão 1
A 6%.
B 2%.
C 40%.
D 5%.
E 8%.
Essa questão de concurso público não trouxe grandes pegadinhas, como usualmente
ocorre. Para encontrarmos a alternativa correta, basta aplicarmos a seguinte fórmula:
[(desligamentos no período/número médio de empregados no período) X 100].
Questão 2
Na fábrica de brinquedos “Diversão Garantida”, foram perdidos 300 dias de trabalho neste
mês, somando-se as faltas de todos os funcionários. Considerando-se, para fins de cálculo,
que o mês em questão tem 25 dias úteis e que a fábrica contava, no início do mês, com 600
funcionários, e ao final do mês, com 400 funcionários, qual será o índice de absenteísmo da
“Diversão Garantida”?
A 2,0%
B 2,4%
C 3%
D 3,5%
E 2,5%
3 - Gestão da diversidade
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos da gestão da diversidade no contexto
organizacional.
Por exemplo, todo gestor deve conhecer a Lei de Cotas para Deficientes e Portadores de
Necessidades Especiais (Lei 8.213/1991), a qual determina que empresas com 100 ou mais
funcionários preencham de 2% a 5% de seu quadro de pessoal com beneficiários reabilitados
ou com pessoas portadoras de deficiência. Caso uma empresa tenha, por exemplo, mais de
1000 funcionários, deverá contar em seu quadro com pelo menos 50 colaboradores
enquadrados nessas características.
Saiba mais
Para mais detalhes sobre a Lei de Cotas para Deficientes e Portadores de Necessidades Especiais (Lei 8.213/1991),
não deixe de verificar a indicação feita no Explore + ao fim do conteúdo.
Seja por uma questão de valores e princípios organizacionais, seja por questões legais e até
mesmo por pressão social, o fato é que as empresas vêm desenvolvendo nos últimos anos
suas capacidades de lidar com as diferenças entre seus funcionários.
Alguns dão a esse fenômeno o nome de gestão da diversidade nas organizações. Outros
tratam do tema como simplesmente diversidade organizacional.
Vantagens Desvantagens
De acordo com Daft (2013), os altos executivos valorizam a diversidade por cinco principais
razões:
Para dar à organização acesso a uma maior variedade de opiniões e pontos de vista;
Um bom argumento para os gestores os quais prezam pela boa gestão da diversidade é o de
que ela pode levar a uma maior vantagem competitiva no mercado onde a empresa atua. Não
há garantias quanto a isso, visto que a vantagem competitiva envolve uma série de variáveis,
mas há uma tendência. É difícil imaginarmos uma empresa que tenha vantagem competitiva
e nenhum respeito à diversidade, seja por questões de princípios, seja por exigência legal.
Daft (2013) entende que as empresas não podem possuir uma monocultura, ou seja, não
podem basear-se em apenas um modo de enxergar o mundo e de fazer as coisas. Para o
autor, a Administração moderna não permite essa visão.
A globalização nos mostra que a visão de Daft é coerente. Dentro das diversas possibilidades
de posicionamento cultural das organizações, três se destacam:
A boa gestão da diversidade é aquela que, portanto, realiza práticas inclusivas no local de
trabalho, constrói uma cultura corporativa que as valoriza, muda suas estruturas, políticas e
sistemas para apoiar a diversidade, a inclui no processo de recrutamento de colaboradores,
possui uma política transparente de plano de carreira, possibilita igualdade de condições para
seus colaboradores e oferece treinamento contínuo para a tomada de consciência do pessoal
sobre os tópicos relacionados à diversidade nas organizações.
Veja a seguir uma síntese das iniciativas de diversidade nas empresas baseada em Daft
(2013):
Recrutamento expand_more
Creches;
Licença-maternidade ou paternidade;
Trabalho em casa;
Com base em Bennett (1986), podemos visualizar também os seis estágios fundamentais da
consciência da diversidade nas empresas:
Negação expand_more
Nesta fase, tida como o nível mais baixo de consciência organizacional quanto aos
aspectos de diversidade, há uma visão provinciana do mundo, nenhuma consciência
das diferenças culturais e, em casos extremos, perseguições baseadas em
preconceitos diversos.
Defesa expand_more
Esta fase é caracterizada pela percepção dos gestores de que há uma ameaça contra
sua visão confortável de mundo, e eles respondem a essa ameaça por meio de
estereótipos negativos e da defesa de sua cultura como sendo de qualidade superior.
Esta fase se caracteriza por “colocar as diferenças por baixo do tapete”. Pode haver
certa hipocrisia por parte da organização neste estágio; é comum que o foco esteja
nas semelhanças entre seus colaboradores, e não em suas diferenças.
Aceitação expand_more
Adaptação expand_more
Esta fase é um passo adiante, pois nela os indivíduos passam a estar dispostos a
mudar de uma perspectiva cultural para outra, a partir da empatia existente sobre as
culturas diversas.
Integração expand_more
No Ocidente são mais raros os casos em que o reconhecimento aos profissionais de mais
idade se prolongue com o tempo. Neste cenário é comum, por exemplo, que pessoas sejam
demitidas, ou que não sejam admitidas, pelo simples critério de idade.
Exemplo
Em diversos contextos sociais, os idosos podem ser considerados desnecessários ou improdutivos. Esse julgamento
equivocado é, por vezes, fruto da falta de informação por parte de quem o faz. O fenômeno do ageísmo está, portanto,
presente em diversos setores de nossa sociedade. Exemplo disso foi o caso ocorrido com a cantora Madonna, a qual
foi repreendida por ter realizado uma perfomance envolvendo sexualidade, traço marcante de sua obra desde o início
de sua carreira, mas que, para parte de seu público, agora é impróprio por causa da idade da cantora, uma
sexagenária.
Uma boa gestão da diversidade combate o ageísmo. Uma forma de fazê-lo é por meio do
reconhecimento da experiência e do conhecimento dos mais velhos em suas áreas de
atuação. Os mais velhos, por exemplo, são responsáveis pela transmissão da história de
determinado setor, empresa, sociedade e carreira, funcionando como peça fundamental para
a mentoria de jovens profissionais. O contrário também deve ser estimulado pelas empresas,
ressaltando as atualizações que os mais jovens podem trazer para os mais velhos. Para além
da relação de mentoria, o convívio entre colaboradores de diferentes idades pode ser
estrategicamente benéfico para as organizações, as quais podem ter o melhor dos dois
mundos: experiência e vitalidade.
A desigualdade de gênero nas organizações
também é objeto fundamental da gestão da
diversidade. No contexto do gênero feminino,
por exemplo, vemos que pensar em
diversidade significa não estabelecer um
lugar predeterminado para as mulheres no
mundo. Significa possibilitar uma ampla
liberdade para que a mulher possa assumir
todo e qualquer cargo dentro das empresas,
sem impedir a sua potencialidade com base
em argumentos biológicos. O modelo
patriarcal ainda vigente em nosso meio
social pode induzir os gêneros feminino e
masculino a pensarem em si sempre em
relação ao outro, ou mesmo se comparando.
Tal posicionamento pode dificultar que a mulher seja vista e se veja como sujeito de si,
podendo inclusive vir a menosprezar seu papel fundamental nas empresas e na sociedade
como um todo.
É sobre essas mazelas que a boa gestão da diversidade deve atuar, possibilitando que a
mulher, caso tenha as competências necessárias, assuma todo e qualquer cargo estratégico
nas organizações, sem ser barrada por argumentos fisiológicos ou de gênero em geral. Esse
processo passa pela compreensão de que cada mulher é um universo, ou seja, cada mulher
possui características muito próprias a partir de seus valores, crenças, nacionalidade, etnia,
religião, orientação sexual, classe socioeconômica, biotipo, entre outros aspectos que
compõem o seu ser.
Comentário
Além de demonstrar uma conduta ética por parte das empresas, o respeito ao gênero é também estratégico para as
organizações. Assim pensam grandes grupos empresariais, como Coca-Cola, Johnson & Johnson, Magazine Luiza,
Ticket, entre outras importantes companhias no Brasil que têm atuado no sentido de promover o trabalho
fundamental das mulheres nas organizações.
Convocação para tarefas mais exaustivas e Desrespeito por parte de subordinados quanto
intelectualmente menos interessantes. às ordens de um gerente pertencente a uma
minoria.
Comentários feitos em reuniões, ignorando Necessidade colocadas por diferentes
pessoas pertencentes aos grupos minoritários. organizações de anular a própria identidade e
os valores do colaborador sob o pretexto de
adequá-lo ao contexto organizacional.
Como resposta aos abusos historicamente sofridos, vêm sendo mais frequentes as
chamadas ações afirmativas, as quais possuem o intuito máximo de valorização cultural e
identitária dos indivíduos que são alvos de preconceito nas organizações.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Note que alternativa D está incorreta porque a gestão da diversidade não defende
treinamentos pontuais, e sim contínuos, envolvendo toda a organização. A alternativa B não
diz respeito diretamente à diversidade, pois decisões, como redução de níveis hierárquicos,
não necessariamente têm a ver com respeito às diferenças entre os colaboradores. Isso
vale para a alternativa C, posto que estabelecer metas individuais não tem necessariamente
a ver com a diversidade. Por fim, o acesso igualitário à empresa, com base em critérios de
seleção objetivos, é um dos intuitos da boa gestão da diversidade.
Questão 2
Considerações finais
Neste conteúdo, você aprendeu conceitos e cálculos que dizem respeito aos indicadores de
provimento de pessoal. Tratamos, portanto, de alguns dos principais índices pertinentes à
provisão de capital humano no contexto organizacional, como o índice de preenchimento de
vagas, o funil de recrutamento, o índice de utilização do plano de sucessão para o
preenchimento de vagas e o indicador de custo de treinamento per capita.
Esperamos que este estudo tenha sido útil para seus propósitos pessoais e profissionais
dada a urgência de discutirmos sobre o provimento de pessoal nas organizações, diante de
um mundo que exige de nós métodos de gestão de pessoas cada vez mais específicos.
headset Podcast
Para encerrar, ouça um resumo dos principais aspectos abordados neste conteúdo.
Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
• Leia:
Um senhor estagiário (2015), dirigido por Nancy Meyers. Empresa inicia um projeto de
contratar idosos como estagiários, em uma tentativa de colocá-los de volta à ativa. Trata-se
de um filme muito pertinente à discussão sobre idade nas organizações.
Uma mente brilhante (2001), dirigido por Ron Howard. Esse filme traz uma discussão sobre a
inclusão de portadores de necessidades especiais nas organizações, nesse caso em
instituição de ensino superior.
Referências
ALMEIDA, J. L. Memórias de Marta. Pesquisa, organização, cronologia e introdução de
Rosane Saint-Denis Salomoni. Florianópolis: Editora Mulheres, 2006.
FITZ-ENZ, J. The ROI of human capital: Measuring the economic value of employee
performance. AMACOM Div American Mgmt Assn, 2000.
FITZ-ENZ, J. The New Hr Analytic: Predicting the Economic Value of Your Company’s Human
Capital Investments. McGraw-Hill, 2010.
ULRICH, D. Human resource champions: The next agenda for adding value and delivering
results. Harvard Business Press, 1996.
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