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LOIRA – Professora!
PROFESSORA – A-LI-CE! (Silêncio) Quantas vezes vou ter que lidar com o fato
de que você não aprende uma coreografia simples?
CORO – Ela não aprende! Ela é desastrada! Ela não sabe dançar!
PROFESSORA – Alice, nós temos essa bela apresentação para os pais e
mestres no final do ano e você é a única que ainda não providenciou um figurino
decente!
CORO – Ela vem toda com a roupa errada! Ela não orna! É um botijão de gás
andando!
PROFESSORA – Alice, o que foi que eu já disse sobr...
CORO (interrompendo criando confusão) – Ela faz tudo errado! Ela não dança!
Ela não canta! Ela não é magra e bonita!
ALICE (no meio da confusão) – Eu to me esforçando! Eu to fazendo direito! Eu
tenho condições!
PROFESSORA – SI-LÊN-CIO!
ALICE - ...ficam me entregando pra velha coroca!
PROFESSORA – O quê?
ALICE – Que era a hora de comer pipoca!
PROFESSORA – Alice, as condições para você permanecer neste show de fim
de ano estão insustentáveis.
ALICE – Eu sei, professora, mas...
PROFESSORA – Eu não sei o que eu vou precisar fazer com você para as coisas
funcionarem.
ALICE - De que adianta um show desse tamanho, nós somos só alunos?
Professora se irrita.
O clima se abranda.
PROFESSORA – Esta é, sem dúvida, uma ideia... brilhante! (ao coro) Vocês
aprovam?
Aprovam.
Todos se decepcionam.
ALICE (imitando a Loira) – Tipo assim, já que todo mundo gosta dessas coisas
que brilham e de chamar a atenção e de fazer e acontecer, e ser e brilhar a gente
poderia, pelo bem do espetáculo e pelo bem dos colegas alunos que são tão
lindos e tal, tipo, fazer essa tal cadeira linda, com strass, veludo e brilho e colocar
ali na coxia e dar essa cadeira para eu... mim fazer, tipo assim, um número solo.
Mas só porque seria um desperdício deixar toda a minha enorme beleza de fora.
Pelos pais...
Silêncio constrangedor.
PROFESSORA – Você quer dizer que, mesmo fazendo uma coreografia errada,
mesmo não tendo a roupa, mesmo não tendo feito nada pelo espetáculo, você
quer apresentar um número?
ALICE – Os meus pais também vão estar na plateia.
PROFESSORA (para o coro) – Vocês...
CORO (interrompendo) – Acho que não deveria professora! Acho que podemos
tentar! Eu me abstenho! Eu não sei como vamos fazer!
PROFESSORA – Um fala!
UM DO CORO – Os pais vão ter que comprar dois assentos cada um.
CORIFEU – Eu acho que se ela quer apresentar um número cantando e
dançando, ela pode.
Alice comemora.
ALICE – Eeeeuuuuu...
UM DO CORO – sou gorda.
Risos e confusão.
ALICE – Ei!
TODOS – Começa!
Arpejo.
ALICE – Euuuuuu...
OUTRO DO CORO – não sei dançar.
Risos e confusão.
Arpejo.
COELHO BRANCO – Ai, Meu Deus! Olha a hora! Estou atrasado! Estou muito
atrasado!
Coelho sai.
CENA 1 B – A Queda
CENA 2
- Coelho “Ai, minhas orelhas e meus bigodes, como está ficando tarde!”
- Vê o jardim
- “Mesmo que minha cabeça passasse de nada serviria sem meus ombros. Ah, como eu
gostaria de poder encolher como uma luneta! Acho que seria possível, se eu soubesse como
começar.”
- “Vou olhar primeiro e ver se não está marcado ‘veneno’. Quando se bebe de uma garrafa
marcada veneno, é quase certo que mais cedo ou mais tarde vai fazer mal.”
- Alice encolhe
- Alice chora
- “Vamos, de que serve chorar assim? Aconselho você a parar com isso agora mesmo!”
- Come o biscoito
- Nada acontece