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mas é preciso disparar setas, flechas, canhões, cuspes, zagaias. Armas contra.
Nosso golpe: ironia e paradoxo, estranhamento e ressignificação. Em algum
lugar, um padre corre perigo. Um pensamento pelo avesso. Perplexidade?
Comemos gerânios no café da manhã. Reacionários de todas as vertentes são
o alimento da madrugada. A indigestão se dissolve em poemas, prosas, sons,
imagens. Porque, em tempo de barbárie, zagaia contra tudo, contra todos.
Uma arte contra si-mesma. Poesia do impossível após auschwitz.
Se as condições objetivas da vida não nos permitem viver qualquer utopia fora
do capitalismo, o que nos resta é sabotá-lo. Zagaia é terrorismo cultural.
Terror que espanta: o medo de sair do útero. Reconfiguração radical do
simbólico. Grito das quebradas e mundaréis. A maior imoralidade é a moral.
Sejamos libertos, libertários, libertinos: zagaiatos. Mas, sempre verdadeiros.
Nosso embate é estético. Para que possamos ocupar de vida o vazio das
palavras. Neste mundo de simulacros, nós queremos mais.