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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DE MINAS GERAIS -

CEFET-MG
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSOFIA
CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES

ADRIELLY LORENA ALVARENGA


ANA CLARA RESENDE MOTTA
ANDREY LUCA SILVA MATOS
CAMILLY RODRIGUES DE JESUS
DANIEL FEITOSA DE SOUZA
GABRIELLE LETÍCIA DA SILVA BOTELHO
GIOVANA SILVA DINIZ
GUSTAVO HENRIQUE FERNANDES SANTOS
JOÃO PEDRO NUNES PEREIRA
LAURA NOGUEIRA DE CARVALHO
MARIA ANALIA VIRGILIO VIEIRA NUNES
MARIA CLARA ABREU AMARAL
NAYARA KIMBERLY MOURA DE QUEIROZ
RAFAEL MAGALHAES DE SOUZA
REBECA ALEXSANDRA DO COUTO
SAHORY GABRIELLY BATISTA FREITAS
SILLAS PHELIPE LIMA SILVA
VITOR VINÍCIUS FELIPE DOS SANTOS

A FILOSOFIA DA GENÊTICA

BELO HORIZONTE

2019
ADRIELLY LORENA ALVARENGA
ANA CLARA RESENDE MOTTA
ANDREY LUCA SILVA MATOS
CAMILLY RODRIGUES DE JESUS
DANIEL FEITOSA DE SOUZA
GABRIELLE LETÍCIA DA SILVA BOTELHO
GIOVANA SILVA DINIZ
GUSTAVO HENRIQUE FERNANDES SANTOS
JOÃO PEDRO NUNES PEREIRA
LAURA NOGUEIRA DE CARVALHO
MARIA ANALIA VIRGILIO VIEIRA NUNES
MARIA CLARA ABREU AMARAL
NAYARA KIMBERLY MOURA DE QUEIROZ
RAFAEL MAGALHAES DE SOUZA
REBECA ALEXSANDRA DO COUTO
SAHORY GABRIELLY BATISTA FREITAS
SILLAS PHELIPE LIMA SILVA
VITOR VINÍCIUS FELIPE DOS SANTOS

A FILOSOFIA DA GENÊTICA

Trabalho submetido à coordenação do curso de


Edificações do Centro Federal de Educação Tecnológica
de Minas Gerais CEFET-MG, como composição da nota
bimestral da disciplina de Filosofia.

Professor: Luiz Henrique de Lacerda Abrahao

Belo Horizonte

2019
RESUMO

Este relatório trata-se sobre a relação da genética com a


filosofia, retratando vários assuntos sobre o tema, como seleção natural,
melhoramento genético, dentre outros. Para a metodologia utilizou-se da
pesquisa em diferentes sites e artigos científicos sobre temas
relacionados à genética. A partir do resultado e discussão teve-se uma
pré seleção de temas a serem abordados no trabalho de forma a
apresentar ao leitor de forma clara e compreensível o conteúdo de cada
um destes.
A seleção natural remete que aqueles que têm maior
capacidade de adaptação em relação ao meio sobrevivem e geram
descendentes. Outro assunto proposto é o melhoramento genético,
processo que pode adulterar propositalmente o material genético de
determinado ser vivo. Jean Piaget desenvolve uma teria conhecida como
“epistemologia genética”, que consiste na síntese de teorias sobre o
apriorismo e o empirismo. As células-tronco são capazes de dar origem a
outras células, desempenhando o papel de reposição celular e na
regeneração tecidual, apresentando duas características (divisão contínua
e capacidade de diferenciação). Alterações genéticas em embriões
envolvem diagnósticos genéticos pré-implantacionais como prevenção,
tratamento de doenças genéticas e aspectos éticos-legais, abarcando a
fertilização in vitro. Tem-se também a perspectiva dos alimentos
transgênicos a partir de seu DNA modificado e a clonagem com a
possibilidade de ajudar casais não férteis a terem filhos.
A partir disso objetivasse a importância do aprendizado das
diferentes complexidades do tema filosofia da ciência no que tange o
conhecimento da genética.

Palavras-chave: Genética. Relatividade. Ciência. Filosofia.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Seleção Natural ...................................................................... 15


Figura 2 – Experimento de Mendel .......................................................... 17
Figura 3 – Lei de Mendel ......................................................................... 17
Figura 4 – Genes Alelos........................................................................... 18
Figura 5 – A clonagem que gerou Dolly ................................................... 43
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 11
1.1 Justificativa .................................................................................. 11
1.2 Objetivo Geral ............................................................................. 11
1.3 Objetivos específicos .................................................................. 11

2 METODOLOGIA ......................................................................... 12

3 RESULTADO E DISCUSSÃO .................................................... 13


3.1 Epistemologia Genética .............................................................. 13
3.1.1 Jean Piaget ................................................................................. 13
3.1.2 Principais características ............................................................. 14
3.1.3 Conceitos .................................................................................... 14
3.2 Seleção Natural: de Lucrécio a Darwin ....................................... 15
3.2.1 Introdução ................................................................................... 15
3.2.2 Hereditariedade segundo Hipócrates e Aristóteles ..................... 16
3.2.3 Mendel e a genética .................................................................... 16
3.2.4 Gene e demais conceitos ............................................................ 17
3.3 Melhoramento genético ............................................................... 19
3.3.1 Definição ..................................................................................... 19
3.3.2 O bem dos indivíduos x O bem da sociedade ............................. 19
3.3.3 Valores conflitantes ..................................................................... 20
3.3.4 Argumentos contra e a favor ....................................................... 21
3.3.4.1 Contra ......................................................................................... 21
3.3.4.2 A favor ......................................................................................... 22
3.4 Alterações genéticas em Embriões ............................................. 23
3.4.1 Método de análise e diagnóstico ................................................. 23
3.4.2 Questões Éticas .......................................................................... 24
3.5 Fertilização invitro ....................................................................... 25
3.5.1 Definição ..................................................................................... 25
3.5.2 Considerações a respeito da F.I.V. ............................................. 25
3.5.2.1 Como é feita a F.I.V .................................................................... 25
3.5.2.2 Duração do tratamento ................................................................ 26
3.5.2.3 Custo da F.I.V. ............................................................................ 26
3.5.2.4 Procedimento gratuito pelo SUS ................................................. 26
3.5.2.5 Para quem a F.I.V. é indicada ..................................................... 27
3.5.2.6 Preparação da F.I.V. ................................................................... 27
3.5.2.7 O que esperar da F.I.V. ............................................................... 27
3.5.2.8 Riscos da F.I.V. ........................................................................... 27
3.5.2.9 Contraindicações da F.I.V. .......................................................... 28
3.5.3 Ética ............................................................................................ 28
3.5.4 Bioética em reprodução humana................................................. 32
3.5.5 Manipulação genética e destino dos embriôes............................ 34
3.5.6 Motivação da Pesquisa ............................................................... 35
3.6 Alimentos Transgênicos .............................................................. 36
3.6.1 Definição ..................................................................................... 36
3.6.2 Por que usar transgênicos?......................................................... 36
3.6.3 Saúde .......................................................................................... 36
3.6.4 Riscos ao Meio Ambiente ............................................................ 37
3.6.5 Consequências............................................................................ 37
3.6.6 Questões Éticas .......................................................................... 38
3.7 Células-tronco ............................................................................. 39
3.7.1 Definição ..................................................................................... 39
3.7.1.1 Células-tronco não embrionárias................................................. 39
3.7.1.2 Células-tronco embrionárias........................................................ 39
3.7.2 Utilização, obstáculos e utilização das células-tronco para tratar
doenças ................................................................................................... 40
3.7.3 Células-tronco do cordão umbilical: doenças que podem ser
tratadas .................................................................................................... 40
3.7.3.1 Leucemias ................................................................................... 40
3.7.3.2 Talassemias ................................................................................ 41
3.7.3.3 Neuroblastoma ............................................................................ 41
3.7.3.4 Imunodeficiências primárias ........................................................ 41
3.7.3.5 Anemia sideroblástica ................................................................. 42
3.7.3.6 Doenças metabólicas .................................................................. 42
3.7.3.7 Anemia falciforme........................................................................ 42
3.7.4 Novos tratamentos ...................................................................... 42
3.8 Clonagem .................................................................................... 43
3.8.1 Definição ..................................................................................... 43
3.8.2 Clonagem e filosofia .................................................................... 43
3.8.3 Qual o problema da clonagem aplicada a seres humanos?........ 44
3.8.4 Pontos negativos e positivos da clonagem ................................. 44
3.8.4.1 Negativos .................................................................................... 44
3.8.4.2 Positivos ...................................................................................... 45
3.8.5 Aspectos éticos ........................................................................... 45

4 CONCLUSÃO ............................................................................. 46

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 47
11

1 INTRODUÇÃO

O tema definido pelo professor Luiz Henrique de Lacerda Abrahão, tem em


vista o aprofundamento na proposição, Filosofia da ciência, a partir da
pesquisa e desenvolvimento do tema Genética, abarcando conceitos
científicos e filosóficos sobre este. Para executar o trabalho foi necessário, o
empenho de toda a equipe, na qual esta se dividiu em pequenos grupos, para
facilitar o aprofundamento nos temas específicos da genética, em que foram
realizadas as pesquisas e relato pelo grupo a fim de demonstrar o
conhecimento e aprendizado adquiridos pelo mesmo.

1.1 Justificativa

O entendimento das diferentes áreas da filosofia da ciência, em especial a


genética, por meio da elaboração de pesquisas, relatos e apresentação do
todo por parte dos membros do grupo ao professor e turma.

1.2 Objetivo Geral

O aprofundamento no ramo da filosofia da ciência a partir do conhecimento e


estudo do tema Genética a partir da pesquisa e análise, por parte de sites
confiáveis e de artigos, sobre as diferentes complexidades do tema proposto
ao grupo.

1.3 Objetivos específicos

a) Obter informações sobre as complexidades da Genética a partir de fontes


confiáveis;
b) Relatar e descrever o porquê do trabalho e como este foi realizado;
c) Apresentar um resumo das pesquisas realizadas;
d) Adquirir conhecimento sobre o tema proposto.
12

2 METODOLOGIA

Com intuito de obter dados e relatos sobre genética e sua representatividade


no campo da filosofia da ciência, foram efetuadas pesquisas selecionadas
pelo grupo. Estes foram escolhidos a partir de:
a) Afinidade e conhecimento do grupo sobre o tema abordado;
b) Disponibilidade dos membros da equipe para contribuição da pesquisa;
c) A colaboração dos membros ao se comprometerem a realizar buscas em
sites confiáveis sobre genética e filosofia.
Foram então estabelecidas pelo grupo reuniões regulares para discursão dos
temas levantados nas pesquisas, em prol de estabelecer a presença
corriqueira de cada membro. Estas foram realizadas com intuito de obter
registros dos resultados obtidos através do estudo do tema, e uma aquisição
de informações para que fossem posteriormente apresentadas em um
seminário.
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3 RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1 Epistemologia Genética

3.1.1 Jean Piaget

Jean Piaget desenvolveu a teoria da Epistemologia genética, síntese do


apriorismo onde afirma o conhecimento inerente ao ser humano e o empirismo,
defende o conhecimento como a observação do mundo físico. A partir das duas
correntes de pensamento o filósofo elaborou assim sua idéia de conhecimento:
interação do sujeito cognoscente com o meio a partir de estruturas já existentes no
ser (como o genes), essa relação acontece segundo ele, através de quatro estágios
em que as estruturas de pensamento devem ser sustentadas pela fase anterior,
sendo estas:
a) Segundo ano de vida, fase de desenvolvimento da limitada capacidade
cognitiva da criança. Os objetos e sensações do mundo permeiam o acréscimo
intelectual desta exemplificada pela permanência dos objetos além do campo visual;
b) Entre o período de dois e sete anos, o indivíduo desenvolve a habilidade
verbal simbólica, aprendendo a representar ações e coisas do senso comum
intuitivamente por meio dos signos, os sons, processo chamado de estágio Pré-
conceitual. O Subestágio Intuitivo caracteriza-se pelo início do pensamento
egocêntrico, ou seja, a criança começa a pensar em si mesmo, além de ter a
percepção de idéias imutáveis;
c) A partir deste intervalo de tempo o indivíduo consegue organizar e agrupar o
conhecimento e acontecimentos para previsão do ambiente ou meio, assim encontra
sentido nas experiências e solução de problemas. Também é desenvolvida a noção
de espaço e volume, amplia-se o pensamento para o mundo externo a ele próprio, e
há o surgimento do questionamento de idéias;
d) Seguido da fase chamada adolescência, neste estágio a pessoa já consegue
formar argumentos e formular hipóteses sem o advento da situação concreta,
entende categorias, conceitos e sua interdependência. A partir das hipóteses o
indivíduo é capaz de fazer deduções para melhor compreensão de determinada
situação
14

3.1.2 Principais características

a) Raciocínio hipotético-dedutivo;
b) Deduções lógicas sem o apoio de objetos concretos;
c) Refletir para além do real presente;
d) Refletir sobre possibilidades;
e) Fazer planos;
f) Elaborar “teorias”;
g) Construir “sistemas”;
h) Pensar sobre o próprio pensamento.

3.1.3 Conceitos

Epistemologia = (filosofia): reflexão geral em torno da natureza, etapas e


limites do conhecimento humano (…); teoria do conhecimento; (Derivação) estudo
dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou
das teorias e práticas em geral, (…); teoria da ciência.
Genética = (biologia, medicina): ciência voltada para o estudo da
hereditariedade, bem como da estrutura e das funções dos genes; (biologia): estudo
das inter-relações das características genéticas e ecológicas das espécies ou
populações de seres vivos.
Desta forma, “Epistemologia Genética” expressa a idéia de busca pelo
entendimento científico da perpetuação do conhecimento expressada pelos seres
vivos e sua evolução.
15

3.2 Seleção Natural: de Lucrécio a Darwin

3.2.1 Introdução

A idéia por trás da seleção natural começou bem antes de Darwin, antes
de cristo, para ser mais exato. Da mesma forma que Empédocles, existiu um filósofo
latino e poeta que viveu entre 94 e 50 a.C. de nome Lucrécio. Ele entendia que
alguns dos seres originados da terra mostravam-se incapazes de sobreviver e eram,
assim, substituídos por outros. Apenas aqueles que tinham as capacidades
necessárias ao ambiente conseguiam sobreviver e gerar descendentes, assim como
na Figura 1.
Muitos anos depois, Charles Darwin fez uma viagem ao redor do mundo
em 1831, onde ele foi capaz de construir seu olhar crítico sobre a natureza e adquirir
dados empíricos que foram suficientes para formular a teoria da evolução das
espécies através da seleção natural. Ele se utilizou de um dos princípios
imprescindíveis da ciência: a observação da natureza. Uma de usas observações foi
que na ilha de Galápagos ele observou que os tentilhões, pequenos pássaros que lá
existem, mesmo sendo da mesma espécie, tinham bicos diferentes, maiores ou
menores, conforme fosse a ilha de origem.
Um dos exemplos da seleção natural nos dias atuais é o fato das pessoas
africanas portadoras da doença anemia falciformes serem imunes à malária, doença
que assola a região. Essa doença é causada por uma mutação nas hemácias,
deixando-as com um formato de foice, fazendo com que a toca gasosa não funcione
de maneira plena. Porém esse formato impede que o protozoário Plasmodium entre
nessas células causando problemas neurológicos e circulatórios ligados à malária.
Dessa forma, os seres humanos com a anemia falciforme sobrevivem mais do que
os que não a têm na África, marca da seleção natural.

Figura 1 – Seleção Natural

Fonte: https://www.todamateria.com.br/selecao-natural/, 2019.


16

3.2.2 Hereditariedade segundo Hipócrates e Aristóteles

A hereditariedade consiste no fenômeno em que os genes e as


características dos pais são transmitidos aos seus descendentes. As características
genéticas e fenotípicas transmitidas dessa forma são chamadas de hereditárias.
Todavia, há idéia de “genes”, “genótipo” e “fenótipo” é bastante atual.
Por volta de 410 a.C., o filósofo conhecido como “Pai da medicina
ocidental” ou Hipócrates, propôs a idéia da pangênese, a qual afirmava que o
organismo produzia partículas de todas as partes do organismo e que essas
partículas eram transmitidas no momento da reprodução.
Depois dele, Aristóteles (384-322 a.C.) também possuía uma idéia sobre
hereditariedade. Segundo ele, existia algum material no sêmen (termo que era
usado nesse caso no sentido de gametas e não como a secreção eliminada na
ejaculação) produzido pelos pais que garantiam a transmissão de características.
Após ele houveram poucos trabalhos verdadeiramente inovadores, já que
apenas depois do Renascimento, os estudos voltaram a ser realizados com o
objetivo de desvendar a hereditariedade, mas com pouco progresso. Somente com o
surgimento das idéias de Mendel que o estudo da genética teve avanços

3.2.3 Mendel e a genética

Gregor Mendel (1822-1884) realizou experimentos para descobrir os


fundamentos por trás do mecanismo de transmissão hereditária entre as gerações.
A metodologia realizada por ele consistia em realizar cruzamentos entre diversas
linhagens de ervilhas que quando após seis gerações ainda apresentava as mesmas
características. Esses cruzamentos eram feitos com a polinização cruzada, ou seja,
retirar pólen de uma planta com semente amarela e depositá-lo sob o estigma de
uma planta com sementes verdes. Eram observados: cor da flor, posição da flor no
caule, cor da semente, textura da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura
da planta, assim como apresentado na Figura 2. Com isso ele elaborou duas leis,
que ficaram conhecidas como “Genética Mendeliana”.
A primeira lei, também chamada de lei da segregação, na qual admitia a
existência de fatores para cada característica e que esses segregam-se na formação
dos gametas, nos quais ocorrem em dose simples. Tais fatores futuramente seriam
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chamados de genes. Ele chegou a essa conclusão observando que plantas de


sementes amarelas sempre produziam 100% dos seus descendentes com sementes
amarelas.
A Segunda lei, também conhecida como lei da segregação independente,
no qual admitiu ainda que os fatores para duas ou mais características distribuem-se
de forma independente para os gametas e combinam-se ao acaso. Nesse caso,
Mendel também realizou o cruzamento de plantas com sementes amarelas e lisas
com plantas de sementes verdes e rugosas. Isso possibilitou o surgimento de
plantas verdes e lisas e amarelas e rugosas, como na Figura 3.
Essas leis foram formuladas através do uso da lei natural estatística, em
que Mendel realizou seus experimentos e fez regras simples de probabilidade para
observar as variações existentes na transmissão de algumas características.

Figura 2 – Experimento de Mendel Figura 3 – Lei de Mendel

Fonte: https://www.sobiologia.com.br, 2019. Fonte: https://www.todamateria.com.br

3.2.4 Gene e demais conceitos

A palavra gene foi primeiramente utilizada pelo botânico dinamarquês


Wilhelm Johannsen que inventou a palavra (“gen” em dinamarquês e em alemão)
em 1909 para descrever estas unidades físicas e funcionais fundamentais de
herança. O gene consiste em uma sequência específica do DNA que contém as
instruções necessárias para a síntese de uma proteína ou molécula de RNA, sendo
uma unidade fundamental da hereditariedade. Todas as células de um corpo
possuem os mesmos genes, entretanto, em algumas células, um tipo de gene é
ativado e outro é desativado, garantindo, assim, a diferenciação das células. Para
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características como a cor dos olhos, por exemplo, a tonalidade escura é dominante
e a azul clara é recessiva. São encontrados nos cromossomos, que são formados
por cadeias de DNA altamente condensadas associadas a proteínas.
Existem duas cópias de um gene (uma cópia proveniente do pai e outra
da mãe) atuando para que ela se expresse, ou seja, dois alelos. Alguns alelos são
dominantes sobre outros, ou seja, a presença de um único alelo é capaz de
expressar a sua característica. Já os genes recessivos só se expressam aos pares.
Pode-se ver um exemplo disso nos experimentos de Mendel, em que se
uma planta tivesse o alelo V e um v ou dois alelos VV, em relação a cor da semente,
ela se expressaria de cor amarela, e apenas se tivesse dois vv, seria verde. Para
estes também se da o nome de homozigoto, quando existem dois alelos dominantes
ou recessivos (AA ou aa), e heterozigoto, quando há a presença de um dominante e
um recessivo (Aa), como demonstrado na Figura 4. Há ainda a codominância, onde
os organismos heterozigotos expressam ambos os alelos de um gene ao mesmo
tempo.
Sabendo o que é o gene, fica fácil entender o significado de genótipo, que
consiste na constituição genética de um organismo. Todavia, eles não atuam
sozinhos na expressão das características dos organismos. O fenótipo também atua,
sendo ele a totalidade das características observáveis de um indivíduo, as quais são
determinadas pelo conjunto de nossos genes, ou seja, podemos dizer que o fenótipo
é a expressão do genótipo.

Figura 4 – Genes Alelos

Fonte: https://www.todamateria.com.br/genes-alelos/, 2019.


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3.3 Melhoramento genético

3.3.1 Definição

Especialidade da Biologia que procura estudar como as propriedades


exclusivas biológicas, hereditariedade e variação entre os organismos são
transmitidas pelos genes de geração em geração. O melhoramento genético seria
uma produção científica destinada a substituir genes específicos afim de aprimorar
características inerentes dos seres vivos.
Além deste processo, existe o tratamento genético responsável por
solucionar alguma doença ou deficiência existente no ser vivo. Apresenta-se por
meio destas duas possibilidades uma questão filosófica no campo da Moral, haja
vista “até que ponto seria admissível a otimização fisiológica?”. Através da evolução
da Ciência em vertentes como a Biomédica e a Genética, hoje podemos prevenir e
curar uma gama de doenças, apesar de ser uma das soluções para problemas
epidêmicos o melhoramento genético também pode ser orientado por outros temas
além do terapêutico.

3.3.2 O bem dos indivíduos x O bem da sociedade

O foco de atenção nessa pesquisa é sobre melhoramento genético no


qual, os defensores do melhoramento muita das vezes de afirmam que esse
“melhorar” significa aperfeiçoar, quando o assunto é melhorar, estamos
necessariamente dizendo que tornar as pessoas positivamente bem em modo geral.
Porém pode ser bom para os indivíduos que fazem tais terapias médicas, mas
negativo para a sociedade como todo. Ressalta que a prática do melhoramento
humano resulta em desigualdade social, pois os tipos de tecnologias genéticas
estarão acessíveis apenas para aqueles que tem poder aquisitivo para investir nos
mesmos, uma vez que o mundo gira em torno do sistema capitalista, será difícil ter
acesso gratuitamente através de serviços públicos, devido às restrições de recursos
por exemplo. O tipo de apelo à igualdade é rotineiramente feito por aqueles que se
opõem ao melhoramento genético, uma vez que eles acham que ficariam em
desvantagem por causa da desigualdade social, já os defensores do melhoramento
20

genético rotineiramente respondem apontando que já toleram uma ampla variedade


de melhoramentos não-genéticos que promovem a desigualdade.

3.3.3 Valores conflitantes

Questões sobre a ética do melhoramento genético, portanto, giram tanto


em questões empíricas e filosóficas não resolvidas, existem questões empíricas não
resolvidas sobre a extensão da desigualdade que resultaria de uma prática irrestrita
de melhoramento humano e o impacto geral que uma prática irrestrita de
melhoramento humano teria no bem-estar humano. Não podemos prever
consequências, mas a pesquisa interdisciplinar das ciências sociais, incluindo
modelagem assim por diante, o espectro de melhoramento levanta questões
filosóficas importantes e difíceis, as principais questões não resolvidas dizem
respeito a como o valor da liberdade pessoal deve era pesado contra a igualdade
social e o bem-estar nos casos em que esses valores entram em conflito. A
liberdade é considerada importante no contexto de reprodução em particular, na
medida em que colocamos em valor alto na liberdade reprodutiva, devemos resistir
em reprimir as escolhas dos pais em relação ao melhoramento genético de seus
filhos.
No entanto, a liberdade não deve ser pensada como tendo prioridade
absoluta sobre todos os demais valores. Liberdade, igualdade e bem-estar são
importantes, por isso nenhum deve ter prioridade sobre os outros. Assim, se os
gastos sociais da prática irrestrita de melhoramento genético forem altos
(desastrosos) para o bem-estar ou a igualdade, então a importância da liberdade
individual pode ser obsoleta pela importância desses outros valores. Existem três
abordagens principais na filosofia moral; primeiro, os utilitaristas argumentam que o
bem-estar agregado é a única coisa que importa para a sociedade, em contraste, os
igualitaristas frequentemente atribuem peso extremo ao valor da igualdade; e
libertários colocam peso extremo no valor da liberdade.
Porém cada um traz consigo algo de errado, na medida em que cada uma
tenda a colocar o peso absoluto o preponderante nos valores que enfatizam, nesse
último aspecto, elas estão desalinhadas com os pensamentos éticos do senso
comum, para resolver questões sobre o melhoramento genético precisa-se de uma
quarta abordagem que forneça uma maneira fundamentada de encontrar um
21

equilíbrio ou fazer concessões entre liberdade, igualdade e utilidade em casos de


conflito, é necessário determinar até que ponto os custos de bem-estar coletivo
precisariam ser justificados parar dizer não as essas que a liberdade de melhorar
seus herdeiros e a si mesmas.

3.3.4 Argumentos contra e a favor

3.3.4.1 Contra

O aprimoramento genético viola o direito à autonomia: ao escolher o


código genético da criança com antecedência, os pais negam a ela o direito a um
futuro aberto. Isso irá direcionar as crianças à escolhas particulares (Sandel). Crítica:
Mas isso equivocadamente implica que na ausência de um projetista, as crianças
são livres para escolher suas características para si. Mas nenhum de nós escolhe
sua herança genética (Sandel).
Quer seja o pai ou a natureza, de qualquer forma a criança não tem
liberdade. As crianças estão à mercê de seus pais ou a loteria genética. O
aprimoramento genético criaria duas classes de seres humanos: aqueles com
acesso a tecnologias de melhoria e aqueles que devem se contentar com suas
capacidades naturais (Sandel). Crítica: Mas isso não mostra o que há de errado com
o aprimoramento propriamente dito. É o efeito de uma injusta distribuição de
melhoramentos. Se a injusta distribuição pudesse ser resolvida, nós ainda seríamos
deixados com o debate sobre se o melhoramento genético é moralmente aceitável
(Sandel).
O aprimoramento genético desfigura a relação entre pais e filhos, e priva
os pais da humildade e simpatia de que uma abertura para o inesperado gera
(Sandel). Os pais podem perder a ideia de amor incondicional, afirmando o ser da
criança, e se concentrar demais em transformar seu filho, buscando perfeição
(Sandel). Crítica: Mas se é bom contratar tutores, pagar as aulas de preparação o
SAT e contratar instrutores pessoais para os seus filhos, por que o melhoramento
genético é diferente?
Começaremos a ver nossos talentos como realizações pelas quais somos
responsáveis em vez de presentes pelos aos quais devemos ser gratos. Isso
transformaria a paisagem moral de três maneiras fundamentais (Sandel):
22

a) À medida que os pais adquirem a capacidade de controlar vários aspectos do


código genético dos filhos, começariam a perder a humildade de aceitar as crianças
tal como elas nascem. Essa humildade age como um controle sobre o impulso de
controlar as crianças (Sandel);
b) O aprimoramento genético resultaria em uma explosão de responsabilidade.
Nós começaremos a atribuir cada vez menos responsabilidade ao acaso e mais à
escolha. Isso abre a porta para culpar alguns por não escolher se melhorar de
alguma forma. Suportaremos um fardo maior pelos talentos que temos ou não
(Sandel);
c) A melhoria genética corroerá a solidariedade. Quanto mais o acaso tiver um
papel em nossos talentos e dons, mais razão temos de compartilhar nosso destino
com outros, como forma de entender sua situação (Sandel). Por que a pessoa que
teve sucesso deve algo ao menos afortunado? Porque vê seus dons como o produto
da boa fortuna e não tem mérito total sobre eles (Sandel);
Crítica: Mas não é também verdade que muitas pessoas desejam ajudar
os outros com um sentido de respeito e preocupação com o valor de outras pessoas
e não porque elas não merecem seu destino (Kamm)? (Permitir o aprimoramento
genético significaria que há menos casos de pessoas que estão mal e, portanto,
menos pessoas que precisam de ajuda) (Kamm).

3.3.4.2 A favor

Enquanto não houver coerção estatal, as pessoas devem ser livres para
projetar seus filhos ou eles próprios. O resultado estará de acordo com os interesses
de todos. As pessoas serão livres para perseguir seus próprios objetivos preferidos
de vida e para não serão limitadas pela distribuição natural injusta de talentos.
(Rawls, conforme analisado por Sandel).
Teríamos a capacidade de curar doenças, prolongar a vida, melhorar o
sofrimento e ajudar as pessoas a se destacar em seus esforços (Conselho do
Presidente sobre Bioética).
Fazer uma distinção moral entre o melhoramento genético e o tratamento
não parece capturar o que pode ser moralmente digno de valorização no
melhoramento genético. Suponha que podemos encontrar a cura para uma doença
terrível somente se nós melhorarmos a inteligência e memória de nossos melhores
23

cientistas, então parece que esse aprimoramento pode ser moralmente admissível
(Kamm).
A importância de descobrir tratamentos pode repousar no aprimoramento
da inteligência. Nem tudo o que a natureza oferece é sagrado e merecedor de
honra. A natureza é também responsável pelo câncer, AIDS e terremotos. Se for
permitido, como Sandel parece sugerir, interferir com as partes “ruins” da natureza,
então parece que também é correto permitir a extensão de nossa vida e evitar certos
aspectos do envelhecimento. (Kamm).

3.4 Alterações genéticas em Embriões

3.4.1 Método de análise e diagnóstico

O diagnóstico genético pré-implantacional (DGPI) é uma técnica derivada


dos procedimentos de reprodução humana assistida (RHA). É realizado em
embriões obtidos pela técnica de fertilização in vitro antes de sua implantação no
útero, permitindo o diagnóstico de um grande número de doenças genéticas nestes
embriões.Com o crescimento da procura pelo DGPI e com as novas possibilidades
proporcionadas por esta técnica surgem diversas questões quanto a suas aplicações
e também quanto às implicações éticas envolvidas no seu uso.
Primeiramente são adquiridos os ovócitos que serão fecundados, seja por
adição destes em cultura de espermatozóides ou através de injeção
intracitoplasmática de espermatozóides. Os métodos para o diagnóstico variam em
relação ao tipo de doença analisada, a técnica da Reação em Cadeia Polimerase
(PCR) e a Hibridação Fluorescente In Situ (FISH) são mais utilizadas e,
recentemente a técnica de Hibridação Genômica Comparativa (CGH) vem sendo
utilizada no DGPI.
O DGPI pode estar relacionado a terapia gênica por entre a genotipagem
dos antígenos leucocitários humanos (HLA) codificando as proteínas,
proporcionando aos pacientes células-troncos embrionárias compatíveis a um
doador. Exemplificando, embriões com HLA genotipado procuram compatibilidade
com o irmão que após o nascimento pode doar, crianças chamadas de “irmãos
salvadores”.
24

A regulamentação do DGPI varia em nível mundial devido a multiplicidade


de opiniões frente à Reprodução Humana Assistida (RHA). No Brasil não há uma
regulamentação federal, o responsável no país é o Conselho Federal de Medicina
desde a primeira resolução em 1992 e a última em 2013 limitando o uso do DGPI
para somente a genotipagem de HLA e a formação de células-tronco, restringindo
mulheres de até 50 anos para RHA e uso das técnicas por casais homo afetivos ou
pessoas solteiras. Apesar das normas ainda não foi decidido quais órgãos podem
ser doados por embriões HLA - compatíveis.

3.4.2 Questões Éticas

As diferentes possibilidades de aplicações do DGPI dão margem à


discussão de um grande número de questões éticas pelos mais variados setores da
sociedade. Um possível uso do DGPI, no futuro, para a seleção de características
físicas com fins sociais, como cor dos olhos, cabelos e até características
psicológicas, como inteligência. Há a possibilidade de uso do DGPI para um
melhoramento genético, gerando seres “perfeitos” e “imperfeitos”. É questionável se
o conceito de “criança saudável” englobaria uma criança portadora do gene
causador da doença. Esta criança não manifestaria os sintomas da doença, mas
poderia transmitir o gene para as próximas gerações. Assim, selecionar apenas
embriões saudáveis e não portadores do gene extrapolaria os objetivos do DGPI em
relação a saúde do bebê a ser gerado. Estes pesquisadores também citam a
possibilidade do uso do DGPI para seleção do sexo da criança sem o objetivo de
prevenção de doenças genéticas, mas para fins sociais. Quanto a isso, discute-se
também a possibilidade de um desbalanço sexual, principalmente em países onde
há preferência por um dos sexos, como na Índia. Por outro lado, há aqueles que
defendam o direito dos pais escolherem o sexo da criança. Estes pesquisadores
consideram que a escolha do sexo do filho é algo pessoal, que deve ser decidido
pelo casal em total uso de sua autonomia, principalmente nos países onde a
preferência por um dos sexos é evidente.
Quanto ao uso do DGPI para obtenção de crianças doadoras de células-
tronco, pesquisadores cogitam a possibilidade de um casal ter um filho saudável
apenas pelo desejo de salvar uma criança já existente, havendo o risco de a nova
criança ser menos amada que seu irmão. Porém pode existir a dificuldade dos
25

profissionais envolvidos no DGPI em identificar se os pais estão dispostos a cuidar


de seus filhos de forma igualitária. Isso torna difícil a tomada de decisão sobre a
realização do DGPI por estes profissionais. Em seu trabalho, este autor também
relata a possibilidade do uso do DGPI associado a genotipagem do HLA para a
geração de crianças que servirão como futuros doadores de órgãos para um irmão
doente. As questões éticas que envolvem o uso de embriões nos procedimentos de
RHA são bastante complexas, devido a não existência de uma definição do conceito
do que seja o embrião, sendo este considerado um “material biológico” por algumas
filosofias e uma “pessoa em formação” para outras. Quanto ao DGPI, a principal
questão envolvendo o embrião refere-se a definição de sua inviabilidade. Nesta
técnica, os embriões que possuem alguma doença genética são considerados
inviáveis e são descartados ou doados para pesquisa. Porém, isso não significa que
estes embriões não possam dar origem a uma vida. Além disso, erros de
diagnósticos podem levar ao descarte de embriões saudáveis, viáveis pra a
implantação.

3.5 Fertilização invitro

3.5.1 Definição

A fertilização in vitro (FIV), reprodução assistida ou bebê de proveta é o


processo de coleta de gametas para fecundação em laboratório, seguido do
transporte para o útero materno.

3.5.2 Considerações a respeito da F.I.V.

3.5.2.1 Como é feita a F.I.V

Primeiramente são coletados os gametas: os espermatozóides são


provenientes da masturbação, ou em homens que não possuem a produção no
sêmen fazem uma punção ou biópsia para a retirada das células reprodutoras nos
testículos. Os óvulos são produzidos através de estímulos no coito com injeções
subcutâneas (gonadotróficas) de até 12 folículos. Em casos onde o indivíduo está na
menopausa ou não sintetiza androgametas é indicado a doação de gametas.
26

Após a coleta, os espermatozóides e óvulos são selecionados e postos


em cultura, onde são usados aproximadamente 150 mil gametas masculinos por
gameta feminino. As principais diferenças entre a reprodução natural são os
menores riscos para malformação, e a não fecundação dependendo da qualidade do
material coletado.
Já fecundado e pronto para ser implantado no útero da mulher a
quantidade de embriões depende da idade: 2 para abaixo dos 35 anos, 3 até 40
anos e 4 acima do mesmo, similar ao exame Papanicolau o espéculo, aparelho de
exames ginecológicos, localiza o colo uterino e o cateter é inserido a 1 centímetro do
fundo do útero. A detecção de sucesso pelo procedimento dá-se após de 12 a 14
dias.

3.5.2.2 Duração do tratamento

A fertilização in vitro costuma durar em torno de 25 dias, partindo da


estimulação até a conclusão do procedimento de detecção.

3.5.2.3 Custo da F.I.V.

Apesar de sua utilização em várias vertentes seu preço é alto devido a


sua complexidade tecnológica e científica. A maioria dos planos de saúde não
cobram o processo, e os que cobram parcelam à longo prazo em três parcelas da
quantia, definida na faixa de R$ 5 ao 20 mil.
O preço varia de acordo com o método e hormônio utilizado , encontrados
no mercado com preço entre R$ 100,00 e os mais caros a 5 mil. O tratamento pode
haver mais de um tentativa visto que não é um procedimento de total sucesso
aumentando o problema financeiro.

3.5.2.4 Procedimento gratuito pelo SUS

A assistência é oferecida pelo S.U.S. (Sistema Único de Saúde) desde


2009 segundo o Ministério da Saúde mas iniciou o repasse de R$ 11,5 milhões a
partir de de 2012. Porém, existem poucos hospitais que realizam os procedimento
de forma gratuita e ainda precisa-se entrar em uma lista de espera.
27

3.5.2.5 Para quem a F.I.V. é indicada

Normalmente é indicado para mulheres com problemas nas trompas ou


endométrio, o que dificulta a locomoção do espermatozóide pelo útero, e também
para homens com problemas na formação do gameta.
Outra situação aconselhável para o procedimento é a doação de óvulos,
seja para mulheres que perderam a capacidade de produção ou para casais
homoafetivos masculinos.

3.5.2.6 Preparação da F.I.V.

Toda mulher que deseja engravidar precisa de cuidados importantes para


a saúde, como ter uma alimentação adequada, praticar atividades físicas, reduzir a
ingestão de álcool, não fumar e fazer a reposição de ácido fólico. Também é válido
procurar verificar se há alguma doença que possa prejudicar a gravidez como
hipertensão e diabetes.

3.5.2.7 O que esperar da F.I.V.

O sucesso do procedimento está ligado a idade do óvulo existente no


corpo da mulher desde a infância e passa também pelo envelhecimento celular:
abaixo de 35 anos há 60% de chance, entre 35 e 40 anos, 40% e continua a diminuir
para 30% com 40 anos e até 8% depois.

3.5.2.8 Riscos da F.I.V.

Por ser fecundado fora do útero, pode surgir uma gravidez ectópica, e o
embrião é colocado um centímetro do fundo do útero como forma de prevenção.
Em mulheres abaixo dos 35 anos, quando mais de um embrião é
transferido há possibilidade de gravidez de gêmeos. É considerado uma gestação de
risco pois geralmente acarretam em partos prematuros levando a um cuidado
redobrado tanto para mãe quanto para o feto.
28

3.5.2.9 Contraindicações da F.I.V.

O uso de medicamentos para indução da ovulação é contraindicado para


mulheres com carcinoma ovariano, uterino e mamário e tumores do hipotálamo ou
da glândula pituitária.

3.5.3 Ética

Ninguém poderia ser contrário ao que se tem feito em favor da chamada


reprodução assistida, principalmente quando isto representa uma proposta em favor
da maternidade, pois este é um sentimento profundamente ligado à realidade
humana. Todavia este projeto não deve representar um descaminho da ética e um
desrespeito à dignidade do homem e da mulher.
Mesmo na reprodução assistida dita homóloga, quando os gametas
procedem do casal que pede ajuda, isto não quer dizer que não existam
conseqüências que devam ser criteriosamente analisadas. A reprodução assistida
usada de toda forma tão-só como objeto de produção de um ser humano para a
realização de um desejo, pode não representar um ato lícito e perverter o sentido da
própria maternidade.
O próprio Conselho Federal de Medicina, por meio de seu Parecer-
Consulta CFM nº 23/96, quando indagado sobre o descarte ou e a destruição de
embriões criopreservados, previstos na Resolução CFM nº 1.358/92, reconheceu
que se faz necessário “promover avaliações com o objetivo de aprofundar estudos
sobre a necessidade de atualização das referidas normas sobre este e outros
questionamentos a respeito”.
Tais questionamentos muitas vezes passam despercebidos porque a
tendência, face certos interesses, é silenciar. Podemos destacar:
a) Redução embrionária. Pelas técnicas de reprodução assistida disponíveis
atualmente, ainda se registra uma cifra muito elevada de embriões que são
sacrificados quando já implantados no útero. Justificam esta redução com o
argumento de as técnicas serem ainda incipientes e amenizam tal conduta
insinuando-se que no processo natural também ocorre essas perdas. Afirmam que a
existência dos partos múltiplos poderia redundar em riscos graves para a saúde dos
filhos e da mãe;
29

b) Sobra de embriões. Esta talvez seja a questão mais delicada das técnicas de
fertilização “in vitro”. Na Espanha a legislação permite o congelamento de embriões
durante 5 anos e depois deste prazo obriga sua destruição. Em outros países,
sentenças judiciais vêm sendo dadas ora em favor da manutenção e doação, ora
pelo simples descarte. O grande problema está nos casos de separação ou divórcio,
mas a tendência por novas implantações ou descarte tem sido em respeito à
vontade das mães. Muitos entendem que um pré-embrião no estágio de oito células
sem desenvolvimento da placa neural não pode ser considerado um ser humano.
Todavia, outros com muito mais razão acham que o ser humano não é apenas uma
questão de quantidade de células, mas, e muito mais, uma questão de valor. É claro
que não se pode manter a guarda dos embriões criopreservados por tempo
indeterminado. Há de se encontrar uma fórmula capaz de atender aos imperativos
das novas técnicas de fertilização e, ao mesmo tempo, manter o respeito pela
dignidade humana. Uma das propostas seria a adoção de pré-embriões, e não a
simples doação;
c) Uso de embriões na pesquisa. Se não houver uma política correta no sentido
de proteger os embriões criopreservados, certamente eles irão cair nas mãos dos
especuladores em programas de experiências e manipulações genéticas de
embriões humanos. Muitos já disseram ser o programa de fertilização apenas uma
“cortina de fumaça” para encobrir os verdadeiros interesses das experimentações
em projetos de genética humana, sem os problemas éticos e jurídicos. O grande
risco é que uma ciência sem limite pode se voltar depois contra a humanidade. É
preciso evitar a “experimentação humana”;
d) Relação de filiação. Numa reprodução assistida o filho não é mais o resultado
da união dos pais como expressão do amor do homem e da mulher; é tão-somente a
manipulação de gametas. Pode até ser um legítimo direito dos pais, mas será que
isto justifica ao filho ser uma forma digna de nascer? Infelizmente começamos a
viver a fase da “medicina do desejo”, já manifestada desde a época em que se
decidiu quem, quando, onde e como deve nascer alguém. Agora surge a entrada
dos “filhos muito desejados” e a técnica se alia a essas ansiosas paternidades, como
enfatiza Lopez Moratalla (in Deontologia Biológica, Pamplona: Faculdad de Ciencias
de la Universidad de Navarra, 1987);
e) Manipulação genética. Com o advento do Projeto Genoma Humano, que
pretende identificar e seqüenciar os 100 mil genes humanos, acredita-se que será
30

um pretexto para alguns pesquisadores utilizarem-se da engenharia genética no


sentido de manipular principalmente as células germinativas humanas. Isto não quer
dizer que a humanidade não esteja necessitando dos resultados daquele projeto,
como forma de solucionar algumas doenças hereditárias. O risco está em se utilizar
os embriões humanos na tentativa de se criar um hipotético progresso genético.

Além destes aspectos manifestamente negativos, há aqueles que


levantam certas dúvidas na prática da reprodução assistida. Vejamos:

a) O tempo de congelação dos embriões. Entre nós não existe nenhuma norma,
ética ou jurídica, que discipline o tempo pelo qual possa ser mantido o embrião
humano para fins de implantação futura. A dúvida que se impõem é a seguinte: Até
quando ele pode ser guardado? A Comissão Warnock admite um prazo de
conservação de 10 anos, propondo inclusive para a progenitura, a data e a hora do
nascimento e não a data da fecundação (ver Declaração de Bali, sobre “Aspectos
éticos da redução embrionária”, adotada pela 47ª Assembléia Geral da AMM, em
outubro de 1995, na Indonésia);
b) A condição jurídica do embrião congelado. O embrião fecundado in vitro teria
a mesma tutela legal assegurada no Código Civil brasileiro ao nascituro? Ou seja,
teria ele a mesma proteção do embrião fecundado in vivo? Como se sabe, o
nascituro mesmo sem ter adquirido a qualidade de pessoa, é detentor de direitos,
levando em conta que ele tem personalidade especial ou provisória. Por isso não se
pode considerar como proposta absurda ser-lhe dispensada tutela jurídica.
Acreditamos que o embrião fecundado in vitro e congelado, no futuro, deverá
merecer esta proteção, dentro do que poderíamos chamar de “Estatuto Jurídico do
Feto e do Embrião”;
c) Fertilização após a morte do marido. Hoje, entre nós, com a vigência do novo
Código Civil, presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I –
havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; II –
havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes
de concepção artificial homóloga. Outros, como no caso do Conselho da Europa,
proíbem a inseminação post mortem, a não ser que definam previamente quais os
direitos dos nascidos na continuidade deste processo;
31

d) A natureza jurídica da obrigação médica na RA. Entendemos que o médico


tenha com a paciente uma obrigação de meios e não de resultado, no emprego
destas técnicas, quando provado que ele usou de todos os recursos procedentes e
dos cuidados que se exigem em tais situações. Todavia, tal entendimento não lhe
tira a obrigação de responder civilmente por erros em que fique patente ter ele
faltado com os deveres de vigilância, de abstenção de abusos e de qualificação
específica nesta atividade profissional. Indaga-se muito se o médico é responsável
pela não compatibilização de algumas características da criança, como cor dos
cabelos e dos olhos. Alguns acham que sim, desde que o médio tenha se obrigado a
isto. No entanto, o fato mais delicado da questão é quando da reprodução assistida
de um casal branco advenha o nascimento de uma criança negra, por exemplo;
e) Acredito, neste particular, que não há responsabilidade a apurar. É difícil
admitir-se que alguém se sinta lesado pelo nascimento de uma criança de raça
diferente da sua. Não há nenhum dano biológico, nenhuma doença grave, nenhum
defeito congênito. Diferente, no entanto, seria se das técnicas usadas resultasse o
nascimento de uma criança doente, cujo mal fosse procedente do material do
doador e evitado através de exames específicos. Assim, é da obrigação do médico a
seleção das partes, a escolha do material genético, assim como sua implantação,
conservação, diagnóstico e cuidados pré-natais;
f) Comercialização de sêmen, óvulos e embriões, e aluguel do útero. Por mais
que as aparências neguem, sabe-se que existe a comercialização do sêmen, óvulos
e embriões, e que nem sempre a cessão do útero para a fertilização heteróloga é
simplesmente altruística. Inúmeras são as legislações no mundo inteiro que proíbem
tais expedientes, mas dificilmente tem-se como controlar as relações entre
receptores e os doadores. A Resolução CFM nº 1.358/92, que estabelece as normas
éticas sobre reprodução assistida, recomenda que a doação “nunca deverá ter
caráter lucrativo e comercial” e que a doação temporária do útero deve ser
processada entre pessoas da família da doadora genética, num parentesco até o 2º
grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização dos Conselhos Regionais de
Medicina, exatamente para evitar os interesses comerciais e lucrativos.
32

3.5.4 Bioética em reprodução humana

A bioética é como estratégia de garantir os direitos humanos, retratando,


como parâmetros éticos os princípios da autonomia, beneficência, não malevolência
e justiça, porém ramifica seu campo de regulação e crítica para a consideração da
fragilidade de certos grupos populacionais à violação de seus direitos em relação a
assistência à saúde e da exposição ou limitação às novas tecnologias, o exercício
da medicina envolve, em grande parte, experimentação cientifica, dando enfoque
para fins de viabilização de mudanças inovadoras alternativas à vida e à saúde
anteriormente não viáveis, mas tornadas possíveis pelos avanços biotecnológicos.A
reprodução humana sempre foi uma experiência social regulada por práticas
culturais e históricas.
Diversos povos em diferentes épocas históricas adotaram estratégias
para melhorar a fertilidade e garantir que as relações sexuais que não resumissem
somente em procriação, a tecnologia biomédica permitiu desvincular a sexualidade
da reprodução (uso da pílula anticoncepcional), quanto à reprodução humana do
coito heterossexual (por meio das novas tecnologias reprodutivas). Para fins de
regulação do organismo para a fertilidade utilizam-se medicações hormonais
sintéticas, mas também técnicas de manipulação de material genético, como a
inseminação artificial e fertilização in vitro. As novas tecnologias reprodutivas são
definidas como um conjunto de procedimentos tecnológicos voltado para o
tratamento de condições de infertilidade e infecundidade, através de técnicas que
substituem a relação sexual no processo da concepção de embriões humanos.
“Expor o tem na mídia, no entanto, pode favorece a sobrevalorização das
tecnologias reprodutivas, reforçando a idéia de que o poder médico teria superado
as limitações reprodutivas, escondendo suas limitações e silenciando os desafios
éticos de democratização que não se encaixam no modelo familiar heterossexual.
Apesar de que a mídia explorar com mais frequência os aspectos positivos das
tecnologias, também se veiculam valores negativos sobre os efeitos desse avanço
na medicina reprodutiva. Os avanços tecnológicos no campo da reprodução humana
são apresentados ora como conquista benéfica da biomedicina, por meio da
exaltação do poder médico na superação de entraves individuais para a
consumação da reprodução humana, ora como práticas de risco, sobretudo moral,
sobre a família e a ordem patriarcal. Abrangem também o tema da diversidade
33

humana, já que o debate muitas vezes vem acompanhado da sombra da eugenia na


seleção de embriões” (CORRÊA, 1997).
“Questões éticas e de proteção aos direitos humanos fundamentais
devem ser consideradas nesse debate, no qual podemos destacar a contribuição
dessas novas alternativas terapêuticas para a manutenção de padrões morais
hegemônicos em relação à ordem de gênero e, mais especificamente, à família
patriarcal. A consideração crítica dessas novas tecnologias biomédicas a partir da
perspectiva da Bioética feminista permitirá questionar os limites da autonomia no
acesso à assistência reprodutiva, sinalizando para a necessidade da defesa dos
direitos humanos como estratégia de enfrentamento do poder de normatização
disciplinar que a medicina pode impor aos corpos e costumes” (FOUCAULT, 1995).
No Brasil, não existe ainda nenhuma legislação que regulamente os
procedimentos de reprodução assistida. O único documento de que se dispõe para
tanto é a Resolução 1358/923 do Conselho Federal de Medicina. Este, oferece as
orientações éticas para utilização das novas tecnologias reprodutivas nas clínicas de
fertilização. Nesse documento estão presentes algumas informações sobre o que os
médicos estão permitidos ou impedidos de fazer no uso das tecnologias
reprodutivas.
A utilização de técnicas médicas para realização de procedimento de
fecundação abriu uma série de novas situações que impõem dilemas específicos, os
quais demandam reflexão e regulamentação ética para além dessa resolução, há
diversos aspectos do uso das novas tecnologias conceptivas, porém, encontram-se
defasados nesse documento, como a assistência à reprodução para casais não-
heterossexuais, a doação de embriões pré-implantados para pesquisa científica e
clonagem humana.
Foram eleitas algumas questões éticas sobre a reprodução humana
assistida e a regulamentação ética dessa prática. Serão abordadas problemáticas
referências às tecnologias reprodutivas que requerem reflexão crítica, tais como a
compulsoriedade da maternidade, os critérios de elegibilidade para o acesso às
tecnologias reprodutivas, as relações entre médicos e usuários e a figura do embrião
extra corporal. Todos esses pontos aqui levantados merecem reflexão ética para
que a aplicação de procedimentos em reprodução assistida e seus efeitos não
contribuam para a violação de direitos humanos.
34

3.5.5 Manipulação genética e destino dos embriôes

A criação de técnicas que permitem a fecundação fora do corpo feminino


inaugurou uma série de novas situações para as quais a reflexão ética se mostra
fundamental. Um dos maiores desafios éticos das novas tecnologias reprodutivas diz
respeito a pessoas e embriões que não estarão envolvidos na configuração familiar
viabilizada pela reprodução assistida. As questões da barriga de aluguel, dos
doadores de esperma e dos embriões excedentes e não implantados no útero
merecem reflexão.
De acordo com a Resolução 1358/92 do Conselho Federal de Medicina, é
proibida a prática de doação temporária do útero, popularmente conhecida como
“barriga de aluguel”, salvo quando a doadora mantiver parentesco de até segundo
grau com a mulher impedida de gestar o bebê em seu próprio útero. Essa restrição
não se fundamenta apenas em questões de incompatibilidade orgânica, mas
sobretudo visa coibir o uso instrumental do corpo feminino com fins comerciais.
Dessa forma, é proibida a prática de comercialização do útero para fins de gestação
de um embrião gerado por meio de fertilização in vitro.
Essa prática, pesquisa sobre “barriga de aluguel”, denuncia que muitas
mulheres se disponibilizam a alugar o útero a terceiros em troca de dinheiro. Essa é
uma situação que vulnerabilidade tanto a mulher doadora do útero quanto o casal
que busca formas de consumar o seu desejo pro criativo. A mulher doadora se
encontra em situação de assimetria de poder, já que sua disponibilidade tem
fundamento na dificuldade econômica, e também porque quando o acordo sobre a
gestação é realizado ela não pode prever a repercussão emocional que a
experiência da gestação irá ter sobre seus projetos de vida.
A fertilização in vitro (FIV) é o procedimento que propiciou o surgimento
do embrião extra corporal. Esta tecnologia permite a criação de embriões em
laboratório para posterior implantação no útero da mulher. Desse modo, pode-se
identificar, em termos gerais, a FIV como procedimento que cria embriões fora do
corpo feminino. Esse processo, que visa a ampliação da margem de sucesso do
tratamento para engravidar, faz com que o resultado dos procedimentos de
reprodução assistida não seja somente a gravidez, mas também um montante de
embriões que precisam receber destinação. Dentre os destinos possíveis atualmente
para esses embriões excedentes está o congelamento em tanques de nitrogênio
35

líquido, a doação para pessoas usuárias da reprodução assistida e a sua utilização


em pesquisas científicas envolvendo células-tronco embrionárias. Os embriões não
implantados no útero podem também ser destinados para a realização de pesquisas
científicas. No mês de maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal passou a permitir
que o Brasil desenvolva pesquisas a partir de células-tronco embrionárias.
O procedimento de escolha de embriões com determinadas
características, mesmo que para aumento da efetividade do tratamento e satisfação
dos usuários, é um tema que desafia da discussão sobre reprodução humana
assistida em termos éticos. Entre aqueles embriões que serão de fato implantados
no útero, existem alguns que podem sofrer manipulações genéticas de modo a evitar
que determinadas enfermidades genéticas e hereditárias sejam desenvolvidas. Para
esses casos específicos, a Resolução 1358/92 do Conselho Federal de Medicina
permite que seja feita a manipulação do embrião.
Mas há casos em que a manipulação genética não é permitida, tais como
a definição de características físicas – como cor da pele, dos olhos e dos cabelos –
ou eliminação de deficiências. De acordo com Costa (2006), a manipulação de
embriões para determinação do sexo de futuros bebês é um dos pontos mais
recorrentes de violação da Resolução do CFM. Nessas situações, preocupa
eticamente manipulações que visem um “melhoramento da espécie”, no sentido de
eliminar diversidades corporais que fujam de padrões estéticos, funcionais e raciais
hegemônicos.

3.5.6 Motivação da Pesquisa

Essa primeira aproximação ao tema da ética implicada na assistência à


reprodução humana visa considerar a autonomia dos usuários dessas tecnologias
biomédicas, por meio de um diálogo real e claro com os profissionais de saúde que
conduzem os tratamentos.
Diferentes indivíduos que realizam seu planejamento familiar e que
reconhecem nas tecnologias reprodutivas uma oportunidade para o desejo da
procriação apresentam modos de vida diversos, não cabendo ao profissional da
saúde a aprovação moral ou não de uma dada constituição familiar. O olhar bioético
é fundamental nesse processo por aproximar as decisões éticas no campo da
assistência reprodutiva aos direitos humanos fundamentais.
36

A adoção de tecnologias biomédicas deve estar comprometida com a


promoção da autonomia e liberdade das pessoas, e não com a manutenção de
padrões morais hegemônicos e com a hierarquização de valor instaurada na
comparação entre seres humanos distintos entre si. Os procedimentos de
manipulação genética de embriões com a intenção de eliminação da diversidade
humana considerada indesejada merecem especial atenção dado seu viés
discriminatório e eugênico.

3.6 Alimentos Transgênicos

3.6.1 Definição

Os alimentos transgênicos são aqueles que tiveram seu DNA modificado,


por meio de técnicas da engenharia genética. Esse processo ocorre basicamente
em duas fases: a primeira é seleção do gene, onde se identifica o gene de interesse
e em seguida utilizam-se técnicas de DNA recombinante e retira-se apenas a
sequência específica do gene de interesse do genoma do organismo que o possui; a
segunda etapa é a transformação genética, que consiste em introduzir o gene
selecionado no organismo do genoma receptor, sem causar danos.

3.6.2 Por que usar transgênicos?

Com a adoção de transgênicos na agricultura, há redução das perdas nas


lavouras e, consequentemente, aumento da produtividade. Isso faz com que mais
alimentos estejam disponíveis para compor a ração animal e também para o
consumidor final. Além disso, as características introduzidas nos transgênicos
disponíveis para a agricultura facilitam o manejo do produtor. A tolerância a
herbicidas e a resistência a insetos otimizam o uso de defensivos químicos.

3.6.3 Saúde

A organização mundial da saúde afirma que os alimentos transgênicos


comercializados não apresentam mais riscos à saúde humana do que suas versões
convencionais, uma vez que esses alimentos são rigorosamente testados quanto à
37

biosegurança, além do que não foram constatados problemas de saúde


relacionados a ingestão de transgênicos.

3.6.4 Riscos ao Meio Ambiente

O cultivo de plantas transgênicas, em larga escala, poderá provocar a


disseminação de transgenes, cujos efeitos, particularmente sobre os componentes
da biodiversidade, são difíceis de estimar e, pior, irreversíveis. A ameaça à
biodiversidade, como consequência da liberação desses organismos no meio
ambiente, decorre das propriedades específicas de cada transgene. A inserção de
uma variedade transgênica em uma comunidade de plantas pode proporcionar
vários efeitos indesejáveis, como a alteração na dinâmica populacional ou a própria
eliminação de espécies não domesticadas; a exposição de espécies a novos
patógenos ou agentes tóxicos; a geração de “super plantas” daninhas ou “super
pragas”; a poluição genética; a erosão da diversidade genética e a interrupção da
reciclagem de nutrientes e energia, entre outros. Alguns riscos previstos em relação
às plantas transgênicas já estão ocorrendo de fato. A contaminação genética
ocasionada pela disseminação de pólen transgênico já é considerada um fato
preocupante. Até meados de julho de 2005, foram comprovados 72 casos de
contaminação de alimentos, rações animais, sementes, espécies nativas e
selvagens por Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Os cultivos de
variedades convencionais ou orgânicos de uma determinada espécie estão sendo
contaminados pelas variedades transgênicas, esse tipo de contaminação pode ser
tanto por cruzamento como pela mistura de sementes. Num estudo feito pela Union
of Concerned Scientists em 2004, foi constatado que, pelos menos 50% das
variedades convencionais de soja, milho e canola, vendidas para semeadura, já
estão contaminadas pelos transgenes.

3.6.5 Consequências

Duas consequências são imediatas à contaminação decorrente da


introdução de variedades geneticamente modificadas. A primeira é o surgimento de
conflitos entre agricultores e empresas ou entre os próprios agricultores. Caso um
agricultor esteja produzindo via cultivos ecológicos, a presença de qualquer
38

contaminação, seja por pólen ou por semente, é totalmente indesejável, pois, além
de descaracterizar o produto, poderá dar margem a ações judiciais de apropriação
indébita por parte dos detentores dos transgenes.
A segunda é o cruzamento entre variedades transgênicas cultivadas
continuamente ao lado da convencional. Isso poderá resultar em alterações na
natureza do produto que, conforme o caso poderá acarretar prejuízos financeiros e
biológicos. Portanto, os agricultores não terão as variedades transgênicas como uma
opção extra, tão propalada, pois na produção agrícola existirão, então, variedades
transgênicas e variedades convencionais contaminadas com o transgene, em
diferentes níveis. Dessa forma, não haverá vários nichos de mercados. Haverá um
só, cujos impactos econômicos, são imprevisíveis.

3.6.6 Questões Éticas

O grande nó relacionado com a questão dos transgênicos não está na


utilização em si da nova tecnologia, mas no controle contextualizado, caso a caso,
de cada uma das novidades. E este controle deve se dar em patamar diferente ao
dos planos científicos e tecnológicos: o controle é ético. É conveniente recordar que
a ética sobrevive sem a ciência e a técnica; isto é, sua existência não depende
delas. A ciência e a técnica, no entanto, não podem prescindir da ética, sob pena de
transformarem-se em armas desastrosas para o futuro da humanidade nas mãos de
minorias poderosas e/ou mal-intencionadas. Os transgênicos não foram
desenvolvidos para se resolverem os problemas da agricultura, são uma alternativa
para o uso dos melhores genótipos e, em diversas situações, como nos métodos de
melhoramento genético tradicional são capazes de gerar indivíduos apropriados às
condições requeridas. As controvérsias e debates sobre o uso desses alimentos
sem fundamentos justificáveis são inapropriados na medida em que se possa
influenciar negativamente, em pesquisa e crescimento tecnológico, o
desenvolvimento de genótipos da maior utilidade para o bem estar da humanidade.
39

3.7 Células-tronco

3.7.1 Definição

As células-tronco se tratam de um tipo muito específico de células que


são capazes de dar origem a outras células, desempenhando papel na reposição
celular e na regeneração tecidual. Para uma célula ser considerada célula-tronco ela
deve apresentar duas características: divisão contínua e capacidade de
diferenciação.
A capacidade de divisão contínua é a capacidade que essas células têm
de se multiplicar, gerando células iguais a si. Já o potencial de diferenciação é a
capacidade de, em condições específicas, poderem dar origem ou se transformar
em outro tipo de células, com suas formas e funções específicas.
Há dois tipos de células-tronco as células-tronco embrionárias e as não
embrionárias e ambos os grupos possuem sua importância e particularidades.

3.7.1.1 Células-tronco não embrionárias

As células-tronco não embrionárias estão presentes em pequenas


quantidades no organismo, dispersas em diferentes tecidos. Esse grupo possui um
potencial de diferenciação bastante diminuído em relação ao outro, em razão dessa
maior restrição elas são categorizadas como células multipotentes. Isso quer dizer
que, embora exista determinada restrição em qual tipo celular será originado, há a
capacidade dessas células se multiplicarem originando outro grupo de células.
Assim, esse tipo de célula-tronco desempenha importante papel na regeneração
tecidual.

3.7.1.2 Células-tronco embrionárias

As células-tronco embrionárias se tratam das células oriundas de etapas


iniciais do desenvolvimento fetal. Esse grupo de células-tronco tem alta capacidade
de diferenciação, podendo dar origem à quase todos os tipos celulares do
organismo. Não obstante, essa capacidade não é plena. Isso ocorre porque existem
40

estruturas específicas que elas não conseguem formar. Por essa razão são
chamadas de células pluripotentes.
Outra forma em que as células-tronco podem se apresentar é a de células
totipotentes. Essas podem gerar todo e qualquer tipo de tecido que compõe o
organismo, ser uma saída para doenças degenerativas e ainda repor completamente
órgãos que foram perdidos.

3.7.2 Utilização, obstáculos e utilização das células-tronco para tratar doenças

A pesquisa com as células-tronco é fundamental para entender melhor o


funcionamento e crescimento dos organismos e como os tecidos se mantêm ao
longo da vida adulta. O desenvolvimento de células-tronco fornece aos
pesquisadores ferramentas para modelar doenças, testar drogas e desenvolver
terapias efetivas. A terapia celular, que consiste na substituição de células doentes
por células saudáveis, é um dos potenciais usos das células-tronco no combate a
doenças. Em teoria, qualquer doença em que haja degeneração de tecidos poderia
ser tratada através da terapia celular.
Apesar de os resultados de testes com animais serem promissores, as
pesquisas de células-tronco e suas aplicações para tratar doenças ainda se
encontram em estágio inicial. Como em qualquer tratamento médico, é preciso
assegurar métodos rigorosos de pesquisa e testes para garantir segurança e
eficácia em longo prazo.
Uma vez que as células-tronco sejam encontradas e isoladas, deve-se
garantir as condições ideais para que as células possam se diferenciar e se
transformar nas células específicas necessárias a determinado tratamento, além de
ser preciso desenvolver um sistema que entregue as células à parte exata do corpo
e as estimule a se integrar e a funcionar como as células naturais do corpo.

3.7.3 Células-tronco do cordão umbilical: doenças que podem ser tratadas

3.7.3.1 Leucemias

Leucemia é um termo genérico utilizado para descrever o “câncer” dos


glóbulos brancos do sangue. Essas doenças geram uma série de sintomas como
41

cansaço, sangramentos e vulnerabilidade a infecções e podem ter uma evolução


aguda e muito grave. Mas, felizmente, a maioria delas responde bem aos
tratamentos disponíveis. Leucemia aguda indiferenciada, leucemia aguda
promielocítica, leucemia bifenotípica, leucemia linfoide, leucemia mieloide e
leucemia mielomonocítica já foram tratadas com células-tronco do sangue do cordão
umbilical.
De um modo geral, as leucemias agudas são inicialmente tradadas com
quimioterapia e aqueles pacientes que não respondem a esse tratamento ou que
apresentam sinais de alto risco desde o diagnóstico são submetidos ao transplante
de células-tronco hematopoéticas.

3.7.3.2 Talassemias

São anemias hereditárias comuns entre famílias descendentes de


italianos ou de outros países mediterrâneos. O mais comum é a apresentação de
uma forma leve da doença de evolução benigna. Entretanto, em alguns casos, o
quadro clínico é grave e, como trata-se de um defeito genético que interfere na
produção dos glóbulos vermelhos, pode ser tratado com o transplante de medula
óssea.

3.7.3.3 Neuroblastoma

É um dos cânceres mais comum na infância sendo a quarta doença mais


maligna até os 14 anos. Trata-se de um tipo de tumor originado nas estruturas
embrionárias responsável por 10% da mortalidade infantil por câncer. A radioterapia
além de destruir o cisto, é também capaz de afetar células da medula óssea, uma
vez que para repô-las pode extraí las do cordão umbilical da própria criança ou por
meio de um transplante de células-tronco hematopoiéticas.

3.7.3.4 Imunodeficiências primárias

Caracteriza-se por doenças raras que concernem prejudicando a defesa


do corpo contra microorganismos, dentre elas estão a Síndrome de DiGeorge, a
Síndrome de Griscelli, a Síndrome de Wiskott-Aldrich, a Imunodeficiência
42

Combinada Grave , a Síndrome de Chediak-Higashi e a Neutropenia Congênita


Grave, entre outras, onde já haviam sido solucionadas com o transplante de medula
óssea.

3.7.3.5 Anemia sideroblástica

Estas doenças provocam a incapacidade de absorção de ferro pelas


hemácias causadas por alguma complicação no tutano. Seus sintomas são cansaço,
dificuldade respiratória, fraqueza muscular e crescimento vagaroso nas crianças
caso for congênita.

3.7.3.6 Doenças metabólicas

Pacientes diagnosticados apresentam deficiência enzimática, possui


caráter degenerativo e progressivo como mucopolissacaridoses, Doença de Tay-
Sachs, Doença de Wolman, fucosidase e Doença de Austin. Transplante de medula
não cura, entretanto alivia e retarda o desenvolvimento.

3.7.3.7 Anemia falciforme

Dores crônicas pelo corpo, anemia, infecções, crescimento abaixo do


normal, complicações oculares e cardíacas, além de úlceras de pele acometem o
indivíduo com anemia falciforme. Apesar de ser controla com Hidroxiuréia e
modificações dos hábitos de vida, o transplante de células-tronco é o método mais
eficaz atualmente.

3.7.4 Novos tratamentos

Além das doenças citadas o uso de células-troncos contidas no cordão


umbilical está sendo estudada como no tratamento de outras patologias como
autismo e a paralisia cerebra. A modalidade do transplante seja autóloga (células do
próprio indivíduo) ou alogênico (células de um doador compatível) será decidida pelo
médico levando em conta a doença, condição do paciente e disponibilidade do
doador HLA compatível. Para muitas doenças o único tratamento é o transplante de
43

células-tronco hematopoiéticas retiradas da medulas ósseas, sangue ou cordão


umbilical e para outras a terapia seria a primeira opção.

3.8 Clonagem

3.8.1 Definição

Clonagem é o processo natural ou artificial pelo qual são produzidos


clones, cópias fiéis geneticamente de outro ser, por reprodução assexuada. Segue
na Figura 5 processo explicativo da clonagem.

Figura 5 – A clonagem que gerou Dolly

Fonte: https://cib.org.br/clonagem/, 2019.

3.8.2 Clonagem e filosofia

Séneca, filósofo da corrente estóica, afirmava que o homem é uma coisa


sagrado (inviolado, intocável) para o homem. Como podemos interpretar, no
presente, a afirmação de Séneca?
44

É por demais sabidos que na época do filósofo os parcos conhecimentos


inviabilizavam o desenvolvimento de projetos científicos, nomeadamente, no âmbito
da clonagem. Mais consensual do ponto de vista ético é clonagem terapêutica que
não tem gerado o mesmo número de questões levantadas pela clonagem
reprodutiva.

3.8.3 Qual o problema da clonagem aplicada a seres humanos?

Como refere André Comte Sponville "a humanidade não é uma criação,
mas uma transmissão, não é uma invenção, mas uma fidelidade, uma filiação. A
humanidade é recebida antes de ser criada ou criadora, é natural, antes de ser
cultural. É se homem por se ser filho do homem”. Ora, ser filho de um homem e de
uma mulher torna cada um de nós (com a exceção dos casos da clonagem e dos
gêmeos verdadeiros) uma experiência genética única, irrepetível. Torna-nos
indivíduos. Pois bem, "um ser humano gerado através da clonagem reprodutiva teria
problemas em experiências como indivíduo, como um ente não dividido. Em vez de
ser singular, seria uma cópia”, como alude Richard David Precht – Quem Sou Eu? E,
Se Sou, Quantos? Além do que, como afirma Kant, “o homem é um fim em si
mesmo”, não um meio. Ora a clonagem sustenta os seus críticos, transforma o
homem num meio e parece atentar contra a sua dignidade. Porém, esta questão
filosófica, como muitas outras, mantém-se em aberto.

3.8.4 Pontos negativos e positivos da clonagem

3.8.4.1 Negativos

a) Técnica de baixa eficiência;


b) Grande número de anomalias;
c) Envelhecimento Precoce;
d) Os clones seriam maiores do que o normal, denominado de síndrome do
filhote grande (large offspring syndrome – LOS);
e) Lesões hepáticas, tumores, baixa imunidade.
45

3.8.4.2 Positivos

a) Diminuição ou fim do tráfico clandestino de órgãos;


b) Ajudar casais inférteis que não podem ter filhos, mesmo após anos de
tratamento de infertilidade;
c) Melhoramento animal, resgate de material genético, maximização do
potencial genético de uma raça.

3.8.5 Aspectos éticos

A clonagem é apenas uma técnica, um tipo de procedimento cientifico,


que não é bom nem mal. O que, pode ser bom ou ruim é o seu uso, a finalidade da
aplicação dessa técnica. É certo que a clonagem poderá trazer benefícios e
melhores condições de saúde ao ser humano. Mas para isso é preciso ter um
controle e um limite com essa técnica, não existem pré-condições éticas que possam
conter ou impedir que diversos tipos de clonagens não sejam procedidos pelos
cientistas, mais cedo ou mais tarde. Elas ficarão apenas à mercê da consciência de
cada um.
46

4 CONCLUSÃO

As revoluções tecnológicas transformaram o mundo em que vivemos e o


nosso cotidiano em complexidades sócio-espaciais, trazendo ao todo, estudos
aprofundados como nunca imaginados em diversos campos da ciência, no que
tange a genética, isto não foi diferente. O nascimento e ascensão da engenharia
genética trouxeram consigo possibilidades que vêm se tornando cada vez mais
próximas de ilimitadas, para a manipulação de nossos próprios genes, independente
de quais sejam as intenções ou justificativas de quem a utiliza, sendo assim, a
filosofia vem vagarosamente pronunciando-se a respeito, o que trouxe dificuldade
em encontrar estudos e pesquisas que abrangessem o tema. Desta maneira, fica
provado que as produções destes estudos filosóficos não acompanharam esse
desenvolvimento, visto que a discussão do uso dessa tecnologia esta sendo feita
mundialmente ou de forma independente de país para país por autoridades políticas
e de saúde, não havendo muitas produções filosóficas gerais e impessoais. Apesar
disso, conclui-se que a postura assumida pelos filósofos não foi um simples contra
ou a favor, de maneira geral, adotou-se um parecer muito relativista, preocupado
mais em limitar a prática das novas técnicas no que se refere à área da manipulação
genética, tendo como base a moral humana, o cenário atual e as possíveis
consequências futuras, levando o debate, sobretudo para o espaço da ética e
sociologia.
47

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