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Alimentos Gravídicos 3 PDF
Alimentos Gravídicos 3 PDF
Juliane Tedeski
ALIMENTOS GRAVÍDICOS
CURITIBA
2011
ALIMENTOS GRAVÍDICOS
CURITIBA
2011
Juliane Tedeski
ALIMENTOS GRAVÍDICOS
CURITIBA
2011
TERMO DE APROVAÇÃO
Juliane Tedeski
ALIMENTOS GRAVÍDICOS
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharel no Curso de Direito da
Universidade Tuiuti do Paraná.
____________________________________________
Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografia
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: ____________________________________________
Prof. Geórgia Sabbag Malucelli
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Supervisor: ____________________________________________
Prof.
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Supervisor: ____________________________________________
Prof.
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 6
2 OS DIREITOS DO NASCITURO........................................................................ 8
2.1 CONCEITO DE NASCITURO.......................................................................... 8
2.2 OS DIREITOS DO NASCITURO NO CÓDIGO CIVIL DE 2002...................... 9
2.2.1 A Teoria Natalista.......................................................................................... 9
2.2.2 A Teoria da Personalidade Condicional........................................................ 11
2.2.3 A Teoria Concepcionista............................................................................... 12
3 ALIMENTOS....................................................................................................... 14
3.1 CONCEITO...................................................................................................... 14
3.2 FONTES DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR........................................................ 16
3.3 CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR..................................... 17
3.3.1 Direito Personalíssimo.................................................................................. 18
3.3.2 Solidariedade................................................................................................ 18
3.3.3 Reciprocidade............................................................................................... 19
3.3.4 Inalienabilidade............................................................................................. 20
3.3.5 Impenhorabilidade......................................................................................... 21
3.3.6 Irrepetibilidade............................................................................................... 21
3.3.7 Alternatividade.............................................................................................. 22
3.3.8 Transmissibilidade........................................................................................ 23
3.3.9 Irrenunciabilidade.......................................................................................... 24
3.3.10 Periodicidade.............................................................................................. 25
3.3.11 Anterioridade............................................................................................... 25
3.3.12 Atualidade................................................................................................... 25
3.4 OS ALIMENTOS DECORRENTES DO PODER FAMILIAR E A
RESPONSABILIDADE SOBSIDIÁRIAS DOS AVÓS............................................. 26
3.4.1 Do Poder Familiar......................................................................................... 26
3.4.2 A Responsabilidade Subsidiária dos Avós.................................................... 28
3.5 O BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE............................................... 30
4 ALIMENTOS GRAVÍDICOS............................................................................... 32
4.1 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI 11.804/2008.............................. 32
4.2 CONCEITO...................................................................................................... 33
4.3 FINALIDADE.................................................................................................... 35
4.4 A LEI 11.804 DE 2008: ASPECTOS PROCESSUAIS..................................... 36
4.4.1 Propositura da Ação...................................................................................... 37
4.4.2 Legitimidade Ativa......................................................................................... 37
4.4.3 Legitimidade Passiva.................................................................................... 38
4.4.4 Do Termo Inicial da Obrigação..................................................................... 39
4.4.5 Resposta do Requerido................................................................................ 40
4.4.6 Foro Competente.......................................................................................... 40
4.4.7 Ônus da Prova.............................................................................................. 40
4.4.8 Valor da pensão alimentícia a ser fixada...................................................... 42
4.5 OS ARTIGOS VETADOS DA LEI 11.804 DE 2008......................................... 44
4.5.1 Artigo 3º......................................................................................................... 44
4.5.2 Artigo 4º......................................................................................................... 45
4.5.3 Artigo 5º......................................................................................................... 47
4.5.4 Artigo 8º......................................................................................................... 48
4.5.5 Artigo 9º......................................................................................................... 49
4.5.6 Artigo 10º....................................................................................................... 50
4.6 A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DOS AVÓS...................................... 52
4.7 EXECUÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS............................................... 53
4.8 EXTINÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS................................................. 54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 56
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 58
1 INTRODUÇÃO
Em uma conotação vulgar o termo alimentos pode ser entendido como tudo
seu capítulo específico sobre o tema, não se preocupou em definir o que se entende
assistência médica e lazer, bem como para prover as necessidades da vida. Todos
1
Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente,
qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de
alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e
naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.
2
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
Diante disso, em 05 de novembro de 2008 foi promulgada a Lei 11.804,
de tal termo é pacífico entre os autores, não havendo controvérsia em afirmar que
tal conceito.
França (1998, citado por STOLZE, 2000, p. 82), define o termo nascituro
como sendo “o que está por nascer, mas já concebido no ventre materno”.
Sendo assim, o termo nascituro, em outras palavras, trata daquele que já foi
que foi concebido e está por nascer, enquanto que este trata do que nasce sem
vida. Portanto, conclui-se que todo natimorto já foi um dia um nascituro e que já teve
O artigo 2º do Código Civil de 20023, que é uma cópia quase que literal do
vida. Dessa forma, na visão dessa corrente, o nascituro possui mera expectativa de
3
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. (BRASIL, 2011, p. 1, grifo meu).
4
Art. 4º A personalidade civil do homem começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. (BRASIL, 2011, p.1, grifo meu).
Adotada por vários autores brasileiros, como Rodrigues (1997) e Miranda
(1954), é a mesma teoria utilizada nos códigos civis de países como Espanha,
Código Civil de 2002, haja vista que o mesmo, apesar de ser claro ao adotar a
Nesse contexto Catalano (citado por PUSSI, 2005, p. 92) afirma que
Diante do exposto conclui-se que, a Teoria Natalista foi adotada por grande
parte de nossos doutrinadores, bem como pelo sistema jurídico brasileiro, e que
condição suspensiva de que o mesmo nasça com vida. Em outras palavras, na visão
dos adeptos de tal teoria, o nascituro é sujeito passível de direitos a partir de sua
concepção, desde que o mesmo nasça vivo. No caso de o feto não chegar a viver, a
Tal teoria foi adotada por Bevilácqua (1902, citado, por PUSSI, 2005, p. 94)
que “A personalidade civil do ser humano começa com a concepção, sob a condição
Como não poderia deixar de ser, muitos doutrinadores fazem críticas a esta
teoria. Miranda (citado por PUSSI, 2005, p. 97 e 97) a repele por completo e afirma
que “não há condição nas situações jurídicas do nascituro [...] o sistema jurídico
Segundo ela, a personalidade jurídica do ser humano começa com sua concepção,
genética, bem como nos estudos referentes aos direitos fundamentais das pessoas,
como sendo a mais adequada, haja vista que é a corrente que mais dá proteção aos
direitos do nascituro.
3 ALIMENTOS
3.1 CONCEITO
tudo aquilo que é necessário para a subsistência do ser humano. O Código Civil de
2002, em seu capítulo específico sobre o tema5, não se preocupou em definir o que
necessidades da vida.
Restou aos doutrinadores pátrios uma tentativa conceitual desse termo tão
complexo. Bevilácqua (1905, citado por CAHALI, 2006, p. 16) define que, a “palavra
alimentos tem, em direito, uma acepção técnica, de mais larga extensão do que na
5
Código Civil de 2002, Parte Especial, Livro IV, Título II, Subtítulo III. Arts. 1694 a 1710.
alimentos, em sua acepção jurídico legal, podem significar não só o
montante indispensável à sobrevivência do alimentando, mas também o
valor que importa na mantença de seu padrão de vida, subsidiando inclusive
.
seu lazer
apenas ao “que serve à subsistência animal”, como afirma Miranda (citado por
CAHALI, 2006, p. 15), mas engloba o necessário para que se tenha uma vida digna,
padrão de vida.
distinção vem sendo cada vez mais utilizada pela jurisprudência pátria, como bem
ensina Dias
Essa distinção, agora trazida à esfera legal, de há muito era sustentada pela
doutrina. De conformidade com a origem da obrigação, a jurisprudência
quantificava de forma diferenciada os alimentos destinados a filhos ex
cônjuges ou ex companheiros. À prole eram deferidos alimentos civis,
assegurando compatibilidade com a condição social do alimentante,
concedendo aos filhos a mesma condição de vida dos pais. Os consortes e
companheiros percebiam alimentos naturais: o indispensável à
sobrevivência com dignidade (2009, p. 460).
pode ser instituída em testamento, nos termos do artigo 1920 do Código Civil6.
Alimentos derivados da vontade das partes são regulados pelo Direito das
estabelece que é dever dos pais sustentar os filhos menores. No mais, o referido
dispositivo também impõe que é dever dos filhos maiores amparar os pais na
velhice. Vale ressaltar que quando se trata de alimentos entre parentes de linha
quarto grau de parentesco. Essa obrigação está inserida no Direito das Famílias.
estável são regulados pelo direito familiar. Estão previstos no artigo 1694 do Código
6
Art. 1920 O legado de alimentos abrange o sustento, a cura o vestuário e a casa, enquanto o
legatário viver, além da educação, se ele for menor (BRASIL, 2011, p.132).
7
Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de
que necessitam para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação (BRASIL, 2011, p. 117).
8
Art. 229 Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 2011, p. 89).
Civil9 e basta que, após o rompimento do vínculo, um dos cônjuges ou companheiros
“não consiga prover a própria subsistência e o outro tenha condições de lhe prestar
Por fim, a obrigação dos alimentos originários da prática de ato ilícito ocorre
doutrina. Cada autor tem uma opinião sobre o assunto, e em suas obras explicita as
tema alimentos.
9
Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de
que necessitam para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação (BRASIL, 2011, p. 117).
10
Art. 948 No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: [...)]II – na
prestação de alimentos ás pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração
provável da vida humana (BRASIL, 2011, p. 57).
Segundo Cahali, os alimentos representam “um direito inato tendente a assegurar a
da pessoa que deles precise, não podendo ter sua titularidade transferida, bem
3.3.2 Solidariedade
prestar alimentos não era solidário, haja vista que a solidariedade não se presume,
tem que ser prevista em lei. Entretanto, isso sempre gera controvérsia.
Porém, Dias (2009, p. 461 e 462) em seu Manual de Direito das Famílias assevera
autora equipara crianças e adolescentes aos idosos e aduz que, deve se reconhecer
a solidariedade também em favor dos mesmos, tendo em vista que, assim como os
idosos, menores de idade não têm meios de prover sua própria subsistência, bem
parentes. Tal característica está prevista nos artigos 1694 e 169611 do Código Civil.
um e das possibilidades do outro.” (2009, p. 462). Entretanto, isso não significa que
duas pessoas devam alimentos entre si ao mesmo tempo, mas sim que o credor de
um pai que deixou de cumprir sua obrigação para com os filhos não pode invocar a
Essa é uma questão lógica. Um pai que deixa seu filho menor desamparado
não pode ter o direito de exigir que esse filho lhe pague alimentos, haja vista que
11
Art. 1696 O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outro (BRASIL, 2011,
p. 117).
3.3.4 Inalienabilidade
Dizer que os alimentos são inalienáveis quer dizer que, os mesmos não
deve ser homologada pelo judiciário com prévia manifestação do Ministério Público.
inalienáveis se está a afirmar que o direito a alimentos é que não pode ser
alimentos, quer dizer que não se pode transacionar o direito a eles, mas, em se
tratando de prestações anteriores, nada impede que haja um acordo entre as partes
para que a dívida seja quitada, desde que homologado pelo magistrado e com
3.3.5 Impenhorabilidade
12
Art. 1707 Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora (BRASIL, 2011, p. 118).
Evidente que, diante do caráter personalíssimo, a penhorabilidade dos
alimentos é proibida, haja vista que o alimentado dele depende para sua
3.3.6 Irrepetibilidade
Aqui, mais uma vez o legislador não se preocupou em inseri-la na lei, a doutrina e a
Entretanto, nada impede que as partes possam ingressar com uma ação de
valores da obrigação alimentar, não possuem efeito retroativo, o que acontece para
desestimular o inadimplemento.
2009, p. 464).
foram pagos a título de alimentos não poderão ser devolvidos ao alimentante, a não
3.3.7 Alternatividade
Civil, dispositivo este que corresponde ao artigo 403 do revogado Código. Com isso,
observa-se que a obrigação alimentar pode ser cumprida com uma pensão em
13
Art. 1701 A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe
hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário a sua educação, quando
menor.
Parágrafo único Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da
prestação (BRASIL, 2011, p. 117).
14
Art. 25 A prestação não pecuniária estabelecida no artigo 403 do Código Civil, só pode ser
autorizada pelo juiz se a ela anuir o alimentado capaz (BRASIL, 2011, p. 4).
3.3.8 Transmissibilidade
herdeiros do devedor.
Dias afirma que “não é necessário que o encargo tenha sido imposto
transmitida ao espólio.
3.3.9 Irrenunciabilidade
15
Art. 1700 A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do
artigo 1694 (BRASIL, 2011, p. 117).
16
Art. 1707 Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora (BRASIL, 2011, p.118).
estabelecer que é vedado ao credor renunciar aos alimentos, entretanto pode o
o credor pode dispensar os alimentos, por deles não necessitar, mas não
pode renunciar o direito a alimentos. É o direito a alimentos futuros que é
irrenunciável, já que ninguém pode prever o futuro e as eventuais
necessidades de ordem econômica (2005, p. 386).
Com isso a súmula 37917 do STF (Supremo Tribunal Federal) tentou por fim às
divergências doutrinárias. Entretanto, Veloso (2003, citado por LEITE, 2005, p. 386 e
3.3.10 Periodicidade
tempo, por isso é tão importante que seja estabelecida a periodicidade para seu
adimplemento. Essa tendência parte do fato de que, a maioria das pessoas recebe
pode ser estabelecido outro lapso temporal, que deve ser acordado entre as partes,
17
STF Súmula 379 No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser
pleiteados ulteriormente, verificados os pressupostos legais (BRASIL, 2011, p. 15).
3.3.11 Anterioridade
que são fixados, já são devidos. O devedor deve ser intimado a pagar
imediatamente o que deve, não sendo razoável que o alimentado tenha que esperar
Dias lembra que essa regra está prevista no legado de alimentos, parágrafo
único do artigo 192818 do Código Civil, que reza que as prestações alimentícias
devem ser pagas no começo de cada período. Não seria, portanto, justificável que
essa regra não fosse aplicada em qualquer obrigação alimentar, já que o caráter dos
Diante do exposto, claro está que a pensão alimentícia deve ter seu
vencimento antecipado, haja vista que o alimentado dela depende para sua
subsistência.
3.3.12 Atualidade
devem ser atualizadas segundo índice oficial. Para ajustamento do valor dos
alimentos podem ser utilizados índices como o IGP-M (Índice Gral de Preços do
18
Art. 1928 Sendo periódicas as prestações, só no termo de cada período se poderão exigir.
Parágrafo único Se as prestações forem deixadas a título de alimentos, pagar-se-ão no começo de
cada período, sempre que outra coisa não tenha disposto o testador (BRASIL, 2011, p. 132).
19
Art. 1710 As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice
oficial regularmente estabelecido (BRASIL, 2011, p. 118).
Mercado), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), bem como o salário
mínimo.
das partes; pela prática de ato ilícito; da união estável ou casamento; bem como da
linha reta.
Com vista a essa hipótese, tem-se que a obrigação alimentar tem a sua
moral.
Villela, afirma que o “pai não deve alimentos ao filho menor. Deve sustento.
Esta é a expressão correta e justa que o Código Civil empregou quando especificou
os deveres básicos dos pais em relação aos seus filhos [...]” (2005, p. 142).
assistir, criar e educar os filhos menores. Ademais, os artigos 1634 do Código Civil21
reafirmam essa ideia e mostram que, em virtude do poder familiar, os pais têm a
dever de prestar alimentos ocorre quando pai e filho deixam de conviver sob o
mesmo teto, e não sendo o genitor seu guardião, passa a dever-lhe alimentos,
capacidade civil comece aos 18 anos, cessando, assim, o poder familiar, o encargo
20
Art. 229 Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 2011, p. 89).
21
Art. 1634 Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I – dirigir-lhes a criação e educação;
II – tê-los em sua companhia e guarda;
[...] (BRASIL, 2011, p. 112).
22
Art. 22 Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-
lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais
(BRASIL, 2011, p. 4).
23
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil (BRASIL, 2011, p. 1).
A Súmula 358 do STJ cuidou da matéria. Para que haja a extinção do dever
alimentos.
econômica do prestante.
proposta contra o genitor que não detém a guarda do filho, e, somente depois de
24
Art. 1696 O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros (BRASIL,
2011, p. 117).
25
Art. 1698 Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as
pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide
(BRASIL, 2011, p. 117).
comprovado que o mesmo não possui condição nenhuma de arcar com o encargo
alimentar é que deve ser intentada a demanda em desfavor dos avós. (2008, p. 13).
débito alimentar contra eles.” Ou seja, não cabe intentar execução dos alimentos
(2009, p. 529).
os avós só será admitida se ficar comprovado que ambos os genitores não possuem
Como bem disse Dias, equivocada está essa interpretação, já que livra a
poderão ser chamados judicialmente para arcar com a obrigação alimentar, sendo
Civil, para a fixação do valor da pensão alimentícia devem ser observados dois
Observa-se então que, para ser fixado o valor da pensão alimentícia, deve
Entretanto, tal regra é maleável, como bem explica Cahali, afirmando que “a
26
Art. 1694 Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de
que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada (BRASIL, 2011, p. 117).
Depende, então, das circunstâncias da situação fática para que seja fixado
nascesse com vida, representado por sua genitora, momento em que adquiria a
anteriormente.
27
Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente,
qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de
alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e
naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. (BRASIL, 2011, p. 1).
28
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. (BRASIL, 2011, p. 1).
Outro ponto controvertido é a questão da negativa de paternidade e da
Com isso, a princípio não haveria como ocorrer à devolução da quantia paga
pelo suposto pai, entretanto, caso seja comprovada judicialmente a má fé por parte
da genitora, vem sendo admitido pela doutrina o ressarcimento dos valores pagos a
título de alimentos gravídicos pelo suposto pai através de indenização por danos
morais e materiais.
grande importância nesse contexto, haja vista que sugeriu a retirada dos referidos
4.2 CONCEITO
29
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto,
inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas
indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. (BRASIL, 2011, p.
1).
aqueles devidos ao nascituro, e, percebidos pela gestante, ao longo da
gravidez, sintetizando, tais alimentos abrangem os valores suficientes para
cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela
decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação
especial, assistência médica e psicológica, exames complementares,
internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e
terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz
considere pertinentes (2011, p. 1).
deverão ser custeadas pelo futuro pai, considerando-se também a contribuição a ser
Cabe então ao futuro (ou suposto) pai ajudar a gestante a arcar com os
custos da gravidez, bem como contribuir para que a mesma tenha uma gestação
divididas entre mãe e futuro pai, na proporção dos recursos de ambos. É o que diz o
p. 2).
30
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto,
inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas
indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único Os alimentos de que trata este artigo referem-se á parte das despesas que deverá
ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela
mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. (BRASIL, 2011, p. 1).
Entretanto, verifica-se que o rol do artigo 2º da Lei 11.804/2008 é
4.3 FINALIDADE
desenvolvimento saudável.
louvável.”.
relacionamento.
julgamento.
que a gestante tenha uma gravidez saudável, bem como de que o feto nasça com
saúde.
benefícios possui tempo determinado para sua propositura, pois tem que ser
proposta após a concepção e antes do parto, não podendo ser ingressada após.”
(2009, p. 99).
nascimento do feto, já que isso iria descaracterizar por completo a finalidade para
pleiteará alimentos para si, alimentos esses que futuramente serão convertidos ao
advogado, que deverá instruir a petição inicial com o exame que comprove a
31
Art. 1º Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
(BRASIL, 2011, p. 1).
gravidez, bem como, segundo Freitas (2009, citado por SANTOS, 2010, p. 7), com
médicas.
Diante disso, verifica-se que basta que haja indícios de paternidade para
32
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto,
inclusive as referentes à alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas
indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único Os alimentos de que trata este artigo referem-se á parte das despesas que deverá
ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela
mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. (BRASIL, 2011, p. 1, grifo meu).
33
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento; [...] (BRASIL, 2011, p. 110).
Por fim, caso o suposto pai não possua condições, podem também figurar
não a da citação do réu. Somente dessa forma será atendido o que estabelece o
34
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as
pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
(BRASIL, 2011, p. 117).
35
Art. 9º Os alimentos serão devidos desde a data da citação do réu. (BRASIL, 2011, p. 2).
artigo 2º da Lei 11.804 de 2008, ou seja, assim serão custeadas todas as despesas
pai, presumido pai ou avós), a partir de sua citação, tem 05 dias para apresentar sua
resposta.
a ação de alimentos.
domicílio do alimentado.
36
Art. 7º. O réu será citado para apresentar resposta em 05 dias. (BRASIL, 2011, p. 1).
37
Art. 4º Na petição inicial, necessariamente instruída com laudo médico que ateste a gravidez e sua
viabilidade, a parte autora indicará as circunstâncias em que a concepção ocorreu e as provas de que
dispõe para provas o alegado, apontando, ainda, o suposto pai sua qualificação e quanto ganha
aproximadamente ou os recursos de que dispõe, e exporá suas necessidades. (BRASIL, 2011, p. 1).
baseada não só na Lei citada, mas também no artigo 333, I do Código de Processo
Civil, que estabelece que o “ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato
Assim, deve a gestante juntar à exordial o exame que comprove seu estado
gestacional e indicar o suposto pai, bem como anexar provas que comprovem o
relacionamento que teve com o mesmo. Ademais, para que o magistrado possa fixar
Segundo Freitas, quando não há uma paternidade presumida por lei, deve à
gestante juntar aos autos a descrição de qual tipo de relação tinha com o suposto
Louzada (2008) afirma que, como o juiz, mesmo com tais documentos, não
incumbe ao alimentante, ou seja, cabe ao suposto pai comprovar que não pode
assunto:
dispositivo expõe que esses valores ficam a juízo do médico, entretanto, o juiz pode
considerar outras despesas que entender pertinentes para fixar o valor a ser pago a
título de alimentos.
deverão ser arcados não só pelo futuro pai, mas também pela mulher grávida,
não deve levar em conta a condição social do alimentante. Isso porque os alimentos
essas que deverão ser divididas entre gestante e suposto pai, na proporção de seus
em favor da criança, que possui legitimidade para ingressar com ação de revisão de
quais a mesma foi criada, como por exemplo, a seguridade e o auxílio à gestante e
ao nascituro.
para que vários artigos fossem vetados, visando agilizar e facilitar o pleito dos
alimentos.
Diante de tal pressão, dos 12 artigos que compunham a Lei, 06 deles foram
4.5.1 Artigo 3º
se, para aferição do foro competente para o processamento e julgamento das ações
de que trata esta Lei o art. 94 da Lei nº 5. 869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de
ALMADA, 2008, p. 1), criticou tal artigo e afirmou que o “texto aprovado, ao invés de
da República, Luís Inácio Lula da Silva, que publicou na Mensagem nº. 853 de 5 de
art. 100, II38). Assim, não seria plausível que a gestante, que se encontra em uma
condição especial, fosse obrigada a deslocar-se a outro local para que pudesse
4.5.2 Artigo 4º
foi o artigo 4º da Lei. Segundo tal dispositivo, obrigatoriamente, teria que ser
Art. 4º. Na petição inicial, necessariamente instruída com laudo médico que
ateste a gravidez e sua viabilidade, a parte autora indicará as circunstâncias
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Art. 100 É competente o foro:
[...] II – do domicílio ou da residência do alimentando, para ação em que se pedem alimentos; [...]
(BRASIL, 2011, p. 10)
em que a concepção ocorreu e as provas de que dispõe para provar o
alegado, apontando, ainda, o suposto pai, sua qualificação e quanto ganha
aproximadamente ou os recursos de que dispõe, e exporá suas
necessidades (BRASIL, 2011, p. 2).
exigido.
De forma acertada, o veto se deu por conta deste laudo que dificilmente
seria dado pelos médicos, pois estariam estes se vinculando a uma situação
que demandaria pelo menos alguns exames para verificação de alguma
doença como anencefalia, entre outras, que inviabilizassem o feto, além de
que, sendo viável ou não, despesas decorrentes da gravidez surgiriam e,
sem dúvidas, seriam majoradas quando o feto não fosse viável (2009, p.
127 e 128).
do veto:
gestante junte à exordial o laudo que comprove a gravidez. Ademais, deve também
indicar o suposto pai, bem como pode juntar aos autos todas as provas de que
4.5.3 Artigo 5º
justificação antes da fixação dos alimentos gravídicos. Neste ponto vale ressaltar
que, o juiz não terá certeza de que o alimentante é pai do feto até que se realize o
Não se pode admitir que o judiciário tome essa postura protetiva em relação
ao pai, nada deferindo a favor da autora, que gera uma vida dentro de si.
Ademais, a rotina forense tem-nos mostrado que a maioria dos casos onde
o juiz designa a despiscienda, demasiada e protelatória audiência de
justificação, a mãe aparece no fórum já com os filhos nos braços. Ou seja, o
fim a que de destina a lei [...] não será possível de ser exercida, ante um
entrave criado pela justiça. Vale referir ainda que o artigo de lei que previa
essa modalidade de audiência restou vetado (2008, s/p).
evidencia que na maioria dos casos a gestante tem certeza de quem é o pai de seu
Projeto de Lei, Pereira (2008, citado por FREITAS, 2009, p. 36), escreve que a
“gestante corre o risco de não ter os alimentos fixados antes que seu filho nasça.”.
Com isso, com as provas juntadas à petição inicial, convencido o juiz de que
o réu é o pai da criança, serão fixados os alimentos gravídicos, sem que seja
realizada audiência.
4.5.4 Artigo 8º
que, “se não vetada, essa disposição pode pôr em risco a vida da criança. É
comprometer a gestação.”.
Não seria pertinente então que a gestante fosse submetida ao exame
Com isso, hoje, após o veto do referido artigo, para que sejam fixados os
4.5.5 Artigo 9º
momento em que os alimentos eram devidos: “Os alimentos serão devidos desde a
configurada a partir do momento em que o oficial de justiça cita o réu [...]. Pai é
O art. 9º. prevê que os alimentos serão devidos desde a data da citação do
réu. Ocorre que a prática judiciária revela que o ato citatório nem sempre
pode ser realizado com a velocidade que se espera e nem mesmo com a
urgência que o pedido de alimentos requer. Determinar que os alimentos
gravídicos sejam devidos a partir da citação do réu é condená-lo, desde já,
à não-existência, uma vez que a demora pode ser causada pelo próprio réu,
por meio de manobras que visam impedir o ato citatório. Dessa forma, o
auxílio financeiro devido à gestante teria início no final da gravidez, ou até
mesmo após o nascimento da criança, o que tornaria o dispositivo carente
de efetividade (BRASIL, 2011, p. 2)
O último dispositivo do Projeto de Lei que foi vetado foi o artigo 10º:
Segundo este artigo, caso o exame de DNA comprovasse que o réu não
fosse o pai da criança, a gestante ficaria obrigada a indenizá-lo por danos materiais
e morais.
Para Louzada (2008), “tal artigo impunha intimidação a que se adentrasse
perquirição de culpa.”.
dispositivo:
Ademais, para Dias (2008, citada por ALMADA, 2008, p. 1) “o artigo afronta
da negativa de paternidade.
alimentos por indícios de paternidade e depois ficar comprovado que ele não é o pai
(LIMA, 2009).
alimentar não pode ser devolvida ou restituída, mesmo que o exame de DNA
que, quando comprovado que a gestante agiu com má fé, isto é, indicou em sua
inicial um suposto pai mesmo tendo a certeza de que ele não o era, a mesma
Nesse caso, o réu poderá ingressar com pedido de indenização por danos
transmite-se o encargo aos ascendentes de grau mais próximo, ou seja, aos avós
No caso dos alimentos gravídicos esse é um ponto que não está pacificado
pela doutrina.
No entendimento de Freitas
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Art. 1698 Se o parente que deve alimentos em primeiro lugar, não tiver em condições de suportar
totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas
obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas para integrar a lide. (BRASIL,
2011, p. 117).
Entretanto, essa não é a posição adotada pela totalidade da doutrina.
o réu da ação de alimentos será sempre o indigitado pai, não podendo ser
movida em face dos avós ou do espólio. Isso porque, não firmada a
paternidade do nascituro, não há ligação de parentesco que justifique os
alimentos avoengos ou pretensão de transmissibilidade alimentar em sede
de direito das sucessões.
alimentos em face dos avós, já que não há relação de parentesco entre ambos. Já
gravídicos avoengos.
titular dos referidos alimentos é a gestante. Portanto, não haveria em que se tratar
Tal execução poderá se dar na forma dos artigos 732 a 735 do Código de
devedor de alimentos.
Por fim, ressalta-se que a titular para ingressar com a ação de execução
ocorrer aborto, morte da genitora e do feto, ou, ainda, com o nascimento com vida.
menor até que uma das partes solicite sua revisão.” (BRASIL, 2011, p. 1).
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Art. 732 A execução da sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á
conforme o disposto no Capítulo IV deste título. [...] (BRASIL, 2011, p. 93).
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Art. 733 Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz
mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo. (BRASIL, 2011, p. 93).
Com isso, após o nascimento da criança, os alimentos gravídicos ficam
convertidos em favor do menor, que é o titular para ingressar com ação de revisão
de alimentos, haja vista que o valor fixado a título de alimentos gravídicos não é o
Nesse sentido França (2008, citado por MAIORALLI, 2011) descreve que
posicionamento jurisprudencial:
social, já que se referem ás despesas que deverão ser custeadas pelo futuro pai,
tanto ao filho que vem a nascer, quanto à gestante. Para que sejam concedidos os
tratados no Código Civil de 2002, mas possuem algumas peculiaridades, haja vista
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Art. 2º O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente,
qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de
alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e
naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. (BRASIL, 2011, p. 1).
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Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. (BRASIL, 2011, p. 1).
Desde o seu projeto a norma em tela sempre foi alvo de polêmicas, já que
possuía alguns artigos que contradiziam os objetivos para os quais a mesma foi
aprovado, e após, pressionou para que vários artigos fossem vetados, visando
Apesar de seus poucos artigos, a lei gerou (e ainda gera) muitas polêmicas,
Mesmo com as várias polêmicas em torno do tema, não se pode negar que
a lei permite uma melhor tutela das necessidades da mulher durante a gestação,
bem como dos direitos do nascituro. Além disso, a lei demonstra uma preocupação
concepção.
REFERÊNCIAS
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Paulo: Saraiva, 1994.
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Parte Geral. v. 1, 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
LEITE, Eduardo de Oliveira. Direito Civil Aplicado: Direito de Família. v. 5 São Paulo:
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LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil: introdução, parte geral e
teoria dos negócios jurídicos. V. I, 9 ed. rev. e atualizada pelo Prof. José Serpa de
Santa Maria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2000.
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado: Parte Geral
– Introdução, Pessoas Físicas e Jurídicas. Rio De Janeiro: Borsoi, 1954.
PORTO, Sérgio Gilberto. Doutrina e prática dos alimentos. 2 ed. Rio de Janeiro: Aide
Editora, 1993.
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Parte Geral. v. 1. São Paulo: Saraiva, 1997.
SANTOS, Marina Alice de Souza. Da titularidade dos alimentos gravídicos: uma (re)
visão das teorias do início da personalidade. Disponível em:
http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=599 Acessado em: 22 jul. 2011.
VILLELA, João Baptista. In: Alimentos no Código Civil: Aspectos civil, constitucional
e penal. (Coord. Francisco José Cahali e Rodrigo da Cunha Pereira). São Paulo:
Saraiva, 2005.