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11ºano
Professora Fernanda Freitas
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Índice
Conhecimento do Passado Histórico ....................................................................................... 3
25 de abril ................................................................................................................................ 3
Estado Novo ......................................................................................................................... 4
Guerra Colonial .................................................................................................................. 5
Descolonização ................................................................................................................... 7
Democracia .......................................................................................................................... 9
❖ Portugal ........................................................................................................................... 13
❖ Conquista ........................................................................................................................ 16
Arte ............................................................................................................................................. 18
Cartazes antes e depois do 25 de abril – análise comparativa ................................................. 19
História: Vida viva/ testemunhos .............................................................................................. 20
Reflexão pessoal ......................................................................................................................... 22
Webgrafia ................................................................................................................................... 23
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Conhecimento do Passado Histórico
25 de abril
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• A certa altura, uma vendedora de flores começou
a distribuir cravos. Os soldados enfiavam o pé do
seu cravo no cano da espingarda e os civis pu-
nham a flor ao peito. Por isso se fala de Revolu-
ção dos Cravos.
Estado Novo
• Em 1933 entra em vigor a Constituição, que faz nascer o Estado Novo, substituin-
do a de 1911 que não vigorava desde o golpe militar de 1926.
• O documento submetia o Parlamento, e as liberdades individuais são também limi-
tadas.
• Apesar de possuir algumas características semelhantes ao fascismo italiano de Beni-
to Mussolini, o Estado Novo nunca se assumiu como sendo fascista.
• A nova Constituição, desenhada pelos militares e por Oliveira Salazar, entrou em
vigor a 11 de Abril de 1933.
• O regime vai perdurar até 1974, período durante o qual as liberdades individuais e
coletivas são limitadas.
• A primeira Assembleia Nacional foi eleita em 1934 por sufrágio direto dos cidadãos
maiores de 21 anos ou emancipados.
• Os analfabetos só podiam votar se pagassem impostos superiores a 100$00 e as
mulheres eram admitidas a votar se possuidoras de curso especial, secundário ou
superior.
• O direito de voto às mulheres já fora expressamente reconhecido pelo decreto 19/
894 de 1931, embora com condições mais restritas que as previstas para os ho-
mens.
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• A capacidade eleitoral passiva determinava que podiam votar, eleitores que sou-
bessem ler e escrever e que não estivessem sujeitos às inelegibilidades previstas na
lei, onde se excluíam os "presos por delitos políticos" e "os que professem ideias
contrárias à existência de Portugal como Estado independente, à disciplina social.…"
• Nas eleições de 1969 para a Assembleia Nacional, Marcelo Caetano pretende revita-
lizar a Ação Nacional Popular e ensaiar uma relativa mudança no regime, permitin-
do a concorrência de comissões eleitorais da oposição, sem, contudo, autorizar a
constituição de partidos, nem atualizar os cadernos eleitorais e restringindo a cam-
panha eleitoral apenas a um mês antes das eleições.
Guerra Colonial
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• A Guerra Colonial Portuguesa foi designada por Guerra do Ultramar, designação
atribuída oficialmente em Portugal até ao 25 Abril.
• Esta foi uma guerra que durou cerca de 13 anos. Ao
desenrolar do teatro sanguíneo sobre esta guerra,
muita gente perdeu a vida e milhares acabaram por
ficar feridos.
• A Guerra Colonial Portuguesa teve início em África e desenrolou-se nas colónias de
Moçambique, Guiné e Angola, no período de, entre 1961 e 1974.
• Estiveram em confronto as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas
pelos movimentos de libertação de cada uma das colónias onde decorria os con-
frontos.
• Os primeiros confrontos ocorreram em Angola, traduziram-se, a partir de 15 de
Março de 1961, em bárbaros massacres de populações brancas e trabalhadores ne-
gros oriundos de outras regiões de Angola.
• Nos três cenários das operações em Angola, Moçambique e Guiné o número de
efetivos das forças portuguesas foi aumentando constantemente em relação ao
aumento das frentes de combate, atingindo-se, no início da década de 70, o limite
crítico da capacidade de mobilização de recursos.
• No final de 1964, já estavam envolvidos nas guerras em África 85 mil militares por-
tugueses, respetivamente cerca de 52 mil em Angola, 18 mil em Moçambique e 15
mil na Guiné.
• Pela parte portuguesa, a guerra era sustentada pelo princípio político da defesa do
que era considerado o território nacional, baseado no conceito de nação pluriconti-
nental e multirracial.
• Pela parte dos Movimentos de Libertação, a guerra justificava-se pelo inalienável
princípio de autodeterminação e independência, num quadro internacional de
apoio ao incentivo à sua luta.
• O Estado Novo manteve com grande rigidez o essencial da política colonial, fechan-
do todas as portas a uma solução credível para o problema de qualquer um dos ter-
ritórios.
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• O 25 de Abril de 1974, trouxe alterações à natureza do regime político português, os
novos dirigentes de Portugal, aceitavam naturalmente os princípios da autodeter-
minação e independência, pelo que as fases de transição foram negociadas com os
movimentos de libertação, traduzindo-se rapidamente no fim das ações militares
envolvendo forças portuguesas.
Descolonização
• O processo de independência na região central do continente africano iniciado em
finais dos anos 50 do século XX parou com a capitulação do Biafra (1967-70), tendo
o processo de descolonização no Sul da África também ficado atrasado.
• Quando se fala de um tema vasto e complexo como o da descolonização do império
africano português ocorrida após o golpe militar de 25 de Abril de 1974, tende-se a
destacar, narrar e analisar o seu caráter tardio, para não dizer arcaico. Tem-se para
isso em conta o facto de todos os grandes impérios coloniais e ultramarinos euro-
peus terem já praticamente desaparecido.
• A impropriamente chamada "descolonização das colónias portuguesas posterior ao
25 de Abril" mais não é do que o epílogo da experiência imperial portuguesa que
teve o seu início nos finais do século XV. Esta experiência histórica compreende três
períodos bem distintos, a que podemos chamar os "três ciclos do império" e é iden-
tificável uma lógica coerente nas formas que cada ciclo assumiu, quer no quadro da
expansão quer no da retração do império.
• O objetivo inicial da expansão portuguesa era o Oriente longínquo, o que exigia a
ocupação de feitorias e praças militares na costa africana, de apoio à navegação. O
ciclo do Oriente não corresponde a um império no sentido rigoroso da expressão,
porque lhe faltava continuidade e extensão territorial, ocupação humana de colo-
nos deslocados da metrópole, e porque ainda nem sequer se adivinhava a Revolu-
ção Industrial que geraria o modelo de exploração colonial europeu.
• O encerramento deste ciclo ocorreu em meados do século XVII, quando a metrópo-
le atravessava uma crise prolongada, sob o domínio da coroa espanhola. Portugal
perdia, para as novas potências marítimas emergentes, Holanda e Inglaterra, a qua-
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se totalidade das suas possessões do Oriente, apenas salvando os territórios residu-
ais de Goa, Damão, Diu, Macau e Timor.
• Encerrado o ciclo do Oriente, Portugal investe no continente americano. No Brasil
tem lugar a colonização de um verdadeiro império, de grande extensão e continui-
dade territorial, com a fixação de elevado número de colonos que se lançaram na
penetração do interior e instalaram estruturas de uma economia colonial com base
na exploração do trabalho escravo.
• Portugal enfrentava uma profunda crise, que se iniciara com as invasões napoleóni-
cas e a consequente retirada da Casa Real para o Brasil, substituída pelo humilhante
consulado britânico de Beresford, a que se seguiu a convulsão da Revolução Liberal
de 1820. No continente americano, a exemplo da independência dos Estados Uni-
dos ocorrida em 1776, as primeiras décadas do século XIX eram marcadas pelo fim
dos impérios coloniais espanhol e português.
• O encerramento do ciclo brasileiro do império correspondeu ao modelo da desco-
lonização norte-americana, que marcou aquela época.
• Uma vez fechado o ciclo americano, as potências coloniais europeias descobriram
no continente africano o novo palco da luta pelas suas ambições preponderantes e
pela busca das matérias-primas que a Revolução Industrial requeria. Portugal, re-
clamando interesses que queria preservar, abre assim o ciclo africano do império,
ainda que, durante o ciclo do Oriente, tivesse procedido, por antecipação, à coloni-
zação dos arquipélagos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
• Depois da Guerra Mundial de 1914-1918, com a abertura de uma nova era em que
os valores da autodeterminação e dos direitos humanos ganham espaço de afirma-
ção, os Movimentos Pan-Africano e Pan-Negro iniciam a campanha pela descoloni-
zação da África, que vai receber uma nova dinâmica depois da segunda Guerra
Mundial de 1939-1945. Este movimento atinge as colónias portuguesas e é, então,
que se inicia a descolonização do ciclo africano do império português.
• A natureza ditatorial repressiva do Estado Português procurou ignorar a marcha da
história, obrigando a luta de libertação das colónias a ascender ao patamar da luta
armada, que se traduziu numa guerra colonial de 13 anos e em três teatros de ope-
rações distintos e distantes.
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Democracia
• O 25 de Abril conseguiu muito mais do que simplesmente fazer regressar a demo-
cracia a Portugal, como se tem constatado de forma cada vez mais clara com o pas-
sar do tempo.
• A revolução que se iniciou há quarenta anos foi uma revolução simultaneamente
democrática e social; foi uma plataforma para grande criatividade e progresso que
ainda hoje se mantém. O progresso e a inclusão social que o 25 de Abril tornou pos-
síveis tiveram efeitos diretos em Portugal, mas a Revolução dos Cravos também
deixou marcas profundas a nível global.
• A Revolução dos Cravos mudou o país com extraordinária rapidez e profundidade –
apesar dos problemas e dos desafios que obviamente continuaram a existir. Afinal,
antes de 1974 Portugal era o país mais pobre e atrasado da Europa Ocidental. Mas,
após o 25 de Abril, em certos aspetos Portugal tornou-se o país do Sul da Europa
com maior sucesso a nível social. A participação das mulheres na força de trabalho e
nas universidades, uma importantíssima marca de progresso humano, aumentou
rapidamente após o 25 de Abril. Portugal tornou-se rapidamente o único país do Sul
da Europa em que a presença de mulheres na força laboral era muito mais elevada
do que a média europeia.
• Em democracia, os jovens portugueses desenvolveram gostos musicais “omnívo-
ros”, um sinal claro de competências culturais e tolerância que são muito menos
habituais em outros países do Sul da Europa.
• As práticas educativas implementadas após o 25 de Abril eram menos hierárquicas
e mais centradas no estudante do que no resto do Sul da Europa – com resultados
extremamente positivos. Muitos estudantes portugueses nos anos após 1974 cres-
ceram em lares cujos pais tinham tido oportunidades de estudo limitadas, devido ao
acesso universal à escolaridade ter sido implementado muito tarde.
• No campo económico, o progresso de Portugal nos
25 anos a seguir a 1975 e antes da adesão ao euro
foi extraordinário. O nível de vida aumentou mais
do que no resto do Sul da Europa, a produtividade
também cresceu, juntamente com a inovação nas
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empresas. Com a introdução do euro em 1999, o país perdeu a sua independência
monetária e iniciou-se um período de resultados económicos desapontadores.
• Apesar disso, este 25 de Abril ocorre num contexto em que existem também muitos
motivos para tristeza. A crise económica e a austeridade tiveram muitos custos para
Portugal e a sua democracia. Mas neste caso Portugal não está sozinho. A crise eco-
nómica e a austeridade em muitos países da periferia da Europa foram originadas
por dinâmicas e forças sistémicas e poderosas que atravessam as fronteiras nacio-
nais. A população é fortemente a favor de esforços governamentais para limitar as
desigualdades e a forma predominante de entender a política toma como adquirido
a legitimidade e a importância das vozes discordantes.
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Biografia do autor
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Em 1974, Torga surge na política para apoiar a candidatura de Ramalho Eanes à presi-
dência da República (1979).
Autor prolífico, publicou mais de cinquenta livros, ao longo de seis décadas, e foi, vá-
rias vezes, indicado para o Prémio Nobel da Literatura.
Miguel Torga, sofrendo de cancro, publicou o seu último trabalho, em 1993, vindo a
falecer em janeiro de 1995.
❖ Obras
1930 – Rampa
1931 – Tributo
1932 – Abismo
1940 – Bichos
1942 – Rua
1947 – Sinfonia
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❖ Portugal Nos primeiros três versos, o sujeito
lírico recorda o estado de Portugal an-
tes do regime salazarista. Nos seguintes
Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
três versos, ele relata a situação em
E torno mais real o rosto que te dou. que Portugal se encontrava depois da
Anáfora ascensão de Salazar ao poder.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou. No último verso, apesar de tudo, ele
vê-se em Portugal.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
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Estrutura externa:
Estrutura interna:
− Este poema pode ser dividido em duas partes: 1ª parte – a primeira estrofe; e
2ª parte – a segunda e última estrofes.
− Na primeira parte, nos primeiros três versos, o sujeito poético lembra o esta-
do em que Portugal estava antes do regime salazarista. Refere-se a Portugal
com o pronome “teu”. Nos seguintes dois versos, menciona o regime salaza-
rista como o “destruidor” de Portugal – “Quem te desfigurou/ Criatura da tua
criatura”. No último verso, o sujeito poético diz que apesar de todas as mu-
danças que Portugal sofreu, irá sempre assemelhar-se a Portugal.
− Na segunda parte, o eu lírico relaciona-se com o mar “E eu sou a liberdade
dum perfil”. Esta relação vem como uma caracterização do eu lírico. Depois, a
gradação “Cavo, remo, imagino e descubro…” tem como objetivo demonstrar
a vontade do eu lírico alcançar a sua liberdade, algo que durante a ditadura
em Portugal não existia. Posteriormente, o sujeito lírico autocaracteriza-se
como “Teimoso aventureiro da ilusão, / Surdo às razões do tempo e da fortu-
na”. Também há uma potencial referência à censura que havia em Portugal –
“Achar sem nunca achar o que procuro”.
− Resumidamente, o sujeito poético relaciona-se com a figura de Portugal e ar-
gumenta que apesar de “desfigurarem” o seu país ele irá sempre se relacionar
a esta nação. Aproveita esta semelhança para fazer referência à ditadura e, de
certo modo, protestar contra a mesma.
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Recursos estilísticos
− Anáfora – Repetição das palavras “rosto” e “criatura”.
− Gradação - “Cavo, remo, imagino e descubro”.
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❖ Conquista
Neste poema, o sujeito poético refere
que não tem liberdade, mas que irá
Livre não sou, que nem a própria vida
lutar por ela.
Mo consente.
Com a sua “aguerrida teimosia” irá re-
Mas a minha aguerrida cuperar a sua liberdade.
Teimosia
Desejo enorme de conquistar a sua
É quebrar dia a dia liberdade que lhe foi retirada pela dita-
Anáfora
Um grilhão da corrente. dura.
Tema: A liberdade
Assunto: Recuperação da liberdade, perante o salazarismo.
Estrutura externa:
− O poema é constituído por duas estrofes, duas sextilhas, com 12 versos.
− O esquema rimático é a/b/a/c/c/b, d/e/e/f/d/f.
− Na primeira estrofe a rima é interpolada no 1º e 3º verso, e no 2º e 6º verso;
emparelhada no 4º e 5º verso. Na segunda estrofe a rima é interpolada no 1º
e 5º verso, e no 4º e 6º verso; emparelhada no 2º e 3º verso.
Estrutura interna:
− O poema é dividido em duas partes, a primeira para a 1ª estrofe e a segunda
para a 2ª estrofe.
− Na primeira parte, o sujeito poético menciona que não tem a sua liberdade,
caraterística do regime salazarista, mas que “dia a dia” irá lutar para conquis-
tá-la.
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− Na segunda parte, o eu lírico demonstra o seu desejo de ter liberdade, que é
seu direito ter. Reprime a pessoa ou pessoas que estão a destruir esse direito.
− Este poema, como o outro, serve como repreensão ao regime salazarista por
tirar a liberdade ao povo português.
Recursos estilísticos:
− Anáfora – repetição das palavras “Livre não sou”.
− Comparação – “Trago-a dentro de mim como um destino”
− Personificação – “E vão lá desdizer o sonho de um menino/ Que se afogou
e flutua/ Entre nenúfares de serenidade”
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Arte
Pintura de Mário Cesariny – Soprofigura.
Cesariny foi, dos surrealistas portugueses,
quem levou o automatismo à sua dimensão
mais extremada e o mais feroz crítico do talen-
to artístico convencionado. Liberto dos ditames
da prática oficinal instaurada, realiza composi-
ções intituladas Soprofiguras, lançando sobre o
suporte da obra jatos de tinta posteriormente
soprados. Assim arbitrariamente estendida so-
bre a superfície, a tinta é em seguida trabalha-
da com tinta-da-china, guache e materiais in-
comuns, como vernizes industriais (em assun-
ção de uma anti pintura), com recurso igual-
mente a técnicas pouco ortodoxas, como o grattage, que reforçam o carácter aleatório
e espontâneo da composição. Liberta de condicionantes racionais, espaciais e tempo-
rais, bem como de quaisquer preocupações estéticas ou morais, esta anti pintura
apreende as imagens inconscientes no seu estado nascente e, na medida em que
qualquer um a pode praticar, adquire um carácter universal que derroga decisivamen-
te o estatuto do artista como génio criador e aproxima eficazmente a arte da própria
vida.
Por esta pintura consigo associar facilmente ao tema deste portefólio. A meu ver, são
duas pessoas retratadas na pintura, uma que está a repreender a outra de forma
agressiva. Relaciono essa pessoa agressiva a um agente de PIDE, que a estava a repre-
ender por algo que ela fez. Esta polícia política não dava qualquer liberdade ao povo
para falar ou mesmo ter uma opinião contra a ditadura, e é isso que o pintor retratou
na sua pintura. Acho que esta pintura representa a inexistência da liberdade, que era
imposta pelo Estado Novo. Cesariny, com esta pintura, quis alertar e criticar esta soci-
edade.
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Cartazes antes e depois do 25 de abril – análise comparativa
Esta imagem é um cartaz eleitoral com o objetivo de Salazar ser eleito. Este cartaz diri-
ge-se à mulher portuguesa com o propósito de que
elas devem ser gratas a Salazar e, consequentemente,
votar nele. Usa como argumentos:
− A estabilidade da família
− A liberdade religiosa
− A ordem social
− A paz que preservou o nosso país de catástro-
fe e das destruições de guerra
Ainda usam o sentimentalismo da mulher contra si
mesma ao afirmar que “Se teu marido, teus irmãos,
teus filhos vivem, se não marcharem para os cam-
pos de batalha, A SALAZAR O DEVES!”.
Por este cartaz, conseguimos perceber que os cartazes que eram permitidos ser co-
locados na rua, tinham de enaltecer o Estado Novo e o Salazar, ou, por outras pala-
vras, não eram permitidos cartazes que o seu conteúdo era contra o Estado Novo
(censura).
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• Alguma vez participou num ato de rebeldia?
“A vontade de participar na mudança era grande, portanto, ao longo do tempo, fui
participando em alguns atos de rebeldia. Os alunos do Liceu faziam várias manifesta-
ções e eu, apesar da rivalidade entre as escolas, ia participando em algumas.”
“Um dia, com os meus amigos, fomos a uma espécie de cave, sem ninguém ver, de
noite, para imprimir panfletos contra o regime da ditadura e da guerra colonial. No dia
seguinte, corremos para uma sala e atirámos os panfletos para uma sala e começámos
a correr para não sermos apanhados. A sensação da adrenalina era fantástica, a sensa-
ção de estarmos a fazer algo proibido, mas que iria fazer a mudança.”
“Um dia houve um comício em Guimarães pelo CDS e houve uma manifestação, da
qual participei. Supostamente iria ser pacífica, mas de repente começaram a arrancar
pedras do chão e a atirar, e eu normalmente não sou muito violento, mas, no calor do
momento, peguei numa pedra e ia atirá-la, mas depois ganhei juízo e pousei-a. Entre-
tanto a PIDE começou a vir atrás de nós e, então, fugimos pelas ruas estreitas e eles
tentavam apanhar-nos sem sorte, e acabámos por dar-lhes um baile.”
• Aqui em Guimarães havia algum espaço onde se reuniam para encontrar
alguma estratégia de oposição?
“Como não era permitido ler, ouvir, falar algo contra o regime salazarista, devido à
censura, nós íamos ouvir os rádios, que emitiam as notícias que em Portugal não eram
permitidas (BBC), escondidos na Mumadona. Apesar do Estado Novo querer que
permanecêssemos ignorantes, nós escolhíamos o contrário.”
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Reflexão pessoal
Na minha opinião, o tema deste portefólio foi muito importante para mim, pois
trata-se de uma Revolução que aconteceu no nosso país, que resultou no retorno da
democracia e da liberdade. Este acontecimento foi muito marcante para a nação
portuguesa.
Este episódio histórico, a que chamamos Revolução dos Cravos, resultou duma
revolta da população contra a ditadura salazarista. Portugal esteve na influência deste
regime por muito tempo, mas chegou a uma altura em que o povo estava saturado e,
então, decidiram-se revoltar, sem medos, com o intuito de serem um país livre e
democrático. Isto serve de exemplo para a nossa geração atual para que não cometa o
mesmo erro e que se se encontrar numa situação semelhante que faça algo para
mudar. Não precisa de ser necessariamente uma situação semelhante, por exemplo, se
for algo que esteja a comprometer o bem-estar da população e a evolução do país é o
dever do povo de defender o próprio país e não se deixar levar pelo medo ou receio.
Resumidamente, o 25 de Abril e tudo o que envolveu a ditadura serve de lição para os
portugueses serem corajosos ao ponto de defender Portugal, e a si mesmos.
Em suma, este tema (25 de abril) que foi selecionado para o portfólio, na minha
opinião, foi mais que adequado, porque para além de ter aprendido muito mais sobre
esta data, aprendi que para fazer a mudança é inevitável libertarmo-nos do medo e
entregarmo-nos à coragem de defender o nosso país.
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Webgrafia
− https://reflexodigital.com/tertulia-do-programa-do-ne-25-abril-evoca-os-
valores-da-liberdade/
− https://vilanovaonline.pt/2017/10/25/guerra-colonial-historia-contar-aspetos-
nao-revelados-da-guerra-colonial-portuguesa/
− http://www.citador.pt/poemas/portugal-miguel-torga
− http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/ArtistPieces/view/71/artist
− http://ensina.rtp.pt/artigo/mario-cesariny/
− http://www.cgtp.pt/informacao/comunicacao-sindical/11806-milhares-de-
pessoas-participaram-nas-comemoracoes-do-25-de-abril
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