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Escola Secundária Francisco de Holanda

Trabalho realizado para a disciplina de: Geografia C

PERSEGUIÇÃO AO POVO ROHINGYA

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2019-09/myanmar-onu-genocidio.html

Trabalho Realizado Por:


Ana Margarida Oliveira, nº5 12ºlh2
Bruno Rocha, nº11 12ºlh2
Mikaella Freitas, nº24 12ºlh2
Tatiana Oliveira, nº30 12ºlh2
Destinatário:
Professora Conceição Guerra
Realizado a dia:
20/04/2020

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Índice

Introdução .................................................................................................................................. 3
1. Localização ......................................................................................................................... 4
2. Contextualização histórica do conflito? ........................................................................ 5
1) Como tudo começou? .................................................................................................... 5
2) Como se desenvolveu? .................................................................................................. 6
3) As consequências do conflito? .................................................................................... 6
4) O problema foi resolvido?............................................................................................ 6
5) O conflito na atualidade ............................................................................................... 7
3. Importância das ONG no conflito ................................................................................... 8
Conclusão .................................................................................................................................... 9
Webgrafia.................................................................................................................................. 10

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Introdução

Nós, como grupo, decidimos abordar o povo Rohingya como forma de também
estudar e conhecer novas realidades e culturas completamente opostas à qual
estamos inseridos.
Com este trabalho ao estudar este povo descobrimos maioritariamente que é de
facto um povo que está inserido em conflitos, conflitos esses que permanecem hoje
em dia nas suas vidas.

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1. Localização

Os rohingyas pertencem uma etnia minoritária que existe em Myanmar há vários


séculos, sendo a sua origem mais difícil de analisar do que o governo leva a crer.
Do lado do Estado, argumenta-se que os rohingyas descendem de grupos de
agricultores naturais do Bangladesh. Contudo, chegaram à região no séc. XIX, quando
Myanmar era uma província ultramarina britânica, dentro da região administrativa da
Índia. Os rohingyas foram para lá levados enquanto mão-de-obra barata. Muitos
Rohingya garantem ser descendentes de mercadores muçulmanos. Mas, no fundo, são
um misto de etnias.
Atualmente, mais de um milhão de pessoas de etnia rohingya vive no país,
nomeadamente no estado de Rakhine, no oeste, Bangladesh e na Malásia, onde
acabam a trabalhar ilegalmente ou desviados para redes de escravatura.

https://www.mapsofworld.com/myanmar/myanmar-location-map.html

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2. Contextualização histórica do conflito?

1) Como tudo começou?


O governo recusa-se a reconhecer os rohingyas como cidadãos de Myanmar, pois alega que
os rohingyas são naturais do Bangladesh e não de Mynmar.
Em 1948, Myanmar tornou-se independente e os rohingyas obtiveram autorização para
fazer um registo que visava terem direito a um cartão de cidadão. No entanto, um golpe de
Estado militar (1962) retirou o estatuto de cidadãos ao povo rohingya fazendo com que, aos
olhos do Estado, fossem considerados apenas estrangeiros.
Ne Win, general de Myanmar após o golpe de Estado, em 1987, retirou de circulação as
notas de 100, 75, 35 e 25 quilates e deixou apenas em circulação as de 45 e 90, por serem os
únicos números divisíveis por 9, o número que o próprio considera dar sorte. Esta alteração
levou a que inúmeros universitários perdessem as poupanças para as propinas. Seguido desta
alteração surgiram vários protestos e movimentos antirregime iniciados pela comunidade
estudantil que por sua vez acabou por mobilizar todos os setores. Todos estes movimentos e
protestos tinham como objetivo a demissão do general Ne Win.
Em setembro, as forças armadas de Myanmar retomaram o poder “em defesa dos direitos
da população”. Esta retoma de poder levou a medidas drásticas como por exemplo: o fim de
qualquer tipo de protestos. Saw Maung, (Governador do país) ordenou que as suas tropas
patrulhassem todas as cidades de norte a sul, com o intuito de disparar contra qualquer
cidadão que estivesse em manifestação ou protesto. Esta ordem desencadeou muitas mortes,
não havendo, até hoje, um número exato de quantas terão sido porque muitos corpos foram
cremados.

https://www.newmandala.org/book-review/review-of-general-ne-win-a-political-biography/

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2) Como se desenvolveu?
A violência e conflitos contra os rohingya já têm um vasto historial. Contudo, o mesmo
intensificou-se quando uma mulher budista foi violada por três homens muçulmanos, em
Rakhine.
Em consequência deste acontecimento, os conflitos aumentaram resultando em 78 mortes
e em milhares de propriedades de pessoas destruídas, algumas ficando mesmo sem habitação.
A intervenção das forças militares, na tentativa de acalmar os confrontos, resultou em mais
violência com abuso de força por parte dos mesmos, o que levou à morte de muitos rohingya.
Em outubro de 2016, três postos da guarda fronteiriça foram atacados por grupos de
homens armados, colocando Rakhine em estado de emergência. Esta é considerada como a
primeira ação do Exército de Salvação dos Rohingya de Arracão (ESRA), um grupo que faz
resistência armada contra os abusos sofridos pelos rohingya. No entanto, o governo birmanês
acusa-os de serem uma organização terrorista.
A 25 de agosto de 2017, o conflito acentuou-se quando trinta postos da polícia na região
foram alvos de ataques reivindicados pelo Estado, que causaram uma centena de mortos,
sobretudo rebeldes.
Perante todos estes acontecimentos, o Estado de Myanmar, sendo maioritariamente
budista continua a não reconhecer o povo rohingya como minoria étnica, tendo já sido alvo de
inúmeras críticas por parte da comunidade internacional.

3) As consequências do conflito?
Como consequência deste conflito, os rohingyas continuam a ser uma etnia não
incluída no país, ao contrário do que acontece com outras 135 etnias. Não conseguem
ter acesso aos mesmos recursos e serviços que os cidadãos budistas têm, nem sequer
podem abandonar as suas aldeias no Rakhine sem autorização prévia do governo. As
estimativas colocam o número de refugiados rohingyas no Bangladesh entre as
centenas de milhares.

4) O problema foi resolvido?


Nos dias de hoje, para o governo de Myanmar ainda existem motivos para perseguir o povo
Rohingya como, por exemplo, a grande taxa de natalidade do grupo étnico, a
incompatibilidade da cultura Rohingya e devido à ameaça à segurança no Estado de Rakhine
devido aos conflitos na região. Por estes motivos o problema nos dias de hoje ainda não foram
resolvidos.

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https://www.publico.pt/2019/04/01/p3/fotogaleria/os-rohingyas-lutam-diariamente-contra-a-morte-393708

5) O conflito na atualidade
Devido a todos os conflitos criados, a crise de refugiados do Myanmar é a pior desde 1990,
segundo as Nações Unidas.
Alguns desses conflitos que fazem da crise dos refugiados a pior desde 1990 são,
por exemplo, em 2012 quando morreram mais de 10 mil pessoas e ficaram destruídas
milhares de casas. Apesar de nos dias de hoje este conflito ainda continuar presente, a
situação tem melhorado para os Rohingyas.

https://tvi24.iol.pt/internacional/myanmar/rohingya-em-fuga-ja-ultrapassaram-refugiados-que-chegaram-a-europa

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3. Importância das ONG no conflito

Muitas mostraram preocupação com este conflito, como, por exemplo, a No Peace
without Justice, a International Federation for Human Rights (FIDH), a Human Rights
Watch, a Women’s Initiatives for Gender Justice e a Global Justice Center, foram
algumas das ONG que apoiaram os Rohingyas neste conflito. Estas ONG apoiaram
Gâmbia na queixa apresentada ao Tribunal Internacional de Justiça contra Myanmar
pela violação da convenção do genocídio.

https://veja.abril.com.br/mundo/mais-de-6-700-rohingyas-morreram-no-primeiro-mes-de-violencia/

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Conclusão

Com tudo isto, podemos concluir que a perseguição ao povo Rohingya se traduz
essencialmente como sendo um conflito de caráter cultural, conflito esse que
permanece ainda visível nos dias de hoje e que com ele trouxe, e ainda traz, diversas
consequências, já acima referidas.
Na nossa opinião, é um tema bastante interessante e voltaríamos a escolher esta
mesma temática.

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Webgrafia

https://observador.pt/2017/09/13/quem-sao-os-rohingya-e-por-que-fogem-de-myanmar/
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41257869
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/conflito-em-mianmar-onu-
denuncia-limpeza-etnica-e-diaspora-do-povo-rohingya.htm
https://pt.euronews.com/2019/08/25/rohingya-assinalam-dia-do-genocidio
https://nacoesunidas.org/tribunal-da-onu-analisa-acusacao-contra-mianmar-sobre-possivel-
genocidio-do-povo-rohingya/
https://www.dw.com/pt-br/entenda-o-conflito-em-torno-dos-rohingya-em-myanmar/a-
40517106
https://www.terra.com.br/noticias/entenda-o-conflito-em-torno-dos-rohingya-em-
myanmar,6612eba403f20cbb103f13b9508366f3ehlrhvux.html
https://multimedia.expresso.pt/bangladesh/
https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/2017-10-14-a-historia-do-povo-que-ninguem-quer/
https://www.publico.pt/2019/04/01/p3/fotogaleria/os-rohingyas-lutam-diariamente-contra-a-
morte-393708
http://www.jornalmapa.pt/2019/01/03/os-rohingya-e-os-conflitos-no-myanmar/
https://www.msf.org.br/noticias/tres-historias-de-refugiados-rohingyas-em-bangladesh

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