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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE – DS

AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE FUNCIONAL


SECUNDÁRIA A CEFALEIA

Pesquisadora: Suzzy Costa


Orientador: Fhelicio Viana
Qualidade de Vida
X
Ascensão Socioeconômica

Impacto
social

Saúde

Bastos (2013), de Lissovoy (1994), Oliveira et al (2008), Osterhaus et al (1992)


Cefaléias são dores referidas à superfície da
cabeça a partir de estruturas profundas.

 Maior prevalência em mulheres;

(Guyton e Hall, 2011)


 Cerca de 50% das queixas de dores de cabeça
que chegam aos consultórios, a grande
maioria apresenta a chamada cefaleia de
tensão, 25% enxaqueca e 25% geradas por
infecções.

(Halal e Fernandes, 1996)


 A dor de cabeça de grau IV prejudica mais a
qualidade de vida que a osteoartrite,
diabetes, hipertensão e lombalgia e é tão
incapacitante quanto a depressão.

(BIGAL et al, 2000)


Objetivos

 Conhecer o impacto da incapacidade gerada


pela cefaleia na população acompanhada
pelo projeto de extensão “Intervenção
Fisioterapêutica nas Cefaleias Tensionais”;
 Saber o perfil da população que a dor de
cabeça mais incapacita.
Metodologia
 Estudo transversal de natureza quantitativa e
caráter descritivo
 Aprovação do Comitê de Ética da UESB sob
parecer nº 156/2010 (CAAE:0010.0.454.000-
10)
 Localização: Clínica Escola de Fisioterapia da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
e Unidade Básica de Saúde da Família José
Maximiliano - Bairro Jequiezinho, na cidade
de Jequié, Bahia.
Metodologia
 27 Pacientes acompanhados pelo projeto
“Intervenção Fisioterapêutica nas Cefaleias
Tensionais “ que apresentaram dor de cabeça
nos últimos 3 meses.
 A faixa etária dos sujeitos foi de 20 a 79 anos.
 Participaram voluntários de ambos os sexos.
Metodologia

 Foi realizada uma entrevista utilizando o


Migraine Disability Assessment
Questionnaire (MIDAS);
Questionário da Incapacidade por Dor de Cabeça - MIDAS (Migraine Disability
Assessment Test)

 1. Quantos dias de trabalho ou de escola você perdeu nos últimos três meses por
causa de suas dores de cabeça? _____________ dias.
 2. Em quantos dias dos últimos três meses você observou que seu rendimento
no trabalho ou na escola estava reduzido pela metade ou mais, devido às suas
dores de cabeça? (Não inclua os dias que você contou na questão 1, onde dia de
trabalho ou de aula foi perdido). _______________ dias.
 3. Em quantos dias dos últimos três meses você não foi capaz de executar o
trabalho de casa por causa de suas dores de cabeça? _______________ dias.
 4. Em quantos dias dos últimos três meses seu rendimento no trabalho de casa
foi reduzido pela metade ou mais devido as suas dores de cabeça? (Não inclua os
dias que você contou na questão 3, onde você não pôde fazer o trabalho de
casa). _______________ dias.
 5. Em quantos dias dos últimos três meses você perdeu atividades familiares,
sociais ou de lazer por causa das suas dores de cabeça? ______________ dias.

 A. Em quantos dias dos últimos três meses você teve dor de cabeça? (Se a dor
durou mais que um dia, conte cada um dos dias). _______________ dias.
 B . Em uma escala de 0 a 10, em média qual a intensidade da dor destas dores de
cabeça? (0 = nenhuma dor; 10 = dor máxima possível). ______________
(Fragoso, 2002)
Metodologia

 Critérios de Inclusão:
 Ter o sintoma “dor de cabeça” presente em pelo
menos um episódio nos últimos 3 meses;
 Critérios de Exclusão:
 Não compreensão do questionário lido pelo
investigador;
 Presença de incapacidade devido à outra (as)
comorbidade (s);
Metodologia

 Os resultados foram apresentados por meio


de uma análise estatística descritiva
envolvendo distribuição de frequências
absoluta e relativa.
Resultados/Discussão
 O impacto gerado pela dor de cabeça na
qualidade de vida das pessoas é nítido e já foi
bastante descrito na literatura. Nosso estudo
evidenciou esse impacto, não só na qualidade
de vida, mas também na diminuição das
capacidades laborativas e de lazer,
provocados pela cefaleia.
Resultados/Discussão
 Média de idade: 38,44 ±17,35 anos;
 81,48% do sexo feminino e 18,52% do sexo
masculino.
 Faixa etária dos participantes:
 48,15% -20 e 29 anos;
 11,11% - 30 a 39 anos;
 11,11% - 40-49 anos;
 11,11% - 50-59 anos;
 14,82% - 60 a 69 anos;
 3,7% - 70 e 79 anos.
Resultados Discussão

 Em 2006, Gomes et al, utilizando a Escala


Visual Analógica da dor (EVA-dor),
encontraram um limiar de dor de 6,55 em
pacientes com cefaleias.
 Em nossa pesquisa encontramos resultados
semelhantes de 6,52 pontos na escala de dor
presente no MIDAS.
Resultados/Discussão
A dor era de uma média de 6,52 ±1,98 pontos;

Fonte: Dados da pesquisa


Resultados/Discussão

 Rassmussen na Dinamarca em 1994,


encontrou prevalência ao longo da vida entre
93 e 96%.
 No Brasil, Sanvito et al em 1996 encontraram
resultados semelhantes.
Resultados/Discussão
 Lipton e colaboradores:
 Nenhum: 12%;
 leve ou moderado: 51,3%;
 intenso/vai para a cama: 35,5%;
 não sabem: 1%.
 Nosso estudo:
 25,96% dos participantes não tinham incapacidade;
 14,81% tinham leve incapacidade;
 22,22% possuíam moderada incapacidade;
 37,04% apresentavam incapacidade severa.
Resultados/Discussão
Impacto das cefaleias
População
(%)
40,00%

35,00%

30,00%

25,00%

Impacto das cefaleias


20,00%

15,00%

10,00%

5,00%
Escore MIDAS
0,00%
Grau I Grau II Grau III Grau IV

Fonte: Dados da pesquisa


Resultados/Discussão
Canadá - 1993 Brasil 2013

 70% dos indivíduos que  74,07% dos portadores de


sofrem com dor de cabeça cefaleia que tiveram sua
tem limitação ao realizar
suas atividades. 50% produtividade afetada em
desses indivíduos metade ou mais em pelo
interrompem suas menos 1 dia.
atividades e 30% das
pessoas que tem dor de  29,63% dos sujeitos que
cabeça são obrigadas a se faltaram no mínimo 2 dias
deitar quando tem as de trabalho,
crises. (Edmeads et al,
1993 )
Resultados/Discussão
 Muitos autores relatam que a cefaleia é mais
prevalente nas mulheres. (Guyton e Hall, 2011;
Osterhaus et al, 1992; Edmeads et al, 1993;
Rasmussen, 1995)
Resultados/Discussão
 Oliveira et al (2008) observou que aqueles que
apresentavam graves incapacidades (grau IV)
eram, em sua maioria, mulheres.

 Pudemos analisar em nossa pesquisa que, de


fato, a cefaleia incapacita bem mais as mulheres
do que os homens (grau IV encontrado em 20%
doa homens e 40,91% das mulheres que
participaram do estudo).
Resultados/Discussão
Conclusão
 A dor de cabeça, sobretudo a cefaleia do tipo
tensional e a enxaqueca, representa um
grande impacto físico, mental e social para as
pessoas, bem como aumentam gastos para a
sociedade, podendo mesmo ser considerada
um problema de saúde pública.
Conclusão
 A dor de cabeça é mais impactante e
incapacitante no sexo feminino do que no
sexo masculino.
 São necessários mais estudos na área,
sobretudo estudos epidemiológicos e que
avaliem seu impacto, inclusive
correlacionando com o diagnóstico dos tipos
específicos de cefaleia na população. Bem
como estudos que avaliem os fatores
associados.
REFERÊNCIAS:
 Bastos AFC, Melo LG, Rezende AAB, Herrera SDSC, Ueda TK. Intervenção
fisioterapêutica na melhora da qualidade de vida de paciente portador de cefaleia do
tipo tensional crônica. Revista Amazônia. 2013;1(1):25-31.
 Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica, 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara, 2011.
 Halal IS, Fernandes JG. Cefaléia. In: Duncan, BB, Schimdt MI, Gugliani ERJ. Medicina
ambulatorial: condutas clínicas em atenção primária. 25ª ed. Porto Alegre: Artmed,
1996, p. 708-712.
 Bigal ME, Fernandes LC, Moraes FA, Bordini CA, Speciali JC. Prevalência e Impacto da
Migrânea em Funcionários do Hospital Das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – USP. Arq Neuropsiquiatr 2000;58(2-B): 431-436
 de Lissovoy G, Lazarus SS. The economic cost of migraine. Present state of
knowledge. Neurology. 1994;44(6 Suppl4):S56-62.
 Oliveira DA, Silva LC, Brito JKC, Aleixo JDA, Ribeiro EI, Valença MM O impacto da
migrânea nas atividades de vida diária é mais incapacitante nas mulheres. Migrâneas
cefaleias 2008;11(4):253-255.
Referências
 Gomes MB, Guimarães FC, Guimarães SMR, Claro Neves AC. Limiar de dor à pressão em pacientes com
cefaléia tensional e disfunção temporomandibular. Cienc Odontol Bras 2006 out./dez.; 9 (4): 84-91.

Fragoso, YD. MIDAS (Migraine Disability Assessment): a valuable tool for work-site
identification of migraine in workers in Brazil. Sao Paulo Med J/Rev Paul Med
2002;120(4):118-21.

 Osterhaus JT, Gutterman DL, Plachetka JR. Healthcare resource and lost labour costs
of migraine headache in the US.Pharmacoeconomics. 1992;2(1):67-76.

 Lipton RB, Silberstein MD, Stewart WF. An update on the epidemiology of migraine.
Headache 1994;34:319-328.

 Edmeads J, Findlay H, Tugwell P, Pryse-Phillips W, Nelson RF, Murray TJ. Impact of


migraine and tension-type headache on life-style, consulting behaviour, and
medication use: a Canadian population survey. Can J Neurol Sci. 1993; 20: 131-137.

 Rasmussen BK. Epidemiology of headache. Cephalalgia. 1995;15(1):45-68.


MUITO OBRIGADA!!!

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