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), 2013,
Actas del XXVI Congreso Internacional de Linguística y de Filologia
Románicas (Valencia 2010). Vol.I. De Gruyter. 543-554.
Introdução
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A expressão franja de separação é de Vitorino Magalhães Godinho que prefere «para dividir a
história de Portugal, não escolher datas mas sim balisar franjas de separação» (Godinho 1968: 12)
e foi já utilizada por Clarinda Maia a propósito da periodização do português (Maia 1995).
Esperança Cardeira
Do século XV ao XVI
Nas palavras de Teófilo Braga (s.d.: 67), «no século XV três descobertas vieram suscitar
uma extraordinária actividade mental e social: foram a Bússola, a Pólvora e a Imprensa.
Pelo emprego da Bússola pode estabelecer-se a grande navegação […]; pela Pólvora
acabou a valentia individual do cavaleiro […]; pela Imprensa revivesceu o humanismo».
No caso português, pode dizer-se que a bússola determinou o desenvolvimento da
navegação oceânica que abriu portas à expansão territorial e comercial do reino,
proporcionando a Portugal condições económicas que garantiram a autonomia e a
afirmação da nacionalidade. Quanto à pólvora, creio que a sua descoberta terá sido, em
termos sociais, menos marcante para o português comum que a actividade comercial que
lhe permitiu almejar riqueza e posição social. Já a imprensa, uma vez que em Portugal as
primeiras obras impressas surgem no final do século XV, será o veículo da difusão do
pensamento apenas no século seguinte.
Os primeiros anos da Dinastia de Avis foram marcados, ainda, pelo espírito
cavaleiresco2: na corte de Filipa de Lencastre liam-se os poemas da Távola Redonda
enquanto D. João se via como um rei Artur rodeado dos seus cavaleiros e Nuno Álvares
Pereira se imaginava Galaaz. A criação do cargo de Cronista do Reino, entregue a Fernão
Lopes por D. Duarte em 1434, reflecte este interesse pelos feitos heróicos. No acervo de
códices que pertenceram a D. Duarte e a D. Pedro contam-se livros que representam ainda
o elemento medieval a par de textos clássicos, em latim ou traduzidos para linguagem.
Afonso V, por outro lado, e a julgar pelas descrições de Rui de Pina, reuniu na sua Livraria
principalmente textos clássicos e humanistas, incluindo Dante, e deu carta de privilégio a
impressores estrangeiros.3 Terminava, assim, o espírito medieval e penetrava em Portugal a
corrente humanista.4 Os interesses sociais de D. João I e de D. Duarte impunham uma
cultura cavaleiresca que privilegiava a prosa; no tempo de D. Afonso V, a ligação a Castela,
o comércio e a centralização do poder real permitiram que se desenvolvesse uma cultura
cortesã que fomentava a poesia.
O triunfo da monarquia, a generalização da economia comercial e o desenvolvimento
das cidades provocaram violentos reajustamentos no ambiente social. As imensas
deslocações populacionais (do campo para a cidade e daí para as viagens ultramarinas), a
crescente importância do Estado (que monopoliza o comércio da Índia) e da classe
guerreira (que garante a ocupação das feitorias) mudam a face da sociedade portuguesa. A
política do reino vira-se para a expansão territorial e para o lucro do comércio marítimo; a
corte vive um luxo até então desconhecido e os cortesãos alteram os seus gostos,
disputando o favor do rei e das damas, suplantando-se uns aos outros na forma de vestir, de
seduzir e de trovar. Segundo Rodrigues Lapa (1981: 437) «o português da segunda metade
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É significativo que nas Ordenações Afonsinas figure um Regimento de Guerra, introduzido pelo
Infante D. Pedro, com a descrição das cerimónias de investidura dos graus da Cavalaria.
3
Na protecção que Afonso V deu às Letras pode ver-se a influência dos seus educadores, os
humanistas italianos Mateus de Pisano e Estêvão de Nápoles.
4
Note-se que até à Reforma da Universidade de Lisboa os fidalgos portugueses frequentavam as
escolas humanistas de Itália ou rumavam a Paris. Para a corte de D. João II, veio Cataldo Siculo,
professor de retórica em Pádua, ensinar os príncipes e os moços fidalgos.
Do português médio ao clássico: o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
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O relacionamento intenso entre Portugal e Castela, na segunda metade do século xv justifica a
presença de composições castelhanas no Cancioneiro Geral. Aliás, os cancioneiros bilingues
estavam na moda (veja-se o Cancioneiro de Stuñiga, composto por volta de 1458, que inclui
poetas aragoneses, castelhanos e catalães).
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Uso aqui a expressão transição de fase no sentido em que ela é aplicada à descrição de processos
evolutivos em sistemas dinâmicos complexos: uma mudança de estado, precedida por grande
instabilidade e representável por uma curva sigmóide que tende para um patamar estacionário. As
descrições de Labov de processos de mudança apresentam o mesmo tipo de curva: «The rate of
sound change thus follows an S-shaped curve» (Labov 1994: 65-6).
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Para recolha de dados utilizei a seguinte documentação: Livro dos Conselhos de El-Rei D. Duarte
(1423-38, Dias, 1982); Colecção Mística de Frei Hilário da Lourinhã (1431-46, Castro, 1985);
Do português médio ao clássico: o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
propostas de Evanildo Bechara (1991), Clarinda de Azevedo Maia (1995) e Paul Teyssier
(1982) incidiram sobre os seguintes aspectos fonológicos e morfológicos: a convergência
em -ão das terminação nasais; a inserção de iode na sequência -eo, -ea; a síncope de -d- no
morfema número-pessoal; a substituição da terminação nominal -vil por -vel; a substituição
dos particípios em -udo por -ido; o desaparecimento das formas átonas dos possessivos.
Aplicando a mesma grelha de variáveis ao Cancioneiro Geral (ed. Aida Fernanda Dias,
1990-93) estaremos a observar a implementação destes processos evolutivos na segunda
metade de Quatrocentos, verificando se este período (franja de separação) configura, de
facto, um patamar de estabilização dos novos traços linguísticos. Analisemos, portanto,
essas variáveis.
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Livro Verde da Universidade de Coimbra (1367-1456, Madahil, 1940); Documentos notariais
portugueses do Noroeste e da região de Lisboa (1350-1500, Martins, 2001); Documentos
Históricos da Cidade de Évora (1355-1470, Pereira, 1885-87); Actas das Vereações de Loulé
(1384-1408, Moreno, 1984) ; Cortes (1404-49, Moreno, 1978 e 1982; Iria, 1990).
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Para uma descrição mais pormenorizada deste e dos outros processos de mudança em análise, bem
como para a metodologia de constituição do corpus referido e de recolha e interpretação dos
dados, vd. Cardeira 2005.
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É conhecido o facto de o Cancioneiro Geral ter uma história tipográfica peculiar, já que parte do
texto da compilação foi composto por duas vezes, por dois compositores que trabalharam em
momentos diferentes. Estas duas versões apresentam variação de hábitos ortográficos individuais
(sobre esta questão vd. Castro / Dias 1976-77). Não se regista, todavia, variação significativa no
que se refere à grafia das terminações nasais.
Esperança Cardeira
A 3ª pessoa do plural do verbo ser surge apenas uma vez com a grafia antiga som, 21 vezes
como são e 258 (92%) como sam. As grafias não etimológicas perfazem, portanto, 99.6%.12
Uma palavra gramatical muito frequente, o advérbio de negação, surge ainda com a grafia
tradicional e etimológica nom (432 ocorrências) e já com a moderna grafia não (23 ocorrências)
mas a grafia claramente predominante é nam (2770 ocorrências). Ou seja, a grafia etimológica
representa apenas 13.3% do total.
Tudo indica, pois, que -am representa já o ditongo. Aliás, as rimas confirmam esta
observação. Repare-se nos seguintes exemplos, todos retirados da primeira composição
(Cuidar e Suspirar): melão:pam; cortesam:mão; questão:paixam; afeiçam:razão:condiçam;
darão:poderão:paixam.
Uma vez que o texto em análise é muito extenso, recolhi todas as grafias etimológicas e
não etimológicas (nomes, flexão verbal e palavras gramaticais) numa amostra constituída
por 25 fólios (fls. XX r. – XXX v.; LXXX r. – XC v. e CL r. – CLV v.).14 Nesta amostra
encontrei um total de 459 grafias que respeitam a etimologia (31.6%) e 1453 grafias não
etimológicas (68.4%). Das grafias não etimológicas apenas uma pequena parte (1.6%)
corresponde à moderna grafia -ão; -om representa somente 24% das etimológicas. Quer isto
dizer que, de facto, a grafia mais frequente para todas estas terminações,
independentemente da etimologia, é -am. E, note-se, formas como veram ou mam (por
verão < VERANU e mão < MANU, 324) confirmam a conclusão de que -am representa, já, o
ditongo e de que as várias possibilidades gráficas podiam ser usadas, indiferentemente,
pelos poetas. Veja-se, por exemplo, como nos versos pois que nom posso dizer / o que nam
posso calar (580) o advérbio de negação apresenta, numa mesma frase poética, duas
diferentes grafias.
Só em meados do século XVI os gramáticos se preocuparão com a normalização gráfica
destas terminações. Em 1516 a oscilação é ainda a regra mas trata-se de uma oscilação que
é meramente gráfica. Dela podemos inferir que foi precisamente durante a segunda metade
do século XV que a tendência se inverteu, passando a grafia não etimológica a ser a mais
frequente.
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Quanto à 1ª pessoa do singular do mesmo verbo (cujo étimo é SUM e que poderia, também,
convergir no ditongo) ocorrem as formas som (grafia etimológica, com 10 ocorrências) são (14) e
sam (186). Além destas, surge já, também, a forma moderna sou (15 ocorrências). Acrescente-se
uma única ocorrência de soom, na composição 480; não se registam as formas soo ou so nem sejo,
que ocorrem em Gil Vicente (Teyssier 2005: 96).
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Referência à numeração das composições na edição utilizada (Dias 1990-93).
14
Desta amostra, como da restante análise, excluí, naturalmente, as composições em castelhano.
Do português médio ao clássico: o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
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Em determinados contextos não houve síncope: em caso de travamento nasal da sílaba anterior e
depois de consoante vibrante. Há também algumas formas em que o -d- não sincopou,
provavelmente porque da síncope resultariam monossílabos ou homomorfia com a 2ª pessoa do
singular. Williams (1986: §155.4) apresenta uma lista que não chega a atingir a vintena de formas.
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A análise revelou diferenças significativas entre tipos textuais: entre 1425 e 1450, enquanto nos
textos literários a frequência de formas plenas é quase nula, os documentos notariais apresentam
quase exclusivamente formas com -d- intervocálico. Os textos notariais, de carácter formalizante,
tendem a cristalizar a língua, opondo-se a documentos literários ou com origem na corte, que
parecem acolher e, porventura, promover a inovação linguística. A difusão da nova variante terá
sido mais ou menos célere conforme os centros produtores de documentos se encontravam mais ou
menos próximos - diatópica ou diastraticamente - do núcleo difusor. Outra particularidade que se
pode observar neste processo de substituição de formas plenas por sincopadas é o facto de as
formas antigas se terem rapidamente tornado um recurso estilístico: quando D. Duarte, no Leal
Conselheiro, cita textos antigos, recorre à conservação do -d- para, presumivelmente, garantir a
autenticidade das citações (Vasconcellos 1906); alguns anos mais tarde as formas plenas
reaparecerão em Gil Vicente para a caracterização das comadres (Teyssier 2005: 227).
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Encontro estas formas sincopadas, a par das plenas, em Documentos Históricos da Cidade de
Évora (hiis, em 1461) e no Livro dos Conselhos de D. Duarte (his, com 2 ocorrências). Gil
Vicente continuará a usá-las (Teyssier 2005: 216-7, n. 2).
Do português médio ao clássico: o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
que se aplica apenas a regra da ditongação, tornam-se oxítonas (amades > ama-es > amais;
fazedes > faze-es > fazeis).20
A partir de 1420 cresceu gradualmente o número de formas sincopadas sem que se tenha
verificado, na documentação estudada, evolução significativa na representação gráfica das
terminações: a representação da nova semivogal, se ela já existia, fazia-se quase
exclusivamente com o grafema e21, já que entre 1440 e 1450 grafias como i, y ou j ocorrem
em apenas 7.4% das formas. Ora, este é um dos processos em que o Cancioneiro Geral
espelha um patamar de estabilização, uma vez que a representação explícita da semivogal
atinge, aqui, 80.4%.22 Acresce que rimas como habitais:daes:mostraes (102), levaes:mais
(341) ou levais:mortaes (459) mostram bem a presença do ditongo, indicando que a
oscilação -ae(s) (18.3%) / -ai(s) (81.7%) será meramente gráfica.
Em formas do tipo fazedes > faze-es parece ter sido ensaiada uma solução craseada a par
da ditongada.23 No Cancioneiro encontramos a terminação -ei(s) (79.4%) em oscilação com
-e(s) (20%) e -ee(s) (0.6%):24 o ditongo alterna, assim, com a crase. Esta grafia com
duplicação vocálica poderá ser interpretada como ditongo (com o grafema e a representar a
semivogal), como manutenção do hiato ou como crase. Adolfo Coelho (1871: 33) supõe
que no século XV e até no começo do XVI, a constância da ortografia em formas como
louvees, fazees, indica que «a dissimilação dos dois ee não se tinha ainda operado; isto é,
que não se ouvia o ditongo ej mas um duplo ee». Ora, o que a observação das rimas no
Cancioneiro permite verificar é que terminações monotongadas rimam com formas com a
duplicação vocálica (metês:provês:dizêes, 1) e que terminações craseadas rimam com
terminações com iotização do segundo elemento (querês:sabeis, 490).
A multiplicação de rimas deste tipo vem demonstrar que, embora a solução ditongada
fosse maioritária nos finais do século XV, a crase persistia, ainda, nas terminações tónicas e
que o convívio entre as duas soluções não incomodava os poetas do Cancioneiro.
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No presente do indicativo e no imperativo dos verbos da 3ª conjugação não se aplica a regra da
ditongação, mas uma regra de crase; para a análise dessas terminações que não vou, aqui, analisar,
remeto para Cardeira 2005.
21
Note-se que a ocorrência, no mesmo documento, de alternância entre formas como leixaay e
mandaae é forte argumento para aceitar e como grafema que pode representar a semivogal.
22
Eis os valores absolutos: -ai(s) 1012 / -ae(s) 227; -ei(s) 1304 / -(e)e(s) 338.
23
No galego encontramos a solução craseada. Também no português ela foi tentada, apesar de não ter
vingado. De facto, nas formas verbais em que a síncope deixa em contacto duas vogais
articulatoriamente idênticas a crase seria uma solução esperável para o hiato. No Livro dos
Conselhos de D. Duarte registam-se oscilações do tipo deueis ~ deuees ~ deues.
24
As percentagens correspondem aos seguintes valores absolutos: -ei(s) 1304, -ee(s) 328, -e(s) 10.
Esperança Cardeira
a variante em -vel adquiriu devido à sua selecção em textos literários terá determinado o
desaparecimento da antiga variante em -vil, que era a mais frequente no período do
português antigo. A inversão da tendência verifica-se no primeiro quartel do século XV.
Decorrente do singular, o plural destas formas apresenta oscilação em -veis, -ves ou -viis,
-vis. Portanto, também aqui a crase foi uma solução para a terminação hiática, alternando
com a iotização da segunda vogal. O tipo de plural com representação explícita do ditongo
regista-se a partir de 1400, embora esporadicamente. Note-se que desde os começos do
século XIV a prosa notarial apresenta a variação -vis ~ -ves para estes plurais, enquanto nos
textos de carácter literário a variação registada, ainda durante o século XV, ocorre entre -viis
~ -vees. Assim, a alomorfia parece depender do estilo textual: nos documentos notariais a
crase é a solução preferida, enquanto as grafias dos textos literários podem ser interpretadas
como conservação da variante hiática ou já como plurais com semivocalização.
No Cancioneiro já não se regista a antiga variante em -vil e as formas do plural
terminam sempre em -veis, com uma única excepção: horrives (102).25
português arcaico desenvolveram-se como proclíticas as formas ma, ta, sa, embora a
distinção entre átonas e tónicas nem sempre fosse observada. O uso de formas absolutas em
função adjectiva começa a registar-se ainda na segunda metade do século XIII: minha, tua e
sua ocorrem já com função de determinante quer em documentos galegos quer em
portugueses a partir de meados desse século. Trata-se, contudo, de ocorrências esporádicas.
Embora a inversão da tendência se verifique na viragem do século do século XIV para o
XV , as formas átonas ainda continuam a ocorrer no segundo quartel do século.
No Cancioneiro já não encontramos a forma átona ma(s) mas continuam a registar-se
ta(s) e sa(s): ta(s) tem 10 ocorrências (12.8%) e tua(s) 68 (87.2%); sa(s) ocorre 69 vezes
(13%) e sua(s) 460 (87%). Pode espantar esta - ainda - elevada percentagem de formas
átonas. Lembremo-nos, contudo, de que lidamos com composições poéticas e que as
necessidades métricas podem favorecer o recurso a estas formas que, apesar de
tendencialmente em desuso, se conservam vivas na memória linguística dos poetas de finais
do século XV.
Conclusões
A grafia explícita da semivogal em formas em que um hiato se resolveu por ditongação tendia
ao crescimento;
Os antigos particípios em -udo se tornaram residuais, bem como as formas verbais de 2ª pessoa
do plural com -d- e as formas átonas dos possessivos.
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