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CONECTA

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APOSTILA

AUXILIAR DE DESENVOLVIMENTO
INFANTIL (ADI)

PORTUGUÊS
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS
MATERIAL CRIADO PELA EQUIPE CONECTA PROFESSORES E
PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
PROIBIDO COPIAS, DIVULGAÇÕES, REVENDAS E DIVULGAÇÃO
PARA TERCEIROS. MATERIAL DE USO INDIVIDUAL!
COMPARTILHAR MATERIAL COM DIREITOS AUTORAIS É
CRIME! DENUNCIE.
Língua portuguesa: 1. Compreensão e interpretação de texto. 2. Tipologia e gêneros textuais. 3.
Figuras de linguagem. 4. Significação de palavras e expressões. 5. Relações de sinonímia e de
antonímia. 6. Ortografia. 7. Acentuação gráfica. 8. Uso da crase. 9. Fonética e Fonologia: som e
fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. 10. Morfologia: classes de palavras variáveis e
invariáveis e seus empregos no texto. 11. Locuções verbais (perífrases verbais). 12. Funções do “que”
e do “se”. 13. Formação de palavras. 14. Elementos de comunicação. 15. Sintaxe: relações sintático-
semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto
por coordenação e subordinação). 16. Concordância verbal e nominal. 17. Regência verbal e nominal.
18. Colocação pronominal. 19. Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. 20. Elementos
de coesão. 21. Função textual dos vocábulos. 22. Variação linguística.

Raciocínio lógico e matemático: 1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração,


multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com números racionais, nas suas representações
fracionária ou decimal. 2. Mínimo múltiplo comum, Máximo divisor comum. 3. Porcentagem. 4. Razão e
proporção. 5. Regra de três simples ou composta. 6. Equações do 1º e 2º grau; Sistema de equações
do 1º grau. 7. Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e
massa. 8. Relação entre grandezas – tabela ou gráfico. 9. Tratamento da informação – média aritmética
simples. 10. Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras
ou de Tales. 11. Lógica de argumentação, preposições e equivalências lógicas.

Legislação Municipal: 1. Lei nº 18.147/2015 (Aprova o Plano Municipal de Educação.). 2. Lei nº


18.769/2020 (Institui o Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife.) 3. Decreto nº 35.798
de 11 de julho de 2022 (Aprova o Regimento Interno da Secretaria de Educação.). 4. Lei Nº 14.728/85 -
Reformula O Estatuto Dos Funcionários Públicos Do Município Do Recife E Dá Outras Providência. 5.
Lei Orgânica do Município do Recife.

Conhecimentos específicos: 1. Organização Escolar: aspectos pedagógicos e administrativos. 2.


Padrões de Infraestrutura para o espaço físico destinado à Educação Infantil. 3. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. 4. Constituição Federal de 1988, art. 5º (Dos Direitos e deveres
Individuais e Coletivos), art. 205 a 214 (Da Educação). 5. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei
n.º 8.069/1990 (arts. 1º ao 6º; 13, 15 a 18; 53 a 59; 131 a 135). 6. LEI FEDERAL Nº 12.764, de 27 de
dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 7. Brinquedos e
brincadeiras de creches - Manual de Orientação Pedagógica - MEC com apoio da UNICEF. 8. O
desenvolvimento físico, emocional, social, cognitivo e afetivo na creche. 9. Saúde Coletiva: ambiente
saudável. 10. Organização do trabalho pedagógico – cuidados essenciais na creche: sono, higiene e
alimentação. 11. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais da
criança e a igualdade racial. 12. A importância do lúdico no desenvolvimento de jogos, brinquedos,
brincadeiras na Educação Infantil. 13. A organização do tempo e do espaço nas atividades da
Educação Infantil. 14. Rotina na Educação Infantil. 15. A indissociabilidade do brincar, cuidar e educar
na Educação Infantil. 16. Noções de primeiros socorros na Educação Infantil. 17. A importância da
interação Auxiliar de Desenvolvimento Infantil e as crianças. 18. Educação Infantil e as práticas
promotoras de igualdade racial. 19. Currículo da Educação Infantil: ações pedagógicas com bebês. 20.
Lei Lucas – Lei n.º 13.722, de 04 de outubro de 2018. 21. Política de Ensino da Rede Municipal do
Recife – Educação Infantil.
PORTUGUÊS

Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.

Compreender e interpretar textos é essencial para que o objetivo de comunicação seja alcançado
satisfatoriamente. Com isso, é importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto
pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo. A compreensão se relaciona ao
entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explícita. Só depois
de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação. A interpretação são as conclusões que
chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está escrito ou
mostrado. Assim, podemos dizer que a interpretação é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e
do repertório do leitor. Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a
decodificação de códigos linguísticos e/ou visuais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o
sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões, gestos e cores
quando se trata de imagens. Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um conceito) sobre o assunto e os argumentos
apresentados em cada parágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione
também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado
de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte de referências e datas.
]4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, questões que esperam compreensão do texto
aparecem com as seguintes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o
autor... Já as questões que esperam interpretação do texto aparecem com as seguintes expressões:
conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma que...
Tipos de Leitura A classificação dos tipos de leitura varia de autor para autor.

Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2006) existem quatro tipos de leitura informativa: Pré-leitura ou leitura
de reconhecimento: é a fase preliminar da leitura informativa. Este tipo de leitura permite ao leitor
selecionar o documento ou a obra que poderá ser aproveitada no seu trabalho e também obter uma visão
geral do tema abordado. Para Gil (2002, p. 77) esta leitura pode ser denominada de exploratória, porque “é
comparada à expedição de reconhecimento que fazem os exploradores de uma região desconhecida”.
Leitura seletiva – é quando se realiza uma leitura do livro todo, tentando selecionar as informações
fundamentais, ou seja, escolher o material que realmente interessa à pesquisa. Entretanto, deve haver
critérios de seleção baseados nos propósitos do trabalho. Leitura crítica ou reflexiva – é quando o leitor
concentra-se nos aspectos mais relevantes do texto, sendo capaz de separar as ideias secundárias da
ideia central. Essa é uma fase que requer reflexão que pode ser obtida por meio da análise, comparação,
diferenciação, síntese e julgamento das ideias do autor da obra.
Leitura interpretativa – é uma leitura mais complexa e para que ela seja proveitosa é necessário que se
estabeleça o procedimento a seguir: Identificar quais as intenções do autor e o que ele afirma sobre o
tema, suas hipóteses, metodologia, resultados, discussões e conclusões; Relacionar as afirmações do
autor com os problemas para os quais se está procurando equacionar; Saber discernir, de forma imparcial,
o que verdadeiro ou falso. Analise do texto Consultando o dicionário observa-se que a definição da palavra
análise, significa “decomposição de um todo em suas partes constituintes; exame de cada parte do todo”
(BUENO, 1996, p. 50). Para Lakatos e Marconi (2001, p. 23), “analisar é, [...], decompor um todo em suas
partes, a fim de poder efetuar um estudo mais completo. Porém, o mais importante não é reproduzir a
estrutura do plano, mas indicar os tipos de relações existentes entre as idéias expostas. Analisar significa
decompor um texto em partes para facilitar sua interpretação. De acordo Santos (2001, p. 26), a análise
“se prende ao fim ou objetivo a que se destina o estudo; desenvolve-se pela explicação, descrição,
avaliação”. Andrade (2006, p. 23, grifo nosso) aponta para três tipos de análise: n Análise textual - leitura
que tem por objetivo um visão global, assinalando: estilo, vocabulário, fatos, doutrinas, época, autor, ou
seja, um levantamento dos elementos importantes do texto. n Análise temática – apreensão de conteúdo
ou tema, isto é, identificação da idéia central e das secundárias, processos de raciocínio, tipos de
argumentação, problemas, enfim, um do pensamento do autor. n Análise interpretativa – demonstração
dos tipos de relações entre as idéias do autor em razão do contexto científico e filosófico de diferentes
épocas; análise crítica ou avaliação; discussão e julgamento do conteúdo do texto. Além destes três tipos
de análise Severino (apud LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 28) apresenta a problematização e a síntese
pessoal: n Problematização – levantamento dos problemas e discussão. n Síntese pessoal – reunião dos
elementos de um todo, após reflexão
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais

“O gênero se caracteriza por exercer uma função sócio-comunicativa específica”


(TRAVAGLIA, p.41)

Gêneros textuais
• Cartão postal;
• Telegrama;
CARACTERISTICAS
• Artigo científico;
• Conto;
• Piada; Têm uma função específica, para um público específico;
• Poema; ligados às práticas sociais;
• Cartaz; • Variam de acordo com o tempo, com a sociedade e com
• e-mail; a cultura de cada povo;
• Receita médica, de culinária; • Do mesmo modo que surgem na sociedade,
• Ofício; acompanhando, por exemplo, as novas tecnologias,
• Charge; podem desaparecer;
• História em quadrinhos; • Representam um vasto número de textos.
• Bula de remédio;
• Notícia jornalística escrita ou
falada;
• Ata; COMO DESTINGUI-LOS ?
• Lista telefônica, de chamada, de
supermercado;
• Manual de instruções;
“Estes critérios, pelo que pudemos observar até agora, estão
• Roteiro de viagem; agrupados em cinco parâmetros distintos:
• Agenda; a) o conteúdo temático;
• Bilhete; b) a estrutura composicional;
• Relatório; c) os objetivos e funções sócio-comunicativas;
• Palestra; d) as características da superfície linguística,
• Discurso; geralmente em correlação com outros parâmetros;
• Entrevista; e) as condições de produção
• Conversa telefônica; face a face; f) suporte” (TRAVAGLIA, p.41).
• Etc.

Tipos Textuais
• Narração;
• Descrição;
• Dissertação;
• Argumentação;
• Injunção.
• Formas de apresentação de textos:
• Prosa;
• verso
• O tipo textual pode ser “identificado e caracterizado por
instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução”
(TRAVAGLIA, 2007, p. 41)
• “As relações entre esses tipos são importantes na
caracterização das categorias de texto”.
• Assim:
• Os tipos compõem os gêneros, que existem e circulam na sociedade;
• Os gêneros podem estar ligados a tipos que os compõem necessariamente ou não (tese:
necessariamente dissertativa; carta: pode ser narrativa, descritiva, dissertativa,
argumentativa);
• Os tipos podem se fundir nos gêneros - dois ou mais tipos simultaneamente, como no editorial
que é dissertativo e argumentativo ao mesmo tempo, se conjugar – aparecem lado a lado,
como no romance, que apresenta trechos narrativos e descritivos, ou se intercambiar – devido
ao modo de interação, um tipo é usado no lugar de outro

Narração - prosa
O Coveiro
"Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de
repente, na
distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não
conseguiu. Levantou o
olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou
mais forte. Ninguém
veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no
fundo da cova,
desesperado.
A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e,
na noite
escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e
coaxares naturais
dos matos.
Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos Deitado no fundo da cova o
coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima,
perguntou o que havia: "O que é que há?" O coveiro então gritou, desesperado: "Tire-me
daqui, por favor. Estou com um frio terrível!" "Mas, coitado!" - condoeu-se o bêbado -
"Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre
mortinho!" E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. Moral: Nos
momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela." (Millôr Fernandes )
Narração - poema Descrição - prosa
Valsinha Folheto de propaganda de carro
Um dia ele chegou tão diferente • Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o
do seu jeito de sempre chegar espaço interno. Seus interiores são amplos, acomodando
Olhou-a de um jeito muito mais quente tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat
Variante possuem direção hidráulica e ar condicionado de
do que sempre costumava olhar
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do
E não maldisse a vida tanto
ambiente.
quanto era seu jeito de sempre falar.
• Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade
nem deixou-a só num canto de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o
pra seu grande espanto encosto do banco traseiro rebaixado.
convidou-a pra rodar. • Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plástico
Então ela se fez bonita reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para evitar a
como há muito tempo não queria ousar deformação em caso de colisão
Com seu vestido decotado
cheirando a guardado Descrição - poesia
de tanto esperar. Retrato
Depois os dois deram-se os braços Eu não tinha esse rosto de hoje,
como há muito tempo assim calmo, assim triste, assim magro,
não se usava dar nem estes olhos tão vazios,
e cheios de ternura e graça nem o lábio amargo.
foram para a praça Eu não tinha estas mãos sem força,
e começaram a se abraçar. tão paradas e frias e mortas;
E ali dançaram tanta dança eu não tinha este coração
que a vizinhança toda despertou que nem se mostra.
e foi tanta felicidade Eu não dei por esta mudança,
que toda a cidade se iluminou tão simples, tão certa, tão fácil:
e foram tantos beijos loucos - Em que espelho ficou perdida
tantos gritos roucos a minha face?
como não se ouviam mais Cecília Meireles
que o mundo compreendeu
e o dia amanheceu em paz.
(Vinícius de Moares e Chico Buarque de Hollanda)

Dissertação/Argumentação - prosa
O Papel da Televisão na Vida dos Jovens
Descrição - oralidade
A televisão tem uma grande influência na formação • "Bom, o meu quarto é uma maravilha. No meu quarto tem um
pessoal e social das crianças e dos jovens. Funciona como banheiro dentro, o que eu acho maravilhoso, um banheiro
um dentro muito bonitinho. O quarto também é todo acarpetado,
estímulo que condiciona os comportamentos, positiva ou como é acarpetada a sala, o corredor, o resto do apartamento.
negativamente. (...)
Tem um armário enorme também, com as portas em madeira,
É legítimo que se imponha às estações de televisão uma
restrição de exibição de material violento ou desajustado à as portas são todas trabalhadas em madeira talhada, beleza,
faixa etária nas suas programações, dado que a exposição a bonitinho. Também deixaram as cortinas que são muito
este tipo de conteúdos é extremamente prejudicial no bonitas, de tafetá, cor coral, a colcha da cama combina com a
desenvolvimento das crianças e dos jovens, pois, tal como diz cortina ..."
o povo, “violência só gera violência”.
[Corpus do Projeto NURC/RJ - UFRJ- Mulher, 30 anos - Tema:
Casa

TIPOS DE TEXTOS
Características dos tipos textuais

• Refere-se à estrutura composicional dos textos;


• Podem aparecer em qualquer gênero textual: Uma carta, por exemplo, pode ter
passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por
diante.
• Aparecem em número limitado na língua e não variam de acordo com o tempo,
sociedade e cultura.

A linguagem é um código de comunicação que pode ser verbal e não verbal. Há muitas
possibilidades de linguagem e de junção de linguagens para que se estabeleça a comunicação
através do texto. Então, o texto é o resultado de um processo enorme, e um dos elementos desse
processo é o uso da linguagem.
A linguagem verbal tem muitas variações. Não se usa o mesmo tipo de linguagem para,
por exemplo, conversar com os amigos em uma roda de conversa informal e com um entrevistador
durante uma entrevista de emprego. Usa-se linguagens diferentes em contextos diferentes. A língua
é múltipla, por isso há diferentes níveis de linguagem, dependendo do contexto
em que o falante está inserido. A língua varia dependendo da circunstância, época, região.
Figuras de linguagem

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem
mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes,
conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.

 As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas


do autor. A palavra empregada em sentido figurado, conotativo, passa a pertencer a outro campo de
significação, mais amplo e criativo.

 As figuras de linguagem classificam-se em:

a)figuras de palavras;
b)figuras de pensamento;
c)figuras sonoras;
d)figuras de construção ou sintaxe

FIGURAS DE PALAVRAS

METÁFORA
COMPARAÇÃO
SINESTESIA
CATACRESE
METONÍMIA
PERÍFRASE
•Usamos a catacrese em expressões como “orelha de livro” ou “dente de alho”.

•O termo “engarrafamento”, usado para designar o congestionamento de automóveis, ou o verbo


“embarcar”, usado no sentido de entrar no carro, no avião ou no trem, são exemplos de catacrese. A
expressão “casal gay” torna-se curiosa porque “casal”, ao pé da letra, é um par formado por macho e
fêmea, apagou-se o sentido de heterossexualidade e avivou-se o sentido de par unido por laços de
afetividade.

A parte pelo todo.


" o bonde passa cheio de pernas." (Drummond) (pernas = pessoas)
São muitas as famílias que procuram um teto para morar. (teto = casa) O singular pelo plural.
" Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.“ (Art.3º-Declaração Universal
dos Direitos Humanos) (homem = Humanidade)
A mulher foi chamada para ir às ruas na luta contra a violência. (mulher = todas as mulheres)

Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.


• O Príncipe dos poetas também teve outras atividades que o tornaram famoso; por exemplo: a luta
pelo serviço militar obrigatório. (Príncipe dos poetas = Olavo Bilac)
• O Presidente dos Pobres suicidou-se em 1954. (Presidente dos Pobres = Getúlio Vargas)
• "A dama do teatro brasileiro foi indicada para o Oscar." (dama do teatro brasileiro = Fernanda
Montenegro)
FIGURAS DE PENSAMENTO
PROSOPOPEIA
]ANTÍTESE
PARADOXO
EUFEMISMO
HIPÉRBOLE
IRONIA
FIGURAS SONORAS
ONOMATOPEIA
ASSONÂNCIA
ALITERAÇÃO

ONOMATOPEIA
Consiste na imitação do som ou da voz natural dos seres.
• “No tic tic tac do meu coração, renascerá...” (Timbalada)
• Todos os dias, às seis da tarde, o sino da igreja faz blem, blem, blem.
• “E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.”
(Machado de Assis)

ASSONÂNCIA

É a repetição de vogais na mesma palavra

• - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral" (Caetano Veloso - Araçá Azul)
• Anule aliterações altamente abusivas ( manual de redação humorístico (aliteração em

ALITERAÇÃO

Consiste na repetição de fonemas no início ou interior das palavras.


• O rato roeu a roupa do rei de Roma.
• “Pedro Pedreiro penseiro esperando o trem/Manhã parece, carece de esperar também/ Para o bem de
quem tem bem de quem não tem vintém”. (Chico Buarque)
• “Chove, chuva Chove sem parar”(Chove Chuva – Jorge Ben Jor)
Significação de palavras e expressões.

O significado das palavras é estudado pela semântica, a parte da gramática que estuda não só o sentido
das palavras como as relações de sentido que as palavras estabelecem entre si: relações de sinonímia,
antonímia, paronímia, homonímia,...
Compreender essas relações nos proporciona o alargamento do nosso universo semântico, contribuindo
para uma maior diversidade vocabular e maior adequação aos diversos contextos e intenções
comunicativas.
Sinonímia e antonímia
A sinonímia indica a capacidade das palavras apresentarem significados semelhantes. A antonímia indica
a capacidade das palavras apresentarem significados opostos. Assim, através da sinonímia e da
antonímia as palavras estabelecem relações de proximidade e contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas:
importante: significativo, considerável, prestigiado, indispensável, fundamental,...
necessário: essencial, fundamental, forçoso, obrigatório, imprescindível,...
Exemplos de palavras antônimas:
dedicado: desinteressado, desapegado, faltoso, desaplicado, relapso,...
pontual: atrasado, retardado, durável, genérico, irresponsável,...

Homonímia e paronímia
A homonímia se refere à capacidade das palavras serem homônimas (som igual, escrita igual, significado
diferente), homófonas (som igual, escrita diferente, significado diferente) ou homógrafas (som diferente,
escrita igual, significado diferente).

Exemplos de palavras homônimas:

rio (curso de água) e rio (verbo rir);


caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).
Exemplos de palavras homófonas:
cem (100) e sem (indica falta)
senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)
Exemplos de palavras homógrafas:
colher (talher) e colher (apanhar);
acerto (correção) e acerto (verbo acertar);

A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida, mas que
apresentam significados diferentes.
Exemplos de palavras parônimas:
Comprimento (tamanho) e cumprimento (saudação);
Imigrar (entrar num novo país) e emigrar (sair do seu país).

Polissemia e monossemia
A polissemia indica a capacidade de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados,
conforme o contexto frásico em que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam
apenas um significado.
Exemplos de palavras polissêmicas:
Cabeça (parte do corpo humano e líder do grupo, com origem comum na palavra em latim capitia);
Letra (símbolo de escrita e documento substituto de dinheiro, com origem comum na palavra em latim
littera).
Exemplos de palavras monossêmicas:
Estetoscópio (instrumento médico);
Eneágono (polígono com nove ângulos).

Denotação e conotação

A denotação indica a capacidade das palavras apresentarem um sentido literal e objetivo. A conotação
indica a capacidade das palavras apresentarem um sentido figurado e simbólico.
Exemplos de palavras com sentido denotativo:
O navio atracou no porto.
A anta é um mamífero.
Exemplos de palavras com sentido conotativo:
Você é o meu porto.
Pense pela sua própria cabeça, sua anta!

Hiperonímia e hiponímia
A hiperonímia e a hiponímia indicam a capacidade das palavras estabelecerem relações hierárquicas
de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um hipônimo,
palavra inferior com sentido mais restrito.
Fruta é hiperônimo de morango.
Morango é hipônimo de fruta.
Exemplos de hiperônimos:
ferramenta
ave
Exemplo de hipônimos:
martelo, serrote, alicate, enxada, chave de fenda,...
papagaio, gaivota, bem-te-vi, arara, coruja,...

Formas variantes
As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que uma grafia correta, sem que haja
alteração do seu significado.
Exemplos de formas variantes:
abdome e abdômen;
bêbado e bêbedo;
embaralhar e baralhar;
enfarte e infarto;
louro e loiro.
Acentuação gráfica.

Vogal Tônica e Sílaba Tônica: Atenção: Atenção:


lâmpada, li-vro, a-ba-ca-xi fábrica – fabrica cateter
O pais está em crise. médico – medico filantropo
Os pais estão em casa. fotógrafo – fotografo gratuito
maquinaria
Monossílabas: recorde
são, pés, em,… rubrica
Oxítonas: última sílaba tônica
maracujá, abacaxi, você, urubu,… Regra do Hiato (formar hiato com vogal
anterior):
* “i” ou “u”;
Paroxítonas: penúltima sílaba tônica * tônico;
safári, sabonete, tulipa, caráter,… * forma sílaba sozinho ou com “s”;
Proparoxítonas: antepenúltima sílaba * sem “nh” posterior.
tônica
quilômetro, histórico, tônico,... Regra do Hiato (formar hiato com vogal
anterior):
Saúde, saída, baú, cafeína, país, *veículo
Monossílabos tônicos e átonos: *juiz – juízes
Talvez ele dê um tempo. Obs.: feiura, baiuca (paroxítonas);
“Seus segredos sei de cor. Piauí, tuiuiú (oxítonas)

Monossílabos tônicos: Eu sei que há Ditongo Aberto Tônico: ÉU(s), ÓI(s), ÉI(s)
solução. Eu sei que a solução é essa. monossílabas: veú, dói, céus, sóis
oxítonas: chapéu, heróis, anéis
Monossílabos tônicos: terminados em * paroxítonas: ideia, joia, estreia, asteroide
A(s), E(s), O(s) Terminados em a: pá, cá, Obs.: destróier
lá, chá… Terminados em e: fé, ré, pé, crê,
vê… Terminados em o: nó, só, dó, pó, Acentos Diferenciais:
nós… Vou pôr um casaco, está frio.
Oxítonas: terminados em A(s), E(s), O(s), Vamos por este caminho.
EM, ENS sofá, Amapá, café, você, cipó, Quero saber qual é a forma da fôrma de bolo.
após, armazém, ninguém, parabéns,... Ontem ele pôde entrar mas agora não pode.

Paroxítonas: terminados em
LI(s)NUsRXÃ(ÃO) UM, UNS, PS, ditongo
dócil, lápis, hífen, bônus, açúcar, clímax,
órfã, órfão, álbum, álbuns, fórceps, jóquei
Proparoxítonas: todas são acentuadas
Chácara, árvore, apóstolo, pássaro
Acentos Diferenciais: Verbos ter e vir:
Presente do ind.

Eu tenho / venho Nós temos / vimos


Tu tens / vens Vós tendes / vindes
Ele tem / vem Eles têm / vêm
Verbos Derivados:

Deter Intervir
Manter Desavir
Entreter Provir
Presente do ind.

Eu detenho/intervenho
Tu deténs/intervéns
Ele detém/intervém
Nós detemos/intervimos
Vós detendes/intervindes
Eles detêm/intervêm
LE DA VÊ e CRÊ
Ele lê o livro. Eles leem o livro.
Talvez ele dê um jeito. Talvez eles deem um jeito.
Ele vê a jovem. Eles veem a jovem.
Ele crê em Deus. Eles creem em Deus.
voo, enjoo, roo
As palavras podem ser átonas ou tônicas. Algumas preposições (“em”, “de”, “por”), os artigos (o, a, os,
as, um, uns, uma, umas), os pronomes oblíquos átonos (“me”, “te”, “se”, “o”, “a”, “os”, “as”, “lhe”, “lhes”,
“nos”, “vos”) etc são palavras átonas. Já as palavras-chave de uma frase, como os substantivos,
verbos, adjetivos, advérbios, são tônicas, isto é, possuem sílaba mais forte em relação às outras.
Assim, quando a sílaba tônica de uma palavra é a última, é chamada de oxítona (ruim, café, jiló,
alguém, anzol, condor).

Quando a tonicidade recai na penúltima sílaba, é chamada de paroxítona (dólar, planeta, vírus, capa,
jato, âmbar, hífen). Quando a sílaba tônica é a antepenúltima, é chamada de proparoxítona (córrego,
cúpula, trânsito, xícara, médico). Com base na acentuação tônica, há a acentuação gráfica. Imagine
por que ocorrem as regras de acentuação gráfica, vendo esta frase: Dona Delia, arquejava para o
lado, empunhava a citara¹ e fazia um belo som ao fundo, enquanto o poeta, de renome entre a corte,
citara² um pequeno recorte de seus preciosos versos. “Depois dele, quem mais citara³ coisa tão linda!”,
exclamou Ambrozina, filha de Galdeco.
1. cítara: instrumento musical;
2. citara: verbo “citar” no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo;
3. citará: verbo “citar” no futuro do presente do indicativo. Sem a acentuação gráfica nas ocorrências
de “citara”, temos dificuldade de entender o texto acima, não é? A Língua Portuguesa já passou por
tempos em que não havia a acentuação gráfica e isso fazia com que houvesse alguns problemas de
interpretação dos textos da corte, das leis, das ordens.

Houve, portanto, necessidade de padronizar a linguagem de forma a ter mais clareza, disso resultaram
as regras de acentuação gráfica. A acentuação gráfica é a aplicação de sinais diacríticos sobre
algumas vogais de forma a representar a tonicidade da palavra.

Esses sinais são basicamente os acentos agudo (´) e circunflexo (^). Além desses, há ainda o acento
grave (`), que é o indicador da crase, e as notações léxicas: o trema (¨), o qual foi suprimido das
palavras portuguesas ou aportuguesadas pela Reforma Ortográfica, exceto nos casos de derivados de
nomes próprios (“mülleriano”, derivado de “Müller”), e o til (~), o qual indica nasalização das vogais a e
o. Você verá, a partir de agora, que a acentuação é dividida em duas regras fundamentais: a regra
geral e a regra especial. Tais regras são subdivididas e você verá isso adiante.

O que importa aqui é entender que os linguistas pensaram primeiro numa regra básica. Em seguida,
ao perceberem que tal regra não deu conta da totalidade das palavras, tiveram a necessidade de
pensar na regra especial

As regras básicas nasceram da necessidade de padronização: Vamos estudá-las como foram


geradas: do mais simples (tonicidade que possui poucas regras) para o mais trabalhoso (tonicidade
que possui mais regras). Foi percebido no vocabulário da época que a menor quantidade de vocábulos
tônicos se concentrava nas proparoxítonas. Por isso, todas são acentuadas: lâmpada, relâmpago,
Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido. Assim, ficou mais fácil e prático. Depois, foi
percebido que os monossílabos tônicos também tinham, dentre o vocabulário da época, pouca
quantidade de palavras e maior incidência das vogais “a”, “e”, “o”, podendo ficar no plural. Então
acharam por bem acentuar: a, as: já, gás, pá. e, es: pé, mês, três. o, os: pó, só, nós. Os monossílabos
tônicos terminados com os ditongos abertos tônicos “ói”, “éi”, “éu” eram acentuados. Mas, antes da
reforma ortográfica assinada em 2009, esses ditongos abertos e tônicos tinham acento em qualquer
sílaba tônica. A partir de janeiro de 2009, ela passou a ser fixa do monossílabo tônico. Por isso,
acrescentamos: ói, éu, éi: dói, mói, céu, véu, méis.
Foi visto, à época − e hoje não é diferente −, que a quantidade de vocábulos paroxítonos é muito maior
do que os oxítonos. Percebeu-se, também, que havia muita paroxítona terminada em “a”, “e”, “o”, “em”,
ens”. Então se criou a regra justamente das oxítonas, em oposição às paroxítonas, para evitar que
tivéssemos que acentuar tanta palavra. Assim:

a, as: crachá, cajá, estás. Por isso, não acentuamos as paroxítonas “capa, ata, tapas”. e, es: você,
café, jacarés.

Por isso, não acentuamos as paroxítonas “pele, crepe, paredes”. o, os: paletó, jiló, retrós.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “rolo, bolo, copos”. em, ens: ninguém, também, parabéns.
Por isso, não acentuamos as paroxítonas “garagem, item, hifens”.
Como ocorreu nos monossílabos tônicos, as oxítonas terminadas em “ói”, “éi”, “éu” já eram
acentuadas.
Mas, antes da reforma ortográfica assinada em 2009, esses ditongos abertos e tônicos tinham acento
em qualquer sílaba tônica. A partir de janeiro de 2009, ela passou a ser fixa também das oxítonas. Por
isso, acrescentamos: ói, éu, éi: herói, corrói, troféu, chapéu, ilhéu, anéis, fiéis, papéis. Por esse motivo,
deixamos de acentuar as paroxítonas que possuem a tonicidade nestes ditongos abertos tônicos,
como “assembleia, ideia, heroico, joia”.

Restaram, então, as demais terminações para as paroxítonas. Perceba que a acentuação desta regra
ocorreu também em oposição à oxítona. i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri. us, um, uns: vírus, bônus,
álbum, parabélum, álbuns, parabéluns. l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, próton, elétron,
herôon1 , éden, hífen, pólen, dólmen, lúmen, líquen, éter, mártir, blêizer,contêiner, destróier, gêiser2 ,
Méier, caráter, revólver, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps. ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs,
bênção, órgão, órfãos, sótãos. om, on, ons: iândom, rândom, elétron, elétrons, próton, prótons

ditongo oral de timbre fechado, crescente ou decrescente, seguido ou não de s:

água, árduo, pônei, vôlei, cáries, mágoas, pôneis, jóqueis. Por isso, não acentuamos as oxítonas
“caqui, jabutis”; “urubu, bambus”; “anel, cateter, durex”; “irmã, irmão” (Perceba que o “til” é apenas um
marcador de nasalização); e “voltei, carregare
Como no Direito, a regra geral não abarca tudo. Deve haver algumas peculiaridades para
determinadas situações. No caso da linguagem, há particularidades para algumas palavras. Daí se
seguem as regras especiais. Isso ocorreu primeiro por causa de vocábulos como: pais, país cai, caí
saia, saía O vocábulo “pais” é um monossílabo tônico e não tem acento porque sua terminação não
permite (apenas os monossílabos terminados em “a, e, o”, seguidos ou não de “s”, são acentuados, ou
com ditongos abertos tônicos “éi”, “ói”, “éu”, seguidos ou não de “s”). Esse vocábulo é formado pela
vogal “a” (som mais forte) e a semivogal “i” (som mais brando). Assim, percebemos um declínio no
som. É um ditongo, pois é construído por uma vogal e uma semivogal. Veja agora o vocábulo “país”.
Ele possui duas sílabas (pa-ís). Há, na realidade, duas vogais. Assim, obrigatoriamente, devem ficar
em sílabas diferentes. Por isso, ocorre aí um HIATO. Assim, houve necessidade de criar a regra do
hiato, para evitar confundir a pronúncia das vogais “i” /i/ ou “u” /u/ com as semivogais “i” /y/ ou “u” /w/.
Uso da crase
Emprego do sinal indicativo de crase
É a fusão de preposição "a" e do artigo definido feminino "a". Para indicar a crase, o "a" recebe o
"acento
grave”. Ela se dá pela regência verbal (quando completa o verbo), pela regência nominal (quando
completa
substantivo, adjetivo ou advérbio) e também ocorre em locuções adverbiais,
prepositivas e conjuntivas. ➥ Casos proibidos:
● Antes de masculino = Andamos a cavalo ontem.
● Antes de plural (a + plural) = Refiro-me a mulheres jovens.
● Antes de pronomes = Diga a ela e a ele tudo que sabe.
● Antes de verbo = Ficou a ver navios ontem a partir das 18h.
● Antes de artigos indefinidos (um - uma) = Vou a uma festa e depois a um jogo.
● Após preposições (para - durante - com - sobre - após - desde…) = Vamos para a festa.
● Após daqui e daí = Daqui a 3h, eu viajarei.
● Entre palavras repetidas = Ficou cara a cara com o ladrão.
➥ Facultativos:
● Nomes de mulheres = Refiro-me a (à) Joana.
● Pronomes adjetivos (sua - tua - minha - nossa - vossa) = Vou a (à) sua loja.
● Após preposição “até" = Vou até a (à) praia. Contexto da frase ou quando o verbo apresentar duas
regências:
● Ele agradou a (à) esposa. (Fazer carinho ou satisfazer.)
● Ele bateu a (à) porta. (Fechar com violência ou chamar de forma educada.)
➥ Obrigatórios:
1. Nas locuções adverbiais = à noite, à direita, às vezes, às claras, às pressas…
● Chego à noite. / Virou à direita. / Às vezes estudo. / Saiu às pressas.
2. Nas locuções prepositivas = à espera de, à procura de, à beira de...
● Estou à espera de você. / Mora à beira do rio. / Está à procura de você. 3. Nas locuções conjuntivas

proporção que, à medida que...
● Aprendo à proporção que estudo. / À medida que estudo, aprendo mais. 4. Nas locuções adverbiais
de
horas, quando não vierem após preposição:
● Chegou às 14h da tarde.
5. Quando houver a expressão "à moda de”, mesmo que subentendida:
● Cortou o cabelo à moda de Ronaldinho.
● Cortou o cabelo à Ronaldinho.
6. Nas palavras femininas quando forem objeto indireto ou complemento nominal:
● Diga à menina que terei obediência à professora.
● Refiro-me à mulher da sua família.
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos

Conceito: A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano, para efetivar a
comunicação. Esses sons são chamados de fonemas. Eles se dividem em vogais, consoantes e
semivogais.
Primeiramente, é importante diferenciarmos letra de fonema:
Letra: Cada um dos sinais gráficos elementares com que se representam os vocábulos na língua
escrita. Por exemplo, a palavra “casa” possui 4 letras.
Fonema: Unidade mínima distintiva no sistema sonoro de uma língua. Essa unidade, para ser
diferenciada da letra, é delimitada por duas barras: /... / . Por exemplo, a palavra “casa” possui 4
sons /k/, /a/, /z/, /a/.
Há uma relação entre a letra na língua escrita e o fonema na língua oral, mas não há uma
correspondência rigorosa entre eles. Por exemplo, o fonema /s/ pode ser representado pelas
seguintes letras ou encontro delas:
c (antes de e e de i): certo, paciência, acenar.
ç (antes de a, de o e de u): caçar, açucena, açougue.
s: salsicha, semântica, soçobrar.
ss: passar, assassinato, essencial.
sc: nascer, oscilar, piscina

sç: nasço, desço, cresça.


xc: exceção, excesso, excelente.
xs: exsudar, exsicar, exsolver.
x: máximo.
Note que a letra “s” da palavra “casa”, exemplificada acima, não é o fonema /s/, pois não tem
nenhum dos sons na lista de palavras vistas acima. Na realidade, a letra “s” nessa palavra tem som
/z/. Assim, para diferenciá-lo entre duas vogais, usamos “ss” para o fonema /s/ e apenas a letra “s”
para o fonema /z/. Compare:
Casado: a letra “s” tem o fonema /z/.
Cassado: as letras “ss” têm o fonema /s/

1 – TIPOS DE FONEMAS: (VOGAIS, SEMIVOGAIS E CONSOANTES)

Vogais
Sons formados sem obstáculo para a saída do ar. As vogais são a base da sílaba. Não há sílaba
sem vogal.
São as seguintes vogais existentes na Língua Portuguesa:
5 Letras vogais: a, e, i, o, u.
12 Sons vogais: Vogais abertas: a, é, ó
Vogais fechadas: ê, i, ô, u.
Vogais nasais: ã, ẽ, ĩ, õ, ũ
Nas vogais nasais, a corrente de ar flui em parte pela cavidade bucal, em parte pela nasal.
Representam-se as vogais nasais, na escrita, pelas cinco letras, da seguinte forma:
a) seguidas de m ou de n: lâmpada, sândalo.
b) em sílaba final, o a grafa-se com til: amanhã, Ivã, ímã.
c) o nh também é um sinal de nasalização: rainha, cânhamo.
Semivogais
São fonemas vocálicos, ou seja, fonemas semelhantes às vogais, por terem som de vogal, mas
com duração de som menor que a das vogais e que nessas se apoiam para constituir sílaba.
As semivogais são representadas pelas seguintes letras:
1) e, i, o, u, ao lado de uma vogal, formando sílaba com ela. Note que as semivogais e e i têm som
de i, representadas por y. As semivogais o e u têm som de u, representadas por w.

Por exemplo, a palavra “pátio” possui a letra “i” (semivogal: som mais brando), a qual se encontra ao
lado da letra “o” (vogal: som mais forte), formando sílaba com ela. Assim, podemos representar
foneticamente tal palavra da seguinte forma: /patyo/. 2) m e n, somente nas terminações de palavras
am, em e en. Por exemplo: amam: o último m tem som de u, e o a é nasal. Foneticamente
representamos o m por w: /ãmãw/ bem: o m tem som de i, com e nasal. Foneticamente representamos
o m por y: /bẽy/ pólen: o n tem som de i, com e nasal. Foneticamente representamos o n por y: /polẽy/

Consoantes

As consoantes são obstáculos à corrente de ar (só existem junto de uma vogal). Para a fonética,
consoante é um obstáculo realizado pelo aparelho fonador, principalmente pela cavidade bucal.
Existem as seguintes consoantes na Língua Portuguesa: 21 letras consoantes: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m,
n, p, q, r, s, t, v, x, w, y, z. 19 fonemas consonantais: /b/, /k/, /s/, /d/, /f/, /g/(som: gue), /j/, /l/, /λ/(som:
lhe), /m/, /n/, /ñ/, /p/, /r/, /R/, /t/, /v/, /x/, /z/. Exemplos: /b/ : bom /n/ : não /k/ : casa /ñ/ : unha /s/ : sim /p/ :
pão /d/ : dar /r/ : caro /f/ : faca /R/ : carro /g/ : gato /t/ : tatu /j/ : gente /v/ : via /l/ : lado /x/ : caixa /λ/ :
lhama /z/ : casa /m/ : mão

Encontro vocálico

O encontro vocálico é o agrupamento de vogais e semivogais.


. Há três tipos de encontros
vocálicos:
Hiato = É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente. lu-a-na, a-fi-ado, pi-a-da
Ditongo = É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando
a vogal estiver antes da semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver
depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal, conforme ocorrer a
saída do ar pelas narinas ou pela boca. Por exemplo:
cai-xa = ditongo decrescente oral, pois “a” é uma vogal e “i” é uma semivogal.
cin-quen-ta = ditongo crescente nasal, pois “u” é uma semivogal e “e” é uma vogal. Note que
“e” é seguida da letra “n”, a qual a nasaliza.
Tritongo = É o agrupamento de uma vogal entre duas semivogais. Também pode ser oral ou
nasal. Por exemplo:
a-guei = tritongo oral, pois “u” é semivogal, “e” é vogal e “i” é semivogal.
sa-guão = tritongo nasal, pois “u” é semivogal, “ã” é vogal nasal e “o” é semivogal, pois
tem som /u/.
Encontro consonantais

É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:


Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba.
Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na
Encontro Consonantal Imperfeito (Disjunto) = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em
sílabas diferentes. ap-to, cac-to, as-pec-to
Encontro Consonantal Fonético (Dífono) = É a letra x com som de /ks/.
táxi, nexo, axila = /taksi/, /nekso/, /aksila/.
Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim, simples sinais
de nasalização (ressoo nasal): tampa, tempo, tímpano, tombo e tumba. (Ver dígrafo vocálico,
adiante

Dígrafos

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Pode ser consonantal e
vocálico.
Dígrafo Consonantal
Os principais são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu.
Algumas observações:
a) representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a
diferença entre uma letra e um dígrafo.

b) qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i.


c) os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.
arroz = ar-roz - /aRos/;( Não se esqueça de que esse z final tem som de s)
assar = as-sar - /aSar/;
nascer = nas-cer - /naSer/;
desço = des-ço - /deSo/;
exceção = ex-ce-ção - /eSesãw/;
exsudar = ex-su-dar - /eSudar/;
alho = a-lho - /aλo/;
banho = ba-nho - /baÑo/;
cacho = ca-cho - /kaXo/;
querida = que-ri-da - /Kerida/.
Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma
representando um fonema. Por exemplo, na palavra “asco”, o encontro “sc” não forma dígrafo, já
que ambas as letras são pronunciadas distintamente: /aSko/. Já em “nascer”, há um dígrafo, pois sc
tem um som só: /naSer/

Dígrafo Vocálico
É o encontro de uma vogal com m ou n, na mesma sílaba, mas não em final de palavra: am,
an, em, en, im, in, om, on, um, un. A única função do m e do n é indicar que a vogal é nasal. Não
representam, portanto, outro som. Há, então, um dígrafo, pois existem duas letras com apenas um
som. Por exemplo:
santo = san-to - /sãto/.
Não se esqueça de que, quando a palavra terminar em am, em e em, o m e o n são semivogais.
Não há, portanto, dígrafo nesses encontros, já que o m e o n são pronunciados, mas sim ditongo
nasal. Por exemplo: decoram = /dekorãw/ (Ver ditongos).
Vamos treinar um pouco esses conceitos com questões comentadas. Em seguida, falaremos
um pouco sobre a divisão silábica porque isso depende diretamente do conteúdo visto até agora.
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto

A análise morfológica das palavras preconiza a classificação isolada das palavras em diferentes classes
gramaticais.
A análise sintática das palavras preconiza a classificação da função que as palavras desempenham
inseridas numa oração.
1) Morfologia: é o estudo das dez classes gramaticais. Esse é o pré-requisito mais importante para os
seus estudos. Você não precisa, necessariamente, saber classificar as palavras, mas reconhecê-las
morfologicamente será fundamental para evoluir na sintaxe.
2) Sintaxe:"Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a disposição das palavras nos períodos, bem
como a relação lógica entre elas. "
A divisão da morfologia Para fins didáticos, dividiremos as dez classes gramaticais da seguinte forma:

Agora, vamos entender cada uma das classes gramaticais que compõem o grupo dos nomes: •
SUBSTANTIVO = palavra que dá nome aos seres em geral (nomes a pessoas, lugares, instituições,
espécies, noções, ações, estados, qualidades);
• ARTIGO = palavra que determina o substantivo;
• ADJETIVO = palavra que caracteriza o substantivo;
• NUMERAL = palavra que quantifica ou ordena o substantivo;
• PRONOME = palavra que acompanha ou substitui o substantivo.

Grupo do verbo: “é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento
representado no tempo”. a importância do verbo não está na palavra em si, mas no que dele decorre. O
verbo também permite a organização da oração para se pensar no sistema de pontuação do texto escrito.
O verbo define os limites entre orações, que são o instrumento de estudo do período composto. Do verbo
decorrem as vozes verbais e parte do estudo do emprego do sinal indicativo de crase. Do verbo se inicia
o estudo de colocação pronominal.
Do verbo, passamos ao advérbio, que é um modificador do verbo, oferecendo a ele as mais diversas
circunstâncias, como tempo, modo, lugar, finalidade, intensidade, causa etc. É uma palavra invariável, ou
seja, não se flexiona em gênero e número como o adjetivo, por exemplo.
O grupo dos conectores: Nesse grupo, há duas classes gramaticais de funções semelhantes (conectar),
mas que não interagem entre si: preposição e conjunção. A função da preposição é unir duas palavras,
de maneira que a primeira ofereça uma informação acerca da segunda.

Como a preposição sempre faz com que a palavra posposta a ela ofereça uma informação acerca da
palavra anteposta, guarde a seguinte informação: toda expressão preposicionada é subordinada! Basta
você, no texto, identificar a quem ela se subordina.
As locuções: conjunto de palavras que equivale a um único vocábulo, que representa uma unidade
morfológica. Merecem destaque cinco tipos: locuções adjetivas, locuções adverbiais, locuções
prepositivas, locuções conjuntivas e locuções verbais.
• Locução adjetiva
As histórias de terror não me impressionam mais.
• Locução adverbial
Ele saiu às pressas ontem.
• Locução prepositiva
Pedro mora em frente à farmácia.
• Locução conjuntiva
Estou empregado, no entanto ainda estudo. •
Locução verbal
Ele havia preparado o jantar
A Sintaxe Enquanto a morfologia tem a finalidade de analisar as classes de palavras, a sintaxe busca
analisar a função e o posicionamento de palavras e expressões em um sintagma. Primeiramente,
precisamos saber dois aspectos: quais são as funções sintáticas da língua portuguesa e a ordem
direta da oração.

cabe destacar que os estudos linguísticos definem a chamada ordem direta, também conhecida
como ordem canônica ou ordem preferencial. Ela estipula como os termos preferem se ordenar
sintaticamente. Em língua portuguesa, a ordem direta é:

O predicativo não é gramaticalmente um complemento verbal. Todavia, como ele costuma estar na
posição em que se situam os complementos, vamos, por razões didáticas, considerar que o verbo,
na ordem direta, possui relação de ligação. Por fim, três pressupostos são essenciais para entender
melhor a sintaxe:
• Frase: qualquer enunciado inteligível que estabeleça comunicação.
• Oração: frase dotada de verbo.
• Período: espaço textual, que vai de uma letra maiúscula até uma pontuação (ponto final, ponto de
interrogação ou ponto de exclamação). Nesse espaço, podemos encontrar apenas uma oração
(período simples, também conhecido como oração absoluta) ou mais de uma oração (período
composto).
Orações coordenadas
As orações não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas,
evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra.
A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser
assindéticas ou sindéticas.
As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas.
No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida
pela conjunção coordenativa "e".Classificação das orações coordenadas
a) Aditivas Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos,
acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas
típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.
Por Exemplo: Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Locuções verbais (perífrases verbais)

(ASPECTOS VERBAIS
)
A fim de abordarmos os aspectos verbais, precisamos primeiro falar um pouco das locuções
verbais.
Locução verbal
A locução verbal é a combinação de um verbo auxiliar com as formas nominais infinitivo,
gerúndio ou particípio, os quais são chamados de verbo principal.
hei de estudar estou estudando tenho estudado
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal
(infinitivo) (gerúndio) (particípio)
locução verbal locução verbal locução verbal

Muitas vezes o verbo auxiliar traduz um valor semântico ao verbo principal dando origem
aos chamados aspectos verbais.
Como vimos no início desta aula, entre o auxiliar e o verbo principal no infinitivo, pode
aparecer ou não uma preposição (de, em, por, a, para).
Na locução verbal é somente o auxiliar que recebe as flexões de pessoa, número, tempo e
modo:
haveremos de fazer estavam trabalhando tinhas visto.
Também pode ocorrer, em vários casos, a alternância da preposição (começar a/de fazer).
Os verbos ter, haver combinam-se com o particípio do verbo principal para constituírem
novos tempos, chamados compostos. Estas combinações exprimem que a ação verbal está
concluída.
Os chamados tempos compostos já foram vistos há pouco nesta aula e aqui vamos apenas
fazer um resumo de sua estrutura:
Temos nove formas compostas:
Indicativo:
Pretérito perfeito composto: tenho ou hei cantado, vendido, partido
Pretérito mais-que-perfeito composto: tinha ou havia cantado, vendido, partido
Futuro do presente composto: terei ou haverei cantado, vendido, partido
Futuro do pretérito composto: teria ou haveria cantado, vendido, partido
Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto: tenha ou haja cantado, vendido, partido
Pretérito mais-que-perfeito composto: tivesse ou houvesse cantado, vendido, partido
Futuro composto: tiver ou houver cantado, vendido, partido
Formas nominais
Infinitivo composto: ter ou haver cantado, vendido, partido
Gerúndio composto: tendo ou havendo cantado, vendido, partido

Basicamente, a prova cobra a substituição dos tempos pretérito perfeito composto do


indicativo e pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo pelo presente do indicativo e
pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo, respectivamente. Veja:
Tenho andado distraído nestes dias! (pretérito perfeito composto do indicativo)
Ando distraído nestes dias! (presente do indicativo)

Eu já havia realizado a prova quando você me interpelou. (1)


Eu já realizara a prova quando você me interpelou. (2)
1: pretérito mais-que-perfeito composto do
indicativo 2: pretérito mais-que-perfeito do
indicativo
Agora, veremos que os verbos ser, estar, ficar combinando-se com o particípio (variável
em
gênero e número) do verbo principal para constituir a voz passiva (de ação, de estado e
de mudança de estado):
O filho é amado pela mãe.
A empresa está prejudicada pelo empresário.
Os pássaros ficaram rodeados de predadores.

Às vezes a forma nominal particípio pode variar de acordo com o seu verbo auxiliar.

Quando o particípio tem sua terminação normal com o sufixo “do”, é chamado de particípio

regular (matado, soltado). Quando ele permite uma variação, é chamado de particípio

irregular (morto, solto). Os particípios regulares são empregados normalmente com os

auxiliares ter e haver, os particípios irregulares são normalmente empregados com os

auxiliares ser e estar:

O Brasil tem elegido deputados preguiçosos. Ele está eleito.


O professor havia imprimido bom ritmo de aula. A folha foi impressa.
Funções do “que” e “se” 29

˃ Quando o verbo terminar em som nasal, ficarão no, na,


nos, nas:
Exs.: Comemoram: comemoram-no;
Viram: viram-no.

Observe o trecho a seguir:


O bebê de Daniela nasceu perfeito. O bebê de Daniela tem
olhos azuis. As mãos do bebê de Daniela são fortes, e os cabe- O pronome oblíquo jamais inicia frase. Por isso, ele
los do bebê de Daniela são claros. aparecerá, em início de frase, depois do verbo, ou
Para que não haja esta repetição desagradável durante a utiliza- se algum termo para que ele possa aparecer
comunicação, utilizamos os pronomes: antes do verbo:
Ex.: Eu te liguei.
O bebê de Daniela nasceu perfeito. Ele tem olhos azuis, suas
Liguei-te.
mãos são fortes e seus cabelos são claros.
Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham
os substantivos. Eles podem indicar qualquer uma das três pes- Pronomes de Tratamento
soas do discurso: São pronomes utilizados para dirigir-se ou referir-se a au-
1ª pessoa: quem fala; toridades ou pessoas com quem se tem menos contato. Os mais
2ª pessoa: com quem se fala; utilizados são:
3ª pessoa: de quem se fala.
PRONOMES DE TRATAMENTO USADOS PARA
Classificação dos Pronomes Usado para um tratamento íntimo, familiar.
Você
Pronomes Pessoais Senhor, Pessoas com as quais mantemos um certo
Sr., Sr.ª distanciamento mais respeitoso.
Senhora
Pessoa do discurso Retos Oblíquos
Pessoas com um grau de prestígio maior.
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo Vossa
V. S.ª Usualmente, os empregamos em textos
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo Senhoria escritos, como: correspondências, ofícios,
3ª pessoa do singular Ele/Ela O, a, lhe, se, si, consigo
requerimentos etc.
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco Vossa Usados para pessoas com alta autoridade,
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco V. Ex.ª como: Presidente da República, Senadores,
Excelência
3ª pessoa do plural Eles/Elas Os, as, lhes, se, si, consigo Deputados, Embaixadores etc.
Vossa
Os pronomes pessoais funcionam comosujeitoda oração. Alteza V. A. Príncipes e duques.
Ex.: Eu estava cansada ontem. Vossa
Os pronomes oblíquos funcionam comocomplementos. V.S. Para o Papa.
Santidade
Ex.: Eu lhe escrevi uma carta. Vossa
Magnificência V. Mag.ª Reitores de Universidades.
Vossa Majestade
V. M. Reis e Rainhas.

˃ O pronome de tratamento concorda com o verbo na 3ª


Observe que o verbo escrever é transitivo direto e
pessoa:
indireto: quem escreve, escreve algo a alguém. O objeto
direto, o que se escreveu, é “uma carta”, e o objeto Vossa Excelência me permite fazer uma observação?
indireto, a quem se escreveu, é o pronome oblíquo lhe, ˃ Quando o pronome for utilizado para referir-se à 3ª
que tem valor de objeto indireto porque possui a pessoa, o pronome Vossa será substituído por Sua:
preposição a subentendida. Ou seja: lhe equivale a a
Sua Alteza, o Príncipe William, casou-se com uma plebeia.
ele/a ela.

As formas o, a, os, as sofrem modificações dependendo da Pronomes Possessivos


terminação do verbo que acompanham. Observe: São pronomes que indicam posse. Observe os exemplos:
˃ Quando o verbo terminar em r, s ou z, ficarão lo, la, los, las: Exs.:
Exs.: Começar: começá-los; Andei tanto que meus pés estão doendo.
Celebramos: celebramo-lo. Pegue tuas coisas e vamos embora.
Fiz: fi-lo. Marina ficou feliz ao ver quesua
mala não estava perdida.

LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes destacados indicam quem é o possuidor dos Não se sabe sobre quem ou quantas pessoas se fala, por isso
itens das orações: pés, coisas e malas. Observe que pelo pronome são utilizados pronomes que dão a ideia de quantidade indefinida.
é possível identificar a pessoa. Isso acontece porque há um prono- Pronomes indefinidos
me possessivo específico para cada pessoa:
Variáveis Invariáveis
Pessoa do discurso Pronomes possessivos algum, alguns, alguma, algumas; Alguém
certo, certos, certa, certas; Ninguém
1ª pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa do singular Teu, tua, teus, tuas nenhum, nenhuns, nenhuma,
Outrem
3ª pessoa do singular Seu, sua, seus, suas nenhumas;
todo, todos, toda, todas; Tudo
1ª pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas outro, outros, outra, outras; Nada
2ª pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas muito, muitos, muita, muitas;
3ª pessoa do plural Seu, sua, seus, suas Cada
pouco, poucos, pouca, poucas;
Algo
vário, vários, vária, várias;
O pronome possessivo concorda: tanto, tantos, tanta, tantas; Mais
˃ Em pessoa, com o possuidor: quanto, quantos, quanta, quantas. Menos
Ex.: irmão
Meu chegou de viagem.
1ª pessoa do singular
Pronomes Interrogativos
˃ Em número, com o que se possui: São os pronomes utilizados nas perguntas diretas e indire-
tas. Observe o exemplo:
Ex.: são
Teuslindos!
filhos
Exs.:
Masculino plural
Quantaspessoas se matricularam no curso?
Pronomes Demonstrativos Quem
estava aqui ontem?
São os pronomes que indicam a posição de algo em relação à Gostaria de saber que dia você viajará.
pessoa do discurso. Observe os exemplos:
Pronomes interrogativos
Exs.:
Quem, quanto, quantos, quanta, quantas, qual, quais, que
Este mês está sendo ótimo para o comércio graças a Dia das
Mães. (mês atual); Pronomes Relativos
Na última semana tivemos quatro provas. Essa semana foi uma São pronomes que se relacionam com termos já citados na
correria! (passado próximo); oração, evitando a repetição.
Quando meus filhos eram pequenos, viajamos para a Europa. Exs.:
Aquela foi uma viagem inesquecível. (passado distante) Trouxe um livro.
O mesmo ocorre com os mesmos pronomes em relação à O livro que eu trouxe é o livro que você me pediu.
localização no espaço. Observe: O pronome relativo que indica e especifica o livro ao qual o
Exs.: interlocutor se refere:
Acho que esta camiseta ficou bem em mim. (próximo à pes- Trouxe o livro que você pediu.
soa que fala); O pronome relativo concordará:
Esse chapéu ficou ótimo em você! (próximo à pessoa com ˃ Com o seu antecedente:
que se fala);
As ruas pelas quais passou traziam lembranças.
Você sabe de quem é aquela pasta? (distante de quem fala e
Exceção: pronome cujo (e variações), que concorda com o
da pessoa com que se fala).
consequente:
Pronomes Demonstrativos Estou lendo um livro cuja capa foi feita pelo meu irmão.
Variáveis Invariáveis ˃ A regência do pronome relativo seguirá a regra da
Este, estas, estes, estasIsto regência pedida pelo verbo:
Esse, essa, esses, essasIsso
Exs.:
Aquele, aquela, aqueles, aquelasaquilo
É uma menina de quem todos gostam.
Pronomes Indefinidos Era uma pessoa a quem todos admiravam.
São pronomes que se referem à 3ª pessoas mas sem a fun-
ção de determinar ou definir. Pelo contrário: são pronomes que Pronomes Substantivos
dão um sentido vago, impreciso sobre quem ou o que se fala. Em alguns casos, o pronome atuará como substantivo,
Exs.: substituindo-o. Observe:
Muitos querem sucesso, mas poucos estão dispostos a pagar Poucos conhecem o segredo de viver em paz.
pelo seu preço. Pronome indefinido – substitui o substantivo

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Pronomes Adjetivos Não falte à aulaque o conteúdo é importante.


Em alguns casos, o pronome atuará como adjetivo, atribuin- conjunção explicativa
do uma característica ao substantivo. Observe:
Este quadro é meu. Conjunção Subordinativa
Pronome possessivo adjetivo
Exs.: Estava tão cansada que não quis recebê-
lo.
Palavra Que conjunção subordinativa consecutiva
A palavra “que” possui diversas funções e costuma gerar Gostei da viagem, cara que tenha sido.
muitas dúvidas. Por isso, para entender cada função e identificá- conjunção subordinativa concessiva
las, observe os exemplos a seguir: Não corra que o chão está molhado!
conjunção subordinativa causal
Substantivo
Senti um quê de falsidade naquela fala. Partícula Expletiva (de realce)
Neste caso, o “que” está precedido por um determinante – Que bonito que está o seu cabelo!
um artigo, e é acentuado, pois assume o papel de um substantivo. (não tem função na oração, apenas realça o que está sendo falado)
Poderia ser substituído por outro substantivo:
Senti um ar de falsidade naquela fala. Palavra Se
Quanto atua como substantivo, o quê será sempre acentua- A palavra “se”, assim como o “que”, possui diversas funções
do e precedido por um artigo, pronome ou numeral. e costuma gerar muitas dúvidas. Por isso, para entender cada fun-
ção e identificá-las, observe os exemplos a seguir:
Pronome
Exs.: Partícula Apassivadora
Que
beleza de festa! Vendem-se plantas.
(É possível passar a oração para a voz passiva analítica: Plantas são vendidas)
pronome exclamativo
O livroque
comprei estava em promoção. Neste caso, o “se” nunca será seguido por preposição.

pronome relativo Pronome Reflexivo


Que dia é a prova? Ex.: Penteou-se com capricho.
pronome interrogativo
Pronome Recíproco
Interjeição Ex.: Amaram-se durante anos.
Exs.:
Partícula Expletiva (de realce)
Quê Quê ? Não entendi.
Ex.: Foi-se o tempo em que confiávamos nos políticos.
! Ela sabe sim!
Preposição (não possui função na oração, apenas realça o que foi dito)

Temos que chegar cedo. Pronome indeterminador do sujeito


Observe que a regência do verbo ter exige a preposição “de”: Transforma o sujeito em indeterminado.
Temos de chegar cedo. No entanto, na fala coloquial, já é aceito o uso
do “que” como preposição. Exs.:
Precisa-se de secretária.
Advérbio (não se pode passar a oração para a voz passiva analítica)
Que bela está a casa! Nessa casa, come-se muito.
Neste caso, antecede um adjetivo, modificando-o: como a
casa está bela! Parte do verbo pronominal
Que longe estava da cidade! Alguns verbos exigem a presença da partícula “se” para in-
Neste caso, antecede um advérbio, intensificando-o: Estava dicar que a ação é referente ao sujeito que a pratica:
muito longe da cidade. Ex.: Arrependeu-se de ter ligado.
C onjunção Outros exemplos de verbos pronominais: Lembrar-se, queixar-
-se, enganar-se, suicidar-se.
Exs.:
Que gostem ou que não gostem, tomei minha decisão. C onjunção
conjunção alternativa Exs.:
Pode entrar na filaque não será atendida. Vou chegar no horáriose não chover.
conjunção adversativa conjunção condicional

LÍNGUA PORTUGUESA
Formação de palavras

Formação, classe e emprego de palavras.

Sem entrar em discussões acadêmicas, as gramáticas mais tradicionais classificam as palavras da


Língua Portuguesa em dez classes. São elas: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção,
interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome. E como é feita essa divisão? De forma simples e
objetiva, cada palavra é enquadrada em uma dessas dez classes pelas suas características. Deixo aqui o
que basicamente caracteriza cada uma delas:
● Substantivo: classe que nomeia seres, coisas, sentimentos, qualidades, ações (homem, gato, carro,
mesa, beleza, inteligência, estudo...);
● Adjetivo: classe que atribui qualificação, condição ou estado ao substantivo, de forma a restringir ou
especificar seu sentido;
● Verbo: classe que expressa ação, estado, fenômeno e processos em geral.
● Advérbio: classe que indica circunstância (tempo, lugar, modo etc.) em que uma ação foi praticada.
Pode se referir a um verbo, adjetivo, outro advérbio e até mesmo orações inteiras;
● Pronome: substitui ou acompanha um termo substantivo. Pode indicar pessoas, relações de posse,
indefinição, quantidade, familiaridade, localização (no tempo, espaço ou texto);
● Preposição: classe que conecta palavras e inicia orações reduzidas;
● Conjunção: classe que liga orações diferentes ou termos de uma mesma oração, ou ainda liga
parágrafos e traça relações lógicas;
● Artigo: classe que acompanha substantivos e dá a indicação de gênero (masculino ou feminino),
número (singular ou plural), ou ainda se o substantivo é definido ou indefinido;
● Numeral: classe que acompanha substantivos e dá a indicação de quantidade, ordem, sequência e
posição;
● Interjeição: classe que expressa emoções ou estados de espírito.
Não se preocupe: é mais fácil entender como colocar as classes de palavras em uso e observar suas
funções do que decorar seus nomes e o que cada uma faz. Devemos lembrar também que existem
classes variáveis (são flexionadas em número – singular e plural -, gênero – masculino e feminino -,
tempo – Presente, Pretérito e Futuro – e modo – Indicativo e Subjuntivo). É o caso de substantivo,
adjetivo, verbo, pronome, artigo, numeral. Por outro lado, há as classes invariáveis, sem flexão, que é o
caso de advérbio, conjunção e preposição.
ADVÉRBIO
Compare estes exemplos:
O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo
(acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio
advérbio. Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio (bem)
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adjetivo (claros) Quando modifica um verbo, o advérbio
pode acrescentar ideia de: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. 1. Flexão do Advérbio Os advérbios são
palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém,
admitem a variação em grau.

Observe: A) Grau Comparativo Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo
do adjetivo:
 de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Renato fala tão alto quanto João.
 de inferioridade: menos + advérbio + que (do que): Renato fala menos alto do que João.
 de superioridade: A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala mais alto do que João.
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala melhor que João.
B) Grau Superlativo O superlativo pode ser analítico ou sintético:
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato fala muito alto. muito = advérbio de intensidade /
alto = advérbio de modo
B.2 Sintético: formado com sufi xos: Renato fala altíssimo.
Observação: As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns
na língua popular. Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Classificação dos Advérbios De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de: A)
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém,
embaixo, externamente, à distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
lado, em volta. B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois,
ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde,
breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor,
pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às
escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a
pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”: calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente. D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente,
deveras, indubitavelmente. E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma,
tampouco, de jeito nenhum. F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez,
casualmente, por certo, quem sabe. G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante,
mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a
propriedades graduáveis). H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente,
só, unicamente. Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores. I) Inclusão: ainda, até,
mesmo, inclusivamente, também. Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
aos meus amigos por comparecerem à festa
CONJUNÇÃO

Além da preposição, há outra palavra também invariável que, na frase, é usada como elemento de
ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras de mesma função em uma
oração: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e São Paulo. A prova não será fácil, por
isso estou estudando muito.
1. Morfossintaxe da Conjunção As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente
uma função sintática: são conectivos.
2. Classificação da Conjunção De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem
ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela
conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade
de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
conjunção depende da existência do outro. Veja: Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto: Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. Temos acima um
exemplo de conjunção (e, consequentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em:
Espero que eu seja aprovada no concurso! Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse
período temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a função de objeto direto
do verbo da oração principal).
3. Conjunções Coordenativas São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou
termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em: A) Aditivas: ligam orações ou
palavras, expressando ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também,
não só... como também, bem como, não só... mas ainda. A sua pesquisa é clara e objetiva. Não só
dança, mas também canta.
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São
elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante Tentei chegar mais cedo, porém
não consegui.
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos
que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja,
talvez... talvez. Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou
consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Marta
estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa. Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa
gratidão.
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Não demore, que o filme já vai começar. Falei muito,
pois não gosto do silêncio!
4. Conjunções Subordinativas São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da
outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração
subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado quando ela chegou. O baile já tinha começado:
oração principal quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) ela chegou: oração subordinada
As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais: Integrantes - Indicam que a
oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações
que equivalem a substantivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se. Quero
que você volte. (Quero sua volta) Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce a função de
adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classifi cam-se em: A)
Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais
que, posto que, conquanto, etc.
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da
principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que,
etc. Se precisar de minha ajuda, telefone-me
D) Conformativas: introduzem uma oração que exprime a conformidade de um fato com outro. São elas:
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. O passeio ocorreu como havíamos planejado.
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc. Toque o sinal para que
todos entrem no salão.
F) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à
ocorrência do expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as
combinações quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos...
(menos), etc. O preço fi ca mais caro à medida que os produtos escasseiam. Observação: São incorretas
as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que,
desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. A briga começou assim que
saímos da festa.
H) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração
principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc. O jogo de hoje será
mais difícil que o de ontem.
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte
que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na
oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Estudou tanto durante a noite que
dormiu na hora do exame.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso
da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da
língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
particular, um momento ou um contexto específico. Exemplos:
Ah, como eu queria voltar a ser criança! ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Hum! Esse
pudim estava maravilhoso! hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição O significado das
interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas.
O tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em que for utilizada.
Exemplos: Psiu! contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua; significado da interjeição
(sugestão): “Estou te chamando! Ei, espere!

Psiu! contexto: alguém pronunciando em um hospital; signifi cado da interjeição (sugestão): “Por favor,
faça silêncio!” Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! puxa: interjeição; tom da fala: euforia Puxa! Hoje
não foi meu dia de sorte! puxa: interjeição; tom da fala: decepção As interjeições cumprem, normalmente,
duas funções:
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito
interessante!
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da minha frente. As interjeições podem ser formadas
por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
 palavras: Oba! Olá! Claro!
 grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus! Ora bolas!

Classificação das Interjeições Comumente, as interjeições expressam sentido de:


A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Atenção! Olha! Alerta!
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! Essa não! Chega! Basta!
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Deus!
J) Desculpa: Perdão!
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! Ora!
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e
grau como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto,
em uso específi co, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um processo natural
desta classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho,
bravíssimo, até loguinho.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de
pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada sequência. Os numerais traduzem, em
palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em
números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refl etem a ideia expressa pelos números, existem mais
algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São
alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. 1. Classifi cação dos Numerais
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determinada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais
têm sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre.
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou alguma coisa ocupa numa determinada
sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
quintos, etc.
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi
aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ uma, dois/duas e os que indicam centenas de
duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como
milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. Quando
atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
triplas do medicamento. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um
terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes.

Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. É
comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou
especialização de sentido. É o que ocorre em frases como: “Me empresta duzentinho...” É artigo de
primeiríssima qualidade! O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de
futebol)
Emprego e Leitura dos Numerais
Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma
de centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço
correspondente a um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Em sentido fi gurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a fi gura de linguagem conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil
vezes. No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci
em mil novecentos e noventa e dois. Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais. Mas, se a
centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00) Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00) Para designar papas, reis, imperadores,
séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e, a partir daí, os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação
acontece, normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições
são muito importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores
semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. 1. Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições,
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo,
senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com,
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por
cima de, por trás de. A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se a outras palavras e, assim,
estabelecer concordância em gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela. Essa
concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une. Esse processo
de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:

 Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos.
Os vocábulos não sofrem alteração.
 Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema:
de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal
do pronome “aquilo”).
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação
entre eles. Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição. Se for pronome pessoal
oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a apostila. = Nós a
trouxemos.

Relações semânticas
(= de sentido) estabelecidas por meio das preposições:
Destino = Irei a Salvador.
Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para fi car.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
Companhia = Estarei com ele amanhã.
Matéria = copo de cristal.
Meio = passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste.
Conteúdo = frascos de perfume.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais
Elementos da comunicação

MENSAGEM: é o que uma pessoa transmite a outra na forma de linguagem.

A COMUNICAÇÃO ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos compreender por uma
pessoa e modificamos seu comportamento.

LINGUAGEM é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a


interação entre as pessoas.  Verbal  Não verbal  Mista

Linguagem Verbal:
Utiliza a palavra.
Linguagem não Verbal:
Utiliza o gesto, a imagem, o som, etc.
Linguagem Mista:
utiliza a imagem e a palavra.

LÍNGUA: é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se
comunicam e interagem entre si.

 VARIEDADES LINGUÍSTICAS: são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as
condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

 Todas as variedades são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel fundamental de uma
língua – o de permitir a interação verbal entre as pessoas.

comunicação

NORMA CULTA ou PADRÃO: é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social.

 NORMA POPULAR OU NÃO-PADRÃO: são todas as variedades linguísticas diferentes da língua


padrão. (forma coloquial)

DIALETOS: variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou grupos
sociais e da própria evolução histórica da língua.

 GÍRIA: quase sempre criada por um grupo social, como skatistas, policiais, detentos. Quando restrita a
uma profissão é chamada de jargão.

Todo ato comunicativo envolve sempre seis componentes essenciais  EMISSOR (remetente) 
RECEPTOR (destinatário) MENSAGEM (informação)  REFERENTE (contexto)  CANAL (meio) 
CÓDIGO (língua)
Emissor: elemento que emite, codifica a mensagem, o que diz algo a alguém; 
receptor: recebe, decodifica a mensagem, aquele a quem o texto se dirige; 
mensagem: conteúdo e/ou informação transmitido(a) pelo emissor;

código: a língua, o conjunto de sinais estabelecidos por convenção e que permite compreender a
estrutura da mensagem;
 referente: o assunto, o contexto, os objetos a que se refere a mensagem;
 canal: meio físico que conduz a mensagem (som, ar, papel, etc.)

Toda interferência que ocorre no esquema da comunicação composto pelos elementos citados é
chamada de ruído.

INTENCIONALIDADE DISCURSIVA são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na


linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.

Por meio da intencionalidade, podemos, por exemplo, transmitir informações, convencer o outro a
fazer (ou dizer) algo, assumir compromissos, ordenar, pedir, demonstrar sentimentos, reivindicar,
etc.  Diferenciar que intenção predomina em cada situação de comunicação auxilia a compreender
melhor o que foi dito.

O modo como organizamos a linguagem está diretamente ligado à função que desejamos dar a ela,
isto é, à intenção do locutor.  As funções da linguagem estão centradas nos elementos da
comunicação. Toda comunicação apresenta uma variedade de funções, mas elas se apresentam
hierarquizadas, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o emissor quer dar ou do efeito
que quer causar no receptor

E-mail - é o famoso correio eletrônico, ou seja, o endereço pelo qual se envia e recebe mensagens.
 Emular - imitação de um outro sistema. Os emuladores servem para simular outros sistemas ou
até mesmo consoles de videogames.
Encriptação - codificação de dados para o envio e recebimento em segurança. Somente quem envia
e quem recebe possui o códigos da encriptação dos dados eletrônicos.

É preciso ressaltar que geralmente os textos apresentam mais de uma função da linguagem. Para
identificar a predominante, devemos nos perguntar: “Qual a intenção de quem produziu o texto?”. 
Em relação ao exemplo anterior, percebemos que a intenção é chamar a atenção do consumidor,
portanto a função que predomina é a conativa, apesar da presença da função poética.
Sintaxe: relações sintático semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos
(período simples e período composto por coordenação e subordinação).

O que é sintaxe?

Parte da gramática que se ocupa da combinação de formas para construir unidades maiores. Em
sentido restrito (...) estudo das regras que presidem a combinação de palavras para
construir frases.” (LUFT, p.27)

“A análise sintática examina a estrutura do período, divide e classifica as orações que o constituem
e reconhece a função sintática dos termos de cada oração.” (CEGALLA, p.319)

FRASE: menor unidade autônoma da comunicação (LUFT); enunciado capaz de transmitir o que
pensamos, queremos ou sentimos (CEGALLA)

ORAÇÃO: unidade marcada por um verbo (...) apresenta também um substantivo (...) constituindo a
estrutura binária [Sujeito + Predicado] (LUFT); se caracteriza por ter uma palavra fundamental que é
o verbo (BECHARA); é a frase se estrutura sintática que apresenta, normalmente, sujeito e
predicado (CEGALLA

PERÍODO: frase constituída de uma ou mais orações; o período simples se confunde com a oração
absoluta; na língua escrita o período começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final
(ou exclamação, interrogação, reticências)
Funções sintáticas
São 8 as funções sintáticas reconhecidas pela NGB:
1) Sujeito
2) Objeto direto
3) Objeto indireto
4) Predicativo
5) Adjunto adverbial
6) Agente da passiva
7) Aposto
8) Vocativo

Sujeito – elemento que controla a concordância, em pessoa e em número, relativamente ao núcleo.


Pode ser:
a. Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por uma frase.
b. Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais ou por duas ou mais frases.
c. Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível classificá-lo em:
i. Subentendido – quando é possível identificar no contexto o referente para o qual
remete o sufixo flexional. EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.»
ii. Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do plural ou do singular,
acompanhado, neste último caso, do pronome pessoal se com valor impessoal, não
sendo possível identificar o referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é
definido nem específico.

EX: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns


deles faziam logo as contas.»

Predicado – função sintática desempenhada pelo grupo verbal.

Vocativo – constituinte (não obrigatório) que identifica o interlocutor, ocorrendo em frases


imperativas (1), exclamativas (2) e interrogativas (3).
EX: (1) «Fecha a porta, Pedro.»
(2) «Dói-me muito o peito, mãe!»
(3) «Quando tenho alta, senhor doutor?»
Funções sintáticas internas ao grupo verbal:

1. Complementos – constituintes da frase selecionados pelo verbo:


a. Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva completiva (2) que pode ser
substituído respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome
demonstrativo átono o.
EX: (1) «Dois homens seguravam o porco.» → «Dois homens seguravam-no»
(2) «Hão de jurar que não me conhecem.» → «Hão de jurá-lo.»

b. Complemento indireto – grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição a) que


pode ser substituído por um pronome pessoal de 3ª pessoa (lhe/lhes).
EX: «Perguntem aí ao Gouveia.» → «Perguntem-lhe aí.»

c. Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao contrário do


complemento indireto, não pode ser substituído por um pronome pessoal (lhe/lhes).
EX: (1) «Faz bem à alma.» →/ «Faz-lhe à alma.»
(2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» →/ «Também me lembro-lhe.»

Exemplos de verbos que pedem complemento oblíquo:

a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposição; advérbio);
b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troçar de, casar-se
com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou pronome
precedido de preposição).
d. Complemento agente da passiva – grupo preposicional (geralmente introduzido pela
preposição por) que, na frase ativa correspondente, passa a grupo nominal com função de
sujeito.
EX: «Uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo Governo.» → «O povo não
elege uma Câmara, o Governo nomeia-a.»

2. Predicativos:

a. Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou
oração (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer,
revelar-se, ser, tornar-se…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou
temporal) ao sujeito.

EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.»


(2) «Garcia ficou aturdido.»
(3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.»
(4) «Caeiro era de estatura média.»
(5) «Pensar é estar doente dos olhos.»

3. Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração subordinada (3) que, ao
contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando
informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer
em várias posições da frase. EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.» (2) «O
conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.» (3) «Não te posso dar minha filha,
porque já não tenho filha.»
ORAÇÕES SUBORDINADAS
Sintaticamente dependentes
CONCEITOS INICIAIS:
As orações subordinadas são sintaticamente
dependentes. Contém oração principal, com uma ou
1) Frase: Sentido completo.
mais orações subordinadas associadas a ela, que
Pode ser verbal ou nominal.
funcionam como termo de outra oração. Podem ser:
2) Oração: Sua base é o verbo (ou a locução verbal).
3) Período: Conjunto de orações.
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS:
O período pode ser:
Têm o valor e a função próprios do adjetivo. São
A) Período Simples – “Uma só oração”. (Or. Absoluta)
iniciadas por pronomes relativos: que, o qual (e
Ex.: As estrelas pareciam cardumes prateados.
variações), onde, quem, cujo (e variações).
Romero estava estudando muito.
B) Período Composto – “Duas ou mais orações”. Pode
Em relação ao termo que modificam, as orações
ser composto por coordenação ou por subordinação.
subordinadas adjetivas podem ser:
ORAÇÕES COORDENADAS
A) Explicativas “Entre vírgulas”. Tomam o termo a
que se referem no seu sentido amplo.
Sintaticamente independentes As orações coordenadas
Ex.: O livro, que Jéssica leu, é excelente!
são sintaticamente independentes.
Dividem-se em:
B) Restritivas “Sem vírgulas”. Restringem o sentido
A) Coordenadas Assindéticas – Sem conjunção.
do termo a que se referem.
Ex.: São confusões que eu não desejo nunca.
Ex.: Vi, vim, venci. Chegou, gostou, ficou para sempre.
A cidade onde Mariana mora é maravilhosa.
B) Coordenadas SINdéticas - Possuem conjunção. A
2. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS:
ideia expressa nas orações coordenadas sindéticas
depende da conjunção coordenativa que as une.
Têm as funções sintáticas próprias do substantivo e,
Podem ser:
geralmente, são introduzidas pelas conjunções
integrantes QUE e SE. Podem ser:
Estudamos muito, portanto passaremos no concurso.
A) Subjetivas (sujeito oracional)
(oração coordenada sindética conclusiva)
• verbo de ligação + predicativo + QUE (É preciso..., É
bom..., É melhor..., Está comprovado..., Parece certo...,
Estudaram e passaram no concurso que almejaram.
Fica evidente..., etc.).
(oração coordenada sindética aditiva)
Ex.: É importante que você estude muito.
• verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE / SE
Não estudou muito, mas passou nas provas. (oração
(Sabe-se..., Comenta-se..., Dir-se-ia.., Foi anunciado...,
coordenada sindética adversativa)
Foi dito..., etc.)
Ex.: Sabe-se que a impunidade existe.
Ora estudava, ora trabalhava. (oração coordenada
• verbos unipessoais / conjugados na 3a
sindética alternativa)
pessoa (convir,
parecer, constar, acontecer, cumprir, importar, ocorrer,
Vou indo, que já é tarde. (oração coordenada sindética
suceder, urgir).
explicativa)
Ex.: Convém que você estude sempre mais.
B) Objetivas Diretas
Ex.: Todos querem que você passe nas provas.
Perguntou se todos entenderam o assunto.
C) Objetivas Indiretas
Ex.: Duvido de que o pior ocorra.
Necessito de que todos me compreendam.
D) Completivas Nominais
Ex.: Tenho necessidade de que Cláudia me apóie.
Ele está certo de que será aprovado.
E) Predicativas
Ex.: Minha esperança era que ele voltasse.
F) Apositivas
Ex: Tenho um desejo: que todos estudem.
Só me resta uma saída: que tudo dê certo.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS
ADVERBIAIS:
Funcionam como adjuntos adverbiais da
oração
principal. São introduzidas por conjunções
subordinativas adverbiais. Classificam-se
segundo a circunstância adverbial que
expressam. Ex.:
Enquanto todos dormiam, eu estudava.
(or. sub. adv. temporal)
Quanto mais estudo, mais aprendo.
(or. sub. adv. proporcional)
Fez tudo a fim de que fosse o escolhido na
seleção.
(or. sub. adv. final)
Já que você não vai, eu não vou.
(or. sub. adv. causal)
Falou tanto que ficou rouco.
(or. sub. adv. consecutiva)
Se você for, eu vou.
(or. sub. adv. condicional)
Embora discordasse, aceitei as condições
impostas.
(or. sub. adv. concessiva)
Tudo saiu conforme combinamos.
(or. sub. adv. conformativa)
Ele dorme como um urso.
(or. sub. adv. comparativa)

ORAÇÕES REDUZIDAS
Características:
1) Apresenta verbo na forma nominal:
• Gerúndio (ndo)
• Infinitivo (r, res, r, rmos, rdes, rem)
• Particípio (regular ou irregular)
2) Não contém conjunção ou pronome relativo
3) É sempre uma oração subordinada
(substantiva, adjetiva ou adverbial)

Exemplos:
Chovendo amanhã, começaremos a plantação.
(sem conjunção / com verbo no gerúndio)

DESENVOLVIDA:

Se chover amanhã, começaremos a plantação.


(or. sub. adv. condicional) (or. Principal) Via
um rapaz entregar folhetos na rua. (“que
entregava folhetos” – or. reduzida de infinitivo)
Coordenação e Subordinação.

 CONCEITOS INICIAIS:
1) Frase: Sentido completo. Pode ser verbal ou nominal.
2) Oração: Sua base é o verbo (ou a locução verbal).
3) Período: Conjunto de orações. O período pode ser:
A) Período Simples – “Uma só oração”. (Or. Absoluta)
Ex.: As estrelas pareciam cardumes prateados. Romero estava estudando muito.
B) Período Composto – “Duas ou mais orações”. Pode ser composto por coordenação ou por
subordinação.
1.1 ORAÇÕES COORDENADAS Sintaticamente independentes
As orações coordenadas são sintaticamente independentes. Dividem-se em:
A) Coordenadas Assindéticas – Sem conjunção. Ex.: Vi, vim, venci. Chegou, gostou, ficou para sempre.
B) Coordenadas SINdéticas - Possuem conjunção.
A ideia expressa nas orações coordenadas sindéticas depende da conjunção coordenativa que as une.
Podem ser: Estudamos muito, portanto passaremos no concurso. (oração coordenada sindética
conclusiva)
Estudaram e passaram no concurso que almejaram. (oração coordenada sindética aditiva)
Não estudou muito, mas passou nas provas. (oração coordenada sindética adversativa)
Ora estudava, ora trabalhava. (oração coordenada sindética alternativa)
Vou indo, que já é tarde. (oração coordenada sindética explicativa)

ORAÇÕES SUBORDINADAS

Sintaticamente dependentes As orações subordinadas são sintaticamente dependentes. Contém oração


principal, com uma ou mais orações subordinadas associadas a ela, que funcionam como termo de outra
oração. Podem ser:
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS:
Têm o valor e a função próprios do adjetivo. São iniciadas por pronomes relativos: que, o qual (e
variações), onde, quem, cujo (e variações). Em relação ao termo que modificam, as orações
subordinadas adjetivas podem ser:
A) Explicativas “Entre vírgulas”. Tomam o termo a que se referem no seu sentido amplo. Ex.: O livro, que
Jéssica leu, é excelente!
B) Restritivas “Sem vírgulas”. Restringem o sentido do termo a que se referem.
Ex.: São confusões que eu não desejo nunca. A cidade onde Mariana mora é maravilhosa.

2. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS: Têm as funções sintáticas próprias do substantivo e,


geralmente, são introduzidas pelas conjunções integrantes QUE e SE. Podem ser:
A) Subjetivas (sujeito oracional) • verbo de ligação + predicativo + QUE (É preciso..., É bom..., É
melhor..., Está comprovado..., Parece certo..., Fica evidente..., etc.). Ex.: É importante que você estude
muito. • verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE / SE (Sabe-se..., Comenta-se..., Dir-se-ia.., Foi
anunciado..., Foi dito..., etc.) Ex.: Sabe-se que a impunidade existe. • verbos unipessoais / conjugados na
3a pessoa (convir, parecer, constar, acontecer, cumprir, importar, ocorrer, suceder, urgir). Ex.: Convém
que você estude sempre mais.
B) Objetivas Diretas Ex.: Todos querem que você passe nas provas. Perguntou se todos entenderam o
assunto.
C) Objetivas Indiretas Ex.: Duvido de que o pior ocorra. Necessito de que todos me compreendam.
D) Completivas Nominais Ex.: Tenho necessidade de que Cláudia me apóie. Ele está certo de que será
aprovado
E) Predicativas Ex.: Minha esperança era que ele voltasse.
F) Apositivas Ex: Tenho um desejo: que todos estudem. Só me resta uma saída: que tudo dê certo.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS:

Funcionam como adjuntos adverbiais da oração principal. São introduzidas por conjunções
subordinativas adverbiais. Classificam-se segundo a circunstância adverbial que expressam.
Ex.: Enquanto todos dormiam, eu estudava. (or. sub. adv. temporal)
Quanto mais estudo, mais aprendo. (or. sub. adv. proporcional)
Fez tudo a fim de que fosse o escolhido na seleção. (or. sub. adv. final)
Já que você não vai, eu não vou. (or. sub. adv. causal)
Falou tanto que ficou rouco. (or. sub. adv. consecutiva)
Se você for, eu vou. (or. sub. adv. condicional)
Embora discordasse, aceitei as condições impostas. (or. sub. adv. concessiva)
Tudo saiu conforme combinamos. (or. sub. adv. conformativa)
Ele dorme como um urso. (or. sub. adv. comparativa)

ORAÇÕES REDUZIDAS Características:


1) Apresenta verbo na forma nominal:
• Gerúndio (ndo)
• Infinitivo (r, res, r, rmos, rdes, rem)
• Particípio (regular ou irregular)
2) Não contém conjunção ou pronome relativo
3) É sempre uma oração subordinada (substantiva, adjetiva ou adverbial) Exemplos: Chovendo amanhã,
começaremos a plantação. (sem conjunção / com verbo no gerúndio)

DESENVOLVIDA:
Se chover amanhã, começaremos a plantação. (or. sub. adv. condicional) (or. Principal)
Via um rapaz entregar folhetos na rua. (“que entregava folhetos” – or. reduzida de infinitivo)
Concordância nominal e verbal.

Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.

• No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e
número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de
pessoa, número e gênero se correspondem.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.

a) Sujeito Simples Regra Geral


O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:

A orquestra tocou uma valsa longa.


3ª p. Singular 3ª p. Singular

Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.


3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no
momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é
contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma
de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.

Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
verbo pode ficar no singular ou no plural.

Por Exemplo:
• A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:

Por Exemplo:
• Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento

Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
destaque aos elementos que formam esse conjunto.
Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Observe:

• Cerca de mil pessoas participaram da manifestação

Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.


Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
Obs.: quando a expressão se associar a verbos que exprimem"mais de um" reciprocidade, o plural é
obrigatório:

Por Exemplo:

Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)

Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o
verbo deve ficar o plural. Exemplos:
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na
terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:

Quais de nós são / somos capazes?


Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com
o número. Veja:

25% querem a mudança.


1% conhece o assunto

Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo
no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e
nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia
Sintaxe de Regência

O fenômeno de regência ocorre entre dois ou mais elementos: um núcleo e


seu(s) complemento(s). Esse núcleo pode ser nominal ou verbal. O núcleo que seleciona o complemento é
denominado regente (subordinante). O complemento
selecionado pelo núcleo é chamado de termo regido (subordinado).

Regência de alguns verbos.

a) Verbos Intransitivos 1. ASSITIR = residir: exige a preposição em para iniciar o adjunto adverbial de
lugar. O empresário assiste em lugar nobre da cidade.
2. CHEGAR – IR – DIRIGIR-SE: exigem a preposição a para iniciar o adjunto adverbial de lugar de direção
ou destino. “Você já foi à Bahia?“
3. PROCEDER = ter fundamento. Seu argumento não procede.
4. SUCEDER = ocorrer. Sucedeu que não foi necessária a intervenção do juiz

b) Verbos Transitivos Diretos


1. ASPIRAR = inalar. Nós aspirávamos o ar diferente do campo.
2. ANSIAR = angustiar. A demora do filho ansiava a mãe.
3. ESQUECER/LEMBRAR Esqueceu suas luvas.
4. IMPLICAR = trazer como consequência. A seca implica miséria.
5. PERDOAR – PAGAR – AGRADECER - referindo-se a “coisa”. Perdoou suas ofensas. Pagou dívidas
bancárias. Agradeceu os cuidados recebidos.
6. VISAR = apontar ou pôr visto. Macunaíma visou o animal. O Cônsul visou seu passaporte

c) Verbos Transitivos Indiretos


1. ANTIPATIZAR /SIMPATIZAR com A professora simpatiza com seus novos alunos.
2. AGRADAR a =.ser agradável a. As belas praias brasileiras agradam aos turistas.
3. ANSIAR por = almejar. Os alunos anseiam por uma vaga na faculdade.
4. ASPIRAR a = pretender. Os alunos aspiram a uma vaga na faculdade.
5. ASSISTIR a = presenciar. A peça a que assistimos foi interessante.
6. CUSTAR a = ser difícil (observe que o sujeito é aquilo que se afirma ser custoso; o objeto indireto
representa a quem determinada coisa custa, é difícil). Custou ao namorado entender as razões do término
do relacionamento.
7. IMPLICAR com = ter implicância. Ele implicava com todos os meus textos.

3. Relação entre Regência e o Pronome Relativo.

Observe que, nos períodos compostos introduzidos pronome relativo, será o verbo da oração subordinada
que irá exigir a preposição, caso em que esta será colocada antes do relativo, como nos exemplos 5, 7 e 8.
7. ESQUECER-SE de/LEMBRAR-SE de A fala de que o ator se esqueceu não interferiu na narrativa.

8. OBEDECER/DESOBEDECER a O Código de Trânsito, a que poucos motoristas obedecem, deve ser


mais divulgado.
9. PERDOAR – PAGAR – AGRADECER a com objeto “pessoa” Os sonegadores a quem o Fisco não
perdoa sempre caem na “malha fina”.
10. PROCEDER de = originar-se. Nosso sobrenome procede da Polônia. PROCEDER a = dar início. O
diretor procedeu à leitura do regimento.
Colocação pronominal

Este é o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os,
as, lhes) em
relação ao verbo. Eles podem ser colocados de três maneiras diferentes, de acordo com as
seguintes regras:
PRÓCLISE
Próclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do verbo. Usa-se a próclise quando
houver palavras
atrativas. São elas:
• Palavras de sentido negativo.
• Ela nem se incomodou com meus problemas.
• Advérbios.
• Aqui se tem sossego, para trabalhar.
• Pronomes Indefinidos.
• Alguém me telefonou?
• Pronomes Interrogativos.
• Que me acontecerá agora?
• Pronomes Relativos
• A pessoa que me telefonou não se identificou.
• Pronomes Demonstrativos Neutros.
• Isso me comoveu deveras.
• Conjunções Subordinativas.
• Escrevia os nomes, conforme me lembrava deles.

Outros usos da próclise:


01) Em frases exclamativas e/ou optativas (que exprimem desejo): Ex. Quantas injúrias se
cometeram naquele caso! Deus te abençoe, meu amigo!
02) Em frases com preposição em + verbo no gerúndio: Ex. Em se tratando de gastronomia, a
Itália é ótima. Em se estudando Literatura, não se esqueça de Carlos Drummond de Andrade.

03) Em frases com preposição + infinitivo flexionado: Ex. Ao nos posicionarmos a favor dela,
ganhamos alguns inimigos. Ao se referirem a mim, fizeram-no com respeito.
04) Havendo duas palavras atrativas, tanto o pronome poderá ficar após as duas palavras,
quanto entre elas. Ex. Se me não ama mais, diga-me. Se não me ama mais, diga-me.
ÊNCLISE
Ênclise é a colocação dos pronomes oblíquos
MESÓCLISE átonos depois do verbo. Usa-se a ênclise,
Mesóclise é a colocação dos pronomes principalmente nos seguintes
oblíquos átonos no meio do verbo. Usa-se a casos:
01) Quando o verbo iniciar a oração.
mesóclise, quando houver verbo
Ex. Trouxe-me as propostas já assinadas.
no Futuro do Presente ou no Futuro do
Arrependi-me do que fiz a ela.
Pretérito, sem que haja palavra atrativa 02) Com o verbo no imperativo afirmativo.
alguma. O pronome oblíquo átono Ex. Por favor, traga-me as propostas já
será colocado entre o infinitivo e as assinadas.
terminações ei, ás, á, emos, eis, ão, para o Arrependa-se, pecador!!
Futuro do Presente, e as terminações Obs.: Se o verbo não estiver no início da frase
ia, ias, ia, íamos, íeis, iam, para o Futuro do e não estiver conjugado no Futuro do Presente
Pretérito. Por exemplo, o verbo queixar-se ou no Futuro do
ficará conjugado da seguinte Pretérito, no Brasil, tanto poderemos usar
Próclise, quanto Ênclise.
maneira:
Ex.: Eu me queixei de você/Eu queixei-me de
Futuro do Presente / Futuro do Pretérito
você.
queixar-me-ei / queixar-me-ia Os alunos se esforçaram/Os alunos
queixar-te-ás / queixar-te-ias esforçaram-se.
queixar-se-á / queixar-se-ia
queixar-nos-emos / queixar-nos-íamos COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS
queixar-vos-eis / queixar-vos-íeis LOCUÇÕES VERBAIS
queixar-se-ão / queixar-se-iam As locuções verbais são formadas por verbo
Para se conjugar qualquer outro verbo auxiliar + infinitivo, particípio ou gerúndio. 01)
pronominal, basta-lhe trocar o infinitivo. Auxiliar + Infinitivo ou Gerúndio Quando o
verbo principal da locução verbal estiver no
Por exemplo, retira-se queixar e coloca-se
infinitivo ou no gerúndio, há, no mínimo, duas
zangar, arrepender, suicidar, mantendo os
colocações pronominais possíveis: Em relação
mesmos pronomes e ao verbo auxiliar, seguem-se as mesmas
desinências: zangar-me-ei, zangar-te-ás... regras de colocação pronominal em tempos
Obs: Lembre-se de que, quando o verbo for simples, ou seja, próclise, em qualquer
transitivo direto terminado em R, S ou Z e à circunstância (menos em início de frase),
frente surgir os pronomes mesóclise, com verbo no futuro e ênclise, sem
O(s) ou A(s), as terminações desaparecerão. atração, nem futuro. Em relação ao principal,
Ex. Vou cantar a música/Vou cantá-la. O deve-se colocar o pronome depois do verbo
mesmo ocorrerá, na formação da mesóclise: (ênclise). Veja os exemplos: Eles se vão
esforçar mais. Eles não se vão esforçar mais.
Cantarei a música/Cantá-la-ei.Os verbos
Eles se irão esforçar mais. Eles vão-se
DIZER, TRAZER E FAZER, conjugados no
esforçar mais. -o- Eles ir-se-ão esforçar mais.
Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito, Eles vão esforçar-se mais. Eles não vão
adquirem as formas direi, dirás, traria, esforçar-se mais. Eles irão esforçar-se mais.
faríamos, por exemplo. Na formação da 02) Auxiliar + Particípio Quando o verbo
mesóclise, ocorre o mesmo: Direi a principal da locução verbal estiver no
verdade/Di-la-ei; Farão o trabalho/Fá-lo-ão; particípio, o pronome oblíquo átono só poderá
Traríamos as apostilas/Trá-las-íamos. Obs.: ser colocado junto do verbo auxiliar, nunca
Se o verbo não estiver no início da frase e após o verbo principal. Veja os exemplos: Eles
estiver conjugado no Futuro do Presente ou se têm esforçado/ Eles não se têm esforçado/
Eles se terão esforçado. Eles têm-se
no Futuro do Pretérito, no Brasil, tanto
esforçado./Eles ter-se-ão esforçado. Nota:
poderemos usar Próclise, quanto Mesóclise.
Quando o pronome for colocado entre os dois
Ex.: Eu me queixarei de você/Eu queixar-me- verbos (ênclise no auxiliar), teremos de usar
ei de você. Os alunos se esforçarão/Os hífen. Há gramáticos que julgam esse hífen
alunos esforçar-se-ão. desnecessário. Ex.: Eles vão-se esforçar mais
Pontuação: Pode criar heróis…
ISSO SÓ, ELE RESOLVE.
Pontuação: indica, na escrita, as várias ISSO SÓ ELE RESOLVE.
possibilidades de entonação da fala, além de … e vilões.
ajudar na expressão de pensamentos, ESSE, JUIZ, É CORRUPTO.
ESSE JUIZ É CORRUPTO.
sentidos e emoções, tornando mais clara e
precisa a compreensão do texto.
Para que serve a vírgula?
 O que você acha do seguinte conceito:
Os sinais de pontuação apontam para a “Vírgula é para respirar. Cada vez que se
questão do ritmo da escrita. respira
coloca-se uma vírgula.”
Três tipos básicos:  “A vírgula não funciona como um bálsamo
 Sinais que indicam que a frase não foi pulmonar,
concluída: mas como um instrumento sintático e
a vírgula (,) estilístico,
que se emprega de acordo com alguns
o travessão (_)
preceitos.”
os parênteses ( ( ) )
(NETO, P.C.,2002)
o ponto-e-vírgula (;)
os dois pontos (:) O emprego da vírgula no período simples:
(1) Sua observação foi inconveniente,
agressiva, irônica,
Sinais que indicam o término do discurso antipática.
ou parte dele: Sua observação foi inconveniente, agressiva,
o ponto simples (.) irônica e
o ponto parágrafo (.) antipática.
REGRA 01:
o ponto final (.)
Usa-se vírgula para separar, numa
enumeração, os termos com a
mesma função sintática.
Sinais que indicam uma intenção ou estado
emocional: Fernanda Montenegro, atriz talentosa,
o ponto-de-interrogação (?) recebeu homenagens da imprensa mundial.
o ponto-de-exclamação (!) REGRA 02: Usa-se vírgula para separar
as reticências (…) aposto.

(03) Bom dia, Sr. Hagar.


Maria, chame seu pai.
Vírgula pode ser uma pausa… ou não.
NÃO, ESPERE.
NÃO ESPERE.
Ela pode sumir com seu dinheiro…
23,4
2,34
Pode ser autoritária! REGRA 03:
ACEITO, OBRIGADO. Usa-se vírgula para separar vocativo.
ACEITO OBRIGADO.
(04) Durante o carnaval,na Bahia, não REGRA 10:
choveu. Usa-se vírgula para separar orações
REGRA 04: subordinadas
Usa-se vírgula para separar adjuntos adverbiais, sobretudo quando antepostas à
adverbiais ou oração
locuções adverbiais deslocados. principal.
Mariana sorria satisfeita. (11) As ofensas, disse ela, foram graves!
Satisfeita, Mariana sorria. / Mariana,satisfeita, REGRA 11:
sorria. Usa-se vírgulas para separar orações
OBS: Predicativos do sujeito deslocados intercalada
também são
separados por vírgula
Quando se usa vírgula antes de “e”
(05) Brasília, 10 de fevereiro de 1999. Rua do  Como regra geral, não se usa vírgula antes
Ouro, 229. de “e”. Tem só um caso em
que vai vírgula, que é quando a frase depois
REGRA 05: Usa-se vírgula entre nomes de do “e” fala de uma pessoa,
lugar e data / número do endereço coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que
vem antes dele. Assim:
(06) O diretor titubeou, isto é, não concordou  O sol já ia fraco, e a tarde era amena.
de pronto com a decisão. REGRA 06: Usa-se (Graça Aranha)
a vírgula para separar palavras ou  Note que a primeira frase fala do sol,
expressões explicativas. enquanto a segunda fala da tarde.
____________________________________ Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos
vírgula. Outro exemplo:
(07) Nós preferimos café, e eles, chá.  A mulher morreu, e cada um dos filhos
REGRA 07: Usa-se vírgula quando se omite procurou o seu destino (F.
um termo da oração. (elipse / zeugma) Namora)
 Mesmo caso, a primeira oração diz
O emprego da vírgula no período composto: respeito à mulher, a segunda aos
(08) Viajou no fim de semana, foi visitar os filhos.
pais.
Era um homem valente, mas tinha horror a Nunca se emprega a vírgula
baratas. 1) Entre termos essenciais da oração.
REGRA 08: (a) Sujeito – Predicado:
Usa-se a vírgula para separar orações A subida até o mirante Ø deixou a criança
coordenadas cansada.
assindéticas e sindéticas (com exceção das (b) Verbo – complementos:
aditivas Os cientistas preocupam-se Ø com o efeito
que só serão intercaladas por vírgula quando estufa.
tiverem sujeitos diferentes). (c) Núcleo nominal – seus adjuntos ou
Desfiz as malas, e saímos juntos. complementos:
A visão Ø do mar deixava-o absorto.
(09) Suas opiniões, que eram brilhantes, O fiscal foi gentil Ø com o turista.
interessavam a todos. 2.2 O ponto-e-v
REGRA 09:
Usa-se a vírgula para separar orações
subordinadas adjetivas explicativas.
2 O ponto-e-vírgula Os parênteses Funções: (a) Fazer
Indica uma pausa mais longa que a vírgula. comentários ou intercalações acessórias
Algumas funções:
(a) Separa as partes que tenham orações já As aspas Empregam-se as aspas: (a) Para
separadas indicar início e final de uma citação.
por vírgulas.
Já tive muitas capas e infinitos guarda-
chuvas, mas
acabei me cansando de tê-los e perdê-los;
há anos
vivo sem nenhum desses abrigos e também,
como
toda a gente, sem chapéu. (BRAGA, 1996)
(b) Para destacar alguma palavra do corpo
(b) Separa itens em uma enumeração: do texto,seja por ironia,seja por tratar-se
A prova constará de (a) um estudo do texto; de um neologismo / estrangeirismo.
(b) Os “anjinhos” já estão prontos?
cinco questões gramaticais contextualizadas; O “coffee break” será às quinze horas.
(c) (c) Para marcar diálogo, em substituição
uma redação sobre o tema abordado no ao travessão.
texto. “Aquela moça é da rua Larga?”,
perguntou Marialva.
Os dois pontos
Funções: Travessão
(a) Introduzem fala / discurso direto. Empregado para:
A aeromoça disse: (a) Indicar a fala (começo ou fim) e a
- Os passageiros devem permanecer mudança de interlocutor.
sentados até o pouso da aeronave. - Você não precisa de pílulas?
(b) Introduzem citação. - Que pílulas?
Diz Mônica Rector em Manual de Semântica: - Essas para acalmar.
A aceleração do - Eu sou calma – disse Luciana com meio
mundo moderno impõe o repensar da sorriso.
ciência. (FAGUNDES TELLES, Lygia. Ciranda de
Pedra.
(c) Introduzem uma explicação, resumo ou RJ: Nova Fronteira, 2000.)
consequência do que se disse antes.
(b) Para enfatizar expressões ou frases:
As reticências Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
Empregam-se as reticências: (AZEVEDO, Álvares. Poesias Completas. RJ:
(a) Para indicar que o sentido vai além do Ediouro, 1996.)
que é dito. Impossível escrever o poema – uma linha
Roberta imaginou-se com Paulo: os dois em que seja – de
uma ilha, comendo verdadeira poesia.
uvas, dando risada… (ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia
(b) Para indicar hesitação / dúvida. Completa e Prosa. RJ: Aguilar, 1973.)
E a prova, filho? Bem… a prova… não fui
muito bem.
Ponto de Interrogação
Segundo Mira Mateus (1983), "todos os
Empregado em frases interrogativas diretas.
processos de sequencialização
que asseguram (ou tornam recuperável) uma
ligação linguística
significativa entre os elementos que ocorrem
na superfície textual
podem ser encarados como instrumentos de
coesão" que se organizam
Ponto de Exclamação Usado após interjeição
da seguinte forma:
ou frase exclamativa para expressar
chateamento, emoções, ordem ou pedido.

Ponto Final
Indicador de pausa máxima. É empregado no
final do período simples (oração absoluta) ou
de um período composto.
É muito utilizado em textos publicitários como
Coesão Frásica
recurso estilístico
• Respeita à ligação entre os componentes
da frase. Verifica-se ao nível da
Elementos da Coesão
concordância entre o nome e os seus
determinantes, entre o sujeito e o verbo,
A COESÃO TEXTUAL, a partir dos
entre o sujeito e os seus predicadores, bem
elementos
como ao nível da ordem dos
componentes do texto (e do encadeamento
vocábulos na oração e ao nível da regência
entre eles), analisa e comenta aspectos
nominal e verbal.
relacionados a:
Exemplos:
(i) Seleção e combinação lexical,
O Pico é a ilha mais bonita do arquipélago
(ii) Conectivos e seus efeitos,
açoriano.
(iii) Elementos de referência interna e
Elas trouxeram camisolas amarelas.
externa,etc.
O homem admirava a bailarina que dançava
com um olhar
São as corretas conexões gramaticais
lânguido.
existentes entre palavras, orações,
O homem, com um olhar lânguido, admirava
frases, parágrafos e partes maiores de
a bailarina que
um texto.
dançava.
O homem admirava a bailarina que, com um
Enquanto a COESÃO, se preocupa com a
olhar lânguido,
superfície textual (FORMA), a COERÊNCIA
dançava
discute os significados expressos pelo texto
(CONTEÚDO). Um texto coeso não é
necessariamente coerente e vice-versa. No
entanto, os dois aspectos tendem a estar
ligados.
Coesão Referencial
• Este tipo de coesão refere-se a um conjunto
Exemplos: de
Ele preside ao grupo. (tem lugar de honra) termos/expressões que remetem para a
Ele preside o grupo. (dirige como presidente) mesma entidade
A liquidação da Bershka é imperdível! presente no texto. Assim, a coesão
A liquidação promovida pela Bershka é referencial realiza-se
imperdível! através de:
 Anáfora (gramatical) - Elemento que se
interpreta em relação a um
Coesão Interfrásica elemento lexical aparecido anteriormente no
• Consiste na articulação relevante e discurso – antecedente.
adequada de frases ou de Ex.: A Rosa faltou hoje à aula, mas ela nunca
sequências de frases (segmentos textuais). A falta!
coesão interfrásica  Catáfora - Designa um tipo particular de
é assegurada pelos marcadores discursivos anáfora, em que o termo
(articuladores ou anafórico precede o antecedente. O elemento
conetores). Deste modo, quando que antecede a anáfora
escrevemos, ou falamos, e com o qual ela se referencia é chamado
devemos assegurar-nos de que usamos o antecedente referencial.
conetor adequado à Ex.: Ela nunca falta à aula, mas a Rosa hoje
relação que queremos expressar faltou.

A anáfora gramatical realiza-se com


Coesão Temporal elementos tipicamente gramaticais:
• A coesão temporal é assegurada pela pronomes pessoais de 3.ª pessoa (ele, ela,
sequencialização dos lhe…);
enunciados de acordo com uma lógica determinantes e pronomes possessivos de
temporal que é 3.ª pessoa (seu, sua, suas…);
assegurada através do emprego adequado morfemas verbais de 3.ª pessoa – ele
dos tempos cantou, ela cantava, ele tinha cantado, ela
verbais, do uso de advérbios/expressões cantaria);
adverbiais que advérbios;
ajudam a situar o leitor no tempo e do uso de pronome relativo que, que pela sua
grupos natureza sintática de referência a um
nominais e preposicionais com valor antecedente é também anafórico.
temporal. A anáfora pode ser gramatical ou lexical.
Exemplos: Enquanto a
Quando ela acordou já ele tinha saído de gramatical respeita à coesão referencial, a
casa. anáfora lexical respeita
Só começarei a estudar amanhã; agora à coesão lexical.
estou a jogar PSP. Exemplo:
Choveu durante todo o dia. Estive a ler até O menino quando viu o seu avô começou a
às oito horas. correr pelas
escadas. A correria foi tanta que o pequenito
não viu o último
degrau que tinha água e ele caiu.
Neste enunciado há seis elementos
claramente anafóricos. Uns
são gramaticais; outros lexicais.
Muitos autores consideram que a elipse é
uma espécie
Coesão Lexical de anáfora zero. De facto, a interpretação da
• A coesão lexical realiza-se através de: elipse realiza-se
Anáfora lexical que, por seu turno, se por remissão a um elemento presente no co-
realiza através de: texto linguístico
Repetição e, por isso, trata-se de um procedimento
Ex.: Ele comprou um carro. O carro atinge anafórico.
180 km por hora. • A elipse, ao retomar o referente sem o
Sinonímia repetir, contribui para
Ex:. Aconselhei o rapaz. Mas o adolescente evitar a monotonia e dar dinamismo ao texto.
não me ouviu.
N.B. Por vezes, as relações de sinonímia Correferência não anafórica
dependem dos saberes Duas ou mais expressões linguísticas podem
compartilhados pelos falantes ou identificar o
escreventes/leitores. mesmo referente, sem que nenhuma delas
 O Benfica venceu o campeonato. seja
 A equipa da Luz venceu o campeonato. referencialmente dependente da outra. Fala-
 A equipa da Águia venceu o campeonato. se, então, de
correferência não anafórica.
Hiperonímia Ex.: O Rui foi trabalhar para África.
Ex.: Ele comprou um carro. O veículo é muito Finalmente, o marido da Ana
rápido. conseguiu concretizar o seu sonho.
Hiponímia N. B. A interpretação dos dois termos como
Ex.: Um veículo agrícola atravessou-se na remetendo para o
estrada. O trator era mesmo referente exige que os interlocutores
conduzido por um inexperiente. partilhem esse
Nominalização conhecimento; isto é, que ambos saibam que
Ex.: Ele comprou um carro veloz e seguro. A o Rui e o marido
velocidade e a da Ana são uma e a mesma pessoa.
segurança entusiasmaram-no.
N. B. A anáfora por nominalização consiste,
neste caso, na
transformação de adjetivos (veloz/seguro) em
nomes
(velocidade/segurança).

Holonímia/meronímia
Ex.: Ele comprou um carro. Depois verificou
que o volante não
estava alinhado.

• A coesão lexical realiza-se, ainda, através


de:
Elipse
Ex.: A Joana comprou o vestido azul e ø deu
o ø amarelo.
=
Ex.: A Joana comprou o vestido azul e ela
deu o vestido amarelo.
variedades linguísticas

Todos nós já tivemos a experiência de estar em um lugar público e ouvir uma conversa acontecendo ao
redor. Por razões de educação, geralmente não voltamos o olhar diretamente para os eventuais
participantes; somos, no entanto, capazes de formar alguma impressão que nos auxilie a identificá-los
socialmente, avaliando a origem geográfica e a classe social dos participantes desconhecidos e as
circunstâncias da interação em que se acham envolvidos apenas com base na expressão verbal.
Assim, vamos supor que, em uma viagem de ônibus, ouvíssemos o vizinho no banco de trás perguntar:
Farta muito pra essa lata veia chegá? Logo identificamos uma diferença entre a palavra falta, geralmente
pronunciada com ‘u’, como fauta, e sua alternativa farta pronunciada com ‘r’; identificamos também a
pronúncia da semivogal i no lugar de lh da palavra velha, pronunciada veia. Com base nesses traços,
suspeitamos de que o falante tem origem rural ou baixa escolaridade, ou está muito à vontade, em uma
situação extremamente familiar.
Por que é possível fazer essas adivinhações com grau considerável de acerto? A resposta mais natural é
porque, por um lado, toda língua varia, isto é, não existe comunidade linguística alguma em que todos
falem do mesmo modo e porque, por outro lado, a variação é o reflexo de diferenças sociais, como origem
geográfica e classe social, e de circunstâncias da comunicação. Com efeito, um dos princípios mais
evidentes desenvolvidos pela linguística é que a organização estrutural de uma língua (os sons, a
gramática, o léxico) não está rigorosamente associada com homogeneidade; pelo contrário, a variação é
uma característica inerente das línguas naturais.
Continuando a observar a conversa, poderíamos ouvir a seguinte resposta como uma sequência do
diálogo: Farta umas treis hora. Para não perdermos o hábito da correção, procuraríamos prontamente uma
forma alternativa que consideramos correta, como: Faltam umas três horas. Nesse caso, além das
diferenças na pronúncia dos sons, notaríamos que há também diferenças de concordância verbal e
nominal, entre a fala dos vizinhos e a nossa própria fala, o que estenderia as observações para o fato de
que o suposto falante da zona rural também mostra diferenças na área da morfossintaxe.
Prosseguindo com a conversa, o primeiro falante concluiria: Bem, então, tá na hora de merendá – e uma
vez mais observaríamos, afinal, que merendar (ou merendá) é uma variação lexical, ou de vocabulário,
para a expressão tomar café da tarde, o que completaria nossas observações de que a variação se
estende para o uso do vocabulário.
Na sequência desse raciocínio, elaborado aos solavancos do ônibus, comparando, por exemplo, a palavra
falta com a palavra lata, perceberíamos mais uma característica dos processos de variação: a de que o
som inicial de lata não varia como o de alta, que pode ser pronunciado tanto como auta quanto como arta,
simplesmente porque, na primeira palavra, o l está no início da sílaba, enquanto, na segunda, está no final
dela. Também nos limites da gramática, conquanto é comum ouvir, por exemplo, a expressão umas três
hora, é muito raro ouvir uma três horas. Há uma regra da variedade popular, motivada pela organização
sintática do português, que permite a ausência de pluralidade nos últimos constituintes de uma locução,
mas não no primeiro da série, que, via de regra, deve vir marcado com o plural.
Esses fatos linguísticos nos levam a concluir também que a variação não é um processo sujeito ao livre
arbítrio de cada falante, que se expressaria, assim, do jeito que bem entender; muito pelo contrário, a
variação é um fenômeno regular, sistemático, motivado pelas próprias regras do sistema linguístico. Quem
se prestar a ver a organização da língua com olhar mais demorado, ficará impressionado com a natureza
ordenada e estruturada de todas as variedades dela e condenaria impressões equivocadas e, às vezes,
preconceituosas, como a de existência de estruturação.
aleatória, submetida à vontade de cada falante. Observa-se, geralmente, no senso comum a crença
equivocada de que os falantes de variedades populares, como as examinadas acima, falam sem obedecer
a regra alguma, o que é destituído de qualquer verdade científica. Desse modo, o que esses falantes
fazem é não seguir, por desconhecimento, as regras da variedade culta escrita do português, segundo as
quais a marcação de plural deve ser redundantemente marcada em todos os constituintes de uma locução
nominal, como o que se vê em umas três horas, as casas amarelas etc., procedimento sintático chamado
de regra de concordância nominal.
Assim, o que poderíamos ensinar, após essas descobertas, a uns jovens estudantes sentados no banco
ao lado, que começam a rir não só da pronúncia dos dois passageiros do banco da frente, mas também,
na opinião deles, “do sentido incompreensível da palavra merendar?” Afinal, para eles, merenda é a
refeição que a escola pública fornece gratuitamente para as crianças durante o recreio. Quem faz pouco do
modo de falar de outras pessoas acredita no mito de que o português é uma língua única, invariante, e,
como tal, uma única forma é a correta e as demais nada mais são que erros, e merendá não passa, assim,
de uso errado de tomar o café da tarde.
O que teríamos a ensinar a esses jovens irreverentes (e ignorantes a respeito da linguagem) é que, se a
variação é, como vimos, propriedade inerente da linguagem, todas as línguas e dialetos (variedades de
uma língua) são igualmente complexas e eficientes para o exercício de todas as funções a que se
destinam e nenhuma língua ou variedade dialetal é inerentemente inferior a outra similar sua. Assim, dizer
que uma variedade rural é simples demais e, portanto, primitiva, significa afirmar que há alguma outra
variedade mais complexa e mais desenvolvida. É esse tipo de pensamento que parece estar por trás de
opiniões, como a de Marilene Felinto, que escreveu o seguinte sobre os paulistas do interior: “O povo tem
pronúncia enrolada, estranha de ouvir; e fala um português capenga, em que imperam ausência de plural e
erros de concordância” (apud POSSENTI, 2001, p. 63-64).
Não parece haver muita diferença entre o riso provocado pela fala de alguém e a emissão de uma opinião,
como a da jornalista [Marilene Felinto], sobre a variedade do interior de São Paulo. Atitudes como essas
são motivadas por discriminação. Esse tipo de preconceito, que infelizmente ainda se mantém, foi forjado
pela tendência evolucionista do final do século XIX, segundo a qual diferenças culturais entre civilizações
de diferentes estágios tecnológicos se correlacionariam a diferentes estágios na evolução da língua: assim
quanto mais ‘primitivo’ fosse o estágio cultural de um povo, tanto mais ‘primitiva’ seria a estrutura da língua
que ele fala. Outra fonte de preconceito, gerado por essa perspectiva, é a afirmação de que “[...] o japonês
frequentemente remedeia a ausência de relativos com o emprego do chamado processo de anteposição”
(LOPES, 1980, p. 29 apud CAMACHO, 1984).
O relativismo cultural desenvolvido pela antropologia do início do século XX passou a analisar cada
civilização por si mesma, sem estabelecer comparação entre os diferentes tipos de cultura; apesar disso, o
preconceito de que há línguas e variedades superiores desafortunadamente se mantém e é mais grave
ainda, quando, em nome dele, atribui-se a crianças socialmente desfavorecidas a incapacidade de
manifestar raciocínio lógico em virtude do “português capenga” que empregam. No entanto, nenhuma
forma de expressão é em si mesma deficiente, mas tão somente diferente, e todas as línguas e variedades
dialetais fornecem a seus usuários meios adequados para a expressão de conceitos e proposições lógicas;
assim, nenhuma língua ou variedade dialetal impõe limitações cognitivas tanto na percepção quanto na
produção de enunciados.
Além de não impor limitação cognitiva de qualquer espécie, é possível creditar ao uso de variedades
populares o mesmo tipo de experiência estética de alto nível de que são dotadas as variedades cultas.
Observemos alguns versos do poeta Patativa do Assaré:

Cheio de rima e sentindo


Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido Com a fulô sem perfume:
A poesia sem rima,
Bastante me desanima E alegria não me dá:
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura,
Sem istrela e sem luá.
(Patativa do Assaré [Antônio Gonçalves da Silva]. Aos poetas clássicos. Disponível em: ).

Esse uso da variedade popular, tipo de escrita muito próxima da fala de pessoas simples, é tão eficiente
para a expressão artística quanto uma variedade culta trabalhada como se fosse variedade popular, como
é possível notar em um autor consagrado da literatura brasileira:
O Senhor sabe o que é caber estabelecido dessa constante maneira? Se deram não sei os quanto mil
tiros: isso nas minhas orelhas aumentou – o que azoava sempre e zinia, pipocava, proprial, estralejava.
Assentes o rebôco e os vedos, as linhas e telhas da antiga casarona alheia, era o que para a gente
antepunha defesa. (ROSA, João Guimarães. Grande Sertão Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956)
Essa comparação tem a função de comprovar que, ao contrário do que afirmam os discursos
preconceituosos, nenhuma variedade é capenga ou deficiente, nem em termos absolutos nem em termos
relativos. Observemos agora o seguinte fragmento textual:
Intãoce fui in casa, peguei o meu laço de côro de veado pardo, que tem guentado tôro marruá... fui no
ferrero, mandei fazê um anzolão de dois parmo, incastoei bem incastoado, matei ua leitôa, sapequei cum
tripa e tudo, ponhei no anzó, feito isca; marrei o laço nua arve e pinchei o anzó no fundão... (PIRES,
Cornélio. Musa Caipira. As estrambóticas aventuras do Joaquim Bentinho (o queima-campo). Tietê:
Prefeitura Municipal de Tietê, 1985, p. 111).
Embora esse texto represente a variedade rural, alguns traços dela são comuns a outros tipos de
variedades, como as urbanas, faladas por pessoas geralmente de baixo grau de escolaridade. Observe-se
o uso de anzó no lugar de anzol, com apagamento do fonema /u/ representado na escrita pela letra l; a
pronúncia mais ou menos generalizada dos processos fonológicos de redução de fonemas no início de
palavra (tradicionalmente chamada de aférese), como em guentado e marrei, como formas populares de
aguentado e amarrei. Outro traço é o apagamento regular da marca de pluralidade, já comentado acima,
como em dois parmo, em vez de dois palmos, que, nesse caso, afeta também uma regra de concordância
nominal.
Formas como intãoce, variante regional de então, é certamente resíduo histórico, geralmente chamado de
arcaísmo, próprio de áreas conservadoras, como a zona rural do início do século XX, e constitui a
preservação da forma arcaica entonce, provinda ao que parece das formas hipotéticas *in + tuncce <
estonce (arc) < *ex tuncce (COUTINHO, 1970, p. 266). Ela atesta um tipo de variação, chamada histórica
ou diacrônica, que é extremamente notável em textos escritos do passado:

[...] quamdo a rollda vehesse acerca daquella porta, que elles braadariam altas vozes apupamdo: “Ex a
rraposa vai! Eyla rraposa vai!” e que estomçe (grifo nosso) estevessem quedos e nom movessem nada [...]
(A cronica d’El Rey D. João I. In: VASCONCELLOS, J. L. Textos arcaicos. Lisboa: Clássica, 1922, p. 78).
Esse fenômeno de variação e, ao mesmo tempo, de persistência de formas do passado na língua mostra
que nenhuma é imutável, ou seja, que as línguas se alteram com o passar do tempo. Como o português
tem origem em uma variedade falada e popular do latim, comumente denominada de Latim Vulgar (como
se vê, já havia preconceito no passado), que lições poderíamos tirar da variação diacrônica para o ensino
da língua portuguesa atual?
Pelo exposto, podemos obter a seguinte lição: o que é considerado normativo para a variedade-padrão de
uma época, pode perfeitamente ser considerado ultrapassado em proveito de formas mais usadas.
Devemos insistir em ensinar formas que nunca se usam, como o pronome vós e suas respectivas flexões
verbais? Possenti (1998) chama a atenção para formas verdadeiramente arcaicas, como as regências de
verbos como assistir, visar e preferir com a preposição a, mas que ainda pensamos estarem em uso
somente porque são ensinadas na escola ou porque continuam a ser prescritas como corretas pelas
gramáticas normativas. Observemos o tratamento que Cunha (1971) dá ao verbo assistir:
Uma longa tradição gramatical ensina que êste [sic] verbo é TRANSITIVO INDIRETO no sentido de “estar
presente”, “presenciar”. Com tal significado, deve o OBJETO INDIRETO ser encabeçado pela preposição
a, e, se fôr [sic] expresso por pronome de 3ª pessoa, exigirá a forma a êle(s) [sic] ou a ela(s), e não lhe(s)
(CUNHA, 1971).

Observemos, agora, o que afirma Cunha, mais adiante:


Na linguagem coloquial brasileira, o verbo constrói-se, em tal acepção, de preferência, com OBJETO
DIRETO (cf.: assistir o jogo, um filme), e escritores modernos têm dado acolhida à regência
gramaticalmente condenada. (CUNHA, 1971, p. 355-356, grifo nosso).

O texto de Cornélio Pires acima mencionado traz formas como arve, arvre, próprias de variedades
sociais ou geográficas; se comparadas com sua alternativa padrão, árvore, essas formas nos dão, em
segundo lugar, outra lição: a de que as variedades populares, estigmatizadas hoje sem dó nem piedade,
contêm processos regulares que se aplicam a outras formas similares da variedade não-padrão, como
corgo (> córrego), fosfro, fosfo (> fósforo), musga (> música), cuja explicação remete à própria história da
língua. Essa tendência de eliminar a vogal postônica de palavras proparoxítonas, em função da aceleração
do ritmo da fala, era um processo muito produtivo também na passagem do latim para o português, fonte
de formas atuais da variedade-padrão, cuja origem hoje desconhecemos, como asno < ásinu-, vermelho <
vermículu-, povo < pópulu- (BAGNO, 2000, p. 107-108). Antes de vermos as variedades não-padrão com
olhar discriminatório, devemos encarar a necessidade de tratá-las como fenômenos linguísticos regulares.
Já que, conforme vimos, é possível identificar as características sociais de um falante desconhecido com
base em seu modo de falar, podemos facilmente concluir que toda lín- 40 gua comporta variedades: (a) em
função da identidade social do emissor; (b) em função da identidade social do receptor; (c) em função das
condições sociais de produção discursiva (CAMACHO, 1988).
Em função do primeiro fator, pertencem as variedades que podemos denominar dialetais em sentido
amplo: variedades geográficas (ou diatópicas), variedades socioculturais (ou diastráticas). Em função do
segundo e do terceiro fatores, pertencem as variedades estilísticas (ou diafásicas). Referem-se ao grau de
formalidade da situação e ao ajustamento do emissor à identidade social do receptor.
Como é verdadeiro que o domínio de uma língua deriva do grau de contato do falante com outros
membros de uma comunidade, também é verdadeiro que quanto maior o contato entre os falantes de uma
comunidade, tanto maior a semelhança entre seus atos verbais. Dessa tendência para a maior semelhança
entre os atos verbais dos membros de uma mesma comunidade resulta a variação geográfica e a variação
sociocultural. As variedades geográficas são o resultado direto da distância física entre os falantes; assim,
pessoas que residem em lugares diferentes tendem a falar de modo diferente.
É fácil detectar a variação motivada por diferenças na origem geográfica. Basta percorrermos o país para
percebermos, por exemplo, que os falantes da região nordestina se caracterizam pela abertura sistemática
da vogal pretônica de dezembro e colina, pronunciadas dézembro e cólina, sistematicamente fechada em
outras regiões, em que é pronunciada como dêzembro e côlina. Em certas regiões do sul do país,
pronunciam-se como e as vogais em posição átona final, como no SN leite quente, que, em outras regiões,
aparecem como i como leiti quenti. Neste último caso, observa-se ainda que a pronúncia da vogal i, em
certas regiões de São Paulo, acarreta a palatalização da consoante t, que passa a soar como leitchi
quentchi, um som que os linguistas chamam de “africado” (CAMACHO, 2001).
Se o grau de semelhança entre as formas de expressão dos membros de uma comunidade linguística é
proporcional ao grau de intercâmbio social que mantêm entre si, podemos afirmar que a variação
sociocultural deriva da tendência para a maior semelhança entre os atos verbais dos indivíduos
participantes de um mesmo setor socioeconômico e cultural. As variedades linguísticas são motivadas por
diferenças de ordem socioeconômica, como nível de renda familiar, grau de escolaridade, ocupação
profissional, de ordem sócio-biológica, como idade e gênero, entre outros, sejam eles isolados ou
combinados entre si.
Fatores como idade, gênero e ocupação motivam o aparecimento de linguagens especiais que
contrastam com a linguagem comum por consistirem em variedades dialetais próprias das diversas
subcomunidades linguísticas, cujos membros compartilham uma forma especial de atividade, sobretudo na
esfera profissional, mas também científica e lúdica.
Os jargões científicos, as gírias são subcategorias compreendidas no âmbito das linguagens
técnicas. Observemos abaixo um exemplo de linguagem técnica:
Durante o procedimento, acidentalmente produziu-se pneumotórax. Instalou-se, em seguida, drenagem
pleural contínua com boa expansão pulmonar. O líquido drenado inicialmente era hemorrágico, passando
progressivamente para amarelo-citrino e amarelo-ouro. Posteriormente, no sexto
dia e coincidindo com a introdução de dieta, houve turbidez do mesmo.
(Relato de caso. Jornal de Pediatria, v. 62, n. 1/2, 1987).
As diversas modalidades de gírias distinguem-se de outros tipos de linguagens técnicas em função das
motivações sociais que acionam seu surgimento, a mais importante das
quais é a necessidade de sigilo, principalmente no caso do desenvolvimento de variedades
linguísticas próprias de grupos fechados, como o de marginais. O fragmento abaixo é um
exemplo de gíria de marginais dos anos 1940, que se vê em obra literária:

Não é mulher bonita, nem gostar o que está me perdendo.


Lércio Arrudão, os anos de janela e de Detenção não me ensinaram nada.
Que minas eu tenho e até pivas e naimes das mais finas. Tive filhas de bacanas, nas estranjas. E Maria
Princesa, minha última umas-e-outras fixa,
é uma boneca e novinha, cheirando a broto do interior – tratada, vestida,
desfila como rainha... Nem gostar é o que me estrepa. (FERREIRA FILHO, J. A. Paulinho Perna Torta. In:
FERREIRA FILHO, J. A. Os melhores contos de João Antonio. São Paulo: Global, 1986, p. 166).

Há outras motivações que acionam o surgimento da gíria. Além da necessidade de


criação de neologismos por força de necessidades expressivas, há uma demanda especial, em
certos grupos, por forte coesão social, cuja consequência é a exclusão, via linguagem, dos
que não fazem parte do grupo. Esse tipo de motivação para a criação de gíria caracteriza
especialmente a linguagem do adolescente.
A diversidade linguística não se restringe a determinações motivadas pela origem
sociocultural e geográfica do falante. Um mesmo indivíduo pode optar por diferentes formas
linguísticas de acordo com a variação das circunstâncias que cercam a interação verbal, incluindo o
contexto social, propriamente dito, o assunto tratado, a identidade social do interlocutor etc. Um professor
universitário, por exemplo, pode pôr-se às voltas com pelo menos
três diferentes situações linguísticas: no restaurante universitário, conversando banalidades
com seus alunos; na sala de aula, exercendo sua profissão; e no auditório, dando uma palestra. É óbvio
que, conforme aumenta o grau de formalidade dessas diferentes circunstâncias, maior é o uso de
variantes-padrão. Assim, na situação de conferencista, não soaria adequado o emprego de cê, por você,
por exemplo, de tá, por está, perfeitamente plausíveis na conversa informal do restaurante universitário.
As variedades estilísticas resultam da adequação da expressão às finalidades específicas do processo
de interação verbal com base no grau de reflexão sobre as formas que constituem a competência
comunicativa do sujeito falante. O grau de reflexão é proporcional ao grau de formalidade da situação
interacional: quanto menos coloquiais as circunstâncias, tanto maior a preocupação formal. Se a
competência do falante inclui duas formas de expressão, como Por favor, poderia me passar o açúcar, em
contraste com O meu chapa, vai ficar alugando o açucareiro até quando? Dá pra passar ou não?, o óbvio é
que o primeiro enunciado seja selecionado em um jantar com pessoas desconhecidas, e o segundo, em
uma mesa de bar que se compartilha com pessoas do círculo íntimo.
É possível considerar dois limites extremos na transição entre os diferentes estilos possíveis: o estilo
informal, em que é mínimo o grau de reflexão sobre as formas empregadas, e o estilo formal, em que é
máximo o grau de reflexão que se projeta sobre as formas linguísticas. A diferença essencial entre os dois
graus extremos reside nos diferentes graus de adesão ao uso de formas padrão ou variantes de prestígio:
no estilo informal a adesão às formas prestigiadas ou cultas é menor do que no estilo formal.
Outro aspecto a destacar é a forte vinculação entre a variação sociocultural e a estilística. Para iniciar a
reflexão, podemos dizer, inicialmente, que, de acordo com a relação entre língua e sociedade, é forçoso
reconhecer que “[...] uma variedade linguística ‘vale’ o que ‘valem’ na sociedade os seus falantes, isto é,
como reflexo do poder e da autoridade que eles têm nas relações econômicas e sociais” (GNERRE, 1985,
p. 4). Assim, expressões, como os meninos espertos e umas três horas, que manifestam marca de plural
em todos os constituintes, são variantes reconhecidas como detentoras de prestígio social entre os
membros da comunidade, sendo por isso chamadas variantes de prestígio ou padrão. Já suas alternativas
com ausência de marca de pluralidade nos constituintes finais da série, como em os menino esperto, uma
treis hora, são reconhecidas como variantes não-padrão ou estigmatizadas.
É evidente que a distribuição de valores sociais se torna institucionalizada com a elevação de uma
variedade de prestígio à condição de língua padrão que, como tal, passa a ser veiculada no sistema
escolar, nos meios de comunicação, na linguagem oficial do Estado etc.
Assim, o indivíduo necessita ter, interiorizadas em sua competência linguística, as formas alternativas da
variedade-padrão, ou de prestígio, e da variedade não-padrão, que pode ser também estigmatizada, sobre
as quais ele pode operar a seleção conforme variam as circunstâncias de interação. Nem sempre, todavia,
as condições sociais permitem esse conhecimento. Abaixo temos um trecho de uma crônica que descreve
uma confusão entre o cobrador (chamado de trocador, no Rio de Janeiro) de ônibus e um passageiro que,
segundo o cobrador, deveria levantar-se por estar com o calção molhado de água do mar:
O ônibus vai parar e eu chamo a polícia.
A polícia vai me prender porque estou suando? •
Vai botar o senhor pra fora porque é um... recalcitrante.
O passageiro pulou, transfigurado: •
O quê? Repita, se for capaz.
Re... calcitrante.
Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte!
Eu? Não insultei.
Insultou, sim. Me chamou de réu. Réu não sei o quê, calcitrante, sei lá
o que é isso. Retira a expressão, ou lá vai bolacha.
Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalcitrante...

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Recalcitrante. In: ANDRADE, C. D. De notícias & não-notícias faz-se a
crônica. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 31-33).

Toda a confusão nasce do uso de uma palavra cujo valor semântico um dos envolvidos não domina
muito bem, certamente em razão da raridade de ocorrência em situações mais informais de interação, já
que seu uso se limita a situações de comunicação em que prevalece a variedade escrita padrão, como o
texto formal de uma portaria, que deveria certamente estar afixada no coletivo.
Em geral, indivíduos de baixa escolarização e que exercem atividades produtivas que não exigem senão
habilidades manuais tendem a ser menos estimulados quanto à capacidade de operar com regras
variáveis (ao menos no âmbito de seu trabalho).
Nesse caso, como lhe foram vedadas as possibilidades de adaptar seu estilo às circunstâncias de
interação, a variedade que usam acaba representando uma poderosa barreira para toda possibilidade de
ascensão social que depender de capacidade verbal. Cabe ao sistema escolar cuidar para que as formas
da variedade-padrão sejam desde cedo ensinadas à criança, para que, quando adulto, ela incorpore em
seu acervo o máximo possível de formas padrão, tornando-se, assim, capaz de adequar a expressão
verbal às circunstâncias de interação. A pedagogia da língua materna deve valorizar o princípio de que
todos os falantes são capazes de adaptar seu estilo de fala à diversidade das circunstâncias sociais da
interação verbal, e de discernir que formas alternativas são as mais apropriadas.
SEMÂNTICA E INTERAÇÃO
Semântica (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de
sema, sinal), é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como
palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar
através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de
programação, lógica formal, e semiótica.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do
que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do
modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de
significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou
argumentativa e a semântica cognitiva, fenômeno, mas com conceitos
e enfoques diferentes.

2. Sinonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos.
Exemplos: cômico – engraçado; débil – fraco, frágil; distante – afastado, remoto.
3. Antonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
diferentes, contrários, isto é, os antônimos.
Exemplos: economizar – gastar; bem – mal; bom – ruim.
4. Homonímia
É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes,
possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos.
As homônimas podem ser classificadas em:
Duda Nogueira 104
Fonética
4.1 Homógrafas
Palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Exemplos: gosto (substantivo) – gosto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo
gostar); conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo
consertar).
4.2 Homófonas
Palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo); cessão (substantivo) – sessão (substantivo); cerrar (verbo) –
serrar (verbo).
4.3 Perfeitas – homófonas e homógrafas
Palavras iguais na pronúncia e na escrita.
Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); verão (verbo) – verão (substantivo); cedo (verbo) – cedo
(advérbio).
5. Paronímia
É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são
muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos.
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS

Organização Escolar: aspectos pedagógicos e administrativos

A gestão escolar é uma prática administrativa e pedagógica constituída com mais evidência no interior da
escola, instigando a interação da comunidade que a circunda. Confirma Libâneo (1997, p. 45), “a gestão
escolar tem uma dimensão transformadora fantástica, pois é a partir das decisões tomadas que
obrigatoriamente devem ter princípios democráticos e participativos que acontecem o envolvimento da
equipe de professores, alunos, pais e comunidade”. Nessa dimensão parte basicamente dos projetos de
cunho pedagógico ou institucional distribuído a todos que fazem parte do ambiente educativo. Contudo, o
renomado teórico defende que é fundamental a figura do diretor como guia do processo de ensino e
aprendizagem. Nesse sentido, espera-se que a prática transformadora deva ser um ato constante para que
as bases, tanto administrativas quanto pedagógico, e não percam os ideais propostos pela instituição.
Libâneo (1997, p. 88), diz ainda: A transformação das práticas de uma escola tem como base o próprio
trabalho dos profissionais que nela atua e da participação direta dos envolvidos (alunos e pais). Além
dessa condição, a transformação é resultado da responsabilidade e do compromisso de cada um na
execução das atividades. No tocante, o autor expõe a importância do pensar na prática da gestão no chão
da escola, tanto a participativa, quanto à democrática, delegando tarefas, responsabilidade, compromisso e
planejamento para o alcance de metas e objetivos de total relevância para o sucesso administrativo e
pedagógico da mesma. Na análise da contribuição da gestão democrática no contexto educacional,
buscaram-se as diversas literaturas e legislação como: Constituição Federal (1988), Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96) entre outros que enriquece a discussão. Vale pontuar que,
tais documentos estimulam a renovação das práticas de gestão, ampliando condições necessárias para o
ensino aprendizagem de qualidade, assinalando para competências e habilidades a serem desenvolvidas
na educação formal. Quando a Lei de Diretrizes e Bases (Lei n° 9.394/1996) toma para si a atribuição de
regulamentar parte dos dispositivos constitucionais, reafirma o princípio da gestão democrática e delega
para os sistemas de ensino nas três esferas (Nacional, Estaduais e Municipais) a definição das formas de
exercitá-lo. Mediante a mesma, no art.3°, VIII, salienta “gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Já no (art. 14º p. 15) específica que os sistemas de
ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com
as suas peculiaridades. Perante tais recomendações, e dever do gestor proporcionar a participação
democrática visando à estruturação da instituição de ensino em prol do conhecimento para a vida.

O que vem ser gestão democrática e o que é ser gestor?

Para que exista gestão escolar há um elemento básico, sem o qual ela não existe: a interação da
comunidade a qual pertence, além de considerar uma educação voltada para o futuro com oportunidades
para todos estimulando a qualidade educativa. Lück (2006, p.35), ao definir gestão educacional, cita que:
Uma forma de conceituar gestão é vê-la como um processo de mobilização da competência e da energia
de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa e competente,promovam a
realização, o mais plenamente possível, dos objetivos educacionais. Portanto, a gestão, no campo escolar,
refere-se à capacidade de gerir recursos e promover com eficiência o processo de absorver conhecimento,
tendo por base a formação concluída daquele que lhe é posto, destacando as necessidades sociais e o
caráter formativo do mesmo. Nesta linha de pensamento, concluímos que gerir uma instituição de ensino
requer organização técnica, administrativa, pedagógica e humana. E para sua efetivação é necessária
capacitação e só então surge de fato à figura do gestor escolar (o diretor) e sua equipe gestora
(coordenador pedagógico, técnicos educacionais, docentes, dentre outros).
De acordo com o minidicionário Aurélio da língua Portuguesa, (2000, p. 238) a palavra diretor significa
aquele que dirige ou toma parte na direção de instituição, projeto, empresa ou departamento. Contudo,
nasce uma nova nomenclatura, “gestor escolar”, sendo mais adequada para tal designação. O gestor
escolar não deve considerar somente o aspecto administrativo da escola, visto que o mais importante do
processo são os indivíduos que nela se encontram segundo afirma Vasconcelos (2006, p.61): A direção
tem por função ser o grande elo integrador, articulador dos vários segmentos – internos e externos – da
escola, cuidando da gestão das atividades, para que venham a acontecer e a contento (o que dizer, de
acordo com o projeto). Um grande perigo é o diretor se prender à tarefa de “fazer a escola funcionar”,
deixando de lado seu sentido mais profundo. Se não falta professor, se tem merenda, se não há muito
problema de disciplina, está tudo bem... é claro que a escola tem de funcionar, mas sua existência só tem
sentido se ocorrer dentro de determinadas diretrizes, de uma intencionalidade. (...).

Assim, não se trata de um papel puramente burocrático-administrativo, mas de uma tarefa de articulação.
De coordenação, de intencionalização, que, embora suponha o administrativo, o vincula radicalmente ao
pedagógico. Tais compreensões exigem do gestor escolar, posturas e conhecimentos diversos dentro e
fora das relações humanas. Ele deve ser conhecedor das dinâmicas procedentes ao mercado de trabalho,
no que se refere ao ambiente de ensino e sua manutenção, o mesmo, tem função de gerir com qualidade a
instituição e todos os envolvidos nela. Segundo a LDB 9394/96 em seu art.64 diz: A formação de
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação
educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de
pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Na
busca de melhor compreender a questão da gestão democrática, Libâneo (2004) enfatiza que “alguns
princípios da organização do trabalho pedagógico da gestão, estão estacionados numa perspectiva
democrática que são amparados a partir: da autonomia das escolas, da comunidade escolar”. Nessa
perspectiva, Lück (2005, p. 20) destaca algumas ações especiais para que esse processo se realize de
maneira eficaz. - Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperação; - Promover um clima
de confiança; - Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes; - Associar esforços, quebrar arestas,
eliminar divisões e integrar esforços; - Estabelecer demanda de trabalho centrado nas ideias e não em
pessoas; - Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. Tais indicativos decorrem no
intuito de favorecer a instituição escola, sendo ela, lócus de formação. É um espaço privilegiado para
ensinar a pensar, oferecendo oportunidade para que o discente possa tomar consciência autônoma frente
a si próprio aos outros e ao mundo em que vive.
A gestão democrática do ensino público é uma das grandes heranças dos movimentos sociais pela
educação pública e gratuita, ressurgidos e consolidados durante o processo de redemocratização em
especial aqueles da década de 80. Inscrita na Constituição Federal de 88 e reafirmada na Lei de Diretrizes
e Bases (Lei nº 9.394/96) a concepção de gestão democrática veio de encontro às diversas críticas às
práticas burocráticas, centralizadas e hierarquizadas que sempre marcaram e, durante a ditadura militar,
exacerbaram-se no cotidiano da escola pública, reforçando então, naquela conjuntura, graves distorções
educacionais, entre elas a evasão, repetência e o anacrônico analfabetismo que ainda persiste na
atualidade. Vários pesquisadores, entre eles, Ferreira (2004) e Libâneo (2013) discutiram e
problematizaram os alcances e limites da nova perspectiva que se abria no horizonte da escola pública
com a possibilidade de uma gestão compartilhada entre seus profissionais e o entorno local, enfatizando
os méritos democratizantes e descentralizadores que rompiam com aquela tradição da administração
escolar fundada na separação entre planejamento e execução. Por outro lado, alguns estudos mostram as
dificuldades de se implantar efetivamente a gestão democrática do ensino público, parece um relativo
consenso que o fato da LDB ter reservado aos sistemas de ensino os mecanismos legais de sua
implementação, e não ela mesma, estabelecer as regras de seu funcionamento levou a uma fragmentação
desse processo acompanhado de uma heterogeneidade nas formas de gestão implantadas no país afora,
na ausência de uma legislação federal que desse conta de parâmetros mínimos para os sistemas
educacionais o que se tem é uma grande variedade das formas, dos colegiados e sua composição e da
representatividade dos segmentos, entre tantos outros aspectos, sobressaindo em muitos casos um certo
“gerencialismo”, que se preocupa mais com questões de ordem burocrática e formais do que com a
construção, no nível da escola e comunidade, de relações democráticas, participativa e cidadão, valores
intrínsecos do conceito de gestão democrática, viés esse reflexo das orientações neoliberais que estão no
âmago das políticas públicas atuais. (PERONI, 2012).

No entanto não são apenas as leituras de vertente econômica que buscam explicações para as
“imperfeições” do nosso modelo de gestão democrática, algumas pesquisas buscam relacionar as
heranças da formação política do país sob forte influência de uma cultura patrimonialista, estamental e
corporativista que acaba se tornando um impeditivo a mais para a implementação de mecanismos
descentralizadores, democratizantes e de participação política direta da população junto ao Estado.
(SILVA, s/d; MENDONÇA, 2001, SILVEIRA, 2004). Esses autores enfatizam que no âmbito das relações
entre Estado e Sociedade no Brasil segue ainda arraigada e persistente mentalidades, valores e práticas
clientelistas, de favorecimento de determinados grupos, mas principalmente observam que a administração
pública e seus agentes rearticulam sistematicamente a ideologia da incapacidade da população (de baixa
renda) de refletir e buscar soluções para seus problemas, justificando assim a presença de um
pensamento tecnocrático no âmbito do Estado que tem na figura do agente público (em suas diversas
expressões e realidades), aquele que “pensa pelo povo”.

Tomando a questão pelo viés da gestão democrática, Mendonça (2001) apontou diversos problemas no
seu funcionamento, mostrou aspectos políticos como a ausência do protagonismo das secretarias
municipais em legislar em favor da gestão democrática, em particular, sobre a escolha dos diretores ou na
criação dos colegiados e sua representação no âmbito da escola ou da secretaria municipal de educação,
ressaltou o papel dos agentes escolares, em particular do diretor como o mediador entre os segmentos e a
tendência de fazer valer interesses de uns em detrimento de outros e, como já apontado, a presença de
um “simulacro” de democracia, quando os colegiados simplesmente aprovam aquilo que é indicado pela
direção. Nesse sentido diz o autor: Ao contrário do que se idealiza sobre a convivência entre membros da
comunidade escolar, os mecanismos adotados pelos sistemas não lograram pôr termo à guerra entre
segmentos. Diretores, professores e funcionários, com prevalência dos primeiros, ainda monopolizam os
foros de participação.
A escola pública ainda é vista pelos usuários como propriedade do governo ou do pessoal que nela
trabalha. O professor comporta-se como dono do seu cargo, dos alunos e de suas classes. O diretor
funciona como guardião dessa concepção, evitando interferências de servidores e de pais. As legislações
têm funcionado como mecanismos reguladores dessa prevalência, uma vez que impõem critérios de
proporcionalidade na participação aos segmentos organizados da comunidade escolar. (MENDONÇA,
2001, p. 87). No entanto, pelo próprio caráter fragmentado com que a gestão democrática vai se
instaurando nos sistemas educacionais é possível também encontrar registros de experiências positivas
disseminadas em muitas instituições. Valendo-se dos esforços conjuntos entre os agentes públicos, os
profissionais da educação e uma mobilização do entorno local a gestão democrática vai se constituindo
uma realidade diversificada, e corroborando a tese de que quando o ente federativo municipal assume
suas funções de articulador dos mecanismos e das ações em prol da sua efetivação, a gestão democrática
se torna uma realidade. (MARQUES, 2006). Outro aspecto importante a salientar é o compromisso dos
profissionais da educação e em particular da própria instituição escolar em tornar realidade o
compartilhamento das responsabilidades com os pais e responsáveis. Embora muita ênfase se coloca no
gestão em particular, muitos estudos apontam para a importância de um envolvimento maior da parte de
todos, em especial do professorado. Entendidos como intelectuais transformadores na acepção de Giroux
(1997) e, exatamente por essa condição, teriam muito a contribuir com ações e reflexões também em
temas para além do âmbito exclusivo da sala de aula, podendo assim tornarem-se importantes mediadores
entre escola e comunidade no âmbito da gestão democrática do ensino público. (AQUINO, 2009;
NISHIOKA, FERREIRA, 2013).

A prática social e a gestão democrática e participativa na Educação Infantil

As relações sociais entre os sujeitos são elementos constituintes do processo de formação humana e da
materialidade da educação, que pode ser considerada como uma prática desenvolvida no contexto social,
segundo Grancindo (2007). Como a educação ocorre em diversos espaços, lugares e por pessoas
variadas, desse modo, precisamos entender que a educação institucionalizada deve se desenvolver de
modo sistematizado e de acordo com a organização necessária, à saber: planejada coletivamente.
Grancindo (2007) afirma que a educação é uma prática social que deve favorecer a construção
participativa e democrática dos sujeitos ao espaço coletivo, desenvolver o senso de cidadania e atender os
interesses sociais de um maior grupo possível da sociedade. Nesse sentido, para a autora, o planejamento
é um instrumento fundamental de intervenção na prática pedagógica dentro da instituição. Deve ser
compreendido como uma ação permanente, constituinte de políticas públicas educativas e passível de
participação coletiva. O planejamento precisa expressar suas finalidades educativas, objetivar as intenções
da gestão participativa e possibilitar uma formação humana em sua totalidade. Por esse motivo, perpassa
por processos de preparação até culminar na avaliação dos objetivos propostos. No contexto da Educação
Infantil esse planejamento, geralmente, é pensado e desenvolvido, a priori, através da construção coletiva
do Projeto Pedagógico da Instituição, culminando na prática pedagógica expressa no trabalho
desenvolvido pelos sujeitos pertencentes a esse campo educativo. A gestão democrática dos espaços de
educação infantil, por não ser estanque ou neutra, precisa ser construída por todos os sujeitos desse
espaço institucional, como: gestores, docentes, funcionários, discentes, famílias e demais da comunidade;
no sentido de que juntos possam enfrentar os problemas inerentes ao contexto educacional e se sentir
corresponsáveis pelo processo educativo. Paro (2004) afirma que a prática da gestão democrática não é
um processo de concessão, mas de suma realização. Por isso, embora não seja uma tarefa fácil, é preciso
criarmos mecanismos para a efetivação da prática democrática no âmbito institucional.
relação vertical, baseada no autoritarismo, não é o caminho coerente para esse tipo de gestão se efetivar.
Nesse sentido, “se estamos realmente interessados em promover relações não autoritárias entre pessoas,
é preciso que desçamos ao nível de nossa existência pessoal” (PARO, 2004, p. 25). A luz de Oliveira
(2013), a gestão pedagógica na Educação Infantil pode ser compreendida como uma reunião de esforços
dos professores, famílias e demais profissionais que agem como mediadores do processo de experiências,
vivências e aprendizagens de modo a garantir a qualidade proposta no atendimento das crianças que
frequentam esse espaço. Nesse sentido, a gestão democrática e participativa efetivamente deve se
desenvolver, não somente no contexto da organização e gerenciamento da instituição, mas, dentro de um
planejamento pedagógico contínuo acompanhado, avaliado, e, sobretudo, nas práticas educativas
construídas coletivamente. A gestão, portanto, não é de responsabilidade apenas de uma pessoa, mas sim
de todos. Independente da estrutura organizacional adotada, esta tem que atuar em regime de cooperação
e de transparência de gestão (administrativa, financeira e pedagógica) (AQUINO, 2009, p. 255). A autora
destaca, ainda, que toda instituição educativa precisa organizar espaços e ambientes que garantam o
direito da criança de se desenvolver de modo integral e que as suas especificidades sejam asseguradas
quanto ao processo de apropriação do conhecimento e bens culturais construídos historicamente pelo
homem. Mas que este estabelecimento de ensino se diferencia do espaço doméstico proveniente da
família. Nesse viés, Jorge (2015) ressalta que a gestão democrática deve ser desenvolvida a partir da
concepção de responsabilidade de todos os sujeitos e segmentos institucionais e comunitários. Através de
um estudo, o autor reafirma o importante papel do professor no processo de gestão democrática, visto que
são sujeitos experientes em conhecimento teóricos e práticos, pois contribuem no encaminhamento de
estratégias de envolvimento das famílias com o contexto institucional. A autora Aquino (2009) destaca,
ainda, que as participações efetivas das crianças são fatores primordiais e precisam ser considerados no
contexto da gestão, visto que elas precisam ter voz para expressar suas percepções, críticas e
sentimentos acerca dos problemas que emergem no seu contexto social. Nesse sentido, [...] a formação de
gestores precisa abarcar questões relativas à gestão democrática, que garanta a participação dos diversos
atores da comunidade escolar e local, desde o planejamento à avaliação dos processos desenvolvidos no
fazer da escola. A participação não se limita a momentos pontuais de encontros para tomada de decisão,
mas envolve diversas estratégias e canais de comunicação para estabelecimento de diálogo permanente.
A disponibilidade para a escuta bem como a flexibilidade para repensar e mesmo recriar a própria escola
são imprescindíveis para a gestão democrática (AQUINO, 2009, p. 264). Posto isto, o desafio torna-se
presente aos gestores (as) e professores (as) da Educação Infantil, pois, a necessidade de garantir
espaço, voz e lugar aos sujeitos do contexto institucional é uma tarefa de todos os sujeitos do processo de
construção da proposta pedagógica. Este espaço institucional precisa favorecer o cumprimento da função
pedagógica e sociopolítica, oferecendo condições para que as crianças possam ser respeitadas como
cidadãs de direitos sociais e humanos, e participarem ativamente de todo o processo de ensino e
aprendizagem.
Padrões de Infraestrutura para o espaço físico destinado à Educação Infantil

1. Contextualização do problema

A Arquitetura Escolar, considerada como um objeto de re- Assim, a noção de edifício escolar saudável passa neces-
flexão e pesquisa, tem suscitado um grande número de publi- sariamente pela adequação de seus edifícios ao meio ambiente,
cações na literatura aberta, nas quais se constata uma preocu- bem como pela promoção da interação entre o espaço físico, o
pação em sistematizar os conceitos e as estratégias de projeto projeto pedagógico e o desenvolvimento infantil. Segundo as
como ferramentas de apoio à concepção do edifício escolar1. recomendações da Unesco (1998; 2001), o prédio escolar,
Nesse sentido é dada ênfase ao dimensionamento e aos pa-
drões de habitabilidade do espaço físico escolar edificado e à
[...] deve ser seguro e atraente em termos de seu projeto glo-
racionalização dos processos construtivos.
bal, funcionalidade no lay-out; deve dar condições para que seja
Mesmo reconhecendo a importância desse enfoque sobre efetivamente possível um ensino efetivo, atividades
a temática Arquitetura Escolar, entendemos que ainda existe extracurriculares em especial em áreas carentes e rurais atuan-
uma lacuna entre a reflexão teórica e a realidade concreta das do como um centro comunitário. Deve ser construída a escola
edificações escolares, especialmente as destinadas à Educação em conformidade com padrões sanitários, tendo durabilidade,
Infantil. Diversas creches e pré-escolas funcionam em condi- adaptabilidade e deve requerer uma manutenção econômica .
ções precárias de instalações e de suprimento de serviços bá-
sicos, tais como, por exemplo: água, esgoto sanitário e energia [...] É preciso enfatizar o controle local no desenvolvimen-
elétrica. to de práticas educacionais sustentáveis .
Além da carência de infra-estrutura básica, consideramos As questões relacionadas com a sustentabilidade nas
que a maioria dos edifícios escolares restringe o processo edificações dizem respeito a um conjunto de enfoques diferen-
educativo, ao não explorar as possibilidades pedagógicas do
ciados que devem ser considerados, desde a concepção do pro-
espaço físico e de seus arranjos espaciais no desenvolvimento
jeto, a utilização do prédio e uma posterior reabilitação ou seu
infantil. A inexistência (ou a precariedade) de parque infan-
til2, por exemplo, priva as crianças da convivência e da explo-
desmonte. Devem ser tratadas as condições ambientais da es-
ração do espaço e das atividades e movimentos ao ar livre, cola e do seu entorno, incluindo: higiene e condições físico-sa-
comprometendo seu desenvolvimento físico e sociocultural. nitárias e de conforto para os distintos usuários daquele espa-
ço crianças, seus familiares, professores e funcionários.
A qualidade da arquitetura escolar depende do nível de
adequação e de desempenho de seus ambientes, em seus as- Dentro ainda do enfoque sustentável, está a necessidade da
pectos técnicos, funcionais, estéticos e, conseqüentemente, do interação com a comunidade, desde a concepção do projeto,
modo como esses aspectos afetam o bem-estar dos seus usuá- passando pelo conhecimento das atividades da escola e do pro-
rios. As relações edifícios usuários estão diretamente vincu- cesso educacional praticado. O conhecimento sobre as práti-
ladas ao grau de interação e à capacidade de resposta dos edi- cas, tecnologias e materiais usados na edificação escolar pode-
fícios e instalações escolares às atividades neles realizadas.
rá ser assimilado pela comunidade, tendo em vista a sua inclu-
são em atividades participativas, proporcionando o cuidado e
a segurança da escola.

Além desses aspectos, de maneira geral, a questão da


sustentabilidade ligada ao prédio escolar enfatiza a atenuação
de impactos nocivos ao ambiente interior e entorno exterior. A
edificação pode ser considerada como um sistema que sofre os
efeitos climáticos e ambientais, como também atua sobre o
ambiente exterior, no seu entorno. Nesse contexto, procura-se
implementar uma edificação com alta qualidade ambiental, ou seja
aquela que venha ocasionar um mínimo impacto ambiental ao
seu entorno poluentes e efeitos diversos proporcionando
aos seus usuários conforto ambiental e condições de saúde/
segurança.

1 O termo escola adotado no presente texto refere-se a


todas as instituições educacionais, reconhecendo a
especificidade de cada nível de ensino (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio).
2 Em relação à infra-estrutura dos estabelecimentos, [...]
70% dos estabelecimentos não têm parque infantil, estando
privadas da rica atividade nesses ambientes nada menos
que 54% das crianças (PNE, 2000: 56).
Em síntese, em seu contexto mais amplo, consideramos que: 2. Padrões de infra-estrutura
2.1Ocupação e uso do espaço físico na Educação Infantil
· o Ambiente Físico Escolar (Arquitetura Escolar) abrange os
edifícios da escola e o seu entorno urbano, e influencia di-
retamente tanto o processo educativo como o desenvolvi- O enfoque aqui proposto busca ampliar a avaliação do tra-
mento da criança; balho realizado na Educação Infantil, com base nos diferentes
olhares sobre o espaço/lugar onde o trabalho é realizado. Para
· a linguagem e os arranjos espaciais da Arquitetura Escolar relacionar o desenvolvimento da criança com a leitura do am-
podem influenciar a qualidade da proposta educacional, biente físico escolar, propõe-se pensar o espaço físico destina-
contribuindo para o incremento do processo educativo. do à Educação Infantil como motivador e promotor da aven-
Nessa perspectiva, propomos uma reflexão que considere
tura da descoberta, da criatividade, do desafio, da aprendiza-
gem, da interação criança criança e criança adulto, além da
as seguintes temáticas:
formação da responsabilidade social.
· Educação e Arquitetura Escolar
A creche e a pré-escola são contextos de socialização nas
· Avaliação de Desempenho do Ambiente Físico Escolar
quais, em geral, poucos adultos cuidam de um número gran-
de de crianças pequenas. Nesse contexto, em função da baga-
· Conforto Ambiental e Sustentabilidade
gem cultural que carrega, o adulto é um mediador privilegia-
· Qualidade e Projeto do Ambiente Construído. do, com reconhecida influência na interação entre professor e
crianças e seus efeitos no desenvolvimento infantil.
As políticas e diretrizes públicas estabelecidas pela LDB,
Na abordagem sócio-histórica, desenvolvimento [...] é compre-
DCNEI3, DOEI4 e PNE reconhecem o Ambiente Escolar como ele-
mento fundamental para a implementação de uma educação de endido como movimento, isto é, processo dinâmico onde a crian-
qualidade, capaz de atender aos seguintes pontos básicos: ça e todos os que convivem com ela, seus outros sociais, estão em
constante processo de mútua transformação, num mundo (mome
· integração entre ambiente físico e práticas educacionais - o presente) em mudança [...] (VASCONCELLOS, 2002).
espaço é pedagógico;
Estudos de vários autores têm demonstrado que a forma
· relação com a comunidade - o espaço é social;
de organização de ambientes destinados a grupos de crianças,
· observação dos preceitos de sustentabilidade (bem-estar, expressam a filosofia educacional e a qualidade dos cuidados
saúde e consciência ecológica) - o espaço é ecológico. existentes. A criança pode e deve recriar e explorar o ambien-
te, modificando o que foi planejado para ela:

[...] a criança participa ativamente de seu desenvolvimen-


to, por meio de suas relações com o ambiente físico e social e,
[...] principalmente, por meio de suas interações com adultos
e demais crianças [...]. A criança explora, descobre e inicia ações
em seu ambiente; seleciona parceiros, objetos e áreas para suas
atividades, mudando o ambiente através de seus comporta-
mentos (CAMPOS DE CARVALHO, 1998, p. 126).

Ambientes diferentes podem favorecer diferentes tipos de


interações. Nesse sentido, o adulto-educador tem papel fun-
damental. É ele que organiza o espaço onde atua, segundo seus
objetivos pedagógicos e a forma como deseja que ocorram as

3 Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação Infantil (Parecer CNE/CEB n. 22/98).
4 Diretrizes Operacionais para a Educação
Infantil (Parecer CNE/CEB n. 04/00).
Projeto e construção do espaço físico da Educação Infantil
interações entre as crianças e dessas crianças com ele. A
orga- nização dos elementos físicos de um ambiente
As questões abordadas a seguir procuram relacionar carac-
estabelece os lugares que as crianças e os educadores
terísticas e variáveis de projeto importantes para a adequa-
ocupam, as interações que se estabelecem entre eles e a
ção dos prédios destinados à Educação Infantil , atendendo
organização espacial dos lu- gares que lhes são reservados.
aos requisitos de infra-estrutura necessários ao seu funciona-
A preocupação com o espaço físico também está presente mento, bem como a consideração aos conceitos de
sustentabilidade que, por sua vez, precisam ser contem-
nos Subsídios para credenciamento e funcionamento de pladas com profundidade pela Arquitetura Escolar no pla-
instituições de educação infantil (BRASIL, 1998). Nesse
nejamento e na concepção dos espaços escolares.
documento, organizar os ambientes da creche e da pré-
escola é importante para o desenvolvimento das crianças e Dessa forma, e reconhecendo a criança como sujeito do
dos adultos que nela convivem, mas é o uso que ambos processo educacional e como principal usuário do ambien
fazem desses espaços que deter- mina a qualidade do te educacional, procuramos identificar parâmetros
trabalho. essenciais para a concepção e a construção de um
ambiente físico que ofereça condições compatíveis com
Sejam creches, pré-escolas, parques infantis, etc., em todas
os requisitos de
as diferentes instituições de educação infantil [...] o espaço
infraestrutura definidos pelo PNE, com os conceitos de
físico expressará a pedagogia adotada
sustentabilidade, acessibilidade universal, bem como com
No Referencial Curricular Nacional para Educação (BRA- a adequação funcional necessária para o desenvolvimento
da proposta pedagógica. Assim, a reflexão sobre suas ne-
SIL, 1999), o espaço físico na Educação Infantil deve ser
cessidades de desenvolvimento físico, psicológico, inte-
arranjado de acordo com as necessidades e características de
lectual e social constitui requisito essencial para a formu-
cada faixa etária, levando-se em conta os diversos projetos e
lação dos espaços destinados à Educação Infantil.
atividades que estão sendo desenvolvidos. A qualidade e a
quantidade de objetos, brinquedos e móveis presentes no
Desse modo, entendemos que o projeto do edifício es-
ambiente são poderosos instrumentos de aprendizagem e um
colar deva, necessariamente, assegurar:
dos indicadores importantes para a definição de práticas
educativas de qualidade em instituição de educação infantil · a relação harmoniosa com o seu entorno e a integração
(p. 146). ao clima; conforto ambiental dos seus usuários (conforto
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação , uso higrotérmico, acústico, olfativo/qualidade do ar); análise
do espaço físico aparece associado às propostas de impactos e efeitos climáticos; qualidade sanitária dos
ambientes;
pedagógicas como um dos elementos que possibilitam a
· o emprego adequado de técnicas e de materiais de cons-
implantação e aperfeiçoamento das diretrizes (art. 3°, VII). trução com enfoque na sustentabilidade;

O professor/educador que prepara o ambiente adequado · o planejamento do canteiro-de-obras, para atenuar os


para suas crianças, em creches e pré-escolas, prepara-o a efeitos da poluição (no período da construção ou
partir do que sabe que é bom e importante para o pretensas reformas); redução do impacto ambiental
desenvolvimento delas, mas deve fazê-lo de modo que as fluxos de produtos e serviços; consumo de energia, ru-
crianças possam transformá-lo. Espaço brincável é espaço ído, dejetos etc.;
explorável e transformável.
· a programação de reparos e manutenção ao longo da
vida do ambiente construído;

· a adequação dos espaços interno e externo arranjo


espacial, volumetria, materiais, cores e texturas às prá-
ticas pedagógicas e ao desenvolvimento infantil.
Assim, podem ser contempladas estratégias projetuais
capazes de considerar os aspectos contextuais-
ambientais, funcionais, estético-compositivos e técnico-
construtivos
(Quadros 1, 2 e 3).
Proteção ao Meio-Ambiente
Quadro 01:

Espaço Edificado como


Instrumento Didático
Eficiência Energética
Conforto Lumínico
Aspectos

Conforto Acústico
Conforto Térmico
contextuais-ambientais

Implantação:Orientação solar, topografia,


direção dos ventos, proteção ruídos
externos

Tipologia Arquitetônica:Forma e padrão


construtivo, materiais e acabamentos

Aberturas:Tipologia, Posicionamento

Dispositivos de Sombreamento

Captação e Uso Racional de Recursos


Hídricos
Utilização de fontes Energéticas Naturais
Sistemas alternativos de geração
de energia

Infra-estrutura urbana básica

Quadro 02:
FísicoMotor (Movimen-

a
do

Preservação do Meio-
tação, Autonomia e
Desenvolvimento

Desenvolvimento
Sócio-Emocional

Aspectos
ndependência)

Capacidade de

Conhecimento
construção

programático-funcionais e
Segurança
Ambiente
estimular

estético-compositivos

Setorização dos Conjuntos Funcionais

Estabelecimento de Ambiente
Congregador p/ Atividades Coletivas
Valorização dos Espaços de Recrea-
ção e Vivência - Paisagismo, Definição
espaços-atividades, Escala, Possibilidade de

Organização e Controle pelos Usuários

Valorização da Ambientação Interna -


Reforço do Caráter Lúdico (uso de
Cores),Adaptação do Espaço à Escala da
Criança, Salas de atividades Amplas c/
Possibilidade de Compartimentalização;
Janelas à altura dos usuários; Pátios abertos
contíguos às salas de atividades extensão da
sala (interação atividades internas / externas)

Reflexão sobre os Arranjos Espaciais -


Organização dos arranjos internos em
função da atividade realizada e da
interação desejada
Acessos e Percursos - Estabelecer
clara
partirnoção do conjunto da escola a
das circulações horizontais; Alternar
Espaços-Corredores c/ Espaços-
Vivência; Promover Acessibilidade ao
Portador de Deficiência; Valorização do
Espaço de Chegada à Escola
FísicoMotor (Movimen-
Quadro 03:

a
do

Preservação do Meio-
tação, Autonomia e
Desenvolvimento

Desenvolvimento
Sócio-Emocional

ndependência)

Capacidade de

Conhecimento
Aspectos

construção

Segurança
Ambiente
estimular
técnico-construtivos

Materiais e Acabamentos:Durabilidade,
praticidade de Manutenção e Racionaliza-
ção Construtiva

Materiais e
Acabamentos:Características Superfici-
ais ¾ Valorização dos Efeitos Texturais

Prever Ambientes / Paredes Específicas


c/ Acabamentos Laváveis p/ Manifesta-
ção das Crianças (Personalização)

O tratamento desses diversos alvos requer a configuração


de grupos interdisciplinares que, em conjunto com os reque-
rimentos da comunidade e dos educadores, procure
compatibilizar o edifício escolar. A identificação desses alvos
deve ser considerada nas análises de sustentabilidade, nas
situações de concepção do projeto, construção, pós-ocupa-
ção e reabilitação.

A problemática é complexa, uma vez que pode envolver


múltiplas variáveis e problemas, tais como: terrenos
inundáveis, córregos e águas paradas poluídas, ruídos exte-
riores excessivos, odores, vegetação escassa, travessias
perigosas para pedestres, lixo etc.
Em conseqüência, deve enfatizar e/ou estimular:
· a importância do ambiente natural, integrando as ativi-
dades escolares com a exploração do mundo natural;
· o uso de materiais regionais, bem como de integração à
paisagem e ao clima;
· a programação e o projeto participativos (em colabora-
ção com a comunidade), considerando o contexto, as as-
pirações, a acessibilidade universal e a realidade local;

· o enfoque na sustentabilidade deve buscar a redução das


disparidades regionais no país, bem como garantir que
as estratégias de proteção ao meio ambiente possam con-
tribuir para a erradicação da pobreza;
· o crescimento de microempresas regionais voltadas ao
de- senvolvimento de produtos e serviços, à produção e
con- servação dos espaços escolares.
Projeto de reforma e adaptação do espaço físico
existente
que reduzir o custo da construção significa economia. Caso
Concebidos nas pranchetas dos arquitetos, com base em seja considerada uma vida útil de 30 anos para os edifícios
informações previamente fornecidas, os edifícios em geral de escritórios cujo custo é superior ao dos edifícios
inclusive os edifícios escolares pouco atentam para as neces-
escolares, em função de sua maior sofisticação em termos
sidades e valores das comunidades nas quais se inserem, espe-
cialmente de seus usuários no caso da Arquitetura Escolar de padrões construtivos e de recursos prediais , cerca de
para a Educação Infantil, as crianças. apenas 2% correspondem ao custo de projeto e
construção; aproximada- mente 6% correspondem ao
Os conceitos de qualidade, em geral, estão associados a custo de operação; o restante cerca de 92% corresponde
questões pragmáticas e abstratas e distantes das reais expecta- ao custo com mão-de-obra e com manutenção.
tivas e necessidades dos usuários e da comunidade local. É
possível considerar que a prática tradicional do projeto não Atentando para essas questões, a partir do final do século
atenta que as variáveis da qualidade devem ser a percepção
dos usuários (administradores, professores, funcionários, co- XX surgiram procedimentos sistemáticos para avaliar o
munidade e estudantes) em relação ao atendimento de suas desempenho dos projetos e dos edifícios, conhecidos,
expectativas: respectivamente, como Avaliação Pré-Projeto (APP) e
Avaliação Pós-Ocupação
· aumentando a expectativa, mais é exigido e a qualidade diminui; (APO). Essas metodologias envolvem a investigação
· aumentando a percepção (sensação) do que é oferecido, a multidisciplinar e sistematizada de projetos de edificações ou
qualidade aumenta; de edifícios, após sua ocupação e utilização, com o objetivo

· à medida que existe maior correspondência entre a oferta e a de programar futuras intervenções corretivas e reformas,
demanda por qualidade, reduzem-se os riscos de desperdício além de fornecer uma retroalimentação para projetos
(excesso de oferta) e de insatisfação (excesso de demanda). similares.
Como reforço ao argumento em favor da necessidade de
um novo enfoque para a definição das diretrizes, estratégias e A partir das análises e diagnósticos, é possível traçar reco-
procedimentos de concepção dos edifícios escolares, cabe res- mendações para estudos de casos específicos, gerando
saltar que na Europa (CALAVERA, 1993):
diretrizes mediante a construção de um banco de dados de
· mais de 70% dos problemas na construção dos edifícios indicadores de qualidade. Ambas têm sido consideradas
são decorrência de falhas de projeto (42,70%) e de exe-
cução (30,15%); como importantes metodologias para a investigação do
· mais de 70% dos problemas que surgem antes da entrega projeto e/ou a intervenção em qualquer tipo de edificação,
dos edifícios decorrem de falhas de projeto (20%),
gerenciamento (34%) e execução (20%). mostrando-se particularmente eficaz no caso de edificações
Outro mito que precisa ser superado na concepção e na cons-
institucionais, de uso coletivo e de grande complexidade.
trução dos edifícios em geral, e escolares em particular, é o de
Considerando que crianças e profissionais da Educação In-
fantil passam em torno de um terço de seu dia no interior da
creche ou da pré-escola que frequentam, a inadequação

desses ambientes irá afetar significativamente sua qualidade

de vida.
Dentre as melhorias que podem ser implementadas no pro-
cesso, destaca-se a possibilidade de se adotar uma
sistemática de PREVENÇÃO, ao invés de CORREÇÃO, nos
programas de manutenção estabelecendo um padrão em
toda a rede municipal de construções destinadas à Educação
Infantil , além do GERENCIAMENTO E CONTROLE SOBRE O
PLANEJAMENTO DE CUSTOS. As informações sistematizadas
após a apoiarão embasar a etapa de PROGRAMAÇÃO dos
futuros projetos. Essa realimentação pode auxiliar na
formulação de programas de manutenção, uso e operação.
3. Estratégias de integração entre educação e meio ambiente
para a construção de uma abordagem participativa do projeto
na arquitetura escolar
Diante da grande diversidade existente no tocante à densidade
A concepção de uma unidade escolar envolve um complexo demográfica, recursos socioeconômicos, contexto cultural, além
processo de planejamento, que abrange, desde a etapa de das condições geográficas e climáticas, acreditamos que o
programação e de estudos de viabilidade, passando pelas estabelecimento de uma metodologia de projeto que identifique
etapas de definição dos ambientes acessos, fluxos, pré- os parâmetros fundamentais para a qualidade do ambiente
dimensionamento, áreas livres e interações possíveis , até a escolar possa oferecer condições para que as municipalidades
elaboração do projeto executivo, incluindo detalhamento e criem uma rede de qualidade, adaptando esses critérios de
especificações técnicas. acordo com as suas especificidades, a exemplo do trabalho
desenvolvido pelo Grupo de Expansão da Educação Infantil da
Tradicionalmente, a solução espacial das construções Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, pelo
escolares viabiliza um Programa de Necessidades Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, da Prefeitura
previamente estabelecido pelas Secretarias de Educação. No do Rio de Janeiro, e pela Fundação de Desenvolvimento da
Educação de São Paulo.
entanto, nas abordagens participativas previamente ao
Programa de Necessidades, é necessário definir estratégias
Essa fase inicial procura caracterizar o objeto de estudo,
para envolver, durante o processo de concepção projetual, a estabelecendo o perfil da unidade escolar, a filosofia pedagó-
comunidade escolar constituída de usuários, professores, gica adotada, o programa de necessidades ambientes peda-
funcionários e, nas escolas públicas, as administrações gógicos, funções, fluxos, pré-dimensionamento etc. e as
municipais , visando compartilhar os saberes e experiências especificações educacionais (normas que condicionam a utili-
zação dos espaços em termos de iluminação, ventilação, higie-
daqueles que demandam e vivenciam os espaços, além de
ne etc.). Essa nova abordagem considera sempre o impacto
incorporar a reflexão sobre o perfil pedagógico da instituição entre todos os aspectos envolvidos na concepção projetual; e a
pretendida. equipe comprometida com o planejamento das unidades
escolares deve ser integrada por profissionais de diferentes
Com base na interdisciplinaridade, na experiência, bem
áreas, desde a etapa de programação. Nessa etapa é muito
como na certeza da necessidade de se buscar novos importante a participação da comunidade escolar, definindo-se
procedimentos capazes de permitir a concepção, a claramente as necessidades espaciais e os objetivos
educacionais. Inclui, ainda, o conhecimento sobre as condições
construção e a adequação da Arquitetura Escolar dos
contextuais e ambientais pré existentes, tais como:
edifícios e ambientes destinados à Educação Infantil,
propomos uma metodologia projetual participativa que · condições de acesso capacidade e fluxo das vias públicas
incorpore as necessidades e os desejos dos usuários, a que delimitam o lote, meios de transporte, localização de
pontos de ônibus. Esses aspectos irão determinar os acessos ao
proposta pedagógica e a interação com as características
terreno em questão e os fluxos nele; infra-estrutura básica
ambientais do sítio do projeto. pavimentação de ruas, rede de esgoto, energia e abastecimento
de água;
De fato, deve haver uma conscientização geral sobre a
importância do espaço físico para o processo educativo, tanto · legislação vigente taxa de ocupação e índice de aproveita-
da parte dos educadores, dos responsáveis pelas políticas mento do terreno, áreas livres, alinhamentos e afastamentos,
gabaritos máximos;
públicas, como daqueles que concebem os espaços. Essa
· população indicadores socioeconômicos, culturais e faixa
conscientização demanda uma abordagem interdisciplinar etária;
que envolva educadores, arquitetos, engenheiros, · entorno (circunvizinhança) arquitetura local (vocação dos
profissionais de saúde, administradores e a comunidade sistemas construtivos/tipologia das construções) e acidentes
geográficos da região;
escolar, e que favoreça o compartilhamento dos diferentes
· disponibilidade de mão-de-obra e materiais de construção
saberes e objetivos. (levantando-se em consideração suas características térmicas,
A idéia de que para se ter educação bastam apenas algumas sua durabilidade, a tradição da região, os custos e a facilidade
careiras, cadernos e quadro-negro , excluindo a qualidade do de manutenção);
espaço desse processo, deve evoluir para uma abordagem condicionantes físico ambientais do local clima, topografia
interacionista, que permita a visualização das relações e (necessidade de cortes e aterros do terreno, escoamento
trocas entre sujeitos e ambiente, fundamentais para o natural de águas pluviais), vegetação, recobrimento do
solo, orientação, qualidade do ar, massas de água e ocorrência
desenvolvimento infantil. O desafio no processo de
de ruídos;
concepção dos ambientes escolares é a busca de um
· processo participativo escuta dos desejos e necessidades,
repertório espacial que responda a todos os requisitos pode/deve ser feito junto às entidades representativas
formulados pelo grupo interdisciplinar. Essa abordagem (sindicatos ou associações de docentes e funcionários,
procura uma integração entre objetivos ambientais, associações de pais e outras entidades interessadas).
pedagógicos, econômicos e sociais.
Quanto mais cedo as metas para alcançar a qualidade ambiental
forem definidas no projeto, mais facilmente serão incorporadas e
com menores custos. Entre essas metas estão incluídos
Síntese Estudo preliminar

fatores como, saúde e qualidade do ar interior, conforto interdisciplinaridade normalmente não existe nas práticas
térmico, conforto visual, conforto acústico, segurança, projetuais convencionais, tornando o processo de conciliação
proteção ao meio ambiente, eficiência energética, eficiência entre o projeto de arquitetura e os projetos complementares,
dos recursos hídricos, utilização de materiais construtivos não
poluentes e característicos da região, além da considerarão quase sempre, bastante tortuoso e complexo. Os ajustes e
do edifício como uma ferramenta para o ensino. adaptações entre os projetos de iluminação e climatização e
o projeto de arquitetura, por exemplo, são propostos depois
O Estudo Preliminar apresenta-se como a primeira que toda a solução espacial já foi definida, em vez de serem
configuração gráfica do projeto, a partir da avaliação das pensa- dos integralmente no início do processo de
condicionantes preexistentes, do perfil pedagógico da unida-
de escolar e das metas ambientais estabelecidas. Após essa concepção. O projeto interdisciplinar, que procura assegurar
aná- lise é possível delinear as soluções arquitetônicas essa integração, é a melhor maneira de se evitarem conflitos
pertinentes, definindo-se o plano de massa da edificação e ou redundâncias, decorrentes de decisões projetuais
respectiva implantação, em função das condições físico- isoladas e estanques.
climáticas do terreno orientação, direção dos ventos
dominantes, ocorrência de ruí- dos, topografia, vegetação
existente, acessos principais e taxas de ocupação. Para a Assim, essa abordagem projetual considera que:
visualização dessa interação edificação terreno, é feito um
esquema gráfico no qual constam todas essas informações · a edificação e o sítio configuram-se como um todo inseri-
do no contexto de sua comunidade;
.Nessa fase, será definida a organização espacial da unidade
escolar em função da proposta pedagógica, estabelecendo- · a unidade escolar se encontra inserida num contexto maior,
se, portanto, o pré-dimensionamento setorial, o fluxograma que inclui o ecossistema natural, mesmo se a sua localização for
dos ambientes funcionais fluxos dominantes, hierarquia dos
espaços, suas respectivas interações e relações principais , um sítio urbano;
além da reflexão sobre as áreas externas necessárias ao · a colaboração interdisciplinar é fundamental no processo
processo educativo.
Deve ser levada ainda em consideração a possibilidade de de projeto e de construção da unidade escolar;
adoção de solução modular, que, além de agilizar a
construção da unidade, simplifica o dimensionamento dos · todas as significativas decisões e estratégias de projeto
ambientes e facilita os acréscimos futuros. Finalmente, devem ser refletidas logo na etapa de programação;
complementando essa etapa, visualizar as possíveis soluções
construtivas ou naturais que funcionarão como elementos de · é importante verificar as condições do ambiente construído
proteção à insolação, no caso de fachadas com orientação
menos favorável (beirais, varandas, brises e paisagismo). após determinado tempo de uso e construção, analisando-se o
desempenho da edificação a partir da identificação dos
Anteprojeto
aspectos negativos e positivos encontrados. Essas
identificações funcionam como fonte de retroalimentação
para futuros projetos semelhantes.
O anteprojeto vai constituir a solução quase-definitiva da
construção, desenvolvida a partir do estudo preliminar e com-
patível com as exigências contidas no programa de necessida-
des; nessa etapa, devem constar todas as informações suficien-
tes à compreensão do projeto antes da elaboração do projeto
de execução. Os ajustes finais da solução e a aferição do de-
sempenho ambiental devem ser efetuados nessa fase.

Com os resultados, pode-se executar modificações no pro-


jeto, avaliando-se o comportamento de materiais e soluções
construtivas alternativas. A finalidade principal dessa aferi-
ção é, justamente, tentar evitar futuros acertos e adaptações
construtivas na edificação, que nem sempre são satisfatórios.
A tentativa de minimizar as condições desfavoráveis do cli-
ma, depois da obra concluída, vai implicar custos complemen-
tares que podem ser reduzidos, quando a análise é feita ainda
na etapa de projeto.

O processo projetual envolve um significativo compromis-


so por parte dos profisssionais de projeto. Essa
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

Objetivos
1.1 Esta norma tem por objetivo estabelecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
a serem observadas na organização de propostas pedagógicas na educação infantil.
1.2 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação infantil articulam-se às Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas e a
elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação
Infantil.
1.3 Além das exigências dessas diretrizes, devem também ser observadas a legislação estadual e
municipal atinentes ao assunto, bem como as normas do respectivo sistema.

Definições

Educação Infantil: Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se
caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos
educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período
diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de
ensino e submetidos a controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública,
gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.

Criança:

Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói
sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Currículo:

Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de
modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.

Proposta Pedagógica:

Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das ações da instituição e
define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são
educados e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos
professores e da comunidade escolar.

Concepção da Educação Infantil

Matrícula e faixa etária: 9 É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou
5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. 9 As crianças que completam 6 anos
após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil. 9 A frequência na Educação
Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino Fundamental. 9 As vagas em creches e pré-
escolas devem ser oferecidas próximas às residências das crianças.
Jornada:

É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, no mínimo, quatro horas diárias e, em
tempo integral, a jornada com duração igual ou superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo total
que a criança permanece na instituição.

Princípios

As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: 9 Éticos: da


autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às
diferentes culturas, identidades e singularidades.
Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.

Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes


manifestações artísticas e culturais.

Concepção de Proposta Pedagógica

Na observância das Diretrizes, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir
que elas cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica:

Oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais; 9
Assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as
famílias;
Possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto à ampliação de saberes
e conhecimentos de diferentes naturezas;

Promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais


no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância;

Construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a


democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária,
socioeconômica, étnicoracial, de gênero, regional, linguística e religiosa.

Objetivos da Proposta Pedagógica

A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança
acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de
diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à
dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Organização de Espaço, Tempo e Materiais

Para efetivação de seus objetivos, as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil
deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos
que assegurem:
A educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo;
A indivisibilidade das dimensões expressivo motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e
sociocultural da criança;
A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de
organização;
O estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local e de mecanismos que garantam a
gestão democrática e a consideração dos saberes da comunidade;

O reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças,
promovendo interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades;

Os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às salas de
referência das turmas e à instituição;
A acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação;

A apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes,
asiáticos, europeus e de outros países da América.

Proposta Pedagógica e Diversidade

As propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho
coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem:

O reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as histórias e as culturas


africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e à discriminação;
A dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra qualquer forma de violência – física ou
simbólica – e negligência no interior da instituição ou praticadas pela família, prevendo os
encaminhamentos de violações para instâncias competentes.

. Proposta Pedagógica e Crianças Indígenas

Garantida a autonomia dos povos indígenas na escolha dos modos de educação de suas crianças de 0 a 5
anos de idade, as propostas pedagógicas para os povos que optarem pela Educação Infantil devem:

Proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de mundo e as
memórias de seu povo;
Reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de constituição das crianças;

Dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e articular-se às práticas socioculturais de


educação e cuidado coletivos da comunidade;
Adequar calendário, agrupamentos etários e organização de tempos, atividades e ambientes de modo a
atender as demandas de cada povo indígena.
Proposta Pedagógica e as Infâncias do Campo

As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores familiares, extrativistas,
pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras,
povos da floresta, devem:
Reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a constituição da identidade
das crianças moradoras em territórios rurais;
Ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como
a práticas ambientalmente sustentáveis;
Flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades respeitando as diferenças quanto à atividade
econômica dessas populações;
Valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o
mundo e sobre o ambiente natural;
Prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais
da comunidade.

Práticas Pedagógicas da Educação Infantil

Eixos do currículo: As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil
devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira e Garantir experiências que:

Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais,


expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito
pelos ritmos e desejos da criança;

Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários
gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;

Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e


escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;

Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e


orientações espaço temporais;
Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas
ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus
padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade;
Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o
conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música,
artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da
sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;
Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras;
Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros
recursos tecnológicos e midiáticos. As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de
acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas e particularidades
pedagógicas, estabelecerão modos de integração dessas experiências.
Avaliação

As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho


pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou
classificação, garantindo:
A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns
etc.);
A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos
diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil,
transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino
Fundamental);
Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
A não retenção das crianças na Educação Infantil.

Articulação com o Ensino Fundamental

Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a
continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as
especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.

Implementação das Diretrizes pelo Ministério da Educação

Cabe ao Ministério da Educação elaborar orientações para a implementação das Diretrizes Curriculares.
Visando atender a essa determinação, a Secretaria de Educação Básica, por meio da Coordenação Geral
de Educação Infantil, está elaborando orientações curriculares, em processo de debate democrático e com
consultoria técnica especializada, sobre os seguintes temas:

O currículo na educação infantil: o que propõem as novas Diretrizes Nacionais?

As especificidades da ação pedagógica com os bebês

Brinquedos e brincadeiras na educação infantil

Relações entre crianças e adultos na educação infantil

Saúde e bem estar das crianças: uma meta para educadores infantis em parceria com familiares e
profissionais de saúde.

Múltiplas linguagens de meninos e meninas no cotidiano da educação infantil.


A linguagem escrita e o direito à educação na primeira infância.

As crianças e o conhecimento matemático: experiências de exploração e ampliação de conceitos e


relações matemáticas.
Crianças da natureza
Orientações curriculares para a educação infantil do campo
Avaliação e transições na educação infantil

O Processo de Concepção e Elaboração das Diretrizes

Em 2008, a Coordenação Geral de Educação Infantil do MEC estabeleceu, com a Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), convênio de cooperação técnica para a articulação de um processo
nacional de estudos e debates sobre o currículo da Educação Infantil. Disso resultou uma série de
documentos, dentre eles “Práticas cotidianas na Educação Infantil: bases para a reflexão sobre as
orientações curriculares” (MEC/COEDI, 2009). Esse processo serviu de base para a elaboração de
“Subsídios para as Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas da Educação Básica” (MEC, 2009), texto
encaminhado ao Conselho Nacional de Educação pelo Senhor Ministro de Estado da Educação. A
proposta do MEC foi apresentada pela professora Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, Secretária de
Educação Básica do MEC, na reunião ordinária do mês de julho de 2009, da Câmara de Educação Básica.
Nessa ocasião foi designada a comissão que se encarregaria de elaborar novas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, presidida pelo Conselheiro Cesar Callegari e tendo como relator o
Conselheiro Raimundo Moacir Mendes Feitosa (Portaria CNE/CEB nº 3/2009). Em 5 de agosto de 2009,
com a participação de representantes de entidades nacionais como União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (UNDIME), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(ANPED), Confedereção Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fórum Nacional de
Conselhos Estaduais de Educação, Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB), bem
como da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC) e das especialistas da área de Educação Infantil Maria
Carmem Barbosa (coordenadora do Projeto MEC/UFRGS/2008), Sonia Kramer (consultora do MEC
responsável pela organização do documento de referência sobre as Diretrizes), Fulvia Rosemberg (da
Fundação Carlos Chagas), Ana Paula Soares Silva e Zilma de Moraes Ramos de Oliveira (da Universidade
de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto), o relator da Comissão, Raimundo Moacir Mendes Feitosa,
apresentou um texto-síntese dos pontos básicos que seriam levados como indicações para o debate em
audiências públicas nacionais. Essas foram então promovidas pela Câmara de Educação Básica do CNE,
em São Luis do Maranhão, Brasília e São Paulo. O processo de elaboração das Diretrizes incorporou as
contribuições apresentadas por grupos de pesquisa e pesquisadores, conselheiros tutelares, Ministério
Público, sindicatos, secretários e conselheiros municipais de educação, entidades não governamentais e
movimentos sociais que participaram das audiências e de debates e reuniões regionais (como os
encontros da UNDIME – Região Norte e do MIEIB em Santarém, PA, ocorrido em agosto de 2009; o
debate na ANPED, em outubro de 2009). Foram consideradas também as contribuições enviadas por
entidades e grupos como: Organização Mundial para a Educação Pré-escolar (OMEP); Núcleo de
Desenvolvimento Infantil (NDI/Universidade Federal de Santa Catarina; Fórum de Educação Infantil do
Pará (FEIPA); Fórum Amazonense de Educação Infantil (FAMEI); Fórum Permanente de Educação Infantil
do Tocantins (FEITO); Fórum de Educação Infantil do Amapá; Fórum de Educação Infantil de Santa
Catarina (contemplando também manifestações dos municípios de Jaguaré, Cachoeiro e Vitória); Fórum
Paulista de Educação Infantil; Fórum Gaúcho de Educação Infantil; GT de Educação Infantil da UNDIME;
Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT); GT 21
(Educação das Relações Étnico-Raciais) da ANPED; Grupo de Estudos em Educação Infantil do Centro
de Educação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL conjuntamente com equipe técnica das
Secretarias de Educação do Município de Maceió e do Estado de Alagoas); alunos do curso de Pedagogia
da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); Centro de Investigação sobre Desenvolvimento e
Educação Infantil (CINDEDI/USP); representantes do Setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra (MST) de São Paulo; técnicos da Coordenadoria de Creches da USP; participantes de evento
da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Recife e do Seminário Educação Ambiental e Educação
Infantil, em Brasília. Ainda pesquisadores das seguintes Universidades e Instituições de Pesquisa fizeram
considerações ao longo desse processo: Faculdade de Educação da USP; Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP); Fundação Carlos Chagas (FCC); Centro Universitário
Claretiano Batatais; Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO); Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Universidade de Campinas (UNICAMP); Universidade Federal do
Ceará (UFC); Universidade Federal do Pará (UFPA); Universidade Federal do Rio de Janeiro 36
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (UFRJ); Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade do Estado de
Mato Grosso (UNEMAT); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); Universidade Federal de
Alagoas (UFAL); Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA); Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Constituição Federal de 1988, art. 5º (Dos Direitos e deveres Individuais e Coletivos)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
profissão, atendidas as qualificações profissionais que
CAPÍTULO I
a lei estabelecer;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
COLETIVOS
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
exercício profissional;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
XV - é livre a locomoção no território nacional em
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
propriedade, nos termos seguintes:
bens;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
obrigações, nos termos desta Constituição;
armas, em locais abertos ao público,
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
independentemente de autorização, desde que não
alguma coisa senão em virtude de lei;
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
III - ninguém será submetido a tortura nem a
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
tratamento desumano ou degradante;
autoridade competente;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
vedado o anonimato;
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a
agravo, além da indenização por dano material, moral
de cooperativas independem de autorização, sendo
ou à imagem;
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
XIX - as associações só poderão ser
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
locais de culto e a suas liturgias;
caso, o trânsito em julgado;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
permanecer associado;
internação coletiva;
XXI - as entidades associativas, quando
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
expressamente autorizadas, têm legitimidade para
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
XXII - é garantido o direito de propriedade;
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
alternativa, fixada em lei;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
artística, científica e de comunicação,
ou por interesse social, mediante justa e prévia
independentemente de censura ou licença;
indenização em dinheiro, ressalvados os casos
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
previstos nesta Constituição;
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
competente poderá usar de propriedade particular,
sua violação;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
podendo penetrar sem consentimento do morador,
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
de financiar o seu desenvolvimento;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
1996)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
nem pena sem prévia cominação legal;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
réu;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
a) a proteção às participações individuais em obras
dos direitos e liberdades fundamentais;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
inclusive nas atividades desportivas;
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
da lei;
econômico das obras que criarem ou de que
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
respectivas representações sindicais e associativas;
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
eles respondendo os mandantes, os executores e os
como proteção às criações industriais, à propriedade
que, podendo evitá-los, se omitirem;
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
(Regulamento)
distintivos, tendo em vista o interesse social e o
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
XXX - é garantido o direito de herança;
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
lei, estendidas aos sucessores e contra eles
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
executadas, até o limite do valor do patrimônio
do consumidor;
transferido;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
públicos informações de seu interesse particular, ou de
adotará, entre outras, as seguintes:
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
a) privação ou restrição da liberdade;
prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
b) perda de bens;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
c) multa;
segurança da sociedade e do Estado;
d) prestação social alternativa;
(Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
e) suspensão ou interdição de direitos;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
XLVII - não haverá penas:
do pagamento de taxas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
termos do art. 84, XIX;
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) de caráter perpétuo;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
c) de trabalhos forçados;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações
d) de banimento;
de interesse pessoal;
e) cruéis;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
Judiciário lesão ou ameaça a direito
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
jurídico perfeito e a coisa julgada;
integridade física e moral;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
que possam permanecer com seus filhos durante o
organização que lhe der a lei, assegurados:
período de amamentação;
a) a plenitude de defesa;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
b) o sigilo das votações;
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
c) a soberania dos veredictos;
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
d) a competência para o julgamento dos crimes
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
dolosos contra a vida;
da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
LIII - ninguém será processado nem sentenciado
impetrado por:
senão pela autoridade competente;
a) partido político com representação no Congresso
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
Nacional;
bens sem o devido processo legal;
b) organização sindical, entidade de classe ou
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
associação legalmente constituída e em funcionamento
administrativo, e aos acusados em geral são
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
seus membros ou associados;
meios e recursos a ela inerentes;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
obtidas por meios ilícitos;
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
em julgado de sentença penal condenatória;
à cidadania;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
a) para assegurar o conhecimento de informações
lei; (Regulamento)
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
registros ou bancos de dados de entidades
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
governamentais ou de caráter público;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
processuais quando a defesa da intimidade ou o
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
interesse social o exigirem;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
por ordem escrita e fundamentada de autoridade
público ou de entidade de que o Estado participe, à
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
da sucumbência;
competente e à família do preso ou à pessoa por ele
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
indicada;
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre
recursos;
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
assegurada a assistência da família e de advogado;
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
LXIV - o preso tem direito à identificação dos
fixado na sentença;
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
policial;
pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
1989)
autoridade judiciária;
a) o registro civil de nascimento;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
b) a certidão de óbito;
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
fiança;
"habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
ao exercício da cidadania. (Regulamento)
responsável pelo inadimplemento voluntário e
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
inescusável de obrigação ali mentícia e a do depositário
são assegurados a razoável duração do processo e os
infiel;
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
(Vide ADIN 3392)
violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à
por ilegalidade ou abuso de poder;
proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
digitais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115,
proteger direito líquido e certo, não amparado por
de 2022)
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
fundamentais têm aplicação imediata.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN
3392) (Vide Atos decorrentes do disposto no § 3º do art.
5º da Constituição)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Constituição Federal de 1988 ( Artigos n° 205 a n° 214)
Art. 207. As universidades gozam de autonomia
CAPÍTULO III didático-científica, administrativa e de gestão financeira e
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade
DESPORTO entre ensino, pesquisa e extensão.
Seção I § 1º É facultado às universidades admitir professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da
DA EDUCAÇÃO
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do
1996)
Estado e da família, será promovida e incentivada com § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições
a colaboração da sociedade, visando ao pleno de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
exercício da cidadania e sua qualificação para o Art. 208. O dever do Estado com a educação será
trabalho. efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
seguintes princípios:
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009) II -
I - igualdade de condições para o acesso e progressiva universalização do ensino médio gratuito;
permanência na escola; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) III
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e - atendimento educacional especializado aos portadores de
divulgar o pensamento, a arte e o saber; deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV -
III - pluralismo de idéias e de concepções educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5
pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
privadas de ensino; Constitucional nº 53, de 2006) V - acesso aos níveis mais
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
IV - gratuidade do ensino público em
segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino
estabelecimentos oficiais;
noturno regular, adequado às condições do educando; VII -
V - valorização dos profissionais da educação atendimento ao educando, em todas as etapas da educação
escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, básica, por meio de programas suplementares de material
com didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
ingresso exclusivamente por concurso público de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) §
provas e 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao
VI - gestão democrática do ensino público, na forma
Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental,
da lei;
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
VII - garantia de padrão de qualidade. pela freqüência à escola.
VIII - piso salarial profissional nacional para os
profissionais da educação escolar pública, nos termos Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
de lei seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade
2006) pelo Poder Público.
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum
ao longo da vida. (Incluído pela Emenda Constitucional
e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e
nº 108, de 2020)
regionais. § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa,
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas
trabalhadores considerados profissionais da educação de ensino fundamental. § 2º O ensino fundamental regular será
básica ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades
e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou indígenas também a utilização de suas línguas maternas e
adequação processos próprios de aprendizagem.
de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Estados, Municípios organizarão em regime de colaboração seus
sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal
do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
ensino
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, sociais e outros recursos orçamentários. § 5º A educação
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir básica pública terá como fonte adicional de financiamento
equalização de oportunidades educacionais e padrão a contribuição social do salárioeducação, recolhida pelas
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de
Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 2006)
14, de 1996) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da
no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação contribuição social do salário-educação serão distribuídas
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Constitucional nº 14, de 1996) § 4º Na organização de § 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos
seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de aposentadorias
Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a 108, de 2020)
equidade do ensino obrigatório. (Redação dada pela § 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) § 5º A educação impostos, serão redefinidos os percentuais referidos no
básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) § 6º modo que resultem recursos vinculados à manutenção e
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos
exercerão ação redistributiva em relação a suas escolas. subvinculados aos fundos de que trata o art. 212-A desta
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) § 7º Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente
O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108,
artigo considerará as condições adequadas de oferta e terá de 2020)
como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), § 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de
pactuados em regime de colaboração na forma disposta avaliação e de controle das despesas com educação nas
em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela
23 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
Constitucional nº 108, de 2020) Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios art. 212 desta Constituição à manutenção e ao
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de desenvolvimento do ensino na educação básica e à
impostos, compreendida a proveniente de transferências, remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas
na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 1º A as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
parcela da arrecadação de impostos transferida pela União Constitucional nº 108, de 2020) Regulamento I - a
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o
Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, Distrito Federal, os Estados e seus Municípios é
para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada
governo que a transferir. § 2º Para efeito do cumprimento Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção
do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os dos Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza
recursos aplicados na forma do art. 213. § 3º A distribuição contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
dos recursos públicos assegurará prioridade ao 2020) II - os fundos referidos no inciso I do caput deste
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos
que se refere a universalização, garantia de padrão de recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do
qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e
educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o
59, de 2009) § 4º Os programas suplementares de inciso II do caput do art. 159 desta Constituição; (Incluído
alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) III - os
VII, serão financiados com recursos provenientes de recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão
contribuições distribuídos entre cada Estado e seus Municípios,
proporcionalmente ao número de alunos das diversas
etapas e modalidades da educação básica presencial
matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de
atuação
X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas
prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211
nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as
desta Constituição, observadas as ponderações referidas
metas pertinentes do plano nacional de educação, nos
na alínea "a" do inciso X do caput e no § 2º deste artigo;
termos previstos no art. 214 desta Constituição, sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) IV -
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) a) a
a União complementará os recursos dos fundos a que se
organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste
refere o inciso II do caput deste artigo; (Incluído pela
artigo e a distribuição proporcional de seus recursos, as
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) V - a
diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por
complementação da União será equivalente a, no mínimo,
aluno entre etapas, modalidades, duração da jornada e
23% (vinte e três por cento) do total de recursos a que se
tipos de estabelecimento de ensino, observados as
refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da
respectivas especificidades e os insumos necessários para
seguinte forma: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
a garantia de sua qualidade; (Incluído pela Emenda
108, de 2020) a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de
Constitucional nº 108, de 2020) b) a forma de cálculo do
cada Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor
VAAF decorrente do inciso III do caput deste artigo e do
anual por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput
VAAT referido no inciso VI do caput deste artigo; (Incluído
deste artigo, não alcançar o mínimo definido
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) c) a forma de
nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
cálculo para distribuição prevista na alínea "c" do inciso V
108, de 2020) b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco
do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional
décimos) pontos percentuais em cada rede pública de
nº 108, de 2020) d) a transparência, o monitoramento, a
ensino municipal, estadual ou distrital, sempre que o valor
fiscalização e o controle interno, externo e social dos
anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do caput
fundos referidos no inciso I do caput deste artigo,
deste artigo, não alcançar o mínimo definido
assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a
nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
consolidação de conselhos de acompanhamento e controle
108, de 2020) c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos
social, admitida sua integração aos conselhos de
percentuais nas redes públicas que, cumpridas
educação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
condicionalidades de melhoria de gestão previstas em lei,
2020) e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por
alcançarem evolução de indicadores a serem definidos, de
parte do órgão responsável, dos efeitos redistributivos, da
atendimento e melhoria da aprendizagem com redução das
melhoria dos indicadores educacionais e da ampliação do
desigualdades, nos termos do sistema nacional de
atendimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108,
avaliação da educação básica; (Incluído pela Emenda
de 2020) XI - proporção não inferior a 70% (setenta por
Constitucional nº 108, de 2020) VI - o VAAT será
cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste
calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput
artigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do
deste artigo, com base nos recursos a que se refere o
inciso V do caput deste artigo, será destinada ao
inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras
pagamento dos profissionais da educação básica em
receitas e de transferências vinculadas à educação,
efetivo exercício, observado, em relação aos recursos
observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas
previstos na alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, o
nos termos do inciso III do caput deste artigo; (Incluído pela
percentual mínimo de 15% (quinze por cento) para
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) VII - os recursos
despesas de capital; (Incluído pela Emenda Constitucional
de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo serão
nº 108, de 2020) XII - lei específica disporá sobre o piso
aplicados pelos Estados e pelos Municípios
salarial profissional nacional para os profissionais do
exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação
magistério da educação básica pública; (Incluído pela
prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) XIII - a utilização
desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional
dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta
nº 108, de 2020) VIII - a vinculação de recursos à
Constituição para a complementação da União ao Fundeb,
manutenção e ao desenvolvimento do ensino estabelecida
referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada.
no art. 212 desta Constituição suportará, no máximo, 30%
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) § 1º
(trinta por cento) da complementação da União,
O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste
considerados para os fins deste inciso os valores previstos
artigo, deverá considerar, além dos recursos previstos no
no inciso V do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda
inciso II do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes
Constitucional nº 108, de 2020) IX - o disposto no caput do
disponibilidades: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
art. 160 desta Constituição aplica-se aos recursos referidos
108, de 2020)
nos incisos II e IV do caput deste artigo, e seu
I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios
descumprimento pela autoridade competente importará em
vinculadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino
crime de responsabilidade; (Incluído pela Emenda
não integrantes dos fundos referidos no inciso I do caput
Constitucional nº 108, de 2020)
deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020
II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-
educação de que trata o § 6º do art. 212 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020) III - complementação da União transferida a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da
alínea "a" do inciso V do caput deste artigo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" do
inciso X do caput deste artigo, a lei definirá outras relativas
ao nível socioeconômico dos educandos e aos indicadores
de disponibilidade de recursos vinculados à educação e de
potencial de arrecadação tributária de cada ente federado,
bem como seus prazos de implementação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de
50% (cinquenta por cento) dos recursos globais a que se
refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, nos
termos da lei." (Incluído pela Emenda Constitucional nº
108, de 2020)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I -
comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus
excedentes financeiros em educação; II - assegurem a
destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso
de encerramento de suas atividades. § 1º - Os recursos de
que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de
estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei,
para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública na localidade da residência do educando, ficando o
Poder Público obrigado a investir prioritariamente na
expansão de sua rede na localidade. § 2º As atividades de
pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação
realizadas por universidades e/ou por instituições de
educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação,
de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por
meio de ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) I -
erradicação do analfabetismo; II - universalização do
atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística,
científica e tecnológica do País. VI - estabelecimento de
meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009).
Estatuto da Criança e do Adolescente- Lei n.º 8.069/1990 (arts. 1º ao 6º; 13, 15 a 18; 53 a 59; 131 a 135)

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
outras providências. tratos contra criança ou adolescente serão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
Título I Das Disposições Preliminares legais.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
ao adolescente. físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus tratos
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,
aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada
único. Nos casos expressos em lei, aplica-se pela Lei nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. As gestantes
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
vinte e um anos de idade. para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem 12.010, de 2009) Vigência § 1 o As gestantes ou mães que
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as serão obrigatoriamente encaminhadas, sem
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2 o Os serviços de
em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços
único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas de assistência social em seu componente especializado, o
as crianças e adolescentes, sem discriminação de Centro de Referência Especializado de Assistência Social
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de
cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa
ambiente social, região e local de moradia ou outra etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a violência de qualquer natureza, formulando projeto
comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se
2016) necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade nº 13.257, de 2016)
em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de leis.
receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b)
precedência de atendimento nos serviços públicos ou de Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
relevância pública; c) preferência na formulação e na aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
execução das políticas sociais públicas; d) destinação espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II -
privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV -
com a proteção à infância e à juventude. brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei orientação.
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
fundamentais. integridade física, psíquica e moral da criança e do
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a dos espaços e objetos pessoais.
condição peculiar da criança e do adolescente como Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e
pessoas em desenvolvimento. Título II Dos Direitos do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
Fundamentais Capítulo I Do Direito à Vida e à Saúde desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, pessoa,
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, trabalho, assegurando-se lhes:
pelos agentes públicos executores de medidas I - igualdade de condições para o acesso e rmanência na
socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de escola;
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído II - direito de ser respeitado por seus educadores;
pela Lei nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. Para os fins III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
desta Lei, considerase: (Incluído pela Lei nº 13.010, de recorrer às instâncias escolares superiores;
2014) I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou IV - direito de organização e participação em
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança entidades estudantis;
ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
13.010, de 2014) a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei residência.
nº 13.010, de 2014) b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua
de 2014) II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou residência, garantindo-se vagas no mesmo
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao estabelecimento a
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) a) irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino
humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) b) da
ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de
2014) c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 2019)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
responsáveis, os agentes públicos executores de medidas ciência do processo pedagógico, bem como participar da
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar definição das propostas educacionais.
de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel agremiações recreativas e de estabelecimentos
ou degradante como formas de correção, disciplina, congêneres
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem assegurar medidas de conscientização, prevenção e
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, enfrentamento ao uso ou dependência de drogas
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) I - encaminhamento Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
a programa oficial ou comunitário de proteção à família; adolescente:
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) II - encaminhamento I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
nº 13.010, de 2014) III - encaminhamento a cursos ou própria;
programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
2014) IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento gratuidade ao ensino médio;
especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) V - III - atendimento educacional especializado aos
advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) VI - portadores de deficiência, preferencialmente na rede
garantia de tratamento de saúde especializado à vítima. regular
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência Parágrafo de ensino;
único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças
pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências de zero a seis anos de idade;
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Capítulo III IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária Seção I de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
Disposições Gerais Art. 19. Toda criança ou adolescente 13.306, de 2016)
tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da cada
presença de pessoas dependentes de substâncias um;
entorpecentes VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
programas suplementares de material didático-escolar, Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
transporte, alimentação e assistência à saúde. I - reconhecida idoneidade moral;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito II - idade superior a vinte e um anos;
público subjetivo. III - residir no município.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Art. 134. Lei municipal disporá sobre local, dia e
poder público ou sua oferta irregular importa horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
responsabilidade da autoridade competente. quanto a eventual remuneração de seus membros.
§ 3º Compete ao poder público recensear os Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros,
escola. aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela Lei
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de nº
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. 12.696, de 2012)
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de 12.696, de 2012)
maus-tratos envolvendo seus alunos; II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído
escolar, esgotados os recursos escolares; pela Lei nº 12.696, de 2012)
III - elevados níveis de repetência. III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, 12.696, de 2012)
experiências e novas propostas relativas a calendário, IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com de 2012)
vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696,
ensino fundamental obrigatório. de 2012)
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto municipal previsão dos recursos necessários ao
social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a funcionamento do Conselho Tutelar.
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
espaços para programações culturais, esportivas e de lazer remuneração e formação continuada dos conselheiros
voltadas para a infância e a juventude. tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo V Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
constituirá serviço público relevante, estabelecerá
presunção
de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso
de crime comum, até o julgamento definitivo.
Art. 135. O exercício efetivo da função de
conselheiro constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação
dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
LEI FEDERAL Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui A Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de
11 de dezembro de 1990.
VII - o incentivo à formação e à capacitação de
Regulamento profissionais especializados no atendimento à pessoa com
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da transtorno do espectro autista, bem como a pais e
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º responsáveis;
do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: magnitude e as características do problema relativo ao
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos transtorno do espectro autista no País.
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que
estabelece diretrizes para sua consecução. trata este artigo, o poder público poderá firmar contrato de
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito
transtorno do espectro autista aquela portadora de privado.
síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro
incisos I ou II: autista:
I - deficiência persistente e clinicamente significativa da
comunicação e da interação sociais, manifestada por I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre
deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
usada para interação social; ausência de reciprocidade II - a proteção contra qualquer forma de abuso e
social; falência em desenvolver e manter relações exploração;
apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo:
interesses e atividades, manifestados por comportamentos a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos b) o atendimento multiprofissional;
sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
padrões de comportamento ritualizados; interesses d) os medicamentos;
restritos e fixos. e) informações que auxiliem no diagnóstico e no
§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é tratamento;
considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos IV - o acesso:
legais. a) à educação e ao ensino profissionalizante;
§ 3º Os estabelecimentos públicos e privados referidos na b) à moradia, inclusive à residência protegida;
Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, poderão valer-se c) ao mercado de trabalho;
da fita quebra-cabeça, símbolo mundial da conscientização d) à previdência social e à assistência social.
do transtorno do espectro autista, para identificar a Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a
prioridade devida às pessoas com transtorno do espectro pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas
autista. (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020) classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV
Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos do art. 2º , terá direito a acompanhante especializado.
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista: Art. 3º-A. É criada a Carteira de Identificação da Pessoa
I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), com vistas a
das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade
espectro autista; no atendimento e no acesso aos serviços públicos e
II - a participação da comunidade na formulação de privados, em especial nas áreas de saúde, educação e
políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno assistência social. (Incluído pela Lei nº 13.977, de
do espectro autista e o controle social da sua implantação, 2020)
acompanhamento e avaliação; § 1º A Ciptea será expedida pelos órgãos responsáveis
III - a atenção integral às necessidades de saúde da pela execução da Política Nacional de Proteção dos
pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
acesso a medicamentos e nutrientes; mediante requerimento, acompanhado de relatório médico,
IV - (VETADO); com indicação do código da Classificação Estatística
V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
espectro autista no mercado de trabalho, observadas as Saúde (CID), e deverá conter, no mínimo, as seguintes
peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei nº informações: (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do I - nome completo, filiação, local e data de nascimento,
Adolescente); número da carteira de identidade civil, número de inscrição
VI - a responsabilidade do poder público quanto à no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), tipo sanguíneo,
informação pública relativa ao transtorno e suas endereço residencial completo e número de telefone do
implicações; identificado; (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
II - fotografia no formato 3 (três) centímetros (cm) x 4
(quatro) centímetros (cm) e assinatura ou impressão digital
do identificado; (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
III - nome completo, documento de identificação, endereço
residencial, telefone e e-mail do responsável legal ou do
cuidador; (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
IV - identificação da unidade da Federação e do órgão
expedidor e assinatura do dirigente responsável.
(Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
§ 2º Nos casos em que a pessoa com transtorno do
espectro autista seja imigrante detentor de visto temporário
ou de autorização de residência, residente fronteiriço ou
solicitante de refúgio, deverá ser apresentada a Cédula de
Identidade de Estrangeiro (CIE), a Carteira de Registro
Nacional Migratório (CRNM) ou o Documento Provisório de
Registro Nacional Migratório (DPRNM), com validade em
todo o território nacional. (Incluído pela Lei nº
13.977, de 2020)
§ 3º A Ciptea terá validade de 5 (cinco) anos, devendo ser
mantidos atualizados os dados cadastrais do identificado, e
deverá ser revalidada com o mesmo número, de modo a
permitir a contagem das pessoas com transtorno do
espectro autista em todo o território nacional. (Incluído
pela Lei nº 13.977, de 2020)
§ 4º Até que seja implementado o disposto no caput deste
artigo, os órgãos responsáveis pela execução da Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista deverão trabalhar em
conjunto com os respectivos responsáveis pela emissão de
documentos de identificação, para que sejam incluídas as
necessárias informações sobre o transtorno do espectro
autista no Registro Geral (RG) ou, se estrangeiro, na
Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM) ou na
Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE), válidos em todo
o território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.977, de
2020)
Art. 4º A pessoa com transtorno do espectro autista não
será submetida a tratamento desumano ou degradante,
não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar
nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência.
Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação
médica em unidades especializadas, observar-se-á o que
dispõe o art. 4º da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001.
Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro autista não
será impedida de participar de planos privados de
assistência à saúde em razão de sua condição de pessoa
com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei nº 9.656,
de 3 de junho de 1998.
Art. 6º (VETADO).
Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que
recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro
autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido
com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos.
§ 1º Em caso de reincidência, apurada por processo
administrativo, assegurado o contraditório e a ampla
defesa, haverá a perda do cargo.
§ 2º (VETADO).
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191º da Independência
e 124º da República.
Brinquedos e brincadeiras de creches - Manual de Orientação Pedagógica - MEC com apoio da UNICEF.
No final da apostila documento oficial

O desenvolvimento físico, emocional, social, cognitivo e afetivo na creche


A educação é um dos fatores que mais influencia o nível de bem-estar das pessoas ao longo da vida.
Indivíduos com maior escolaridade tendem a viver mais, com melhores condições de saúde, atingirem
melhores níveis socioeconômicos e de qualidade de vida, além de se envolverem menos em episódios de
crimes e violência1,2. No Brasil, entretanto, a qualidade da educação, medida pelo desempenho escolar
das crianças brasileiras em testes internacionais, é baixa quando comparada com o desempenho de
crianças de outros países, tanto em leitura como em matemática e ciências3 . Assim, melhorar a
aprendizagem (a capacidade de aprender) e o aprendizado (o conteúdo a ser aprendido) das crianças
brasileiras é fundamental e deve ser uma prioridade no país. A Primeira Infância compreende a fase dos 0
aos 6 anos e é um período crucial no qual ocorre o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais,
bem como a aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades
futuras mais complexas. Crianças com desenvolvimento integral saudável durante os primeiros anos de
vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes e de adquirirem novos conhecimentos,
contribuindo para que posteriormente obtenham um bom desempenho escolar, alcancem realização
pessoal, vocacional e econômica e se tornem cidadãos responsáveis4 . A aprendizagem inicia-se desde o
começo da vida. Muito antes de a criança entrar na escola, enquanto cresce e se desenvolve em todos os
domínios (físico, cognitivo e socioemocional), ela aprende nos contextos de seus relacionamentos
afetivos5 . Especialmente na primeira infância, a aprendizagem é fortemente influenciada por todo o meio
onde a criança se encontra e com o qual interage. A criança aprende no ambiente de seus
relacionamentos, que por sua vez afetam todos os aspectos de seu desenvolvimento. A promoção do
desenvolvimento integral saudável, com nutrição e cuidados de saúde adequados, ambiente familiar
afetivo, seguro e estimulante, relações estáveis e incentivadoras, além da oferta de educação de
qualidade, fornecem o alicerce para que cada criança viva bem no presente e alcance seu potencial pleno
no futuro. As evidências discutidas a seguir reforçam a importância do desenvolvimento saudável integral
infantil como o suporte que permitirá o desenvolvimento pleno dos cidadãos e o bem-estar da sociedade.
O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA É CRUCIAL. AS EXPERIÊNCIAS
OCORRIDAS NESSA FASE TERÃO INFLUÊNCIA AO LONGO DE TODA A VIDA DO INDIVÍDUO,
SEJA NA ÁREA DA SAÚDE, SEJA NO SEU BEM ESTAR SOCIAL, EMOCIONAL E COGNITIVO

O desenvolvimento cerebral que permitirá a aprendizagem ao longo da vida se inicia na gestação e


tem especial relevância durante a primeira infância. No período intrauterino, o cérebro começa a se
desenvolver entre a segunda e terceira semana após a concepção, seguindo com a formação das
primeiras células cerebrais, os neurônios, e das conexões entre os neurônios chamadas sinapses. O
cérebro é um órgão de alta complexidade, fundamentalmente composto pelos neurônios e por uma
extensa rede de prolongamentos destes, que formam circuitos conectando as diversas regiões
cerebrais por meio de impulsos elétricos. Embora a aparência externa do cérebro do recém-nascido
se assemelhe com a de um adulto, ao nascimento ele ainda se encontra em formação e passará por
modificações fundamentais até a sua maturação.4,6,7 Por meio de um processo chamada
“sinaptogênese”, o número de sinapses entre os neurônios se multiplica, chegando a 700 novas
conexões por segundo, em algumas regiões cerebrais, no segundo ano de vida.8,9 As sinapses mais
utilizadas se fortalecem e carregam informações de forma mais eficiente, enquanto as que não forem
utilizadas gradualmente enfraquecem e desaparecem, fenômeno conhecido como “poda sináptica”.
Além desses fenômenos, outro processo conhecido como “mielinização” acontece principalmente
após o nascimento. A mielina é uma substância composta por proteína e gordura que envolve o
prolongamento dos neurônios, facilitando a condução do impulso elétrico e portanto melhorando a
comunicação neuronal. O somatório desses processos ao longo dos primeiros anos de vida modifica a
estrutura do cérebro sob influência das experiências vividas, resultando no impressionante
desenvolvimento neurológico que permite que a criança gradualmente adquira novas capacidades
como emitir os primeiros sons até falar, aprimorar o controle motor até sentar, engatinhar e caminhar,
e assim por diante. Diferentes regiões do cérebro passam pelos fenômenos acima descritos em
tempos distintos9 . Hoje sabemos que o desenvolvimento do cérebro não estará completo em
determinadas regiões até o início da idade adulta. Pesquisas mostram, por exemplo, que a
mielinização nas áreas anteriores do cérebro se completa somente após os 21 anos ou mais.
Cabe destacar que o processo de desenvolvimento dos circuitos neuronais ocorre gradualmente sobre
aqueles já estabelecidos, daí a importância da formação dos circuitos fundamentais nos primeiros
anos de vida para o desenvolvimento futuro. Após o período de desenvolvimento inicial, o cérebro
ainda pode se modificar, e na verdade, o faz constantemente em resposta à experiência e aos
estímulos aos quais está exposto. Chamamos essa característica de Plasticidade cerebral, a
capacidade de constante remodelação, não só da função mas de sua estrutura, influenciada pela
experiência e que se estende ao longo da vida. Para determinadas funções, entretanto, a plasticidade
é máxima nos períodos iniciais da vida. Os chamados Períodos Sensíveis são momentos nos quais os
circuitos cerebrais específicos para formação de determinadas habilidades têm maior plasticidade e
têm um momento ótimo para ocorrer
As capacidades sensoriais são exemplos disso. Para o desenvolvimento das áreas cerebrais que irão
permitir a visão é necessária a ocorrência do estímulo luminoso. Se houver algum impedimento para
que a luz penetre no olho, como no caso da catarata congênita, a acuidade visual será deficiente ou
não irá se desenvolver. Se a catarata for removida cirurgicamente nas primeiras semanas de vida, a
plasticidade cerebral na área da visão permitirá que esta possa se estabelecer com maior
efetividade14–16. De forma semelhante, ouvir e perceber os sons é necessário para o
desenvolvimento cerebral da audição e da linguagem. Os bebês nascem com a capacidade de
distinguir os sons de todas as categorias fonêmicas existentes. A capacidade de discriminação
fonêmica universal vai se especializando conforme os sons aos quais o bebê é exposto, e já no
segundo semestre de vida ele será capaz de distinguir somente os fonemas da língua mãe. Seguindo
na dimensão da linguagem, a pronúncia e a proficiência gramatical possuem período sensível antes
da primeira década de vida, servindo como base para o aprendizado pleno da língua
posteriormente18–20. Funções cognitivas mais especializadas como atenção, memória, planejamento,
raciocínio e juízo crítico começam a se desenvolver na primeira infância por meio de habilidades como
controle de impulsos, a capacidade de redirecionar atenção e de lembrar de regras. Os circuitos
cerebrais responsáveis por tais funções serão refinados durante adolescência até a maioridade, mas
as conexões fundamentais começam a se estabelecer nos primeiros anos de vida Dessa maneira, a
construção dos circuitos cerebrais é altamente influenciada pelas experiências no início da vida,
diretamente mediadas pela qualidade das relações socioafetivas, principalmente pelas interações da
criança com seus cuidadores. A aquisição de competências mais complexas no futuro depende de
circuitos mais fundamentais que surgem nos primeiros meses e anos de vida. Isso é válido para as
diferentes dimensões ligadas às funções cerebrais, sejam elas perceptuais, cognitivas ou emocionais.
Se por um lado os Períodos Sensíveis permitem a construção ótima de habilidades, por outro são uma
grande janela de vulnerabilidade a potenciais efeitos nocivos do meio22. Nessa fase de crescimento a
estrutura cerebral é altamente receptiva e a ausência de estímulos, ou a ocorrência de estímulos
negativos, podem deixar marcas duradouras, não somente pela elevada vulnerabilidade dos
indivíduos nessa fase de desenvolvimento, mas também pelo efeito cumulativo desses fatores ao
longo da vida. Estímulos negativos são tipicamente estudados como causadores de estresse
excessivo. Pode-se definir estresse como um “estado de prontidão” fundamentado em reações
fisiológicas que deixam o organismo alerta e preparado para se adaptar e enfrentar situações
ameaçadoras ao seu equilíbrio, com elevação da frequência cardíaca, da pressão arterial e liberação
de certos hormônios na corrente sanguínea. O sistema de resposta ao estresse compreende os
sistemas nervoso, hormonal e imunológico, e o chamado eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal é o
principal responsável pela regulação da resposta ao estresse.
Ele e amplamente estudado, uma vez que o sistema nervoso central responde diretamente a este
eixo, notadamente por meio da elevação do hormônio cortisol. Até certo grau, o estresse é necessário
para o desenvolvimento saudável, podendo ser considerado “benigno”. É o que acontece, por
exemplo, quando uma criança está em um lugar desconhecido e se sente insegura, com medo ou
frustrada. Tais situações geram breves alterações nos parâmetros fisiológicos. Se a criança é capaz
de aprender a se ajustar, modulando sua resposta, por exemplo, ao contar com o apoio de
relacionamentos seguros e afetivos, os parâmetros fisiológicos retornam à normalidade sem maiores
consequências futuras. O estresse prolongado, ininterrupto ou repetitivo, entretanto, leva à
desregulação no sistema neuroendócrino, causando danos ao organismo, podendo ser chamado de
estresse “tóxico”. Crianças que crescem em ambientes desfavoráveis, expostas à negligência, abuso
ou maus-tratos, por exemplo, possuem quantidades mais elevadas de cortisol. Estudos demonstram o
efeito do estresse nocivo no cérebro em desenvolvimento, podendo alterar a formação de circuitos
neuronais, comprometer o desenvolvimento de estruturas como o hipocampo (região cerebral
essencial para o aprendizagem e memória) e retardar o desenvolvimento neuropsicomotor. O estresse
tóxico afeta também outros órgãos e sistemas, como o coração e o sistema imunológico, podendo
aumentar o risco de doenças agudas como infecções e problemas de saúde na vida adulta - incluindo
doenças cardiovasculares, diabetes, síndrome metabólica, transtorno de ansiedade e depressão,
entre outras afecções

DESDE O INÍCIO DA VIDA A CRIANÇA DEVE SER CONSIDERADA EM SUA INDIVIDUALIDADE,


COMO SUJEITO ATIVO DO SEU DESENVOLVIMENTO, CAPAZ DE SE EXPRESSAR, INTERAGIR
E BRINCAR TANTO POR INICIATIVA PRÓPRIA COMO EM RESPOSTA AOS ESTÍMULOS
EXTERNOS.

O desenvolvimento do indivíduo é um processo dinâmico e maleável que ocorre por fatores genéticos,
condições do meio no qual está inserida e em função de seu próprio comportamento e ao modo como
interage com aqueles fatores. Cada criança tem uma bagagem genética, uma espécie de “código”
biológico, que não é determinante para a maioria das funções, mas que influencia os modos como ela
irá responder às mudanças que acontecem no ambiente em que se encontra10. No repertório das
interações incluem-se aquelas que são desencadeadas por iniciativa da própria criança ao agir sobre
as coisas (meio ambiente físico) e pessoas (meio ambiente social), assim como suas respostas às
mesmas. A criança tem um papel ativo nesse processo, adquirindo gradualmente habilidades para se
tornar independente e autônoma Os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil ocorrem
continuamente nas relações que a criança estabelece desde seu nascimento, iniciando com seus pais
e, depois, com cuidadores e professores, profissionais de saúde, outras crianças e indivíduos da
comunidade na qual está crescendo. Isto é, as crianças experienciam e aprendem no mundo através
dos relacionamentos socioafetivos, e estes, por sua vez, influenciam todos os aspectos do
desenvolvimento infantil. Além disso, ela também se beneficia de suas próprias ações em relação às
pessoas com que convive e aos objetos que utiliza em seu cotidiano e nas brincadeiras O estímulo ao
desenvolvimento neurológico é necessário, cabendo ao cuidador oferecer atenção, reagir às iniciativas
de interação infantil, servindo de referência para a criança. Interações que estimulam a afetividade
geram vínculos consistentes, os quais encorajam a autonomia e são necessários para que a criança
gradualmente entenda a si própria, sua importância na vida dos outros e futuramente na sociedade.
Por outro lado, relações com empobrecimento afetivo e negligência funcionam como fatores de risco
para distúrbios psicossociais no futuro7 . Uma série de estudos em crianças nascidas de mães que
sofriam de depressão, por exemplo, apontam para alterações na atividade cerebral normal durante a
primeira infância, maior ocorrência de distúrbios de comportamento e transtornos de conduta com
agressividade.
Um importante aspecto da experiência do desenvolvimento infantil, do ponto de vista da criança, são
as habilidades que ela adquire ao brincar, seja com objetos ou com pessoas. Por intermédio do
brincar, já desde os primeiros meses de vida, a criança aprende a explorar sensorialmente diferentes
objetos, a reagir aos estímulos lúdicos propostos pelas pessoas com quem se relaciona, e a exercitar
com prazer funcional suas habilidades. A medida que essas habilidades se tornam mais complexas, o
brincar oferece oportunidades para aprender em contextos de relações socioafetivas, onde são
explorados aspectos importantes como cooperação, autocontrole e negociação, além de estimular a
imaginação e a criatividade Apesar de sua indiscutível relevância, são escassos na literatura
nacional29 os estudos sobre a autonomia e o papel do brincar na criança pequena. Assim, da mesma
forma que se pesquisa e se enfatiza o papel do cuidador, devemos valorizar o comportamento da
própria criança que gradualmente adquire e aumenta seus recursos físicos, cognitivos, sociais e
afetivos para interagir consigo mesma, com outras pessoas e com o mundo. É necessária a promoção
de ambientes familiares e escolares focados na criança como ser ativo, nos quais ela se sinta segura
e onde sejam oferecidas situações nas quais ela possa explorar, brincar, e adquirir gradativa
autonomia e responsabilidade por suas ações, desde seus primeiros meses de vida.

FREQUENTAR CRECHE E PRÉ-ESCOLA DE QUALIDADE TÊM EFEITOS POSITIVOS NO


DESENVOLVIMENTO, AUMENTA O DESEMPENHO DAS CRIANÇAS EM EXAMES
PADRONIZADOS, MELHORA SEU RENDIMENTO ESCOLAR E SUAS CONDIÇÕES
ECONÔMICAS FUTURAS.

A educação infantil vem ganhando crescente atenção mundial, após a comprovação da sua
importância na formação e desenvolvimento das pessoas. As evidências empíricas indicam impactos
positivos da experiência da educação infantil, levando a diferenciais permanentes em diversos
indicadores de desenvolvimento e bem-estar futuros Concebidas para oferecer à criança um ambiente
protegido, com atenção, alimentação e estímulos, creches e pré-escolas muitas vezes servem
também como oportunidade para adição de outros programas destinados ao desenvolvimento infantil,
tais como suplementação nutricional e educação parental. O ambiente de educação infantil cria, desse
modo, uma série de oportunidades de atenção a infância de forma integral e continuada.

Os impactos positivos duradouros da educação infantil, entretanto, estão condicionados à qualidade


da intervenção oferecida61. A literatura internacional e nacional são unânimes em mostrar que a
frequência à pré-escola de qualidade tem impactos positivos e significativos sobre diferentes
dimensões de desenvolvimento e formação de capital humano, com benefícios que superam os custos
iniciais53,62,63. Dentre os benefícios documentados incluem-se ganhos no desenvolvimento cognitivo
no curto prazo, melhora nos níveis de aprendizado no médio prazo, e melhora na escolaridade e
renda no longo prazo. Isso contribui para a formação de adultos mais saudáveis, com maior
escolaridade, empregabilidade, qualidade de vida e portanto, com melhores condições de exercer sua
cidadania e contribuir para avanços sociais. Estudos salientam que, no caso da creche para crianças
de até 2 anos ou 2 anos e meio, a qualidade representa um fator determinante, ou seja, creches de
boa qualidade podem representar benefícios para o desenvolvimento infantil, mas creches de baixa
qualidade podem gerar prejuízos no desenvolvimento das crianças.
Avaliando-se a qualidade dos centros de educação infantil fica claro que estes não são apenas
ambientes de cuidado e proteção, pois oferecem muitas possibilidades para o desenvolvimento
cognitivo e emocional da criança. Na prática, a qualidade pode ser conferida por uma série de fatores
como: profissionais com bom nível de formação, atentos e responsivos às necessidades da criança e
engajados em promover o desenvolvimento infantil integral, distribuição em turmas pequenas com
números reduzidos de crianças por educadores conforme a faixa etária; currículos apropriados para
faixa etária com ambiente estimulante e voltado para alto nível de participação ativa da criança;
infraestrutura segura com rotinas de higiene e cuidado pessoal, entre outros. Segundo as pesquisas,
os fatores mais fortemente associados a bons resultados nas creches foram atividades e estrutura do
programa pedagógico, razão adulto-criança, e o número de crianças em cada grupo. O modelo de
atendimento em centros de educação infantil associado a atividades visando apoiar e orientar os pais
tem se mostrado bastante eficaz. A estruturação das atividades ao longo do dia e a formação
adequada dos educadores são importantes determinantes do desenvolvimento infantil nas creches.
No Brasil, políticas públicas pró-infância nas últimas décadas contribuíram para o avanço na cobertura
da educação infantil. Estudos nacionais confirmam que frequentar a pré-escola tem forte impacto
positivo sobre a escolaridade medida por meio de notas em português e matemática, aumenta as
chances de conclusão do ensino fundamental e tem efeitos sobre o salário na vida adulta. Há ganhos
na dimensão social (e em menor grau, mental), além de que frequentar a pré-escola pode contribuir
positivamente para o desenvolvimento psicomotor e para o desempenho cognitivo aos 5 anos.
Todavia, há evidências de desigualdades no acesso à educação infantil de qualidade e na oferta de
educação infantil entre os diferentes estados brasileiros, entre as zonas rurais e urbanas e para
grupos de renda e étnico/raciais diversos, sendo essas diferenças maiores na creche do que na pré-
escola. Crianças que crescem em ambientes desfavoráveis, expostas aos fatores de risco
previamente mencionados, tendem a se beneficiar ainda mais da educação infantil. Quando a
qualidade do ambiente familiar é comprometida, o benefício de frequentar a creche ou pré-escola é
mais evidente, possivelmente porque a criança passa a receber na escola parte dos estímulos que
idealmente receberia em casa. Tal afirmação é bem documentada em literatura internacional, quando
programas de alta qualidade foram implementados para população em risco, como anteriormente
abordado neste documento. No Brasil, há carência de estudos que elucidem melhor essas questões.
Sabe-se, porém, que a oferta de creches é decisiva para as famílias que procuram permanecer fora
do limite de pobreza.

A importância dos primeiros anos de vida para a aprendizagem tem implicações para a formulação de
políticas públicas e implantação de programas sociais voltados para os grupos de maior
vulnerabilidade socioeconômica do Brasil. Como visto, a avaliação de programas internacionais e
nacionais envolvendo amplas intervenções de cuidados pré-natais e infantis, capacitações de
professores, visitas domiciliares e envolvimento dos pais demonstraram ter impactos positivos e
duradouros sobre saúde, educação, emprego, renda e outros indicadores de bem-estar, podendo
mitigar efeitos de circunstâncias precoces desfavoráveis. A melhoria das condições de vida ocorrida
recentemente no Brasil, com a ascensão de 40 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média
nos últimos 10 anos, acelerou a demanda por serviços públicos destinados à primeira infância, tais
como vagas em creches e pré-escolas. Em resposta a isto, observou-se no passado recente uma
rápida expansão da rede de ensino infantil, em geral sem a preocupação com correspondente
avaliação dos efeitos obtidos. A ausência de avaliação é preocupante, uma vez que instituições de
baixa qualidade podem prejudicar o desenvolvimento da criança, e há evidências de que a qualidade
de nossas escolas infantis não seja particularmente elevada.
Além disso, a própria literatura internacional ainda busca descobrir quais as melhores práticas
curriculares e de gestão na educação infantil. Avaliações de impacto deste tipo de intervenção
sistemáticas vêm sendo estimuladas em diversos países como forma de que boas práticas sejam
descobertas e disseminadas. A falta de uma dinâmica consistente de implementação, avaliação e
divulgação dos resultados das intervenções atrasa o avanço dessa área de fundamental importância
no progresso do país. A implantação, avaliação e monitoramento de programas de qualidade são
cruciais na busca de efeitos duradouros e satisfatórios, permitindo ampliar e aprimorar os programas
que se mostrarem mais eficientes e interromper ou reestruturar os que não estiverem funcionando
adequadamente. O Brasil carece de bases de dados com informações amplas a respeito do
desenvolvimento infantil para além da saúde. Indicadores a respeito de motricidade, comunicação,
desenvolvimentos socioemocional e cognitivo, coletados regularmente em escala nacional, permitiriam
identificar a magnitude e localização de crianças com eventuais déficits, auxiliando no desenho de
políticas voltadas à prevenção e correção destes déficits. Grande parte da melhora observada em
resultados de saúde infantil citados anteriormente não teria sido possível se não houvesse esforço de
mensuração destes fenômenos em larga escala, com consequente elaboração de intervenções
específicas para resolvê-los. O progresso nas demais áreas associadas ao desenvolvimento infantil
depende significativamente da disponibilidade de indicadores sobre outras dimensões do
desenvolvimento, atualmente escassos. Finalmente, a informação deve ser disseminada também
entre diferentes áreas governamentais, permitindo maior integração dos diversos entes públicos.
Políticas públicas para promoção do desenvolvimento infantil devem ter ampla atuação intersetorial
envolvendo saúde, educação, assistência social e econômica. Nenhuma área de investimento
isoladamente é capaz de garantir o sucesso no desenvolvimento das crianças. Há demanda de uma
série de investimentos em diferentes áreas principalmente para que se contemplem as populações em
maior desvantagem no Brasil. Isso beneficia as crianças que nos últimos anos escaparam da
desnutrição e da mortalidade por doenças infecciosas e que hoje têm melhores condições de
desenvolvimento e aprendizagem, permitindo que possam atingir pleno desenvolvimento de seu
potencial cognitivo, emocional e social.

Saúde Coletiva: ambiente saudável


Organização do trabalho pedagógico – cuidados essenciais na creche: sono, higiene e
alimentação.
Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais da criança e a
igualdade racial
(cartilha oficial no final da apostila)
A importância do lúdico no desenvolvimento de jogos, brinquedos, brincadeiras na Educação
Infantil.

Jogos e brincadeiras na educação infantil Há muito séculos atrás já existia o jogo, a brincadeira,
quando a maioria das pessoas a utilizava para se distrair com os amigos, famílias, vizinhos para
passar o tempo, sempre foi uma diversão. O que ninguém pensava era como uma simplesbrincadeira
ou um jogo poderia influenciar tanto no desenvolvimento da criança desde bebê. Consequentemente,
ao passar dos anos, estudos comprovaram como a brincadeira e o jogo podem ajudar o processo de
aprendizagem da criança, vindo a se fortalecer de geração para geração em diferentes sociedades,
cultura e linguagens. Tanto o jogo quanto a brincadeira, tem um papel muito importante, é preciso
deixar a criança em total liberdade seja sozinha ou em grupo, para assim, desenvolver um momento
de explorar a imaginação, o prazer, a alegria, raciocínio e habilidade. Scherer (2013) já dizia que a
criança começa através dos jogos a se conhecer desde pequena, primeiramente sendo realizada pelo
prazer, logo após surge o descoberta de sua linguagem na qual fica caracterizada o seu mundo do faz
de conta, desenvolvendo assim, toda sua criatividade e interação social. A brincadeira também é
essencial para que a criança possa descobrir sua própria identidade, quando a criança nasce ela já
percebe através de um brinquedo aquela curiosidade em pegar, apertar mexer, jogar, é o momento
que começa a se identificar com seu objeto, interessar-se por ele, seja para morder, jogar no chão, se
lambuzar, mas é naquele momento em que está havendo a interação. O jogo e o brincar são uma das
atividades mais importantes para a infância, pois por meio delas, a criança pratica diariamente a sua
autonomia, representando um determinado papel na brincadeira, desvendando regras para o jogo,
criando uma pessoa totalmente independente para se expressar. O jogo e a brincadeira estimulam o
raciocínio e a imaginação, e permitem que a criança explore diferentes comportamentos, situações,
capacidades e limites. Faz-se necessário, então, promover diversidade dos jogos e brincadeiras para
que se amplie a oportunidade que os brinquedos podem oferecer. (Naliin,2005, p.26) Destaca-se o
jogo como um instrumento fundamental no ambiente escolar, muitas vezes competitivo, onde as
crianças se sentem curiosas para chegar a tal ponto do jogo, sendo bastante trabalhado seu
desenvolvimento. A criança passa a identificar os pontos negativos que é quando se perde, e os
pontos positivos, que é quando se ganha o jogo, manifestando o seu jeito de interagir com seu amigo,
sendo de extrema importância ressaltar no momento do jogo como que pode ocorrer o processo de
aprendizagem, deixando a criança desenvolver sua autonomia, seu espaço, ter seu ponto de vista ,
diferentemente da opinião do adulto, fazendo com que ela chegue à conclusão de suas próprias
dificuldades. Para Pereira e Souza (2015), o jogo é essencial para a vida de uma criança, pois ela
começa a descobrir suas habilidades, seus erros, seus acertos, como um treinamento praticado no dia
a dia, desenvolvendo a construção de seus valores e suas crenças. Hoje em dia, as crianças são
muito automáticas, aprendem muito rápido, gostam de invenções, criam personagens, etc. O jogo,
muita vez, é percebido como algo desafiador, competitivo, no qual, a criança vai além de sua
imaginação. O brinquedo torna-se um objeto muito importante, pois é ele que mostra o
desenvolvimento que a criança apresenta em determinada fase. Quando a criança cria um objeto por
meio de sua imaginação, sabe-se que está havendo transformações do desenvolvimento dela com o
objeto. Portanto, observa-se que o brincar não é apenas um momento em que a criança se diverte,
mas sim um momento em que ela se comunica consigo mesma, buscando manter a comunicação
com o mundo.
Segundo (Varoneli, 2007, p.5) A brincadeira favorece ainda o desenvolvimento da autoestima, da
criatividade e da psique infantil, ocasionando mudanças qualitativas em suas estruturas mentais.
Através das brincadeiras, as crianças desenvolvem também algumas noções de grande importância
para a vida em sociedade, como a noção das regras e também dos papéis sociais. Quando falamos
do brincar como aliado no desenvolvimento da criança, vale considerar o que a criança necessita em
tal momento, ou seja, de como ela está agindo durante uma brincadeira, muitas vezes ela está
passando por algum problema e só quer se expressar através do brinquedo. É muito importante que
haja a observação da criança por parte do adulto, saber entendê-la com calma e saber ouví-la.
Medeiros (2008) ressalta como é importante preencher o tempo da criança, saber explorar o momento
da brincadeira, deixá-la refletir sobre sua realidade, não interrompê-la, dizer o modo certo de brincar,
pois cada criança tem seu jeito, seu modo, seu tempo, observar como está sendo a socialização com
seus amigos, identificar a necessidade deles de saber, observar, questionar, pensar e compartilhar. O
lúdico, além de ser considerado um método de ensino aprendizagem, trás diversão para as crianças e
também para os adultos, é uma boa maneira para se distrair, brincar juntos, fazer com que ele seja
muito importante para todos nós, não um passatempo ou bobagem, mas sim algo que esteja sempre
nos desenvolvendo intelectualmente. A criança gosta de ser independente, de criar seu próprio mundo
sozinho, muitas vezes se espelha no adulto que está por perto. Na escola, por exemplo, a criança se
apega muito no professor, pois convivem no dia a dia. Nas horas vagas tem criança que gosta de
brincar de escolinha, imitando o seu professor nas falas, nos gestos, ou seja, pode-se ressaltar como
a criança é observadora, pois está ligada em tudo que se passagem volta dela. Em casa também os
filhos gostam muito de imitar os pais, mas não é à toa que a criança imita, ela gosta de explorar sua
imaginação, entrar no mundo do faz deconta. (Andrade, 2011)
O papel do professor nos jogos e brincadeiras na educação infantil A interação do professor com a
criança na sala de aula também é muito importante. Professores acomodados, que se preocupam em
terminar logo o dia para irem embora, que se deixam levar pelo método tradicional, que não deixam as
crianças brincarem, que acham tudo uma bobagem, acabam prejudicando o desenvolvimento do
processo da aprendizagem da criança. Se todos os profissionais de uma escola partissem com os
recursos necessários, com pensamentos ligados à preocupação do processo de aprendizagem das
crianças talvez fossem diferentes. Todas as escolas precisariam ter brinquedos, uma brinquedoteca,
saber dar o valor real à eles, para que haja espaços onde as crianças de sintam mais a vontade, livres
e que tenham incentivo do professor em um momento de distração, prazer, interação e autonomia.
Segundo (Morais, 2008, p.41) Somente um profissional bem preparado saberá da importância desse
período em que as crianças passam em suas vidas para seu processo de aprendizagem e
crescimento. Em seus primeiros anos de vida, a criança fatalmente vive experiências que marcarão o
seu perfil emocional e educacional pelo resto da vida. Todo o perfil da pessoa adulta, todo esse
momento de construção de caráter, dependerá também do papel desempenhado pelo professor.
Certamente as primeiras habilidades, boas competências e até deficiências da criança já poderão ser
notados e, se o caso, aprimorados ou tratados desde já. O professor passa a ser o ponto principal
para a aprendizagem da criança, desde o berçário, onde os bebes já começam a se descobrir
sozinhos, mas com o incentivo do professor o desenvolvimento é muito maior. Ele descobre a
necessidade da criança, como é primordial a interação, o afeto no dia a dia, e assim, a escola passa a
ser a sua segunda casa, onde fica depositada sua confiança
Cândido (2014) passa a ideia ao educando que o brincar é direito de todas as crianças, não tem hora
e nem lugar. Na na sala de aula por exemplo, os professores podem usar materiais que já são
utilizados no dia a dia, como lápis de colorir, tinta, massinha, onde as crianças possam ter a liberdade
de se expressar, explorar a imaginação desenhando, brincando com tinta, ao ar livre, confeccionando
desenhos com as massinhas, tudo isso partindo do desejo da criança, de como ela poderia produzir,
sem que o professor interromper, deixando a criança se levar, oferecendo seu apoio. Seria uma aula
diferente, onde os processos de aprendizagem das crianças aconteceriamde forma natural, positiva e
feliz. Na maioria das escolas, muitas vezes faltam recursos pedagógicos, o que dificulta o professor a
querer trabalhar de maneira diferente com seus alunos, materiais que ajudariam a aplicar um jogo
divertido e até mesmo o desenvolvimento de diversas brincadeiras acabam sendo deixadas de lado
por falta de suporte da escola. O professor acaba tendo que se virar nos trinta para conseguir realizar
uma aula diferente e dinâmicacom seus alunos. A falta de recurso pode dificultar o modo de trabalhar
do professor, mas não é impossível ter uma boa aula com jogos e brincadeiras. Bastam criar
brinquedos e jogos por exemplo, com materiais recicláveis, aproveitando para ensinar as crianças a
reciclar e também contar com a participação das mesmas na confecção dos materiais. O espaço, o
ambiente conta muito, jogar ou fazer uma brincadeira dentro de uma sala de aula acaba não
incentivando as crianças, deixando-as cada vez mais agitadas, pois um ambiente fechado não
possibilita que a criança se expresse de maneira natural,é preciso levar a criança ao ar livre, para que
ela possa se sentir em total liberdade como ar, a natureza, isso ajuda bastante a criança a se
conhecer. (Bezerra,2011) O professor precisa observar a forma como são vivenciados os jogos e
brincadeiras na sala de aula, observar o que as crianças realmente elas necessitam na hora que estão
brincando ou jogando, pois muitas vezes passa despercebido pelo professor algumas reações da
criança quando está no seu momento lúdico, a falta de interesse. Algumas crianças passam por
problemas em casa e é através das brincadeiras lúdicas que elas demonstram o que realmente estão
sentindo. Portanto, devem destacar o desenvolvimento dos jogos e brincadeiras como a fase mais
importante da vida de uma criança, tratando como uma ferramenta pedagógica, possibilitando com
que as crianças se desenvolvam de forma significativa e prazerosa. Cabe ao professor saber como
aplicar os jogos na sala de aula. Segundo (Ribeiro, Souza, 2011, p. 36) O professor dever possuir
característica básicas de observação, ter Olhos e ouvidos bem atentos e sensibilidade para perceber
as necessidades de seus alunos. E estar sempre buscando novas descobertas. Dessa forma deve
observar as necessidades, assim como as capacidades sociais. Existem várias tipos de
personalidades nas crianças, tem aquelas mais extrovertidas que gostam de interagir com todos e tem
as mais tímidas que ficam mais isoladas. Durante o jogo é possível observar as crianças que acabam
se destacando mais, aquelas que gostam da competição, de ganhar, mas tem aquelas que preferem
perder por vergonha muitas vezes ou ser café com leite. Nas brincadeiras é possível também observar
as crianças que gostam por exemplo, de ser o papai e a mamãe e outra, os filhinhos, nesse momento
é muito importante que o professor possa observar as características das crianças, se uma criança
precisa de mais atenção por ser tímida, por exemplo, a timidez pode atrapalhar muito uma criança e
se não tratar pode permanecer na fase adulta, dificultando a criança de interagir com outra durante a
vida toda. É muito importante que o professor saiba das necessidades das crianças, que as possam
ajudar a vencer o medo, a timidez e é durante o jogo ou uma brincadeira que pode-se perceber como
a criança pode ser expressar por meio das outras. Morais (2008), afirma que é importante que o
educador participe, interaja junto com as crianças, jogue e se divirta com eles, pois, é naquele
momento que ela estará passando sua total confiança para eles. Modelando suas aulas de maneira
que os alunos se sintam mais à vontade e mais próximo do professor, tendo liberdade para se
expressar, faz com que a aula fique com um gostinho de quero mais. Além de a criança gostar muito,
faz com que o professor retome o verdadeiro sentido do brincar, colocando em prática o que muitas
das vezes passa despercebido.
A interação do professor com a criança traz muitos benefícios, pois contribui para a aprendizagem no
dia a dia e também para a formação de atitudes da criança durante alguma brincadeira por exemplo. A
escola exerce uma função muito importante, a de abrigar as necessidades das crianças, sendo
responsável pelo ensino aprendizagem, processo cognitivo em que criança percorre ao longo do
caminho e de ser um apoio para as dificuldades que possam surgir, incluindo a criação de um
ambiente favorável, onde o professor possa se expressar e sentir-se também acolhido, para assim
fazer um trabalho significativo.(Barbosa, 2004) O professor pode buscar seguir novos métodos que
possibilitem um ensino mais livre, que não envolva tantas regras que a escola impõe. Vivenciar os
jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos indispensáveis, colocar em prática o que as crianças
verdadeiramente necessitam para se desenvolver no processo cognitivo, e na construção do
conhecimento. Segundo (Pellegrine, p.21) É necessário que o professor procure ampliar cada vez
mais as vivencia criança com o ambiente fisico, com brinquedos, brincadeiras, e com outras crianças.
Um ambiente fisico muito ajuda a diversificar as experiências na criança, permite que ela se
estabeleça relações, descubra e aprenda. Considerando que cada professor possa saber aproveitar o
momento, seja em um ambiente aberto ou em uma brinquedoteca, saber manusear a aula para que
ela fique dinâmica, tentar buscar brincadeiras e jogos que darão certo com cada tipo de espaço, não
impor regras para a criança, deixar que ela mesma explore o ambiente que está sendo trabalhado
para que então busque despertar a curiosidade, tentar colocar em prática experiências já vivenciada
por elas. Alberguine (2012) ressalta que o educador precisa ter um conhecimento prévio sobre os
processos cognitivos em que a criança se encontra, para assim ela observar o que realmente ela
precisa. Muitas vezes pensa-se que a brincadeira não está acrescentando nada na vida da criança,
pelo contrário, toda criança precisa se expressar de alguma forma, seja rindo, demonstrando raiva,
brigando, chorando. A observação da criança pelo professor é indispensável, pois a mesma sempre
demonstra o que está sentindo. Ter uma olhar especial para a criança, saber o que ela realmente
precisa no momento em que está interagindo com o outro, elevar seus limites acima do que ela é
capaz, por mais simples que seja um jogo, deixá-la fazer do jeito dela, do modo que saiba de como
vencer. A afetividade do professor com seu aluno conta muito, é preciso dar mais do que uma simples
aula ou querer que as horas passem correndo para ir embora ou para um café, não ter paciência,
pode ser algo prejudicial em uma sala, um carinho, uma atenção, um afeto pode ajudar muito para que
a criança sinta-se protegida diante algum problema. Cadorin e Morandini (2014) passam a ideia de
que o professor deve estar preparado para aplicar o lúdico na sala de aula ou no ambiente livre,
planejar, adequar para que seja uma aula agradável, que as crianças sintam prazer, alegria de estar
alí, ou seja, que seja muito valorizado o convívio do professor com o aluno. Ter o recurso pedagógico
também é fundamental. Preparar as aulas com antecedência ou elaborar materiais pedagógicos com
a participação dos alunos, também seria uma aula dinâmica, para que eles produzissem seus próprios
jogos, seus brinquedos, contribuindo para com a interação de todos. Ensinar as crianças, a saber,
como dividir, compartilhar, seria uma boa maneira de demonstrar também que todos tem o direito de
jogar, de brincar, sem que se sintam donos dos objetos e que saibam respeitar suas diferenças. É de
suma importância que o professor saiba trabalhar com a turma as diferenças que possam surgir entre
as crianças durante as atividades. O educador precisa ser preparado para passar a ideia que o lúdico
é para que todos pratiquem com harmonia, diversão, sem brigas ou desentendimentos, ressaltar a
elas que todos terão a oportunidade em participar das atividades. Para que assim, no futuro, possam
ser adultos capazes de se comportar, refletir diante algum problema ou dificuldade. Para tanto, ser um
bom professor requer o domínio da matéria, a competência para ensinar, a preocupaçao com os
métodos de aprendizagem, e a aceitação afetiva inserida no convívio harmonioso com os alunos, para
que haja construção de saberes e competências que valem para uma vida toda e não momento da
apenas no aprendizagem. Portanto, professor que quer garantir uma aprendizagem significativa para
os seus alunos precisa ter em mente a importância da relação interpessoal em sala de aula.
(Rodrigues, 2013, p.25).
O educador é a chave principal para seus alunos, é a partir dele que as crianças irão saber o ponto de
partida, de como seguir, pois sua confiança esta toda depositada nele. O presente artigo teve como
objetivo compreender a contribuição dos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico no processo
de aprendizagem das crianças da educação infantil. Transmitir a importância dos jogos e das
brincadeiras como uma contribuição para a aprendizagem na educação infantil, sendo um dos
principais fatores no desenvolvimento das crianças. Evidenciar a postura do professor com as crianças
quanto à utilização dos jogos e brincadeiras, para que as crianças possam vivenciar o lúdico de forma
correta.

A organização do tempo e do espaço nas atividades da Educação Infantil

A Educação Infantil, assim como a Educação de um modo geral, ainda faz parte de uma idealização
utópica da sociedade. Seja pela falta de políticas pedagógicas efetivas, propostas pedagógicas firmes
e comprometidas ou pela falta de conhecimento deste campo, pode-se afirmar que esta realização
ainda soma um desafio social. Acompanhamos, portanto, uma realidade em que muitos projetos não
são valorizados, em que há um desconhecimento do significado do exercício pedagógico e que não
oferece condições para que as legislações se concretizem.

Neste contexto, sabe-se que a interação, a troca de experiências, o estímulo, a apropriação dos
diversos conhecimentos na Educação Infantil, são fundamentais para garantir à criança o seu
desenvolvimento e consequente formação integral como ser humano. Mas então perguntamos como
trabalhar neste sentido de desenvolvimento, trazendo significado para esta prática, se, como
educadores, temos “em mãos” uma classe heterogênea, muitas vezes sem apoio familiar, tendo ainda
em desvantagem estes desafios já caracterizados? E, ainda assim, como trabalhar atividades com a
criança sem interferir, no papel de adulto, em suas atitudes e interações promovendo a autonomia e a
criatividade?
Conforme Maria Barbosa e Maria Horn (2001), é necessário que haja uma sequência de atividades
diárias que sejam pensadas a partir da realidade da turma e da necessidade de cada aluno. Neste
momento, é essencial que haja a sensibilidade do Educador para entender a criança como sujeito
ativo, reconhecendo as suas singularidades, considerando não somente o contexto sociocultural deste
aluno como também o da instituição.
Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las dentro tendo presentes as
necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene, e à
sua faixa etária; as necessidades psicológicas que se referem às diferenças individuais como, por
exemplo, o tempo e o ritmo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas; as
necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida, como as
comemorações significativas para a comunidade onde se insere a escola e também as formas de
organização institucional da escola infantil. (BARBOSA, HORN, 2001, p. 68).
Deste modo, entendendo a turma como um espaço heterogêneo, tendo em vista a faixa etária, o
histórico, as necessidades biológicas, psicológicas, sociais e históricas de cada criança, devemos
pensar em atividades diversas, as quais deverão envolver as crianças e assim estimular a partir do
dia-a-dia o desenvolvimento de uma série de habilidades.
Esta organização do tempo que se repete diariamente, o que chamamos de rotina, deve ser
construída a partir deste conjunto de atividades que possibilitam, entre outras competências, a
iniciativa, a segurança, a confiança etc.
Para proporcionar estas atividades é necessário, sobretudo, fazer um planejamento pensando nos
momentos mais adequados e no local em que serão realizadas.
Sabendo que tudo no ambiente escolar exerce influências na educação da criança, sejam as cores, a
arrumação da sala de aula, o refeitório, os banheiros, o espaço externo, pensamos que a organização
dos espaços na Educação Infantil é essencial, pois desenvolve potencialidades e propõe novas
habilidades cognitivas, motoras e afetivas. Deste modo, as aprendizagens que acontecem dentro dos
espaços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a
criança como umas das construtoras de seu conhecimento.
O espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela
realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela.
(LIMA, 2001, p.16).
Buscando uma perspectiva de sucesso para a aprendizagem, é preciso que a organização deste
espaço seja pensada como um ambiente acolhedor e prazeroso para a criança, ou seja, um lugar
onde as crianças possam brincar e criar suas brincadeiras sentindo-se estimuladas e autônomas. O
espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a sua faixa etária, isto é,
propondo desafios que a farão avançar no desenvolvimento de suas habilidades.
Neste sentido, pensamos que a professora da Educação Infantil deve tomar consciência da
importância de ofertar espaços ricos de informações na vida das crianças, passando a reconhecer a
seriedade das trocas que ocorrem nos espaços oferecidos como um fator essencial na vida dos
alunos.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil:
A proposta pedagógica das Instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança
o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de
diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito,
à dignidade, à brincadeira, à convivência e a interação com as outras crianças. (BRASIL, 2010, p. 18).
Partido deste pressuposto, entende-se que para que esses objetivos sejam alcançados é necessário
que a organização das atividades no tempo e no espaço assegure para além do reconhecimento das
especificidades etárias ou da utilização ampla dos espaços externos ou internos, o direito a ser
criança, e ao reconhecimento da importância da sua participação ativa neste processo.
Assim, é preciso repensar sobre esse espaço e suas proposições, reconhecendo as instituições de
Educação Infantil como um ambiente heterogêneo, plural, rico em aprendizagens, brincadeiras,
fantasias e sonhos. Dessa forma, torna-se imprescindível que os espaços sejam planejados e
pensados em prol do desenvolvimento de cada criança.
Rotina na Educação Infantil

No primeiro, discute-se a rotina na Educação Infantil, enfatizando as especificidades da creche como


lugar de cuidar e educar. No entanto, para compreender esta análise, foi necessário, primeiro, refletir
sobre o que seria rotina, inter-relacionando ao conceito de cotidiano. Afinal pode existir uma rotina que
aprisiona, se for alienante e sem planejamento ou pode existir uma rotina planejada e imprescindível
para um atendimento de qualidade na creche, que contribua, inclusive, para o desenvolvimento da
autonomia na primeira infância. No segundo capítulo, apresentamos as características da rotina na
creche e suas contribuições para o desenvolvimento infantil. Sua principal característica para tal
contribuição é que seja planejada, considerando as necessidades e possibilidades do universo infantil.
Neste sentido, discutimos a rotina como fato constituinte da autonomia e afetividade na primeira
infância. No capítulo seguinte, compartilhamos nosso caminho na pesquisa, enfatizando a rotina do
cuidar e do educar em duas creches guarabirenses distintas. Discorremos também sobre a ação
colaborativa que subsidiou a realização de uma oficina formativa com diretores e monitores de
creches, ressaltando a proposta de rotina que foi construída a partir da pesquisa de campo. Por fim,
procedemos com a análise dos dados obtidos na pesquisa de campo, considerando as falas das
participantes sobre a Rotina na Educação Infantil. Concluímos que no contexto da Educação Infantil
temos um longo caminho a percorrer quando falamos da rotina do cuidar e educar na primeira
infância. Os espaços nas instituições educativas precisam planejar seu trabalho, proporcionando aos
pequenos um ambiente que desperte a magia em explorar a partir de suas curiosidades e desejos,
contribuindo de forma qualitativa para o processo de aprendizagem.

Para começarmos a falar de rotina, consideramos necessário discutir sobre cotidiano. isso porque,
normalmente, rotina e cotidiano são termos que, no senso comum, são confundidos ou tidos como
muito próximos.
Na verdade, cotidiano vem tornando-se cada vez mais uma categoria de análise em diferentes
campos das Ciências Sociais, especificadamente depois do século XVIII. É o que analisa Barbosa
(2006), ao dizer que foi somente a partir deste período que, através da arte, os cientistas sociais
passaram a considerar e analisar a relevância e a originalidade do cotidiano. Por meio da literatura,
nos romances, consagrou-se a narração da história da vida das pessoas, assim como a pintura da
época passou a ilustrar e evidenciar a magia das atividades vivenciadas por homens, mulheres e
crianças nos acontecimentos realizados durante o dia. Diante disso, houve a significação dos ‘micro
acontecimentos’, que apresentavam pequenos retratos do mundo e das relações humanas, como
representação da dialética construção e reconstrução da cultura humana. Assim, passou a ficar em
evidência, compondo objeto de análise de diferentes campos das Ciências que versam sobre a vida
humana.
Nesse sentido, o estudo sobre o cotidiano foi ganhando espaço nas reflexões de áreas como
Sociologia, História e, especialmente, Antropologia. Na verdade, o cotidiano não só ganhou corpo
enquanto objeto de estudo, mas se tornou uma importante variável a ser considerada nas estratégias
metodológicas de pesquisa. Especificadamente, a História como campo do conhecimento contribuiu de
maneira singular nesse processo, ao inserir o dia-a-dia em suas discussões, para refletir sobre os fatos
históricos. Já a Antropologia foi mais além na sua colaboração, quando dimensionou um novo olhar
sobre o cotidiano, enfatizando sua relevância na construção teórica das Ciências Sociais.
Mas afinal, qual a relação entre cotidiano e rotina, tema de nosso trabalho? Barbosa (2006) discute
que o cotidiano engloba todo o fazer humano, ou seja, faz parte de nossas vidas e nos acompanha
em todos os momentos, sendo impossível prever a todo o tempo, uma vez que podemos agir com
liberdade a partir do ritmo particular de cada um de nós, ou ainda de acontecimentos casuais,
inesperados. Desde os nossos primeiros anos de vida, estamos inseridos em um cotidiano. Na
medida em que crescemos, vamos aprendendo a lidar com situações que envolvem regras, hábitos e
tradições do grupo cultural ao qual pertencemos. Isso significa que as relações sociais, e nosso
cotidiano, são frutos de um processo culturalmente produzido e reproduzido na coletividade. O
homem da contemporaneidade tem um cotidiano diferente daquele da Idade Média, por exemplo.

Este contexto social em que estamos inseridos também é estruturado por atividades relacionadas às
nossas necessidades biossociais, como comer, dormir e se divertir, bem como por compromissos
sociais, como trabalhar e estudar. Temos tempos marcados para estruturar estas atividades em uma
sequência rotineira. São ações previsíveis que preenchem o dia-a-dia humano, desenvolvidas em
um espaço-tempo social contidas na organização do cotidiano. É a nossa rotina.

Desta forma, a rotina é um eixo que é regido por um padrão fixo, comandando o ritmo e as ações da
vida cotidiana em várias esferas da nossa vida. Neste sentido, Barbosa (2006, p.
37) reflete que: é necessário diferenciar a vida cotidiana, em sua complexidade e em sua amplitude, das
rotinas, isto é, de uma racionalização ou de uma tecnologia constituída pelos seres humanos e pelas
instituições para organizar e controlar a vida cotidiana. Assim, a rotina é apenas um dos elementos que
integram o cotidiano.

A autora aponta que a constituição do cotidiano não está vinculada a atos repetitivos e rotineiros, mas é
paralela às várias direções do fazer humano no decorrer de sua existência. Portanto, os termos cotidiano
e rotina são distintos. A rotina está dentro do cotidiano, em uma análise simplificada, ou seja, a primeira é
um complemento que faz parte do segundo. Envolve a organização da vida das pessoas, tanto nas
atividades relacionadas ao trabalho quanto ao aspecto pessoal, tendo a função de programar atividades
diárias, que se tornam auomatizadas.

s atos repetitivos do dia-a-dia, então, são regulados pela intenção de facilitar o cotidiano das pessoas.
Isso porque seria impossível, ainda mais nos dias atuais de muito trabalho, organizar, a todo instante, o
que vamos fazer nos próximos momentos. O tempo despendido para isso seria, inclusive, prejudicial
para o desempenho das próprias atividades. Então a rotina estabelecida é necessária para a vida
humana.
No entanto, uma automatização desta rotina pode torná-la alienante e aprisionante. Se não for
planejada e com significado, o sujeito não tem uma visão mais ampla de suas ações e do que faz
habitualmente. Quanto a esta questão, Siqueira (1992, p.5) explicita que “a vida é constituída de uma
rotina, às vezes sistematizada, às vezes fragmentada, depende de nossa organização”. Dessa forma,
podemos afirmar que a condução do tempo e estruturação do espaço deve estar inclusa na rotina, uma
vez que qualquer situação programada relacionada à jornada diária é estruturada não só no tempo,
mas envolve a utilização do espaço. As distâncias também compõem nossa rotina e envolve nosso
sequência de atividades. Por esse motivo, devemos construir um espaço para cada coisa, um tempo de
qualidade para que a exploração do ambiente tenha significado. É fundamental compreendermos que o
espaço é parte integrante da ação humana, a qual permite ricas e variadas interações sociais.
Depende também de nossas concepções e escolhas estruturar os passos que trilhamos nas
vivências cotidianas.
Mesmo a hora de dormir, por exemplo, pode ser relacionada com esta possibilidade de escolha (exceto
nosso horário de trabalho, é claro). Ter clareza de conduzir nosso próprio percurso é a primeira ação
para traçarmos um plano que possa rever hábitos. Pensar em mudanças e melhorias para nossa vida.
Estamos falando de uma rotina estruturada, planejada, que evite a alienação e a fragmentação da ação
humana.

Vimos que a rotina envolve a realização de atividades tanto fisiológicas quanto sociais. Está presente na
organização e coordenação de todas as esferas humanas. Na escola não é diferente. Especialmente na
Educação Infantil, campo de nossa pesquisa. A rotina, para as crianças pequenas não está relacionada
somente a organização do tempo e do espaço educativo, mas implica também na sua constituição
enquanto ser humano.
As instituições de Educação Infantil necessitam de uma rotina orcrianças a se desenvolverem como
seres plenos. Tais instituições devem ter espaços educativos que oportunizem socialização, descobertas,
experiências e aprendizagens a partir de uma rotina planejada, reconhecendo a criança como cidadã
detentora de direitos e saberes, promovendo, assim, uma educação para humanização.

A rotina envolve a organização da ação educativa e tem sido cada vez mais vista como um elemento
essencial para a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil, na medida em que pode
contribuir para o desenvolvimento da autonomia e sociabilidades dos pequenos, contribuindo para seu
crescimento enquanto sujeito.
Porém, no histórico da Educação Infantil, a rotina foi um tema pouco discutido, apesar de estar no
cotidiano das instituições deste nível de ensino, tanto na organização dos tempos quanto nas
estruturações e usos dos espaços. Importante retomar a clareza de que este tema também foi pouco
investigado na Educação Infantil, em especial nas creches, porque esta última só passou a ser
considerada como instituição educativa em 1996, como apontado no capítulo anterior. Como exemplo,
em Guarabira, localidade em que trabalham as duas participantes da pesquisa de campo de nosso
estudo, as creches só passaram a ser responsabilidade da Secretaria de Educação em 2010, ano limite
que o governo federal estipulou para que este processo acontecesse, transformando, de fato, a creche
em espaço educativo.

Rousseau, Pestalozzi, Froebel e Maria Montessori, e aparecem de modo mais visível nas propostas
contemporâneas de educação infantil”. Na verdade, reafirmamos que a rotina é primordial para a
qualidade do atendimento ofertado na Educação Infantil, concordando com Zabalza (2008, p. 52) quando
analisa que: as rotinas desempenham um papel importante no momento de definir o contexto no qual as
crianças se movimentam e agem. As rotinas atuam como as organizadoras estruturais das experiências
quotidianas, pois esclarecem a estrutura e possibilitam o domínio do processo a ser seguido e, ainda,
substituem a incerteza do futuro por um esquema fácil de assumir.
Deste modo, é conveniente insistirmos que, ao conceber a rotina no contexto da Educação Infantil,
devemos considerar a exploração de habilidades e diferentes aspectos da criança. Juntamente com a
família, a creche pode tornar-se um dos pilares fundamentais na formação do ser humano. Daí, portanto,
a necessidade de um olhar diferenciado na elaboração de uma rotina na Educação Infantil, um olhar que
considere primordialmente a necessidade de sociabilização entre as crianças.
Ressignificar o papel da creche hoje é elaborar ações educativas que possibilitem a construção de um
ambiente voltado para estimular a aprendizagem, para que as crianças vivenciem situações permeadas
pela descoberta, com prazer, alegria e carinho. E organizar o ambiente é pensar em formas de utilizá-lo
de modo que os pequenos possam adquirir independência, a partir de um espaço estimulante onde
tenham inúmeras possibilidades de ação, explorando, descobrindo e solidificando a aprendizagem. Com
as mudanças que a creche vem passando, é necessário ter um novo olhar para seu dia-a-dia, o que
significa considerar a rotina como peça fundamental para a construção desse quebra-cabeça que é o
desenvolvimento da criança. A partir de uma rotina bem planejada é que os pequenos poderão construir
sua identidade e autonomia e desenvolver-se nos âmbitos motor, cognitivo, sensorial, social e afetivo
através da sequência de atividades de educar e cuidar, que mesclem o brincar, a linguagem oral e
escrita, a matemática, o movimento e as artes.
Em suma, repensarmos o cotidiano da creche é um desafio para a construção de uma nova rotina, que
esteja direcionada para as necessidades biológicas e cognitivas da criança, de forma a cumprir os
objetivos traçados, com flexibilidade. Desta forma estaremos construindo uma nova possibilidade do
processo de aprendizagem infantil, entrelaçando o educar e o cuidar.

A rotina da necessidade: o cuidar

A educação na primeira infância envolve cuidados básicos necessários para a sobrevivência humana.
Nessa faixa etária, podemos identificar que os pequenos têm necessidades de segurança, alimentação,
higiene, colo, carinho e atenção. Assim, estar atento para as atividades que precisam de cuidados é
compartilhar desse universo infantil.
O cotidiano na Educação Infantil, especialmente nas creches, objeto de análise deste trabalho, é
estruturado em uma sequência espaço-temporal de atividades voltadas para o cuidar. Como a criança
pequena necessita de cuidados essenciais para seu desenvolvimento, estritamente atrelados à
manutenção de sua integridade física, podemos destacar que as atividades básicas e rotineiras de
higiene (como lavar as mãos, escovar os dentes, limpar-se depois de eliminação de esfíncteres, vestir-se
e pentear-se); de alimentação e outras atividades como descansar, locomover-se, comunicar-se e
consolar-se precisam da intervenção do adulto. Quanto menos idade a criança tem, mais necessita de
auxílio nas ações que integram esta rotina da necessidade, imprescindível no processo de crescimento
infantil. Dessa forma, a rotina da necessidade, primária, portanto, está diretamente ligada ao ato de
cuidar, que contempla várias ações desenvolvidas no cotidiano da instituição. Mas cuidar não é uma
atividade simples. Ao contrário, o cuidado infantil requer responsabilidade e compromisso contínuos do
educador com a vida da criança e seu desenvolvimento pleno, mediante atitudes que demandam
respeito, aceitação, ternura e principalmente dedicação com o ser humano. lidar com a vida humana
começando requer incorporação de vários campos de vonhecimento, como apontam os Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 20, v. 1), como também a colaboração
de profissionais de diversas áreas, para que os pequeninos possam ampliar seus conhecimentos e
habilidades. Assim, o cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que
quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que
estão recebendo. Os procedimentos de cuidados também precisam seguir princípios de promoção da
saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento
das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em
conhecimentos específicos sobre desenvolvimentos biológico, emocional, e intelectual das crianças,
levando em considerações diferentes realidades socioculturais (BRASIL, 1998, p.25, v. 1).
O processo educativo, atrelado ao cuidar, deve conceber a criança como um ser único,
cheio de capacidades a serem exploradas e desenvolvidas em sua totalidade. Nesse contexto, a tarefa
do cuidar integrada a uma rotina assume um papel de comprometimento do educador com as crianças
em todos os sentidos, para que possam gradativamente se tornarem sujeitos independentes e
autônomos.
É importante frisar que a atividade educativa na creche envolve o cuidar e implica em um olhar sensível
por parte dos profissionais que atuam na Educação Infantil em entender a criança como pessoa em
desenvolvimento contínuo, dando a devida importância às suas expressões, sentimentos, desejos,
necessidades, conhecimentos sobre si e o mundo. Neste sentido, é preciso levar em consideração a
primeira infância como direito constitucional, contribuindo para o desenvolvimento infantil

E a rotina do educar?

A rotina do cuidar também é educativa. Isso porque, nesta faixa etária, conforme dito por Souza e Weiss
(2008, p.42), o processo de aprendizagem não acontece unicamente nas atividades do âmbito
pedagógico. As rotinas mais básicas como as de higiene dever ter uma intenção educativa bem clara. O
cuidar e o educar são intrínsecos, não existe fragmentação nesse processo, se há uma atividade
educativa para ser realizada pelas crianças, há também todo um procedimento de cuidado para que
essa ação se efetive, por exemplo, ao se trabalhar com pinturas o educador precisa ensinar os cuidados
para que não ocorram acidentes: não pode colocar tinta na boca, ter cuidado para não deixar cair nos
olhinhos, enfim o educador precisa estar atento para aproveitar todo instante para realizar um ato
educativo, isto significar olhar à criança como um todo. Na experiência apresentada pelas referidas
autoras em uma creche, no trabalho com bebês, pontuam que “tudo é atividade, pois todas as ações e
proposições educam – trocar-lhes as fraldas, oferece-lhes água ou um brinquedo, conduzi-los ao parque
ou deixá-los em sala, permite-lhes experiências diversas”, contribuindo para sua formação integral. As
ações de cuidar desenvolvidas no dia-a-dia constituem situações de aprendizagem, quando educar
também é um ato integrado aos cuidados básicos. Educar na primeira infância significa, pois: ropiciar
situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam
contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser estar com os
outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos
conhecimentos mais amplos da realidade (BRASIL, 1998, p. 23, v. 1).
Deste modo, é conveniente insistirmos que, ao conceber a rotina no contexto da Educação Infantil,
devemos considerar a exploração de habilidades e diferentes aspectos da criança. Juntamente com a
família, a creche pode tornar-se um dos pilares fundamentais na formação do ser humano. Daí, portanto,
a necessidade de um olhar diferenciado na elaboração de uma rotina na Educação Infantil, um olhar que
considere primordialmente a necessidade de sociabilização entre as crianças.
Ressignificar o papel da creche hoje é elaborar ações educativas que possibilitem a construção de um
ambiente voltado para estimular a aprendizagem, para que as crianças vivenciem situações permeadas
pela descoberta, com prazer, alegria e carinho. E organizar o ambiente é pensar em formas de utilizá-lo
de modo que os pequenos possam adquirir independência, a partir de um espaço estimulante onde
tenham inúmeras possibilidades de ação, explorando, descobrindo e solidificando a aprendizagem. Com
as mudanças que a creche vem passando, é necessário ter um novo olhar para seu dia-a-dia, o que
significa considerar a rotina como peça fundamental para a construção desse quebra-cabeça que é o
desenvolvimento da criança. A partir de uma rotina bem planejada é que os pequenos poderão construir
sua identidade e autonomia e desenvolver-se nos âmbitos motor, cognitivo, sensorial, social e afetivo
através da sequência de atividades de educar e cuidar, que mesclem o brincar, a linguagem oral e
escrita, a matemática, o movimento e as artes.
Em suma, repensarmos o cotidiano da creche é um desafio para a construção de uma nova rotina, que
esteja direcionada para as necessidades biológicas e cognitivas da criança, de forma a cumprir os
objetivos traçados, com flexibilidade. Desta forma estaremos construindo uma nova possibilidade do
processo de aprendizagem infantil, entrelaçando o educar e o cuidar.

A rotina da necessidade: o cuidar

A educação na primeira infância envolve cuidados básicos necessários para a sobrevivência humana.
Nessa faixa etária, podemos identificar que os pequenos têm necessidades de segurança, alimentação,
higiene, colo, carinho e atenção. Assim, estar atento para as atividades que precisam de cuidados é
compartilhar desse universo infantil.
O cotidiano na Educação Infantil, especialmente nas creches, objeto de análise deste trabalho, é
estruturado em uma sequência espaço-temporal de atividades voltadas para o cuidar. Como a criança
pequena necessita de cuidados essenciais para seu desenvolvimento, estritamente atrelados à
manutenção de sua integridade física, podemos destacar que as atividades básicas e rotineiras de
higiene (como lavar as mãos, escovar os dentes, limpar-se depois de eliminação de esfíncteres, vestir-se
e pentear-se); de alimentação e outras atividades como descansar, locomover-se, comunicar-se e
consolar-se precisam da intervenção do adulto. Quanto menos idade a criança tem, mais necessita de
auxílio nas ações que integram esta rotina da necessidade, imprescindível no processo de crescimento
infantil. Dessa forma, a rotina da necessidade, primária, portanto, está diretamente ligada ao ato de
cuidar, que contempla várias ações desenvolvidas no cotidiano da instituição. Mas cuidar não é uma
atividade simples. Ao contrário, o cuidado infantil requer responsabilidade e compromisso contínuos do
educador com a vida da criança e seu desenvolvimento pleno, mediante atitudes que demandam
respeito, aceitação, ternura e principalmente dedicação com o ser humano. lidar com a vida humana
começando requer incorporação de vários campos de vonhecimento, como apontam os Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 20, v. 1), como também a colaboração
de profissionais de diversas áreas, para que os pequeninos possam ampliar seus conhecimentos e
habilidades. Assim, o cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que
quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que
estão recebendo. Os procedimentos de cuidados também precisam seguir princípios de promoção da
saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento
das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em
conhecimentos específicos sobre desenvolvimentos biológico, emocional, e intelectual das crianças,
levando em considerações diferentes realidades socioculturais (BRASIL, 1998, p.25, v. 1).
A indissociabilidade do brincar, cuidar e educar na Educação Infantil.

A Educação Infantil está cada vez mais presente na vida das crianças, desde os primeiros meses, e é
nela que a estimulação ao desenvolvimento acontece gradativamente. Os envolvidos nessa educação
escolar, principalmente os professores, devem ser mediadores da progressão de seus alunos, fazendo
uso do brincar, cuidar e educar, pois esses são meios essenciais e indissociáveis na ação pedagógica
que aborda a educação infantil.
Conforme o documento Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013) a
criança é um sujeito histórico, e na parte das interações ela constrói sua identidade. Porém, é necessário
que toda interação com a criança, haja meios que proporcione cuidados, educação e brincadeiras.
Brincar, cuidar e educar, são necessários na construção de conhecimento e no desenvolvimento do
educando.
Sendo assim, o brincar, o cuidar e o educar são meios interligados e que possuem fundamental
importância na edificação da criança, tanto na aprendizagem, na construção de sua própria identidade,
quanto em seu desenvolvimento integral (DAMASCENO; LEANDRO; FANTACINI, 2017; OLIVEIRA;
SILVA; FANTACINI, 2016).
A temática desenvolvida neste estudo, a importância do Brincar, Cuidar e Educar na Educação Infantil
aborda essas três dimensões como indissociáveis e como o centro da Educação Infantil. Esses são de
suma importância para a criança se desenvolver.
É na Educação Infantil que as crianças iniciam sua construção de identidade. Assim a escolha e a
justificativa desse artigo em abordar a indissociabilidade do Brincar, Cuidar e Educar na Educação Infantil
ocorreu pelo motivo de ambas as autoras estarem atuando em creches e considerarem a temática
importante e fundamental para o desenvolvimento integral das crianças.
O foco principal do tema abordado é possibilitar as crianças, a capacidade de desenvolver suas
independências, autonomias, interatividades intelectuais, e cuidados básicos. De acordo com a Lei nº
9.9394/96, art. 29 a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físicos, afetivo,
intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade.
O educador em interação com seus alunos, tem a possibilidade de reconhecer as diversidades
existentes entre eles (FONSECA; SOARES; MAGALHÃES, 2016). Eles, por sua vez, possuem uma
curiosidade e um interesse incontrolável em descobrirem o mundo que os cerca. O professor tem a
função de estimulá-las e orientá-las a desvendarem o novo, construindo assim, sua própria identidade
(SOARES, 2016; SANTO, 2016).
Conforme consta no documento oficial Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica
(BRASIL, 2013, p. 36):

Os sujeitos do processo educativo dessa etapa da Educação Básica devem ter a oportunidade de se
sentirem acolhidos, amparados e respeitados pela escola e pelos profissionais da educação, com base
nos princípios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade. Deve-se entender,
portanto, que, para as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, independentemente das diferentes
condições físicas, sensoriais, mentais, linguísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem,
religiosas, entre outras, no espaço escolar, as relações sociais e intersubjetivas requerem a atenção
intensiva dos profissionais da educação, durante o tempo e o momento de desenvolvimento das
atividades que lhes são peculiares: este é o tempo em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da
brincadeira orientada pelos profissionais da educação. Os vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social, devem iniciar-se na Pré-Escola e sua
intensificação deve ocorrer ao longo do Ensino Fundamental, etapa em que se prolonga a infância e se
inicia a adolescência.
Segundo esse mesmo documento (BRASIL, 2013) o professor precisa ter o conhecimento de orientar,
avaliar e de saber elaborar propostas. Deve transmitir conhecimentos específicos conforme a faixa etária
de seus alunos, sabendo conhecer e compreender o desenvolvimento deles.
Como parceiro experiente da criança, o adulto é o apoio que ela possui. Na dificuldade, o aluno solicita
ajuda ao professor para superá-la, tanto para resolver o problema, quanto para se sentir consolado.
(SILVA; COSTA, 2011).Segundo consta no documento Referencial Curricular Nacional para a Educação
infantil (BRASIL, 2001, p. 63) os objetivos para a Educação Infantil orientam uma prática pedagógica que
possibilite à criança são eles:

1. • Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com
confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
2. • Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidados com a própria saúde e bem-estar;
3. • Estabelecer vínculos afetivos de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e
ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
4. • Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus
interesses e pontos de vista com os dos demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes
de ajuda e colaboração;
5. • Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como
integrante, dependente e agente transformador do meioambiente e valorizando atitudes que
contribuam para sua conservação;
6. • Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
7. • Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, verbal) ajustadas às diferentes
intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar
suas idéias e significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
8. • Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito,
participação e valorização da diversidade.

Assim, de acordo com esses RCNEIs (BRASIL, 1998) o professor da educação infantil, tem a função de
buscar meios de suprir e possibilitar o interesse e a descoberta das crianças. Elas estão em processo de
formação de identidade e o professor é o mediador para que isso aconteça de forma graduada,
buscando formar seres sociais, ou seja, capazes de se interarem no meio.

O cuidar e o educar na educação infantil


Diante de todos os fatores que a criança necessita, o cuidar e o educar são dois elementos essenciais e
significativos para o crescimento e desenvolvimento infantil.
Entendemos que o cuidar significa acompanhar, apoiar, incentivar e ter a compreensão do professor, ou
seja, é a interação afetiva de ambas as partes, focando em ajudar e buscar o bem estar do outro.
De acordo com o documento Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998) o
cuidar, deve focar nas necessidades das crianças, que podem transmitir a qualidade daquilo que está
sendo passada à elas. Isso pode ser capturado diante de observações, quando ouvidas e respeitadas.
Deve também, mediar o desenvolvimento das capacidades humanas, tendo como objetivo a preservação
da vida. Para tanto, as atitudes precisam ter conhecimentos sobre o desenvolvimento biológico,
intelectual e emocional das crianças.
Verifica-se no RCNEI (BRASIL,1998, p. 25) a importância do cuidar:

Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser
solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um
vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.
Outro principal ato que a criança necessita e depende de seu educador, é o educar, que se refere em
mediar a criança ao conhecimento, ao novo, ensinando e direcionando à realidade social.
A instituição deve fornecer a todas as crianças, elementos culturais que contribuam para a sua
formação, desenvolvimento e inserção no meio (CENCI; BÔAS; DAMIANI, 2016; SILVA; SILVA, 2016;
TEODORO; GODINHO; HACHIMINE, 2016). Assim, oportuniza o desenvolvimento da identidade da
criança, diante de determinadas interações e aprendizagens (BRASIL, 1998).
O educar é proporcinar à criança a oportunidade de desenvolver suas capacidades e habilidades. O
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de


forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação
interpessoal e de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e
o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998,
p. 23).

Portanto, o cuidar e o educar são meios integrados e essenciais na prática pedagógica. Eles são fatores
que contribuem diretamente no desenvolvimento integral da criança e mediam a autonomia dos mesmos

A importância do brincar na educação infantil

O brincar é o momento de interação da criança, seja com seus amigos, familiares, professores, meio e
até mesmo com seus próprios brinquedos. Além disso, pode ser também uma forma de representação
da sociedade em que vive. Brincar é importantíssimo para a criança, e deve ser bem mediado e
incentivado, favorecendo assim, gradativamente o desenvolvimento múltiplo do mesmo.
Para as crianças o brincar é muito sério, a escola se torna um dos espaços mais importantes para a
vivência dessa ludicidade e atráves do brincar que a imaginação surge, é um espaço de criação e
desenvolvimento.

Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em


conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa
brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da
imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes,
do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em
livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes encontram-se, ainda, fragmentados. É no
ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel
assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto
e generalizando para outras situações. (BRASIL, 1998, p.27-28).

Segundo Navarro (2009) a brincadeira é uma atividade presente na vida da criança e que domina a
infância. A partir dela que a criança começa a aprender. É por meio do brincar que a criança tem a
possibilidade de descobrir o mundo, se interagir e se comunicar socialmente. Entretanto, faz-se
necessário uma interação e mediação nessas brincadeiras. É necessário que as crianças tenham um
brincar de qualidade, com ambientes adequados e que tenham materiais que despertem o interesse das
crianças, estimulando assim a criatividade.
O brincar é social e depende do outro. Seja de um colega, de um professor, de um brinquedo ou até
mesmo de uma história. A brincadeira possibilita o desenvolvimento de diversas capacidades e
oportuniza também diferentes aprendizagens.
A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas
aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de
adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no
em um espaço singular de constituição infantil. (BRASIL, 1998, p.27)

A brincadeira permite que o professor avalie a situação social daquela criança. Os comportamentos que
as crianças expressam enquanto brincam, diz muito sobre seus sentimentos, pensamentos e situação
em que está inserida.
Por meio da brincadeira, as crianças podem vivenciar brincadeiras imaginativas e que elas mesmos
criaram, podendo assim adicionar seus pensamentos e critérios, abordando soluções para problemas
que elas julgam importantes e significativos. Assim, a criança pode interiorizar a compreensão que
possuem sobre as pessoas, além de experimentarem de forma lúdica o mundo em que vivem (BRASIL,
1998).
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de
desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades
de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais
que dispõem. (BRASIL, 1998, p.28)

Conforme Lawall (2009), é de suma importância que o brincar seja de forma variada e lúdica, sendo um
recurso que contribui nos meios da aprendizagem, no crescimento e no desenvolvimento das crianças.
Para Navarro (2009), a instituição de educação infantil, é o meio em que a criança passa maior parte de
seu tempo. Assim, a instituição deve entender e compreender as necessidades que as crianças
possuem, respeitando seus direitos e não podendo deixar de incluir o brincar em seu currículo e
planejamento.

Sendo assim, fica evidente que o momento do brincar facilita na construção da autonomia, possibilita o
processo de aprendizagem e o desenvolvimento integral do ser humano. O desenvolvimento acontece
atráves de trocas, pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a
imaginação, favorecendo o desenvolvimento da personalidade. O brincar e a educação devem andar
paralelamente, pois, desta forma, contribuem para o aprendizado.
Noções de primeiros socorros na Educação Infantil ( junto com apostila de saúde no final da
apostila)

Educação Infantil e as práticas promotoras de igualdade racial ( revista no final da apostila)

A importância da interação Auxiliar de Desenvolvimento Infantil e as crianças

Assim como os ADIs, 70% das professoras percebem que o trabalho destes profissionais é muito
importante como trabalho educativo e 83,3% das professoras concordam que a afetividade também é
muito importante. Criar laços afetivos com a criança pequena é fundamental na prática pedagógica e
faz parte do processo de educar e cuidar. Nas palavras de Saltini (2002): “[...] mas deve conhecê-la
não apenas na sua estrutura biofisiológica e psicossocial, mas também na sua interioridade afetiva, na
sua necessidade de criança que chora, rir, dorme, sofre e busca constantemente compreender o
mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na escola.” A realidade no cotidiano das instituições
de educação infantil acaba sendo totalmente diferente. Observa-se que o ADI, no trabalho dentro das
instituições de educação infantil, desenvolve mais as atividades relativas à higiene, alimentação e
cuidados com a criança, enquanto o professor desenvolve atividades pedagógicas. Esta divisão do
trabalho é uma situação real vivenciada em muitas creches e creche-escolas. De acordo com Lanter
(1999): “Assim, cuidar e educar, que deveria ser proposta de uma mesma prática pedagógica, tornam
- se divisores de água da função exercida por esses profissionais em seu cotidiano de trabalho: cuidar
passa a ser responsabilidade daquele que possui menos formação (a auxiliar, a crecheira, etc.) ao
passo que educar torna-se responsabilidade do profissional com mais formação. (Lanter, 1999: 75)
Concordamos que cuidar e educar são ações de uma mesma prática pedagógica, mas dentro das
instituições de educação infantil acabam sendo divididas pelos profissionais que atuam nestas
instituições, ou seja, o profissional que exerce a função de professor direciona a sua prática para
desenvolver as atividades educativas e o auxiliar desenvolve as atividades de cuidados. Mas, não há
esta divisão no desenvolvimento do trabalho com crianças pequenas, o cuidar e educar são ações que
se completam e devem ser vivenciadas da mesma forma dentro das instituições de educação infantil.
Não há uma, sem a outra. A questão relativa ao planejamento das atividades nos chamou a atenção.
As respostas foram dadas de acordo com o turno de trabalho dos ADIs. Dos 60 ADIs que
responderam ao questionário, 44 ADI’s são do turno da manhã e 16 do turno da tarde. Analisando as
respostas, dos 44 ADIs que trabalham no turno da manhã, 32 (72,72%) responderam que não
participam da elaboração do planejamento das atividades que são desenvolvidas com as crianças. Já,
83,3% das professoras responderam que os ADIs não participam da elaboração do planejamento das
atividades pedagógicas. Assim como, na análise do questionário aplicado aos ADIs, este percentual é
bastante significativo. A falta de articulação entre os profissionais que atuam dentro do mesmo espaço
(grupo infantil) ocasiona a fragmentação do trabalho pedagógico. É necessário que o planejamento
das atividades pedagógicas seja elaborado com a participação efetiva de todos os envolvidos no
processo, para garantir que as ações sejam pensadas coletivamente e analisadas num movimento de
ação, reflexão e ação. De acordo com Schmitz (2000): Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita
ser planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação,
especialmente a educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de
aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se pode improvisar a
educação, seja ela qual for o seu nível. (Schmitz, 2000:101)
Currículo da Educação Infantil: ações pedagógicas com bebês

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil apresentam ― e defendem ―


concepções de sociedade, de educação e de infância que serão adotadas pelos sistemas
educacionais na orientação das políticas públicas de educação infantil. Tais concepções precisam de
fato estar presentes como fundamentação da organização do cotidiano das escolas infantis. Os
serviços de educação infantil podem, a partir das concepções presentes nas diretrizes, revisar e
reelaborar seus planejamentos e avaliar suas propostas pedagógicas e curriculares. As diretrizes
apresentam a escola de educação infantil como um espaço educacional que tem o importante papel
de compartilhar, de forma indissociável, a educação e o cuidado das crianças pequenas com suas
famílias. Essa é uma característica essencial desse tipo de instituição e a distingue de outros tipos de
estabelecimentos e níveis educacionais. Como vimos anteriormente, a escola de educação infantil
vem, cada vez mais, ocupando o lugar da família ampliada, especialmente nos grandes centros
urbanos. Ela oferece aos pais e responsáveis pelos bebês parceiros que complementam a atenção, o
cuidado e a educação dos bebês e também um espaço para o encontro e a interlocução com pessoas
qualificadas para dialogar sobre a educação das crianças pequenas. As famílias não podem ser vistas
apenas como usuárias de um serviço, mas como colaboradoras, isto é, co-autoras do processo
educacional, pois é preciso sintonia quando se trata de educar uma criança pequena ou um bebê.
Educar bebês na vida coletiva da escola. Ao nascer, as crianças se defrontam com um mundo em
processo contínuo de constituição. Para receber estas crianças, os adultos responsáveis selecionam
de seu patrimônio afetivo, social e cultural as práticas de cuidado e educação que consideram mais
adequadas para oferecer bem-estar a esses bebês e para educá-los. Porém, essa não é uma tarefa
simples: mesmo os responsáveis, os pais das crianças, provêm de mundos sociais diversos e
necessitam de muito diálogo para estabelecer parâmetros para a educação de seus filhos. Cada
família tem um modo de alimentar, embalar, acariciar, brincar, tranquilizar ou higienizar as crianças. E
essas ações podem ser realizadas de diversas formas: afinal, as diferentes culturas inventaram
múltiplos modos de criar suas crianças pequenas. E cada família tem um modo específico para
compreender o choro de uma criança, suas necessidades de alimentação e de brincadeira e fazer
suas escolhas, tendo em vista as tradições familiares ou concepções aprendidas com diferentes
interlocutores. A escola precisa estabelecer uma relação efetiva com as famílias e a comunidade local
para conhecer e considerar, de modo crítico e reflexivo, os saberes, as crenças, os valores e a
diversidade de práticas sociais e culturais que cada grupo social tem para criar seus bebês. Ao
ingressar numa turma de berçário, o bebê vai conectar-se com universos familiares bastante
diferenciados e ampliar seu universo pessoal. Obviamente, a escola, apesar de seu relacionamento
com a comunidade e com as famílias, terá estratégias educativas diferenciadas, pois ela precisa
atender às crianças na perspectiva da vida coletiva, e não individualmente, como acontece nos lares.
A escola, com a participação dos pais, organiza, em seu projeto político e pedagógico, um modo de
conceber a educação das crianças pequenas e oferecer práticas de vida coletiva, sem se descuidar
das singularidades de cada família, de cada bebê e de cada profissional. Na escola de educação
infantil, espaço público de educação coletiva, as práticas de cuidado e educação de bebês tornam-se
um importante campo de estudos, debates e tomadas de decisão que necessitam estar contemplados
nos projetos pedagógicos. O Projeto Político-Pedagógico é o resultado de um trabalho conjunto entre
profissionais e famílias, um trabalho de reflexão, debate e confronto. Nele, a partir de princípios legais,
um grupo de gestores, pais, funcionários e professores selecionam e explicitam os princípios
educacionais que auxiliam os pais e educadores a pensar sobre o seu agir, isto é, a constituir
referências e a compartilhar ações.
Um currículo para os bebês Para os bebês, a ida para a creche significa a ampliação dos contatos
com o mundo; para os adultos, responsáveis pela educação das crianças na creche, significa
selecionar, refletir e organizar a vida na escola com práticas sociais que evidenciem os modos como
os professores compreendem o patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico e os
modos como traduzem, no exercício da docência, as suas propostas pedagógicas. As práticas sociais
que as famílias e a escola ensinam para os bebês e as crianças bem pequenas são as primeiras
aprendizagens das crianças e constituem o repertório inicial sobre o qual será continuamente
constituída a identidade pessoal e as novas aprendizagens das crianças. Por exemplo, os bebês
aprendem a se vestir ao serem agasalhados pelos adultos; aos poucos, os pequenos iniciam um
processo de participação na ação de vestir-se e, finalmente, vão aprendendo a se vestir sozinhos, até
mesmo a escolher suas roupas e a demonstrar suas preferências. Esses conhecimentos sociais e
culturais, apesar de pouco valorizados nas escolas de educação infantil, são extremamente
importantes para a constituição das crianças, dos seus hábitos, dos modos de proceder, das suas
relações e das construções sociocognitivas. Essas práticas sociais são estruturadas por meio de
linguagens simbólicas com conteúdos culturais. Assim, as propostas pedagógicas dirigidas aos bebês
devem ter como objetivo garantir às crianças acesso aos processos de apropriação, renovação e
articulação de diferentes linguagens. É importante ter em vista que o currículo é vivenciado pelas
crianças pequenas não apenas por meio de propostas de atividades dirigidas, mas principalmente
mediante a imersão em experiências com pessoas e objetos, constituindo uma história, uma narrativa
de vida, bem como na interação com diferentes linguagens, em situações contextualizadas. Desse
modo, as crianças adquirem o progressivo domínio das linguagens gestuais, verbais, plásticas,
dramáticas, musicais e outras e de suas formas específicas de expressão, de comunicação, de
produção humana. As concepções contemporâneas sobre os bebês, a infância, a aprendizagem e a
educação encaminham para a compreensão de um currículo que vislumbre o desenvolvimento integral
das crianças nas dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e
sociocultural, compreendendo a criança em sua multiplicidade e indivisibilidade. Porém, quando
pensamos nas crianças bem pequenas, isto é, nos bebês, temos dúvidas sobre como propor esse
currículo. Ora, não será certamente por meio de aulas, de exposições verbais, mas, como vimos
anteriormente, a partir da criação de uma vida cotidiana com práticas sociais que possibilitem alargar
horizontes, ampliar vivências em linguagens, para que os bebês experienciem seus saberes. Serão
exatamente esses primeiros saberes, essas experiências vividas principalmente com o corpo, por
meio das brincadeiras, na relação com os outros ― adultos e crianças ― que irão constituir as bases
sobre as quais as crianças, mais tarde, irão sistematizar os conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico.

ORGANIZAR UM PERCURSO EDUCATIVO PARA OS BEBÊS Como vimos anteriormente, uma


especificidade da pedagogia orientada para os bebês é a centralidade das brincadeiras e das relações
sociais. Portanto, essa é uma pedagogia que torna imprescindível possibilitar encontros e visibilizar os
modos e as diversas formas de relacionamento que se estabelecem entre as pessoas. Educar bebês
não significa apenas a constituição e a aplicação de um projeto pedagógico objetivo, mas colocar-se,
física e emocionalmente, à disposição das crianças, o que exige dos adultos comprometimento e
responsabilidade.
A responsabilidade, a competência, a formação dos gestores, professores e demais profissionais
precisam também estar vinculadas à delicadeza, à ternura, à empatia e à capacidade comunicativa.
Os envolvidos na educação de bebês precisam protegê-los de qualquer forma de violência ― física ou
simbólica ― ou de negligência no interior da instituição. Sempre que algum tipo de discriminação ou
violência for praticado contra um bebê, é preciso realizar o encaminhamentos das violações para as
instâncias competentes. A tarefa dessa pedagogia da pequeníssima infância é articular dois campos
teóricos: o do cuidado e o da educação, assegurando que cada ato pedagógico, cada palavra
proferida tenha significado, tanto no contexto do cuidado ― como ato de atenção àquilo que temos de
humano e singular ― como de educação, processo de inserção dos seres humanos, de forma crítica,
no mundo já existente. Uma pedagogia de encontros e relações Muitas relações se estabelecem
numa sala de berçário: relações entre as crianças e entre os adultos e as crianças. Porém, as
relações que se estabelecem entre os diferentes adultos ― pais, professores e demais profissionais
― não podem ser descuidadas. Apesar de realizarem atividades diferenciadas, professores, gestores
e os diversos profissionais da escola, todos trabalham tendo um objetivo comum: oferecer às crianças
e às famílias uma escola de qualidade. Muitas vezes, as dificuldades nas relações entre os adultos
acabam afetando o trabalho pedagógico e também as próprias crianças. É indispensável que esses
fatos sejam observados e que se criem na escola momentos de formação para partilha das
dificuldades e resolução de conflitos, para a comunicação, a integração e comemoração dos êxitos. As
relações entre professores e crianças Os adultos são responsáveis pela educação dos bebês, mas,
para compreendê-los, é preciso estar com eles, observar, “escutar as suas vozes”, acompanhar os
seus corpos. O professor acolhe, sustenta e desafia as crianças para que elas participem de um
percurso de vida compartilhado. Continuamente, o professor precisa observar e realizar intervenções,
avaliar e adequar sua proposta às necessidades, desejos e potencialidades do grupo de crianças e de
cada uma delas em particular. A profissão de professora na creche não é, como muitos acreditam,
apenas a continuidade dos fazeres “maternos”, mas uma construção de profissionalização que exige
bem mais que competência teórica, metodológica e relacional. As relações entre as crianças As
crianças na creche têm a experiência de viver cotidianamente em uma coletividade de meninos e
meninas de idades diversas. Desde muito cedo, os bebês procuram as outras crianças com olhares,
esboçando sorrisos e sons, tentando tocar o colega com o corpo. A ação pedagógica na turma de
bebês deve favorecer o encontro entre eles em diferentes espaços e momentos do dia. A professora
precisa estar atenta aos movimentos relacionais do grupo e favorecer o desenvolvimento corporal,
afetivo e cognitivo dos bebês.

Uma pedagogia para o dia a dia da sala de bebês Para organizar um percurso de aprendizagem e
desenvolvimento para os bebês, é preciso que se tenha um Projeto Político-pedagógico que defina
objetivos de longo prazo, pois a formação humana é algo que necessita de tempo. Além disso, cabe à
escola saber o que cada bebê e o grupo de crianças pequenas precisam para, assim, construir
estratégias que possam oferecer às crianças as ferramentas necessárias para compreender e
apresentar-se ao mundo. A explicitação dos objetivos, das concepções e das estratégias educacionais
do trabalho pedagógico com as crianças pequenas é importante, pois possibilita aos educadores
compartilhar ― tanto com seus colegas, no interior da escola, como com os pais e a comunidade ―
seus princípios educativos. Ter concepções compartilhadas significa argumentar, constituir coerência,
estabelecer continuidade e estabilidade tanto horizontal, na escola e na família, como vertical, entre as
turmas ou níveis de ensino. Concepções e objetivos tendo sido claramente compartilhados os
objetivos e as concepções, pode-se, então, começar a constituir o processo educacional. Elaborar
uma intervenção pedagógica numa turma de bebês significa realizar ações de dois tipos: (a) a
construção de um contexto; e (b) a organização de um percurso de vida.
DESAFIIOS PARA CONSTRUIR UM DIA A DIA COM OS BEBÊS

O cotidiano das crianças na sala de bebês vai sendo construído por meio de atos de cuidado e
educação dos docentes. A cada dia, inicia-se o encontro dos bebês e adultos com o acolhimento, que
pode ser feito de diferentes formas. Em seguida, a professora pode criar uma situação, pautada nas
suas observações, que faça com que os bebês encontrem algo (ou alguém) agradável, interessante e
instigante. Uma das características de uma turma de bebês é que, mesmo quando a professora tem
uma proposta muito interessante, os bebês geralmente não participam dela como grupo completo, ou
ao menos não ficam presentes em sua totalidade. Sempre há um bebê que está com sono, outro que
precisa ser trocado. Assim, aquilo que denominamos trabalho diversificado é uma constante na turma
de bebês. Nesses momentos de encontro, a professora pode promover o relacionamento e a interação
das crianças com diferentes materialidades e com manifestações culturais, como a música, trazendo
canções que ela mesma canta, CDs, caixas com instrumentos musicais, propor aos bebês
acompanhar a música com o balanço do corpo ― o que não deixa de ser uma introdução à dança,
que deve ser sempre lembrada e estimulada.
Lei Lucas – Lei n.º 13.722, de 04 de outubro de 2018. 21

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação básica da rede pública, por meio dos respectivos
sistemas de ensino, e os estabelecimentos de ensino de educação básica e de recreação infantil da
rede privada deverão capacitar professores e funcionários em noções de primeiros socorros.
§ 1º O curso deverá ser ofertado anualmente e destinar-se-á à capacitação e/ou à reciclagem de
parte dos professores e funcionários dos estabelecimentos de ensino e recreação a que se refere o
caput deste artigo, sem prejuízo de suas atividades ordinárias.
§ 2º A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento de ensino ou de recreação
será definida em regulamento, guardada a proporção com o tamanho do corpo de professores e
funcionários ou com o fluxo de atendimento de crianças e adolescentes no estabelecimento.
§ 3º A responsabilidade pela capacitação dos professores e funcionários dos estabelecimentos
públicos caberá aos respectivos sistemas ou redes de ensino.
Art. 2º Os cursos de primeiros socorros serão ministrados por entidades municipais ou estaduais
especializadas em práticas de auxílio imediato e emergencial à população, no caso dos
estabelecimentos públicos, e por profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos privados, e
têm por objetivo capacitar os professores e funcionários para identificar e agir preventivamente em
situações de emergência e urgência médicas, até que o suporte médico especializado, local ou
remoto, se torne possível.
§ 1º O conteúdo dos cursos de primeiros socorros básicos ministrados deverá ser condizente com a
natureza e a faixa etária do público atendido nos estabelecimentos de ensino ou de recreação.
§ 2º Os estabelecimentos de ensino ou de recreação das redes pública e particular deverão dispor de
kits de primeiros socorros, conforme orientação das entidades especializadas em atendimento
emergencial à população.
Art. 3º São os estabelecimentos de ensino obrigados a afixar em local visível a certificação que
comprove a realização da capacitação de que trata esta Lei e o nome dos profissionais capacitados.
Art. 4º O não cumprimento das disposições desta Lei implicará a imposição das seguintes
penalidades pela autoridade administrativa, no âmbito de sua competência:
I - notificação de descumprimento da Lei;
II - multa, aplicada em dobro em caso de reincidência; ou
III - em caso de nova reincidência, a cassação do alvará de funcionamento ou da autorização
concedida pelo órgão de educação, quando se tratar de creche ou estabelecimento particular de
ensino ou de recreação, ou a responsabilização patrimonial do agente público, quando se tratar de
creche ou estabelecimento público.
Art. 5º Os estabelecimentos de ensino de que trata esta Lei deverão estar integrados à rede de
atenção de urgência e emergência de sua região e estabelecer fluxo de encaminhamento para uma
unidade de saúde de referência.
Art. 6º O Poder Executivo definirá em regulamento os critérios para a implementação dos cursos de
primeiros socorros previstos nesta Lei.
Art. 7º As despesas para a execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias
próprias, incluídas pelo Poder Executivo nas propostas orçamentárias anuais e em seu plano
plurianual.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
Brasília, 4 de outubro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.
MICHEL TEMER
Gustavo do Vale Rocha
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.10.2018

Política de Ensino da Rede Municipal do Recife – Educação Infantil. (final da apostila)


RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
LEGISLAÇÃO E ARQUIVOS EXTRAS
CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE
RUA PRINCESA ISABEL, 410, BOA VISTA – CEP 50.050-450 RECIFE – PERNAMBUCO

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DO RECIFE

Promulgada em 4 de abril de 1990.

Atualizada em 19 de maio de 2023.

1
CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE
RUA PRINCESA ISABEL, 410, BOA VISTA – CEP 50.050-450 RECIFE – PERNAMBUCO

PREÂMBULO

NÓS, REPRESENTANTES DO POVO


RECIFENSE, INVESTIDOS EM PODERES
OUTORGADOS PELA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E
LEGITIMADOS PELA VONTADE
POPULAR, AFIRMANDO O PROPÓSITO
DE FAVORECER O PROGRESSO
ECONÔMICO E CULTURAL,
ESTABELECER AS BASES DE UMA
DEMOCRACIA PARTICIPATIVA,
PROTEGER E ESTIMULAR A PRÁTICA DA
CIDADANIA, SOB O FUNDAMENTO DOS
IDEAIS DE LIBERDADE E JUSTIÇA
SOCIAL, EM CONSONÂNCIA COM A
CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE DIREITO
E DE UMA CIDADE SOLIDÁRIA E
HUMANA, DECRETAMOS E
PROMULGAMOS, SOB A PROTEÇÃO DE
DEUS, A SEGUINTE LEI ORGÂNICA
MUNICIPAL:

2
CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE
RUA PRINCESA ISABEL, 410, BOA VISTA – CEP 50.050-450 RECIFE – PERNAMBUCO

TÍTULO I

DO MUNICÍPIO

Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º - O Município do Recife, parte integrante da República Federativa do


Brasil, capital do Estado de Pernambuco, é uma unidade do território do Estado,
com personalidade jurídica de direito público e autonomia nos termos
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil e na Constituição
do Estado de Pernambuco, organizando-se nos termos desta Lei Orgânica.

Art. 2º - É mantido o atual território do Recife, cujos limites só podem ser


alterados na forma estabelecida pela Constituição do Estado de Pernambuco.

Art. 3º - São símbolo do Município do Recife a bandeira, o escudo, o hino e outros


estabelecidos pela Lei Municipal.

Art. 4º - O Município assegurará o pleno exercício da cidadania, bem como criará


os instrumentos adequados à sua proteção.

Art. 5º - São instrumentos básicos de conscientização e defesa da cidadania:

I - o Conselho de Defesa dos Direitos Humanos;

II - o Conselho de Defesa do Consumidor;

III - o Conselho de Comunicação Social;

IV - Revogado (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - O Conselho de Defesa do Consumidor será instituído, organizado e


terá suas atribuições definidas em Lei.

§ 2º - O Conselho de Comunicação Social será vinculado ao Poder


Legislativo e assegurará, na sua composição, a participação das
entidades representativas da Comunicação Social.

3
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§ 3º - Revogado (alterado pela Emenda nº 21/07)

I - o Defensor do Povo será escolhido por 2/3 (dois terços) dos


Vereadores, em lista tríplice, subscrita, no mínimo, por 1/3, (um terço) dos
componentes da câmara, entre cidadões maiores de 30 (trinta) anos e
que não integrem os poderes locais;

II - o prazo de duração do mandato do Defensor do Povo é de 1 (um) ano,


permitida a sua renovação, por igual período, uma única vez, vedada
remuneração a qualquer título;

III - o Defensor do Povo poderá ser destituído por decisão de 2/3 (dois
terços) dos Vereadores.

Capítulo II

DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Seção I

Da Competência Privativa

Art. 6º - Compete ao Município:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar


suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão , os serviços públicos de interesse local;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


os programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

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VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,


mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural, observada a


legislação e ação fiscalizadora federal e estadual;

X - elaborar e alterar a Lei Orgânica na forma e dentro dos limites fixados


nas Constituições da República e do Estado de Pernambuco;

XI - elaborar a lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana, o


plano diretor e executar as Políticas e Diretrizes de Desenvolvimento
Urbano do Município;

XII - organizar-se administrativamente, observadas as legislações federal


e estadual;

XIII - elaborar o estatuto dos seus servidores, observados os princípios da


Constituição da República e do Estado de Pernambuco;

XIV - promover e criar mecanismos de participação popular na gestão


pública do Município;

XV - disciplinar o transporte público de passageiros bem como os serviços


de táxi e autocarga, realizando o planejamento técnico, a fiscalização e o
controle de trânsito;

XVI - ordenar, regulamentar atividades urbanas e exercer o seu poder de


polícia administrativa, visando preservar as normas de saúde, segurança
e outras de interesse coletivo.

XVII - dispor, em relação aos estabelecimentos comerciais, industriais ou


de prestação de serviços, quanto ao horário de funcionamento, sobre a
concessão, renovação ou revogação de licença de localização ou de
funcionamento, e sobre isenção de tributos e declaração de utilidade
pública. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Seção II

Da Competência Comum

Art. 7º - Sem prejuízo da competência privativa de que trata o Artigo anterior,


cabe ao Município, em conjunto com a União e o Estado:

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I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições


democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, bem como da proteção e


garantia das pessoas com deficiência; (alterado pela Emenda nº 21/07)

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,


artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e sítios
arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de


arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural;

V - proporcionar à população meios de acesso à cultura, à educação, à


ciência e à tecnologia;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento;

IX - promover programas de construção de moradias e de melhoria das


condições habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,


promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de


pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais;

XII - estabelecer e implantar a política de educação para a segurança do


trânsito.

XIII - estabelecer políticas de prevenção e combate à violência e a


discriminação, particularmente contra a mulher, o negro e as minorias na
forma da lei. (acrescido pela Emenda nº 21/07).

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CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE
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TÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES MUNICIPAIS

Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 8º - São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo e o Executivo. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 9º- O Poder Municipal será exercido pelo povo, nos termos da Constituição
da República, da Constituição Estadual e desta Lei Orgânica.

§ 1º - O exercício indireto do poder pelo povo far-se-á através de


representantes eleitos, mediante sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, na forma da Constituição da República.

§ 2º - O exercício direto do poder pelo povo far-se-á através dos seguintes


instrumentos:

I - iniciativa popular no processo legislativo;

II - plebiscito;

III - referendo.

§ 3º - A convocação de plebiscito e a autorização de referendo


dependerá da solicitação:

I - da maioria dos membros da Câmara Municipal;

II - do Prefeito;

III - de 5% (cinco por cento) do eleitorado alistado no Município,


obedecido o disposto no § 1º do Artigo 30 desta Lei Orgânica.

§ 4º - Convocado o plebiscito e autorizado o referendo, caberá à Câmara


Municipal manter entendimentos com a Justiça Eleitoral para viabilizar o
processo de votação no prazo de 90 (noventa) dias.

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§ 5º - O Município criará instrumentos de participação popular nas


decisões, na gestão e no controle da administração pública, na forma da
lei. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Capítulo II

DO PODER LEGISLATIVO

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 10 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal. (caput,


parágrafos, incisos e alíneas acrescidos pela Emenda nº 24/11)

§ 1° - Para fins de sua composição a Câmara Municipal do Recife


observará os seguintes limites inerentes a sua população:

a) 37 (trinta e sete) Vereadores, quando a população do Município for de


1.350.000 (um milhão e trezentos e cinqüenta mil) habitantes até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;

b) 39 (trinta e nove) Vereadores, quando a população do Município for


de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;

c) 41 (quarenta e um) Vereadores, quando a população do Município for


de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;

d) 43 (quarenta e três) Vereadores, quando a população do Município for


de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de
até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;

e) 45 (quarenta e cinco) Vereadores quando a população do Município


for de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes;

f) 47 (quarenta e sete) Vereadores, quando a população do Município for


de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000
(cinco milhões) de habitantes;

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g) 49 (quarenta e nove) Vereadores, quando a população do Município


for de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

h) 51 (cinqüenta e um) Vereadores quando a população do Município for


de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000
(sete milhões) de habitantes;

i) 53 (cinqüenta e três) Vereadores, nos quando a população do


Município for de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e

j) 55 (cinqüenta e cinco) Vereadores, quando a população do Município


for de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

§ 2° - A população do município, para os fins deste artigo, será a


constante da estimativa mais atualizada do órgão oficial de estatística.

§ 3° - Sobrevindo emenda constitucional que altere o art. 29, da


Constituição Federal, de modo a modificar os critérios ora estabelecidos,
a Câmara Municipal do Recife proverá a observância das novas regras.

§ 4° - A Câmara Municipal obedece ao princípio da transparência em


todos seus atos, sendo vedada a reunião secreta. (acrescido pela
Emenda nº 28/14)

Art. 11 - A Câmara Municipal reunir-se-á no dia 1º de janeiro do primeiro ano da


legislatura, para dar posse aos Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito e eleger sua
comissão executiva, para mandato de 2 (dois) anos, em votação aberta, por meio
de procedimento que garanta o conhecimento público de cada voto, podendo ser
reconduzido por mais um mandato. (alterado pela Emenda nº 28/14).

Art. 12. A Câmara Municipal do Recife reunir-se-á anualmente de:

I - 1º de fevereiro a 5 de julho; e

II - 1º de agosto a 22 de dezembro.

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o


primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em:

I - sábados;

II - domingos; ou
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III - feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do


projeto de:

I - lei de diretrizes orçamentárias (LDO); e

II - lei orçamentária anual (LOA).

§3º Serão considerados como recesso legislativo os períodos de:

I - 6 a 31 de julho; e

II - 23 de dezembro a 31 de janeiro. (Alterado pela Emenda nº 33, de 25


de maio de 2020)

Seção II

Da Organização e do Funcionamento Da Câmara Municipal

Art. 13 - Compõe a estrutura organizacional da Câmara Municipal:

I - o plenário da Câmara Municipal, constituído pelos Vereadores, a quem


cabe deliberar sobre o processo legislativo;

II - a comissão executiva, a quem cabe examinar e executar os


procedimentos administrativos e regimentais necessários ao
funcionamento da instituição e do processo legislativo;

III - as comissões parlamentares permanentes, temporárias e de inquérito,


as quais cabe emitir pareceres técnicos sobre matérias de competência
da Câmara Municipal, constituídas na forma e com atribuições previstas
nesta Lei Orgânica, no Regimento Interno e no ato de sua criação;

IV - o conselho de cidadãos, cuja composição, funcionamento e


atribuições serão definidas em lei;

V - a tribuna popular, mecanismo de participação da sociedade civil


organizada, que será utilizada no plenário nos termos do regimento
interno.

Art. 14. A Comissão executiva da Câmara Municipal do Recife será composta por
1 (um) Presidente, 3 (três) Vice-Presidentes e 3 (três) Secretários e deverá ser
eleita para o mandato de 2 (dois) anos, conforme dispuser o Regimento Interno.
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§ 1º Quando da eleição da Comissão Executiva, serão eleitos 2 (dois)


Suplentes, que substituirão os membros titulares de acordo com o
preceituado no Regimento Interno.

§ 2º Os Suplentes da Comissão Executiva só terão direito a voto quando


em exercício da função de membro titular.

§ 3º Qualquer membro da Comissão Executiva poderá ser destituído pelo


voto de 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara, quando faltoso,
omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais,
elegendo-se outro Vereador para completar o mandato. (substituído pela
Emenda nº 31/18)

Art.15 - Na composição das comissões, será assegurada, tanto quanto possível,


a participação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares oficialmente
representados na Câmara Municipal.

Parágrafo Único - A participação popular nos trabalhos das comissões


técnicas será viabilizada através de audiências públicas e ou reuniões
públicas, por solicitação de qualquer Vereador, comissão permanente ou
entidades representativas da sociedade civil, na forma do regimento
interno. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art.16 - As reuniões do plenário e das comissões serão, obrigatoriamente,


abertas ao público.

Art.17 - As comissões parlamentares de inquérito, observada a legislação


específica, terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além
de outros previstos no regimento interno, e serão criadas a requerimento de 1/3
(um terço) dos Vereadores, para apuração de fato determinado e por prazo certo,
e suas conclusões, se for o caso, encaminhadas aos órgãos competentes para
que promovam a responsabilidade civil, criminal ou administrativa do infrator.

Art.18 - No período de recesso, a Câmara Municipal poderá ser convocada


extraordinariamente para tratar de matéria urgente ou de interesse público
relevante, por iniciativa:

I - do Prefeito;

II - do Presidente da Câmara Municipal;

III - da maioria absoluta dos Vereadores; e


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IV - popular, de 1% (um por cento) dos eleitores alistados no Município,


obedecido o disposto no § 1º do art. 30.

Parágrafo único. Nas reuniões extraordinárias, não serão tratadas


matérias estranhas às que motivaram sua convocação, exceto na
vigência das seguintes situações:

I - Estado de Defesa;

II - Estado de Sítio;

III - Calamidade Pública; e

IV - Intervenção. (Alterado pela Emenda nº 35, de 24 de abril de 2023)

Art.19 - Não poderá ser realizada mais de uma reunião ordinária ou mais de uma
extraordinária por dia e, salvo motivo de força maior, devidamente caracterizado,
todas deverão realizar-se no recinto destinado a seu funcionamento, sendo nulas
as que se realizarem em desacordo com o estabelecido neste artigo.

Parágrafo único. As reuniões ordinárias e extraordinárias poderão ocorrer


de forma remota, com a utilização dos recursos tecnológicos de áudio e
vídeo disponíveis, em situações tais como as elencadas no §3º do art. 18.
(Alterado pela Emenda nº 33, de 25 de maio de 2020)

Art. 20 - O Presidente da Câmara Municipal só terá voto nos casos de eleição da


comissão executiva e de empate nas demais votações, ou quando a matéria
exigir quorum especial.

Art. 21 - Anualmente, até 60 (sessenta) dias após o início da sessão legislativa, a


Câmara Municipal receberá, em sessão especial, o Prefeito que, através de
relatório escrito, prestará contas da administração municipal.

Seção III

Da Competência

Art. 22 - Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre:

I - lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana;

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II - plano diretor;

III - plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais;

IV - matéria tributária, arrecadação e distribuição de rendas; (alterado


pela Emenda nº 21/07)

V - dívida pública e autorização para contratação de operação de crédito;

VI - organização, concessão e permissão de serviços públicos municipais;

VII - criação, organização, fixação e modificação dos efetivos da Guarda


Municipal;

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, funções e empregos


públicos na administração direta, autárquica e fundacional e fixação de
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias e no artigo 54, VI desta Lei Orgânica; (alterado
pela Emenda nº 21/07)

IX - fixação do quadro de empregados das empresas públicas,


sociedades de economia mista e demais entidades sobre controle direto
ou indireto do Município;

X - servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, seu


regime jurídico único, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

XI - criação e extinção das secretarias municipais e demais órgãos e


entidades da administração pública; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XII - divisão regional da administração pública;

XIII - divisão territorial do Município, respeitadas as legislações federal e


estadual;

XIV - bens do domínio público;

XV - alienação e oneração de bens imóveis pertencentes ao Município e


às entidades da administração indireta;

XVI - cancelamento da dívida ativa do Município, autorização de


suspensão de sua cobrança e de elevação de ônus e juros;

XVII - denominação de próprios e logradouros públicos;

XVIII - servidões administrativas;

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XIX - instituição de penalidades administrativas;

XX - autorização da participação do Município em entidade intermunicipal


destinada à gestão, prestação ou execução de serviço público relevante
de interesse comum;

XXI - normatização dos mecanismos de participação popular e da


transparência no Governo Municipal. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 23 - Compete privativamente à Câmara Municipal:

I - dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito;

II - eleger e destituir a Comissão Executiva e constituir comissões;

III - elaborar regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento e política;

V - dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargo, emprego ou


função de seus serviços e a iniciativa de leis para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (alterado pela Emenda nº 21/07)

VI - aprovar crédito suplementar ao orçamento de sua secretaria, nos


termos desta Lei Orgânica;

VII - fixar o subsídio do Vereador, Prefeito, do Vice-Prefeito e dos


Secretários Municipais; (alterado pela Emenda nº 21/07)

VIII - conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-Prefeito;

IX - conceder licença ao Prefeito para interromper o exercício de suas


funções;

X - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentar-se do Município por


mais de 15 (quinze) dias e do País por mais de 8 (oito) dias; ( alterado
pela Emenda Nº 01/93)

XI - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Secretários


Municipais nas infrações político-administrativas;

XII - aplicar as seguintes sanções ao Prefeito, Vice-Prefeito e seus


auxiliares:

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a) censura pública, nos casos previstos nos incisos IX e X do Artigo 59


desta Lei Orgânica, deliberada por maioria absoluta;

b) suspensão temporária do mandato ou do exercício das funções, nos


casos previstos nos incisos II, III IV e V do Artigo 59 desta Lei
Orgânica, deliberada por 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara
Municipal; (alterado pela Emenda nº 07/98)

c) cassação de mandato, conforme o caso, nas hipóteses previstas nos


incisos I, VI, VII, VIII do Artigo 59 desta Lei Orgânica, ou por infração
político-administrativa, por 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara
Municipal; (alterado pela Emenda nº 07/98)

XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito não apresentadas dentro


de 60(sessenta) dias da sessão legislativa;

XIV - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito, e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos do governo;

XV - autorizar, previamente, convênio intermunicipal para modificação de


limites;

XVI - solicitar, por deliberação da maioria absoluta, a intervenção do


Município para assegurar o cumprimento da Constituição da República,
da Constituição Estadual e desta Lei Orgânica, bem como para assegurar
o livre exercício de suas atribuições;

XVII - suspender, no todo ou em parte, a execução de qualquer ato


normativo municipal que haja sido, por decisão definitiva do Poder
Judiciário, declarado infringente desta Lei Orgânica;

XVIII - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do


poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa;

XIX - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da


administração indireta, observado o disposto no artigo 39; (alterado pela
Emenda nº 21/07)

XX - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia do


município em operações de crédito;

XXI - autorizar a realização de empréstimo, operação ou acordo externo,


de qualquer natureza, de interesse do Município, regulando as suas
condições e respectiva aplicação, observada e legislação federal;

XXII - autorizar referendo e convocar plebiscito;

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XXIII - criar comissões parlamentares de inquérito;

XXIV - solicitar, através da Comissão Executiva, informações ao Prefeito,


Secretário, dirigentes de entidades da administração indireta ou
autoridade municipal, na forma desta Lei Orgânica;

XXV - apreciar, por maioria absoluta, os vetos do Poder Executivo;

XXVI - conceder honrarias a pessoas cujos serviços ao Município sejam


reconhecidos e relevantes, na forma do regimento interno;

XXVII - Revogado (alterado pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - A deliberação sobre as matérias constantes nos incisos


II, III, IV, V, X, XIV e XV processar-se-á mediante resolução e, nos demais
casos, através de decreto legislativo, excetuados os itens I, XI, XIII, XVII,
XX e XXV.

Seção IV

Do Processo Legislativo

Art. 24 - O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Lei Orgânica;

II - leis complementares; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

III - leis ordinárias;

IV - decretos legislativos;

V - resoluções.

§ 1º A legislação municipal será, obrigatoriamente, publicada no Diário


Oficial do Município e disponibilizada na rede mundial de computadores
(Internet). (alterado pela Emenda nº 32/19)

§ 2º Lei complementar disporá sobre a legística e a consolidação das leis


municipais. (alterado pela Emenda nº 32/19)

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Subseção I

Das Emendas à Lei Orgânica

Art. 25 - A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I - de 1/3 (um terço), no mínimo, da Câmara Municipal;

II - do Prefeito;

III - de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, 5% (cinco por cento)


dos eleitores alistados no Município, obedecido o disposto no § 1º do Artigo
30 desta Lei Orgânica.

§ 1º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício


mínimo de 10 (dez) dias, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
3/5 (três quintos) dos votos dos membros da Câmara Municipal. (alterado
pela Emenda nº 07/98)

§ 2º - A emenda será promulgada pela Comissão Executiva da Câmara


Municipal.

§ 3º - A Lei Orgânica não pode ser emendada na vigência de estado de


sítio ou estado de defesa, nem quando o Município estiver sob intervenção
estadual.

§ 4º - Na discussão de projeto de iniciativa popular é assegurado a sua


defesa, na tribuna popular, por um dos signatários, na forma em que
dispuser o regimento interno.

§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.

Subseção II

Das Leis

Art. 26 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe ao Prefeito, a


qualquer membro ou comissão da Câmara Municipal e aos cidadãos, mediante

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iniciativa popular, observado o disposto nesta Lei Orgânica. (alterado pela


Emenda nº 21/07)

Parágrafo único - São objeto de lei complementar, aprovadas mediante


maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, observadas, no que
couber, as normas da Constituição Federal: (acrescido pela Emenda nº
21/07)

I. a lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana e do plano


diretor; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II. a organização da Procuradoria Geral do Município. (acrescido pela


Emenda nº 21/07)

Art. 27 - Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que


disponham sobre:

I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos


públicos na administração direta, autárquica e fundacional;

II - fixação ou aumento de remuneração dos servidores;

III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria


dos servidores;

IV - matéria orçamentária. (alterado pela Emenda nº 21/07)

V - criação e extinção de secretarias e órgãos da administração pública


municipal. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo único - O Prefeito poderá solicitar à Comissão Executiva a


devolução de projeto de lei de autoria do Poder Executivo, em qualquer
fase de sua tramitação, excetuando-se a de votação, no que será, de
pronto, atendido.

Art.28 - É da competência exclusiva da Câmara Municipal a iniciativa dos projetos


que disponham sobre:

I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos do


Poder Legislativo;

II - fixação ou aumento de remuneração de seus servidores;

III - organização e funcionamento dos seus serviços, dispondo sobre


estrutura administrativa de apoio e junta médica no âmbito da Câmara
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Municipal, que proporcione a eficiência da produção normativa. (alterado


pela Emenda nº 21/07)

IV - regime fechado de previdência complementar, que oferecerá aos


Vereadores planos de benefícios somente na modalidade de contribuição
definida, decorrentes do pagamento de contribuições previdenciárias dos
parlamentares, com adesão de modo opcional, o qual será regulamentado
por lei municipal, de acordo com as regras estabelecidas na legislação
federal de que trata a matéria. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art.29 - Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da


Câmara Municipal;

Art. 30 - A iniciativa popular de lei será exercida mediante a apresentação, à


Câmara Municipal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 5% (cinco por
cento) do eleitorado alistado no Município.

§ 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se, para seu


recebimento, a identificação dos assinantes, mediante indicação do
número do respectivo título eleitoral.

§ 2º - A tribuna popular poderá ser utilizada, por um dos subscritores da


iniciativa do projeto de lei.

§ 3º - O projeto de lei de iniciativa popular, decorridos 60 (sessenta) dias


de seu recebimento, será incluído na ordem do dia, mesmo sem os
pareceres das comissões técnicas permanentes, sobrestando-se os
demais assuntos até ultimada a sua votação, ressalvado o caso previsto
no § 1º do Artigo 32 desta Lei Orgânica.

§ 4º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obedecerá às


normas relativas ao processo legislativo estabelecido nesta lei.

Art. 31 - As leis ordinárias exigem, para sua aprovação, o voto favorável da


maioria simples dos membros da Câmara Municipal.

§ 1º - Na hipótese de apreciação da lei de diretrizes gerais em matéria de


política urbana e do plano diretor, exigir-se-á, para aprovação, o voto da
maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

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§ 2º - Decorridos 60 (sessenta) dias do recebimento de projeto de lei, sem


deliberação da Câmara Municipal, aplicar-se-á o disposto no § 1º do
Artigo 32 desta Lei Orgânica.

Art. 32 - O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua


iniciativa considerados relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo de
45 (quarenta e cinco) dias.

§ 1º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no "caput" deste Artigo,


o projeto será obrigatoriamente incluído na ordem do dia com ou sem
parecer, para que se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação
quanto aos demais assuntos, com exceção do disposto no § 3º do Artigo
34 desta Lei Orgânica.

§ 2º O prazo referido neste Artigo não corre nos períodos de recesso da


Câmara Municipal e não se aplica aos projetos de codificação.

Art. 33 - O projeto aprovado em 02 (dois) turnos de votação será, no prazo de 10


(dez) dias úteis, enviado pelo Presidente da Câmara Municipal ao Prefeito que,
concordando, sanciona-lo-á, no prazo de 15(quinze) dias úteis.

Parágrafo Único - Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio


do Prefeito importará sanção.

Art.34 - Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou


contrário ao interesse público, veta-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15
(quinze) dias úteis contados da data do recebimento e comunicará, dentro de 48
(quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câmara Municipal, os motivos do veto.

§ 1º - O veto deverá ser sempre justificado e, quando parcial, abrangerá o


texto integral de Artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 2º - As razões aduzidas no veto serão apreciadas em uma única


discussão, no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento, exceto
nos períodos de recesso.

§ 3º - Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto no parágrafo anterior


deste Artigo, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata,
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 4º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos membros


da Câmara Municipal, em votação aberta, por meio de procedimento que
garanta o conhecimento público de cada voto. (alterado pela Emenda nº
28/14)
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§ 5º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito em 48


(quarenta e oito) horas, para promulgação.

§ 6º - Se o Prefeito não promulgar a lei em 48 (quarenta e oito) horas, nos


casos de sanção tácita ou rejeição de veto, o Presidente da Câmara
Municipal promulga-la-á e, se este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente,
em igual prazo, fazê-lo.

§ 7º - Na apreciação do veto, a Câmara Municipal não poderá introduzir


qualquer modificação no texto vetado.

Art. 35 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir


objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

Art. 36 - O projeto de lei que receber, quanto ao mérito, parecer contrário de


todas as comissões, será tido como rejeitado.

Parágrafo Único - Será facultada a reapresentação do projeto a


requerimento de 1/3 (um terço) dos Vereadores.

Subseção III

Dos Decretos Legislativos e das Resoluções

Art. 37 - Os projetos de decreto legislativo e resolução, aprovados pelo plenário


em um só turno de votação, serão promulgados pelo Presidente da Câmara.

Seção V

Dos Vereadores

Art. 38 - Os Vereadores tomarão posse no dia 1º de janeiro do primeiro ano de


cada legislatura, em sessão solene presidida pelo Vereador mais votado pelo
povo, entre os presentes.

Parágrafo Único - No ato da posse, o Vereador fará declaração de bens e


renova-la-á, anualmente, no prazo de que trata o Artigo 21 desta Lei
Orgânica.

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Art. 39 - Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, no


exercício do mandato e na circunscrição do Município, podendo, no exercício de
sua atividade fiscalizadora, ter acesso as repartições públicas, seus documentos
e as informações relevantes só no interesse do município. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

Art. 40 - O Vereador poderá licenciar-se somente:

I - por doença devidamente comprovada ou por gravidez, pelo prazo


previsto para a licença-gestante ou licença-paternidade nos termos
previstos no artigo 7º, incisos XVIII e XIX, da Constituição Federal;
(alterado pela Emenda nº 21/07)

II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de


interesse do Município;

III - para tratar, sem remuneração, de interesse particular, por prazo


determinado que não ultrapasse a 120 (cento e vinte) dias por sessão
legislativa, podendo reassumir o exercício e a titularidade do mandato do
término da licença; (alterado pela Emenda nº 10/99)

IV - nos casos previstos no Artigo 43, inciso I, desta Lei Orgânica.

§ 1º - para fins de remuneração, considerar-se-á como em exercício, o


Vereador licenciado nos termos dos incisos I e II.

§ 2º - a licença, em qualquer hipótese, depende de autorização da


Câmara Municipal.

Art. 41 - O Vereador não poderá:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,


autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundações
instituídas ou mantidas pelo poder público, ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar e tomar posse em cargo, função ou emprego remunerado,


inclusive os de livre exoneração, nas entidades constantes da alínea
anterior.

II - desde a posse:

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a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor


decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de livre exoneração nas entidades referidas


no inciso I, a;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a


que se refere o inciso I, a;

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Parágrafo Único - Quanto ao Vereador investido em cargo ou emprego


público, observar-se-á o seguinte:

I - havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu


cargo, emprego ou função, sem prejuízo dos subsídios a que faz jus;

II - não havendo compatibilidade de horário, ficará afastado do seu cargo,


emprego ou função, contando-se-lhe o tempo de serviço para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

III - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os


valores serão determinados como se no exercício estivesse.

Art. 42 - Perderá o mandato o Vereador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no Artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro


parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte


das reuniões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a justiça eleitoral, nos casos previstos na


Constituição da República;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.


(alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos


no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas ao

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Vereador ou a percepção de vantagens indevidas. (alterado pela


Emenda nº 21/07)

§ 2º Nos casos dos incisos I, II, e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara Municipal, por maioria absoluta e voto aberto, mediante
provocação da Comissão Executiva ou de partido político, assegurada a
ampla defesa. (alterado pela Emenda nº 27/13)

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Comissão Executiva da Câmara Municipal, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros ou de partido político,
assegurada ampla defesa. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 4º - Em todos os casos, o Vereador terá assegurado o direito de plena


defesa.

Art. 43 - Não perderá o mandato o Vereador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território,


Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Município, de Presidente ou
equivalente de Autarquias, Empresas Públicas, Fundações e Sociedades
de Economias Estaduais e Federais ou desempenhando, com prévia
licença da Câmara Municipal, missão temporária de caráter diplomático;
(alterado pela Emenda nº 04/94)

II - licenciado pela Câmara Municipal nos casos previstos no Artigo 40


desta Lei Orgânica.

§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga pela investidura do


titular nas funções previstas neste Artigo ou de licença superior a 120
(cento e vinte) dias.

§ 2º - O vereador investido em qualquer dos cargos previstos no inciso I


poderá optar pela remuneração do mandato.

Art. 44 - No caso de vaga ou de licença de Vereador, o Presidente convocará


imediatamente o suplente.

§ 1º - O suplente convocado deverá tomar posse, dentro do prazo de 15


(quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara Municipal.

§ 2º - Em caso de vaga, não havendo suplente, o Presidente comunicará


o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, diretamente ao Tribunal
Regional Eleitoral.

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Art. 45 - O Vereador perceberá a remuneração fixada pela Câmara Municipal,


observados os critérios estabelecidos nesta Lei Orgânica e os limites definidos
nos artigos 29, Inciso VI e 37, Inciso XI, respectivamente, da Constituição Federal.
(alterado pela Emenda nº. 20/06)

§ 1º - É vedada a concessão de gratificações, de qualquer natureza,


inclusive pelas convocações extraordinárias, ressalvadas as gratificações
de representações atribuídas aos Membros da Comissão Executiva, aos
Presidentes das Comissões Permanentes e aos Líderes Partidário,
observado o disposto no artigo 37, inciso XI da Constituição Federal, na
redação dada pela Emenda Constitucional nº. 41, de 19 de dezembro de
2003. (alterado pela Emenda nº 17/06)

§ 2º. considerar-se-á alterado o subsídio vigente, no valor correspondente


a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais, sempre
que a Assembléia Legislativa Estadual promova, a qualquer tempo, nova
fixação dos subsídios dos seus respectivos Deputados; . (alterado pela
Emenda nº 20/06)

§ 3º. considera-se mantido o subsídio vigente, na hipótese de não se


proceder à respectiva fixação na época própria, atualizado o valor
monetário conforme estabelecer norma municipal específica. (alterado
pela Emenda nº 20/06)

Seção VI

Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e


Patrimonial

Art. 46 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial do Município e das entidades de sua administração direta ou indireta
será exercida pela Câmara Municipal, mediante controles, externos e interno, de
cada poder e entidade.

§ 1º - Quanto ao controle externo, observar-se-á o que dispõe o Artigo 86


da Constituição Estadual.

§ 2º - Quanto ao controle interno, os Poderes Executivo e Legislativo


atuarão de forma integrada, nos termos do Artigo 74 e parágrafos, da
Constituição da República.

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Art. 47 - A Câmara Municipal editará, em linguagem acessível, a prestação de


contas do Município, para dar cumprimento ao disposto no §3º do Artigo 86 da
Constituição Estadual. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - A versão popular da prestação de contas ficará exposta ao público,


durante 60 (sessenta) dias, nas repartições municipais e nos
equipamentos coletivos municipais.

§ 2º - No período de que trata o parágrafo anterior, o Poder Executivo e a


Câmara Municipal designarão equipes técnicas especializadas para
prestar informações aos interessados.

§ 3º - Lei ordinária definirá os procedimentos e os prazos a serem


observados pelos contribuintes para o questionamento quanto as contas
municipais.

Art. 48 - O Presidente da Câmara remeterá ao Tribunal de Contas do Estado, até


30 (trinta) de abril do exercício seguinte, as contas do Poder Legislativo e do
Poder Executivo, sendo, as do Poder Executivo entregues à Câmara Municipal,
pelo Prefeito, até o dia 30 de março.

Capítulo III

DO PODER EXECUTIVO

Seção I

Do Prefeito e Do Vice-Prefeito

Art. 49 - O Poder Executivo do Município é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos


Secretários Municipais.

Art. 50 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para um mandato de 04 (quatro)


anos, será realizada em pleito direto, mediante voto secreto e universal,
obedecidas as regras constantes do Artigo 29, incisos I e II, e Artigo 77 da
Constituição da República.

Parágrafo Único - Perderá o mandato, o Prefeito que assumir outro cargo


ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse

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em virtude de concurso público e observado o disposto no Artigo 38,


incisos I, II, IV e V da Constituição da República.

Art. 51 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse perante a Câmara Municipal,


no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição.

§ 1º - Se, decorridos 10(dez) dias da data fixada para posse, o Prefeito ou


o Vice-Prefeito não tiver assumido o cargo, salvo motivo de força maior,
este será declarado vago pela Câmara Municipal.

§ 2º - O Prefeito será substituído, no caso de impedimento ou ausência do


Município e sucedido, no caso de vaga, pelo Vice-Prefeito ou, na
ausência de ambos ou vacância de seus cargos, pelo Presidente da
Câmara Municipal.

§ 3º - Na hipótese de vacância dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito,


serão obedecidas as seguintes regras:

I - se a vacância ocorrer antes dos últimos 15 (quinze) meses de mandato


será realizada eleição após 90 (noventa) dias, contados a partir da
abertura da última vaga.

II - se a vacância ocorrer nos últimos 15 (quinze) meses de mandato


assumirá o Presidente da Câmara e, no caso do impedimento deste,
aquele que a Câmara Municipal eleger, entre os seus membros;

III - em qualquer dos casos, os substitutos completarão o período dos


seus antecessores.

§ 4º - No ato de posse, o Prefeito, o Vice-Prefeito, bem como todos os


ocupantes dos cargos em comissão ou de direção das entidades da
administração, farão declaração de bens e renová-la-ão anualmente, no
prazo de que trata o Artigo 21 desta Lei Orgânica.

5º - São extensivas ao Prefeito e ao Vice-Prefeito as vedações constantes


do Artigo 41 desta Lei Orgânica.

Art. 52 - O Prefeito, o Vice-Prefeito e Vereadores, não poderão ausentarem-se do


Município, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos ou do País, por mais de
8(oito) dias consecutivos, sem licença da Câmara Municipal. (alterado pela
Emenda nº 01/93)

Art. 53 - A remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito será fixada, observado o


disposto no Artigo 45 desta Lei Orgânica.
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Seção II

Das Atribuições do Prefeito

Art. 54 - Compete privativamente ao Prefeito:

I - representar o Município em juízo e fora dele;

II - nomear e exonerar seus auxiliares diretos;

III - iniciar o processo legislativo, nos termos desta Lei Orgânica;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem como expedir decretos


e/ou regulamentos para sua fiel execução, os dois últimos no prazo de
01(um) ano ou na forma definida na lei; (alterado pela Emenda nº 21/07)

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor mediante decreto sobre: (alterado pela Emenda nº 21/07)

a) organização e funcionamento da administração municipal, quando


não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (acrescido


pela Emenda nº 21/07)

VII - remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal, por


ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do
Município;

VIII - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual, o projeto de lei de


diretrizes orçamentárias e a proposta de orçamentos previstos nesta Lei
Orgânica;

IX - enviar à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Estado, dentro


de 60 (sessenta) dias após a abertura da sessão legislativa, as contas e o
balanço geral referentes ao exercício anterior;

X - prover e extinguir cargos públicos municipais, na forma da lei,


ressalvada a competência da Câmara Municipal;
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XI - declarar a necessidade, a utilidade pública ou o interesse social, para


fins de desapropriação nos termos da lei federal;

XII - prestar dentro de 30 (trinta) dias, as informações solicitadas pela


Câmara Municipal;

XIII - solicitar o concurso das autoridades policiais do Estado para


assegurar o cumprimento das normas da administração municipal;

XIV - celebrar convênios, ajustes e contratos de interesse municipal;

XV - contrair empréstimos, externo ou interno, mediante prévia


autorização da Câmara Municipal, observados os parâmetros de
endividamento regulados em lei, segundo os princípios da Constituição da
República;

XVI - participar da formação de juntas militares, através de sua instalação


e nomeação de um seu representante, nos termos da lei que regula o
serviço militar;

XVII - exercer outras atribuições prevista nesta Lei Orgânica.

Parágrafo Único - O Prefeito poderá delegar aos Secretários Municipais


as atribuições contidas no itens XIII e XIV, podendo haver subdelegação
com consentimento expresso daquele.

Art. 55 - Até 45 (quarenta e cinco) dias depois das eleições municipais, o


Prefeito deverá definir equipe de transição, que preparará, para entrega ao
sucessor e para publicação imediata, relatório da situação da administração
municipal que conterá, entre outras, informações atualizadas sobre: (alterado
pela Emenda nº 21/07)

I - dívidas do Município, por credor, com as datas dos respectivos


vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos decorrentes
de operações de crédito, informando sobre a capacidade da
administração municipal realizar operações de crédito de qualquer
natureza;

II - medidas necessárias à regularização das contas municipais perante o


Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for o caso;

III - prestações de contas de contratos celebrados com organismos da


União e do Estado, bem como do recebimento de subvenções ou auxílios;

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IV - situação dos contratos com concessionários e permissionários de


serviços públicos;

V - situação dos contratos de obras e serviços em execução ou apenas


formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago e o que há por
executar e pagar, com os prazos respectivos;

VI - transferência a serem recebidas da União e do Estado, por força de


mandamento constitucional ou de convênios;

VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso na Câmara


Municipal;

VIII - situação dos servidores do Município, seu custo global, quantidade e


órgãos em que estão lotados.

Parágrafo único - o disposto no caput não se aplica ao caso de reeleição


do Prefeito. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 56 - Até 30 (trinta) dias antes da posse do Prefeito eleito, o Prefeito publicará
no Diário Oficial e nos jornais de grande circulação, o balancete da administração
direta e indireta do Município, relativo ao período compreendido entre 1º de
janeiro e 31 de outubro do exercício em curso.

Seção III

Das Responsabilidade

Art. 57 - São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito definidos em lei


federal e, em especial, nos termos do artigo 85 da Constituição Federal, os que
atentem contra: (alterado pela Emenda nº 21/07)

I - a existência do Município; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - o livre exercício do Poder Legislativo; (acrescido pela Emenda nº


21/07)

III - a probidade na administração; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

IV - a lei orçamentária; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

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V - o cumprimento das leis e decisões judiciais. (acrescido pela Emenda


nº 21/07)

Art. 58 - Admitida a acusação contra o Prefeito, por 2/3 (dois terços) da Câmara
Municipal, será ele submetido a julgamento pelos crimes comuns e de
responsabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

§ 1º - O Prefeito ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa - crime


pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo


Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

§ 2º - Se decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, o julgamento


não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem prejuízo de
regular o prosseguimento do processo

Art. 59 - São infrações político-administrativas do Prefeito, Vice-Prefeito e seus


auxiliares:

I - impedir o funcionamento regular da Câmara Municipal, bem como o


cerceamento do exercício da atividade fiscalizadora do Vereador, nos
termos do artigo 39 desta Lei Orgânica; (alterado pela Emenda nº 21/07)

II - impedir o exame de livros e documentos que devam constar dos


arquivos da Prefeitura;

III - desatender as convocações ou não responder integralmente os


pedidos de informações da Câmara Municipal do Recife, sem motivo justo
e comunicado no prazo de 30(trinta) dias; (alterado pela Emenda nº
21/07)

IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a


essa formalidade;

V - deixar de apresentar à Câmara Municipal, no devido tempo e em


forma regular, as propostas de diretrizes orçamentárias, dos orçamentos
anuais e do plano plurianual;

VI - descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;

VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato da sua competência


ou omitir-se de sua prática, inclusive, quando necessária a expedição de
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decretos e/ou regulamentos no prazo fixado nesta Lei Orgânica; (alterado


pela Emenda nº 21/07)

VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou


interesse do Município, sujeitos à administração da Prefeitura;

IX - ausentar-se do Município, por tempo superior a 15 (quinze) dias, sem


autorização da Câmara Municipal;

X - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

§ 1º. - A denúncia das infrações definidas neste artigo, escrita e assinada,


poderá ser formulada por qualquer Vereador ou cidadão com a exposição
dos fatos, devidamente comprovada. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 2º - Por convocação de qualquer Vereador, será submetido ao Plenário


requerimento de rejeição de informações prestadas pelo Prefeito a pedido
formulado pela Câmara Municipal, que deliberará, com aprovação de 3/5
(três quintos) dos seus membros, pelo envio de solicitação de abertura de
processo especial ao Tribunal de Contas do Estado. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Seção IV

Dos Secretários Municipais

Art. 60 - Os Secretários Municipais, nomeados e exonerados pelo Prefeito, estão


sujeitos, desde a posse, às mesmas incompatibilidades e proibições
estabelecidas para os Vereadores.

Art. 60. A - Fica vedado o exercício de cargos de secretários municipais ou


equiparados por quem for considerado inelegível nos termos da Lei
Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010, sob pena de nulidade do ato de
nomeação. (acrescido pela Emenda nº 26/12)

Art. 61 - Além de outras atribuições fixadas em lei, compete aos Secretários


Municipais:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e


entidades da administração municipal, na área de sua competência;

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II - referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito, relativos à sua


área de competência;

III - apresentar ao Prefeito, relatório semestral dos serviços realizados na


Secretaria;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhes forem outorgadas


ou delegadas pelo Prefeito;

V - expedir portarias e instruções para a execução das leis, regulamentos


e decretos;

VI - comparecer à Câmara Municipal e prestar as informações solicitadas,


nos casos previstos em lei;

VII - delegar atribuições a seus subordinados.

§ 1º - A Câmara Municipal, ou qualquer de suas comissões, poderão


convocar Secretários do Município ou quaisquer titulares e servidor
público de órgãos diretamente subordinados ao Prefeito para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando em crime de responsabilidade, nos termos da legislação
federal, a ausência sem justificação adequada. (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

§ 2º - A Mesa da Câmara Municipal poderá encaminhar pedidos escritos


de informação aos Secretários do Município ou a qualquer das pessoas
referidas no parágrafo anterior, importando em crime de responsabilidade,
nos termos da legislação federal, a recusa ou o não atendimento no prazo
de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

TÍTULO III

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Capítulo I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 62 - A administração pública municipal compreende:

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I - a administração direta, integrada pelas secretarias municipais e outros


órgãos públicos de natureza equivalente;

II - a administração indireta, integrada pelas autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista e outros órgãos
dotados de personalidade jurídica própria.

Art. 63 - A administração pública municipal direta, indireta ou fundacional


obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência e também ao seguinte: (alterado pela Emenda nº 21/07)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros


que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão,
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

III - o prazo de validade do concurso público será de até 02 (dois) anos,


prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,


aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira, nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições
de direção, chefia e assessoramento, sendo vedada a ocupação por
aqueles considerados inelegíveis nos termos da Lei Complementar nº
135, de 04 de junho de 2010; (acrescido pela Emenda nº 26/12)

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação


sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

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VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as


pessoas com deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado,


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,
observadas as seguintes normas: (alterado pelas Emendas nºs. 13/02,
16/05 e 21/07)

a) realização de seleção pública simplificada, ressalvados os casos de


calamidade pública; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

b) as contratações serão feitas por tempo predeterminado, admitida a


prorrogação, observados os prazos máximos estabelecidos em Lei.
(alterado pela Emenda nº 30/18)

c) proibição de contratação de serviços para realização de atividades


que possam ser, regularmente, exercidas por servidores públicos.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

X - as leis de fixação das remunerações e dos subsídios dos servidores


públicos municipais deverão observar a especificidade de cada cargo e
carreira e buscar, quando possível, a eficiência através de metas de
desempenho, sendo vedada a percepção de remuneração ou subsídio,
incluídas as vantagens pessoais ou outras de qualquer natureza, acima
do limite de que trata o § 6º, art. 97, da Constituição Estadual. (alterado
pela Emenda nº 34/2021)

XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser


superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do servidor
público; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não


serão computados nem acumulados, para fins de concessão de
acréscimos ulteriores; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XIV - a remuneração dos servidores públicos e os subsídios são


irredutíveis, com as ressalvas da Constituição Federal, e somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices; (alterado pela Emenda nº
21/07)

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XV - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto


quando houver compatibilidade de horários:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,


com profissões regulamentadas; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XVI - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e


abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XVII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro


de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei;

XVIII - somente por lei específica poderá ser criada ou extinta autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XIX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;

XX - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública, sempre que possível na modalidade de pregão
eletrônico, o que assegurará igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica,
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

XXI - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as


pessoas da raça negra e definirá os critérios de garantia de sua fruição.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

XXII - REVOGADO (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - As ações do Poder Público, no campo da comunicação social,


inclusive a programação visual e sonora, deverão ter caráter educativo,
informativo e de orientação social, e basear-se, exclusivamente, nos
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elementos da identidade oficial do Município, não podendo, em hipótese


alguma, conter nomes, símbolos, imagens, cores ou sons característicos
de outras instituições, idéias, fatos ou pessoas.

§ 2º - Os bens imóveis e móveis e o material de consumo do Município ou


das entidades da administração indireta serão identificados pelos escudo
oficial seguido do nome do órgão ou entidade a que pertençam, vedada a
utilização de qualquer outro símbolo.

§ 3º - A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará na


nulidade do ato e na punição da autoridade responsável, nos termos da
lei.

§ 4º - As reclamações relativas a prestação de serviços públicos serão


disciplinadas em lei.

§ 5º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

§ 6º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados


por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 7º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

§ 8º - O servidor e o empregado público gozarão de estabilidade no cargo


ou emprego desde o registro da candidatura para o exercício de cargo de
representação sindical ou nos casos previstos no inciso II deste Artigo,
ainda que suplente, até 01 (um) ano após o término do mandato, se eleito
salvo se cometer falta grave definida em lei.

§ 9º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

I - o prazo de duração do contrato; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,

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obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (acrescido pela Emenda


nº 21/07)

III - a remuneração do pessoal. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 10. O limite máximo remuneratório do pessoal do Município aplica-se às


empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos do Município para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral. (acrescido pela Emenda nº
21/07)

§ 11. Ao servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
disposições: (acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará


afastado de seu cargo, emprego ou função; (acrescido pela Emenda nº
21/07)

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou


função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de


horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de


mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento; (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os


valores serão determinados como se no exercício estivesse. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

§ 12. A administração tributária do Município, atividade essencial ao seu


funcionamento, exercida por servidores de carreira específica, terá
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuará de
forma integrada às administrações tributárias da União e do Estado,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais,
na forma da lei ou convênio. (acrescido pela Emenda nº21/07)

§ 13. Os doadores de sangue que contarem o mínimo de 02 (duas)


doações, num período de 01 (um) ano, estarão isentos do pagamento da
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taxa de inscrição em concursos públicos promovidos pelo Município,


realizados num prazo de até 12 (doze) meses decorridos da última
doação. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 64 - As ações decorrentes da administração pública municipal, além dos


princípios estabelecidos no Artigo anterior, obedecerão aos seguintes processos:

I - participação popular;

II - democratização das informações;

III - cooperação intergovernamental e intermunicipal;

Capítulo II

DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

Art. 65 - O Município, na sua atuação, atenderá aos princípios da democracia


participativa, dispondo, mediante lei, sobre a criação dos Conselhos Municipais
nas diversas áreas, integrados por representantes do Poder Publico e dos
usuários e concessionários dos serviços públicos, disciplinando a sua composição
e funcionamento, compreendidas nas suas prerrogativas, entre outras:
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - na formulação das políticas e diretrizes da ação pública global e


setorial;

II - no estabelecimento de estratégias de ação e encaminhamento de


soluções dos problemas municipais;

III - na elaboração da lei de diretrizes gerais em matéria de política


urbana, do plano diretor, plano plurianual, dos projetos de lei de diretrizes
orçamentárias e orçamento anual dos planos, programas e projetos
setoriais;

IV - na fiscalização e controle da administração municipal.

Art. 66 - O processo de participação popular será exercido através dos seguintes


instrumentos:

I - plebiscito, referendo e iniciativa popular na processo legislativo;

II - conselho de cidadãos;

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III - tribuna popular;

IV - conselhos e câmaras setoriais institucionais;

V - audiências públicas;

§ 1º O Município, na sua atuação, atenderá aos princípios da democracia


participativa, dispondo, mediante lei específica, sobre a criação dos
conselhos e câmaras setoriais institucionais de que trata o inciso IV.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 2º. Os conselhos e as câmaras setoriais institucionais terão caráter


opinativo e compõem-se de representantes do Poder Público e da
sociedade civil, em regra de modo paritário e, quando possível, com a
maioria de membros representantes da sociedade civil, na forma em que
prever a lei específica. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 3º. Os Conselhos Municipais terão, obrigatoriamente, em sua


composição, no mínimo, a participação de dois (02) Vereadores na
qualidade de representantes do Poder Legislativo. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Capítulo III

DO PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Art. 67 - É assegurado aos cidadãos amplo acesso às informações relativas à


ação da administração pública municipal, através dos instrumentos previstos no
art. 66, conforme regulamentado em legislação específica. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

I - será garantido o acesso, a disponibilização e a divulgação das


informações, inclusive referentes à legislação municipal, em linguagem
acessível e material especifico para os deficientes visuais; (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

II - os instrumentos e informações referidos no inciso anterior serão


obrigatórios para os Poderes Executivo e Legislativo. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - Para efeito do cumprimento do disposto neste Artigo,


será facilitado o acesso e a compreensão das referidas informações,
especialmente através da informatização dos arquivos de dados do poder
público municipal.

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Art. 68 - Toda entidade da sociedade civil com sede ou representação no território


do Município, desde que requeira, terá assegurada audiência pública com o
Prefeito ou outra autoridade do Município, para que se esclareça determinado ato
ou projeto da administração municipal.

Art. 69 - A lei disciplinará os gastos com publicidade no caso dos órgãos da


administração direta, da indireta e da Câmara Municipal, cujas despesas não
poderão ultrapassar 1% (um por cento) da receita efetiva realizada no exercício
anterior, excluídas as operações de crédito e as transferências de capital.

Capítulo IV

DO PROCESSO DE COOPERAÇÃO INTERGOVERNAMENTAL E


INTERMUNICIPAL

Art. 70 - O Município, objetivando a execução de funções públicas e soluções de


interesse comum, poderá articular-se para cooperação com a União, o Estado de
Pernambuco e os Municípios, principalmente aqueles que integrem a Região
Metropolitana do Recife.

Parágrafo Único - A cooperação intermunicipal e intergovernamental far-


se-á sob a forma de convênios, acordos, consórcios, contratos
multilaterais e outros instrumentos, firmados mediante autorização da
Câmara Municipal, obedecidas as legislações federal, estadual e
municipal, para as finalidades de:

I - planejamento, programação e execução de atividades necessárias,


convenientes ou úteis à comunidade, de interesse local e metropolitano;
(alterado pela Emenda nº 21/07)

II - planejamento urbano;

III - criação, implantação, operação e manutenção de obras e serviços


locais de transportes, abastecimento, saneamento básico, saúde e outros
equipamentos sociais e serviços públicos de natureza intermunicipal ou
regional;

IV - planejamento e execução de atividades turísticas;

V - proteção do patrimônio histórico e cultural, do meio ambiente e de


programas de ação cultural.

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VI - defesa civil permanente. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Capítulo V

DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Art. 71 - A realização de obras públicas adequar-se-á ao Estatuto das Cidades, à


Lei de Diretrizes Gerais em matéria de política urbana, ao Plano Diretor, ao Plano
Plurianual de Investimentos e à Lei de Orçamento Anual, com plano de metas
para as obras de natureza estruturadora e plano por Região Político
Administrativa. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - O Poder Público é impedido de contratar, sob qualquer modalidade,


empresas condenadas em crimes de corrupção ou ambientais, por um
período de 8 (oito) anos à contar trânsito em julgado. (acrescido pela
Emenda nº 26/12)

§ 2º A proibição de que trata o § 1º estende-se aos sócios com poderes


de administração. (acrescido pela Emenda nº 26/12)

Art. 72 - Os serviços públicos municipais serão prestados, preferencialmente,


pela administração direta e indireta ou mediante concessão ou permissão dos
referidos serviços.

Art. 73 - A lei disporá sobre o regime das empresas concessionárias e


permissionárias de serviços públicos ou de utilidade pública, regulando a política
tarifária, estabelecendo as obrigações dos concessionários e permissionários
para a manutenção de serviços adequados e assegurando os direitos dos
usuários, inclusive o de participação paritária nos órgãos colegiados de
fiscalização dos serviços concedidos ou permitidos.

§ 1º. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações


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sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da


Constituição Federal; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo


de cargo, emprego ou função na administração pública; (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

§ 2º. - As empresas qualificadas como de utilidade pública terão a revisão


de sua qualificação procedida pelo Município, a partir da promulgação
desta Lei Orgânica, para renovação em até 10 (dez) anos, revogando-se
o benefício daquelas que não estiverem mais atendendo aos requisitos
legais ou sem cumprir suas funções. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Capítulo VI

DA GESTÃO DOS BENS PATRIMONIAIS

Art. 74 - Constituem o patrimônio público municipal todos os bens móveis e


imóveis, semoventes, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao
Município.

Art. 75 - Os bens públicos municipais podem ser:

I - de uso comum do povo - tais como estradas municipais, ruas, praças,


logradouros públicos e outros da mesma espécie;

II - de uso especial - os destinados à administração, tais como os edifícios


das repartições públicas, os terrenos destinados ao serviço público e
outras serventias da mesma espécie;

III - bens dominiais - aqueles sobre os quais o Município exerce os


direitos de proprietário e são considerados como bens patrimoniais
disponíveis.

§ 1º. É obrigatório o cadastramento dos bens que integram o patrimônio


público municipal. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 2º. A conservação e manutenção dos bens públicos municipais serão


exercidas pelo Poder Executivo, o qual prestará contas a cada 4 (quatro)
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anos, das condições de conservação, manutenção, estabilidade e


segurança desses bens, através de relatório técnico a ser encaminhado à
Câmara Municipal e providenciada sua ampla divulgação. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

Art. 76 - Toda alienação ou oneração de bens imóveis, a qualquer título,


dependerá de autorização legislativa, avaliação prévia e licitação.

Art. 77 - A alienação através de investiduras aos proprietários lindeiros de imóveis


remanescentes, resultantes de obras públicas ou de modificações de
alinhamentos, inaproveitáveis para edificações, dependerá de prévia autorização
legislativa.

Art. 78 - O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante
concessão, permissão ou autorização, quando houver interesse público,
devidamente justificado.

§ 1º - A concessão para administração de bens públicos de uso especial


ou dominial dependerá de autorização legislativa e licitação, dispensada
esta quando o uso se destinar ao concessionário de serviço público ou
quando houver interesse público, devidamente justificado.

§ 2º - A concessão administrativa de bens de uso comum do povo fica


condicionada à desafetação mediante prévia autorização legislativa.

§ 3º - A Prefeitura revisará as concessões, permissões e autorizações de


uso de bens municipais a cada 02 (dois) anos, revogando aquelas que
não estiverem cumprindo suas funções contratuais.

Capítulo VII

DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 79 - O Município instituirá regime jurídico único e planos de carreira, salários


e benefícios para os servidores da administração direta, das autarquias e
fundações públicas.

§ 1º - A lei assegurará aos servidores da administração direta, isonomia


de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo,
ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza e
ao local de trabalho.
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§ 2º - São direitos desses servidores:

I - garantia de vencimentos nunca inferior ao mínimo;

II - irredutibilidade de vencimentos;

III - gratificação anual a título de décimo terceiro, com base na


remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IV - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

V - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei; (alterado pela Emenda nº 21/07)

VI - duração do trabalho não-superior a 08 (oito) horas diárias e 44


(quarenta e quatro) semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho,
nos termos da lei ;

VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, a 50%


(cinqüenta por cento) a do normal;

IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a
mais do que o vencimento normal;

X - licença-maternidade à servidora e empregada municipal que gerar


criança, sem prejuízo do emprego e do vencimento, com duração de 180
(cento e oitenta) dias. (alterado pela Emenda nº 21/07)

XI - licença paternidade, nos termos fixados em lei;

XII - proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

XIV - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

XV - proibição de diferenças de vencimento, de exercício de funções e de


critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor, estado civil, religião
ou concepção política e filosófica;

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XVI - condições de trabalho apropriadas para as pessoas com deficiência;


(alterado pela Emenda nº 21/07)

XVII - licença-maternidade à servidora e empregada municipal em caso


de adoção judicial de criança com deficiência, sem prejuízo do emprego e
do vencimento, com duração de 180 (cento e oitenta) dias, cabendo ao
Poder Executivo regulamentar e disciplinar a adoção e os tipos de
deficiência para efeito do exercício do direito previsto no presente inciso.
(alterado pela Emenda nº 21/07)

XVIII - revogado (revogado pela Emenda nº15/04)

XIX - licença-prêmio de 03 (três) meses por qüinqüênio de serviço


prestado ao Município, na forma da lei;

XX- revogado (revogado pela Emenda nº 34/2021)

XXI - revogado (revogado pela Emenda nº 08/99)

XXII - promoção por merecimento e antigüidade, alternadamente, nos


cargos organizados em carreira;

XXIII - aposentadoria:

a) por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver


investido, quando insuscetível da readaptação prevista no §13 do art. 37,
da Constituição Federal, hipótese em que será obrigatória a realização de
avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei;

b) compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de


contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma da lei
complementar federal;

c) aos 61 (sessenta e um) anos de idade, se mulher, e aos 64 (sessenta e


quatro) anos de idade, se homem, com redução de 5 (cinco) anos para os
titulares do cargo de professor que comprovarem exclusivamente tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no
ensino fundamental e médio, inclusive para os ocupantes de função de
coordenação, assessoramento pedagógico e direção em unidade
escolar, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos
estabelecidos em lei complementar; (alterado pela Emenda nº 34/2021)

XXIV - utilização, para fins de cálculo dos benefícios do Regime Próprio


de Previdência Social, da média aritmética simples das maiores
remunerações ou subsídios utilizados como base para as contribuições
do servidor ao regime de previdência a que esteve vinculado,
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correspondentes a 90% (noventa por cento) de todo o período contributivo


desde a competência de julho de 1994 ou desde a do início da
contribuição, se posterior àquela competência, na forma da Lei Municipal;
(alterado pela Emenda nº 34/2021)

XXV - os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua


concessão, não poderão exceder à remuneração do respectivo servidor,
no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
referência para a concessão da pensão, entendendo-se como
remuneração o vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de caráter
individual ou quaisquer outras vantagens, excluídas aquelas que possuem
vedação legal, para integrar a base de calculo da contribuição
previdenciária; (alterado pela Emenda nº 21/07)

XXVI - valor de proventos, pensão ou benefício de prestação continuada


nunca inferior ao salário mínimo vigente, quando de sua percepção;

XXVII - pensão especial, na forma que a lei estabelecer, à sua família, se


vier a falecer em conseqüência de acidente em serviço ou de moléstia
dele decorrente;

XXVIII - participação de seus representantes sindicais nos órgãos


normativos e deliberativos de previdência social;

XXIX - revogado (revogado pela Emenda nº 21/07)

XXX - revogado (revogado pela Emenda nº 09/99)

XXXI - revogado (revogado pela Emenda nº 21/07)

XXXII - revogado (revogado pela Emenda nº 08/99)

XXXIII - Os servidores da Administração Direta ou Indireta, fundacional,


autárquica ou economia mista, ativos e inativos, detentores da vantagem
pessoal da estabilidade financeira, em valores correspondentes a cargos,
extintos ou não, terão assegurados os mesmos percentuais de reajuste
concedidos aos símbolos dos existentes cargos comissionados e funções
gratificadas, nos termos que a lei complementar, de iniciativa do Poder
Executivo, dispuser. (alterado pela Emenda nº 21/07)

XXXIV - pagamento, pelo Município, com correção monetária, dos valores


atrasados devidos, a qualquer título;

XXXV - creche para os filhos e dependentes, na faixa de 0 (zero) a 06


(seis) anos, dos servidores públicos da administração direta e indireta,
nas repartições públicas ou proximidades, onde houver mais de 50
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(cinquenta) servidores, sendo obrigatório sua criação e manutenção pelo


Poder Público e concessão de auxílio-creche e instalação de lactários,
quando não atingido este número;

XXXVI - mudança de função, na forma da lei, à servidora gestante, nos


casos em que houver recomendação médica, sem prejuízo de
vencimentos e demais vantagens do cargo ou função;

XXXVII - transferência para locais ou atividades compatíveis com sua


situação, ao servidor e empregado público que tiver sua capacidade de
trabalho reduzida, em decorrência de acidente ou doença em trabalho;

§ 3º - Os titulares de cargo efetivo na administração direta, autárquica e


fundacional do Município terão computado todo o tempo de serviço
prestado à administração pública municipal, no exercício de cargos
comissionados anteriores à titularidade, para efeito de licença-prêmio.

§ 4º. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do regime próprio dos servidores públicos com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

§ 5º. Para efeito da aplicação do disposto no § 2º, inciso XXXIII deste


artigo, na hipótese de extinção ou transformação dos cargos
comissionados ou funções gratificadas e símbolos, observar-se-á a
paridade ou similitude com aqueles que resultarem da extinção ou
transformação, ou ainda com aqueles que forem criados, nos termos que
a lei complementar, de iniciativa do Poder Executivo, dispuser.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 6º A concessão de aposentadoria ao servidor público vinculado a


regime próprio de previdência social e de pensão por morte aos
respectivos dependentes, bem como o cálculo e o reajuste desses
benefícios, serão assegurados, a qualquer tempo, observando-se os
critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os
requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.
(acrescido pela Emenda nº 34/2021)

Art. 79-A - O Município do Recife instituirá, na forma da lei, regime de previdência


complementar, de caráter facultativo, para os servidores públicos municipais,
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
para o valor das aposentadorias e das pensões do Regime Próprio de Previdência
Social.

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§ 1º O regime de previdência complementar de que trata o caput deste artigo


oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida,
observará o disposto no art. 202 da Constituição Federal, e será efetivado por
intermédio de entidade aberta ou fechada de previdência complementar.

§ 2º Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto neste artigo


poderá ser aplicado ao servidor público que tiver ingressado no serviço público
municipal até a data da publicação do ato de instituição do regime de previdência
complementar. (acrescido pela Emenda nº 34/2021)

Art. 80 - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores


nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público:
(alterado pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo único - O servidor público estável só perderá o cargo:


(acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (acrescido pela


Emenda nº 21/07)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla


defesa; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na


forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Art. 81 - O servidor Municipal será responsável civil, criminal e


administrativamente pelos os atos que praticar no exercício do cargo ou função.

TÍTULO IV

DA TRIBUTAÇÃO, PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Capítulo I

DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS

Art. 82 - O Município poderá instituir os seguintes tributos:


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I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,


efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III - contribuições de melhoria, pelas ações decorrentes de obras públicas;

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão


graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, sendo
facultado à administração municipal, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º - As taxas não poderão ter base da cálculo própria de impostos.

§ 3º. O município poderá instituir contribuição, cobrada de seus


servidores, em benefício destes, para o custeio do regime previdenciário
de que trata a Constituição Federal, cuja alíquota não será inferior à da
contribuição de servidores titulares de cargos efetivos da União. (alterado
pela Emenda nº 21/07)

§ 4º - Nenhum tributo incidente sobre a propriedade predial e territorial


urbana, receita ou contrapartida decorrente de bens imóveis ultrapassará
o percentual de até 3,0% (três por cento) do valor venal do imóvel
existente no Documento de Inscrição Imobiliária - DIM, ressalvado o
imposto predial e territorial urbano - IPTU. (acrescido pela Emenda nº
21/07)

Art. 83 - É vedado ao Município, sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em


situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer


natureza, em razão de sua procedência ou destino;

IV - cobrar tributos:

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a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência


da lei que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que


os instituiu ou aumentou;

V - utilizar tributo com efeito de confisco;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio ou serviço da União, Estado, Distrito Federal ou


Município;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas


fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

§ 1º- A vedação do inciso VI, alínea "a", é extensiva às autarquias e às


fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou
às delas decorrentes.

§ 2º - As vedações do inciso VI, alínea "a", e do parágrafo anterior não se


aplicam ao patrimônio e aos serviços relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação, ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonerem o promitente
comprador da obrigação de pagar impostos relativamente ao bem imóvel.

§ 3º - A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a


condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição,
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e
preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 4º - As isenções e anistias fiscais concedidas por lei e o reconhecimento


das imunidades em favor das instituições de ensino, saúde e de
assistência social, sem fins lucrativos, considerados de utilidade pública,
serão revistas, nos termos do § 2º do art. 73. (alterado pela Emenda nº
21/07)

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Art. 84 - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão


de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

§1º - Quando for concedida, pelo Município, anistia ou remissão de crédito


tributária envolvendo principal, multas e acessórios, fica assegurado aos
contribuintes que tenham pago seus débitos regularmente, por ocasião
dos respectivos vencimentos, o direito a obter o recebimento, a título de
ressarcimento financeiro compensatório, dos valores correspondentes à
atualização monetária relativa à diferença entre o montante recolhido e do
benefício financeiro que seja resultante de anistia ou remissão.

§ 2º A lei poderá conceder isenção de impostos para as pessoas com


deficiência e portadores de doenças incapacitantes previstas na
legislação federal, quando adquirirem único imóvel para sua residência e
de sua família, desde que atendidos os requisitos para o gozo do
beneficio. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 3º Os Servidores Municipais e os ex-combatentes poderão ter isenção


parcial ou total do IPTU conforme a lei indicar. (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

Art. 85 - Compete ao Município instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter-vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis por natureza ou cessão de direitos reais sobre imóveis, exceto os
de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;

III - revogado (revogado pela Emenda nº 21/07)

IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no Artigo 155,


inciso I, alínea "b" da Constituição da República, definidos em lei
complementar;

§ 1º. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art.


105, II, o imposto previsto no inciso I poderá: (acrescido pela Emenda nº
21/07)

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (acrescido pela


Emenda nº 21/07)

II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.


(acrescido pela Emenda nº 21/07)
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§ 2º - O imposto a que se refere o inciso II incide sobre transmissões


relativas a imóveis localizados no território do Município.

§ 3º - O imposto previsto no inciso II não incide sobre a transmissão de


bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrentes da fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoas
jurídicas, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de
bens imóveis ou arrendamento mercantil.

§ 4º - O Município poderá instituir contribuição, na forma da lei, para o


custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 83,
I e III, sendo facultada a cobrança da contribuição na fatura de consumo
de energia elétrica. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 86 - O Município dispensará às micro-empresas e às empresas de pequeno


porte assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
las pela simplificação de suas obrigações administrativas e tributárias, ou pela
eliminação ou redução destas, por meio de lei.

Capítulo II

DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO EM RECEITA TRIBUTÁRIA DA UNIÃO E


DO ESTADO

Art. 87- O município participa do produto da arrecadação dos tributos federais e


estaduais, na forma prevista na Constituição da República.

Capítulo III

DO PLANEJAMENTO

Art. 88 - As ações governamentais obedecerão a processo permanente de


planejamento, com a finalidade de garantir a unidade de intenção e de atuação
dos órgãos e entidades municipais e integrá-los às ações da União, Estado e de
organismo regionais ou metropolitano que se relacionem com o Município.

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§ 1º - Para efeito de formulação, execução e avaliação permanente das


políticas e do planejamento governamental, o Município será dividido em
regiões político-administrativas, na forma da lei.

§ 2º - Na definição das regiões político-administrativas devem ser


observadas as legislações pertinentes e assegurada a unidade histórico-
cultural, demográfica, social e econômica do ambiente urbano.

Art. 89 - São instrumentos de planejamento da ação pública municipal:

I - a lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana;

II - o plano diretor;

III - o plano plurianual orçamentário;

IV - a lei de diretrizes orçamentárias;

V - a lei de orçamento anual;

VI - os planos e programas setoriais.

Capítulo IV

DOS ORÇAMENTOS

Art. 90 - As normas orçamentárias do Município obedecerão às disposições da


Constituição da República, às normas gerais de direito financeiro e às da
Constituição Estadual.

Art. 91 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

Art. 92 - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as diretrizes políticas,


os objetivos, as estratégias de ação, as metas e identificará as formas de

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financiamento das despesas públicas, inclusive aquelas relativas aos programas


de duração continuada.

Art. 93 - Os planos e programas setoriais serão elaborados em consonância com


o plano plurianual.

Art. 94 - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá metas e prioridades da


administração, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as
alterações na legislação tributária.

Parágrafo Único - A lei de diretrizes orçamentárias observará as diretrizes


e metas estabelecidas no plano plurianual, adaptando-se diante da
realidade política, econômica e social do Município.

Art. 95 - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos poderes municipais, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo poder público;

II - o orçamento de investimentos de empresas em que o Município, direta


ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

§ 1º - O orçamento fiscal abrangerá todas as receitas e despesas dos


poderes municipais, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta, das autarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
Público, além das empresas públicas e sociedades de economia mista
que recebam transferências à conta do Tesouro.

§ 2º - O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após o


encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária contendo, inclusive, o efeito sobre a receita e despesa
pública decorrente das isenções, anistias, remissões, subsídios e
quaisquer outros benefícios de natureza financeira ou tributária, bem
como o montante de cada um dos tributos arrecadados e de outras
receitas, inclusive as transferências federal e estadual.

Art. 96 - A lei de orçamento anual não conterá dispositivos estranhos à previsão e


à fixação da despesa, não incluindo na proibição, a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação da receita, nos termos da lei.

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Art. 97 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias e ao orçamento anual serão enviados, à Câmara Municipal, nos
prazos fixados em lei complementar federal.

Art. 98 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pela Câmara Municipal através de comissão permanente, na forma regimental.

§ 1º - A sessão legislativa não será interrompida sem aprovação de lei de


diretrizes orçamentárias.

§ 2º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos


que o modifiquem, somente podem ser aprovados nos casos em que:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes


orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes


da anulação de despesas, excluídas as que incidem sobre dotações para
pessoal e seus encargos e serviços da dívida;

III - sejam relacionadas com correções de erros ou omissões ou com os


dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não


poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 4º - O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para


propor modificações nos projetos a que se refere este Artigo, enquanto
não iniciada a votação, na comissão permanente, da parte cuja alteração
é proposta.

§ 5º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste Artigo, no que não


contrariar o disposto neste Capítulo, as demais normas relativas ao
processo legislativo.

Art. 99 - São vedados:

I - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de


uma categoria para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

II - a concessão ou utilização de créditos ilimitados:

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III - a abertura de créditos suplementar ou especial, sem prévia


autorização legislativa, e sem indicação dos recursos correspondentes;

IV - a realização de operações de crédito que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

V - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária


anual;

VI - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

VII - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas,


ressalvada a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de
saúde, manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades de administração tributária, como determinado respectivamente
pelos arts. 198, § 2º, 212 e art. 37, XXII da Constituição da República e à
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita; (alterado pela Emenda nº 21/07)

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do


orçamento fiscal para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos, inclusive os instituídos ou mantidos pelo Poder
Público;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa.

§ 1º - Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse o exercício


financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou
sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos 04 (quatro) meses daquele exercício, caso em
que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário, somente será admitida, para


atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública.

§ 4º. É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos


impostos a que se refere o art. 85, e dos recursos de que trata o art. 87,

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para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento


de débitos para com esta. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 100 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais destinados aos órgãos do
Poder Legislativo, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 (vinte) de cada mês, na
forma da lei complementar federal.

Art. 101 - A proposta orçamentária parcial do Poder Legislativo será entregue ao


Poder Executivo até 60 (sessenta) dias antes dos prazos a serem fixados em lei
complementar federal, para efeito de compatibilização dos programas do
Município.

Art. 102 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.

Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras,
bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:

I - se houver dotação orçamentária suficiente para atender às projeções


de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

TÍTULO V

DO DESENVOLVIMENTO URBANO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS


MUNICIPAIS

Capítulo I

DA POLÍTICA URBANA

Art. 103 - A Política Urbana será instituída e implementada pelo Município de


acordo com as diretrizes gerais fixadas nas legislações federal e estadual, com o
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objetivo de organizar, ordenar e dinamizar as funções sociais da Cidade e da


propriedade urbana, no contexto da região metropolitana, em prol do bem
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - São Instrumentos de política urbana os elencados nesta Lei e


os contidos no Estatuto da Cidade, dentre outros: (acrescido pela Emenda nº
21/07)

I - lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana;

II - plano diretor;

III - área pública de uso temporário;

IV - legislação de parcelamento, ocupação e uso do solo, de edificações e


de posturas e o plano de regularização das zonas especiais de interesse
social-PREZEIS;

V - parcelamento ou edificação, compulsórios;

VI - legislação financeira e tributária;

VII - transferência do direito de construir;

VIII - concessão do direito real de uso;

IX - servidão administrativa;

X - tombamento;

XI - desapropriação por interesse social, necessidade ou utilidade pública;

XII - fundos destinados ao desenvolvimento urbano;

XIII - usucapião urbano;

Art. 104 - O plano diretor será instrumento para ordenar a ação do Município no
sentido de promover: (alterado pela Emenda nº 21/07)

I - o desenvolvimento do sistema produtivo com a devida integração das


parcelas marginalizadas da população, objetivando uma justa
redistribuição de renda e dos recursos públicos;

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II - a participação e o controle social nas ações da municipalidade e o


amplo acesso da população à informação, no que se refere a
planejamento, programas, projetos e orçamento municipal;

III - a definição da configuração urbanística da cidade, orientando a


produção e uso do espaço urbano, tendo em vista a função social da
propriedade;

IV - a criação de uma política de incentivo à desconcentração urbana,


buscando, gradativamente, gerar outros pólos de interesse, capazes de
dividir, com o seu núcleo central, as atividades a ele restritas, equilibrando
assim a distribuição da população, atividades econômicas e infra-
estrutura no espaço do Município e considerando a realidade
metropolitana.

V - a aplicação dos instrumentos legais de uso do solo, de que trata o


Artigo 105 desta Lei Orgânica, visando equilibrar a distribuição da
população, de atividades econômicas e de infra-estrutura no espaço físico
municipal, considerando a realidade metropolitana.

VI - a integração das infra-estruturas físicas e naturais, como também a


implementação de determinados serviços com os municípios conurbados
e demais municípios da Região Metropolitana; (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

VII - a elevação da qualidade de vida da população assegurando o


atendimento às suas necessidades que propiciem a inclusão social.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - São objetivos específicos do plano diretor:

I - estabelecer parâmetros de equilíbrio ambiental e mecanismos de


controle para seu cumprimento;

II - fixar padrões de urbanização, adaptados aos aspectos físicos do


território e sociais da população;

III - instituir referenciais de desempenho dos serviços urbanos,


assegurando programas de estímulo ao desenvolvimento;

IV - identificar vocações e potencialidades econômicas, estimulando a


criação de microempresas e empresas de pequeno porte;

V - definir fatores sociais de promoção e participação da cultura;

VI - prover o Poder Executivo de padrões apropriados de gestão urbana,


de acordo com os princípios da função social da cidade;
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VII - fixar os parâmetros de avaliação permanente da evolução urbana.

§ 2º - Para a operacionalização do plano diretor será necessária a


implantação de um sistema de planejamento e informação que permita o
acompanhamento e o controle das ações setoriais.

§ 3º - O plano diretor definirá áreas especiais de urbanização preferencial,


de reurbanização, de urbanização restrita, de regularização, de
implantação de programas habitacionais e de transferência do direito de
construir.

§ 4º - O plano diretor deverá ser revisto e atualizado a cada 10 (dez)


anos. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 105 - O plano diretor indicará as zonas de adequado aproveitamento do solo


urbano não-edificado, subutilizado ou não-utilizado, sob pena, sucessivamente,
de:

I - parcelamento, utilização ou edificação compulsórios; (alterado pela


Emenda nº 21/07)

II - taxação progressiva, no tempo, do imposto sobre a propriedade


predial e territorial urbana;

III - desapropriação, com o pagamento mediante título da dívida pública,


de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com o prazo de
resgate de até 10(dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

§ 1º - A lei fixará os prazos máximos para a efetiva execução das medidas


referidas neste Artigo.

§ 2º - A venda ou transferência de titularidade para terceiros não


interrompe o prazo para o parcelamento, a edificação ou a utilização
compulsória nem isenta da aplicação das penalidades de que fala este
Artigo. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 106 - Na elaboração, execução, controle e revisão do plano diretor será


assegurada, paritariamente, na forma da lei, a participação popular, através das
entidades da sociedade civil organizada, habilitadas para esse fim, e dos órgãos
públicos.

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Art. 107 - A organização do espaço urbano do Município será normatizada em lei


pertinente ao parcelamento, uso e ocupação do solo.

§ 1º - A lei de uso do solo abrangerá todo o território municipal,


estabelecendo as regras de localização das funções e atividades urbanas,
em consonância com as diretrizes do plano diretor.

§ 2º - A utilização adequada do território e dos recursos naturais será


objeto de lei, mediante a criação de mecanismo de controle, entre outros,
a localização e funcionamento de empreendimentos industriais,
comerciais, habitacionais e institucionais.

§ 3º - O controle do parcelamento, uso e ocupação do solo urbano


implica, dentre outras, as seguintes medidas:

I - regulamentação do zoneamento;

II - especificação e controle do uso do solo, em relação a cada área, zona


ou bairro da cidade, em especial dos usos tolerados, fixando-se em lei os
limites e parâmetros respectivos;

III - regulamentação, aprovação ou restrição do parcelamento do solo;

IV - controle das construções urbanas;

V - proteção estética da cidade;

VI - preservação paisagística, monumental, histórica e cultural da cidade;

VII - controle da poluição;

VIII - integração do Município com a Região Metropolitana.

Art. 108 - O direito de propriedade sobre o solo urbano não acarreta,


obrigatoriamente, o direito de construir, cujo exercício deverá ser autorizado pelo
Poder Executivo, segundo os critérios estabelecidos em lei municipal.

§ 1º - A lei disporá sobre a transferência do direito de construir que deverá


contemplar, prioritariamente, o proprietário do imóvel considerado de
interesse do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e ambiental ou
destinado à implantação de programas sociais.

§ 2º - A transferência do direito de construir pode ser autorizada ao


proprietário que doar, ao Município, o imóvel para fins de implantação de
equipamentos urbanos ou comunitários, bem como de programa
habitacional.
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§ 3º - Uma vez exercida a transferência do direito de construir, o índice de


aproveitamento não poderá ser objeto de nova transferência.

§ 4º - Quando a lei exigir regulamentação específica do Zoneamento


Especial, exceto nas Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, e o
decreto ou regulamento não for expedido no prazo de um ano, não será
obstado o direito de construir, aplicando-se os parâmetros urbanísticos
previstos para a localidade onde o imóvel e a respectiva Zona Especial
estiverem situados. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 5º - Nas zonas Especiais já existentes, o prazo a que se refere o


parágrafo anterior, contar-se-á e entrará em vigor a partir da publicação
desta lei. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 109 - Executada a hipótese prevista no Artigo 105, inciso III, desta Lei
Orgânica, as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro.

Art. 110 - A lei disporá sobre a isenção, redução, majoração e progressividade do


imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, em especial, quando
incidente nas hipóteses previstas nos incisos I e II do Artigo 105, desta Lei
Orgânica, sobre as habitações residenciais da população de baixa renda.

Art. 111 - A construção no espaço urbano, especialmente no que se refere às


edificações, serão tratadas em lei específica, objetivando regular a estrutura,
função, forma e demais aspectos inerentes às normas edifíciais e ao traçado
urbano.

Parágrafo Único - A lei garantirá o acesso adequado às necessidades


especiais de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida em espaços
públicos e privados de uso individual e coletivo, bem como nas
edificações destinadas ao uso industrial, comercial e de serviços.
(alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 112 - A propriedade urbana cumpre sua função social quando:

I - atende a função social da cidade, nos termos do Artigo 145, da


Constituição Estadual;

II - responde aos princípios e normas definidas no plano diretor.

Art. 113 - O Conselho de Desenvolvimento Urbano, órgão colegiado de


composição paritária entre representantes do Município, da FIDEM (Fundação de
Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife), Caixa Econômica Federal,
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Universidade Federal de Pernambuco, através do Mestrado de Desenvolvimento


Urbano e a sociedade civil, exercerá as funções de acompanhamento, avaliação e
controle do Plano Diretor. (alterado pela Emenda nº 05/96)

§ 1º - Integrará o Conselho de Desenvolvimento Urbano as Câmaras


setoriais de desenvolvimento econômico e de desenvolvimento social.

§ 2º - A lei regulamentará o funcionamento do Conselho de


Desenvolvimento Urbano.

Capítulo II

DA POLÍTICA DA HABITAÇÃO

Art. 114 - O Município estabelecerá, de acordo com as diretrizes do plano diretor


e de forma integrada à Região Metropolitana, programas destinados a facilitar o
acesso da população de baixa renda à habitação, bem como melhoria das
habitações, como condição essencial ao atendimento do princípio da função
social da cidade.

Parágrafo Único - A ação do Município deverá orientar-se para:

I - executar programas de construção de moradias populares;

II - promover o acesso da população a lotes urbanizados, dotados de


infra-estrutura urbana básicas e serviços de transportes coletivo;

III - urbanizar, regularizar e titular as áreas ocupadas por populações de


baixa renda, passíveis de urbanização.

IV - cadastrar os beneficiários de programas habitacionais,


proporcionando um controle desses programas, especialmente, os
financiados com recursos do sistema nacional de habitação vigente.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 115 - Na promoção de seus programas de habitação popular, o Município,


em observância às legislações federal e estadual, deverá articular-se com os
órgãos estaduais, regionais e federais competentes e, quando couber, estimular a
iniciativa privada a contribuir para promover a melhoria das condições
habitacionais e aumentar a oferta de moradias adequadas e compatíveis com a
capacidade econômica da população.

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Art. 115 - A - O Município integrará o Sistema Nacional de Habitação de Interesse


Social - SNHIS, segundo recomendações contidas na Lei Federal vigente.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 116 - Na desapropriação de área habitacional de baixa renda, decorrente de


obra pública ou na desocupação de áreas de risco, o Município promoverá o
reassentamento da população desalojada, em locais dotados de infra-estrutura,
equipamentos coletivos e serviços urbanos, prioritariamente em áreas
circunvizinhas.

Art. 117 - As áreas públicas não-utilizadas ou subutilizadas serão destinadas,


prioritariamente, obedecido o plano diretor do Município, a programas e projetos
habitacionais de interesse social e/ou amenização ambiental. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

Art. 118 - É obrigatória a apresentação de relatório de impacto ambiental e


econômico-social, na implantação de conjuntos habitacionais com mais de 500
(quinhentas) unidades.

Capítulo III

DA POLÍTICA DO TRANSPORTE E SISTEMA VIÁRIO

Art. 119 - Cabe ao Município, respeitadas as legislações federal e estadual,


especialmente no que concerne à Região Metropolitana, planejar, organizar,
dirigir, coordenar, executar, delegar e controlar a prestação de serviços públicos
ou de utilidade pública, relativos ao transporte público e privado de passageiros,
tráfego, trânsito e sistemas viários municipais.

§ 1º - Os serviços de transporte público de passageiros serão prestados


necessariamente pelo Município, de forma direta e sob regime de
concessão, permissão e autorização, nos termos da lei. (alterado pela
Emenda nº 06/97)

§ 2º - O Poder Público Municipal definirá, na forma da lei, mecanismos de


avaliação e estudos periódicos, no que diz respeito à qualidade, ao
desenvolvimento e à eficiência do transporte público de passageiros.
(alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 3º - O Poder Público Municipal adotará medidas que visem melhorias no

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sistema de transporte público de passageiros para as pessoas com


deficiência, na forma da lei. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 4º - O Poder Público Municipal regulamentará a carga, descarga e


tráfego nas vias urbanas do Município, na forma da lei.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 120 - A lei municipal disporá sobre a organização, funcionamento e


fiscalização dos serviços de transporte público de passageiros e de táxi, devendo
fixar diretrizes sobre a compatibilização do interesse público municipal no
planejamento, operação e gestão do sistema de transporte público de
passageiros de âmbito metropolitano.

Parágrafo Único - O planejamento dos serviços de transporte público de


passageiros deve ser feito com observância aos seguintes princípios:

I - garantir o transporte público de passageiros como serviço público de


caráter essencial, com qualidade, conforto e segurança para a população;
(alterado pela Emenda nº 21/07)

II - dar prioridade à circulação de pedestres e de coletivos urbanos;

III - compatibilizar o serviço de transporte e uso do solo;

IV - promover integração física, operacional e tarifária entre as diversas


modalidades de transportes, em consonância com o sistema de gestão
metropolitana.

V - pesquisar alternativas mais eficientes ao sistema;

VI - compatibilizar as diretrizes do transporte público municipal de


passageiros com o sistema de gestão do transporte público de
passageiros da Região Metropolitana.

VII - regulamentar e fiscalizar o uso dos sistemas viário.

Art. 121 - A concessão, permissão e autorização para prestação de serviços


públicos de transporte coletivo de passageiros, no âmbito do território do
Município do Recife é de competência privativa do Poder Executivo. (alterado
pela Emenda nº 06/97)

§ 1º - A competência para outorga de concessão é indelegável. (alterado


pela Emenda nº 06/97)

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§ 2º - O Município não poderá instituir novas gratuidades ou abatimentos


no preço das tarifas de transporte coletivo de passageiros. (alterado pela
Emenda nº 06/97)

Art. 122 - A implantação e conservação de infra-estrutura viária será de


competência do Município, incumbindo-lhe a elaboração de programas gerencial
das obras respectivas, bem como a participação no planejamento de programas
viários de caráter metropolitano.

Parágrafo Único - As vias integrantes dos itinerários das linhas de


transporte público de passageiros terão prioridade para pavimentação e
conservação.

Capítulo IV

DA POLÍTICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO

Art. 123 - O Município, em consonância com a sua política urbana e segundo o


disposto em seu plano diretor, deverá promover programas de saneamento
básico destinados a melhorar as condições sanitárias e ambientais das áreas
urbanas e os níveis de saúde da população.

Parágrafo Único - A ação do Município deverá orientar-se para:

I - ampliar progressivamente a sua responsabilidade local pela prestação


de serviços de saneamento básico;

II - executar, juntamente com o Estado, programas de saneamento em


áreas de baixa renda, com soluções adequadas para o abastecimento de
água e o esgoto sanitário;

III - executar programas de educação sanitária e promover a participação


das comunidades na solução de seus problemas de saneamento;

IV - executar a coleta e promover a destinação final dos resíduos sólidos.

Art. 124 - Os serviços de saneamento ambiental integrado relativos a


abastecimento de água, coleta e disposições de esgotos e de resíduos sólidos,
limpeza pública, drenagem e controle de vetores serão planejados, organizados,
coordenados, executados e controlados de modo integrado ou unificado com o
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sistema de saneamento de âmbito metropolitano, observadas as legislações


federal e estadual. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - Os serviços a que se refere este Artigo serão


prestados, mediante execução direta ou indireta, através de concessão ou
permissão, nos termos da lei e ouvidativamente o Conselho Municipal de
Saneamento. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Capítulo V

DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE

Art. 125 - Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao
Município e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as gerações
presentes e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional
dos recursos naturais.

Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade deste direito, cabe ao


Município observar os preceitos enumerados nas Constituições da
República e do Estado de Pernambuco, e legislação municipal pertinente,
assumindo, entre outras, as seguintes atribuições: (alterado pela
Emenda nº 21/07)

I - efetivar a participação dos diversos segmentos sociais no


desenvolvimento da política ambiental, através de instrumentos de
participação popular definidos nesta lei e em legislação especifica, para
promover a conscientização e divulgar normas técnicas pertinentes ao
saneamento ambiental integrado;
(alterado pela Emenda nº 21/07)

II - fiscalizar, proteger, recuperar e preservar as florestas, a fauna, a flora


e os recursos hídricos, conforme diretrizes da legislação ambiental de
âmbito federal, estadual e municipal; (alterado pela Emenda nº 21/07)

III - prevenir e controlar a poluição em todas as suas formas,


particularmente a poluição do ar, a erosão do solo, o assoreamento, a
contaminação dos cursos d’água e o deslizamento de encostas;

IV - consolidar a conservação da biodiversidade, como valor para o


desenvolvimento sustentável, promovendo pesquisas, regulamentando o
manejo dos recursos naturais para atividades empresariais, a exemplo da
produção fitoterápica; (alterado pela Emenda nº 21/07)

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V - fiscalizar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que importem em riscos para a vida, a qualidade
de vida e o meio ambiente, bem como o transporte e armazenamento
dessas substâncias;

VI - criar hortos florestais, parques, reservas, estações ecológicas e


outras unidades de conservação, mantendo-os sobre especial proteção e
dotando-os de infra-estrutura indispensáveis às suas finalidades;

VII - assegurar, defender e recuperar as áreas sob proteção legal de


caráter ambiental e histórico-cultural, em especial os manguezais, os
estuários, a mata atlântica, os recifes e as praias, cujas intervenções será
sempre objeto de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;

VIII - estabelecer diretrizes, observando as peculiaridades dos estudos e


relatórios de impacto ambiental, de obras ou atividades potencialmente
causadoras de degradação do meio ambiente;

IX - exigir o licenciamento ambiental do órgão competente para


implantação, construção ou ampliação de obras ou atividades efetivas ou
potencialmente poluidoras, em especial edificações, indústrias,
parcelamento, remembramento do solo e outras atividades urbanas;

X - fiscalizar a emissão de poluentes por veículos automotores e a


poluição sonora, estimulando a implantação de medidas e uso de
tecnologias que venham a minimizar seus impactos;

XI - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de fontes de


energia alternativas não-poluentes, bem como de tecnologias poupadoras
de energia;

XII - preservar rigorosamente a orla marítima, protegendo a vegetação, os


coqueirais e a faixa de praia, desde a atual linha do meio-fio da faixa de
rolamento até a linha de preamar;

XIII - exercer o poder de polícia nos casos de infração da legislação de


proteção ao meio ambiente.

XIV - promover a política municipal de educação ambiental, em


conformidade com a legislação Federal, Estadual e Municipal. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

Art. 126 - O Município deverá implantar e manter áreas verdes de preservação


permanente, assegurando, nas áreas urbanas e de expansão urbana,
progressivamente, a proporção de 12,00 m2 (doze metros quadrados) de área
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verde por habitante excluídas, nesta hipótese, aquelas existentes nas


propriedades privadas.

Art. 127 - O Município disporá, em lei, sobre atividades poluidoras, definindo as


responsabilidades e as medidas a serem adotadas com relação aos resíduos por
elas produzidos.

§ 1º - Consideram-se atividades poluidoras, além das discriminadas nas


legislações federal e estadual, aquelas que infrinjam as normas
estabelecidas para o tratamento e a deposição dos resíduos produzidos
pela comunidade.

§ 2º - As infrações ao disposto na legislação prevista no parágrafo


anterior, bem como os atos lesivos ao meio ambiente, sujeitarão o infrator
à interdição temporária ou definitiva das atividades, sem prejuízo de
demais sanções administrativas e penais, bem como da obrigação de
reparar o dano causado.

§ 3º - É vedado ao Município contratar e conceder benefício, incentivo


fiscal ou creditício a pessoa física ou jurídica que estiver em situação de
irregularidade face às normas de proteção ambiental.

§ 4º - Não será admitida a renovação de concessão ou permissão às


concessionárias ou permissionárias que tenham infringido as normas de
proteção ambiental, na forma da lei.

§ 5º - É da responsabilidade do Município informar a população sobre os


níveis de poluição, a qualidade do meio ambiente, as situações de risco e
acidentes e a presença de substâncias potencialmente danosas à saúde,
na água potável e nos alimentos.

Art. 128 - O Município deve assegurar as condições de coleta, transporte,


tratamento e deposição final do lixo dentro de condições técnicas que não tragam
malefícios ou inconveniente à saúde, ao bem estar público ou ao meio ambiente.

Parágrafo Único - O Município promoverá desenvolvimento de programas


de pesquisas às tecnologias alternativas para tratamento do lixo.

Art. 129 - É vedado ao Município a utilização das áreas verdes existentes para a
implantação de equipamentos públicos ou comunitários, bem como a cessão, a
qualquer título, para instalações de equipamentos privados.

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Art. 130 - O Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão colegiado de


composição paritária entre representantes do Município e da sociedade civil,
estabelecerá as diretrizes políticas relativas ao meio ambiente.

Parágrafo Único - A lei regulamentará e adequará o funcionamento do


Conselho Municipal do Meio Ambiente às normas da legislação
pertinente.

Capítulo VI

DA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO

Art. 131 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada pelo Município em colaboração com a União, o Estado
de Pernambuco e a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 132 - O ensino, nos estabelecimento municipais, será ministrado com base
nos seguinte princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a


arte e o saber;

III - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

IV - valorização dos profissionais do ensino público, inclusive através das


condições de trabalho e remuneração condigna;

V - garantia do padrão de qualidade;

VI - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de


instituições públicas e privadas de ensino;

VII - gestão democrática nas escolas públicas, com participação de


docentes, pais, alunos, funcionários e representantes da comunidade nos
conselhos escolares, na forma em que dispuser a lei;

Art. 133 - O Município aplicará, anualmente, 25% (vinte e cinco por cento), no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências governamentais, na manutenção e desenvolvimento do ensino, nas
escolas públicas municipais e nas escolas comunitárias conveniadas.
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§ 1º - Não se incluem no percentual previsto neste Artigo as verbas do


orçamento municipal destinadas a atividades culturais, desportivas,
recreativas, programas suplementares de alimentação escolar,
assistência à saúde, vestuário e transporte.

§ 2º - É vedada a transferência de recursos públicos, sob qualquer título,


às instituições privadas de ensino com fins lucrativos.

Art. 134 - O dever do Município com a educação será efetivado mediante a


garantia de:

I - ensino regular fundamental, obrigatório e gratuito, na rede escolar


municipal, inclusive para os que a ela não tiverem acesso na idade
própria;

II - atendimento em creche pré-escolar às crianças de 0(zero) a 06 (seis)


anos de idade, em regime de tempo integral;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência


e superdotados, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

V - atendimento ao educando, nas creches, no ensino fundamental e na


educação infantil, profissionalizantes e alunos especiais através de
programas suplementares de material didático-pedagógico, fardamento,
alimentação e assistência à saúde e transporte, mediante assistência
técnica e financeira do governo federal e estadual, conforme a
Constituição Federal; (alterado pela Emenda nº 21/07)

VI - oferta de cursos técnicos de nível médio;

VII - currículo básico que, respeitadas as diretrizes e base da educação


nacional e resguardada a dimensão universal do conhecimento, assegure
o estudo da realidade sócio-econômica e cultural nacional e local, na
perspectiva da democracia, da justiça social, dos direitos humanos e da
preservação do meio ambiente;

VIII - normas que assegurem ao educando a matrícula facultativa no


ensino religioso;

IX - continuidade da escolarização a nível do ensino médio, para os


educandos concluintes do ensino fundamental da rede municipal, em
cooperação com o Estado;
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X - programa de orientação técnico-científica sobre a prevenção do uso


de drogas e orientação sexual.

XI - criação e execução de programas que visem à coibição da violência e


da discriminação sexual, racial, social ou econômica, na forma da lei.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Município, ou sua


oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º - O Município, em cooperação com o Estado, procederá ao


recenseamento e à chamada dos educandos para o ensino fundamental e
zelará, junto aos pais e responsáveis, pela frequência à escola.

Art. 135 - A lei regulamentará o Conselho Municipal de Educação.

Capítulo VII

DA POLÍTICA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO

Art. 136 - O Município realizará estudos com vistas à criação, baseado nos
princípios de acessibilidade universal e na política de ciência e tecnologia
municipal em parceria com as Universidades, Centros Tecnológicos, Porto Digital,
Escolas Técnicas, Fundações de Apoio à Ciência e entidades congêneres, de
escolas municipais incubadoras, para incentivo ao desenvolvimento científico e
tecnológico. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - O Poder Executivo implantará política da formação de


recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia e
concederá, aos que dela se ocupem, meios e condições especiais de
trabalho.

Art. 136-A - O Município atuará no processo de desenvolvimento econômico e


social, por meio de políticas públicas municipais que estimulem as ações dos
agentes públicos e privados na implementação de planos, programas e projetos
voltados para o desenvolvimento local sustentável: (acrescido pela Emenda nº
21/07)

I - apoiando a consolidação do Município do Recife como membro


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regional de serviços e comércio; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - estimulando iniciativas de caráter produtivo que gerem emprego e


renda para a população; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

III - incentivando as cadeias produtivas locais; (acrescido pela Emenda


nº 21/07)

IV - estimulando o empreendedorismo nos bairros periféricos como forma


de promover a equidade social; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

V - incentivando a instalação de empreendimentos de interesse local e


metropolitano, em consonância com o princípio da autonomia dos
municípios nos termos da Constituição Federal. (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

Capítulo VIII

DA POLÍTICA DA CULTURA

Art. 137 - O Município garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais,
observados os seguintes preceitos:

I - unificação das ações culturais em todo o Município, de modo a superar


paralelismos e superposições, respeitadas as particularidades culturais
locais;

II - descentralização de programas, espaços, serviços e equipamentos


culturais;

III - informação sobre os valores culturais regionais, nacionais e


universais;

IV - apoio à produção cultural local;

V - respeito à autonomia, à criticidade e ao pluralismo culturais;

VI - participação das entidades representativas dos produtores culturais e


da sociedade civil na discussão de planos e programas de ação cultural;

VII - tratamento da cultura em sua totalidade, considerando as expressões


artísticas e não-artísticas;

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VIII - compromisso com a formação técnico-cultural, o estudo e a


pesquisa;

IX - integração das ações culturais e educacionais;

X - articulação permanente com a comunidade, as entidades e grupos


culturais;

XI - animação cultural em locais de moradia, praças e logradouros,


sindicatos e entidades civis;

XII - participação das entidades representativas da produção cultural no


Conselho Municipal de Cultura, em conselhos e câmaras setoriais da
administração direta e indireta e autárquica, bem como em conselhos
editoriais e comissões julgadoras de concursos, salões e eventos afins,
segundo a lei.

XIII - incentivo e apoio às comemorações das datas importantes para a


cultura negra, da mulher e minorias. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - Todo cidadão é um agente cultural e o Município incentivará, de


forma democrática, os diferentes tipos de manifestação cultural
existentes.

§ 2º - O Município, com a colaboração da comunidade, promoverá e


protegerá o patrimônio cultural recifense, por meio de inventários, registro,
vigilância, tombamento, desapropriação e de outras formas de
acautelamento e preservação.

§ 3º - Cabe à administração pública municipal, na forma da lei, a gestão


da documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem.

§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma


da Lei.

§ 5º - Todas as áreas públicas, especialmente os parques, jardins e


praças públicas serão abertas às manifestações culturais.

§ 6º - O plano diretor observará a obrigatoriedade de constar, em todos os


edifícios ou praças públicas, obra de arte, escultura, mural ou relevo
escultórico de autor ou artista plástico, preferencialmente, brasileiro.

Art. 138 - O Município promoverá a pesquisa, a difusão e o ensino de disciplinas


relativas à cultura afro-brasileira, indígena e outras vertentes, nas escolas
públicas municipais.
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Capítulo IX

DA POLÍTICA DO LAZER

Art. 139 - O Município fomentará as atividades de lazer ativo e contemplativo,


favorecendo a sua realização individualizada e grupal, observando:

I - o atendimento a todas as faixas etárias de trabalhadores ativos e


inativos, estudantes, idosos, pessoas com deficiência e enfermos;
(alterado pela Emenda nº 21/07)

II - as programações específicas para períodos de férias, fins de semana,


feriados e dias santificados;

III - a atuação de praças e logradouros, locais de moradia e entidades


civis sem fins lucrativos;

IV - o incentivo às atividades recreativas, aos jogos e às brincadeiras


infanto-juvenis característicos do Nordeste Brasileiro.

Capítulo X

DA POLÍTICA DO DESPORTO

Art. 140 - O Município promoverá, estimulará, orientará e apoiará a prática


desportiva e a atividade física sistematizada, cabendo-lhe:

I - estabelecer, nos projetos urbanísticos e nas unidades escolares


públicas, bem como na aprovação dos novos conjuntos habitacionais,
reserva de área destinada a praça ou campo de esporte e lazer
comunitário, nos termos da lei.

II - utilizar-se de terreno próprio, cedido ou desapropriado, para


desenvolvimento de programa de construção de centro esportivo, praça
de esporte, ginásio, área de lazer e campos de futebol, necessários à
demanda do esporte amador nos bairros da cidade;

III - destinar recursos para esse fim;

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IV - apoiar as manifestações espontâneas da comunidade e preservar as


áreas por ela utilizadas;

V - ampliar as áreas públicas destinadas a pedestres.

VI - fomentar a integração de projetos pedagógicos e lúdicos à prática


esportiva da população. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - O Município, por meio de rede pública de saúde, propiciará


acompanhamento médico e exames ao atleta integrantes de quadros de
entidade amadorística carente de recursos.

§ 2º - O Município garantirá, as pessoas com deficiência, atendimento


especial no que se refere à educação física e à prática de atividade
esportiva sobretudo no âmbito escolar. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Capítulo XI

DA POLÍTICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 141 - A assistência social é direito do cidadão, cabendo ao Município prestar


assistência às crianças, aos adolescentes, às crianças em situação de rua
desassistidas de qualquer renda ou de benefício previdenciário, à maternidade
desamparada, aos desabrigados, aos portadores de deficiência, aos idosos, aos
desempregados e aos doentes, independentemente de contribuição à seguridade
social. (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 142 - A coordenação da assistência social do Município deve ser exercida


por um Conselho Municipal de Assistência Social, integrado por entidades
representativas dos usuários, dos técnicos envolvidos nas ações de assistência e
por representantes das entidades prestadoras de serviços assistências,
governamentais e não-governamentais.

Art. 143 - O Município promoverá convênios com entidade particulares e


comunitárias, reconhecidas de utilidade pública, que se dediquem ao trabalho
assistencial com crianças, adolescentes, idosos e dependentes de entorpecentes
ou drogas afins, subvencionando-as com amparo técnico e auxílio financeiro.

Art. 144 - O Município prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos, na forma da lei.

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Parágrafo Único - A assistência jurídica integral incluirá a orientação


preventiva e a conscientização dos direitos individuais e coletivos.

Art. 145 - O Município criará o Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos


Direitos da Criança e do Adolescente.

Parágrafo Único - O Conselho referido neste Artigo, de natureza


deliberativa e de composição paritária, entre representantes das políticas
públicas e das entidades representativas da sociedade, definirá as
políticas relativas à criança e ao adolescente, o controle das ações e a
aplicação dos recursos previstos no parágrafo único, Artigo 227, da
Constituição Estadual.

Art. 145-A - O Poder Público Municipal, por meio de ação descentralizada e


articulada com entidades governamentais e não-governamentais, viabilizará:
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - o atendimento à criança e ao adolescente, em caráter suplementar,


mediante programas que incluam sua proteção, garantindo-lhes a
permanência em seu próprio meio; (acrescido pela Emenda nº 21/07)

II - condições para que a criança ou adolescente possa conciliar suas


obrigações com a satisfação de suas necessidades lúdicas, de saúde e
educação. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 145-B - O Poder Público Municipal apoiará a criação de associações civis de


defesa dos direitos da criança e do adolescente, que busquem a garantia de seus
direitos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Art. 145-C - O Poder Público Municipal assegurará o integral cumprimento das


determinações contidas no Estatuto do Idoso, criando uma Política Municipal da
Pessoa Idosa, nos termos da lei. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 145-D - O Poder Público incentivará as entidades não-governamentais, sem


fins lucrativos, atuantes na política de amparo e bem-estar do idoso, devidamente
registradas nos órgãos competentes, subvencionando-as com auxílio financeiro e
apoio técnico, na forma da lei. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 145-E - O Poder Público Municipal assegurará o cumprimento prioritário das


legislações em vigor federal, estadual e municipal, no que se refere à pessoa com
deficiência. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

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Art. 145-F - Criação e manutenção de centros de atendimento integral para


mulheres vítimas de violência doméstica, na forma da lei. (acrescido pela
Emenda nº 21/07)

Capítulo XII

DA POLÍTICA DE SAÚDE

Art. 146 - A saúde é um direito de todos e dever do Poder Público, cabendo ao


Município, com a cooperação da União e do Estado, assegurar, mediante políticas
sociais, econômicas e ambientais, a diminuição do risco de doenças, bem como o
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - Para atingir os objetivos estabelecidos no "caput" deste Artigo, o


Município promoverá:

I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação,


educação, transportes e lazer; (alterado pela Emenda nº 21/07)

II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;

III - acesso a informação e aos métodos de planejamento familiar que não


atentem contra à saúde, respeitando o direito de opção pessoal e da
autonomia quanto ao tamanho da prole; (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 2º - O não-oferecimento de atendimento especializado que se fizer


necessário às pessoas com deficiência ou sua oferta irregular importará
responsabilidade da autoridade competente. (alterado pela Emenda nº
21/07)

Art. 147 - As ações e serviços de saúde são de natureza pública, cabendo ao


Município exercê-los em seu território e bem assim proceder regulamentação,
fiscalização, controle, planejamento e execução que, na forma da lei, dar-se-á:

I - com prioridade para as atividades preventivas e sem prejuízo dos


serviços assistenciais;

II - preferencialmente através de serviços públicos e complementarmente


de serviços de terceiros, este mediante contrato ou convênio, observadas
as normas do direito público, tendo preferência as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos;

III - com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado.


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IV - O Poder Público poderá contratar a rede privada, quando houver


insuficiência de serviços públicos, para assegurar a plena cobertura de
assistência à população, segundo as normas de direito público e
mediante autorização do órgão competente; (acrescido pela Emenda nº
21/07)

V - as instituições privadas na condição de contratadas e/ou conveniadas


ficarão sujeitas às diretrizes e normas do SUS de âmbito municipal;
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

VI - é assegurado, na gestão do SUS municipal, o direito de intervir na


execução do contrato de prestação de serviço, quando ocorrer infração de
normais contratuais e regulamentares; (acrescido pela Emenda nº
21/07)

VII - caso a intervenção prevista no inciso anterior não restabeleça a


normalidade da prestação do atendimento a saúde da população, poderá
o Poder Executivo rescindir o convênio e/ou contrato, na forma da lei;
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

VIII - a instalação de qualquer novo serviço público de saúde deve levar


em consideração a demanda, cobertura, o território, o grau de
complexidade da rede e articulação do sistema; (acrescido pela Emenda
nº 21/07)

Parágrafo Único - É vedada a cobrança ao usuário pela prestação das


ações e serviços de assistência a saúde, nas instituições mantidas pelo
Município ou aos serviços contratados e/ou conveniados com o SUS,
quando no atendimento dos usuários do sistema único de saúde.
(alterado Emenda nº 21/07)

Art. 148 - As ações e serviços de saúde, realizados no Município, constituem uma


rede regionalizada e hierarquizada, integrando o Sistema Único de Saúde, no
âmbito do Município, respeitadas as seguintes diretrizes:

I - descentralização dos recursos financeiros, serviços e ações de saúde,


através da organização dos distritos sanitários, que constituem uma área
geográfica delimitada, conformando uma unidade básica de
planejamento, execução e avaliação do sistema municipal de saúde;
(alterado Emenda nº 21/07)

II - integralidade na prestação das ações de saúde, adequadas às


realidades epidemiológicas;

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III - universalização da assistência de igual qualidade e sem qualquer


discriminação, com instalação e acesso a todos os níveis de serviços de
saúde, à população;

IV - participação dos usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de


serviços na formulação, gestão e controle das políticas e ações de saúde,
no Município, através do fortalecimento do controle social nas instâncias
do Conselho Municipal de Saúde, Conselho Distrital de Saúde e nos
Conselhos de Unidade; (alterado pela Emenda nº 21/07)

V - participação direta do usuário, a nível das unidades prestadoras de


serviços de saúde, no controle de suas ações e serviços.

Art. 149 - Ao Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, compete, além de


outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar e planejar as ações de vigilância sanitária, epidemiológica e


ambiental bem como as de saúde do trabalhador; (alterado pela Emenda
nº 21/07)

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e


tecnológico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu


teor nutricional, bem como bebidas e água para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda,


utilização e destinação de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;

VIII - participar do planejamento e execução das ações de controle do


meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;

IX - incentivar a pesquisa, o uso e a difusão de medicamentos


fitoterápicos;

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X - executar ações de prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas


com deficiências física, mental e sensorial; (alterado pela Emenda nº
21/07)

XI - promover, no âmbito do Município, a pesquisa e o desenvolvimento


de novas tecnologias e a produção de medicamentos, matérias primas
insumos e equipamentos para prevenção e controle de doenças e
deficiências físicas, mentais e sensoriais;

XII - garantir medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes,


doenças profissionais e do trabalho, e que ordenem o processo produtivo
de modo a assegurar a saúde e a vida dos trabalhadores;

XIII - assegurar assistência integral a saúde da mulher, dentro dos


melhores padrões técnicos, éticos e científicos, nas diferentes fases de
sua vida, bem como que seja garantida assistência, no âmbito do
município, para o atendimento ao abortamento, nos termos previsto em
lei; (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º. - Revisar o Código Sanitário Municipal a cada 10 (dez) anos.


(acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 2º - O Município criará instrumentos de fiscalização e controle da


infecção hospitalar, na forma da lei. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

§ 3º - O gestor municipal de saúde poderá realizar intervenção nos


serviços contratados e/ou conveniados ou não com o SUS, a partir da
estrita necessidade da saúde publica municipal, ouvido opinativamente o
Conselho Municipal da Saúde. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 150 - Ficam criadas duas instâncias colegiadas de caráter deliberativo, a


Conferência Municipal de Saúde e o Conselho Municipal de Saúde, na forma da
lei.

§ 1º - A Conferência Municipal de Saúde contará com ampla


representação da comunidade e objetivará avaliar a situação de saúde no
Município e fixar diretrizes e políticas.

§ 2º - O Conselho Municipal de Saúde composto, paritariamente, por


representantes de órgãos públicos, entidades prestadoras de serviços de
saúde, usuários e trabalhadores do SUS, terá como objetivo formular e
controlar a execução da política municipal de saúde.

§ 3º - A instalação de quaisquer novos serviços públicos ou privados de


saúde será apreciada no âmbito do SUS, aprovada pelo Conselho

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Municipal de Saúde, levando-se em consideração a demanda, cobertura,


distribuição geográfica e grau de complexidade e articulação do sistema.

Art. 151 - A direção do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será


exercido pela Secretaria Municipal competente.

Art. 152 - O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado


com recursos próprios do Tesouro Municipal, do orçamento Estadual, da União e
da Seguridade Social, além de outras fontes.

Parágrafo Único - É vedada a destinação de recursos públicos, bem como


qualquer incentivo fiscal ou financeiro, para auxílio ou subvenção às
instituições privadas com fins lucrativos.

Art. 153 - A gestão do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município,


observará critérios de compromisso com o caráter público dos serviços e com a
eficácia do seu desempenho, não podendo, o respectivo titular, ter dupla
militância profissional com o setor privado. (alterado pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - A gestão do sistema único de saúde poderá admitir agentes


comunitários de saúde e agentes de combate as endemias por meio de
processo seletivo publico, de acordo com a natureza e complexidade de
suas atribuições e requisitos específicos para a sua atuação. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

§ 2º - As atividades dos agentes comunitários de saúde e os agentes de


combate as endemias, serão regulamentadas na forma da lei. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

§ 3º - Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate as


endemias, somente poderão ser contratados diretamente pelo município
na forma do § 1º deste artigo. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

I - Os profissionais que na data de 14 de fevereiro de 2006, e a qualquer


titulo desempenhavam as atividades de agentes comunitárias de saúde
ou agentes de combate as endemias, na forma da lei, ficam dispensados
de se submeter ao processo seletivo publico a qual se refere o § 1º deste
artigo, desde que tenham sido contratados a partir de anterior processo
de seleção publica, efetuado pelo município ou outras instituições com a
efetiva supervisão e autorização da administração direta municipal.
(acrescido pela Emenda nº 21/07)

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Art. 154 - Os profissionais de nível superior da área de saúde admitidos pelo


Poder Público poderão ter regime de tempo integral de acordo com as
determinações do plano de cargos, carreiras e vencimentos. (alterado pela
Emenda nº 21/07)

§ 1º - O Poder executivo formulará e implantará política de recursos


humanos, instituirá planos de carreira e possibilitará capacitação e
reciclagem apropriadas para o exercício de suas atividades.

§ 2º - Os atuais profissionais da área de saúde, de nível superior,


integrantes do quadro de pessoal do Poder Público Municipal, poderão
optar pelo que trata o "caput" deste Artigo, com suas vantagens
pecuniárias.

Capítulo XIII

DA POLÍTICA DA DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 155 - O Município promoverá, inclusive em coordenação com a União e o


Estado, medidas de defesa do consumidor, visando:

I - à conscientização do cidadão, habilitando-o para a autodefesa ante os


abusos do poder econômico;

II - à promoção de ações que assegurem os interesses e direitos dos


consumidores;

III - à promoção do acesso a bens e serviços por parte da população,


especialmente a de menor poder aquisitivo;

IV - à fiscalização de preços, pesos e medidas e da qualidade dos bens e


serviços;

V - à pesquisa, à informação e à divulgação de dados sobre consumo,


preços e qualidade de bens e serviços, em especial sobre a cesta básica
de alimentos, para a orientação do consumidor;

VI - ao atendimento, à mediação e ao encaminhamento do consumidor


aos órgãos especializados, inclusive de prestação de assistência jurídica.

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Capítulo XIV

DA POLÍTICA DO ABASTECIMENTO

Art. 156 - O Município atuará na normalização, organização e promoção direta ou


indireta das atividades de abastecimento alimentar da sua população, com as
seguintes atribuições principais:

I - planejar e executar programas de abastecimento alimentar, de forma


integrada com os programas especiais de nível federal, estadual,
metropolitano e intermunicipal;

II - estimular a formação de centros de abastecimento de micros e


pequenos empresários, em conjuntos habitacionais e outras áreas de
concentração populacional;

III - incentivar relações diretas entre as entidades associativas dos


produtores e dos consumidores, mediante apoio à criação de centrais
comunitários de compras;

IV - implantar, ampliar e recuperar os equipamentos de mercados


públicos, feiras livres e similares;

V - regulamentar as atividades de abastecimento alimentar e fiscalizar e


controlar o cumprimento das técnicas de operação.

§1º - O Município assegurará, no âmbito das atividades, sob sua


execução direta ou através de empresa pública, a oferta de alimentos a
preços subsidiados para a população de baixa renda.

§2º Os mercados municipais, que tenham sido instalados em prédios


próprios do município e tenham entrado em funcionamento até 31 de
dezembro de 1999, não poderão ser privatizados. (alterado pela Emenda
nº 11/00)

Capítulo XV

DA POLÍTICA DO TURISMO

Art. 157 - O Município incentivará e apoiará o desenvolvimento do turismo através


de:
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I - definição, com os municípios da região metropolitana e órgãos públicos


privados que atuam no setor, de diretrizes políticas e estratégias de ação
para o turismo regional e municipal;

II - criação e regulamentação do uso e fruição dos bens naturais,


históricos e culturais relacionados às áreas de interesse turístico definidas
no plano diretor;

III - implantação de infra-estrutura necessária ao desenvolvimento das


atividades turísticas, observadas as estratégias de ação definidas;

IV - incentivo à formação de pessoal especializado para o setor turístico,


com cadastramento dos guias de turismo e dos profissionais e entidades
relacionadas com o setor;

V - promoção, sensibilização e conscientização do público para


valorização e preservação dos bens históricos, culturais e naturais;

VI - incentivo e apoio à produção artesanal e às tradições culturais e


folclóricas da região;

VII - promoção e apoio à realização de feiras, exposições e outros


eventos, com prioridade para os projetos que utilizem e preservem os
valores artísticos populares, bem como à realização de campanhas
promocionais que concorram para a divulgação das potencialidades
turísticas do Município.

VIII - incentivo à exploração sustentável dos recursos naturais do


Município para a prática de turismo ecológico e subaquático. (acrescido
pela Emenda nº 21/07)

§ 1º - No incentivo e no apoio ao desenvolvimento do turismo, de que


trata este Artigo, o Município criará o Conselho de Turismo - CONTURE,
com atribuições de definir as diretrizes da política de desenvolvimento do
turismo.

§ 2º - O Município instituirá bairro turístico da Cidade do Recife, de forma


a redefinir, na área, as funções urbanas e a vocação econômica,
submetendo-se à aprovação da Câmara Municipal.

TÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

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Art. 158 - Os quadros de Assessor Jurídico do Município do Recife, no âmbito dos


Poderes Executivo e Legislativo, serão reestruturados mediante diplomas
normativos próprios. (alterado pela Emenda nº 02/93)

Art. 159 - Na hipótese de alienação de participação societária de sociedade de


economia mista, pertencentes ao Município, que importe transferência do
respectivo controle, assegurar-se-á a distribuição, aos empregados, a título de
gratificação, na proporção do salário percebido e do tempo de serviço, de valor
correspondente a 1/3 (um terço) do preço total de venda.

Art. 160 - A Guarda Municipal, órgão de caráter civil, será organizada com base
nos princípios democráticos e no respeito aos direito humanos, devendo ser o seu
chefe nomeado, pelo Prefeito, dentre cidadãos de moral irrepreensível e de
conduta ilibada.

Parágrafo Único - Será estimulado o respeito aos valores democráticos e


aos direitos da cidadania no processo de formação dos guardas
municipais, conforme dispuser a lei.

Art. 161 - As entidades da administração indireta deverão, no que couber,


estender, aos servidores, os direitos e vantagens previstos no Artigo 79, § 2º,
desta Lei Orgânica.

Art. 162 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, o Vereador e os Secretários Municipais,


proferirão no ato de posse nos respectivos cargos, o seguinte compromisso:
“Invocando a proteção de Deus, prometo manter, defender e cumprir a
Constituição da República Federativa do Brasil, a do Estado de Pernambuco, a
Lei Orgânica do Município do Recife, observar as demais Leis, promover o bem
coletivo, a igualdade social e exercer o meu (mandato ou cargo) sob a inspiração
das tradições democráticas, históricas, libertárias e heróicas do bravo povo
recifense”. (alterado pela Emenda nº 12/01)

Art. 163 - A família, base da sociedade, tem proteção especial do Município, a


quem competirá assisti-la de todas as formas, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.

Art. 164 - Não se dará nome de pessoa viva a qualquer logradouro ou


estabelecimento público, nem se dará nova designação aos que tiverem
denominação tradicional.

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Parágrafo Único - Qualquer mudança de denominação de logradouro


público deverá ser precedida de consulta ao Instituto Arqueológico,
Histórico e Geográfico Pernambucano.

Art. 165 - Fica proibida a instalação de usinas nucleares no território do Município


do Recife.

Art. 166 - Os prazos de vigência dos contratos de comodato, firmados pelo


Município, não poderão ultrapassar o período do mandato do Prefeito, salvo
quando houver prévia autorização da Câmara Municipal.

Art. 167 - O Município usará prioritariamente, na realização de obras, a mão-de-


obra da comunidade beneficiária da ação pública.

Parágrafo Único - O disposto no "caput" deste Artigo constará,


obrigatoriamente, dos editais de licitação e concorrência pública.

Art. 168 - A lei estabelecerá condições e incentivos que assegurem a


preservação plena das áreas da chamada Mata Atlântica permanente.

Art. 169 - O Município, através da rede de saúde, fará obrigatoriamente, o exame


preventivo em relação às patologias de mama e colo de útero.

Art. 170 - O Município obriga-se a fornecer, sempre que solicitado, os meios


físicos necessários e indispensáveis para instalação de postos avançados de
segurança.

Art. 171 - O Município criará Casas de Trabalho nos bairros, oferecendo


orientação profissional, máquinas e ferramentas, em locais adequados, visando a
possibilitar o desenvolvimento de trabalho autônomo, sem vínculo empregatício.

Art. 172 - O Município promoverá a guarda, organização e gestão, através de


arquivo público, da documentação oficial da municipalidade.

Art. 173 - O Município considerará como manifestação cultural a revista


"ARRECIFES", de responsabilidade do Conselho Municipal de Cultura,
assegurando, no mínimo, edição semestral, sem prejuízo das subvenções
financeiras que possam ser atribuídas a esta instituição.
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Art. 174 - O Município, na forma da lei, promoverá a instalação da Rádio Frei


Caneca, para divulgação dos atos oficiais, informações e campanhas educativas
do interesse público.

Art. 175 - É feriado municipal a data de 06 de março, em comemoração e


homenagem aos heróis e mártires da Revolução Republicana Constitucionalista
de 1817.

Art. 175-A - O Município obrigatoriamente, promoverá a "Semana Frei Caneca",


no mês de março de cada ano, em homenagem a figura do mártir recifense, uma
das maiores expressões humanas da Pátria, o carmelita "Frei Joaquim do Amor
Divino Caneca".(acrescido pela Emenda nº 21/07)

Parágrafo Único - O evento a que se refere o "caput" será realizado através de


palestras nas escolas municipais e amplamente veiculado com impressos sobre a
história da vida e luta do herói recifense e divulgado por todos os meios de
comunicação, de modo que venha a ultrapassar as fronteiras do Recife e do
Estado de Pernambuco, em referência ao dia 13 de janeiro de 1825, quando foi
covardemente arcabuzado. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art. 176 - É declarado o dia 12 de março de 1537 como data histórica da


fundação do Recife.

Art. 177 - Lei ordinária definirá os critérios para reconhecimento, como de


utilidade pública, das entidades sem fins lucrativos, no âmbito do Município.

Art. 178 - revogado (alterado pela Emenda nº 06/97)

Art. 179 - revogado (alterado pela Emenda nº 21/07)

Art. 180 - O Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, previsto no inciso I do


Artigo 5º desta Lei Orgânica, manterá sua organização, composição e atribuições
atuais.

Art. 181 - Será garantida, às pessoas com deficiência, a participação em


concursos públicos municipais, através da adaptação dos recursos materiais e

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ambientais, bem como do provimento de recursos humanos de apoio. (alterado


pela Emenda nº 21/07)

Art. 182 - Fica proibida a realização de testes ou exames, de qualquer natureza,


ou uso de qualquer meio para constatação de gravidez em candidatas a emprego
na administração direta e indireta, bem como nas empresas onde o Município seja
acionista majoritário.

Art. 183 - O Município criará o Salão de Arte da Cidade do Recife, de modo a


permitir que os artistas plásticos exponham e divulguem os seus trabalhos.

Art. 184 - O Hino Nacional Brasileiro deverá ser cantado, obrigatoriamente, pelas
unidades escolares da rede municipal de ensino da Cidade do Recife, inclusive as
subvencionadas pela Prefeitura.

Art. 185 - A lei estabelecerá estímulos e incentivos aos órgãos, empresas,


entidades ou sociedades pertencentes aos sistema de comunicação, radiodifusão,
televisão e imprensa escrita que divulguem músicas pernambucanas,
principalmente carnavalescas e juninas, e promovam programas evidenciando a
história e a cultura recifenses.

Art. 186 - O Município pleiteará do Estado de Pernambuco a volta ao seu


território, do Arquipélago de Fernando de Noronha, antigo 2º Distrito da Capital e
atual Distrito Estadual.

ATOS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1º - É assegurada ao servidor inativo a revisão dos proventos da


aposentadoria, na mesma proporção e a partir da mesma data em que se
modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 1º - Os proventos de aposentadoria, quando originalmente compostos


por um ou mais valores básicos e por parcelas sobre os mesmos
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incidentes, serão sempre atualizados toda vez que forem os valores


básicos ou, individualmente, qualquer parcela integrante da remuneração
do servidor da ativa, mantendo-se, em qualquer hipótese, os direitos e
vantagens assegurados no ato que homologou a aposentadoria.

§ 2º - Os proventos dos funcionários aposentados até o dia 07 de março


de 1998 serão recalculados, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a
partir da promulgação desta Lei Orgânica, através da restauração de
todas as vantagens relacionadas nos atos de suas aposentadorias ou
posteriormente obtidas.

§ 3º - Fica assegurada, aos servidores aposentados até a data prevista no


parágrafo anterior e que se encontravam, há mais de 02 (dois) anos, sem
interrupção, percebendo gratificação em órgãos da administração indireta,
incorporação destas vantagens aos proventos da inatividade.

§ 4º - Fica vedada a percepção de quaisquer atrasados decorrentes da


aplicação deste Artigo.

Art. 2º - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal do Recife, no prazo


de 14(quatorze) meses, a contar da data da promulgação da presente Lei
Orgânica, projetos da lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana e do
plano diretor.

Parágrafo Único - Os projetos de lei, referidos no "caput" deste Artigo,


deverão ser apreciados e votados, pelo Poder Legislativo, no prazo de
120 (cento e vinte) dias, contados a partir da data de suas recepções.

Art. 3º - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal do Recife, no prazo


de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data da publicação oficial da lei do plano
diretor, os projetos de lei pertinente a:

I - uso e ocupação do solo;

II - parcelamento do solo;

III - edificações e instalações;

IV - posturas.

Parágrafo Único - Os projetos de lei referidos no "caput" deste Artigo


deverão ser apreciados e votados pelo Poder Legislativo, no prazo de 120
(cento e vinte) dias, contados a partir da data de suas recepções.

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Art. 4º - Até a entrada em vigor de lei complementar federal a que se refere o


Artigo 165, § 9º, incisos I e II da Constituição da República, serão obedecidas as
seguintes normas:

I - o projeto do plano diretor plurianual, para vigência até o final do


primeiro exercício financeiro do mandato do Prefeito subsequente, será
encaminhado até o dia 30 (trinta) de setembro do primeiro exercício
financeiro e devolvido para sanção até 30 (trinta) de novembro do mesmo
ano;

II - o projeto da lei de diretrizes orçamentaria será encaminhado até 30


(trinta) de abril da cada ano e devolvido para sanção até o dia 15 (quinze)
de junho, não sendo interrompida a sessão legislativa sem sua
aprovação;

III - o projeto de lei orçamentária do Município será encaminhado até o dia


30 (trinta) de setembro de cada ano e devolvido para sanção até o dia 30
(trinta) de novembro.

Art. 5º - no prazo de 120(cento e vinte ) dias, a contar da promulgação desta Lei


Orgânica, a Câmara Municipal aprovará lei de regulamentação do Conselho de
Desenvolvimento Urbano de que trata o Artigo 113 desta Lei Orgânica.

Art. 6º - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da promulgação desta


Lei Orgânica, o Poder Público Municipal regulamentará:

I - a política municipal de apoio às pessoas portadoras de deficiência:

II - os mecanismos de participação popular;

III - o código de defesa do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

IV - a política de incentivos à cultura, considerando estímulos fiscais,


cadastramento, formação e difusão cultural;

V - o Conselho Municipal para Assuntos do Doador e do Receptor de


órgãos.

Parágrafos Único - A política a que se refere o inciso I deste Artigo, será


executada pela Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, vinculada ao Poder Executivo.

Art. 7º - No prazo de que trata o Artigo anterior, o Poder Executivo, para efeito do
disposto no Artigo 105, fará um recenseamento dos campos de futebol amador.
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Art. 8º - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da promulgação


desta Lei Orgânica e de acordo com o estabelecido em seu Artigo 63, § 2º, o
Poder Executivo procederá a identificação dos bens da Prefeitura.

Art. 9º - A lei disporá sobre a organização e as funções da Comissão de Defesa


Civil do Município.

Parágrafo Único - Enquanto não for disciplinada por lei, a organização de


funções da Comissão de Defesa Civil do Município do Recife,
permanecerá a norma vigente no momento da promulgação desta Lei
Orgânica.

Art. 10 - Será criada uma comissão de Sistematização Legislativa, composta de


09 (nove) membros, 06 (seis) indicados pela Câmara Municipal e 03 (três) pelo
Prefeito, com a finalidade de propor à Câmara Municipal e ao Prefeito, até o final
da presente legislatura, as medidas legislativas e administrativas previstas na
Constituição do Estado e nesta Lei Orgânica, sem prejuízo das iniciativas desses
Poderes, na esfera de sua competência.

Art. 11 - A revisão da Lei Orgânica Municipal será realizada no prazo de 90


(noventa) dias após a publicação do Texto revisado da Constituição do Estado de
Pernambuco.

Art. 12 - O Município promoverá edição popular desta Lei Orgânica que será
distribuída nas repartições públicas e entidades representativas da sociedade
civil.

Art. 13 - Os contratos por tempo determinado destinados à implementação de


programas e projetos na área de saúde, vigentes quando da promulgação da
Emenda à Lei Orgânica do Município do Recife nº 21, de 3 de julho de 2007,
poderão ser prorrogados pelo prazo máximo de 1 (um) ano, vedada qualquer
recontratação, devendo o instrumento de prorrogação em caráter excepcional,
conter cláusula específica prevendo a sua rescisão a partir do provimento de
cargo de idênticas atribuições existentes na estrutura da Secretaria de Saúde.
(alterado pela Emenda nº 22/07)

Art. 13-A - Institui a obrigatoriedade da consolidação da Legislação Municipal do


Recife. (acrescidos Caput, Incisos, Parágrafos e Alíneas pela Emenda nº
21/07)
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I. O Poder Executivo publicará, a cada dois anos, coletânea contendo a


consolidação das Leis vigentes do município do Recife.

II. Fica instituído, conjuntamente, no âmbito dos Poderes Executivo e


Legislativo, Grupo de Trabalho Especial, para realizar a Consolidação da
Legislação Municipal.

§ 1º - O Grupo de Trabalho Especial, definido no caput deste artigo, será


constituído por 10 (dez) membros, com a seguinte composição:

a.-05 (cinco) membros do Poder Executivo Municipal, sendo um deles o


Secretário de Assuntos Jurídicos e os demais membros integrantes do
Quadro de Pessoal da Procuradoria Geral do Município;

b.-05 (cinco) membros do Poder Legislativo Municipal, sendo 02 (dois)


Vereadores e os demais membros integrantes do Quadro de Pessoal das
áreas Jurídicas e Legislativas da Câmara Municipal do Recife.

§ 2º - Todos os membros do Grupo de Trabalho Especial serão


designados por Ato do Chefe do Poder Executivo, observadas,
obrigatoriamente, as indicações do Presidente da Câmara Municipal do
Recife no que concerne aos seus representantes.

§ 3º - O Grupo de Trabalho Especial poderá realizar as gestões


necessárias à obtenção de colaboração dos órgãos jurídicos, técnicos e
administrativos dos Poderes Executivo e Legislativo do Município,
mediante convênio a ser firmado entre os Chefes dos respectivos
Poderes.

§ 4º - Os trabalhos da Consolidação da Legislação Municipal serão


desenvolvidos com o apoio de todos os órgãos administrativos e técnicos
da Prefeitura da Cidade do Recife e Câmara Municipal do Recife, que
deverão contribuir, quando solicitados, com recursos humanos e materiais
para a realização dos trabalhos propostos na presente Lei.

III. Ao Grupo de Trabalho de que trata este artigo cabe promover estudos
e realizar anteprojetos de leis consolidando as Leis municipais, por área
temática, nos termos das Leis complementares federais nº 95/98 e nº
107/01, observadas as disposições concernentes às iniciativas
legislativas.

IV - O prazo para o término do trabalho do Grupo ora instituído é de 120


(cento e vinte) dias contados da data da publicação desta Lei.

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Art.- 13-B. A legislação complementar, objeto de regulamentação desta Lei


Orgânica, deverá, obrigatoriamente, ser encaminhada ao Poder Legislativo no
prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar da data de
promulgação desta Lei Orgânica. (acrescido pela Emenda nº 21/07)

Art.- 13-C - Para a próxima Legislatura, a iniciar-se na data de 1º de janeiro de


2013, o Poder Legislativo Municipal do Recife será composto por 39 (trinta e
nove) Vereadores, observado o critério populacional, nos termos da previsão
constante do Art. 29, da Constituição da República Federativa do Brasil, com nova
redação dada pela Emenda nº 58, de 23/09/2009 e, do Art. 10 desta Lei Orgânica,
(acrescido pela Emenda nº 23/08 e alterado pela Emenda nº 24/11)

Art. 14. A Câmara Municipal do Recife funcionará em regime extraordinário no


período de 6 a 31 de julho de 2020.

Parágrafo único. O funcionamento de que trata o caput implica cancelamento do


recesso, em conformidade com os §§ 3º, 4º e 5º do art. 18 desta Lei Orgânica do
Município do Recife. (Acrescido pela Emenda nº 33, de 25 de maio de 2020)

CÂMARA CONSTITUINTE MUNICIPAL DO RECIFE

José Cavalcanti Neves Filho


Presidente

Eclésio Meneses de Lima


1º. Vice-Presidente

Cláudio Antônio Delgado de Borba Carvalho


2º Vice-Presidente

Alpheu Rosa Cesse Neto


1º Secretário

José Carolino Corrêa de Oliveira Andrade


3º Secretário

Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho


Relator

André Carlos Alves de Paula Filho

André Wilson de Queiroz Campos

Antônio de Lima Santana

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CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE
RUA PRINCESA ISABEL, 410, BOA VISTA – CEP 50.050-450 RECIFE – PERNAMBUCO

Antônio Rafael de Menezes

Augusto Carlos Diniz Costa

Augusto da Silva Lucena

Byron de Paula Travasso Sarinho

Carlos Eduardo Cintra da Costa Pereira

Carlos Frederico Gomes Fred Oliveira

Homero Moura Lacerda de Melo

João Batista Meira Braga

João Paulo Lima e Silva

Liberato Pereira da Costa Júnior

Manoel Gilberto Silveira Holanda Cavalcanti

Maria Geralda Heráclio do Rêgo Farias

Mauro Ribeiro de Godoy

Miguel Batista

Murilo Vitoriano de Mendonça

Newton Carneiro Filho

Otávio Augusto Cavalcanti

Renildo Vasconcelos Calheiros

Ricardo Sérgio de Magalhães Melo

Rivaldo Allain Ferreira Teixeira

Romário de Castro Dias Pereira

Romildo José Ferreira Gomes Filho

Sílvio Tavares de Amorim

Vicente Manoel Leite André Gomes


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RUA PRINCESA ISABEL, 410, BOA VISTA – CEP 50.050-450 RECIFE – PERNAMBUCO

Waldemar Alberto Borges Rodrigues Neto

Waldomiro Ferreira da Silva

Participou integralmente dos trabalhos da Lei Orgânica Aristófanes de Andrade


Silva, inclusive como 2º Secretário da Mesa Dirigente.

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EMENDAS À LEI ORGÂNICA DO RECIFE


(Da Emenda nº 01/1993 à Emenda 35/2023)

Emenda nº 01/1993
Ementa: Altera dispositivos da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Acrescenta-se na parte final do item “X”, do Art. 23, após a palavra “dias”,
a seguinte expressão:

“ .......... e do País por mais de 8 (oito) dias”

Art. 2º - Dê-se ao Art. 52, a seguinte redação:

Art. 52 - O Prefeito, o Vice-Prefeito e Vereadores , não poderão ausentarem-se do


Município, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, ou do País, por mais de 8
(oito) dias consecutivos sem licença da Câmara Municipal.

Emenda nº 02/1993
Ementa: Altera dispositivos da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - O Art. 158 da Lei Orgânica do Município do Recife, promulgada em 04 de


abril de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 158. Os quadros de Assessor Jurídico do Município do Recife, no âmbito dos


Poderes Executivo e Legislativo, serão reestruturados mediante diplomas
normativos próprios.

Art. 2º - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal do Recife, no prazo


de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da presente Emenda à Lei Orgânica,
projeto de lei reestruturando o Quadro de Assessor Jurídico da Administração
Direta do Município.

Emenda nº 03/1993
Ementa: Dá nova redação aos artigos 178 e 179 da Lei Orgânica do Município,
promulgada em 04/04/90.

Art. 1º - Os artigos 178 e 179 da Lei Orgânica do Município, promulgada em


04/04/90, passarão a vigorar com as seguintes redações.

Art. 178 - Os convênios firmados em 07/02/75 e 13/03/80 entre o Município e o


Estado de Pernambuco, o primeiro objetivando a questão de trânsito e o segundo,
do transporte coletivo de passageiros, deverão ser denunciados até 120 (cento e
vinte) dias contados à partir da promulgação desta e substituídos por outros
atualizados nos termos da Lei Orgânica vigente e que reservem ao Município,
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formas de atuação na gestão desses sistemas, com a participação do Executivo e


do Legislativo Municipal.

Parágrafo Único - No prazo de 30 (trinta) dias a contar da promulgação desta, o


Poder Legislativo indicará ao Prefeito, 04 (quatro) Vereadores para que dois a
dois, participem da elaboração dos novos convênios.

Art. 179 - Até que entre em vigor o novo Convênio que objetivará a gestão do
sistema de transportes coletivo de passageiros, a comercialização do “Vale
Transporte” e do “passe estudantil municipal”, será realizada pelo órgão gestor do
sistema.

Parágrafo Único - Todo e qualquer resultado financeiro dessa comercialização,


será destinado à diminuição do custo da tarifa a ser paga pelo usuário do sistema,
devendo a síntese do movimento financeiro ser publicada no diário oficial ou em
jornal de grande circulação, mensalmente, até o dia 15 (quinze) do mês seguinte.

Emenda nº 04/1994
Ementa: Altera dispositivos da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Modifique-se o inciso I do Art. 43 da Lei Orgânica do Recife, que passará


a ter a seguinte redação:

Art. 43 - Não perderá o mandato o vereador:

I - Investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de território, Secretário


de Estado, Distrito Federal, de Município, de Presidente ou equivalente de
Autarquias, Empresas Públicas, Fundações e Sociedades de Economia Estaduais
e Federais ou desempenhando, com prévia licença da Câmara Municipal, missão
temporária de caráter diplomático.

Emenda nº 05/1996
Ementa: Dá nova redação ao Art. 113 da Lei Orgânica do Município do Recife.

Art. 1º - O “Caput” do Art. 113 da Lei Orgânica do Município do Recife passa a ter
a seguinte redação, mantidos os seus respectivos parágrafos:

Art. 113 - O Conselho de Desenvolvimento Urbano, órgão colegiado de


composição paritária entre representantes do Município, da FIDEM (Fundação de
Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife), Caixa Econômica Federal,
Universidade Federal de Pernambuco através do Mestrado de Desenvolvimento
Urbano e a sociedade civil, exercerá as funções de acompanhamento, avaliação e
controle do Plano Diretor.

§ 1º - (....)
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§ 2º - (....)

Emenda nº 06/1997
Ementa: Altera o Art. 121 e revoga os Arts. 178 e 179 da Lei Orgânica do
Município do Recife.

Art. 1º - O § 1º do Art.119 e o Art 121 da Lei Orgânica do Município do Recife,


promulgada em 04 de abril de 1990, passam a vigorar com a seguinte redação:

Art.(....)

§ 1º - Os serviços de transporte público de passageiros serão prestados


necessariamente pelo Município, de forma direta e sob o regime de concessão,
permissão e autorização, nos termos da Lei.

Art. 121 – A concessão, permissão e autorização para prestação de serviços


públicos de transporte coletivo de passageiros, no âmbito do território do
Município do Recife é de competência privativa do Poder Executivo.

§ 1º - A competência para outorga de concessão é indelegável.

§ 2º – O Município não poderá instituir novas gratuidades ou abatimentos no


preço das tarifas de transporte coletivo de passageiros.

Art. 2º - Ficam revogados os artigos 178 e 179 da Lei Orgânica do Município do


Recife, promulgada em 04 de abril de 1990, alterados pela Emenda nº 03/93 de
06 de dezembro de 1993, ficando assim o Art. 179 com a seguinte redação:

“Art. 179 –A comercialização do vale-transporte será realizada diretamente pelo


Poder Público.”

Emenda nº 07/1998
Ementa: Altera o quorum das votações qualificadas, constantes nas alíneas “b” e
“c” do artigo 23 e o § 1º do Art. 25 da LEI ORGÂNICA DO RECIFE.

Art. 1º- As alíneas “b” e “c” do artigo 23 e, bem assim, o parágrafo 1º do Art. 25 da
LEI ORGÂNICA DO RECIFE, onde estabelece o quorum para aprovação por
deliberação do Plenário das matérias em fase de votação, for exigido o mínimo de
2/3 (dois terços), do total dos membros da Câmara Municipal do Recife, passa a
vigorar com o quorum mínimo de 3/5 (três quintos) do referido Colegiado.

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Emenda nº 08/1999
Ementa: Revoga os incisos XXI e XXXII do § 2º, Art. 79 da Lei Orgânica do
Recife.

Art. 1º - Fica revogado o inciso XXI do § 2 º do Art. 79 da Lei Orgânica do Recife,


bem como o Art. 123 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Município do
Recife, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 15.054 de 07 de março de
1988.

Art. 2º - Fica revogado o inciso XXXII do § 2º, do Art. 79 da Lei Orgânica do


Recife.

Emenda nº 09/1999
Ementa: Revoga o inciso XXX do § 2º do Art. 79 da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Fica revogado o inciso XXX do § 2º do Art. 79, da Lei Orgânica do Recife.

Art. 2º - Aos servidores municipais que, na data de vigência desta Emenda,


preencham os requisitos previstos no dispositivo ora revogado, é assegurado o
direito adquirido de requerer a estabilidade financeira que lhes couber, nos termos
da legislação anterior.

Art. 3º - Os servidores municipais que, na data de vigência desta Emenda, contem


mais de 02 (dois) e menos de 03 (três) anos ininterruptos de exercício em cargo
comissionado ou função gratificada terão direito, se completarem os prazos
previstos no inciso ora revogado, a uma estabilidade financeira de valor
correspondente a 20% (vinte por cento) do valor do cargo comissionado ou
função gratificada por maior tempo exercido.

Art. 4º - Os servidores municipais que, na data de vigência desta Emenda, contem


de03 (três) e menos de 05 (cinco) anos ininterruptos de exercício em cargo
comissionado ou função gratificada terão direito, se completarem os prazos
previstos no inciso ora revogado, a uma estabilidade financeira de valor
correspondente a 40% (quarenta por cento) do valor do cargo comissionado ou
função gratificada por maior tempo exercido.

Art. 5º - O Poder Executivo deverá apresentar ao Poder Legislativo, no prazo


máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da publicação desta
Emenda, a proposta do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Servidores
Municipais.

§ 1º - Na elaboração da proposta mencionada no “caput”, devem participar


representante do Sindicato dos Servidores Municipais e da Câmara Municipal do
Recife.

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§ 2º - O Plano de Cargos, Carreira e Salários deve ser implementado no prazo


máximo de 01 (um) ano, a contar da publicação desta Emenda.

Art. 6º - As disposições desta Emenda aplicam-se aos servidores das fundações,


autarquias, empresas públicas e sociedade de economia mista do município do
Recife.

Emenda nº 10/1999
Ementa: Dá nova redação ao inciso III do artigo 40 da Lei Orgânica do Município.
A COMISSÃO EXECUTIVA DA CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE, nos termos
do art. 25 § 2º da Lei Orgânica, faz saber que o Poder Legislativo do Município
aprovou, e ela promulga a seguinte EMENDA À LEI ORGÂNICA:

ART. 1º O inciso III do artigo 40 da Lei Orgânica do Recife, passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 40 ...........................

I -....................................

II -..................................

III – para tratar, sem remuneração, de interesse particular, por prazo


determinado que não ultrapasse a120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa,
podendo reassumir o exercício e a titularidade do mandado do término da
licença,”.

Emenda nº 11/2000
Ementa: Inclui texto na Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Fica acrescentado à Lei Orgânica do Recife, no Artigo 156, um parágrafo


com a seguinte redação:

Art. 156 - (....)

§ 1º - (....)

§ 2º - Os Mercados Municipais, que tenham sido instalados em prédios próprios


do Município e tenham entrado em funcionamento até 31 de dezembro de 1999,
não poderão ser privatizados.

Art. 2º - Em conseqüência o Parágrafo Único do Art. 156, passa a vigorar como §


1º.

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Emenda nº 12/2001
Ementa: Dá nova redação ao Art. 162 da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - O Art. 162 da Lei Orgânica do Recife, passa a vigorar com a seguinte
redação:

Art. 162 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, o Vereador e os Secretários Municipais,


proferirão no ato de posse nos respectivos cargos, o seguinte compromisso:
“Invocando a proteção de Deus, prometo manter, defender e cumprir a
Constituição da República Federativa do Brasil, a do Estado de Pernambuco, a
Lei Orgânica do Município do Recife, observar as demais Leis, promover o bem
coletivo, a igualdade social e exercer o meu (mandato ou cargo) sob a inspiração
das tradições democráticas, históricas, libertárias e heróicas do bravo povo
recifense”.

Emenda nº 13/2002
Ementa: Dá nova redação ao inciso IX do Art. 63 da Lei Orgânica do Município do
Recife.

Art. 1º - O inciso IX do Art. 63 da Lei Orgânica do Município do Recife passa a


vigorar com a seguinte redação:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para


atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, cujo prazo
será de 1 (um) ano, prorrogável no máximo por mais 2 (dois) anos, vedada
qualquer recontratação;

Art. 2º - As contratações temporárias na área da saúde, vigentes em 31 de


dezembro de 2001, relativas a programas e projetos cujos recursos financeiros
sejam oriundos de convênios e transferências federais, poderão ser mantidas
e/ou renovadas, excepcionalmente, pelo prazo de 1 (um) ano prorrogável no
máximo, por mais 2 (dois) anos.

Emenda n º 14/2004
Ementa: Altera a redação do Art. 45 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04
de abril de 1990.

Art. 1º - O Art. 45 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04 de abril de 1990,


passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 45 - O Vereador perceberá a remuneração fixada pela Câmara Municipal, em


cada legislatura para a subsequente, na forma do Art. 29, inciso VI, da
Constituição Federal, com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 25
de 15 de fevereiro de 2000.

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§ 1º - É vedada a concessão de gratificações, de qualquer natureza, inclusive


pelas convocações extraordinárias, ressalvadas às solicitadas pelo Prefeito e as
gratificações de representação atribuídas aos Membros da Comissão Executiva,
aos Presidentes das Comissões Permanentes e aos Lideres Partidários,
observado o disposto no Art. 37, inciso XI da Constituição Federal, na redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003.

§ 2º - As Reuniões Extraordinárias da Câmara Municipal quando convocadas por


iniciativa popular, não serão remuneradas.

Emenda nº 15/2004:
Ementa: Revoga o inciso XVIII, do § 2º, do Art. 79 da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Ficam revogados o inciso XVIII, do § 2º, do Art. 79 da Lei Orgânica do


Município do Recife e o Art. 68 da Lei nº 15.127 de 25 de outubro de 1988.

§ 1º - Na data em que completaria novo qüinqüênio, será assegurado ao Servidor


o valor correspondente a 1/60 (um sessenta avos) do qüinqüênio por cada mês
trabalhado entre o início do período aquisitivo corrente e a promulgação desta
Emenda;

§ 2º - Os PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) de todas as categorias de


servidores municipais, deverão ser implementados pelo Poder Executivo até 31
de dezembro de 2008.

Emenda nº 16/2005:
Modifica o inciso IX do art. 63 e cria novo artigo aos Atos das Disposições
Transitórias da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - Modifica o inciso IX do art. 63 da Lei Orgânica do Recife, que passa a


vigorar com a seguinte redação:

“Art. 63. (......)

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para


atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, cujo prazo
máximo será de 01 (um) ano, vedada qualquer recontratação.”

Art. 2º - Cria novo artigo aos Atos das Disposições Transitórias da Lei Orgânica
do Recife, com a seguinte redação:

“Art. 13 - As contratações temporárias destinadas à implementação de programas


e projetos na área de saúde, vigentes no período de 31 de dezembro de 2004 até
28 de junho de 2005, poderão ser mantidas e/ou renovadas pelo prazo máximo
de 1 (um) ano contado a partir da data da promulgação desta proposição.
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Parágrafo Único - Fica o Poder Executivo obrigado a enviar à Câmara Municipal


do Recife, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, proposta inerentes ao
processo seletivo unificado para preenchimento das vagas referentes aos
contratos constantes do caput deste artigo”.

Emenda nº 17/2006:
Altera a redação dos Art. 12 e 18 e dos § 1º e 2º do Art. 45 da Lei Orgânica do
Recife promulgada em 04 de abril de 1990.

Art.1º - O Parágrafo Único do Art. 10 da Lei Orgânica do Recife passa a vigorar


com a seguinte redação:

Parágrafo Único - A Câmara Municipal, atualmente constituída de 36 (trinta e seis)


Vereadores, eleitos em pleito direto e proporcional, para uma legislatura de 4
(quatro) anos, terá sua composição elevada na forma que dispuser a Constituição
Federal.

Art. 2º - O Caput e o Parágrafo 2º do Art. 12 da Lei Orgânica do Recife


promulgada em 04 de abril de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 12-A Câmara Municipal do Recife reunir-se-á, anualmente, de 01 de


fevereiro a 05 de julho e de 01 de agosto a 28 de dezembro."

Continuação da Emenda à Lei Orgânica do Recife - Executivo.

§ 2º "A Sessão Legislativa não será interrompida sem a aprovação do Projeto de


Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Projeto de Lei Orçamentária Anual
(LOA)."

Art. 3º- O Art. 18 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04 de abril de 1990,


passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 18 - A Câmara Municipal poderá ser convocada extraordinariamente, no


período de recesso, para tratar de matéria urgente ou de interesse público
relevante".

Parágrafo 1º - A convocação extraordinária da Câmara Municipal, referida no


Caput deste artigo, far-se-á a requerimento do Prefeito, do Presidente da Câmara,
da maioria dos seus membros, e da iniciativa popular de 1% (um por cento) dos
eleitores alistados no Município, obedecido o disposto no parágrafo 1º do Art. 30
da Lei Orgânica do Município e, em todas as hipóteses deste Parágrafo, coma
aprovação da maioria absoluta do Colegiado da Câmara Municipal.

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Parágrafo 2º - Nas sessões extraordinárias não serão tratadas matérias estranhas


às que motivaram sua convocação."

Art. 4º-O Art. 45 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04 de abril de 1990,


passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 45 - O vereador perceberá remuneração fixada pela Câmara Municipal, em


cada legislatura para a subseqüente, na forma do art. 29 inciso VI, da
Constituição Federal, com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº.
25 de 15 de fevereiro de 2000 (alterados caput e parágrafos pela Emenda nº. 14
/2004).

Parágrafo Único - É vedada a Concessão de gratificações, de qualquer natureza,


inclusive pelas convocações extraordinárias, ressalvadas as gratificações de
representações atribuídas aos Membros da Comissão Executiva aos Presidentes
das Comissões Permanentes e aos Líderes Partidários observado o disposto no
artigo 37, inciso XI da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda
Constitucional nº. 41, de 19 de dezembro de 2003.

Art. 5º- Fica revogado o Parágrafo 2º do Art. 45 da Lei Orgânica do Recife


promulgada em 04 de abril de 1990.

Art. 6º- Esta Emenda à Lei Orgânica do Recife entrará em vigor na data de sua
publicação.

Emenda nº 18/2006:
Altera a redação do Art. 11 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04 de abril
de 1990.

Art. 1º - O Art. 11 da Lei Orgânica do Recife promulgada em 04 de abril de 1990,


passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 11 - A Câmara Municipal reunir-se-á no dia 1º de janeiro do primeiro ano da


legislatura, para dar posse aos Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito e eleger sua
comissão executiva, para mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzido por
mais um mandato.\"

Art. 2º - Esta Emenda à Lei Orgânica do Recife entrará em vigor na data de sua
publicação.

Emenda nº 19/2006:

Art. 1º - O Art. 13 do Ato das Disposições Transitórias da Lei Orgânica do


Município do Recife, inserido na Emenda nº. 16, de 19 de setembro de 2005,
passa a vigorar com a seguinte redação:
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"Art. 13 As contratações temporárias destinadas à implementação de programas e


projetos na área de saúde, vigentes no período de 29 de junho a 30 de setembro
de 2006, poderão ser mantidas e/ou renovadas pelo prazo máximo de 1 (um)
ano).\"

Art. 2º - Esta Emenda a Lei Orgânica do Município do Recife passa a vigorar na


data de sua publicação.

Sala da Sessões da Câmara Municipal do Recife, 09 de outubro de 2006.

Emenda nº 20/2006:

Art. 1º - Modifica o caput do art. 45 e insere os § 2º e 3º ao referido artigo da Lei


Orgânica do Município do Recife, que passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 45. O Vereador perceberá a remuneração fixada pela Câmara Municipal,


observados os critérios estabelecidos nesta Lei Orgânica e os limites definidos
nos artigos 29, Inciso VI e 37, Inciso XI, respectivamente, da Constituição Federal.

§1º. .........................................................................................................

§ 2º. considerar-se-á alterado o subsídio vigente, no valor correspondente a


setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais, sempre que a
Assembléia Legislativa Estadual promova, a qualquer tempo, nova fixação dos
subsídios dos seus respectivos Deputados;

§ 3º. considera-se mantido o subsídio vigente, na hipótese de não se proceder à


respectiva fixação na época própria, atualizado o valor monetário conforme
estabelecer norma municipal específica;

Art. 2º Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 21/2007:

Art. 1º - Modifica e cria artigos, incisos e parágrafos da atual Lei Orgânica do


Recife, abaixo relacionados:

Art. 5º -...

IV - Revogado.

§ 3º- Revogado.

Art. 6º -...
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XVII - dispor, em relação aos estabelecimentos comerciais, industriais ou de


prestação de serviços, quanto ao horário de funcionamento, sobre a concessão,
renovação ou revogação de licença de localização ou de funcionamento, e sobre
isenção de tributos e declaração de utilidade pública.

Art. 7º -...

II - cuidar da saúde e assistência pública, bem como da proteção e garantia das


pessoas com deficiência;

XIII - estabelecer políticas de prevenção e combate à violência, e à discriminação,


particularmente, contra a mulher, o negro e as minorias, na forma da lei.

Art. 8º - São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo e o Executivo.

Art. 9º-...

§ 5º - O Município criará instrumentos de participação popular nas decisões, na


gestão e no controle da administração pública, na forma da lei.

Art. 10 -...

§ 1° - Para fins de sua composição a Câmara Municipal do Recife observará os


seguintes limites inerentes a sua população:

I. 36 (trinta e seis) Vereadores, quando a população for igual ou


superior a 1.365.855 até o limite de 1.487.805 habitantes.

II. 37 (trinta e sete) Vereadores, quando a população for igual ou


superiora 1.487.806 até o limite de 1.609.756 habitantes.

III. 38 (trinta e oito) Vereadores, quando a população for igual ou


superior a 1.609.757 até o limite de 1.731.707 habitantes.

IV. 39 (trinta e nove) Vereadores, quando a população for igual ou


superior a 1.731.708 até o limite de 1.853.658 habitantes.

V. 40 (quarenta) Vereadores, quando a população for igual ou


superior a 1.853.659 até o limite de 1.975.609 habitantes.

VI. 41 (quarenta e um) Vereadores, quando a população for igual ou


superior a 1.975.610 até o limite de 4.999.999 habitantes.

§ 2° - A população do município, para os fins deste artigo, será a constante da


estimativa mais atualizada do órgão oficial de estatística.
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§ 3° - Sobrevindo emenda constitucional que altere o art. 29, IV, da Constituição


Federal, de modo a modificar os critérios ora estabelecidos, a Câmara Municipal
do Recife proverá a observância das novas regras.’’

Art.14 - A comissão executiva da Câmara Municipal será composta por 1 (um)


Presidente, 3 (três) Vice-Presidentes e 3 (três) Secretários e 2 (dois) Suplentes de
Secretários e deverá ser eleita para um mandato de 2 (dois) anos, conforme
dispuser o regimento interno.

Parágrafo Único - Qualquer membro da comissão executiva poderá ser destituído


pelo voto de 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara, quando faltoso, omisso
ou ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro
Vereador para completar o mandato.

Art.15 -...

Parágrafo Único - A participação popular nos trabalhos das comissões técnicas


será viabilizada através de audiências públicas e/ou reuniões públicas, por
solicitação de qualquer Vereador, comissão permanente ou entidades
representativas da sociedade civil, na forma do regimento interno.

Art. 22 -...

IV - matéria tributária, arrecadação e distribuição de rendas;

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, funções e empregos públicos


na administração direta, autárquica e fundacional e fixação de remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e no
art. 54, VI desta Lei Orgânica;

XI - criação e extinção das secretarias municipais e demais órgãos e entidades da


administração pública;

XXI - normatização dos mecanismos de participação popular e da transparência


no Governo Municipal.

Art. 23 -...:

V - dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargo, emprego ou função


de seus serviços e a iniciativa de leis para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

VII - fixar o subsídio do Vereador, do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários


Municipais;

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XIX - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da


administração indireta, observado o disposto no art. 39;

XXVII - Revogado.

Art. 24 -...

...

II - leis complementares; APROVADO

III - leis ordinárias;

IV - decretos legislativos;

V - resoluções.

Parágrafo Único - A legislação municipal será, obrigatoriamente, publicada no


órgão oficial do Município e disponibilizada na rede mundial de computadores-
internet.

Art. 26 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe ao Prefeito, a


qualquer membro ou comissão da Câmara Municipal e aos cidadãos, mediante
iniciativa popular, observado o disposto nesta Lei Orgânica.

Parágrafo único - São objeto de lei complementar, aprovadas mediante maioria


absoluta dos membros da Câmara Municipal, observadas, no que couber, as
normas da Constituição Federal:

I. a lei de diretrizes gerais em matéria de política urbana e do plano diretor;

II. a organização da Procuradoria Geral do Município.

Art. 27-...
...

IV - matéria orçamentária; APROVADO

V - criação e extinção de Secretarias e órgãos da administração pública


municipal. APROVADO

Art.28 -...
...

III - organização e funcionamento dos seus serviços, dispondo sobre estrutura


administrativa de apoio e Junta Médica no âmbito da Câmara Municipal, que
proporcione a eficiência da produção normativa.
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IV - regime fechado de previdência complementar, que oferecerá aos Vereadores


planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida,
decorrentes do pagamento de contribuições previdenciárias dos parlamentares,
com adesão de modo opcional, o qual será regulamentado por lei municipal, de
acordo com as regras estabelecidas na legislação federal de que trata a matéria.

Art. 39 - Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, no


exercício do mandato e na circunscrição do Município, podendo, no exercício de
sua atividade fiscalizadora, ter acesso às repartições públicas, seus documentos
e às informações relevantes só no interesse do Município.

Art. 40 -...

I - por doença devidamente comprovada ou por gravidez, pelo prazo previsto para
a licença-gestante ou licença-paternidade nos termos previstos no art. 7º, incisos
XVIII e XIX, da Constituição Federal;

Art.42 -...
...

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no


regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a
percepção de vantagens indevidas.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida


pela Câmara Municipal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante
provocação da Comissão Executiva ou de partido político, assegurada ampla
defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Comissão Executiva da Câmara Municipal, de ofício ou mediante provocação
de qualquer de seus membros, ou de partido político, assegurada ampla
defesa.

Art. 47 - A Câmara Municipal editará, em linguagem acessível, a prestação


de contas do Município, para dar cumprimento ao disposto no §3º do Artigo
86 da Constituição Estadual.

Art. 54-...
...

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem como expedir decretos e/ou
regulamentos para sua fiel execução, os dois últimos no prazo de 01 (um) ano ou
na forma definida na lei.
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VI- dispor mediante decreto sobre:

a) organização e funcionamento da administração municipal, quando não implicar


aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Art. 55- Até 45 (quarenta e cinco) dias depois das eleições municipais, o Prefeito
deverá definir equipe de transição, que preparará, para entrega ao sucessor e
para publicação imediata, relatório da situação da administração municipal que
conterá, entre outras, informações atualizadas sobre:

Parágrafo Único. O disposto no caput não se aplica ao caso de reeleição do


Prefeito.

Art. 57 - São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito definidos em lei


federal e, em especial, nos termos do art. 85 da Constituição Federal, os que
atentem contra:

I - a existência do Município;

II - o livre exercício do Poder Legislativo;

III - a probidade na administração;

IV - a lei orçamentária;

V - o cumprimento das leis e decisões judiciais.

Art. 59-...

I - impedir o funcionamento regular da Câmara Municipal, bem como o


cerceamento do exercício da atividade fiscalizadora do Vereador, nos termos do
art. 39 desta Lei Orgânica;

III – desatender as convocações ou não responder integralmente os pedidos de


informações da Câmara Municipal, sem motivo justo e comunicado no prazo de
trinta (30) dias;

VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato da sua competência ou omitir-
se de sua prática, inclusive, quando necessária, a expedição de decretos e/ou
regulamentos no prazo fixado nesta lei orgânica;

§ 1º - A denúncia das infrações definidas neste Artigo, escrita e assinada, poderá


ser formulada por qualquer Vereador ou cidadão com a exposição dos fatos,
devidamente comprovada.
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§ 2º - Por convocação de qualquer Vereador, será submetido ao Plenário


requerimento de rejeição de informações prestadas pelo Prefeito a pedido
formulado pela Câmara Municipal, que deliberará, com aprovação de 3/5 (três
quintos) dos seus membros, pelo envio de solicitação de abertura de processo
especial ao Tribunal de Contas do Estado.

Art. 61-...
...

§ 1º - A Câmara Municipal, ou qualquer de suas comissões, poderão convocar


Secretários do Município ou quaisquer titulares e servidor público de órgãos
diretamente subordinados ao Prefeito para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando em crime de
responsabilidade, nos termos da legislação federal, a ausência sem justificação
adequada.

§ 2º - A Mesa da Câmara Municipal poderá encaminhar pedidos escritos de


informação aos Secretários do Município ou a qualquer das pessoas referidas no
parágrafo anterior, importando em crime de responsabilidade, nos termos da
legislação federal, a recusa ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem
como a prestação de informações falsas.

Art. 63 - A administração pública municipal direta, indireta ou fundacional


obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência e também ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei;

II- a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

...

V- as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

...

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VII- o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica

VIII- a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
com deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX- a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para


atender necessidade temporária de excepcional interesse público, observadas
as seguintes normas:

a) realização de seleção pública simplificada, ressalvados os casos de


calamidade pública;

b) contrato com prazo máximo de 1 (um) ano, prorrogável por igual período
vedada qualquer recontratação, após este prazo;

c) proibição de contratação de serviços para realização de atividades que possam


ser, regularmente, exercidas por servidores públicos.

XII- é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias


para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão


computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XIV- a remuneração dos servidores públicos e os subsídios são irredutíveis, com


as ressalvas da Constituição Federal, e somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

XV-...

c - a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com


profissões regulamentadas;

XVI - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange


autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público;

XVII-...

XVIII - somente por lei específica poderá ser criada ou extinta autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

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XIX -...

XX - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública,
sempre que possível na modalidade de pregão eletrônico, o que assegurará
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;

XXI – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
da raça negra e definirá os critérios de garantia de sua fruição.

XXII–REVOGADO

§ 9º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

§ 10. O limite máximo remuneratório do pessoal do Município aplica-se às


empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral.

§ 11. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de


seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,


perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;

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IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato


eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto
para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores


serão determinados como se no exercício estivesse.

§ 12. A administração tributária do Município, atividade essencial ao seu


funcionamento, exercida por servidores de carreira específica, terá recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atuará de forma integrada às
administrações tributárias da União e do Estado, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio.

§ 13. Os doadores de sangue que contarem o mínimo de 02 (duas) doações, num


período de 01 (um) ano, estarão isentos do pagamento da taxa de inscrição em
concursos públicos promovidos pelo Município, realizados num prazo de até 12
(doze) meses decorridos da última doação.

Art. 65- O Município, na sua atuação, atenderá aos princípios da democracia


participativa, dispondo, mediante lei, sobre a criação dos Conselhos Municipais
nas diversas áreas, integrados por representantes do Poder Publico e dos
usuários e concessionários dos serviços públicos, disciplinando a sua composição
e funcionamento, compreendidas nas suas prerrogativas, entre outras:

Art. 66 -...

...

§ 1º O Município, na sua atuação, atenderá aos princípios da democracia


participativa, dispondo, mediante lei específica, sobre a criação dos conselhos e
câmaras setoriais institucionais de que trata o inciso IV.

§ 2º Os conselhos e as câmaras setoriais institucionais terão caráter opinativo e


compõem-se de representantes do Poder Público e da sociedade civil, em regra
de modo paritário e, quando possível, com a maioria de membros representantes
da sociedade civil, na forma em que prever a lei específica.

§ 3º Os Conselhos Municipais terão, obrigatoriamente, em sua composição, no


mínimo, a participação de dois (02) Vereadores na qualidade de representantes
do Poder Legislativo.

Art. 67 - É assegurado aos cidadãos amplo acesso às informações relativas à


ação da administração pública municipal, através dos instrumentos previstos no
art. 66, conforme regulamentado em legislação específica.

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I - será garantido o acesso, a disponibilização e a divulgação das informações,


inclusive referentes à legislação municipal, em linguagem acessível e material
especifico para os deficientes visuais;

II - os instrumentos e informações referidos no inciso anterior serão obrigatórios


para os Poderes Executivo e Legislativo.

Art. 70 -...

I- planejamento, programação e execução de atividades necessárias,


convenientes ou úteis à comunidade, de interesse local e metropolitano;

...

VI – defesa civil permanente.

Art. 71 - A realização de obras públicas adequar-se-á ao Estatuto das Cidades, à


Lei de Diretrizes Gerais em matéria de política urbana, ao Plano Diretor, ao Plano
Plurianual de Investimentos e à Lei de Orçamento Anual, com plano de metas
para as obras de natureza estruturadora e plano por Região Político
Administrativa.

Art. 73 -...

§ 1º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos


de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de


cargo, emprego ou função na administração pública;

§ 2º. - As empresas qualificadas como de utilidade pública terão a revisão de sua


qualificação procedida pelo Município, a partir da promulgação desta Lei
Orgânica, para renovação em até 10 (dez) anos, revogando-se o benefício
daquelas que não estiverem mais atendendo aos requisitos legais ou sem cumprir
suas funções.

Art. 75-...

§ 1º É obrigatório o cadastramento dos bens que integram o patrimônio público


municipal.
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§ 2º A conservação e manutenção dos bens públicos municipais serão exercidas


pelo Poder Executivo, o qual prestará contas a cada 4 (quatro) anos, das
condições de conservação, manutenção, estabilidade e segurança desses bens,
através de relatório técnico a ser encaminhado à Câmara Municipal e
providenciada sua ampla divulgação.

Art. 79 -...

V - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda


nos termos da lei;

X- licença-maternidade à servidora e empregada municipal que gerar criança,


sem prejuízo do emprego e do vencimento, com duração de 180 (cento e oitenta)
dias.

XVI- condições de trabalho apropriadas para as pessoas com deficiência;

XVII- licença-maternidade à servidora e emprega municipal em caso de adoção


judicial de criança com deficiência, sem prejuízo do emprego e do vencimento,
com duração de 180 (cento e oitenta) dias, cabendo ao Poder Executivo
regulamentar e disciplinar a adoção e os tipos de deficiência para efeito do
exercício do direito previsto no presente inciso.

XVIII - Revogado

XXI- Revogado

XXIV- para os cálculos dos proventos de aposentadorias e pensões, serão


consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do
servidor ao regime próprio de previdência, inclusive as vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual, ou
quaisquer outras vantagens, desde que tenha incidido sobre os mesmos a
cobrança da alíquota previdenciária, facultativa ou obrigatória, sendo
incorporados aos proventos à medida que o cálculo contempla a média dos 80%
das maiores remunerações;

XXV- os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua


concessão, não poderão exceder à remuneração do respectivo servidor, no cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
concessão da pensão, entendendo-se como remuneração o vencimento
do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras
vantagens, excluídas aquelas que possuem vedação legal, para integrar a
base de calculo da contribuição previdenciária;

XXIX - revogado
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XXX - revogado.

XXXI - revogado.

XXXII - revogado

XXXIII- Os servidores da Administração Direta ou Indireta, fundacional, autárquica


ou economia mista, ativos e inativos, detentores da vantagem pessoal da
estabilidade financeira, em valores correspondentes a cargos, extintos ou não,
terão assegurados os mesmos percentuais de reajuste concedidos aos símbolos
dos existentes cargos comissionados e funções gratificadas, nos termos que a
lei complementar, de iniciativa do Poder Executivo, dispuser.

§ 4º. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do regime próprio dos servidores públicos com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

§ 5º. Para efeito da aplicação do disposto no § 2º, inciso XXXIII deste artigo, na
hipótese de extinção ou transformação dos cargos comissionados ou funções
gratificadas e símbolos, observar-se-á a paridade ou similitude com aqueles que
resultarem da extinção ou transformação, ou ainda com aqueles que forem
criados, nos termos que a lei complementar, de iniciativa do Poder Executivo,
dispuser.

Art. 80 - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público:

Parágrafo único - O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de


lei complementar, assegurada ampla defesa.

Art. 82 -...

§ 3º. O município poderá instituir contribuição, cobrada de seus servidores, em


benefício destes, para o custeio do regime previdenciário de que trata a
Constituição Federal, cuja alíquota não será inferior à da contribuição de
servidores titulares de cargos efetivos da União.

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§ 4º - Nenhum tributo incidente sobre a propriedade predial e territorial urbana,


receita ou contrapartida de corrente de bens imóveis ultrapassará o percentual de
até 3,0% (três por cento) do valor venal do imóvel existente no Documento de
Inscrição Imobiliária – DIM, ressalvado o imposto predial e territorial urbano –
IPTU.

Art. 83 -...

§ 3º - A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de


responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da
quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

§ 4º - As isenções e anistias fiscais concedidas por lei e o reconhecimento das


imunidades em favor das instituições de ensino, saúde e de assistência social,
sem fins lucrativos, considerados de utilidade pública, serão revistas, nos termos
do § 2º do art. 73.

Art. 84-Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de


crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica.

§ 2º A lei poderá conceder isenção de impostos para as pessoas com deficiência


e portadores de doenças incapacitantes previstas na legislação federal, quando
adquirirem único imóvel para sua residência e de sua família, desde que
atendidos os requisitos para o gozo do beneficio.

§ 3º Os Servidores Municipais e os ex-combatentes poderão ter isenção parcial


ou total do IPTU conforme a lei indicar.

Art. 85 -...

...

III– revogado; APROVADO

§ 1º. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 105, II, o
imposto previsto no inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

...

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§ 4º - O Município poderá instituir contribuição, na forma da lei, para o custeio do


serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 83, I e III, sendo
facultada a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia elétrica.

Art. 99 -...

VII - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas,


ressalvada a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde,
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades de
administração tributária, como determinado respectivamente pelos arts. 198, § 2º,
212 e art. 37, XXII da Constituição da República e à prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita;

§ 4º. É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que


se refere o art. 85, e dos recursos de que trata o art. 87, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

Art. 103. A Política Urbana será instituída e implementada pelo Município de


acordo com as diretrizes gerais fixadas nas legislações federal e estadual, com o
objetivo de organizar, ordenar e dinamizar as funções sociais da Cidade e
da propriedade urbana, no contexto da região metropolitana, em prol do
bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do
equilíbrio ambiental.

Parágrafo Único - São Instrumentos de política urbana os elencados nesta Lei e


os contidos no Estatuto da Cidade, dentre outros:

Art. 104 - O plano diretor será instrumento para ordenar a ação do Município no
sentido de promover:

...

VI – a integração das infra-estruturas físicas e naturais, como também a


implementação de determinados serviços com os municípios conurbados e
demais municípios da Região Metropolitana;

VII – a elevação da qualidade de vida da população assegurando o atendimento


às suas necessidades que propiciem a inclusão social.

§ 4º - O plano diretor deverá ser revisto e atualizado a cada 10 (dez) anos.

Art. 105 -...

I - parcelamento, utilização ou edificação compulsórios;

...

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§ 2º - A venda ou transferência de titularidade para terceiros não interrompe o


prazo para o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória nem isenta
da aplicação das penalidades de que fala este Artigo.

Art. 108 -...

...

§ 4º - Quando a lei exigir regulamentação específica do Zoneamento Especial,


exceto nas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, e o decreto ou
regulamento não for expedido no prazo de um ano, não será obstado o direito de
construir, aplicando-se os parâmetros urbanísticos previstos para a localidade
onde o imóvel e a respectiva Zona Especial estiverem situados.

§ 5º - Nas zonas Especiais já existentes, o prazo a que se refere o parágrafo


anterior, contar-se-á e entrará em vigor a partir da publicação desta lei.

Art. 111 -...

Parágrafo Único - A lei garantirá o acesso adequado às necessidades especiais


de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida em espaços públicos e
privados de uso individual e coletivo, bem como nas edificações destinadas ao
uso industrial, comercial e de serviços.

Art. 114 -...

...

IV – cadastrar os beneficiários de programas habitacionais, proporcionando um


controle desses programas, especialmente, os financiados com recursos do
sistema nacional de habitação vigente.

Art. 115-A - O Município integrará o Sistema Nacional de Habitação de Interesse


Social – SNHIS, segundo recomendações contidas na Lei Federal vigente.

Art. 117. As áreas públicas não-utilizadas ou subutilizadas serão destinadas,


prioritariamente, obedecido o plano diretor do Município, a programas e projetos
habitacionais de interesse social e/ou amenização ambiental.

Art. 119 -...

...

§ 2º – O Poder Público Municipal definirá, na forma da lei, mecanismos de


avaliação e estudos periódicos, no que diz respeito à qualidade, ao
desenvolvimento e à eficiência do transporte público de passageiros.

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§ 3º - O Poder Público Municipal adotará medidas que visem melhorias no


sistema de transporte público de passageiros para as pessoas com deficiência, na
forma da lei.

§ 4º - O Poder Público Municipal regulamentará a carga, descarga e tráfego nas


vias urbanas do Município, na forma da lei.

Art. 120 -...

I – garantir o transporte público de passageiros como serviço público de caráter


essencial, com qualidade, conforto e segurança para a população;

Capítulo IV
DA POLÍTICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO

Art. 124 - Os serviços de saneamento ambiental integrado relativos a


abastecimento de água, coleta e disposições de esgotos e de resíduos
sólidos, limpeza pública, drenagem e controle de vetores serão planejados,
organizados, coordenados, executados e controlados de modo integrado ou
unificado com o sistema de saneamento de âmbito metropolitano,
observadas as legislações federal e estadual.

Parágrafo Único - Os serviços a que se refere este Artigo serão prestados,


mediante execução direta ou indireta, através de concessão ou permissão, nos
termos da lei e ouvidativamente o Conselho Municipal de Saneamento.

Art. 125 -...

Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade deste direito, cabe ao Município


observar os preceitos enumerados nas Constituições da República e do Estado
de Pernambuco, e legislação municipal pertinente, assumindo, entre outras, as
seguintes atribuições:

I - efetivar a participação dos diversos segmentos sociais no desenvolvimento da


política ambiental, através de instrumentos de participação popular definidos
nesta lei e em legislação especifica, para promover a conscientização e divulgar
normas técnicas pertinentes ao saneamento ambiental integrado;

II - fiscalizar, proteger, recuperar e preservar as florestas, a fauna, a flora e os


recursos hídricos, conforme diretrizes da legislação ambiental de âmbito federal,
estadual e municipal;

III -...

IV - consolidar a conservação da biodiversidade, como valor para o


desenvolvimento sustentável, promovendo pesquisas, regulamentando o manejo

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dos recursos naturais para atividades empresariais, a exemplo da produção


fitoterápica;

...

XIV - promover a política municipal de educação ambiental, em conformidade com


a legislação Federal, Estadual e Municipal.

Art. 134 -...

...

V - atendimento ao educando, nas creches, no ensino fundamental e na educação


infantil, profissionalizantes e alunos especiais através de programas
suplementares de material didático-pedagógico, fardamento, alimentação e
assistência à saúde e transporte, mediante assistência técnica e financeira do
governo federal e estadual, conforme a Constituição Federal;

...

XI - criação e execução de programas que visem à coibição da violência e da


discriminação sexual, racial, social ou econômica, na forma da lei.

Capítulo VII
DA POLÍTICA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO

Art. 136 - O Município realizará estudos com vistas à criação, baseado nos
princípios de acessibilidade universal e na política de ciência e tecnologia
municipal em parceria com as Universidades, Centros Tecnológicos, Porto Digital,
Escolas Técnicas, Fundações de Apoio à Ciência e entidades congêneres,
de escolas municipais incubadoras, para incentivo ao desenvolvimento
científico e tecnológico.

Art. 136-A - O Município atuará no processo de desenvolvimento econômico e


social, por meio de políticas públicas municipais que estimulem as ações dos
agentes públicos e privados na implementação de planos, programas e projetos
voltados para o desenvolvimento local sustentável:

I - apoiando a consolidação do Município do Recife como membro regional de


serviços e comércio;

II - estimulando iniciativas de caráter produtivo que gerem emprego e renda para


a população;

III - incentivando as cadeias produtivas locais;

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IV - estimulando o empreendedorismo nos bairros periféricos como forma de


promover a equidade social;

V - incentivando a instalação de empreendimentos de interesse local e


metropolitano, em consonância com o princípio da autonomia dos municípios nos
termos da Constituição Federal.

Art. 137 -...

...

XIII - incentivo e apoio às comemorações das datas importantes para a cultura


negra, da mulher e minorias.

Art. 139 -...

I - o atendimento a todas as faixas etárias de trabalhadores ativos e inativos,


estudantes, idosos, pessoas com deficiência e enfermos;

Art. 140 -...

...

VI - fomentar a integração de projetos pedagógicos e lúdicos à prática esportiva


da população.

...

§ 2º - O Município garantirá, as pessoas com deficiência, atendimento especial no


que se refere à educação física e à prática de atividade esportiva sobretudo no
âmbito escolar.

Art. 141 - A assistência social é direito do cidadão, cabendo ao Município prestar


assistência às crianças, aos adolescentes, às crianças em situação de rua
desassistidas de qualquer renda ou de benefício previdenciário, à maternidade
desamparada, aos desabrigados, aos portadores de deficiência, aos idosos, aos
desempregados e aos doentes, independentemente de contribuição à seguridade
social.

Art. 145-A - O Poder Público Municipal, por meio de ação descentralizada e


articulada com entidades governamentais e não-governamentais, viabilizará:

I - o atendimento à criança e ao adolescente, em caráter suplementar, mediante


programas que incluam sua proteção, garantindo-lhes a permanência em seu
próprio meio;

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II - condições para que a criança ou adolescente possa conciliar suas obrigações


com a satisfação de suas necessidades lúdicas, de saúde e educação.

Art. 145-B - O Poder Público Municipal apoiará a criação de associações civis de


defesa dos direitos da criança e do adolescente, que busquem a garantia de seus
direitos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Art. 145-C - O Poder Público Municipal assegurará o integral cumprimento das


determinações contidas no Estatuto do Idoso, criando uma Política Municipal da
Pessoa Idosa, nos termos da lei.

Art. 145-D - O Poder Público incentivará as entidades não-governamentais, sem


fins lucrativos, atuantes na política de amparo e bem-estar do idoso, devidamente
registradas nos órgãos competentes, subvencionando-as com auxílio financeiro e
apoio técnico, na forma da lei.

Art. 145-E - O Poder Público Municipal assegurará o cumprimento prioritário das


legislações em vigor federal, estadual e municipal, no que se refere à pessoa com
deficiência.

Art. 145-F - Criação e manutenção de centros de atendimento integral para


mulheres vítimas de violência doméstica, na forma da lei.

Art. 146 - A saúde é um direito de todos e dever do Poder Público, cabendo ao


Município, com a cooperação da União e do Estado, assegurar, mediante políticas
sociais, econômicas e ambientais, a diminuição do risco de doenças, bem como o
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação, educação,


transporte e lazer;

II -...

III - acesso a informação e aos métodos de planejamento familiar que não


atentem contra à saúde, respeitando o direito de opção pessoal e da autonomia
quanto ao tamanho da prole;

...

§ 2º - O não-oferecimento de atendimento especializado que se fizer necessário


às pessoas com deficiência ou sua oferta irregular importará
responsabilidade da autoridade competente.

Art. 147 -...

...
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IV - O Poder Público poderá contratar a rede privada, quando houver insuficiência


de serviços públicos, para assegurar a plena cobertura de assistência à
população, segundo as normas de direito público e mediante autorização do
órgão competente;

V - as instituições privadas na condição de contratadas e/ou conveniadas ficarão


sujeitas às diretrizes e normas do SUS de âmbito municipal;

VI - é assegurado, na gestão do SUS municipal, o direito de intervir na execução


do contrato de prestação de serviço, quando ocorrer infração de normais
contratuais e regulamentares;

VII - caso a intervenção prevista no inciso anterior não restabeleça a normalidade


da prestação do atendimento a saúde da população, poderá o Poder Executivo
rescindir o convênio e/ou contrato, na forma da lei;

VIII - a instalação de qualquer novo serviço público de saúde deve levar em


consideração a demanda, cobertura, o território, o grau de complexidade da rede
e articulação do sistema;

Parágrafo Único - É vedada a cobrança ao usuário pela prestação das ações e


serviços de assistência a saúde, nas instituições mantidas pelo Município ou aos
serviços contratados e/ou conveniados com o SUS, quando no atendimento dos
usuários do sistema único de saúde.

Art. 148 -...

I - descentralização dos recursos financeiros, serviços e ações de saúde, através


da organização dos distritos sanitários, que constituem uma área geográfica
delimitada, conformando uma unidade básica de planejamento, execução e
avaliação do sistema municipal de saúde;

...

IV - participação dos usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços


na formulação, gestão e controle das políticas e ações de saúde, no Município,
através do fortalecimento do controle social nas instâncias do Conselho Municipal
de Saúde, Conselho Distrital de Saúde e nos Conselhos de Unidade;

Art. 149 -...

...

II - executar e planejar as ações de vigilância sanitária, epidemiológica e


ambiental bem como as de saúde do trabalhador;

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X - executar ações de prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com


deficiências física, mental e sensorial;

XIII - assegurar assistência integral a saúde da mulher, dentro dos melhores


padrões técnicos, éticos e científicos, nas diferentes fases de sua vida, bem como
que seja garantida assistência, no âmbito do município, para o atendimento ao
abortamento, nos termos previsto em lei;

§ 1º - Revisar o Código Sanitário Municipal a cada 10 (dez) anos.

§ 2º - O Município criará instrumentos de fiscalização e controle da infecção


hospitalar, na forma da lei.

§ 3º - O gestor municipal de saúde poderá realizar intervenção nos serviços


contratados e/ou conveniados ou não com o SUS, a partir da estrita necessidade
da saúde publica municipal, ouvido opinativamente o Conselho Municipal da
Saúde.

Art.153 - A gestão do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município,


observará critérios de compromisso com o caráter público dos serviços e com a
eficácia do seu desempenho, não podendo, o respectivo titular, ter dupla
militância profissional com o setor privado.

§ 1º - A gestão do sistema único de saúde poderá admitir agentes comunitários de


saúde e agentes de combate as endemias por meio de processo seletivo publico,
de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para a sua atuação.

§ 2º - As atividades dos agentes comunitários de saúde e os agentes de


combate as endemias, serão regulamentadas na forma da lei.

§ 3º - Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate as endemias,


somente poderão ser contratados diretamente pelo município na forma do § 1º
deste artigo.

I - Os profissionais que na data de 14 de fevereiro de 2006, e a qualquer titulo


desempenhavam as atividades de agentes comunitárias de saúde ou agentes de
combate as endemias, na forma da lei, ficam dispensados de se submeter ao
processo seletivo publico a qual se refere o § 1º deste artigo, desde que tenham
sido contratados a partir de anterior processo de seleção publica, efetuado pelo
município ou outras instituições com a efetiva supervisão e autorização da
administração direta municipal.

Art.154 – Os profissionais de nível superior da área de saúde admitidos pelo


Poder Público poderão ter regime de tempo integral de acordo com as
determinações do plano de cargos, carreiras e vencimentos.

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Art. 157 -...

...

VIII - incentivo à exploração sustentável dos recursos naturais do Município para a


prática de turismo ecológico e subaquático.

Art. 175-A - O Município obrigatoriamente, promoverá a “Semana Frei Caneca”,


no mês de março de cada ano, em homenagem a figura do mártir recifense, uma
das maiores expressões humanas da Pátria, o carmelita “Frei Joaquim do Amor
Divino Caneca”.

Parágrafo Único - O evento a que se refere o “caput” será realizado através de


palestras nas escolas municipais e amplamente veiculado com impressos sobre a
história da vida e luta do herói recifense e divulgado por todos os meios de
comunicação, de modo que venha a ultrapassar as fronteiras do Recife e do
Estado de Pernambuco, em referência ao dia 13 de janeiro de 1825, quando foi
covardemente arcabuzado.

Art. 179 - Revogado.

Art.181 - Será garantida as pessoas com deficiência, a participação em concursos


públicos municipais, através da adaptação dos recursos materiais e ambientais,
bem como do provimento de recursos humanos de apoio.

ATOS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

ART. 13-A Institui a obrigatoriedade da consolidação da Legislação Municipal do


Recife.

I. O Poder Executivo publicará, a cada dois anos, coletânea contendo a


consolidação das Leis vigentes do município do Recife.

II. Fica instituído, conjuntamente, no âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo,


Grupo de Trabalho Especial, para realizar a Consolidação da Legislação
Municipal.

§ 1º - O Grupo de Trabalho Especial, definido no caput deste artigo, será


constituído por 10 (dez) membros, com a seguinte composição:

a. 05 (cinco) membros do Poder Executivo Municipal, sendo um deles o


Secretário de Assuntos Jurídicos e os demais membros integrantes do Quadro de
Pessoal da Procuradoria Geral do Município;

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b. 05 (cinco) membros do Poder Legislativo Municipal, sendo 02 (dois)


Vereadores e os demais membros integrantes do Quadro de Pessoal das
áreas Jurídicas e Legislativas da Câmara Municipal do Recife.

§ 2º - Todos os membros do Grupo de Trabalho Especial serão designados por


Ato do Chefe do Poder Executivo, observadas, obrigatoriamente, as
indicações do Presidente da Câmara Municipal do Recife no que concerne aos
seus representantes.

§ 3º - O Grupo de Trabalho Especial poderá realizar as gestões necessárias à


obtenção de colaboração dos órgãos jurídicos, técnicos e administrativos dos
Poderes Executivo e Legislativo do Município, mediante convênio a ser firmado
entre os Chefes dos respectivos Poderes.

§ 4º - Os trabalhos da Consolidação da Legislação Municipal serão desenvolvidos


com o apoio de todos os órgãos administrativos e técnicos da Prefeitura da
Cidade do Recife e Câmara Municipal do Recife, que deverão contribuir, quando
solicitados, com recursos humanos e materiais para a realização dos trabalhos
propostos na presente Lei.

III. Ao Grupo de Trabalho de que trata este artigo cabe promover estudos e
realizar anteprojetos de leis consolidando as Leis municipais, por área temática,
nos termos das Leis complementares federais nº 95/98 e nº 107/01, observadas
as disposições concernentes às iniciativas legislativas.

IV. O prazo para o término do trabalho do Grupo ora instituído é de 120 (cento e
vinte) ias contados da data da publicação desta Lei.

Art. 13-B. A legislação complementar, objeto de regulamentação desta Lei


Orgânica, deverá, obrigatoriamente, ser encaminhada ao Poder Legislativo no
prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar da data de
promulgação desta Lei Orgânica.

Emenda nº 22/2007
Dá nova redação ao art. 13 do Ato das Disposições Transitória da Lei Orgânica do
Município do Recife.

Art. 1º - O art. 13 do Ato das Disposições Transitórias da Lei Orgânica do


Município do Recife, com redação dada pela Emenda nº 19, de 09 de outubro de
2006, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 13 - Os contratos por tempo determinado destinados à implementação de


programas e projetos na área de saúde, vigentes quando da promulgação da
Emenda à Lei Orgânica do Município do Recife nº. 21, de 3 de julho de 2007,
poderão ser prorrogados pelo prazo máximo de 1 (um) ano, vedada qualquer
recontratação, devendo o instrumento de prorrogação em cárater excepcional,
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conter cláusula específica prevendo a sua rescisão a partir do provimento de


cargo de idênticas atribuições existente na estrutura da Secretaria de Saúde."
(NR)

Art. 2º - Esta Emenda entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as


disposições em contrário.

Emenda nº 23/2008
Fixa a composição da Câmara Municipal do Recife para próxima Legislatura a
iniciar-se na data de 1º de janeiro de 2009.

Art. 1° - Acrescenta o Art. 13-c aos Atos das Disposições Transitórias, da Lei
Orgânica da Cidade do Recife, com a seguinte redação:

"Art. 13-c - Para a próxima Legislatura, a iniciar-se na data de 1º de janeiro de


2009, o Poder Legislativo Municipal do Recife será composto por 37 (trinta e sete)
Vereadores, nos termos da previsão constante da Constituição da República
Federativa do Brasil, do Art. 10 desta Lei Orgânica e, observado o critério
populacional de acordo com o entendimento fixado pelo Supremo Tribunal
Federal - STF."

Art. 2° - Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões da Câmara Municipal do Recife, 16 de junho de 2008.

PROPOSTA Nº. 43/2008 DE AUTORIA DA COMISSÃO EXECUTIVA

Emenda nº 24/2011
Da nova redação ao Artigo 10 e ao Artigo 13-C, dos Atos das Disposições
Transitórias, ambos, da Lei Orgânica do Município do Recife.

Art. 1º - O Artigo 10, da Lei Orgânica do Município do Recife, passa a vigorar com
a seguinte redação:

"Art. 10 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal.


§ 1° - Para fins de sua composição a Câmara Municipal do Recife observará os
seguintes limites inerentes a sua população:

a) 37 (trinta e sete) Vereadores, quando a população do Município for de


1.350.000 (um milhão e trezentos e cinqüenta mil) habitantes até 1.500.000 (um
milhão e quinhentos mil) habitantes;

b) 39 (trinta e nove) Vereadores, quando a população do Município for de mais de


1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão
e oitocentos mil) habitantes;
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c) 41 (quarenta e um) Vereadores, quando a população do Município for de mais


de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois
milhões e quatrocentos mil) habitantes;

d) 43 (quarenta e três) Vereadores, quando a população do Município for de mais


de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três
milhões) de habitantes;

e) 45 (quarenta e cinco) Vereadores quando a população do Município for de mais


de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de
habitantes;

f) 47 (quarenta e sete) Vereadores, quando a população do Município for de mais


de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões)
de habitantes;

g) 49 (quarenta e nove) Vereadores, quando a população do Município for de


mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões)
de habitantes;

h) 51 (cinqüenta e um) Vereadores quando a população do Município for de mais


de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de
habitantes;

i) 53 (cinqüenta e três) Vereadores, nos quando a população do Município for de


mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões)
de habitantes; e

j) 55 (cinqüenta e cinco) Vereadores, quando a população do Município for de


mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

§ 2° - A população do município, para os fins deste artigo, será a constante da


estimativa mais atualizada do órgão oficial de estatística.

§ 3° - Sobrevindo emenda constitucional que altere o art. 29, da Constituição


Federal, de modo a modificar os critérios ora estabelecidos, a Câmara Municipal
do Recife proverá a observância das novas regras.''

Art. 2º - O Artigo 13-C, dos Atos das Disposições Transitórias, da Lei Orgânica do
Município do Recife, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.- 13-C - Para a próxima Legislatura, a iniciar-se na data de 1º de janeiro de


2013, o Poder Legislativo Municipal do Recife será composto por 39 (trinta e
nove) Vereadores, observado o critério populacional, nos termos da previsão
constante do Art. 29, da Constituição da República Federativa do Brasil, com nova
redação dada pela Emenda nº 58, de 23/09/2009 e, do Art. 10 desta Lei Orgânica"
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Art. 3º Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 25/2011
Dá nova redação ao artigo 12, da Lei Orgânica do Município do Recife.

Art. 1º O Artigo 12, da Lei Orgânica do Município do Recife, passa a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 12 - A Câmara Municipal do Recife reunir-se-á anualmente, de 01 de


fevereiro a 05 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro."

Art. 2º Está emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 26/2012
ALTERA A LEI ORGÂNICA DO RECIFE PARA VEDAR O EXERCÍCIO DE
CARGOS COMISSIONADOS, FUNÇÕES GRATIFICADAS E OS CARGOS DE
SECRETÁRIOS MUNICIPAIS POR QUEM FOR CONSIDERADO INELEGÍVEIS
NOS TERMOS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135/2010.

Art.1º - Fica criado um novo artigo na Lei Orgânica do Município do Recife de nº


60-A, modificado o inciso V do Art. 63 pela redação abaixo e acrescido ao Art. 71
os §§ 1º e 2º, com as seguintes redações:

"Art. 60. A - Fica vedado o exercício de cargos de secretários municipais ou


equiparados por quem for considerado inelegível nos termos da Lei
Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010, sob pena de nulidade do ato de
nomeação."

"Art. 63 -...
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, sendo
vedada a ocupação por aqueles considerados inelegíveis nos termos da Lei
Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010."

"Art. 71 -
§ 1º - O Poder Público é impedido de contratar, sob qualquer modalidade,
empresas condenadas em crimes de corrupção ou ambientais, por um período de
8 (oito) anos à contar trânsito em julgado.

§ 2º A proibição de que trata o § 1º estende-se aos sócios com poderes de


administração."

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Art.2º - Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 27/2013
ALTERA O § 2,º DO ARTIGO 42, DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DO
RECIFE

Art.1º - O § 2, do artigo 42, da Lei Orgânica Municipal, passa a vigorar com a


seguinte redação:

"Art. 42 -. . § 2º - Nos casos dos incisos I, II, e VI, a perda do mandato será
decidida pela Câmara Municipal, por maioria absoluta e voto aberto, mediante
provocação da Comissão Executiva ou de partido político, assegurada a ampla
defesa.."

Art. 2º - Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 28/2014
Altera o art. 10, §4º, art. 11 e o art. 34, §4º da Lei Orgânica, para extinguir o voto
secreto nos casos que específica.

Art. 1º Esta Emenda adiciona um parágrafo ao art. 10 da Lei Orgânica, tendo a


Câmara por princípio a transparência e proibindo a reunião secreta:

"Art. 10...
§ 4° - A Câmara Municipal obedece ao princípio da transparência em todos seus
atos, sendo vedada a reunião secreta

" Art. 2º Esta Emenda modifica o art. 11 da Lei para substituir o voto secreto pelo
voto aberto, passando a vigorar com a seguinte redação: Art. 11 A Câmara
Municipal reunir-se-á no dia 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura, para dar
posse aos Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito e eleger sua comissão executiva,
para mandato de 2 (dois) anos, em votação aberta, por meio de procedimento que
garanta o conhecimento público de cada voto, podendo ser reconduzido por mais
um mandato.

"Art. 34...
§ 4º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos membros da
Câmara Municipal, em votação aberta, por meio de procedimento que garanta o
conhecimento público de cada voto."

Art. 2º Esta Emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

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Emenda nº 29/2015
Ementa: ALTERA o artigo 63, inciso IX, alínea “b” da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º - O art. 63, inciso IX, alínea “b” da Lei Orgânica do Recife, com redação
dada pela Emenda nº 21/07, passa a ter a seguinte redação:

“Art. 63 (...)

IX (...)

b) contrato com prazo máximo de 2 (dois anos, prorrogável, por igual período”

Art. 2º - O disposto na alínea “b” do inciso IX do art. 63 da Lei Orgânica do


Município do Recife, nos termos do art, 1º, aplica-se aos contratos em fruição na
data de publicação desta Emenda.

Art. 3º - Esta emenda entrará em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 30/2018
Ementa: Altera a alínea “b”, do inciso IX, do artigo 63, da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º A alínea “b” do inciso IX, do artigo 63, da Lei Orgânica do Recife, com
redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 29/07, passa a ter a seguinte
redação:

“Art. 63 (...)

IX (...)

b) as contratações serão feitas por tempo predeterminado, admitida a


prorrogação, observados os prazos máximos estabelecidos em Lei.”

Art. 2º Esta emenda entra em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 31/2018
Ementa: Substitui o artigo 14 da Lei Orgânica do Município do Recife.

Art. 1º Substitua-se o artigo 14 da Lei Orgânica do Município do Recife, que passa


a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 14. A Comissão executiva da Câmara Municipal do Recife será composta por
1 (um) Presidente, 3 (três) Vice-Presidentes e 3 (três) Secretários e deverá ser
eleita para o mandato de 2 (dois) anos, conforme dispuser o Regimento Interno.

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§ 1º Quando da eleição da Comissão Executiva, serão eleitos 2 (dois) Suplentes,


que substituirão os membros titulares de acordo com o preceituado no Regimento
Interno.

§ 2º Os Suplentes da Comissão Executiva só terão direito a voto quando em


exercício da função de membro titular.

§ 3º Qualquer membro da Comissão Executiva poderá ser destituído pelo voto de


3/5 (três quintos) dos membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente
no desempenho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro Vereador
para completar o mandato.” (NR)

Art. 2º Esta emenda à Lei Orgânica entra em vigor na data de sua publicação.

Emenda nº 32/2019
Ementa: Altera o art. 24 da Lei Orgânica do Recife.

Art. 1º Fica alterado o art. 24 da Lei Orgânica do Recife, o qual passa a vigorar
com o seguinte texto:

“Art. 24 ....................................................................................................

§ 1º A legislação municipal será, obrigatoriamente, publicada no Diário Oficial do


Município e disponibilizada na rede mundial de computadores (Internet). (NR)

§ 2º Lei complementar disporá sobre a legística e a consolidação das leis


municipais. (NR)”

Art. 2º A presente Emenda à Lei Orgânica entra em vigor na data de sua


publicação.

Emenda Nº 33, de 25 de maio de 2020

Substitui os arts. 12, 18 e 19 da Lei


Orgânica do Município do Recife.

Art. 1º Substitua-se art. 12 da Lei Orgânica do Recife, que passa a vigorar


com a seguinte redação:

“Art. 12 A Câmara Municipal do Recife reunir-se-á anualmente de:

I - 1º de fevereiro a 5 de julho; e

II - 1º de agosto a 22 de dezembro.
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§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o


primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em:

I - sábados;

II - domingos; ou

III - feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto


de:

I - lei de diretrizes orçamentárias (LDO); e

II - lei orçamentária anual (LOA).

§3º Serão considerados como recesso legislativo os períodos de:

I - 6 a 30 de julho; e

II - 23 de dezembro a 31 de janeiro.”(NR)

Art. 2º Substitua-se o art. 18 da Lei Orgânica do Município do Recife, que


passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 18. A Câmara Municipal poderá ser convocada extraordinariamente no


período de recesso, para tratar de matéria urgente ou de interesse público
relevante, por iniciativa:

I - do Prefeito;

II - do Presidente da Câmara Municipal;

III - da maioria absoluta dos Vereadores;

IV - iniciativa popular de 1% (um por cento) dos eleitores alistados no


Município, obedecido o disposto no § 1º do art. 30 desta Lei Orgânica.

§1º A convocação extraordinária da Câmara Municipal, referida no caput,


far-se-á:

I - a requerimento; e

II - com a aprovação da maioria absoluta do Colegiado da Câmara


Municipal, em todas as hipóteses elencadas no caput.

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§ 2º Nas sessões extraordinárias não serão tratadas matérias estranhas às


que motivaram sua convocação.

§3º A Câmara Municipal estará automaticamente convocada para reuniões


extraordinárias durante o período de recesso na vigência das seguintes situações:

I - Estado de Defesa;

II - Estado de Sítio;

III - Calamidade Pública; e

IV - Intervenção.

§ 4º As reuniões extraordinárias ocorridas em função das situações


elencadas no §3º excetuam-se do disposto no §§1º e 2º.

§ 5º A convocação automática de que trata o §3º poderá ser cancelada de


acordo com o procedimento do §1º. ”(NR)

Art. 3º Substitua-se o art. 19 da Lei Orgânica do Município do Recife, que


passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.19 Não poderá ser realizada mais de uma reunião ordinária ou mais de
uma extraordinária por dia e, salvo motivo de força maior, devidamente
caracterizado, todas deverão realizar-se no recinto destinado a seu
funcionamento, sendo nulas as que se realizarem em desacordo com o
estabelecido neste artigo.

Parágrafo único. As reuniões ordinárias e extraordinárias poderão ocorrer de


forma remota, com a utilização dos recursos tecnológicos de áudio e vídeo
disponíveis, em situações tais como as elencadas no § 3º do art. 18.”(NR)

Art. 4º Adicione-se ao ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS da Lei


Orgânica do Município do Recife o seguinte art. 14:

“Art. 14. A Câmara Municipal do Recife funcionará em regime extraordinário


no período de 6 a 31 de julho de 2020.

Parágrafo único. O funcionamento de que trata o caput implica


cancelamento do recesso, em conformidade com os §§ 3º, 4º e 5º do art. 18 desta
Lei Orgânica do Município do Recife.” (NR)

Art. 5º Esta Emenda à Lei Orgânica do Município do Recife entra em vigor


na data de sua publicação.

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Emenda à Lei Orgânica do Recife nº 34, de 7 de julho de 2021.

Revisa, nos termos da Emenda


Constitucional nº 103, de 12 de novembro
de 2019, as normas previdenciárias do
Regime Próprio de Previdência dos
servidores municipais, e dá outras
providências.

Art. 1º Substitua-se os incisos XXIII e XXIV do §2º do art. 79 da Lei Orgânica do


Município do Recife, que passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 79. ........................................................................................................


§2º..................................................................................................................
XXIII - aposentadoria:

a) por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver


investido, quando insuscetível da readaptação prevista no §13 do art. 37, da
Constituição Federal, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a
concessão da aposentadoria, na forma de lei;

b) compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos


75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma da lei complementar federal;

c) aos 61 (sessenta e um) anos de idade, se mulher, e aos 64 (sessenta e quatro)


anos de idade, se homem, com redução de 5 (cinco) anos para os titulares do
cargo de professor que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio,
inclusive para os ocupantes de função de coordenação, assessoramento
pedagógico e direção em unidade escolar, observados o tempo de contribuição e
os demais requisitos estabelecidos em lei complementar;

XXIV - utilização, para fins de cálculo dos benefícios do Regime Próprio de


Previdência Social, da média aritmética simples das maiores remunerações ou
subsídios utilizados como base para as contribuições do servidor ao regime de
previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 90% (noventa por cento)
de todo o período contributivo desde a competência de julho de 1994 ou desde a
do início da contribuição, se posterior àquela competência, na forma da Lei
Municipal; (NR)
......................................................................................................................"

Art. 2º Adicione-se o art. 79-A à Lei Orgânica do Município do Recife, com a


seguinte redação:

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"Art. 79-A. O Município do Recife instituirá, na forma da lei, regime de previdência


complementar, de caráter facultativo, para os servidores públicos municipais,
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
para o valor das aposentadorias e das pensões do Regime Próprio de Previdência
Social.

§ 1º O regime de previdência complementar de que trata o caput deste artigo


oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida,
observará o disposto no art. 202 da Constituição Federal, e será efetivado por
intermédio de entidade aberta ou fechada de previdência complementar.

§ 2º Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto neste artigo


poderá ser aplicado ao servidor público que tiver ingressado no serviço público
municipal até a data da publicação do ato de instituição do regime de previdência
complementar.
...................................................................................................................."

Art. 2º-A Modifica-se a redação do inciso X do art. 63 da Lei Orgânica do


Município do Recife, que passará a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 63.................................................................................................................
X - as leis de fixação das remunerações e dos subsídios dos servidores públicos
municipais deverão observar a especificidade de cada cargo e carreira e buscar,
quando possível, a eficiência através de metas de desempenho, sendo vedada a
percepção de remuneração ou subsídio, incluídas as vantagens pessoais ou
outras de qualquer natureza, acima do limite de que trata o § 6º, art. 97, da
Constituição Estadual."

Art. 3º Revoga-se o inciso XX do § 2º do art. 79 da Lei Orgânica do Município,


incumbindo à lei ordinária dispor sobre regras de transição relativas ao inciso XX
ora revogado.

Art. 3º-A Adicione-se o § 6º ao art. 79 da Lei Orgânica do Município do Recife,


com a seguinte redação:

"Art. 79........................................................................................................
§ 6º A concessão de aposentadoria ao servidor público vinculado a regime próprio
de previdência social e de pensão por morte aos respectivos dependentes, bem
como o cálculo e o reajuste desses benefícios, serão assegurados, a qualquer
tempo, observando-se os critérios da legislação vigente na data em que foram
atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por
morte.”

Art. 4º Esta Emenda à Lei Orgânica entra em vigor na data da sua publicação.

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Emenda à Lei Orgânica do Recife nº 35, de 24 de abril de 2023.

A COMISSÃO EXECUTIVA DA CÂMARA MUNICIPAL DO RECIFE faz saber que


o PODER LEGISLATIVO, APROVOU, e de acordo com o § 2º do artigo 25 da Lei
Orgânica do Recife, PROMULGA a seguinte Emenda à Lei Orgânica:

Substitui o art. 18 da Lei Orgânica do


Município do Recife.

Art. 1º Substitua-se o art. 18 da Lei Orgânica do Município do Recife, que passa a


vigorar com a seguinte redação.

“Art. 18. No período de recesso, a Câmara Municipal poderá ser convocada


extraordinariamente para tratar de matéria urgente ou de interesse público
relevante, por iniciativa:

I - do Prefeito;

II - do Presidente da Câmara Municipal;

III - da maioria absoluta dos Vereadores; e

IV - popular, de 1% (um por cento) dos eleitores alistados no Município,


obedecido o disposto no § 1º do art. 30.

Parágrafo único. Nas reuniões extraordinárias, não serão tratadas matérias


estranhas às que motivaram sua convocação, exceto na vigência das seguintes
situações:

I - Estado de Defesa;

II - Estado de Sítio;

III - Calamidade Pública; e

IV - Intervenção.” (NR)

Art. 2º Esta Emenda à Lei Orgânica entra em vigor na data da sua publicação.

Sala das Sessões da Câmara Municipal do Recife, 24 de abril de 2023.

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26/02/2024, 20:49 Lei Ordinária 14728 1985 de Recife PE

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Versão consolidada, com alterações até o dia 28/06/2023

LEI Nº 14.728/85
(Vide revogações - Lei nº 16.730/2001)

REFORMULA O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS


DO MUNICÍPIO DO RECIFE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO DA CIDADE DO RECIFE FAÇO SABER QUE O PODER LEGISLATIVO DECRETOU E EU SANCIONO A
SEGUINTE LEI:

Art. 1ºO Estatuto dos Funcionários Públicos do Município do Recife passa a vigorar de acordo com o
disposto no Anexo único, desta Lei, que dela constitui parte integrante e inseparável.

Art. 2º O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 60 (sessenta) dias, a presente Lei.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 10.147, de 30 de julho de 1969.

Recife, 08 de março de 1985.

JOAQUIM FRANCISCO DE FREITAS CAVALCANTI


Prefeito

ANEXO ÚNICO

ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DO RECIFE

TITULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Estatuto regula o regime jurídico-administrativo dos funcionários públicos do Município do
Recife.

Art. 2º Para efeito deste Estatuto:


I - Funcionário público é a pessoa regularmente investida em cargo público de provimento efetivo ou
em comissão;
II - Cargo é o conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um funcionário;
III - Classe é o agrupamento de cargos da mesma natureza e responsabilidade semelhante de
atribuições;

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IV - Categoria Funcional é o conjunto de atividades desdobradas em classes, identificadas pela


natureza e pelo grau de conhecimento profissional exigidos para seu desempenho;
V - Grupo é o conjunto de categorias funcionais, segundo a correlação e afinidade entre as
atividades de cada uma, a natureza do trabalho e o grau de conhecimento profissional necessário ao
desemprenho das respectivas atribuições.
§ 1º O cargo público é criado por lei, com denominação própria, quantitativo e vencimentos certos.
§ 2º Os vencimentos dos cargos compreendem níveis básicos e padrões de referência, previamente
fixados.
§ 3º Remuneração é a retribuição mensal pecuniária devida ao funcionário pelo efetivo exercício de
cargo em comissão ou efetivo, compreendendo o vencimento e vantagens a que fizer jus. (Revogado pela
Lei nº 15.127/1988)

Art. 3º O cargo público, quanto à forma de provimento, poderá ser:


I - Efetivo, quando exigida habilitação em concurso público para o respectivo provimento, em classe
única ou inicial de categoria funcional;
II - Em Comissão, quando expressamente declarado em lei, sendo de livre provimento e exoneração
pelo Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, em suas respectivas áreas de jurisdição. (Revogado pela
Lei nº 15.127/1988)

Art. 4º É vedado o exercício gratuito de cargos públicos.

Art. 5ºOs cargos referentes a profissões regulamentadas deverão ser providos exclusivamente satisfazer
os requisitos legais respectivos.

Art. 6º É vedado ao funcionário encargos ou serviços diferentes dos próprios do seu cargo e que como
tais sejam definidos em leis ou regulamentos.

Parágrafo Único. Os desvios de função somente poderão ocorrer com a aceitação expressa do
funcionário, no estrito interesse do serviço, não implicando em mudança de condição funcional.
(Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

TITULO II
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA

CAPITULO I
DO PROVIMENTO

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 7º Os cargos públicos serão providos por:


I - nomeação;
II - progressão funcional;
III - ascensão funcional;
IV - reintegração;
V - aproveitamento;
VI - reversão;
VII - readaptação. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 8º compete ao prefeito e ao presidente da câmara municipal, conforme o caso, prover, por ato

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específico, os cargos, respeitadas das prescrições legais.

Parágrafo Único. O ato de provimento, de que trata este artigo, deverá conter, necessariamente, as
seguintes indicações, sob pena de nulidade e responsabilidade de quem der posse:

I - denominação do cargo vago e demais elementos de identificação, o motivo da vacância e o nome


do ex-ocupante se ocorrer a hipótese em que possam se atendidos estes últimos elementos;

II - nome completo do interessado e forma de provimento.

III - fundamento legal;

VI - indicação de que o exercício do cargo se fará cumulativamente com outro cargo municipal,
quando for o caso;

V - caracterização da nomeação em caráter efetivo ou em comissão.

Seção II
Do Concurso

Art. 9º A primeira investidura em cargo de provimento efetivo efetuar-se-á mediante concurso público de
provas ou de provas e títulos.

Parágrafo Único. No concurso para provimento de cargo de nível universitário haverá,


necessariamente, prova de títulos.

Art. 10 A aprovação em concurso público não cria direito à nomeação, mas esta, quando se der,
respeitará a ordem de classificação dos candidatos habilitados.

§ 1º Terá preferência para a nomeação, em caso de empate na classificação, o candidato já


pertencente ao serviço público do Município e, havendo mais de um com este requisito, aquele que
contar maior tempo de efetivo serviço prestado ao Município.

§ 2º Se ocorrer empate de candidatos não pertencentes ao serviço público do Município, decidir-se-á


em favor daquele de maior idade civil.

Art. 11Observar-se-ão, na realização dos concursos, sem prejuízo de outras exigências ou condições
regulamentares, as seguintes normas gerais:

I - não se publicará edital para provimento de qualquer cargo enquanto vigorar o prazo de validade de
concurso anterior para o mesmo cargo, se ainda houver candidato aprovado e não convocado para a
investidura;

II - independerá de limite de idade a inscrição de servidor federal, estadual ou municipal, em


concurso público do Município;

III - Os concursos serão realizados quando a Administração julgar oportuno e terão validade por 3
(três) anos, a contar da publicação da homologação, prorrogável por mais 1 (um) ano; (Revogado pela Lei
nº 15.127/1988)

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IV - os editais deverão conter as qualificações e requisitos constantes das especificações dos cargos
objeto do concurso.

V - é assegurado ao candidato aprovado, mediante requerimento realizado antes da posse, o direito


de ser reclassificado para o final da lista de aprovados do concurso, observado o disposto nos §§ 2º e 3º
deste artigo. (Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)

Parágrafo Único. Não será aberto concurso para o preenchimento de cargo público enquanto houver
funcionário de igual categoria em disponibilidade.

§ 1º Não será aberto concurso para o preenchimento de cargo público enquanto houver funcionário
de igual categoria em disponibilidade. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

§ 2º Considera-se aprovado o candidato que atingiu a pontuação mínima exigida para tal no Edital do
Concurso e classificado o candidato aprovado com colocação dentre as vagas previstas no certame.
(Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)

§ 3º A reclassificação prevista no inciso V deste artigo acarreta a perda do direito líquido e certo à
nomeação, caso a quantidade de aprovados seja superior à quantidade de vagas previstas no Edital.
(Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)

Art. 12Os órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, inclusive fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, proporcionarão aos portadores de deficiência fisica e limitação sensorial
condições especiais para participação em concurso de provas, teste de seleção ou outras formas de
recrutamento de pessoal.

Parágrafo Único. As condições especiais, de que trata este Artigo, constarão obrigatoriamente do
edital de concurso ou de outros atos de chamamento e serão concedidas a requerimento do interessado,
formulado quando da inscrição, instruído com atestado médico que indique a natureza e o grau de
deficiência física e da limitação sensorial.

Art. 13 A deficiência física e a limitação sensorial não constituirão impedimentos à posse e ao exercício
de cargo ou função pública, salvo quando consideradas incompatíveis com a natureza das atividades a
serem desempenhadas.

§ 1º A incompatibilidade a que se refere este Artigo será declarada por Junta Médica Especial,
constituída por médicos especializados e por técnicos em educação especial da área correspondente à
deficiência ou à limitação diagnosticada.

§ 2º Da decisão da Junta Médica Especial não caberá recurso.

Art. 14 A deficiência física e a limitação sensorial não servirão de fundamento à concessão de


aposentadoria, salvo se adquiridas posteriormente ao ingresso no serviço público, observadas as
disposições legais pertinentes.

Art. 15 O Município estimulará a criação e o desenvolvimento de programa de reabilitação profissional


para os servidores portadores de deficiência física ou limitação sensorial.

Seção III
Da Posse

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Art. 16 Posse é a investidura em cargo público.

Parágrafo Único. Não haverá posse nos casos previstos nos incisos II a VII do Art.7º.

Art. 17 Só poderá ser empossado em cargo público quem satisfizer aos seguintes requisitos,
cumulativamente:

I - ser brasileiro nato ou naturalizado;

II - ter idade compreendida entre 18 (dezoito) anos completos e 55 (cinqüenta e cinco) incompletos,
ressalvadas as disposições legais;

III - estar em gozo dos direitos políticos e não possuir antecedentes criminais;

IV - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

V - ser julgado apto em exame de sanidade física e mental;

IV - atender aos requisitos especiais para o desempenho do cargo e possuir a habilitação legal exigida,
quando for o caso.

§ 1º A prova das condições a que se referem os incisos I, II, III e IV, deste Artigo, será dispensada nos
casos de reintegração, reversão e readaptação, quando se tratar de ocupante de cargo ou emprego
público do Município. (Ver art 7º deste Estatuto).

§ 2º Quando se tratar de provimento de cargo em comissão, o limite máximo de idade previsto no


item II, deste Artigo, será de setenta (70) anos incompletos.

Art. 18 No ato da posse, o candidato deverá declarar, por escrito, se é titular de outro cargo, função ou
emprego público ou privado.

Parágrafo Único. Se a hipótese for a de que sobrevenha ou possa sobrevir acumulação proibida com a
posse, esta será sustada até que, respeitados os prazos do Art. 22, se comprove inexistir aquela.

Art. 19 São competentes para dar posse:

I - na Prefeitura da Cidade do Recife:

a) o Prefeito, aos Secretários;


b) o Secretário de Administração, aos demais nomeados para cargos de provimento em comissão;
c) o Diretor do órgão de Administração de Pessoal, aos nomeados para cargos de provimento efetivo;

II - na Câmara Municipal do Recife:

a) o Presidente da Câmara, aos nomeados para cargos de provimento em comissão;


b) o Diretor do órgão de Administração de Pessoal, aos nomeados para cargos de provimento efetivo.

Art. 20 O funcionário declarará, no ato da posse, os bens e valores que constituem seu património.

Art. 21 A autoridade que der posse verificará, sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitos os
requisitos legais para a investidura.

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Art. 22 A posse verificar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato específico de
provimento no Diário Oficial da Cidade do Recife.
§ 1º A requerimento justificado do interessado, este prazo poderá ser prorrogado por mais cento e
vinte (120) dias.
§ 2º Se a posse não se der dentro do prazo previsto, o ato da nomeação ficará automaticamente sem
efeito.
§ 3º É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver ausente do Município e, em
casos especiais, a juízo da autoridade competente.

Art. 22. A posse deverá ocorrer em até 20 (vinte) dias, contados da publicação do ato de nomeação.

§ 1º A critério da Administração, e mediante requerimento justificado do interessado ou interesse


público, o prazo de que trata o caput deste artigo poderá ser prorrogado para ter início em até 40
(quarenta) dias.

§ 2º Restará automaticamente sem efeito o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo legal.

§ 3º É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver ausente do Município e, em


casos especiais, a juízo da autoridade competente.

§ 4º Em hipóteses excepcionais e mediante justificativa expressa da Administração Municipal, o prazo


para posse poderá ser reduzido para, no mínimo, 5 (cinco) dias úteis. (Redação dada pela Lei nº
19021/2022)

Seção IV
Do Estágio Probatório (vide Decreto nº 23.131/2007)

Art. 23 Estágio probatório é o período inicial de 2 (dois) anos de efetivo exercício do funcionário
nomeado por concurso público, para cargo de provimento efetivo.

Art. 24 Os requisitos a serem apurados no período de estágio probatório são os seguintes:

I - idoneidade moral;

II - disciplina;

III - pontualidade;

IV - assiduidade;

V - eficiência.

Art. 25 O superior imediato do funcionário sujeito ao estágio probatório, 60 (sessenta) dias antes do
término deste informará ao órgão de Administração de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista os
requisitos enumerados no Artigo anterior.

§ 1º À vista da informação referida neste Artigo, o órgão de Administração de Pessoal emitirá parecer
conclusivo.

§ 2º Desse parecer, se contrário à permanência do funcionário, a este dar-se-á vista, pelo prazo de 10

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(dez) dias, para apresentar defesa, por escrito.

§ 3º O parecer e a defesa, esta última se existente, serão julgados pela autoridade competente,
procedendo-se ou não à exoneração do funcionário.

§ 4º A apuração dos requisitos de que trata o Art. 24 deverá processar-se em rito sumário, de modo
que a exoneração do funcionário possa ser feita antes de findo o período de estágio probatório.

§ 5º O superior imediato que deixar de prestar a informação prevista neste Artigo cometerá infração
disciplinar, ficando sujeito à penalidade prevista no artigo 196, deste Estatuto.

§ 6º O término do prazo de estágio probatório, sem exoneração do funcionário, importa em


reconhecimento automático de sua estabilidade no serviço público do Município.

Art. 26 O funcionário estável fica dispensado de novo estágio probatório, quando nomeado para outro
cargo.

Art. 26. A É permitido ao servidor em estágio probatório:

I - exercer qualquer cargo em comissão ou função de confiança nos órgãos e entidades da


Administração Direta e Indireta do Município;

II - ser cedido a órgão ou entidade de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios.

§ 1º Fica suspensa a contagem do tempo de estágio probatório:

I - na hipótese prevista no inciso II do caput desde artigo e, no caso do inciso I, quando as atribuições
exercidas não guardarem pertinência com aquelas do seu cargo de origem;

II - na hipótese e durante o gozo da licença:

a) por incapacidade temporária;


b) por motivo de doença em pessoa da família;
c) por convocação para o serviço militar;
d) para atividade política;

III - no curso do afastamento:

a) para estudo ou missão no exterior;


b) para desempenho de mandato eletivo;
c) para desempenho de mandato classista.

IV - no curso do cumprimento de penalidade de suspensão.

§ 2º O prazo de duração do Estágio Probatório será prorrogado pelo mesmo período do afastamento
ou licença, sendo retomado a partir do término do impedimento, de modo a permitir a avaliação de
desempenho.

§ 3º (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

§ 4º Não haverá suspensão da contagem de tempo de estágio probatório quando o servidor for
lotado em qualquer órgão ou Entidade da Administração Direta ou Indireta do Município do Recife, para

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exercer as atribuições do seu cargo, sem assumir cargo em comissão ou função de confiança, devendo ser
avaliado pelo órgão ou Entidade em que estiver lotado. (Redação acrescida pela Lei nº 19060/2023)

Seção V
Do Exercício

Art. 27 Exercício é o período de efetivo desempenho das atribuições de determinado cargo.

Art. 28 O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão anotados no registro cadastral do


funcionário.

Parágrafo Único. O início do exercício e as alterações que neste ocorrerem serão comunicadas, pelo
titular do órgão em que estiver lotado o funcionário, ao órgão de Administração de Pessoal.

Art. 29 Ao titular do órgão para onde for designado o funcionário compete dar-lhe exercício.

Art. 30 O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados:
I - da data da posse, no caso de nomeação;
II - da data da publicação oficial do ato, nos demais casos. (Ver art 7º deste Estatuto)
§ 1º A requerimento do interessado, e ajuízo da autoridade competente, o prazo estabelecido neste
Artigo poderás ser prorrogado por 30 (trinta) dias.
§ 2º A progressão e ascensão funcionais não interrompem o exercício, que é contado a partir da data
da publicação do ato respectivo. (Ver Art. 7º deste Estatuto)
§ 3º O funcionário, quando afastado em virtude do disposto nos itens I, II e III do Artigo 76, deverá
entrar em exercício imediatamente após o término do afastamento.

Art. 30. O exercício do cargo se dará no prazo de até 15 (quinze) dias, contados da data da posse.

§ 1º Mediante requerimento do interessado ou, havendo interesse público, e sempre a critério da


Administração Municipal, o prazo estabelecido no caput deste artigo poderá ser prorrogado por até 15
(quinze) dias.

§ 2º Em hipóteses excepcionais e mediante justificativa expressa da Administração Municipal, o prazo


para exercício poderá ser reduzido para, no mínimo, 3 (três) dias úteis. (Redação dada pela Lei nº
19021/2022)

Art. 31 O funcionário só poderá ter exercício no órgão para o qual foi designado.

§ 1º Atendida sempre a conveniência do serviço, a Administração poderá alterar a lotação do


funcionário ex-oficio ou a pedido, observada a legislação em vigor.

§ 2º A inobservância do disposto neste Artigo acarretará sanções para o funcionário e a direção ou


chefia responsável.

Art. 32 O funcionário não poderá ausentar-se do Município, para estudo ou missão de qualquer
natureza, com ou sem vencimento, sem prévia autorização ou designação pelo Prefeito ou pelo
Presidente da Câmara Municipal, conforme o caso.

Art. 32. O servidor não poderá se afastar para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem
vencimento, sem prévia autorização ou designação pelo Prefeito ou pelo Presidente da Câmara Municipal,

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conforme o caso. (Redação dada pela Lei nº 18964/2022)

Art. 33 O funcionário estável, autorizado a afastar-se para estudo ou aperfeiçoamento fora do Município,
com ônus para os cofres municipais, ficará obrigado, após a conclusão do estudo ou aperfeiçoamento, a
prestar serviço ao Município pelo menos por mais 2 (dois) anos, na forma prevista neste Estatuto.

O servidor estável, autorizado a se afastar para estudo ou aperfeiçoamento, com ônus para os
Art. 33.
cofres municipais, ficará obrigado, após a conclusão do estudo ou aperfeiçoamento, a prestar serviço ao
Município pelo menos por mais 2 (dois) anos, na forma prevista neste Estatuto. (Redação dada pela Lei nº
18964/2022)

Art. 34 O funcionário, mediante sua concordância por escrito, poderá ser colocado à disposição de
qualquer outro órgão da União, do Distrito Federal, dos Estados, de Territórios, de Municípios e de suas
entidades de administração indireta e fundações, com ou sem ônus para o Município.

Art. 35O número de dias que o funcionário afastado do Município, nos termos do Artigo anterior, gastar
em viagem para reassumir o exercício, será considerado, para todos os efeitos, como de efetivo exercício.

Parágrafo Único. O prazo a que se refere este Artigo não poderá ser superior a 7 (sete) dias, contados
a partir da dispensa ou exoneração, nesta última hipótese em se tratando de cargo em comissão.

Art. 36 O funcionário preso preventivamente ou em flagrante, pronunciado por crime comum ou


denunciado por crime funcional, ou, ainda, condenado por crime inafiançável em processo no qual não
haja pronúncia, será afastado do exercício do cargo até sentença final transitada em julgado.

Seção VI
Das Garantias

Art. 37O nomeado para cargo cujo exercício exija prestação de garantia terá assegurado, pelo Município,
o desconto do valor do prêmio de seguro de fidelidade funcional, que poderá ser mantido pela própria
administração, ou ajustado com entidade autorizada.

Art. 38 O responsável por alcance ou desvio de material não ficará isento da ação administrativa ou
criminal que couber, ainda que o valor da garantia seja superior ao prejuízo verificado.

Art. 39 Serão periodicamente discriminados, por decreto, os cargos sujeitos à prestação de garantia e
determinadas as importâncias, para cada caso, revistos e atualizados os valores sempre que houver a
elevação dos vencimentos desses cargos.

Seção VII
Da Substituição

Art. 40 A substituição dependerá sempre de ato da Administração.

§ 1º O substituto perceberá a diferença entre o seu vencimento e o do substituído, a partir do


primeiro dia de substituição.

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§ 2º Mesmo que não seja prevista a substituição, poderá esta ocorrer, mediante ato da autoridade
competente, provadas a necessidade e a conveniência do serviço.

§ 3º Atendido o interesse da Administração, o titular de cargo de direção ou chefia poderá ser


designado para responder cumulativamente, por outro cargo da mesma natureza, até que se verifique a
nomeação do respectivo titular, e, nesse caso, perceberá o vencimento correspondente ao cargo de maior
hierarquia.

Art. 41 A reassunção do cargo, pelo seu titular, faz cessar, de pronto, os efeitos da substituição.

Seção VIII
Da Progressão Funcional (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 42 Ao funcionário efetivo conceder-se-á na forma deste Estatuto e de acordo com regulamentação
especifica, Progressão Funcional, observados os critérios alternadamente de merecimento ou
antiguidade.
Parágrafo Único. A progressão de que trata este Artigo é a elevação do funcionário à classe
imediatamente superior a que pertence, dentro da mesma categoria funcional. (Revogado pela Lei nº
15.127/1988)

Art. 43 As linhas de Progressão Funcional serão definidas na regulamentação a que se refere o Artigo
anterior. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 44Não concorrerá à Progressão Funcional o funcionário em estágio probatório. (Revogado pela Lei
nº 15.127/1988)

Art. 45A Progressão funcional dependerá da existência de cargo definitivamente vago e obedecerá à
ordem rigorosa de classificação obtida em processo seletivo salvo no caso do critério de antiguidade,
quanto a esta última exigência. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 46 O Funcionário suspenso preventivamente poderá concorrer à Progressão Funcional, mas ficará
sem efeito o ato que a conceder se, da verificação dos fatos que determinam a suspensão preventiva,
resultar pena de suspensão, salvo em se tratando de aplicação do critério de antiguidade.
§ 1º O funcionário só perceberá o vencimento correspondente à nova classe depois de declarada a
improcedência da penalidade.
§ 2º No caso de ser verificada a procedência da pena de suspensão, o funcionário não concorrerá à
Progressão Funcional durante o prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados a partir da data
subseqüente à do término do cumprimento da penalidade.
§ 3º O funcionário classificado para a Progressão Funcional que vier a sofrer pena de suspensão,
perderá o direito à classificação, só podendo concorrer novamente à Progressão Funcional depois do
prazo previsto no Parágrafo anterior. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 47 Declarada sem efeito a Progressão Funcional, expedir-se-á novo ato em benefício de quem haja
direito.
§ 1º O funcionário que tenha sua Progressão Funcional concedida indevidamente não ficará
obrigado a restituir o que, em decorrência, houver pecunianamente recebido, exceto em caso de
comprovada má fé.
§ 2º Na hipótese do Parágrafo anterior, o funcionário, a quem cabia a progressão funcional será
indenizado da diferença de vencimento a que tiver direito. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

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Art. 48 O funcionário que não estiver no exercício do cargo, ressalvadas as hipóteses consideradas como
de efetivo exercício por este Estatuto, não poderá concorrer à Progressão Funcional. (Revogado pela Lei
nº 15.127/1988)

Art. 49O interstício mínimo para Progressão Funcional é de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Seção IX
Da Ascensão Funcional (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 50 Ascensão funcional é a passagem de ocupante de cargo efetivo, pertencente a categoria funcional
de determinado grupo, para cargo mais elevado que integre categoria funcional do mesmo ou de outro
grupo, na forma deste estatuto e de acordo com regulamentação específica.
§ 1º A mudança de grupo só se dará de classe final ou única de uma categoria funcional para classe
inicial ou única de outra.
§ 2º As linhas de Ascensão Funcional serão definidas na regulamentação de que trata este artigo.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 51 Não concorrerá à Ascensão Funcional o funcionário em estágio probatório. (Revogado pela Lei nº
15.127/1988)

Art. 52 A designação para o cargo provido mediante Ascensão Funcional dependerá, sempre, da
existência de vaga definitiva e obedecerá, rigorosamente, à ordem de classificação, conforme estabelece a
regulamentação específica de que trato o Artigo 50, deste Estatuto. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 53 O funcionário suspenso preventivamente poderá concorrer à Ascensão Funcional, mas ficará sem
efeito sua designação para o novo cargo se, da verificação dos fatos que determinaram a suspensão
preventiva, resultar suspensão.
§ 1º O funcionário somente iniciará o exercício no novo cargo depois de declarada a improcedência
da penalidade.
§ 2º No caso de ser verificada a procedência de pena, o ato de designação será considerado nulo e o
funcionário só poderá concorrer novamente à Ascensão Funcional, depois de decorridos 365 (trezentos e
sessenta e cinco) dias, contados da data subseqüente à do término do cumprimento da penalidade.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 54 O funcionário classificado para Ascensão Funcional que vier a sofrer pena de suspensão não será
designado para o novo cargo, só podendo concorrer novamente àquela Ascensão decorrido o prazo
previsto no § 2º do Artigo anterior. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 55Declarada sem efeito a designação, expedir-se-á novo ato em beneficio de quem haja direito.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 56 O funcionário que não estiver no exercício do cargo ressalvadas as hipóteses consideradas como
efetivo exercício por este Estatuto, não poderá concorrer à Ascensão Funcional. (Revogado pela Lei nº
15.127/1988)

Art. 57 Na ascensão Funcional serão rigorosamente observados o nível de escolaridade e a habilitação


profissional necessários ao exercício do novo cargo. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 58O interstício mínimo para Ascensão Funcional é 730 (setecentos e trinta) dias. (Revogado pela Lei
nº 15.127/1988)

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Seção X
Da Reintegração (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 59 Reintegração é o reingresso no serviço público do funcionário ilegalmente demitido ou


exonerado, com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do afastamento.
§ 1º A reintegração decorrerá sempre de decisão administrativa ou judiciária.
§ 2º A decisão administrativa que determinar a reintegração do funcionário será sempre proferida
em recurso interposto tempestivamente pelo interessado, ao Prefeito ou ao Presidente da Câmara
Municipal. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 60 A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado, observadas as seguintes condições:
I - se aquele houver sido transformado ou transposto, no cargo resultante da transformação ou
transposição;
II - se extinto, em cargo de vencimento equivalente, respeitada a habilitação profissional. (Revogado
pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 61 O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica e aposentado quando


definitivamente incapaz, com todos os direitos e vantagens. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Seção XI
Do Aproveitamento (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 62 Aproveitamento é o reingresso no serviço público de funcionário em disponibilidade para cargo


igual ou equivalente quanto à natureza e retribuição pecuniária básica, ao anteriormente ocupado.
§ 1º O aproveitamento do funcionário será obrigatório:
I - quando for restabelecido o cargo de cuja extinção decorreu a disponibilidade;
II - quando houver necessidade de prover o cargo anteriormente declarado desnecessário.
§ 2º O aproveitamento dependerá de comprovação de capacidade física e mental.
§ 3º Para efeito do disposto neste artigo considera-se também equivalente ao cargo anteriormente
ocupado pelo funcionário o que resultar de sua transformação ou transposição posterior. (Revogado pela
Lei nº 15.127/1988)

Art. 63 Havendo mais de um concorrente à vaga, terá preferência o de maior tempo em disponibilidade
e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 64 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o funcionário não
tomar posse no prazo legal, salvo motivo de alta relevância ou em caso de doença atestada em inspeção
médica, procedida pelo Município.
§ 1º A cassação de disponibilidade, prevista neste Artigo, será sempre precedida de inquérito
administrativo.
§ 2º Provada a incapacidade definitiva em inspeção médica, será o funcionário aposentado.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Seção XII
Da Reversão (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 65 Reversão é o reingresso de funcionário aposentado, quando tornados insubsistentes os motivos


da aposentadoria.

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Parágrafo Único. Para que a reversão se efetive é necessário que o aposentado seja julgado apto em
inspeção médica, procedida pelo Município. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 66 A reversão far-se-á para o cargo em que se deu a aposentadoria ou naquele que resultar de
transformação ou transposição posterior. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 67 A reversão far-se-á a pedido. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 68 Determinada a reversão, será cessada, mediante inquérito administrativo, a aposentadoria do


funcionário que não tomar posse dentro do prazo estabelecido no Artigo 22, deste Estatuto. (Revogado
pela Lei nº 15.127/1988)

Seção XIII
Da Readaptação (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 69 Readaptação é a investidura de funcionário em outro cargo mais compatível com sua capacidade
física ou intelectual, definitivamente vago, a pedido ou ex-officio, a critério exclusivo da Administração.
§ 1º A readaptação não será feita para cargo de classe intermediária ou final.
§ 2º A readaptação é, necessariamente, precedida de inspeção médica, de avaliação de desempenho
funcional e de prova de capacitação quanto às atribuições do novo cargo. (Revogado pela Lei nº
15.127/1988)

CAPITULO II
DA VACÂNCIA

Art. 70 A vacância do cargo decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - progressão funcional. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

IV - ascensão funcional;

V - aposentadoria;

VI - readaptação;

VII - falecimento.

Art. 71 Dar-se-á a exoneração:

I - a pedido;

II - ex-officio:

a) quando se tratar de provimento de cargo em comissão;


b) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

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c) quando o funcionário não assumir o exercício do cargo no prazo legal.

Art. 72 A vaga ocorrerá na data:

I - imediata à do falecimento;

II - imediata àquela em que o funcionário completar 70 (setenta) anos de idade;

III - da publicação do ato que aposentar, demitir, exonerar, readaptar ou conceder progressão ou
ascensão funcionais;

IV - em que transitar em julgado a sentença que anule o provimento ou declare a perda do cargo.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES

CAPÍTULO I
DA DURAÇÃO DO TRABALHO (Revogado por força da Lei nº 15.127/1988)

Art. 73 A duração normal do trabalho, salvo as exceções previstas neste Estatuto, será:
I - de 4 (quatro) horas diárias ou 20 (vinte) horas semanais, para funcionários integrantes de classes
que exijam formação de nível superior;
II - de 6 (seis) horas diárias ou 30 (trinta) horas semanais, para funcionários integrantes das demais
classes.
§ 1º A semana a que se refere este Artigo será de 5 (cinco) dias, excluídos os sábados e domingos.
§ 2º Excetua-se do disposto neste Artigo o trabalho executado por funcionários em serviço externo
que, por natureza, não possa ser aferido por unidade de tempo.
§ 3º A duração normal de trabalho poderá, extraordinariamente, ser prorrogada ou reduzida, a
critério da Administração.
§ 4º Para os serviços essenciais, que exijam trabalho aos sábados e dias não úteis, inclusive os
considerados de frequência facultativa, será estabelecida escala mensal de revezamento. (Revogado pela
Lei nº 15.127/1988)

Art. 74 A Administração, na hipótese de prorrogação da jornada de trabalho, estipulará retribuição


pecuniária suplementar, de acordo com o disposto neste Estatuto. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

CAPÍTULO II
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 75O tempo de serviço computar-se-á em dias.


Parágrafo Único. O número de dias será convertido em anos, considerado o ano como de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias.

O tempo de serviço computar-se-á em dias, meses e anos, considerado o ano como de 365 dias.
Art. 75
(Redação dada pela Lei nº 16.052/1995)

Art. 76 Será considerado como efetivo exercício o afastamento em virtude de:

I - férias;

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II - casamento;

III - luto;

IV - licença por acidente em serviço ou doença profissional;

V - moléstia comprovada que, a critério da Junta Médica Municipal, impeça o comparecimento ao


serviço até o limite de dois (2) anos;

VI - licença à funcionária gestante;

VII - Serviço Militar;

VIII - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

IX - missão oficial ou estudo, quando o afastamento houver sido autorizado pela Administração,
exercício em outro cargo, inclusive de provimento em comissão ou emprego, em órgão da União, dos
Estados, dos Municípios e dos Territórios e respectivas administrações indiretas e fundações mantidas
pelo Poder Público;

XI - licença-prêmio;

XII - desempenho de comissões ou funções previstas em Lei ou regulamento;

XIII - desempenho de mandato eletivo da União, dos Estados, dos Municípios e dos Territórios;

XIV - expressa determinação legal;

XV - faltas abonadas;

Art. 77 Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade, computar-se-á integralmente:

I - tempo de serviço previsto na forma do Artigo anterior;

II - tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade;

III - período de trabalho prestado a instituição de caráter privado que tiver sido transformada em
órgão da administração direta, indireta ou fundação mantida pelo Poder Público;

IV - as horas extraordinárias convertidas em dias na forma deste Estatuto;

V - período prestado a entidade de direito privado, ou na qualidade de autônomo, devidamente


comprovado pela previdência social mediante certidão.

VI - as férias não gozadas, contadas em dobro.

Parágrafo Único. O tempo de serviço não prestado ao Município somente será computado à vista de
certidão passada pelo órgão competente.

Art. 78 É vedada a soma de tempo de serviço simultaneamente prestado. (Ver § 10 do Art. 40 da


Constituição Federal/88, com a Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98).

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CAPÍTULO III
DA ESTABILIDADE

Art. 79 O funcionário ocupante de cargo de provimento efetivo somente adquire estabilidade após 2
(dois) anos de efetivo exercício prestado exclusivamente ao Município.

§ 1º A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo.

§ 2º O disposto neste Artigo não se aplica, em qualquer hipótese, aos cargos de provimento em
comissão.

Art. 80O funcionário estável somente poderá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada em
julgado ou mediante processo administrativo em que lhe tenham sido assegurados amplos meios de
defesa.

CAPÍTULO IV
DA DISPONIBILIDADE

Art. 81 Declarada a desnecessidade do cargo, este será extinto e o funcionário estável posto em
disponibilidade, com retribuição pecuniária proporcional ao seu tempo de serviço.

§ 1º A extinção do cargo será feita por Lei.

§ 2º A retribuição pecuniária, mencionada neste Artigo, devida ao funcionário posto em


disponibilidade, será calculada na razão de 1/35 (um trinta e cinco avos) por ano de serviço, se do sexo
masculino, ou 1/30 (um trinta avos), se do sexo feminino, acrescida do salário-família integral e do
adicional por tempo de serviço a que fizer jus o servidor, na data da disponibilidade.

§ 3º A retribuição pecuniária será calculada na razão de 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço, se
do sexo masculino, e 1/25 (um vinte e cinco avos), se do sexo feminino, para os integrantes do Magistério
Municipal, e de 1/25 (um vinte e cinco avos) para os ex-combatentes, acrescida do salário-família integral
e do adicional por tempo de serviço a que fizer jus o servidor, na data da disponibilidade.

CAPITULO V
DA APOSENTADORIA

Art. 82 O funcionário será aposentado:


I - por invalidez;
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
III - voluntariamente:
a) Após 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se do sexo masculino;
b) Após 30 (trinta) anos de serviço, se do sexo feminino;
c) Após 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se ex-combatente, conforme previsto na Constituição
Federal;
d) após 30 (trinta) anos de serviços efetivamente prestado em funções de magistério, se do sexo
masculino e após 25 (vinte e cinco) anos de serviço se do sexo feminino.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licença para tratamento de saúde por

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período não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo quando laudo médico concluir, anteriormente
àquele prazo, pela incapacidade definitiva para o serviço público.
§ 2º Para concessão da aposentadoria por invalidez, a inspeção será realizada por junta composta
de, pelo menos, 3 (três) médicos do órgão competente do Município.
§ 3º Na hipótese do inciso II, deste Artigo, o funcionário será automaticamente afastado do serviço a
partir da data em que completar a idade limite.
§ 4º A redução dos limites de idade e tempo de serviço para aposentadoria voluntária e
compulsória, será disciplinada em lei federal. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 83 Os proventos serão:


- integrais, nas hipóteses nos incisos II e III, do Artigo 82, ou quando o funcionário invalidar-se em
conseqüência de acidente ocorrido em serviço, bem como por moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável;
- proporcionais, quando o funcionário contar menos de 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se do sexo
masculino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, salvo a hipótese da letra "d" do Artigo anterior.
§ 1º Equipara-se a acidente, para os efeitos deste Artigo, a agressão e lesão sofridas e não
provocadas pelo funcionário, em decorrência de exercício de suas atividades, devidamente comprovadas
em inquérito administrativo.
§ 2º Entende-se por moléstia profissional a que decorrer das condições do serviço ou de fatos nele
ocorridos.
§ 3º Consideram-se doenças graves a tuberculose ativa, a alienação mental, a neoplasia maligna de
qualquer natureza, a cegueira total ou progressiva, a lepra, a paralisia, a cardiopatia geral, o mal de
parkinson e as colagenoses com lesões sistêmicas ou musculatura esquelética.
§ 4º Ao funcionário ocupante de cargo de provimento em comissão, aplicar-se-á disposto neste
Artigo. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 84 Os proventos serão reajustados nas mesmas bases em que for concedido aumento de
vencimentos dos funcionários em atividade.
Parágrafo Único. Fica assegurada a paridade por transposição ou transformação aos aposentados,
em relação ao cargo que ocupavam ou equivalente, para efeito de reajustamento de proventos.
(Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 85 Os proventos, na hipótese prevista no Artigo 83, inciso II, serão proporcionais ao tempo de
serviço à razão de 1/35 (um trinta e cinco avos) por ano de serviço, se funcionário do sexo masculino, e,
de 1/30 (um trinta avos), se do sexo feminino.
Parágrafo Único. Os integrantes do Magistério Municipal terão os proventos, na hipótese do Artigo
83, inciso II, proporcionais ao tempo de serviço à razão de 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço, se do
sexo masculino, e, 1/25 (um vinte e cinco avos), se do sexo feminino. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 86 aposentar-se-á com proventos calculados na base do vencimento de cargo em comissão que
exerce o funcionário efetivo que:

I - à data da aposentadoria venha, ininterruptamente desempenhando o mesmo cargo comissionado


há mais de 5 (cinco) anos;

II - à data da aposentadoria esteja desempenhado cargo em comissão e que, antes haja


desempenhado cargos comissionados por mais de 8 (oito) anos, consecutivo ou não.

Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o funcionário haja optado
pelo vencimento do cargo efetivo.

Art. 87 Computar-se-á, no calculo dos proventos, o valor de gratificações que o funcionário, ao


aposentar-se, vier percebendo há mais de dois (dois) anos, sem interrupção.

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§ 1º Excetua-se do disposto neste Artigo a gratificação de Natal, percebida anualmente.

§ 2º Dispensar-se-á o período carencial, de que trata este Artigo, quando o funcionário se aposentar
por invalidez definitiva.

CAPÍTULO VI
DAS FÉRIAS

Art. 88 O funcionário gozará trinta (30) dias consecutivos de férias, por ano.

Art. 89 O órgão de Administração de Pessoal fixará, anualmente, a escala geral de férias, a vigorar no
exercício seguinte.

Parágrafo Único. Excepcionalmente, a critério da administração, a escala geral de férias poderá ser
alterada, para atender a necessidades eventuais de serviço.

Art. 90 O funcionário adquire direito a férias após cada doze (12) meses de efetivo exercício, com direito
ao vencimento e a todas as vantagens do cargo que estiver ocupando.

§ 1º Ao servidor integrante do Grupo Ocupacional Magistério que, por ocasião das férias escolares
coletivas, ainda não haja completado o período aquisitivo, permitir-se-á, naquela oportunidade, o seu
gozo antecipado. (Redação acrescida pela Lei nº 16.831/2002)

§ 2º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, a antecipação da gratificação natalina somente


será concedida a partir do mês em que se completar o período aquisitivo. (Redação acrescida pela Lei nº
16.831/2002)

§ 2º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o servidor poderá perceber antecipação da


gratificação natalina na forma estabelecida em norma especifica. (Redação dada pela Lei nº 16.938/2003)

§ 3º O servidor que perceber o adicional de férias nas condições do § 1º deste artigo, se vier a ser
exonerado a pedido, devolverá aos cofres do Tesouro Municipal as parcelas que excederem a proporção
do tempo efetivamente trabalhado. (Redação acrescida pela Lei nº 16.831/2002)

§ 3º O Servidor que perceber o adicional de férias e /ou a gratificação natalina na forma dos
parágrafos anteriores deste artigo, se vier a ser exonerado a pedido, ou demitido, devolverá aos cofres do
Tesouro Municipal as parcelas que excederem a proporção do tempo efetivamente trabalhado. (Redação
dada pela Lei nº 16.938/2003)

Art. 91 É vedada a acumulação de férias, salvo por imperiosa necessidade do serviço, até o máximo de
dois (2) períodos, atestada, de ofício, pelo chefe do serviço do órgão em que estiver lotado o funcionário.

Art. 92 O gozo de férias não será interrompido por motivo de progressão ou ascensão funcionais.

Art. 92-A Mediante requerimento do servidor, a Administração poderá autorizar que as férias sejam
gozadas em até 3 (três) períodos de, no mínimo, 5 (cinco) dias cada. (Redação acrescida pela Lei nº
19021/2022)

Art. 92-B As regras e procedimentos a serem adotados para a concessão, indenização, parcelamento e
pagamento da remuneração de férias do servidor público da Administração Pública Municipal Direta,

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Autárquica e Fundacional do Poder Executivo do Município serão regulamentadas em Decreto. (Redação


acrescida pela Lei nº 19021/2022)

Art. 93 A remuneração pecuniária relativa ao período de férias será paga antecipadamente, desde que
requerida. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

É vedada, em qualquer hipótese, a conversão de férias em pecúnia, salvo aos ocupantes de cargo
Art. 94
em comissão quando titulares de direito adquirido. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

CAPÍTULO VII
DAS LICENÇAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 95 Conceder-se-á licença:

I - para tratamento de saúde;

II - por motivo de doença em pessoa da família;

III - à gestante, para repouso;

IV - para serviço militar,

V - para acompanhar o cônjuge, funcionário público civil ou militar;

VI - para trato de interesses particulares;

VII - prêmio.

Parágrafo Único. O conceito de companheiro ou companheira equipara-se ao para os efeitos deste


artigo.

Art. 96 São competentes para conceder licença:

I - para trato de interesses particulares, o Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, conforme o


caso;

II - nos demais casos, o órgão competente da Administração.

Art. 97 Expirada a licença, o funcionário reassumirá o exercício, no primeiro dia útil subseqüente,
ressalvado o disposto no Artigo 98, deste Estatuto.

Art. 98 A licença poderá ser prorrogada, ex-officio ou a pedido.

Parágrafo Único. O pedido deverá ser apresentado por escrito e até oito (08) dias antes do término do
prazo de licença, e, se indeferido, contar-se-á, como de licença, o período compreendido entre a data do
término e a do conhecimento oficial do despacho.

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Art. 99As licenças de que tratam os incisos I, II e III, do Artigo 95, dependerão de inspeção realizada por
Junta composta de, pelo menos, três (3) médicos do órgão competente do Município.

Parágrafo Único. A licença dependente de inspeção médica, na forma deste Artigo, será concedida
pelo prazo indicado no laudo.

Seção II
Da Licença Para Tratamento de Saúde

Art. 100A licença para tratamento de saúde poderá ser concedida a pedido ou ex-officio, dependendo de
inspeção médica, que deverá se realizar, sempre que necessário, onde o funcionário se encontrar.

Parágrafo Único. A licença deverá ser requerida no prazo de vinte (20) dias, a contar da primeira falta
ao serviço.

Parágrafo único. A licença deverá ser requerida no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados a partir
da primeira falta ao serviço. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

Art. 101 Na hipótese do funcionário se encontrar em outro Município ou unidade da Federação, deverá
instruir seu pedido de licença com laudo fornecido pelo órgão médico oficial respectivo.

Art. 102 O funcionário não poderá permanecer em licença para tratamento de saúde por período
superior a vinte e quatro (24) meses, exceto nos casos considerados recuperáveis, hipótese em que
mediante nova inspeção médica, a licença poderá, excepcionalmente, ser prorrogada uma única vez, até
doze (12) meses.
Parágrafo Único. Expirados os prazos previstos neste Artigo, o funcionário que não se recuperar será
submetido a nova inspeção e aposentado por invalidez definitiva.

Art. 102. O servidor não poderá permanecer em licença para tratamento de saúde devido à mesma
doença, ou a doença a ela correlacionada, por período superior a 12 (doze) meses, consecutivos ou não,
exceto nos casos considerados recuperáveis, hipótese em que, mediante nova inspeção médica, a licença
poderá, excepcionalmente, ser prorrogada uma única vez, por igual período.

Parágrafo único. Expirados os prazos previstos neste artigo, o servidor que não se recuperar será
submetido a nova inspeção e, quando não for possível a readaptação, deve ser aposentado por
incapacidade permanente para o trabalho. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

Art. 103 O funcionário, no curso da licença, poderá ser examinado, a requerimento ou ex-officio, ficando
obrigado a reassumir seu cargo, no primeiro dia útil subseqüente, se for considerado apto para o
trabalho, sob pena de se apurarem como faltas os dias de ausência.

Art. 104 Observar-se-á, no processamento da licença para tratamento de saúde, o devido sigilo sobre o
diagnóstico.

Art. 105O funcionário, no curso da licença para tratamento de saúde, abster-se-á de exercer qualquer
atividade remunerada, sob pena de cassação imediata da licença, com perda total do vencimento e
vantagens correspondentes ao período já gozado, até que reassuma o exercício do cargo, sem prejuízo de
outras penalidades previstas neste Estatuto.

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Art. 106 O funcionário, no curso da licença para tratamento de saúde, perceberá integralmente o
vencimento e vantagens do cargo que exercia à data da concessão da licença.

Art. 106. O servidor, no curso da licença para tratamento de saúde, perceberá integralmente o
vencimento e vantagens inerentes do cargo que exercia à data da concessão da licença. (Redação dada
pela Lei nº 19021/2022)

Seção III
Da Licença Por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 107 O funcionário poderá, com vencimentos e vantagens integrais, obter licença por motivo de
doença em pessoas de sua família que conste como seu dependente, desde que prove ser indispensável
sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
§ 1º Comprovar-se-á a doença mediante inspeção médica procedida pelo órgão municipal
competente ou atestado médico reconhecido pelo mesmo órgão.
§ 2º A licença de que trata este Artigo não excederá a vinte e quatro (24) meses.

rt. 107. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do
seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.

§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma
do disposto no inciso II do art. 130.

§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
48 (quarenta e oito) meses, por até 12 (doze) meses, consecutivos ou não, mantido o vencimento e
vantagens inerentes do cargo:

§ 3º O início do interstício de 48 (quarenta e oito) meses será contado a partir da data do deferimento
da primeira licença concedida. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

Art. 108 Em nenhuma hipótese poderá ser prorrogada a licença de que cogita o Artigo anterior.

Seção IV
Da Licença à Gestante

Art. 109À funcionária gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença por noventa (90) dias,
prorrogável até trinta (30) dias, com vencimento e vantagens integrais do cargo que exerça à data da sua
concessão.
Parágrafo Único. A licença de que trata este Artigo será concedida a partir do oitavo (8º) mês de
gestação, salvo prescrição médica em contrário. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 110 Na hipótese de o filho nascer prematuramente; antes de concedida a licença, o início desta será
contado a partir da data do parto. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Para amamentar o próprio filho, até 6 (seis) meses de idade, a funcionária terá direito, durante o
Art. 111
expediente, a um descanso especial de 1 (uma) hora.

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Seção V
Da Licença Para Serviço Militar

Art. 112Ao funcionário convocado para o serviço militar obrigatório e para outros encargos da segurança
nacional, será concedida licença com prazo e remuneração previstos em legislação própria.

§ 1º A licença será concedida à vista do documento oficial que comprove a convocação.

§ 2º Descontar-se-á dos vencimentos a importância que o funcionário perceba na qualidade de


incorporado, na forma regulamentada em legislação própria.

§ 3º Ao funcionário é facultado optar pelo estipêndio como militar.

Art. 113 Conceder-se-á ao funcionário desincorporado prazo não superior a trinta (30) dias para
reassumir o exercício do seu cargo, sem prejuízo dos vencimentos.

Art. 114Ao funcionário, oficial ou aspirante a oficial da reserva, aplicar-se-ão as disposições dos Artigos
112 e 113, deste Estatuto, durante os estágios previstos pela legislação militar.

Seção VI
Da Licença Para Acompanhar o Cônjuge

Art. 115 Ao funcionário estável, independentemente do sexo, será concedida licença sem vencimento
para acompanhar o cônjuge, funcionário público civil ou militar, ou servidor da administração pública
direta ou indireta e fundações, designado, ex-officio, para servir fora do Município.

§ 1º A licença dependerá de requerimento, instruído com documento que comprove a designação,


renovável de dois (2) em dois (2) anos, até o limite máximo de quatro (4) anos.

§ 2º Assegurar-se-á, nas mesmas condições deste Artigo, licença a qualquer dos cônjuges, quando o
outro exercer mandato eletivo fora do Município.

Seção VII
Da Licença Para Trato de Interesses Particulares

Art. 116 O funcionário estável poderá obter licença sem vencimento, a critério da Administração, para
trato de interesses particulares, pelo prazo máximo de quatro (4) anos.

Parágrafo Único. O interessado aguardará, em exercício, a concessão da licença.

Art. 117 Ao funcionário somente poderá ser concedida uma única vez nova licença para trato de
interesses particulares, depois de decorridos dois (2) anos do término da anterior.

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Art. 118 O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir da licença.

Art. 119Quando o interesse do serviço o exigir, a licença poderá ser cassada, a qualquer tempo, a critério
exclusivo da Administração.

Parágrafo Único. Cassada a licença, o funcionário terá o prazo de trinta (30) dias para reassumir o
exercício, contados a partir da expedição oficial do ato respectivo.

Seção VIII
Da Licença Prêmio

Art. 120 Ao funcionário, após cada cinco (5) anos de efetivo exercício prestado exclusivamente ao
Município, conceder-se-á, automaticamente, licença-prêmio de três (3) meses.
§ 1º A licença-prêmio poderá, a requerimento do interessado, ser gozada em até três (3) períodos,
assegurados todos os direitos e vantagens do cargo que estiver ocupando à data em que entrar em gozo
deste benefício.
§ 2º O direito à licença-prêmio poderá ser exercitado a qualquer tempo.

Art. 120 O funcionário, após cada 5 (cinco) anos de efetivo exercício prestado exclusivamente ao
Município, adquire direito a 3 (três) meses de licença prêmio assegurada a percepção integral de
vencimento e vantagens do cargo que estiver ocupando na data em que entrar em gozo deste benefício.

§ 1º Decairá do direito à licença-prêmio, o funcionária que deixar de exercitá-lo no decurso do


qüinqüênio imediatamente posterior ao termo final do período aquisitivo, ressalvado o direito conferido
no § 2º do Art. 124 deste Estatuto. (Vide prorrogação dada pela Lei nº 18964/2022)

§ 2º A licença-prêmio poderá, a requerimento do interessado, ser gozada em até 3 (três) períodos,


respeitados o disposto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 15.054/1988)

Art. 121O primeiro quinquênio de efetivo serviço é contado a partir da data em que o funcionário
assumiu o seu cargo efetivo e, os seguintes, a partir do dia imediato ao término do quinquênio anterior.

Art. 121 Computar-se-á para o primeiro qüinqüênio de licença-prêmio, o tempo de serviço


ininterruptamente prestado, anteriormente à nomeação efetiva, exclusivamente à Administração Direta
do Município, na qualidade de contratado sob o regime da CLT, ou em caráter de substituição, nos termos
do Parágrafo único do art. 84 do anterior Estatuto dos Funcionários Públicos do Município do Recife,
aprovado pela Lei Nº 10.147, de 20.07.69. (Redação dada pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 121 Para obtenção do primeiro qüinqüênio de licença premio computar-se-á o tempo de serviço
ininterruptamente prestado, anteriormente à nomeação efetiva, à administração direta, autarquias ou
fundações do município na qualidade de contratado sob o (...) CLT. (Redação dada pela Lei nº
15.521/1991)

Parágrafo Único. Das licenças-prêmio relativas ao tempo de serviço anterior à nomeação efetiva, nos
termos do contido no caput deste artigo, somente poderá ser convertido em pecúnia os 45 dias da
licença-prêmio correspondente aos últimos 05 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 15.127/1988)
(Revogado pela Lei nº 18809/2021)

Art. 122 A licença-prêmio não será concedida se houver o funcionário no qüinqüênio correspondente:

I - sofrido qualquer pena disciplinar resultante de inquérito administrativo, salvo se ocorrer

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prescrição;

II - faltado ao serviço, sem justificativa, em períodos de tempo que, somados, atinjam mais de trinta
(30) dias, III gozado licença para trato de interesses particulares.

Parágrafo Único. Verificando-se qualquer das hipóteses previstas neste Artigo, será iniciada a
contagem de novo qüinqüênio de efetivo serviço, a partir:

a) do dia em que o funcionário reassumiu o exercício, após cumprir a penalidade imposta, ou


conclusão ou interrupção voluntária do prazo de duração de licença, no caso dos incisos I e III,
respectivamente;
b) do dia imediato ao da última falta ao serviço, a que se refere o inciso II, deste Parágrafo.

Art. 123O funcionário que contar, pelo menos, quinze (15) anos de efetivo serviço ao Município, poderá
optar pelo gozo da metade do período da licença-prêmio a que tiver direito, recebendo a outra metade
em pecúnia, equivalente ao vencimento e vantagens a que fizer jus.

Art. 123 O funcionário beneficiado com a licença-prêmio e de acordo com o § 1º do Art. 120 desta Lei,
poderá optar pelo gozo da metade do período de licença a que tem direito, recebendo a outra metade em
pecúnia. (Redação dada pela Lei nº 15.054/1988) (Revogado pela Lei nº 18809/2021)

Art. 124 Será assegurada a percepção da importância correspondente ao tempo de duração da licença-
prêmio deixada de gozar pelo funcionário em caso de falecimento, ou quando a contagem do aludido
tempo não se torne necessária para efeito de aposentadoria, obedecido, para este fim, disposto no Artigo
anterior.

Art. 124 Será assegurada a percepção integral da importância correspondente ao tempo de duração da
licença-prêmio referente ao último período não gozado pelo funcionário, em caso de falecimento ou
aposentadoria, observado o disposto no § 1º do Art. 120 deste Estatuto, ressalvados as situações
constituídas até o dia 31 de dezembro de 1988. (Redação dada pela Lei nº 15.054/1988)

Art. 124 Será assegurada a percepção integral da importância correspondente ao tempo de duração da
licença-prêmio referente ao último período não gozado pelo funcionário, em caso de falecimento ou
aposentadoria, observado o disposto no § 1º do artigo 120 deste estatuto. (Redação dada pela Lei nº
16.127/1995)
§ 1º Na hipótese de falecimento, e havendo dúvida quanto a quem deva receber, o beneficio de que
trata este Artigo será pago à vista de Alvará Judicial.
§ 2º Na hipótese de influir para aposentadoria, será assegurada a contagem, pelo dobro, para esse
efeito, do período de licença-prêmio deixado de gozar pelo funcionário. (Ver referência legal citada no art.
77 deste Estatuto).
§ 3º Na ocorrência das hipóteses previstas neste Artigo, o pagamento será efetuado de uma só vez.
(Revogado pela Lei nº 18809/2021)

CAPÍTULO VIII
DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS

Seção I
Das Disposições Gerais

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Art. 125 Além dos vencimentos, somente poderão ser concedidas as seguintes vantagens:

I - diárias;

II - salário-família;

III - gratificações;

IV - adicional por tempo de serviço.

Art. 126É permitida a consignação sobre vencimento ou proventos.


§ 1º O total das consignações não poderá exceder a trinta por cento (30%) dos vencimentos ou dos
proventos.
§ 2º O limite de que trata o parágrafo anterior poderá ser elevado até sessenta por cento (60%),
quando se tratar de aquisição de casa própria ou bens fungíveis, em estabelecimentos oficiais ou
reconhecidos. (Revogado pela Lei nº 16.934/2003)

Art. 127 A consignação em folha poderá servir exclusivamente como garantia de:
I - quantias devidas à Fazenda Pública;
II - contribuições para montepio, pensão, aposentadoria, seguro de vida, assistência médica, e para
órgãos representativos da classe de funcionários civis;
III - cotas para cônjuge, ascendente ou descendente, em cumprimento de decisão judicial;
IV - contribuições para aquisição de casa própria, negociada através de órgãos oficiais e de outros
integrantes do sistema financeiro da habitação;
V - contribuições para aquisição de bens fungíveis, em estabelecimento oficial ou reconhecido.
(Revogado pela Lei nº 16.934/2003)

Seção II
Do Vencimento

Art. 128 Vencimento é a retribuição mensal pecuniária base devida ao funcionário pelo efetivo exercício
de cargo em comissão ou efetivo, acrescida do adicional por tempo de serviço.
Parágrafo Único. O funcionário ou servidor nomeado para cargo em comissão poderá optar entre o
vencimento do cargo em comissão e o vencimento ou salário do cargo efetivo ou emprego público de que
seja titular, ficando-lhe assegurada sempre a percepção das vantagens anteriormente recebidas e
sessenta por cento (60%) da gratificação de regime especial de trabalho que couber ao respectivo cargo
em comissão.
Parágrafo Único. O funcionário ou servidor do Município do Recife nomeado para cargo em comissão,
poderá optar entre o vencimento do cargo em comissão e a remuneração do seu cargo efetivo ou
emprego público, respectivamente, ficando-lhe assegurada neste último caso, a percepção de mais 70%
(setenta por cento) calculados sobre o valor do símbolo do respectivo cargo em comissão. (Redação dada
pela Lei nº 15.054/1988)

Parágrafo Único. O funcionário ou servidor do Município do Recife nomeado para cargo em comissão,
poderá optar entre o vencimento do cargo em comissão e a remuneração do seu cargo efetivo ou
emprego público, respectivamente, ficando-lhe assegurada neste último caso, à percepção de mais
setenta por cento (70%) calculado sobre o valor do símbolo respectivo do cargo em comissão. (Redação
dada pela Lei nº 15.076/1988)

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Parágrafo Único. O servidor do Município do Recife, nomeado para cargo em comissão, perceberá,
além da remuneração do seu cargo efetivo ou emprego público, o valor integral do símbolo do cargo em
comissão exercido. (Redação dada pela Lei nº 15.194/1989)

Art. 128 Vencimento é a retribuição pecuniária básica, mensal, devida ao funcionário pelo efetivo
exercício de cargo em comissão ou efetivo, correspondente a uma referência na Tabela de Retribuição de
Cargos Comissionados - TRP e Tabela de Retribuição Pecuniária Básica - TRPB, respectivamente. (Redação
dada pela Lei nº 15.342/1990)

§ 1º O servidor do Município do Recife, nomeado para cargo em comissão, perceberá, além da


remuneração do seu cargo efetivo ou emprego público, o valor integral do símbolo do cargo em comissão
exercido. (Redação dada pela Lei nº 15.194/1989) (Parágrafo Único transformado em § 1º pela Lei nº
17.108/2005)

§ 2º Os servidores do Município ou de outro ente federado a disposição do Município, que ocuparem


cargo de Secretário Municipal, poderão optar pelo subsídio deste cargo ou pela remuneração
correspondente ao cargo efetivo ocupado, situação em que perceberá, além da remuneração
mencionada, o valor correspondente a 80% (oitenta por cento) do subsídio do cargo de Secretário
Municipal a título de verba representação, de natureza indenizatória. (Redação acrescida pela Lei nº
17.108/2005)
§ 2º Os servidores do Município ou de outro ente federado que o tenha colocado a disposição do
Município e que, nessa condição venham a ocupar os cargos de Prefeito, de Vice-Prefeito ou de Secretário
Municipal, poderão optar pelo subsídio desses cargos ou pelas suas remunerações do cargo ocupado na
origem, com direito, nesse caso, a perceberem uma verba de representação em valor correspondente a
80% (oitenta por cento) do valor do subsídio do cargo político ocupado. (Redação dada pela Lei nº
17.732/2011)
§ 2º Os servidores do Município ou de outro ente federado que o tenha colocado à disposição do
Município do Recife e que, nessa condição, venha a ocupar o cargo de Secretário Municipal, poderá optar
pelo subsídio desse cargo ou pela remuneração do cargo ocupado na origem, com direito, nesse caso, a
perceber uma verba de representação no valor correspondente a 80% (oitenta por cento) do valor do
subsídio do cargo político ocupado. (Redação dada pela Lei nº 17.933/2013)

§ 2º Os servidores do Município ou de outro ente federado que o tenha colocado à disposição do


Município do Recife e que, nessa condição, venha a ocupar o cargo de Secretário Municipal, poderá optar
pelo subsídio desse cargo ou pela remuneração do cargo ocupado na origem, com direito, nesse caso, a
perceber uma verba de representação no valor correspondente a 80% (oitenta por cento) do valor do
subsídio do cargo político ocupado. (Redação dada pela Lei nº 17.933/2013)

O funcionário perderá o vencimento do cargo efetivo quando no exercício de mandato eletivo


Art. 129
remunerado, obedecido o disposto em legislação federal.

Art. 130 O funcionário perderá:

I - o vencimento do dia, se não comparecer ao serviço, salvo motivo justificado ou moléstia


comprovada,

II - um terço (1/3) do vencimento do dia, quando comparecer ao serviço com atraso máximo de uma
(1) hora, ou quando se retirar antes de findo o período de trabalho;

II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências injustificadas, e saídas


antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a
ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

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III - um terço (1/3) do vencimento durante o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia
por crime comum ou denúncia por crime funcional, ou ainda, condenação por crime inafiançável em
processo no qual não haja pronúncia, com direito à diferença, se absolvido, ou se for provida a revisão
criminal, no caso de condenação definitiva;(Revogado pela Lei nº 19021/2022)

IV - dois terços (2/3) do vencimento, durante o afastamento decorrente de condenação, por sentença
definitiva, a pena que não determine ou acarrete a perda do cargo. (Revogado pela Lei nº 19021/2022)

Art. 131 Nenhum funcionário, ativo ou inativo, poderá perceber vencimento ou proventos inferiores ao
salário-mínimo em vigor no Município.

Art. 132Serão abonadas até três (3) faltas, durante o mês, por motivo de doença, comprovada mediante
atestado médico, ou odontológico, ou em decorrência de força, maior, a critério do titular do órgão onde
o funcionário tiver exercício.
Parágrafo Único. O funcionário, para os efeitos deste Artigo, deverá requerer o abono no prazo
máximo de quinze (15) dias, a contar da primeira falta ao serviço.

Art. 132. Poderão ser abonadas, pela chefia imediata do servidor, até 3 (três) faltas, durante o mês, por
motivo de doença, comprovada mediante atestado médico, ou odontológico, sem necessidade de análise
pela perícia médica.

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, o servidor deverá apresentar o atestado médico ou
odontológico em até 3 (três) dias úteis, a contar, inclusive, do dia da primeira falta ao serviço.

§ 2º Na hipótese de faltas por motivo de força maior, cabe ao órgão central de Administração de
Pessoa realizar o abono, ouvido o órgão de origem do servidor. (Redação dada pela Lei nº 19021/2022)

Art. 133 As reposições e indenizações à Fazenda Municipal serão descontadas do vencimento ou


proventos em parcelas mensais, não excedentes à sua décima parte.
Parágrafo Único. Ao funcionário exonerado, demitido ou com licença sem vencimento deferida não
será permitido o pagamento parcelado da reposição ou indenização.

Art. 133. As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo,
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, mediante desconto
em folha de pagamento, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.

§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior a 10% (dez por cento) e superior a 30% da
remuneração, provento ou pensão.

§ 2º Ocorrendo o pagamento indevido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição


será feita de imediato, em uma única parcela, sem prejuízo da devida notificação.

§ 3º As notificações para os fins do presente artigo devem observar, no que couber, o disposto no art.
2º, §§ 2º, 3º, 4º, 5º e 6º, da Lei Municipal nº 18.352, de 19 de julho de 2017, e alterações supervenientes.

§ 4º No prazo estipulado para pagamento, poderá ser apresentada defesa, que será julgada por
comissão instituída pelo órgão central da Administração de Pessoa, no prazo de até 30 (trinta) dias,
cabendo recurso.

§ 5º O recurso de que trata o §4º será direcionado ao dirigente máximo do órgão central de
Administração de Pessoal ou, conforme o caso, ao Diretor-Presidente da entidade gestora do Regime
Próprio de Previdência, e será julgado em até 30 (trinta) dias, podendo ser submetida a matéria à

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Procuradoria-Geral do Município.

§ 6º Durante o prazo para apresentação de defesa ou recurso e para pagamento, bem como no prazo
legal para julgamento administrativo, necessários à constituição definitiva do crédito, não correrá
prescrição.

§ 7º A decisão administrativa transitará em julgado em 30 (trinta) dias corridos após a notificação do


interessado, quando não for apresentada defesa ou recurso administrativo, devendo ser encaminhado o
processo administrativo para desconto em folha, nos termos desse artigo.

§ 8º Em caso de não ser efetuado o desconto do indébito em folha no prazo estabelecido, o valor
devido atualizado será inscrito em dívida ativa pelo órgão central de Administração de Pessoal ou,
conforme o caso, pela entidade gestora do Regime Próprio de Previdência.

§ 9º A dívida ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez, competindo à


Procuradoria-Geral do Município a cobrança judicial da dívida inscrita nos termos deste artigo.

§ 10 As reposições e indenizações ao erário serão atualizadas monetariamente pelos mesmos índices


utilizados para atualização das receitas tributárias do Município.

§ 11 Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento de decisão liminar, tutela


provisória ou sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
reposição.

§ 12 Nos casos tratados por este artigo, envolvendo direitos patrimoniais disponíveis, poderão ser
utilizados os meios legais alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, devendo ser ouvida
previamente a Procuradoria-Geral do Município.

§ 13 Em se tratando de servidor demitido, exonerado, desligado, que teve sua aposentadoria cassada,
ou outra forma em que não seja possível a aplicação do desconto em folha, o devedor ou responsável
será notificado para, no prazo de 30 (trinta) dias, quitar o débito com o erário, ou apresentar defesa nos
termos deste artigo, sob pena de inscrição em dívida ativa, nos termos deste artigo.

§ 14 Na hipótese do §13, mediante requerimento do interessado, poderá ser realizado parcelamento


nos mesmos prazos estabelecidos para as receitas tributárias do Município.

§ 15 O pagamento do indébito de que tratam os §§13 e 14 será realizado através de Documento de


Arrecadação Municipal - DAM.

§ 16 As restituições e indenizações devidas ao servidor serão atualizadas na mesma data e pelos


mesmos índices utilizados para atualização das receitas tributárias do Município. (Redação dada pela Lei
nº 19021/2022)

Art. 134 Não se admitirá vinculação ou equiparação, de qualquer natureza, para efeito de vencimento
dos funcionários do serviço público municipal.

Seção III
Das Diárias

Art. 135 Ao funcionário que se deslocar do Município, em objeto de serviço, conceder-se-ão diárias, a

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título de indenização das despesas de viagem, assim compreendidas as de alimentação e pousada.

§ 1º A critério da Administração, poder-se-á aplicar o disposto neste Artigo aos casos em que o
funcionário se deslocar em razão de curso ou estágio correlato com as atribuições do respectivo cargo.

§ 2º As importâncias correspondentes às diárias serão pagas antecipadamente ao funcionário.

Art. 136 O arbitramento das diárias será estabelecido em regulamentação específica, considerados o
local, a natureza, as condições do serviço e o cargo do funcionário.

Art. 137 O funcionário que se deslocar do Município, na forma do Artigo 135, fará jus, além das diárias,
ao pagamento das despesas correspondentes ao transporte, na forma da regulamentação no artigo
anterior.

Seção IV
Do Salário Família (revogada Por Força da Lei nº 17.142/2005)

Art. 138 O salário-família será concedido ao funcionário ativo ou inativo:


I - por filho menor de vinte e um (21) anos;
II - por filho inválido ou excepcional;
III - por filha solteira sob sua dependência econômica, que não exerça função remunerada;
IV - por filho estudante, menor de vinte e cinco (25) anos, que freqüente curso secundário ou
superior e que não exerça atividade remunerada;
V - pela esposa ou companheira, que não exerça atividade remunerada;
VI - pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva às expensas do funcionário;
VII - pelo esposo inválido da funcionária, quando viver às expensas desta.
§ 1º O funcionário que, por qualquer motivo, não viver em companhia da esposa, não perceberá o
salário-família a ela correspondente, salvo decisão judicial em contrário.
§ 2º É considerado filho, para efeitos deste Artigo, o de qualquer condição, inclusive o adotado e o
enteado, a estes equiparado o menor que, comprovadamente e mediante autorização judicial, viva sob a
guarda e expensas do funcionário.
§ 3º Quando o pai e mãe forem funcionários a viverem em comum, o salário-família será percebido
pelo pai; se não viverem em comum, ao que estiver os dependentes sob sua guarda e, se ambos os
tiverem, de acordo com a distribuição numérica dos dependentes sob guarda.
§ 4º Ao pai e à mãe, para efeito de percepção em nome dos dependentes, equiparam-se o padrasto,
a madrasta, e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes e as pessoas sob cuja guarda e
manutenção estiverem confiados, por autorização judicial.
§ 5º Entende-se por companheira a mulher solteira, viúva, separada judicialmente ou divorciada,
que viva, no mínimo, há cinco (5) anos sob a dependência econômica do funcionário solteiro, viúvo,
separado judicialmente ou divorciado, enquanto persistir o impedimento legal de qualquer um deles para
o casamento. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 139O salário família será pago no valor de 5% (cinco por cento) do salário-mínimo vigente no
Município, ainda que o funcionário, por motivo legal ou disciplinar, não esteja percebendo vencimento ou
proventos.
Parágrafo Único. Na hipótese do inciso II, do Artigo 138, o salário-família será pago em dobro.
(Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 140 No caso de falecimento do funcionário, o salário-família continuará a ser pago aos seus
beneficiários.
Parágrafo Único. Se o funcionário falecido não se houver habilitado ao salário-família, este será pago

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aos beneficiários, mediante requerimento, atendidos os requisitos necessários à sua concessão.


(Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 141 O salário-família será isento de qualquer tributo municipal e não servirá de base para qualquer
contribuição ou indenização, ainda que para fins de previdência social. (Revogado pela Lei nº
17.142/2005)

Art. 142 Quando o funcionário, em regime de acumulação, ocupar mais de um cargo, somente perceberá
o salário-família pelo exercício de um deles. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 143 O direito à percepção do salário-família inexiste quando um dos cônjuges, ocupando cargo,
emprego público ou privado, já perceber essa vantagem pelos respectivos dependentes. (Revogado pela
Lei nº 17.142/2005)

Art. 144 O salário-família será devido a partir da data do início do exercício do funcionário que ingressa
no serviço público, com relação aos dependentes existentes.
Parágrafo Único. Quanto aos dependentes supervenientes à data referida neste Artigo, o salário-
família será devido a partir da data em que nascerem ou em que se configurar a dependência. (Revogado
pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 145 Verificado, a qualquer tempo, a inexatidão ou falsidade dos documentos apresentados, ou a falta
de comunicação dos fatos que determinaram a perda do direito ao salário-família será revista sua
concessão e determinada a reposição da importância indevidamente paga, além de tomadas as
providências criminais e disciplinares cabíveis. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Seção V
Das Gratificações

Art. 146 Conceder-se-á gratificação:

I - de função; (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

II - de serviço extraordinário; (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

III - de representação; (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

IV - de risco de vida e saúde;

V - de regime especial de trabalho; (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

VI - pela participação, como integrante ou auxiliar, em comissão em grupo especial de tabalho, em


grupo de pesquisas, de apoio ou de assessoramento técnico e em órgão de deliberação coletiva; (Vide
Leis nº 14.931/1986, nº 15.054/1988 e nº 19060/2023)

VII - de produtividade;

VIII - de monitoragem, em curso especiais ou de treinamento a servidores municipais;

IX - para diferença de caixa; (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

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X - de Natal;

XI - por outros encargos previstos em lei, inclusive a gratificação Especial concedida aos Procuradores
Judiciais pela Lei 12.157, de 01 de junho de 1976. (Revogado pela Lei nº 15.054/1988)

Parágrafo Único. não acarretará a perda da gratificação o afastamento do servidor municipal nos
casos previstos no artigo 76 desta Lei.

Art. 147 Gratificação de função é a retribuição pecuniária mensal pelo desempenho de encargos
adicionais, representados pela execução de tarefas específicas determinada pela administração.

Art. 148 A gratificação de serviço extraordinário poderá ser:

I - paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado;

II - arbitrada previamento, pela administração, se não puder ser aferida por unidade de tempo.

§ 1º na hipótese prevista no inciso I, a gratificação não poder exceder, no mês, a cinquenta (50) horas
de trabalho.

§ 2º na hipótese prevista no inciso II, a gratificação não poderá exceder a dois (2/3) do vencimento
mensal do funcionário.

Art. 149 O valor-hora, para efeito de pagamento da gratificação de serviço extraordinário, será obtido
dividindo-se o vencimento mensal do funcionário:

I - pelo fator cento e quarenta (140), quando se tratar de trabalho diurno;

II - pelo fator cento e dez (110), quando se tratar de trabalho noturno;

III - pelo fator noventa (90), quando se tratar de trabalho de funcionário ocupante de cargo que exija
formação de nível universitário.

Art. 150 A gratificação de representação será atribuída a Secretários, Chefes de Gabinete, Diretores de
Diretoria, Diretores de Departamento e Assessores do Poder Executivo, e a titulares de órgãos
equivalentes, da Câmara Municipal.

Parágrafo Único. A gratificação de representação poderá ser também atribuída a funcionários com
exercício nos Gabinetes dos titulares dos órgãos mencionados neste Artigo, a critério da Administração.

Art. 151 Conceder-se-á a gratificação prevista no inciso IV do Artigo 146, quando o funcionário exercer
atividades em locais ou circunstâncias que, comprovadamente, tragam risco de vida e saúde, de acordo
com a legislação especifica reguladora da matéria.

Art. 151 Conceder-se-á a gratificação prevista no art. 196 quando o funcionário exercer, efetivamente,
atividades em locais ou em circunstâncias que tragam risco de vida ou saúde, observadas as disposições
da Lei Federal que disciplinam a matéria, aferido mediante laudo pericial da Delegacia Regional do
Trabalho, nos percentuais abaixo discriminados, na conformidade do grau de insalubridade
correspondente, calculado sobre o piso salarial do Grupo Ocupacional a que pertence o servidor:
I - grau de insalubridade mínimo - 10% (dez por cento);
II - grau de insalubridade médio - 20% (vinte por cento);
III - grau de insalubridade máximo - 40% (quarenta por cento).
Parágrafo Único. A gratificação de que trata o caput deste artigo será concedida por decreto,

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considerando-se a unidade administrativa em que esteja lotado o servidor, devendo fazer parte integrante
o respectivo Laudo Pericial da DRT - PE. (Redação dada pela Lei nº 15.076/1988)

Art. 151 Conceder-se-á a gratificação decorrente de atividades insalubres quando o servidor exercer,
efetivamente, atividades em locais ou em circunstâncias que tragam risco de vida ou saúde, observadas as
disposições da Lei Federal que disciplinam a matéria, aferido mediante laudo pericial emitido por médico
ou engenheiro do trabalho, do Servidor de Segurança e Higiene do Trabalho, da Secretaria de
Administração.
§ 1º A gratificação de que trata o "caput" deste artigo será atribuída nos percentuais abaixo
discriminados, calculados sobre o vencimento do cargo efetivo:
I - grau de insalubridade mínimo - 10% (dez por cento);
II - grau de insalubridade médio - 20% (vinte por cento);
III - grau de insalubridade máximo - 40% (quarenta por cento).
§ 2º A gratificação pelo exercício de atividades insalubres será concedida por Portaria do Secretário
de Administração quando o servidor estiver na Administração Direta e do Titular da Autarquia ou
Fundação quando o Servidor estiver lotado nas mesmas, devendo fazer parte integrante o respectivo
laudo pericial.
§ 3º Os efeitos financeiros decorrentes da gratificação de que trata o "caput" deste artigo
retroagirão à data do respectivo requerimento.
§ 4º O direito à gratificação de insalubridade cessa com a eliminação ou neutralização das condições
ou dos riscos que deram causa à sua concessão.
§ 5º Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados
insalubres.
§ 6º A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
operações e locais previstos no parágrafo anterior, exercendo suas atividades em local salubre.
§ 7º Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raio X ou substâncias radioativas serão
mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
previsto na legislação própria.
§ 8º Os servidores a que se refere o parágrafo anterior serão submetidos a exames médicos a cada 6
(seis meses). (Redação dada pela Lei nº 15.076/1988 por arrastamento da Lei nº 15.619/1992 )

Art. 151 Conceder-se-á a gratificação decorrente de atividades insalubres quando o servidor exercer,
efetivamente, atividades em locais ou em circunstâncias que tragam risco de vida ou saúde, observadas as
disposições da Lei Federal que disciplinam a matéria, aferido mediante laudo pericial emitido por médico
ou engenheiro do trabalho do Serviço de Segurança e Higiene do Trabalho, da Secretaria de
Administração. (Vide Leis nº 18.592/2019 e nº 19.060/2023)

§ 1º A gratificação de que trata o "caput" deste artigo será atribuída nos percentuais abaixo
discriminados, calculados sobre o vencimento do cargo efetivo:

I - grau de insalubridade mínimo - 10% (dez por cento);


I - grau de insalubridade mínimo - R$ 24,00 (vinte e quatro reais); (Redação dada pela Lei nº
16.881/20003)
I - grau de insalubridade mínimo - R$ 30,00 (trinta reais) (Redação dada pela Lei nº 17.103/2005)
I - grau de insalubridade mínimo - R$ 51,00 (cinqüenta e um reais); (Redação dada pela Lei nº
17.626/2010)
I - grau de insalubridade mínimo - R$ 54,50 (cinqüenta e quatro reais e cinqüenta centavos);
(Redação dada pela Lei nº 17.732/2011)
I - grau de insalubridade mínimo - R$ 62,20 (sessenta e dois reais e vinte centavos); (Redação dada
pela Lei nº 17.788/2012)
I - grau de insalubridade mínimo - R$ 67,80 (sessenta e sete reais e oitenta centavos); (Redação dada
pela Lei nº 17.885/2013)

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I - A partir de 1º de Novembro de 2014:

a) grau de insalubridade mínimo - R$ 72,40 (setenta e dois reais e quarenta centavos);


b) grau de insalubridade médio - R$ 144,80 (cento e quarenta e quatro reais e oitenta centavos);
c) grau de insalubridade máximo - R$ 289,60 (duzentos e oitenta e nove reais e sessenta centavos).
(Redação dada pela Lei nº 18.037/2014)

II - grau de insalubridade médio - 20% (vinte por cento);


II - grau de insalubridade médio - R$ 48,00 (quarenta e oito reais); (Redação dada pela Lei nº
16.881/2003)
II - grau de insalubridade médio - R$ 60,00 (sessenta reais) (Redação dada pela Lei nº 17.103/2005)
II - grau de insalubridade médio - R$ 102,00 (cento e dois reais); (Redação dada pela Lei nº
17.626/2010)
II - grau de insalubridade médio - R$ 109,00 (cento e nove reais); (Redação dada pela Lei nº
17.732/2011)
II - grau de insalubridade médio - R$ 124,40 (cento vinte e quatro reais e quarenta centavos);
(Redação dada pela Lei nº 17.788/2012)
II - grau de insalubridade médio - R$ 135,60 (cento e trinta e cinco reais e sessenta centavos);
(Redação dada pela Lei nº 17.885/2013)

II - A partir de 1º de Janeiro de 2015:

a) grau de insalubridade mínimo - R$ 77,98 (setenta e sete reais e noventa e oito centavos);
b) grau de insalubridade médio - R$ 155,96 (cento e cinquenta e cinco reais e noventa e seis
centavos);
c) grau de insalubridade máximo - R$ 311,92 (trezentos e onze reais e noventa e dois centavos).
(Redação dada pela Lei nº 18.037/2014)

III - grau de insalubridade máximo - 40% (quarenta por cento).


III - grau de insalubridade máximo - R$ 96,00 (noventa e seis reais). (Redação dada pela Lei nº
16.881/2003)
III - grau de insalubridade máximo - R$ 120,00 (cento e vinte reais) (Redação dada pela Lei nº
17.103/2005)
III - grau de insalubridade máximo - R$ 204,00 (duzentos e quatro reais). (Redação dada pela Lei nº
17.626/2010)
III - grau de insalubridade máximo - R$ 218,00 (duzentos e dezoito reais). (Redação dada pela Lei nº
17.732/2011)
III - grau de insalubridade máximo - R$ 248,80 (duzentos quarenta e oito reais e oitenta centavos).
(Redação dada pela Lei nº 17.788/2012)
III - grau de insalubridade máximo - R$ 271,20 (duzentos e setenta e um reais e vinte centavos).
(Redação dada pela Lei nº 17.885/2013)

§ 2º A gratificação pelo exercício de atividades insalubres será concedida por Resolução da Comissão
Executiva aos funcionários que exercerem essas atividades no âmbito da Câmara Municipal do Recife,
devendo fazer parte integrante o respectivo laudo pericial.

§ 3º Os efeitos financeiros decorrentes da gratificação de que trata o "caput" deste artigo retroagirão
à data dos respectivos requerimentos.

§ 4º O direito à gratificação de insalubridade cessa com a eliminação ou neutralização das condições


ou dos riscos que deram causa à sua concessão.

§ 5º Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações em locais considerados

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insalubres.

§ 6º A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
operações e locais previstos no parágrafo anterior, exercendo suas atividades em local salubre.

§ 7º Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raio X ou substâncias radioativas serão
mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
previsto na legislação própria.

§ 8º Os servidores a que se refere o parágrafo anterior serão submetidos a exames médicos a cada 6
(seis) meses. (Redação dada pela Lei nº 15.076/1988 por arrastamento da Lei nº 15.620/1992 )

Art. 152 A gratificação de regime especial de trabalho, que compreende a prestação de serviço em tempo
complementar, tempo integral ou em tempo integral com dedicação exclusiva, é a retribuição pecuniária
mensal destinada a incrementar o funcionamento dos órgãos da Administração e se destina a cargos que,
por natureza, exijam o desempenho de atividades técnicas, científicas ou de pesquisa, bem como aos de
direção, chefia, assessoramento e fiscalização.

§ 1º A gratificação prevista neste Artigo poderá ser concedida a outros funcionários, em casos
especiais e por prazo determinado, a critério exclusivo da Administração e na forma prevista em sua
regulamentação.

§ 2º Ao funcionário, inclusive ocupante de cargo de provimento em comissão, sujeito ao regime de


tempo integral com dedicação exclusiva, é proibido exercer outro cargo, função, profissão ou emprego,
público ou particular.

§ 3º Excluem-se das limitações referidas no Parágrafo anterior as seguintes atividades, desde que não
prejudiquem o exercício regular do cargo:

a) as que se destinem à difusão de idéias e conhecimentos técnicos, sem vinculação empregatícia;


b) a elaboração de pareceres científicos e de resposta a consultas sobre assuntos especializados;
c) o exercício em órgão de deliberação coletiva, quando resultar de indicação do governo federal,
estadual ou municipal, ou de eleição pela respectiva categoria funcional;
d) a participação em comissão examinadora de concurso;
e) o exercício de atividades docente, quando haja compatibilidade de horário e correlação com o
cargo de funcionário.

§ 4º Fica assegurada a estabilidade financeira, quanto a gratificações, de qualquer natureza,


percebidas ininterruptamente há oito (8) anos pelo funcionário.

Art. 153 A gratificação pela participação, como integrante ou auxiliar, em comissão, em grupo especial de
trabalho, em grupo de pesquisa, de apoio ou de assessoramento técnico e em órgão de deliberação
coletiva é a vantagem contingente e acessória do vencimento, atribuída por tempo certo e na forma
disposta em regulamentação.

Art. 154 A gratificação de produtividade destina-se a estimular as atividades de tributação, arrecadação e


fiscalização fazendária, na forma prevista em sua regulamentação.

Art. 155 A gratificação de monitoragem em cursos especiais ou de treinamento a servidores municipais


será concedida, por tempo determinado a funcionário, desde que esta atividade não seja inerente ao
exercício do seu cargo.

Art. 156 A gratificação para diferença de caixa, no valor mensal de até 20% vinte por cento) do respectivo

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vencimento, será atribuída ao funcionário que pagar ou receber em moeda corrente, como decorrência
de suas atribuições.

Art. 157 Os servidores do Município, inclusive os ocupantes do cargo de provimento em comissão, os


inativos, pensionistas e beneficiários, perceberão uma gratificação de Natal, correspondente a um doze
(1/12) avos do vencimento e vantagens devidos em dezembro de cada ano, por mês de serviço prestado
durante o respectivo exercício.

Art. 157 Os servidores do município, inclusive os ocupantes de cargo de provimento em comissão, os


inativos, pensionistas e beneficiários, perceberão uma Gratificação de Natal, correspondente a um doze
(1/12) avos do vencimento e vantagens por mês de serviços prestado durante o respectivo exercício.

§ 1º A gratificação natalina será paga considerando os valores das tabelas de vencimento básico e
gratificações vigentes no mês de dezembro de cada ano.

§ 2º Cada parcela remuneratória recebida durante o exercício integrará a gratificação natalina na


proporção de um doze (1/12) avos por mês de serviço a que o servidor fez jus ao seu recebimento.

§ 3º O servidor exonerado antes do mês de dezembro perceberá sua gratificação natalina


proporcionalmente aos meses de exercício, considerando os valores das tabelas de vencimento básico e
gratificações do mês da exoneração. (Redação dada pela Lei nº 16.831/2002)

§ 4º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os
efeitos deste artigo. (Redação acrescida pela Lei nº 17.885/2013)

§ 4º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os
efeitos deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 17.885/2013)

Art. 158Os encargos previstos no inciso XI do artigo 146 deste Estatuto, destinam-se exclusivamente a
casos especiais e são concedidos a funcionários na forma que dispõe a Lei.

Parágrafo Único. A gratificação especial referido no inciso XI do Artigo 146 deste Estatuto, é inerente
aos cargos de procurador Judicial.

Art. 159As gratificações de função e de serviços extraordinários não poderão ser atribuídas a ocupante
de cargo de provimento em comissão.

Art. 160 As gratificações previstas neste Estatuto são vantagens contingentes e acessórias do vencimento
e sua concessão condiciona-se ao interesse da Administração e aos requisitos fixados em Lei, somente
podendo ser percebidas cumulativamente, na forma em que dispuserem suas respectivas
regulamentações.

Art. 161 Os afastamentos decorrentes de férias, licença-prêmio, licenças à gestante ou para tratamento
de saúde não interromperão a percepção das gratificações previstas neste Estatuto.

Parágrafo Único. Na hipótese de casos especiais, a critério da Administração, poder-se-ão estabelecer


outros tipos de afastamento não motivadores de interrupção da percepção das gratificações.

Seção VI
Do Adicional Por Tempo de Serviço (revogada Por Força da Lei nº 15.127/1988)

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Art. 162 Ao funcionário conceder-se-á, automaticamente, a cada quinquênio de efetivo exercício, um
adicional por tempo de serviço, correspondente a cinco por cento (5%) do vencimento do cargo que
estiver ocupando a data da concessão, até o limite de sete (7) quinquênios.
Art. 162 Ao funcionário conceder-se-á, automaticamente, a cada qüinqüênio de efetivo exercício, um
adicional por tempo de serviço correspondente a 5% (cinco por cento) da remuneração do cargo efetivo
de que é titular na data da concessão, até o limite de 7 (sete) qüinqüênios. (Redação dada pela Lei nº
15.054/1988)
Parágrafo Único. Para os fins deste artigo considera-se de efetivo exercício os casos previstos no art.
76 e inciso III e V do art. 77 do Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais do Recife, aprovado pela Lei
nº 14.728, de 08.03.85. (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 163 O adicional por tempo de serviço incorporar-se-á ao vencimento do cargo efetivo, para todos os
efeitos.
Art. 163 O adicional por tempo de serviço incorporar-se-á à remuneração do cargo efetivo, para todos os
efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 15.076/1988) (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

CAPÍTULO X
DAS CONCESSÕES

Art. 164 O funcionário poderá faltar ao serviço até oito (8) dias consecutivos, sem prejuízo do
vencimento ou de qualquer direito ou vantagem legal por motivo de:

I - casamento, a contar da data da realização da cerimônia civil, ou religiosa com efeitos civis;

II - falecimento do cônjuge ou companheira, ascendentes, descendentes ou irmãos;

O Município custeará as despesas com transladação do corpo do funcionário que falecer no


Art. 165
desempenho de missão oficial fora do Município, desde que solicitada pela família.

Art. 166 À família do funcionário falecido, inclusive a do inativo, conceder-se-á auxílio-funeral


correspondente a um mês de remuneração ou provento, quando requerido pelos herdeiros ou, na
ausência destes, pela pessoa que houver efetuado a despesa do sepultamento. (Vide Lei nº 19021/2022)

§ 1º Em caso de acumulação, o auxílio-funeral será pago somente em razão do cargo de maior


remuneração do funcionário falecido.

§ 2º O processo de pagamento de auxílio-funeral terá tramitação sumária, devendo estar concluído


no prazo máximo de quarenta e oito (48) horas, contado da apresentação do atestado de óbito no órgão
de pessoal, incorrendo em pena de suspensão o responsável pelo retardamento.

Art. 167 Ao funcionário estudante, de curso regular ministrado em estabelecimento de ensino médio ou
superior, permitir-se-á faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento e das vantagens, nos dias de exames
parciais, finais ou vestibulares, mediante comprovação fornecida pelo respectivo órgão de ensino.

Parágrafo Único. Ao funcionário de que trata este Artigo conceder-se-á, sem prejuízo da duração
semanal de trabalho, horário que lhe permita freqüência regular às aulas.

Art. 168 O funcionário poderá ausentar-se do Município, a critério da Administração, para missão oficial
ou de estudo que guarde correlação com a atividade que exerça:
§ 1º O funcionário, na hipótese de estudo, deverá comprovar a freqüência e o aproveitamento.
§ 2º O afastamento, em qualquer hipótese, não poderá exceder de dois (2) anos e somente após o

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transcurso de igual período poderá ser autorizado novo afastamento da mesma natureza.

O servidor poderá ser afastado, a critério da Administração, para missão oficial ou estudo que
Art. 168.
guarde correlação com a atividade que exerça:

§ 1º Na hipótese de estudo, deverão ser comprovados a frequência e o aproveitamento.

§ 2º O afastamento, em qualquer hipótese, não poderá exceder dois (2) anos e somente após o
transcurso de igual período poderá ser autorizado novo afastamento da mesma natureza.

§ 3º Decreto do Poder Executivo regulamentará as hipóteses de afastamento previstas neste artigo.


(Redação dada pela Lei nº 18964/2022)

Art. 169 O funcionário efetivo poderá, na forma em que lei específica dispuser, optar pelo regime da
legislação trabalhista.

Art. 170 O funcionário efetivo que ocupar, durante oito (8) anos ininterruptos, cargo de provimento em
comissão, terá assegurado o direito à remuneração correspondente ao cargo que assim exercia, ao
completar o mencionado período de tempo.

§ 1º Na hipótese de ser exonerado do cargo em comissão, o funcionário de que trata este artigo
voltará a exercer o cargo efetivo de que é titular.

§ 2º O disposto neste Artigo aplica-se apenas aos funcionários do Quadro Permanente da Prefeitura e
à disposição da Câmara Municipal, bem como aos do Quadro Permanente da Câmara Municipal à
disposição da Prefeitura.

CAPÍTULO XI
DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA

Art. 171 O Município prestará assistência ao funcionário e à sua família.

Art. 172 Entre as formas de assistência, incluem-se:

I - assistência médica, dentária, hospitalar e alimentar; além de outras julgadas necessárias;

II - previdência, seguro e assistência jurídica;

III - financiamento para aquisição de imóvel destinado à residência;

IV - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional;

V - centros comunitários e outras formas de desenvolvimento cívico e cultural.

Art. 173Os serviços de assistência e de previdência, mencionados neste Capítulo, serão mantidos por
órgãos próprios do Município ou em convênio com o Estado e a União. (Revogado pela Lei nº
17.142/2005)

CAPITULO XII

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DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 174 É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou representar.

Art. 175 O requerimento, dirigido à autoridade competente para decidi-lo, será obrigatoriamente
examinado pelo órgão de Pessoal, que o encaminhará à decisão final.

Parágrafo Único. O requerimento deverá ser decidido no prazo de 30 (trinta) dias, improrrogáveis.

O pedido de reconsideração será dirigido, no prazo de 30 (trinta) dias, à autoridade que houver
Art. 176
expedido o ato ou proferido a primeira decisão, vedada sua renovação.

Parágrafo Único. O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro do prazo de 20 (vinte) dias
improrrogáveis.

Art. 177 Caberá recurso:

I - quando o pedido de reconsideração não for decidido no prazo legal;

II - do indeferimento do pedido de reconsideração;

III - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

Parágrafo Único. O recurso será dirigido, no prazo de 30 (trinta) dias, à autoridade imediatamente
superior àquela que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.

Art. 178O pedido de reconsideração e o recurso não terão efeito suspensivo e retroagirão, se providos
nos seus efeitos parciais ou totais, à data do ato impugnado.

Art. 179 O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos quanto aos atos de que decorram demissão, cassação de aposentadoria ou de
disponibilidade e decesso de vencimentos e vantagens;

II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos.

Art. 180O prazo de prescrição contar-se-á da data da publicação do ato impugnado e, quando este for de
natureza reservada, da data em que o interessado dele tiver ciência oficial.

Art. 181 O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição uma única
vez.

Parágrafo Único. A prescrição interrompida recomeçará a viger da data do ato que a interrompeu, ou
do último ato ou termo do respectivo processo.

Art. 182Os prazos estabelecidos neste Estatuto contam-se continuamente, com exclusão do dia do
começo e inclusão do dia do termo final.

Parágrafo Único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo, dia feriado, santificado ou
considerado de freqüência facultativa, terminarão no primeiro dia útil subseqüente.

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TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPITULO I
DA ACUMULAÇÃO

Art. 183 É vedada a acumulação remunerada, exceto:


I - a de 2 (dois) cargos de professor;
II - a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico;
III - a de 2 (dois) cargos privativos de médico;
IV - a de Juiz com cargo de Professor.
§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permitida quando haja correlação de matérias
e compatibilidade de horários.
§ 2º A proibição de acumular se estende a cargos, funções ou empregos em autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista.
§ 3º A proibição de acumular não se aplica aos aposentados quanto ao exercício de mandato eletivo,
cargo de provimento em comissão ou emprego público técnico ou especializado.
§ 4º A ressalva do Parágrafo anterior não se aplica aos aposentados por invalidez definitiva, quanto a
provimento de cargo em comissão.
§ 5º Aos cargos de magistério referidos no Estatuto do Magistério da Prefeitura da Cidade do Recife,
e pagos pela Municipalidade com salários correspondentes a horas-aula.

Art. 183 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, nas seguintes hipóteses:

I - dois cargos de professor;

II - um cargo de professor com outro técnico ou científico;

III - dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

§ 1º Presume-se como cargo de natureza técnica ou científica, para os fins do inciso II, qualquer cargo
público para o qual se exija educação superior ou educação profissional, ministrada na forma e nas
condições previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

§ 2º A proibição de acumular estende-se:

I - a empregos e funções, inclusive contratos temporários, e abrange autarquias, fundações, empresas


públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas direta ou
indiretamente pelo poder público; e

II - aos proventos de aposentadoria pagos pelo regime próprio de previdência social do município do
Recife e de outros entes da federação, ressalvados os proventos decorrentes de cargo acumulável na
forma deste artigo.

§ 3º O servidor que acumular licitamente cargos públicos fica obrigado a comprovar a


compatibilidade de horários. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 184 O funcionário não poderá exercer mais de um cargo em comissão, ou integrar mais de um órgão
de deliberação coletiva, salvo, neste último caso, quando for integrante nato.

§ 1º O servidor poderá participar de forma remunerada de até 2 (duas) comissões, ou grupos ou

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órgãos de deliberação coletiva, desde que seja membro nato de um deles.

§ 2º O servidor do município do Recife que exercer cargo em comissão ou função gratificada pode
participar de forma remunerada de 01 (uma) comissão, grupo ou órgão de deliberação coletiva, desde
que seja membro permanente ou integrante nato do órgão colegiado, e que as atribuições a ser
desempenhadas na comissão, grupo ou órgão de deliberação coletiva não sejam privativas do cargo ou
função ocupada. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 185 Verificada em processo administrativo a acumulação ilícita e provada a boa fé, o funcionário
optará por um dos cargos, se não o fizer dentro de 15 (quinze) dias, será exonerado de qualquer deles, a
critério da Administração.
§ 1º O funcionário, constatada a má fé, será demitido de todos os cargos e restituirá o que tiver
percebido indevidamente, sem prejuízo de ação penal incidente.
§ 2º Se a acumulação proibida envolver cargo, função ou emprego em outra entidade estatal ou
paraestatal, será o funcionário demitido do cargo municipal.

Art. 185 Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de cargos, empregos, funções públicas ou
proventos de aposentadoria, a Comissão de Acumulação de Cargos - CAC notificará o servidor para
apresentar defesa ou fazer opção, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da ciência da
notificação.

§ 1º Apresentada ou não a defesa, a Comissão de Acumulação de Cargos - CAC decidirá quanto à


legalidade da acumulação.

§ 2º Em decorrência da opção, o servidor será exonerado do cargo, emprego ou função exercido no


município do Recife ou no outro ente federado, hipótese em que deverá fazer a comprovação com cópia
da portaria do ato de exoneração e o processo será arquivado no âmbito da Comissão de Acumulação de
Cargos - CAC.

§ 3º Com a opção pela renúncia aos proventos da aposentadoria, o seu pagamento cessa
imediatamente.

§ 4º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste artigo, a Comissão de Acumulação de Cargos - CAC
solicitará à autoridade competente a instauração de processo administrativo disciplinar para apuração da
responsabilidade funcional.

§ 5º Instaurado o processo administrativo disciplinar, se o servidor, até o último dia de prazo para
defesa escrita, fizer a opção de que trata este artigo, comprovando a exoneração do cargo ou a dispensa
de emprego ou função objeto da acumulação, presume-se a sua boa-fé e o processo será arquivado.

§ 6º O disposto no § 5º não se aplica se o servidor houver feito declaração falsa sobre acumulação de
cargos por ocasião de sua posse ou for reincidente na acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas.

§ 7º Caracterizada no processo administrativo disciplinar a acumulação ilegal e provada a má-fé, a


Comissão Central de Inquérito - CCI concluirá o relatório pela aplicação da pena de demissão, destituição
de cargo comissionado, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em relação ao cargo exercido no
município do Recife, sem prejuízo da restituição ao erário dos valores indevidamente percebidos sem a
prestação do serviço e da ação penal cabível. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

CAPÍTULO II
DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

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Art. 186 O funcionário efetivo, investido em mandato eletivo, ficará afastado do exercício do cargo.

§ 1º Tratando-se de vereança do Município do Recife, o funcionário efetivo poderá exercê-la


cumulativamente com o cargo, desde que haja compatibilidade de horário, optando, em caso contrário,
pela remuneração do cargo ou pelos subsídios.

§ 2º O funcionário efetivo, quando no exercício do mandato de Prefeito, deverá afastar-se do seu


cargo, optando pela sua remuneração, sem prejuízo da verba de representação que couber ao Chefe do
Executivo.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES

Art. 187 São deveres básicos do funcionário:

I - exação administrativa;

II - assiduidade;

III - pontualidade;

IV - discrição;

V - urbanidade;

VI - observância às normas legais e regulamentares;

VII - obediência às ordens superiores, salvo quando manifestamente ilegais;


VII - obediência às ordens superiores e às determinações emanadas pela Controladoria Geral do
Município, salvo quando manifestamente ilegais; (Redação dada pela Lei nº 17.867/2013)

VII - obediência às ordens superiores, salvo quando manifestamente ilegais. (Redação dada pela Lei
nº 19082/2023)

VIII - representação à autoridade superior sobre irregularidades de que tiver ciência, em razão do
cargo;

IX - observância, nas relações de trabalho, de comportamento condizente com a sua qualidade de


funcionário público e de cidadão;

IX - observância, nas relações de trabalho e na sociedade, de comportamento condizente com a sua


qualidade de servidor público e de cidadão; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

X - Colaboração para o aperfeiçoamento dos serviços, sugerindo à direção ou chefia imediatas as


medidas que julgar necessárias;

XI - manutenção de sigilo sobre documentos e fatos de que tenha conhecimento, em razão do cargo;

XII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; (Redação acrescida pela

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Lei nº 18.441/2017)

XIII - atender com presteza ao público, às requisições para defesa da Fazenda Pública e aquelas
necessárias a subsidiar procedimentos administrativos disciplinares; (Redação acrescida pela Lei nº
18.441/2017)

XIV - prestar à autoridade ou órgão competente informação não sigilosa de que tenha conhecimento
em razão do exercício de suas atribuições; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XV - comparecer, quando convocado, à inspeção ou perícia médica e ao censo previdenciário.


(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

CAPÍTULO IV
DAS PROIBIÇÕES

Art. 188 Ao funcionário é proibido:

I - acumular dois ou mais cargos, funções ou empregos públicos, salvo as exceções previstas em Lei;

II - referir-se, à autoridade ou a atos da Administração Pública de modo depreciativo, em informação,


parecer ou despacho, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou
da organização do serviço;

III - retirar, sem autorização da autoridade competente, documento ou objeto de trabalho que não
lhe pertença;

IV - promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever listas de donativos


no recinto do trabalho;

V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal, em detrimento da dignidade da função;

VI - coagir ou aliciar subordinados, com objetivo de natureza político-partidária;

VII - participar de gerência ou administração de empresa comercial ou industrial;

VII - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não


personificada, não se aplicando esse dispositivo ao servidor em gozo de licença sem vencimentos,
aposentados ou em se tratando de instituições ou entidades beneficentes, filantrópicas, de caráter social
e humanitário e sem fins lucrativos, quando compatíveis com a jornada de trabalho; (Redação dada pela
Lei nº 18.441/2017)

VIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista, cotista ou
comanditário, não se aplicando este dispositivo aos aposentados;

VIII - exercer o comércio ou participar de sociedade empresária, exceto como acionista, cotista ou
comanditário, não se aplicando este dispositivo ao servidor em gozo de licença sem vencimentos ou aos
aposentados; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições públicas, salvo quando se tratar
de percepção de vencimentos, remuneração ou vantagens de parente consangüíneo ou afim até o
segundo grau;

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IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições públicas municipais, salvo


quando se tratar de percepção de vencimentos, proventos, remuneração ou vantagens de parente
consanguíneo ou afim até o segundo grau, ou de cônjuge ou companheiro; (Redação dada pela Lei nº
18.441/2017)

X - praticar usura, em qualquer das suas formas;

XI - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens ilícitas, em razão do cargo ou função;

XII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, desempenho de
encargos que lhe competir ou a seus subordinados;

XIII - promover, direta ou indiretamente, a paralisação dos serviços públicos, ou dela participar;

XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de Governo estrangeiro, sem prévia autorização do
Presidente da República;

XV - aceitar contrato com a Administração Municipal, quando não autorizado em lei ou regulamento;

XVI - comparecer ao serviço em estado de embriaguez ou apresentar-se nesse estado, habitualmente,


em público;

XVII - proceder de forma desidiosa, incorrendo, repetidamente, em descumprimento de deveres e


atribuições funcionais; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XVIII - opor resistência injustificada ao andamento de documentos e processo ou à execução de


serviço; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XIX - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;


(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XX - manter, sob sua chefia imediata, em cargo comissionado ou função gratificada, cônjuge,
companheiro ou parentes fora dos casos permitidos em lei; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXI - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto quando este for
designado, pela autoridade competente, para compor comissão, grupo de trabalho ou para atuar como
perito ou assistente técnico em processo administrativo ou judicial, ou, ainda, em situações transitórias
ou de emergência, observado o interesse do serviço público; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
com o horário de trabalho; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXIII - acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, com recursos eletrônicos da administração


pública ou postos à sua disposição, informações de conteúdo pornográfico ou erótico, ou que incentivem
a violência ou a discriminação em quaisquer de suas formas; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXIV - discriminar qualquer pessoa, no recinto da repartição, com a finalidade de expô-la a situação
humilhante, vexatória, angustiante ou constrangedora, em relação à origem, idade, etnia, raça, cor, sexo,
estado civil, trabalho, religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física,
imunológica, sensorial ou mental; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXV - usar recursos computacionais da administração pública para, intencionalmente:

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26/02/2024, 20:49 Lei Ordinária 14728 1985 de Recife PE

a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudiciais a sites públicos ou privados;


b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e congêneres;
c) disponibilizar, em sites do serviço público, propaganda ou publicidade de conteúdo privado,
político-partidário ou sindical, informações e outros conteúdos incompatíveis com os fundamentos e os
princípios da administração pública;
d) repassar dados cadastrais e informações de servidores públicos ou da repartição para terceiros,
sem autorização e fora dos casos previstos em lei;
e) permitir ou facilitar o acesso a recursos computacionais, sistemas de informações ou banco de
dados da administração pública de pessoa não autorizada, mediante atribuição, fornecimento ou
empréstimo de senha ou qualquer outro meio; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XXVI - usar conhecimentos e informações adquiridos no exercício de suas atribuições para violar ou
tornar vulnerável a segurança, os sistemas de informática, sites ou qualquer outra rotina ou equipamento
da repartição. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

CAPÍTULO V
DA RESPONSABILIDADE

Art. 189 O funcionário responde administrativa, civil e penalmente pelo exercício irregular de suas
atribuições.

Art. 190 A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omissões que contravenham o


cumprimento dos deveres, atribuições e responsabilidades que as leis e os regulamentos cometam ao
funcionário, e não será elidida pelo ressarcimento do dano.

A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em prejuízo à


Art. 191
Fazenda Municipal ou a terceiros.

§ 1º Por dano causado a terceiros, o funcionário responderá perante a Fazenda Municipal em ação
regressiva, proposta depois de transitar em julgado a decisão de última instância que houver condenado a
Fazenda a indenizar os terceiros prejudicados.

§ 2º Se o prejuízo resultar de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimentos ou


entradas, nos prazos legais, o funcionário será obrigado a repor a importância respectiva de uma só vez,
independentemente de outras cominações legais, estatutárias ou regulamentares.

Art. 192 A responsabilidade penal abrange os crimes e as contravenções imputadas ao funcionário.

Art. 193 Considera-se infração disciplinar o ato praticado pelo funcionário com violação dos deveres e
das proibições decorrentes do cargo que exerce e deste Estatuto.

Parágrafo Único. A infração é punível, por ação ou omissão, independentemente de haver produzido
ou não resultado prejudicial ao serviço.

Art. 194 São penas disciplinares, em ordem crescente de gravidade:

Art. 194 São penas disciplinares: (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

I - advertência verbal;

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II - repreensão;

III - multa;

IV - suspensão;

V - destituição de função;

V - destituição de cargo em comissão; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

VI - demissão;

VII - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.

Parágrafo Único. Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da
infração além de danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes do funcionário.

Art. 195 Não se aplicará ao funcionário mais de uma pena disciplinar por infração ou infrações
acumuladas que sejam apreciadas em um só processo, mas a autoridade competente poderá decidir,
entre as penas cabíveis, a que melhor atenda aos interesses da disciplina e o serviço.

A pena de repreensão será aplicada por escrito, em caso de desobediência ou falta de


Art. 196
cumprimento dos deveres funcionais.

Art. 197 A pena de suspensão que não excederá de 30 (trinta) dias, será aplicada nos casos de falta grave
ou reincidência, bem como transgressão dos incisos II, III, IX e XII do Artigo 188.

Art. 197A pena de suspensão, que não excederá a 30 (trinta) dias, será aplicada nos casos de falta grave
ou reincidência, bem como transgressão dos incisos II, III, IV, IX, XII, XIII, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI, XXII e
XXIV do artigo 188. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 1º O funcionário, enquanto suspenso, perderá todos os direitos e vantagens decorrentes do


exercício do cargo, exceto o salário-família.

§ 2º Quando houver conveniência do serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa,
na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, obrigado o funcionário a permanecer em
exercício.

§ 3º Ao servidor aposentado que vier a ser aplicada a pena de suspensão, em razão de fatos
praticados enquanto estava na atividade, a penalidade será comutada para multa, na razão de 100% (cem
por cento) por dia, calculado sobre os proventos da aposentadoria, revertida ao Tesouro Municipal.
(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 198 São motivos determinantes da destituição de função:

Art. 198São motivos determinantes da destituição de cargo em comissão: (Redação dada pela Lei nº
18.441/2017)

I - atestar falsamente a prestação de serviço extraordinário;

II - não cumprir ou tolerar que não se cumpra a jornada de trabalho;

III - promover ou tolerar o desvio irregular de função;

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IV - retardar a instrução ou o andamento do processo;

V - coagir ou aliciar subordinados, com objetivo de natureza político-partidária;

VI - deixar de prestar ao órgão de pessoal a informação de que trata o Artigo 25 deste Estatuto;

VII - a prática de infrações sujeitas às penas de suspensão e de demissão. (Redação acrescida pela Lei
nº 18.441/2017)

§ 1º Constatada a hipótese de que trata este artigo, se o servidor já tiver sido exonerado quando da
aplicação da sanção, a exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão. (Redação
acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 2º A aplicação da pena de destituição de cargo em comissão não elide, quando couber, o dever de
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação cível ou penal cabível e demais medidas administrativas.
(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 199 A pena de demissão será aplicada nos casos de:

I - crime contra a Administração Pública, nos termos da Lei Penal;

I - crimes contra a administração pública; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

II - abandono de cargo;

III - incontinência pública escandalosa e embriaguez habitual;

III - incontinência pública e conduta escandalosa; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

IV - insubordinação grave em serviço;

V - ofensa física em serviço contra funcionário ou particular, salvo se em legítima defesa;

V - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de


outrem; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

VI - aplicação irregular dos dinheiros públicos;

VII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio público;

VIII - revelação de segredo de que tenha conhecimento em razão de suas atribuições;

IX - corrupção passiva, nos termos da lei penal;

IX - ao ocupante do cargo de Agente Comunitário de Saúde que deixar de residir na comunidade onde
atua. (Redação dada pela Lei nº 17.233/2006)

X - reincidência em falta que deu origem à aplicação da pena de suspensão por trinta (30) dias;

XI - transgressão do disposto nos incisos I, V, VI, VII, X, XIV e XV do artigo 188 deste Estatuto;

XI - transgressão ao disposto nos incisos I, V, VI, VII, VIII, X, XI, XIV, XV, XXIII, XXV e XXVI do artigo 188

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deste Estatuto; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

XII - perda de nacionalidade brasileira;

XII - perda da nacionalidade brasileira, na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

XIII - sessenta (60) dias de faltas ao serviço em período de doze (12) meses, sem causa justificada,
desde que não configure abandono do cargo.

XIII - inassiduidade habitual; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

XIV - reincidência em proceder de forma desidiosa; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XV - corrupção; (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

XVI - improbidade administrativa. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Parágrafo Único. Considera-se abandono do cargo a ausência ao serviço sem justa causa, por mais de
trinta (30) dias consecutivos.

§ 1º Considera-se abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30


(trinta) dias consecutivos. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 2º A reassunção das atribuições, depois de consumado o abandono de cargo, não afasta a


responsabilidade administrativa, nem caracteriza perdão tácito da administração pública. (Redação
acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 3º Considera-se inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por período igual ou
superior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses. (Redação
acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 200 O ato de demissão mencionará sempre a causa da aplicação da penalidade e o dispositivo legal
em que se fundamentou.

Parágrafo Único. O funcionário indiciado em inquérito não poderá ser exonerado a pedido, enquanto
não concluído o processo administrativo em que se comprove a sua inocência.

§ 1º O servidor indiciado em inquérito não poderá ser exonerado a pedido, enquanto não for
concluído o processo administrativo em que se comprove a sua inocência. (Redação dada pela Lei nº
18.441/2017)

§ 2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação da sanção prevista neste artigo, a
exoneração será convertida em demissão. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 201 Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade, nos seguintes casos:

I - falta punível com a pena de demissão, quando praticada ainda no efetivo exercício do cargo;

II - aceitação ilegal de cargo, provada a má-fé;

III - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Governo estrangeiro, sem prévia autorização do
Presidente da Republica;

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IV - prática de advocacia administrativa ou usura, em qualquer de suas formas.

Art. 202 São competentes para aplicação das penas disciplinares:

I - Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, dependendo da vinculação funcional, em qualquer


caso, e, privativamente, nos casos de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

I - Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, dependendo da vinculação funcional, em qualquer


caso, e, privativamente, nos casos de demissão, destituição de cargo em comissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

II - os Secretários e dirigentes de órgãos a estes equiparados em todos os casos, exceto os previstos


como competência privativa do inciso anterior;

II - O Procurador Geral do Município, o Controlador Geral, os Secretários e dirigentes de órgãos a


estes equiparados, em todos os casos, exceto os previstos como competência privativa do inciso I;
(Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

III - os Diretores de Departamento, nos caos de Advertência, repreensão e suspensão até 8 (oito) dias.

III - Os Secretários Executivos, os Diretores Executivos, os Gerentes Gerais e o Corregedor da Guarda


Municipal do Recife, nos casos de advertência, repreensão e suspensão de até 08 (oito) dias. (Redação
dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 1º Da aplicação de penalidade caberá pedido de reconsideração e recursos, na forma deste


Estatuto.

§ 2º À autoridade superior cabe a faculdade de agravar, atenuar ou cancelar a pena imposta por
autoridade subordinada.

§ 3º A pena de multa será aplicada pela autoridade que impuser a suspensão.

Art. 203 As penalidades aplicadas deverão constar do assentamento individual do funcionário.

Parágrafo único. Extinta a punibilidade pela prescrição, o órgão competente promoverá apenas o
registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 204 Prescreverão:

I - em um (1) ano, as infrações sujeitas às penas de advertência e de repreensão;

II - em dois (2) anos, as infrações sujeitas à pena de suspensão;

III - em quatro (4) anos, as infrações sujeitas à pena de destituição de função, demissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.

III - em 05 (cinco) anos, as infrações sujeitas às penas de destituição de cargo em comissão, demissão
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 1º A falta prevista como crime prescreverá com este.

§ 1º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas


também como crime. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

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§ 2º O curso da prescrição começa a fluir da data do fato punível disciplinarmente e se interrompe


pelo ato que determinar a instauração do inquérito administrativo.

§ 2º O curso da prescrição começa a fluir da data que o fato se tornou conhecido pela autoridade
competente para instaurar a sindicância ou processo disciplinar e se interrompe pelo ato que determinar
a instauração do inquérito administrativo. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada depois de esgotados os prazos para


conclusão e julgamento do processo disciplinar, incluído o prazo de prorrogação. (Redação acrescida pela
Lei nº 18.441/2017)

§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a instauração ou a tramitação do processo


disciplinar ou a aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por determinação judicial. (Redação
acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 205 Será obrigatoriamente precedida de inquérito administrativo a aplicação das penas de
suspensão por mais de quinze (15) dias, de destituição de função, demissão e cassação, de aposentadoria
ou disponibilidade.

Art. 205 Será obrigatoriamente precedida de inquérito administrativo a aplicação das penas de
suspensão por mais de 15 (quinze) dias, de destituição de cargo em comissão, demissão e cassação de
aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo único. A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou a destituição de


cargo em comissão implicam a incompatibilização para nova investidura em cargo público, no Município
do Recife, pelo prazo de 03 (três) anos, sem prejuízo de ação cível ou penal e das demais medidas
administrativas. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

TITULO V
DO PROCESSO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DO RITO PROCESSUAL

Art. 206 A autoridade administrativa ou o funcionário que tiver ciência de irregularidade no serviço
público municipal deverá tomar as providências necessárias para sua apuração.

Art. 207 O processo administrativo compreende a sindicância e o inquérito administrativo.

§ 1º O Inquérito Administrativo Disciplinar deverá ser conduzido sob o rito ordinário ou sumário.
(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 2º O rito sumário será adotado para apuração das infrações de abandono de cargo, inassiduidade
habitual e acumulação ilícita de cargos. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 3º O processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário se desenvolverá nas seguintes


fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a Comissão na forma do § 1º do artigo 211;

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II - instrução sumária, que compreende a indiciação, defesa e relatório;

III - julgamento. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 4º Ao procedimento sumário se aplicam, subsidiariamente, as disposições do rito ordinário.


(Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 5º Nas infrações sujeitas ao rito sumário, achando-se o indiciado em lugar incerto ou não sabido,
poderá a Comissão adotar o rito ordinário. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 6º Na apuração das infrações sujeitas ao procedimento sumário, a Comissão lavrará, até 10 (dez)
dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as
informações relativas à autoria, correspondente ao nome, cargo, matrícula e lotação do servidor, e
materialidade, mediante descrição dos fatos, bem como promoverá a citação pessoal investigado, ou por
intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa escrita,
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 7º Apresentada a defesa, a Comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou a


responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
conduta em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
instauradora, para julgamento. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 8º No prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora


proferirá a sua decisão, observado o disposto no art. 202. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

§ 9º Na apuração das infrações de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, observar-se-á que:

I - a indicação da materialidade ocorrerá:

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do


servidor ao serviço superior a 30 (trinta) dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela relação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada,
por período igual ou superior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante 12 (doze) meses.

II - a Comissão, ao elaborar o relatório conclusivo de que trata este artigo sobre a inocência ou a
responsabilidade do servidor opinará, no caso de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da
ausência ao serviço superior a 30 (trinta) dias, e, na hipótese de inassiduidade habitual, se houve justa
causa para as faltas ao serviço no período considerado. (Redação acrescida pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 208 São competentes para determinar a instauração do processo administrativo.

I - o Prefeito e os Secretários Municipais ou autoridades de mesmo nível da Câmara Municipal,


quando se tratar de inquérito administrativo;

I - o Prefeito, o Controlador Geral do Município e os Secretários Municipais ou autoridades de mesmo


nível da Câmara Municipal, quando se tratar de inquérito administrativo; (Redação dada pela Lei nº
17.867/2013)

I - o Prefeito, o Procurador Geral do Município, o Controlador Geral, os Secretários Municipais,


dirigentes de órgãos a estes equiparados ou autoridades de mesmo nível da Câmara Municipal do Recife,
quando se tratar de inquérito administrativo; (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

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II - as mesmas autoridades referidas no inciso anterior e os Diretores de Departamento ou


autoridades de igual nível da Câmara Municipal quando se tratar de sindicância.

II - as mesmas autoridades referidas no inciso anterior, os Secretários Executivos, os Diretores


Executivos, dirigentes de órgãos a estes equiparados, o Corregedor da Guarda Municipal, os Gerentes
Gerais ou autoridades de igual nível da Câmara Municipal quando se tratar de sindicância. (Redação dada
pela Lei nº 18.441/2017)

Parágrafo único. O órgão central de Administração de Pessoal do Município poderá instaurar inquérito
administrativo quando verificados indícios de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, além de
outras faltas funcionais relativas à frequência dos servidores ou ao pagamento dos vencimentos e
salários. (Redação acrescida pela Lei nº 19021/2022)

Art. 209 A sindicância será instaurada quando a falta funcional não se revelar evidente ou for incerta a
autoria.

§ 1º A sindicância será procedida por 2 (dois) funcionários designados pela autoridade que
determinar sua instauração, sendo um deles nominado encarregado, que indicará o secretário.

§ 1º A sindicância será procedida por 3 (três) servidores efetivos e estáveis designados pela
autoridade que determinar sua instauração, sendo um deles nominado presidente, que indicará o
secretário. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 2º A sindicância deverá ser concluída no prazo de 15 (quinze) dias, podendo ser prorrogada uma
única vez, por igual período.

Art. 210 Da sindicância poderá resultar:

I - seu arquivamento, quando comprovada a inexistência da irregularidade;

II - aplicação de pena de advertência, repreensão, multa e suspensão, quando comprovado


descumprirnento do dever por parte do funcionário, ressalvada a hipótese de que este descumprirnento
implique em penalidade mais grave;

III - instauração de inquérito administrativo, nos demais casos.

Parágrafo Único. Na hipótese do inciso II, deste Artigo, antes da aplicação da pena será aberto ao
funcionário prazo de três (3) dias para oferecimento da defesa.

O inquérito administrativo será procedido por uma Comissão composta de três (3) integrantes,
Art. 211
sendo um Procurador Judicial e dois funcionários estáveis e de categoria superior à do indiciado,
designados pela autoridade que determinar a instauração.

Art. 211 O inquérito administrativo será procedido por uma comissão composta por 03 (três)
funcionários estáveis e de categoria superior à do indiciado, designados pelo Secretário de Assuntos
Jurídicos e Administrativos. (Redação dada pela Lei nº 15.798/1993)
§ 1º O Procurador Judicial será presidente nato da Comissão e sua designação será feita pelo titular
do órgão jurídico ao qual esteja subordinado, por solicitação da autoridade competente.
§ 1º O Presidente da Comissão será designado pelo Secretário de Assuntos Jurídicos e
Administrativos, devendo ser portador do título de bacharel em Direito. (Redação dada pela Lei nº
15.798/1993)
§ 2º O Presidente da Comissão designará um funcionário para exercer as funções de secretário e
outras auxiliares quando necessários.

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§ 3º A Comissão de que trata este Artigo, poderá ser instituída em caráter permanente.

Art. 211 A Comissão Central de Inquérito, de natureza permanente, será constituída por 4 (quatro)
membros permanentes, sendo 01 (um) como Presidente, e membros de apoio I e II, na forma do § 4º
deste artigo, todos designados pelo Procurador Geral do Município.

Art. 211.A Comissão Central de Inquérito, de natureza permanente, será constituída por 4 (quatro)
membros permanentes, sendo 01 (um) como Presidente, e membros de apoio I e II, na forma do § 4º
deste artigo, todos designados pelo Controlador-Geral do Município. (Redação dada pela Lei nº
19082/2023)

§ 1º O inquérito, sob o rito ordinário ou sumário, será conduzido por pelo menos 03 (três) membros,
sendo 01 (um) deles membro permanente.

§ 2º As audiências no Processo Administrativo Disciplinar, sempre que for conveniente para o serviço,
podem ser presididas por um membro permanente.

§ 3º Fica limitado a 7 (sete) o número de servidores designados como membros de Apoio I e a 7 (sete)
o número de servidores designados como membros de Apoio II da Comissão Central de Inquérito.

§ 4º O Presidente da Comissão Central de Inquérito designará um dos membros de Apoio I (um) para
o exercício da função de Escrivão.

§ 5º A Comissão Central de Inquérito, por intermédio de seu Presidente, poderá requerer dos órgãos
e entidades municipais documentos e informações necessários ao deslinde dos processos de inquérito,
podendo fixar prazo para resposta, cabendo aos servidores e empregados responsáveis pela prestação
das informações atender ao pedido de forma diligente e escorreita, sob pena de responsabilidade
funcional.

§ 6º São requisitos necessários à composição da Comissão de Inquérito, além de ser servidor efetivo e
estável do Município:

I - para o Presidente da Comissão Central de Inquérito ser servidor de Nível Superior e Bacharel em
Direito;

II - para os membros permanentes ser Bacharel em Direito;

III - para os membros de Apoio I, ter concluído curso de nível superior reconhecido pelo Ministério da
Educação - MEC;

IV - para os membros de Apoio II, ensino médio concluído. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 212 O inquérito administrativo deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da
publicação do ato que determinar sua instauração, prorrogável uma única vez, por 30 (trinta) dias, por
solicitação fundamentada do Presidente da Comissão, antes de findo o prazo inicial, sendo competente
para autorizar a prorrogação a autoridade que houver determinado a instauração do inquérito.
Parágrafo Único. Se, no prazo estabelecido no "caput" deste Artigo não for concluído o inquérito,
considerar-se-á dissolvida a Comissão, devendo ser procedida a nova designação.

Art. 212 O inquérito administrativo disciplinar conduzido sob o rito ordinário deverá ser concluído no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da publicação do ato que determinar sua instauração,
prorrogável uma única vez, por 30 (trinta) dias, por solicitação fundamentada do Presidente da Comissão,
antes de findo o prazo inicial, sendo competente para autorizar a prorrogação a autoridade que houver

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determinado a instauração do inquérito.

Parágrafo único. Quando se tratar de rito sumário, o prazo para a conclusão não excederá 45
(quarenta e cinco) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por até 15 (quinze) dias, por solicitação fundamentada do Presidente da Comissão, antes de
findo o prazo inicial, sendo competente para autorizar a prorrogação a autoridade que houver
determinado a instauração do inquérito. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 213O funcionário designado para integrar a Comissão poderá argüir, por escrito, sua suspensão
junto à autoridade que o tiver designado, dentro do prazo de quarenta e oito (48) horas, contadas da
publicação do ato de designação.

Art. 213O servidor designado para integrar a Comissão poderá arguir, por escrito, sua suspeição junto à
autoridade que o tiver designado, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contadas da publicação
do ato de designação. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 1º O prazo será contato a partir da publicação do ato que determinar a instauração do inquérito,
quando o funcionário for integrante ou auxiliar de Comissão Permanente.

§ 2º Considerar-se-á procedente a argüição quando o funcionário designado alegar ser parente


consangüíneo ou afim, até o terceiro (3º) grau, ou amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer dos
indiciados.

Art. 214 Caberá argüir, de imediato, a suspeição de qualquer membro da comissão, desde que se
configure, com relação ao arguinte, qualquer das hipóteses previstas no § 2º, do Artigo anterior.

§ 1º A arguição será dirigida, por escrito, ao presidente da Comissão, que dela dará imediato
conhecimento ao argüido, para confirmá-la, por escrito, dentro do prazo de vinte e quatro (24) horas.

§ 2º O presidente, julgada, procedente a suspeição, solicitará da autoridade que houver determinado


a instauração do inquérito a substituição do funcionário suspeito.

§ 3º O presidente dará conhecimento do incidente à autoridade referida no Parágrafo anterior, para


decisão final, quando julgada improcedente a suspeição, em razão de recurso interposto pelo arguinte.

§ 4º Se o arguido de suspeição for o presidente, será substituído por outro Procurador Judicial, no
prazo de quarenta e oito (48) horas. (Ver o § 1º do Art. 211 deste Estatuto).

§ 4º Se o arguido de suspeição for o Presidente, será substituído por outro membro permanente, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, observado o disposto no inciso I do § 6º do art. 211. (Redação dada
pela Lei nº 18.441/2017)

§ 5º O incidente da suspeição suspenderá o curso do processo e será autuado em separado ao


inquérito administrativo.

Art. 215 A autoridade competente decidirá da suspeição no prazo máximo de setenta e duas (72) horas.

Art. 216 Compete ao secretário da Comissão de inquérito administrativo organizar os autos do processo,
lavrar termos e atas, bem como executar as determinações do presidente.

Art. 217 A Comissão de inquérito administrativo é competente para proceder a qualquer diligência
necessária à instrução processual, inclusive sem exclusão de outras inquirições, bem como requerer a
participação técnica de profissionais especializados e peritos, quando entender conveniente.

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Art. 218Antes de encerrar a instrução e a f m de permitir ao indiciado ampla defesa, a Comissão indicará
as irregularidades e infrações a ele atribuídas, fazendo remissão aos documentos, depoimentos e às
correspondentes folhas dos autos.

Art. 219 As testemunhas que forem convocadas a depor, sê-lo-ão mediante oficio, registrando-se o
assunto, dia, hora e local de comparecimento, vedada a recusa injustificada.

Parágrafo Único. O oficio será dirigido ao titular da repartição, quando a testemunha for servidor
público.

Art. 220 As perícias serão realizadas por perito oficial ou funcionário municipal que tiver a necessária
habilidade técnica.

Parágrafo Único. Ressalvada a hipótese do perito oficial, os demais prestarão, perante o presidente da
Comissão, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função, sob pena de responsabilidade.

Art. 221 Dependerá do assentimento prévio da autoridade competente, desde que acarrete despesas
para os cofres da Edilidade, a realização da perícia por perito não oficial. (Vide Lei nº 15.342/1990)

Art. 222 Nenhum documento será anexado aos autos sem despacho do presidente da comissão.

Parágrafo Único. Somente por decisão fundamental poderá ser recusada a anexação de documentos
aos autos.

Art. 223 O presidente da Comissão, cumprindo o disposto no Artigo 218, determinará a citação do
indicado, para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa, sendo-lhe facultada vista do processo, na
repartição.

§ 1º O prazo comum será de 20 (vinte) dias, no caso de dois ou mais indiciados.

§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto ou não sabido, será chamado por edital, com prazo de
15 (quinze) dias.

§ 3º O edital a que se refere o Parágrafo anterior, além de publicação no órgão oficial do Município,
será fixado em lugar acessível ao público, no edifício onde a Comissão habitualmente se reunir.

§ 4º Mediante requerimento do indiciado, o prazo da defesa poderá ser prorrogada pelo dobro, para
as diligências consideradas indispensáveis.

Art. 224 No caso de indiciado revel, será designada para defendê-lo, um funcionário, sempre que possível
de mesma classe e categoria funcional.

Art. 225Com a defesa, o indiciado oferecerá as provas que tiver, podendo ainda requerer as diligências
necessárias à comprovação de suas alegações.

Art. 226 Depois de recebida a defesa de todos os indiciados e realizadas as diligências requeridas, a
Comissão elaborará o relatório.

§ 1º O relatório concluirá pela inocência ou culpabilidade do indiciado ou indiciados, indicando, neste


caso, as disposições legais transgredidas e propondo as penalidades cabíveis.

§ 2º O relatório determinará o montante e indicará os modos de ressarcimento, na hipótese de

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prejuízo à Fazenda Municipal.

§ 3º Concluído o relatório, o processo será remetido, sob protocolo, à autoridade que determinou a
sua instauração, que proferirá decisão que preferirá decisão no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 227 Será permitida a intervenção de advogado constituído pelo indiciado, em qualquer fase do
inquérito.

Art. 228A autoridade que determinou a instauração do processo administrativo comunicará o fato à
autoridade policial, na hipótese de crimes de ação pública.

Art. 229 A decisão que reconhecer a prática de infração capitulada na legislação penal determinará, sem
prejuízo dos procedimentos administrativos e civis, a remessa do translado do inquérito à autoridade
competente, ficando o original dos autos arquivado na repartição.

Art. 230 Ao processo administrativo aplicar-se-á, subsidiariamente, as disposições da legislação


processual civil e penal vigente.

Art. 231 O presidente da Comissão, constatando que o indiciado foi afastado do exercício do seu cargo,
determinará a sua imediata reassunção, salvo se o afastamento decorreu de suspensão preventiva.

CAPÍTULO II
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA

Art. 232 Ao Prefeito e ao Presidente da Câmara Municipal, em suas respectivas áreas de atuação,
fundamentadamente e por escrito, cabe ordenar a prisão administrativa de responsável por dinheiro e
valores pertencentes à Fazenda Municipal ou que se acham sob a guarda desta, no caso de alcance,
desfalque, remissão ou omissão em efetuar os recolhimentos nos devidos prazos.
§ 1º A prisão administrativa será imediatamente comunicada à Autoridade judicial competente,
devendo ser realizada, em caráter de urgência, a tomada de contas.
§ 2º A prisão administrativa não excederá de noventa (90) dias. (Revogado pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 233A prisão administrativa acarreta a retenção do vencimento e demais vantagens do funcionário,
como medida cautelar à garantia de ressarcimento pecuniário.
Parágrafo Único. O funcionário terá direito à contagem do tempo de serviço correspondente ao
período de prisão administrativa e ao pagamento de sua remuneração, quando reconhecida sua
inocência. (Revogado pela Lei nº 18.441/2017)

CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO ADMINISTRATIVA

Art. 234O prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, em suas respectivas áreas de atuação, poderão
determinar a suspensão preventiva do funcionário indiciado em inquérito, até sessenta (60) dias, para
que este não venha a influir na apuração da falta cometida.

§ 1º A suspensão preventiva poderá ser prorrogada por mais trinta (30) dias, por solicitação do
presidente da Comissão de inquérito administrativo.

§ 2º Exauridos os prazos de que trata este Artigo, cessarão os efeitos da suspensão preventiva, ainda

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que o inquérito administrativo não esteja concluído.

Art. 235O funcionário terá direito à contagem do tempo de serviço correspondente ao período de
suspensão administrativa, nas seguintes hipóteses:

I - quando reconhecida a inocência, recebendo a remuneração do seu cargo,

II - quando a pena disciplinar se limitar à suspensão;

III - quando a suspensão exceder os prazos previstos no Artigo Anterior.

CAPÍTULO IV
DA REVISÃO

Art. 236A revisão do inquérito administrativo de que resultou pena disciplinar poderá ser requerida a
qualquer tempo, quando forem aduzidos fatos ou circunstâncias capazes de justificar a inocência do
funcionário.

Art. 236 A revisão do inquérito administrativo de que resultou pena disciplinar poderá ser requerida a
qualquer tempo, quando forem aduzidos fatos novos ou circunstâncias não apreciadas no processo
originário, capazes de justificar a inocência do servidor. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

§ 1º Não se constitui fundamento para revisão a simples alegação de injustiça da penalidade.

§ 2º A revisão poderá ser requerida por qualquer pessoa da família ou outras constante do registro
cadastral, tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou incapacitado de requerer.

§ 3º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente. (Redação acrescida pela Lei nº
18.441/2017)

Art. 237 A revisão tramitará em apenso ao inquérito administrativo originário.

Art. 238 O pedido de revisão, devidamente instruído, será dirigido à autoridade que houver determinado
a aplicação da penalidade.

Parágrafo Único. Compete ao órgão de Pessoal informar o pedido e apensá-lo aos outros do inquérito
administrativo originário.

Art. 239 A revisão será procedida por uma Comissão composta de três (3) integrantes, sendo um
Procurador Judicial - que a presidirá - e dois funcionários efetivos, de categoria igual ou superior a do
funcionário punido. (Ver o § 1º do Art. 211 deste Estatuto)

Art. 239A revisão será procedida por uma Comissão de 03 (três) integrantes, sendo 01 (um) o presidente
e 02 (dois) servidores, todos efetivos e estáveis, de categoria igual ou superior à do servidor punido,
designados pelo Procurador Geral do Município.

Parágrafo único. Não pode integrar a Comissão revisora o servidor que tenha atuado na sindicância
ou no processo disciplinar cujo julgamento se pretende revisar. (Redação dada pela Lei nº 18.441/2017)

Art. 240 Serão aplicadas à revisão, no que for compatível, as normas referentes ao inquérito
administrativo.

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Art. 241 Concluída a revisão, em prazo não superior a sessenta (60) dias, serão os autos remetidos à
autoridade competente, para decisão final.

Art. 242 Reconhecida a inocência do funcionário, será tornada sem efeito a penalidade imposta,
restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos.

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 243 O regime Jurídico-administrativo deste Estatuto é extensivo aos funcionários de qualquer
autarquia municipal não regidos pela legislação trabalhistas.

Art. 244 O funcionário municipal, candidato a cargo efetivo, que exercer função de direito, chefia,
fiscalização ou arrecadação, será afastado do exercício, com direito à remuneração mensal que venha
percebendo, desde a data de registro na Justiça Eleitoral até o dia seguinte ao pleito.

Art. 245 Cabe a Prefeitura da Cidade do Recife arcar com ônus de recolhimento das contribuições
previdenciárias que lhe cabem e ao funcionário ou servidor municipal inativo, quando este haja optar
pela pensão especial de que tratam as Leis Federais nºs 4243/63, 5315/67 e 6592/78.

Parágrafo Único. O recolhimento de que trata este Artigo efetiva-se junto ao órgão previdenciário
federal ou estadual, conforme o beneficiado seja regido pelo regime trabalhista ou estatutário,
respectivamente.

Art. 246 Cumpre a Prefeitura da Cidade do Recife complementar os proventos de seus servidores
aposentados sob regime da legislação trabalhista, de forma a que percebam, na inatividade, valores
pecuniários idênticos aos que são pagos aos funcionários municipais aposentados em cargo igual ou
análogos.
Art. 246 Fica assegurado ao servidor da Prefeitura da Cidade do Recife, regido pela CLT, que contar 20
(vinte) anos, se do sexo feminino, ou 25 (vinte e cinco) anos, se do sexo masculino, de efetivo serviço
prestado exclusivamente ao Município, a complementação dos proventos da aposentadoria pagos pela
Previdência Social, de forma a que percebam, na inatividade, valores pecuniários idênticos aos que são
pagos aos funcionários municipais aposentados em cargo de igual categoria. (Redação dada pela Lei nº
15.054/1988) (Revogado pela Lei nº 15.127/1988)

Art. 247O pagamento a que se refere o Artigo 123, deste Estatuto, será calculado com base no
vencimento em vigor à época em que for deferida a solicitação respectiva.

Art. 248 Fica assegurada aos beneficiários de funcionário ou servidor falecido em decorrência de
acidente no trabalho uma pensão especial de valor igual a um salário mínimo regional, independente da
pensão paga pelos órgãos previdenciários. (Revogado pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 249 Os beneficiários de funcionários ou servidor falecido farão jus a uma pensão proporcional, no
valor de 50% (cinqüenta por cento) das gratificações percebidas pelo "de cujos" decorrentes de regime
especial de trabalho, serviço extraordinário, função, e representação, independentemente da pensão
paga pelos órgãos previdenciários, ressalvados o disposto no Artigo 83, inciso I, deste Estatuto. (Revogado
pela Lei nº 17.142/2005)

Art. 250 Todos os beneficiários terão direito a treze (13) pensões mensais por ano, exceto aqueles de que
trata o Artigo 248, deste Estatuto.

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Art. 251 É assegurada ao funcionário municipal o direito de associação para defesa, assistência e
representação coletiva da classe inclusive perante os Poderes Públicos.

§ 1º Para cumprimento do disposto neste artigo, as entidades representativas dos funcionários


deverão ter personalidade jurídica própria.

§ 2º A representação por parte das entidades referidas não impede que o funcionário exerça,
diretamente, qualquer ato em defesa de seus direitos.

§ 3º É vedada a exoneração, a suspensão, a destituição de função ou a demissão do funcionário


investido em cargo de direção de entidade representativa da classe, até um (1) ano após o final do seu
mandato, salvo se cometer falta grave prevista no Artigo 199, devidamente apurada em inquérito
administrativo com direito a ampla defesa.

Art. 252 É permitido o afastamento de funcionário municipal para exercício de mandato eletivo de
Presidente, Secretário Geral ou Tesoureiro de entidade representativa de funcionários que congreguem,
no mínimo 500 (quinhentos) associados.

§ 1º O afastamento dar-se-á sem prejuízo dos vencimentos e demais vantagens do cargo e função
exercidos.

§ 2º Enquanto durar o afastamento, é vedada a exoneração e demissão do funcionário.

§ 3º A permissão concedida no caput deste Artigo é extensiva no caso de entidades federativas ou


central de entidades que congreguem, no mínimo, 10 (dez) entidades de classe.

Art. 253 O dia vinte e oito (28) de outubro será consagrado ao funcionário público municipal.

Art. 254 O presente Estatuto entrará em vigor na data da publicação da Lei que o aprovar

Recife, 8 março de 1985.

Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 03/07/2023

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DECRETO Nº 35.798 DE 11 DE JULHO DE 2022

Aprova o Regimento Interno da Secretaria de Educação.

O PREFEITO DO RECIFE, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 54, inciso IV e VI, a, da Lei
Orgânica do Município do Recife, DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno da Secretaria de Educação do Município do Recife, nos termos
do Anexo Único deste Decreto.

Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Recife, 11 de julho de 2022.

JOÃO HENRIQUE DE ANDRADE LIMA CAMPOS


Prefeito do Recife

FREDERICO DA COSTA AMANCIO


Secretário de Educação

FELIPE MARTINS MATOS


Secretário de Planejamento, Gestão e Transformação Digital

PEDRO JOSÉ DE ALBUQUERQUE PONTES


Procurador-Geral do Município

CARLOS EDUARDO MUNIZ PACHECO


Secretário de Governo e Participação Social

ANEXO ÚNICO
REGIMENTO INTERNO DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E DA COMPETÊNCIA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Art. 1º A Secretaria de Educação é órgão integrante da estrutura organizacional da Administração Direta


do Município de Recife, consoante art. 1º, I, e, da Lei Municipal nº 18.291, de 30 de dezembro de 2016,
com redação pela Lei Municipal nº 18.773, de 29 de dezembro de 2020.

Art. 2ºA Secretaria de Educação tem como finalidade e competência a gestão da Rede Pública Municipal
de Ensino, buscando a garantia do acesso da população à Educação Básica de qualidade, por meio da
implantação e acompanhamento de políticas educacionais voltadas para a qualificação das unidades

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educacionais, a melhoria dos processos de ensino, a modernização pedagógica e a capacitação do quadro


de servidores da Rede Municipal de Educação do Recife.

Art. 3º São atribuições da Secretaria de Educação:

I - formular, coordenar e acompanhar as políticas públicas da Educação, em consonância com o Plano


Municipal de Educação e com a legislação vigente;

II - administrar o funcionamento, manutenção e qualidade da infraestrutura física de todas as


unidades que compõem a Rede Municipal de Educação;

III - acompanhar e controlar a execução de contratos administrativos, contratos de gestão, parcerias e


convênios celebrados pelo Município na sua área de competência;

IV - promover ações articuladas com o Ministério da Educação e com a Secretaria de Educação do


Estado de Pernambuco;

V - supervisionar instituições públicas e privadas de ensino do Sistema Municipal de Educação;

VI - promover a gestão integrada e articulada com as demais esferas do governo e com o setor
privado das políticas públicas de desenvolvimento da Educação;

VII - coordenar, gerenciar e executar estudos e pesquisas, projetos, obras e serviços atinentes à Rede
Municipal de Educação;

VIII - captar e gerir os recursos voltados para a Educação;

IX - difundir as normas regulamentadoras das atividades educacionais em âmbito municipal.

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Art. 4º Integram a Secretaria de Educação:

1 GABINETE DO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

1.1 GERÊNCIA GERAL DO GABINETE


1.1.1 GERÊNCIA DE ARTICULAÇÃO
1.1.2 DIVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO DO GABINETE
1.1.3 ASSESSORIA ESPECIAL DO GABINETE
1.1.4 SETOR DE GABINETE

1.1.5 ASSISTÊNCIA DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


1.1.6 ASSISTÊNCIA DE GABINETE

1.2 GERÊNCIA GERAL DE COMUNICAÇÃO

1.3 GERÊNCIA GERAL DE ASSUNTOS JURÍDICOS


1.3.1 GERÊNCIA JURÍDICA
1.3.2 GERÊNCIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS

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1.3.1.1 UNIDADE JURÍDICA


1.3.1.2 NÚCLEO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO E SINDICÂNCIA
1.3.1.3 DIVISÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS

1.4 SECRETARIA EXECUTIVA DE INFRAESTRUTURA


1.4.1 GERÊNCIA GERAL DE OBRAS
1.4.2 GERÊNCIA GERAL DE PROJETOS DE INFRAESTRUTURA

1.4.3 GERÊNCIA GERAL DE INFRAESTRUTURA


1.4.4 GERÊNCIA GERAL DE ORÇAMENTO E LICITAÇÃO DE OBRAS
1.4.1.1 GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DE INFRAESTRUTURA
1.4.2.1 DIVISÃO DE OBRAS
1.4.2.2 SETOR DE OBRAS

1.4.1.2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO


1.4.2.3 DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DE INFRAESTRUTURA

1.5 SECRETARIA EXECUTIVA DE GESTÃO PEDAGÓGICA


1.5.1 GERÊNCIA GERAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
1.5.1.1 GERÊNCIA DE APOIO PEDAGÓGICO

1.5.1.2 GERÊNCIA DO PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO

1.5.1.3 GERÊNCIA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS


1.5.1.4 GERÊNCIA DE ANOS FINAIS E EDUCAÇÃO INTEGRAL
1.5.1.5 GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.5.1.1.1 UNIDADE DE FORMAÇÃO DE LEITORES E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1.5.1.3.1 DIVISÃO DE ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1.5.2 ASSESSORIA DE GESTÃO PEDAGÓGICA


1.5.1.4.1 DIVISÃO DE ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
1.5.1.4.2 DIVISÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
1.5.1.3.2 DIVISÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

1.6 SECRETARIA EXECUTIVA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO

1.6.1 GERÊNCIA GERAL DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E CAPTAÇÃO

1.6.1.1 GERÊNCIA DE COORDENAÇÃO E MONITORAMENTO DE PROJETOS PRIORITÁRIOS


1.6.1.2 GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO E CAPTAÇÃO

1.6.2 UNIDADE DE MONITORAMENTO


1.6.1.3 UNIDADE DE ORÇAMENTO

1.6.1.4 UNIDADE DE GESTÃO POR RESULTADOS

1.7 SECRETARIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE

1.7.1 GERÊNCIA GERAL ADMINISTRATIVA DA REDE


1.7.2 GERÊNCIA GERAL DE GESTÃO DA REDE

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1.7.1.1 GERÊNCIA ADMINISTRATIVA DA REDE


1.7.2.1 GERÊNCIA DE GESTÃO DE REDE

1.7.3 GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO


1.7.2.1.1 DIVISÃO DE APOIO SOCIAL

1.7.4 DIVISÃO DO CONTROLE E ANÁLISE DE DADOS

1.7.5 DIVISÃO DE DESENVOLVIMENTO E ACOMPANHAMENTO DA REDE

1.7.6 DIVISÃO DE GABINETE

1.7.2.1.2 SETOR DE FREQUÊNCIA DE BOLSA FAMÍLIA


1.7.3.1 SETOR DE GERÊNCIA REGIONAL

1.7.2.2 SETOR DE ORDENAMENTO DA REDE

1.7.1.1.1 ASSISTÊNCIA DE GESTÃO DE REDE

1.7.3.2 COORDENAÇÃO DE CRECHE

1.8 SECRETARIA EXECUTIVA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

1.8.1 GERÊNCIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


1.8.2 GERÊNCIA GERAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

1.8.3 GERÊNCIA GERAL DE GESTÃO DE PESSOAS

1.8.1.1 GERÊNCIA DE COMPRAS, ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO


1.8.1.2 GERÊNCIA DE LOGÍSTICA

1.8.2.1 UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO


1.8.2.2 DIVISÃO DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

1.8.1.2.1 DIVISÃO DE ALMOXARIFADO


1.8.1.3 DIVISÃO DE CONVÊNIOS

1.8.3.1 DIVISÃO DE PESSOAL

1.8.1.4 DIVISÃO DE TERCEIRIZADOS


1.8.2.2.1 SETOR DE ADMINISTRAÇÃO

1.8.2.2.2 SETOR DE ADMINISTRAÇÃO


1.8.1.4.1 SETOR DE CONTRATOS

1.8.1.2.2 SETOR DE PATRIMÔNIO

1.8.1.3.1 SETOR DE TESOURARIA


1.8.3.2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO

1.8.2.2.3 SUPERVISÃO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

1.9 SECRETARIA EXECUTIVA DA PRIMEIRA INFÂNCIA

1.9.1 GERÊNCIA GERAL DE ARTICULAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA


1.9.1.2 UNIDADE DE MONITORAMENTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA

1.10 SECRETARIA EXECUTIVA DE PROJETOS, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

1.10.1 GERÊNCIA GERAL DE ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS

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26/02/2024, 20:48 Decreto 35798 2022 de Recife PE

1.10.2 GERÊNCIA GERAL DE TECNOLOGIA

1.10.2.1 GERÊNCIA DE FINANÇAS


1.10.3 UNIDADE DE INFRAESTRUTURA DE TECNOLOGIA

1.10.1.1 DIVISÃO DE INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS EM TECNOLOGIAS

Art. 5º Todas as unidades organizacionais que compõem a Secretaria de Educação atuarão de forma
integrada, sob a orientação e direção do Secretário de Educação.

CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS DAS UNIDADES ORGANIZACIONAIS DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Seção I
Da Gerência Geral do Gabinete

Art. 6º Integram a Gerência Geral do Gabinete:

I - Gerência de Articulação;

II - Divisão de Apoio Administrativo do Gabinete;

III - Assessoria Especial do Gabinete;

IV - Setor de Gabinete;

V - Assistência do Conselho Municipal de Educação (CME);

VI - Assistência de Gabinete;

Art. 7º À Gerência Geral do Gabinete compete:

I - coordenar as ações gerais do gabinete do Secretário de Educação;

II - monitorar os ofícios, decretos e portarias do gabinete;

III - coordenar as ações junto ao Gabinete do Prefeito;

IV - planejar e coordenar as agendas do Secretário e das ações e eventos da Secretaria de Educação;

V - coordenar gerenciamento de crise;

VI - promover interlocução e articulação com as demais secretarias executivas da Educação,


Secretarias da Prefeitura da Cidade do Recife, público e órgãos externos.

Art. 8º Aos setores que compõem a Gerência Geral do Gabinete compete:

I - Gerência de Articulação:

a) assessorar as articulações com as unidades educacionais;


b) articular e atender ao público interno da Prefeitura da Cidade do Recife;

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c) articular e atender ao público externo;


d) coordenar gerenciamento de crise;
e) apoiar o Gabinete para demandas externas, agendas e eventos.

II - Divisão de Apoio Administrativo do Gabinete:

a) monitorar, acompanhar e executar a elaboração dos ofícios, portarias e decretos;


b) acompanhar as publicações do Diário Oficial do Município;
c) gerir o arquivo de documentos do Gabinete;
d) coordenar as ações do Protocolo do Gabinete da Secretaria de Educação.

III - Assessoria Especial do Gabinete:

a) promover a organização da agenda de audiências, entrevistas e reuniões do Secretário de Educação


do Recife;
b) atuar em assuntos administrativos do gabinete;
c) atender demandas atribuídas pela Coordenação de Gabinete;
d) realizar atendimento prévio às demandas de agenda com o Secretário, oriundas da gestão da
unidade educacional, professores, pais de estudantes, lideranças comunitárias e outros;
e) providenciar encaminhamentos para o atendimento às demandas recebidas.

IV - Setor de Gabinete:

a) gerenciar o departamento de arte e cultura;


b) representar a Secretaria de Educação do Recife nos comitês municipais e intermunicipais;
c) acompanhar as ações e eventos relacionados a artes e educação na rede;
d) participar de congressos, seminários, palestras em Pernambuco e outros da federação do Brasil;
e) articular os movimentos artísticos e sociais da cidade para o acesso dos bens culturais da Secretaria
de Educação;
f) coordenar e acompanhar a execução das bandas e fanfaras da rede;
g) articular com animadores culturais do município do Recife.

V - Assistência do Conselho Municipal de Educação:

a) prestar assessoramento às demandas referentes a Presidência do Conselho Municipal de Educação;


b) prestar assessoramento na divulgação da pauta antes de reunião plenária, diante do exposto apoio
à Presidência em formulação dos temas a serem abordados em reunião;
c) acompanhar semanalmente, junto à Presidência, as Reuniões Plenárias;
d) elaborar atas de todas as reuniões plenárias ordinárias e extraordinárias;
e) fazer devidos encaminhamentos que surgem após as reuniões plenárias, convites, agenda e
organização de eventos, audiências públicas e afins, para o Presidente, Vice-presidente e conselheiros;
f) realizar inscrições em eventos e Fóruns;
g) organizar procedimentos para viagens através de ofícios para setores responsáveis por solicitação
de passagens, hospedagem e translado;
h) enviar frequência dos conselheiros;
i) acompanhar os mandatos dos conselheiros;
j) organizar dos processos de credenciamento, que serão apreciados e aprovados no Pleno.

VI - Assistência de Gabinete: prestar assistência à área administrativa do Gabinete, auxiliando em suas


atividades rotineiras e na organização de arquivos, gestão de informações, revisão de documentos e
outras atividades correlatas.

Seção II

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Da Gerência Geral de Comunicação

Art. 9º À Gerência Geral de Comunicação compete:

I - estabelecer articulação com a imprensa local e nacional;

II - produzir pautas sobre ações e eventos da Secretaria de Educação;

III - gerir a produção de conteúdo e monitoramento para Redes Sociais;

IV - produzir relatórios;

V - acompanhar a agenda do Secretário de Educação, bem como agendas com o Prefeito do Recife;

VI - planejar, executar e acompanhar eventos da Secretaria de Educação do Recife.

Seção III
Da Gerência Geral de Assuntos Jurídicos

Art. 10. Integram a Gerência Geral de Assuntos Jurídicos:

I - Gerência Jurídica;

II - Gerência de Assuntos Jurídicos;

III - Unidade Jurídica;

IV - Núcleo de Processo Administrativo e Sindicância;

V - Divisão de Assuntos Jurídicos.

Art. 11. À Gerência Geral de Assuntos Jurídicos compete:

I - processar e emitir relatório em processo administrativo disciplinar de competência da Secretaria de


Educação;

II - prestar assessoramento jurídico ao gabinete do Secretário de Educação e subsidiariamente às


Secretarias Executivas, quando solicitado;

III - auxiliar o gabinete do Secretário na apresentação de respostas e manifestações às requisições e


solicitações oriundas de órgãos da administração direta e indireta em matéria jurídica e órgãos de
controle externo, ressalvadas as competências da Procuradoria Geral do Município.

Art. 12. Aos setores que compõem a Gerência Geral de Assuntos Jurídicos, respeitada a competência da
Procuradoria-Geral do Município, cabe:

I - Gerência Jurídica:

a) ofertar suporte jurídico ao Gerente Geral de Assuntos Jurídicos quando demandado nos assuntos
de sua competência;
b) gerenciar e coordenar a apresentação de respostas e manifestações por meio dos setores

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competentes às requisições e solicitações oriundas de órgãos da administração direta e indireta em


matéria jurídica e órgãos de controle externo;
c) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências relacionadas à Gerência Geral de Assuntos
Jurídicos, quando necessário;
d) prestar assessoramento de natureza jurídica às demandas e aos processos relacionados às
requisições e solicitações oriundas de órgãos da administração direta e indireta em matéria jurídica e
órgãos de controle externo.

II - Gerência de Assuntos Jurídicos:

a) examinar, informar e encaminhar todos os documentos e processos que lhe sejam submetidos;
b) prestar assessoramento de natureza técnica e jurídica ao Gabinete do Secretário e,
subsidiariamente, às demais gerências integrantes da estrutura da Secretaria de Educação no que tange
aos processos relacionados ao Poder Judiciário, Ministério Público Estadual e Federal, Ministério Público
do Trabalho, Defensoria Pública Estadual e Federal, Tribunal de Contas Estadual, ressalvadas as
competências da Procuradoria Geral do Município;
c) controlar e prestar apoio jurídico em assuntos e processos administrativos e judiciais no âmbito da
Secretaria de Educação, ressalvadas as competências da Procuradoria Geral do Município;
d) acompanhar e coordenar o fluxo dos procedimentos administrativos, notificações, inquérito civil,
de interesse da Secretaria de Educação no âmbito do Ministério Público Estadual, Ministério Público
Federal, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública Estadual e Federal, Tribunal de Contas
Estadual;
e) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências de interesse da Secretaria de Educação no
âmbito do Ministério Público Estadual e Federal, e Ministério Público do Trabalho;
f) analisar e/ou elaborar resposta de cota a Procuradoria Geral do Município - PGM;
g) elaborar encaminhamentos, cotas e despachos relativos aos processos judiciais e administrativos
de interesse da Secretaria de Educação;
h) analisar acordos e sentenças judiciais;
i) acompanhar o andamento das ações judiciais ou processos administrativos de interesse da
Secretaria de Educação, ressalvadas as competências da Procuradoria Geral do Município.

III - Unidade Jurídica:

a) examinar, informar, responder e encaminhar documentos e processos que sejam submetidos ao


apoio jurídico relativos aos processos administrativos;
b) comparecer e dar suporte jurídico nas audiências relacionadas à Gerência Geral de Assuntos
Jurídicos, quando necessário;
c) supervisionar os contratos administrativos, processos licitatórios, no âmbito da competência da
Secretaria de Educação, ressalvadas as competências da Procuradoria Geral do Município.

IV - Núcleo de Processo Administrativo e Sindicância:

a) processar e emitir relatórios em processo administrativo disciplinar de competência da Secretaria


de Educação;
b) elaborar relatórios e decisões relacionadas à aplicação de penalidades ao final do Processo
Administrativo Disciplinar.

V - Divisão de Assuntos Jurídicos:

a) assessorar a Gerência Geral de Assuntos Jurídicos no desenvolvimento das atividades de sua


competência;
b) controlar, acompanhar e monitorar o atendimento às demandas encaminhadas pela Gerência
Geral de Assuntos Jurídicos aos diversos setores da Secretaria de Educação;

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c) coordenar os encaminhamentos, cotas e despachos relativos aos processos de responsabilidade da


Gerência Geral de Assuntos Jurídicos.

Seção IV
Da Secretaria Executiva de Infraestrutura

Art. 13. Integram a Secretaria Executiva de Infraestrutura:

I - Gerência Geral de Obras;

II - Gerência Geral de Projetos de Infraestrutura;

III - Gerência Geral de Infraestrutura;

IV - Gerência Geral de Orçamento e Licitação de Obras;

V - Gerência de Planejamento e Monitoramento de Infraestrutura;

VI - Divisão de Obras;

VII - Setor de Obras;

VIII - Unidade de Planejamento e Monitoramento;

IX - Divisão de Planejamento e Monitoramento de Infraestrutura.

Art. 14. À Secretaria Executiva de Infraestrutura compete:

I - desenvolver e executar o plano de obras, construção, ampliação, requalificação e manutenção


preventiva e corretiva das unidades educacionais, gerenciamento e acompanhamento das obras, serviços
e ações de infraestrutura da rede municipal de educação, definidas no planejamento global da política de
expansão e melhoria da infraestrutura da rede;

II - elaborar projetos arquitetônicos e complementares das unidades educacionais e administrativas,


elaboração de orçamentos, especificações e memoriais descritivos, emissão de pareceres e notas
técnicas, elaboração de termos de referência e demais documentos relacionados a infraestrutura.

Art. 15. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Infraestrutura compete:

I - Gerência Geral de Obras:

a) gerenciar e acompanhar a execução de contratos e obras de manutenção preventiva, corretiva e


requalificação e demais serviços de infraestrutura nas unidades educacionais em todas as Regiões
Políticas Administrativas;
b) coordenar a equipe de engenheiros e técnicos na fiscalização de obras de manutenção e
requalificação das unidades educacionais em todas as Regiões Político-Administrativas;
c) acompanhar medições efetuadas pelos fiscais, coordenar o lançamento no sistema e solicitar o
encaminhamento para pagamento;
d) planejar futuras demandas de manutenção preventiva e de requalificação de unidades de ensino.

II - Gerência Geral de Projetos de Infraestrutura:

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a) coordenar a equipe de arquitetos e estagiários no desenvolvimento de projetos de novas unidades,


reformas e requalificações das unidades educacionais;
b) acompanhar as obras com a equipe técnica de engenharia, no intuito de ajudar a resolver detalhes
nas obras da Secretaria;
c) planejar futuras demandas de projetos de arquiteturas para edifícios educacionais, de acordo com
as necessidades por região da cidade;
d) gerenciar e acompanhar a execução dos projetos executivos arquitetônicos e projetos
complementares feitos por empresas contratadas para os processos de licitação e execução das obras;
e) acompanhar os projetos conveniados com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
assim como atendimento às visitas técnicas de fiscalização que possam ocorrer pelo ente federal.

III - Gerência Geral de Infraestrutura:

a) gerenciar e supervisionar a execução de obras de construção e ampliação e serviços de


manutenção das unidades educacionais em todas as Regiões Político-Administrativas, coordenando a
equipe de engenheiros e técnicos na fiscalização de obras;
b) gerenciar e acompanhar os contratos de obras de construção e ampliação nas unidades
educacionais em todas as RPA´S;
c) acompanhar medições efetuadas pelos fiscais, coordenar o lançamento no sistema e solicitar o
encaminhamento para pagamento;
d) vistoriar e elaborar pareceres, atestados, laudos e outros documentos de natureza técnica relativos
a patologias e problemas estruturais existentes nas unidades da rede municipal de ensino.

IV - Gerência Geral de Orçamento e Licitação de Obras:

a) gerir os processos de licitação de serviços e obras de construção civil, inclusive construções,


ampliações, requalificações e serviços de manutenção;
b) elaborar peças técnicas, orçamento, termo de referência, memória de cálculo, cronograma físico
financeiro, Curva ABC e outros instrumentos necessários aos processos de licitação;
c) realizar o monitoramento das documentações nas fases internas e externas dos processos
licitatórios, tendo responsabilidade sobre respostas a termo de análise, diligências, recursos
administrativos, e outros documentos relacionados aos setores regulamentadores.

V - Gerência de Planejamento e Monitoramento de Infraestrutura: fiscalizar a manutenção, ampliação


e monitoramento das Unidades Educacionais da Rede, bem como as obras de infraestrutura na
construção e requalificação de unidades educacionais da rede municipal de Ensino do Recife.

VI - Divisão de Obras: fiscalizar obras de infraestrutura na construção e requalificação de unidades


educacionais da rede municipal de Ensino do Recife.

VII - Setor de Obras:

a) elaborar e controlar as planilhas de medição e solicitação do subempenho;


b) monitorar os saldos dos serviços e obras das planilhas orçamentárias contratuais;
c) prestar apoio administrativo na elaboração de planilhas de informações gerenciais.

VIII - Unidade de Planejamento e Monitoramento: fiscalizar obras de infraestrutura na construção e


requalificação de unidades educacionais da rede municipal de Ensino do Recife.

IX - Divisão de Planejamento e Monitoramento de Infraestrutura: monitorar equipes de capinação,


limpeza de reservatórios e esgotamento de fossas.

Seção V

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Da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica

Art. 16. Integram a Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica:

I - Gerência Geral de Desenvolvimento da Educação;

II - Gerência de Apoio Pedagógico;

III - Gerência do Programa de Alfabetização;

IV - Gerência de Alfabetização e Letramento, Educação Infantil e Anos Iniciais;

V - Gerência de Anos Finais e Educação Integral;

VI - Gerência de Educação Especial;

VII - Unidade de Formação de Leitores e Educação Ambiental;

VIII - Divisão de Anos Iniciais do Ensino Fundamental;

IX - Assessoria de Gestão Pedagógica;

X - Divisão de Anos Finais do Ensino Fundamental;

XI - Divisão de Educação de Jovens e Adultos;

XII - Divisão de Educação Infantil.

Art. 17. À Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica compete:

I - assessorar o Secretário de Educação em demandas de âmbito pedagógico;

II - planejar as diretrizes pedagógicas para a rede de ensino;

III - articular com todos os gerentes da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica ações que visem a
garantia da oferta de ensino com qualidade e equidade a todos os estudantes matriculados na rede;

IV - coordenar e supervisionar o trabalho desenvolvido por todas as Gerências vinculadas à Secretaria


Executiva de Gestão Pedagógica;

V - estabelecer metas e ações a serem atingidas pela equipe da Secretaria Executiva;

VI - analisar e propor estratégias pedagógicas para o cumprimento das metas estabelecidas;

VII - estabelecer uma relação coerente entre as ações pedagógicas e administrativas em âmbito de
Secretaria;

VIII - ordenar despesas consoantes à propositura pedagógica de acordo com o planejamento da


Secretaria de Educação, em conformidade com o Planejamento Orçamentário Anual;

IX - realizar ações para a expansão da Educação Infantil;

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X - corroborar com o trabalho pedagógico para alfabetização na idade certa;

XI - desenvolver projetos pedagógicos de interesse da Secretaria de Educação;

XII - apoiar outras secretarias executivas sempre que necessária contribuição técnica em âmbito
pedagógico.

Art. 18. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica compete:

I - Gerência Geral de Desenvolvimento da Educação:

a) apoiar o trabalho do Secretário Executivo articulando as demais gerências para o cumprimento do


planejamento da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica;
b) viabilizar materiais pedagógicos para os demais gerentes;
c) assessorar a secretária executiva com relação à elaboração de documentos internos, bem como
publicações oficiais;
d) assessorar a Secretaria Executiva com relação às demandas junto à Procuradoria Geral do
Município e Gerência Geral de Assuntos Jurídicos;
e) acompanhar o Planejamento Orçamentário Anual;
f) gerenciar relatórios que tratem do desempenho da aprendizagem e outros índices pedagógicos da
Secretaria de Educação.

II - Gerência de Apoio Pedagógico:

a) orientar e acompanhar as ações desenvolvidas pelas equipes técnicas de formação, de apoio à


coordenação pedagógica e à avaliação;
b) orientar a elaboração de materiais pedagógicos pelas equipes técnicas da Secretaria Executiva de
Gestão Pedagógica, realizando a revisão das produções;
c) propor as estratégias para o acompanhamento pedagógico, por segmento, nas unidades
educacionais;
d) supervisionar a realização dos encontros formativos com os profissionais da rede municipal de
Educação do Recife;
e) elaborar instrumentos de acompanhamento a serem utilizados nas rotinas de visitação dos
técnicos;
f) consolidar e analisar os dados referentes ao acompanhamento;
g) propor projetos pedagógicos entre todas as gerências, articulando-os para o melhor desempenho
das ações pedagógicas da Secretaria Executiva;
h) articular as ações pedagógicas desenvolvidas pelas equipes técnicas da Secretaria Executiva de
Gestão Pedagógica.

III - Gerência do Programa de Alfabetização:

a) conhecer e implementar as políticas de alfabetização firmadas pelo município;


b) desenvolver e implementar as políticas de alfabetização propostas pelo município;
c) analisar, propor e desenvolver ações pedagógicas visando a melhoria da qualidade da educação do
município, assegurando a alfabetização na idade certa;
d) incentivar e mediar a equipe a uma comunicação efetiva com os coordenadores pedagógicos e
professores da Rede;
e) distribuir, monitorar e desenvolver com a equipe, as ações planejadas para garantir a alfabetização
na idade certa;
f) planejar e acompanhar as atividades da equipe junto às unidades educacionais;
g) manter contato com gerentes de outros setores, compartilhando informações, construindo
proposições e pensando soluções;

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h) divulgar, propor e apoiar a formação continuada da equipe, dos professores e coordenadores da


rede, na área de alfabetização.

IV - Gerência de Alfabetização e Letramento, Educação Infantil e Anos Iniciais:

a) consolidar e acompanhar dados referentes aos projetos pedagógicos voltados para Alfabetização,
em especial para que esta aconteça na idade certa;
b) gerenciar e acompanhar as ações desenvolvidas nas unidades educacionais que possuam turmas
de Grupos IV e V da Educação Infantil (pré-escola), bem como 1º e 2º anos do Ensino Fundamental;
c) acompanhar os resultados das avaliações externas dos estudantes de Anos Iniciais, da Rede
Municipal do Recife, cujo foco esteja concentrado na Alfabetização e na competência Leitora;
d) coordenar Projetos e Programas relacionados com Alfabetização;
e) assessorar pedagogicamente os profissionais no processo de Alfabetização;
f) acompanhar as atividades de alfabetização desenvolvidas na Rede Municipal do Recife.

V - Gerência de Anos Finais e Educação Integral:

a) consolidar e acompanhar dados referentes aos projetos pedagógicos desenvolvidos nas escolas de
Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos;
b) gerenciar e acompanhar as ações desenvolvidas nas escolas de Anos Finais, incluindo-se as escolas
em tempo integral e Educação de Jovens e Adultos;
c) acompanhar os resultados das avaliações externas dos estudantes de Anos Finais e Educação de
Jovens e Adultos, da Rede Municipal do Recife;
d) coordenar Projetos e Programas desenvolvidos nas escolas de Anos Finais;
e) assessorar pedagogicamente os profissionais das escolas de Anos Finais e Educação de Jovens e
Adultos;
f) acompanhar as atividades desenvolvidas na Divisão de Anos Finais;
g) acompanhar as atividades desenvolvidas na Divisão de Educação de Jovens e Adultos;
h) monitorar visitas técnicas realizadas nas escolas de Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos.

VI - Gerência de Educação Especial:

a) garantir a oferta qualificada de serviços e atendimentos pedagógicos junto aos estudantes com
deficiência, transtornos e Altas Habilidades/Superdotação, matriculados na Rede Municipal do Recife;
b) acompanhar e orientar na atuação/prática pedagógica e proposta de formação continuada, no que
se refere aos professores do Atendimento Educacional Especializado - AEE, lotados nas unidades de
ensino;
c) articular ações planejadas de sensibilização e quebra de barreiras atitudinais no espaço escolar,
favorecendo a construção de estrutura e condições necessárias à apropriação do conhecimento e direitos
de aprendizagens, numa perspectiva inclusiva.

VII - Unidade de Formação de Leitores e Educação Ambiental:

a) assessorar os profissionais das bibliotecas e salas de leitura com relação a projetos especiais para
formação de leitores e incentivo à Educação Ambiental;
b) opinar sobre as obras paradidáticas a serem adotadas na rede do Recife;
c) visitar e acompanhar o trabalho desenvolvido nas unidades educacionais;
d) orientar a formação continuada dos profissionais das bibliotecas e salas de leitura.

VIII - Divisão de Anos Iniciais do Ensino Fundamental:

a) garantir o assessoramento pedagógico às escolas de Ensino Fundamental nos Anos Iniciais;


b) auxiliar o Gerente de Alfabetização e Letramento, Educação Infantil e Anos Iniciais, no que tange ao

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planejamento pedagógico para este segmento de ensino;


c) acompanhar equipe técnica em visitação às escolas, bem como na consolidação de atividades
pedagógicas inerentes à faixa de ensino que compreende os Anos Iniciais da Educação Infantil;
d) corroborar para a formação continuada de professores e coordenadores pedagógicos da rede;
e) revisar o currículo anualmente, propor conteúdos inovadores para o referido segmento.

IX - Assessoria de Gestão Pedagógica:

a) assessorar o Secretário Executivo de Gestão Pedagógica, com relação à organização de reuniões,


compatibilização de agenda; organizar despachos;
b) elaborar documentos internos;
c) recepcionar visitas ao Gabinete da Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica;
d) organizar relatórios mensais sobre as demandas do setor.

X - Divisão de Anos Finais do Ensino Fundamental:

a) promover a socialização de experiências pedagógicas significativas, desenvolvidas pelos


educadores;
b) emitir pareceres sobre projetos pedagógicos propostos para a fase de ensino em questão;
c) articular-se com instâncias governamentais e não governamentais tendo em vista assegurar a
realização plena de projetos que qualifiquem o fazer pedagógico;
d) garantir o desenvolvimento de projetos e programas didáticos voltados para a dinamização da
Política de Ensino da rede;
e) organizar, acompanhar e avaliar a sistemática de atendimento às necessidades básicas de
aprendizagem e do desenvolvimento integral dos estudantes, assegurando o reconhecimento de sua
condição cidadã de sujeito de direitos;
f) emitir pareceres técnicos sobre materiais e projetos destinados ao público de Anos Finais do Ensino
Fundamental, tais como coleções de livros, jogos, plataformas, entre outros;
g) garantir a plena articulação entre os componentes curriculares dos Anos Finais, assessorando os
Coordenadores Pedagógicos e Professores das unidades educacionais.

XI - Divisão de Educação de Jovens e Adultos:

a) planejar, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar a política municipal de educação de jovens


e adultos, assegurando acesso, permanência e aprendizagem para o avanço na escolarização;
b) planejar, orientar e acompanhar a implementação das diretrizes curriculares nas Escolas
Municipais de Ensino Fundamental que ofertam Educação de Jovens e Adultos (EJA);
c) elaborar, executar e avaliar planos de trabalho, programas e projetos que concretizem a política de
educação de jovens e adultos no Município;
d) assessorar, acompanhar e avaliar propostas de trabalho das Unidades de Ensino, seus
planejamentos e ações que garantam a efetividade da política de educação de jovens e adultos no
Município;
e) acompanhar, assessorar e avaliar a ação pedagógica das escolas que ofertam a EJA;
f) participar da elaboração e socializar documentos com informações legais, administrativas e
pedagógicas que subsidiem as unidades de ensino quanto ao funcionamento da vida escolar dos
estudantes da Educação de Jovens e Adultos;
g) analisar, selecionar e indicar aquisição de materiais didáticos, pedagógicos, bibliográficos e de
recursos tecnológicos para o apoio às atividades do processo ensino aprendizagem;
h) participar do planejamento de ações integradas com as demais unidades administrativas da
Secretaria, considerando objetivos comuns, com o intuito de racionalizar esforços administrativos,
financeiros, pedagógicos e educacionais;
i) avaliar os índices de aprovação, reprovação e evasão apresentados pelas Unidades de Ensino, para
subsidiar tomada de decisões;

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j) planejar, acompanhar, avaliar e realizar atividades formativas para os profissionais que atuam na
Educação de Jovens e Adultos;
k) planejar ações em parceria com outras secretarias, instituições, organizações comunitárias e
movimentos sociais, no sentido de potencializar o atendimento e assegurar a permanência dos
estudantes;
l) participar de fóruns de formulação das políticas de Educação de Jovens e Adultos, em âmbito
municipal, estadual e nacional;
m) executar outras atividades correlatas ou que lhes venham a ser atribuídas.

XII - Divisão de Educação Infantil:

a) garantir o assessoramento pedagógico às unidades de Educação Infantil;


b) auxiliar o Gerente de Alfabetização e Letramento Educação Infantil e Anos Finais, no que tange ao
planejamento pedagógico para este segmento de ensino;
c) acompanhar equipe técnica em visitação às unidades educacionais, bem como na consolidação de
atividades pedagógicas inerentes à faixa de ensino que compreende a Educação Infantil;
d) corroborar para a formação continuada de professores e coordenadores pedagógicos da rede;
e) revisar o currículo anualmente e propor conteúdos inovadores para a Educação Infantil.

Seção VI
Da Secretaria Executiva de Planejamento e Coordenação

Art. 19. Integram a Secretaria Executiva de Planejamento e Coordenação:

I - Gerência Geral de Planejamento, Orçamento e Captação;

II - Gerência de Coordenação e Monitoramento de Projetos Prioritários;

III - Gerência de Planejamento Orçamentário e Captação;

IV - Unidade de Monitoramento;

V - Unidade de Orçamento;

VI - Unidade de Gestão por Resultados.

Art. 20. À Secretaria Executiva de Planejamento e Coordenação compete:

I - coordenar o planejamento estratégico e a gestão orçamentária da Secretaria de Educação;

II - desenvolver iniciativas de aprimoramento da gestão;

III - apoiar o Secretário de Educação nas discussões e deliberações de interesse da educação;

IV - promover a cooperação entre setores para execução de projetos institucionais;

V - manter repositório de informações estratégicas para a Secretaria de Educação.

Art. 21. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Planejamento e Coordenação compete:

I - Gerência Geral de Planejamento, Orçamento e Captação:

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a) articular, coordenar e apoiar a elaboração e a execução do Plano Plurianual (Elaboração de Metas


Financeiras) e da Lei Orçamentária Anual (Alocação do Orçamento e Elementação/detalhamento da
natureza da despesa da Secretaria de Educação;
b) gerenciar ações inerentes à Unidade orçamentária de Secretaria;
c) realizar estudos técnicos relativos ao orçamento da Secretaria da Educação;
d) coordenar a elaboração do Planejamento Orçamentário Anual;
e) acompanhar a execução do Planejamento Orçamentário Anual, capacitar às áreas envolvidas e
realizar estudos técnicos relacionados às ações e programas da Secretaria de Educação, em consonância
com o PPA e a LOA;
f) implantar os bloqueios orçamentários para abertura de processos licitatórios, renovações
contratuais;
g) gerir a Unidade Orçamentária, realizando as movimentações orçamentárias necessárias para
atender as despesas da Secretaria;
h) gerenciar as ações de controle e planejamento orçamentário junto às demais unidades da
Secretaria e órgãos envolvidos;
i) promover a captação e orientar a prestação de contas dos recursos oriundos dos programas
federais.

II - Gerência de Coordenação e Monitoramento de Projetos Prioritários:

a) monitorar o Planejamento Estratégico da Secretaria de Educação do Recife;


b) apoiar as Secretarias Executivas na modernização e otimização da gestão pública;
c) coordenar e monitorar a gestão estratégica da Secretaria de Educação;
d) desenvolver e aperfeiçoar o modelo de gestão e sistematizar o gerenciamento dos projetos
estratégicos da Secretaria de Educação.

III - Gerência de Planejamento Orçamentário e Captação:

a) planejar, articular, coordenar e acompanhar a operacionalização dos Programas Federais no âmbito


da Secretaria Municipal de Educação;
b) monitorar e orientar a prestação de contas dos Programas Federais junto ao FNDE;
c) apoiar na elaboração dos convênios e na captação dos Recursos Federais para subsidiar nas ações e
desenvolvimento da educação municipal.

IV - Unidade de Monitoramento:

a) receber e gerir, junto às Secretarias Executivas da Secretaria de Educação do Recife, os pedidos de


acesso à informação, sugestões e elogios encaminhados;
b) monitorar, sistematicamente, os pedidos, efetuando o registro e controle de seus resultados.

V - Unidade de Orçamento:

a) acompanhar sistematicamente a execução orçamentária;


b) realizar o controle do fluxo dos saldos orçamentários
c) elaborar as solicitações de remanejamentos e decretos orçamentários para atender às
necessidades das Secretarias Executivas;
d) elaborar os bloqueios orçamentários necessários para o andamento dos processos licitatórios.

VI - Unidade de Gestão por Resultados:

a) coordenar a elaboração e implementação do planejamento estratégico com as demais Secretarias


Executivas;
b) apoiar o Secretário Executivo de Planejamento e Coordenação em ações que envolvam as demais

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executivas;
c) produzir, sistematizar e analisar informações estatísticas da educação;
d) apoiar as iniciativas de Gestão por Resultados;
e) apoiar o aprimoramento da gestão de dados e informações junto às demais Secretarias Executivas.

Seção VII
Da Secretaria Executiva de Gestão de Rede

Art. 22. Integram a Secretaria Executiva de Gestão de Rede:

I - Gerência Geral Administrativa da Rede;

II - Gerência Geral de Gestão da Rede;

III - Gerência Administrativa da Rede;

IV - Gerência de Gestão de Rede;

V - Gerência Regional de Educação;

VI - Divisão de Apoio Social;

VII - Divisão do Controle e Análise de Dados;

VIII - Divisão de Desenvolvimento e Acompanhamento da Rede;

IX - Divisão de Gabinete;

X - Setor de Frequência de Bolsa Família;

XI - Setor de Gerência Regional;

XII - Setor de Ordenamento da Rede;

XIII - Assistência de Gestão de Rede;

XIV - Coordenação de Creche.

Art. 23. À Secretaria Executiva de Gestão de Rede compete:

I - gerenciar a gestão da Rede Municipal de Ensino em consonância com o padrão de qualidade


estabelecido;

II - gerenciar o ordenamento da Rede Municipal de Ensino, no que tange a matrícula, sistematização


de dados (CENSO) e informações de indicadores de demandas reprimidas, para viabilizar a ampliação da
oferta de vagas;

III - elaborar o calendário letivo oficial da Rede Municipal de Ensino;

IV - administrar o prédio sede do Centro Administrativo Pedagógico (CAP);

V - planejar e gerenciar a necessidade de materiais, mobiliários e equipamentos;

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VI - acompanhar e monitorar as unidades educacionais, por meio das Gerências Regionais;

VII - gerenciar as ações da gestão escolar no que concerne a implementação, fortalecimento e


direcionamento dos órgãos colegiados, bem como dos órgãos gerenciadores de recursos financeiros;

VIII - gerenciar e elaborar normativas da Secretaria de Educação;

IX - gerenciar e orientar sobre o processo para credenciamento das unidades educacionais da Rede
Municipal de Ensino, bem como as instituições de ensino privadas de Educação Infantil, pertencentes ao
Sistema Municipal de Ensino do Recife (SMER), inclusive as comunitárias (conveniadas ou não);

X - gerenciar e acompanhar o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD);

XI - acompanhar e monitorar o Projeto de Verificação Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e


Infrequência (Projeto V.O.L.T.E.I), realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de
Pernambuco;

XII - gerenciar e acompanhar os programas sociais ofertados aos estudantes, por meio da Unidade de
Atendimento Social e Emocional (UASE);

XIII - acompanhar e monitorar o Projeto do Busca Ativa Escolar (BAE) realizado em parceria com o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Art. 24. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Gestão de Rede compete:

I - Gerência Geral Administrativa da Rede:

a) gerenciar o fluxo administrativo da Secretaria Executiva de Gestão de Rede;


b) gerenciar as atividades relacionadas à aquisição de materiais da gestão de rede, bem como,
acompanhar e monitorar a execução das demandas administrativas.

II - Gerência Geral de Gestão da Rede:

a) acompanhar e monitorar o ordenamento da Rede Municipal de Ensino, nos aspectos relacionados


à matrícula, às sistematizações de dados (CENSO) e às informações de indicadores de demandas
reprimidas, com vistas ao planejamento para a ampliação da oferta de vagas;
b) acompanhar e monitorar a gestão da Rede Municipal de Ensino, objetivando a garantia do padrão
de qualidade estabelecido;
c) monitorar o acompanhamento das unidades de ensino municipais, realizado pelas Gerências
Regionais de Educação;
d) acompanhar o cumprimento e a efetivação do calendário letivo oficial da Rede Municipal de
Ensino, pelas unidades educacionais;
e) acompanhar e monitorar as ações da gestão escolar, no que concerne à implementação,
fortalecimento e direcionamento dos órgãos colegiados, bem como dos órgãos gerenciadores de recursos
financeiros;
f) acompanhar e monitorar as ações do núcleo de normatização;
g) acompanhar e monitorar os processos para credenciamento das unidades educacionais da Rede
Municipal de Ensino, bem como as instituições de ensino privadas de Educação Infantil, pertencentes ao
Sistema Municipal de Ensino do Recife (SMER), inclusive as comunitárias (conveniadas ou não);
h) acompanhar e monitorar o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD);
i) acompanhar e monitorar o Projeto de Verificação Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e
Infrequência (Projeto V.O.L.T.E.I), realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de

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Pernambuco;
j) acompanhar e monitorar os programas sociais ofertados aos estudantes, por meio da Unidade de
Atendimento Social e Emocional (UASE);
k) acompanhar e monitorar o Projeto do Busca Ativa Escolar (BAE) realizado em parceria com o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

III - Gerência Administrativa da Rede:

a) elaborar termos de referência de materiais relativos à Gestão da Rede, emitir pareceres de


amostras e fiscalizar contratos;
b) gerenciar o suprimento de compras e serviços da Rede Municipal de Ensino;
c) acompanhar e monitorar a equipe que gerencia a necessidade de materiais, mobiliários e
equipamentos para Rede Municipal de Ensino;
d) supervisionar a administração do prédio sede do Centro Administrativo Pedagógico (CAP);
e) acompanhar e monitorar os fluxos de tramitação de processos licitatórios demandados pela
Secretaria Executiva de Gestão de Rede.

IV - Gerência de Gestão de Rede:

a) gerenciar, monitorar e acompanhar a implementação e renovação dos órgãos colegiados das


unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino de Recife;
b) gerenciar as unidades educacionais, no que concerne às obrigações junto à Receita Federal, das
Unidades Executoras;
c) gerenciar as unidades educacionais que utilizam o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE
Interativo e as unidades educacionais contempladas com os programas PDDE Básico, Emergencial e Ações
Integradas;
d) promover momentos de planejamento e estudo das normatizações de políticas de gestão de rede,
referentes ao processo de gestão democrática;
e) gerenciar as formações continuadas para os gestores da Rede Municipal de Ensino de Recife, no
que se refere aos programas, implementação de órgão colegiados e órgão gerenciadores de recursos
financeiros;
f) gerenciar e planejar ações do programa Busca Ativa Escolar, no sentido de mitigar os riscos de
evasão e abandono dos estudantes;
g) gerenciar e planejar o acompanhamento da frequência escolar dos estudantes beneficiários do
Programa Auxílio Brasil e Bolsa Escola Municipal;
h) gerenciar e planejar ações que priorizam temáticas voltadas para a saúde, cultura de paz, bullying,
depressão, enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes e outras temáticas correlatas;

V - Gerência Regional de Educação:

a) gerenciar o acompanhamento das unidades educacionais da Rede Municipal, bem como, a


articulação entre essas unidades e a Secretaria de Educação, no âmbito de sua jurisdição, para
atendimento às demandas existentes de forma mais eficiente, realizando ajustes e/ou intervenção
quando necessário;
b) gerenciar e acompanhar o trabalho administrativo pedagógico desenvolvido nas unidades
educacionais da Rede Municipal de Ensino do Recife, promovendo a articulação entre as diretrizes da
Secretaria de Educação e o contexto de cada unidade educacional, com vistas à garantia do direito do
estudante e a melhoria da qualidade do ensino.

VI - Divisão de Apoio Social: coordenar os Programas Sociais na Secretaria de Educação, dentre os


quais, o Programa Bolsa Escola Municipal (PBEM), condicionalidade do Programa Bolsa Família (BFAM);
Projeto Escola que Protege (EQP), Programa de Saúde na Escola (PSE), Núcleo de Enfrentamento à
Violência Escolar, Auxílio Brasil e Busca Ativa Escolar (BAE).

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VII - Divisão do Controle e Análise de Dados: coordenar e sistematizar dados e informações


administrativas e gerenciais da Secretaria Executiva de Gestão de Rede.

VIII - Divisão de Desenvolvimento e Acompanhamento da Rede: coordenar e administrar as ações


relacionadas ao levantamento, controle e distribuição dos materiais (kits dos estudantes, professores,
gestão, sala de aula, fardamento), mobiliários e equipamentos necessários ao funcionamento das
unidades educacionais e administrativas da Rede Municipal de Ensino do Recife.

IX - Divisão de Gabinete: assessorar, direcionar, organizar e controlar as atividades administrativas


correlatas às ações desenvolvidas de suporte ao gabinete da Secretaria Executiva de Gestão de Rede.

X - Setor de Frequência de Bolsa Família: coordenar as ações de controle do programa, com foco na
verificação bimestral da frequência escolar dos estudantes beneficiários do Bolsa Família.

XI - Setor de Gerência Regional: gerenciar e monitorar as unidades educacionais e criar um fluxo de


comunicação com a Secretaria Executiva de Gestão de Rede.

XII - Setor de Ordenamento da Rede: coordenar as ações voltadas para o ordenamento da Rede
Municipal de Ensino, nos aspectos relacionados à matrícula, às sistematizações de dados (CENSO) e às
informações de indicadores de demandas reprimidas, com vistas ao planejamento para a ampliação da
oferta de vagas.

XIII - Assistência de Gestão de Rede: assessorar e coordenar ações relacionadas à gestão


administrativa de rede.

XIV - Coordenação de Creche: gerenciar as unidades de educação infantil que atendem as crianças da
faixa etária de creche: 0 a 3 anos de idade.

Seção VIII
Da Secretaria Executiva de Administração e Finanças

Art. 25. Integram a Secretaria Executiva de Administração e Finanças:

I - Gerência Geral de Administração e Finanças;

II - Gerência Geral de Alimentação Escolar;

III - Gerência Geral de Gestão de Pessoas;

IV - Gerência de Compras, Almoxarifado e Patrimônio;

V - Gerência de Logística;

VI - Unidade de Alimentação;

VII - Divisão de Alimentação e Nutrição;

VIII - Divisão de Almoxarifado;

IX - Divisão de Convênios;

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X - Divisão de Pessoal;

XI - Divisão de Terceirizados;

XII - Setor de Administração;

XIII - Setor de Administração;

XIV - Setor de Contratos;

XV - Setor de Patrimônio;

XVI - Setor de Tesouraria;

XVII - Unidade de Planejamento e Monitoramento;

XVIII - Supervisão de Administração e Finanças.

Art. 26. À Secretaria Executiva de Administração e Finanças compete planejar, coordenar e supervisionar
as atividades e projetos relacionados às compras de bens e contratação de serviços, à administração do
Patrimônio, à administração financeira, à política de gestão de pessoas e a gestão da alimentação escolar.

Art. 27. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Administração e Finanças compete:

I - Gerência Geral de Administração e Finanças:

a) realizar o gerenciamento de administração e finanças da Secretaria Executiva nas temáticas de


contratos, terceirização, finanças, suprimento, logística e compras;
b) implementar as decisões estratégicas definidas pela Secretaria Executiva;
c) exercer a função de Gerenciador Master do E-TCE.

II - Gerência Geral de Alimentação Escolar:

a) exercer a responsabilidade técnica pela alimentação escolar fornecida para rede municipal de
ensino em Recife, inclusive com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação - PNAE/FNDE;
b) elaborar o plano estratégico anual de trabalho da Gerência Geral de Alimentação Escolar para o
FNDE;
c) analisar e atender às solicitações dos órgãos fiscalizadores;
d) orientar e dar suporte ao Conselho de Alimentação Escolar - CAE quanto ao cumprimento das
exigências do PNAE/FNDE;
e) elaborar cardápios dentro dos padrões exigidos pelo FNDE;
f) acompanhar a realização do diagnóstico e avaliação nutricional dos estudantes da rede municipal;
g) elaborar plano de aceitação das dietas dos estudantes que apresentam necessidade nutricional
específica.

III - Gerência Geral de Gestão de Pessoas:

a) responder pelo gerenciamento dos servidores e estagiários da Secretaria de Educação;


b) implementar as decisões estratégicas definidas pela Secretaria Executiva.

IV - Gerência de Compras, Almoxarifado e Patrimônio:

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a) gerir compras, recebimento, armazenagem, distribuição, manutenção e preservação dos bens


adquiridos pela Secretaria de Educação;
b) gerir empenhos e envio para os fornecedores;
c) acompanhar o trâmite de notas fiscais para liquidação e pagamento;
d) acompanhar e monitorar todos os processos licitatórios relacionados às aquisições realizadas pela
Secretaria de Educação;
e) acompanhar os processos e comunicação com o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco -
TCE/PE.

V - Gerência de Logística:

a) gerenciar o recebimento, armazenagem e logística de distribuição de materiais adquiridos pela


Secretaria de Educação;
b) realizar monitoramento sistêmico, desde o recebimento até a alocação final da integridade dos
bens permanentes;
c) gerir o fluxo de distribuição e cubagem dos itens armazenados em estoque;
d) emitir relatório gerencial;
e) produzir o inventário anual de todos os materiais e emissão de relatório à Gerência Geral de
Contabilidade.

VI - Unidade de Alimentação:

a) fiscalizar contratos e monitoramento nas unidades educacionais;


b) monitorar a execução dos contratos;
c) elaborar termos de referência, documentos para comunicação interna e ofícios;
d) elaborar estratégias de trabalho para o setor;
e) realizar a conferência e faturamento de alimentação escolar fornecidas.

VII - Divisão de Alimentação e Nutrição: responder pelo controle do fornecimento, desde a


conferência de comandas até o recebimento das notas fiscais, e solicitação do pagamento ao setor
financeiro.

VIII - Divisão de Almoxarifado:

a) coordenar a sistemática de recebimento, armazenamento e distribuição de todos os materiais


adquiridos pela Secretaria de Educação;
b) gerir a equipe de apoio administrativo, subsidiando a execução das atividades dos mesmos;
c) emitir relatórios gerenciais;
d) gerenciar o estoque virtual de todas as movimentações do sistema do Portal de Compras;
e) monitorar os serviços de logística.

IX - Divisão de Convênios:

a) exercer o controle Financeiro da Secretaria de Educação e Liquidante;


b) executar a execução das despesas da Secretaria de Educação.

X - Divisão de Pessoal: apoiar o controle da gestão dos servidores da Secretaria de Educação junto à
Unidade de Planejamento e Monitoramento da Gerência Geral de Gestão de Pessoas.

XI - Divisão de Terceirizados:

a) fiscalizar os contratos de mão de obra terceirizada;


b) gerenciar a distribuição de material de limpeza nas unidades educacionais e administrativas;

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c) conferir e atestar notas fiscais dos pagamentos;


d) analisar e calcular os termos de referência;
e) analisar amostras de produtos adquiridos;
f) gerenciar a frota própria e locada de veículos.

XII - Setor de Administração (1.8.2.2.1):

a) responder pelo levantamento de informações relativos ao Censo para envio aos fornecedores;
b) atender solicitações de alteração de merenda, merenda para reposições de aula e reposição de
produto inadequado;
c) manter contato com todos os gestores da rede municipal de Educação.

XIII - Setor de Administração (1.8.2.2.2):

a) atender solicitações de dieta especial;


b) realizar cálculos nutricionais por refeição;
c) analisar solicitações de equipamentos e utensílios;
d) realizar análise sensorial da qualidade das amostras recebidas.

XIV - Setor de Contratos:

a) acompanhar informações gerenciais em planilhas internas dos contratos de locação e serviços;


b) monitorar toda tramitação dos Contratos de Engenharia, Serviço, Locação da Secretaria de
Educação;
c) gerir os pagamentos de locação, energia, abastecimento de água e telefonia.

XV - Setor de Patrimônio:

a) gerenciar, através de monitoramento sistémico, o recebimento, armazenagem, distribuição e


alocação final dos bens permanentes adquiridos pela Secretaria de Educação;
b) zelar pela integridade dos bens permanentes adquiridos pela Secretaria de Educação;
c) gerir a equipe de apoio técnico, subsidiando a execução das atividades da mesma;
d) emitir relatório gerenciais;
e) coordenar a logística de remoção de bens inservíveis e solicitação de transferências de insumos dos
órgãos administrativos da Secretaria de Educação.

XVI - Setor de Tesouraria:

a) efetivar o pagamento de fornecedores da Secretaria de Educação;


b) emitir ordens de pagamento e remessas de pagamentos pelo site do Banco do Brasil;
c) resolver pendências bancárias relacionadas aos fornecedores;
d) vistar os processos de prestação de contas de suprimento.

XVII - Unidade de Planejamento e Monitoramento:

a) tramitar processos referentes à readaptação, credenciamento, licença prêmio, acréscimo de


redução de carga horária, aula atividade e titulação.
b) implantar e acompanhar processos de ressarcimento de passagens intermunicipais;
c) enviar processos de passagens eletrônicas junto ao Grande Recife e boletos para efetivar
pagamento;
d) gerir, monitorar e acompanhar o absenteísmo das unidades educacionais e administrativas;
e) acompanhar e emitir relatórios de faltas não justificadas;
f) responder às demandas de natureza jurídica encaminhadas à Gerência Geral de Gestão de Pessoas;

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g) gerenciar a base de dados funcionais e financeiros da Secretaria de Educação;


h) emitir relatórios mensais para a Folha de Pagamento;
i) acompanhar a publicação dos atos administrativos em Diário Oficial do Município relativos aos
dados funcionais dos servidores da Secretaria;
j) gerenciar a adesão dos professores à aula-atividade e as alterações nos registros funcionais com os
respectivos cálculos financeiros;
k) gerenciar a tramitação e a sistematização da progressão funcional por tempo e por titulação dos
servidores da Secretaria;
l) administrar as solicitações de férias, horas extras, difícil acesso, vale transporte, autorizando
acumulação dos professores.

XVIII - Supervisor de Administração e Finanças

a) tramitar documentos recebidos e expedidos;


b) emitir documentos internos;
c) prestar auxílio administrativo nas reuniões e procedimentos relativos ao Conselho de Alimentação
Escolar.

Seção IX
Da Secretaria Executiva da Primeira Infância

Art. 28. Integram a Secretaria Executiva da Primeira Infância:

I - Gerência Geral de Articulação da Primeira Infância;

II - Unidade de Monitoramento da Primeira Infância.

Art. 29. À Secretaria Executiva da Primeira Infância compete:

I - promover e fortalecer a política pública da Primeira Infância, priorizando programas voltados para
o desenvolvimento e crescimento de ações e monitoramento das metas constantes no Plano Municipal da
Primeira Infância, atuando na intersetorialidade das atividades direcionadas para o cumprimento da Lei
18.769/2020;

II - coordenar e supervisionar o Comitê Executivo Intersetorial de Monitoramento do Plano Municipal,


no intuito de acompanhar o cumprimento das ações propostas para as Secretarias Municipais;

III - articular e prospectar projetos e ações com outros parceiros e/ou entidades que possuem
trabalhos direcionados para a Primeira infância, em áreas distintas.

Art. 30. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva da Primeira Infância compete:

I - Gerência Geral de Articulação da Primeira Infância:

a) atuar no gerenciamento da equipe da Secretaria Executiva, criando os cronogramas de atividades


para o desenvolvimento das tarefas que devem ser desempenhadas para o andamento das ações da
Primeira infância;
b) articular junto aos diversos atores e fortalecedores das ações da Primeira Infância a realização de
projetos e ações que possuem trabalhos direcionados para o tema, bem como reforçar a promoção da
política pública da Primeira Infância, que priorizem ao município a execução de projetos destinados ao
desenvolvimento e crescimento de ações constantes no Plano Municipal da Primeira Infância;
c) colaborar na intersetorialidade das atividades direcionadas ao cumprimento da Lei 18.769/2020.

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II - Unidade de Monitoramento da Primeira Infância:

a) prestar assistência e orientação aos gestores da Secretaria Executiva da Primeira Infância, no


domínio e utilização dos modelos, processos e ferramentas de planejamento e monitoramento da gestão
pública municipal;
b) atuar como facilitador e consultor interno na montagem e condução de reuniões estruturadas de
trabalho;
c) apoiar no acompanhamento da execução do planejado visando garantir a obtenção dos resultados
pretendidos;
d) elaborar relatórios de análise, críticas e sugestões para garantir a efetividade, eficácia e eficiência
do modelo de gestão.

Seção X
Da Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação

Art. 31. Integram a Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação:

I - Gerência Geral de Estratégias Educacionais;

II - Gerência Geral de Tecnologia;

III - Gerência de Finanças;

IV - Unidade de Infraestrutura de Tecnologia;

V - Divisão de Inovações Pedagógicas em Tecnologias.

Art. 32. À Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação compete:

I - gerenciar todas as ações, aquisições, serviços e equipes da Secretaria Executiva de Projetos,


Tecnologia e Inovação;

II - ordenar todas as despesas da secretaria executiva de projetos, tecnologia e inovação;

III - articular parcerias para a Secretaria de Educação;

IV - coordenar projetos estratégicos a pedido do Secretário de Educação.

Art. 33. Aos setores que compõem a Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação compete:

I - Gerência Geral de Estratégias Educacionais:

a) gerenciar todas as ações e equipes da Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação


relacionadas aos laboratórios de ciência e tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;
b) gerenciar e atestar todas as aquisições da Secretaria Executiva relacionadas aos laboratórios de
ciência e tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;
c) gerenciar e atestar todos os serviços prestados pelos contratos de gestão da Secretaria Executiva
relacionados aos laboratórios de ciência e tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;
d) acompanhar a execução de todos os contratos relacionados aos laboratórios de ciência e
tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;
e) desenvolver, aprovar e monitorar a implantação de novas estratégias e políticas relacionadas aos

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/decreto/2022/3580/35798/decreto-n-35798-2022-aprova-o-regimento-interno-da-secretaria-de-educa… 25/28
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laboratórios de ciência e tecnologia, a robótica e sustentabilidade na educação;


f) articular parcerias com universidades.

II - Gerência Geral de Tecnologia:

a) gerenciar todas as ações e equipes da Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação


relacionadas à inovação e tecnologia na Educação;
b) gerenciar e atestar todas as aquisições da Secretaria Executiva relacionadas à inovação e tecnologia
na Educação;
c) gerenciar e atestar todos os serviços prestados pelos contratos de gestão da Secretaria Executiva
relacionados à inovação e tecnologia na educação;
d) acompanhar a execução de todos os contratos da Secretaria Executiva relacionados à inovação e
tecnologia na Educação;
e) aprovar novas aquisições para suprimento e atualização do parque tecnológico;
f) desenvolver, aprovar e monitorar a implantação de novas estratégias e políticas de inovação
pedagógica e de uso da tecnologia da Educação;
g) representar a Secretaria Executiva em reuniões estratégicas para desenvolvimento e execução de
novas políticas de tecnologia na Educação;
h) articular com parceiros e fornecedores para implantação de novos programas e tecnologias para a
rede.

III - Gerência de Finanças:

a) gerenciar ações da Gerência Geral de Tecnologia, relacionadas a sistemas, infraestrutura e


conectividade;
b) desenvolver e monitorar sistemas que atendem as diversas áreas da Secretaria de Educação;
c) liberar e acompanhar entregas de equipamentos às unidades administrativas, unidades
educacionais, estudantes e professores;
d) monitorar a utilização dos equipamentos entregues aos estudantes;
e) gerenciar o suporte técnico;
f) gerenciar a ampliação da conectividade nas unidades administrativas, unidades educacionais e para
estudantes e servidores.

IV - Unidade de Infraestrutura de Tecnologia:

a) instruir processos de aquisição por meio de compra direta, adesão, licitação, inexigibilidade ou
dispensa de licitação;
b) solicitar a elaboração de contratos e renovação de contratos;
c) autorizar a realização de despesas;
d) solicitar bloqueio, empenhos, pagamentos, anuências e publicações;
e) acompanhar a execução dos objetos junto aos setores, podendo ser equipamentos ou serviços
entregues ou prestados à Secretaria;
f) apoiar os setores nas questões de compras;
g) acompanhar todos os processos de compra com os demais setores da Prefeitura;
h) solicitar e acompanhar a elaboração e assinatura de todos os contratos da Secretaria Executiva;
i) acompanhar a execução dos contratos da Secretaria Executiva, incluindo solicitação de aditivos;
j) apoiar as Gerências Gerais e a Secretaria Executiva no acompanhamento dos atestos e pagamentos
aos fornecedores;
k) realizar a gestão do controle de ponto, afastamentos e transferências dos servidores, terceirizados
e estagiários que compõem a Secretaria Executiva;
l) elaborar documentos;
m) administrar o prédio onde está instalada a Secretaria Executiva.

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V - Divisão de Inovações Pedagógicas em Tecnologias:

a) coordenar o trabalho e equipe dos Laboratórios de Ciência e Tecnologia da rede;


b) acompanhar o processo de estruturação dos laboratórios, projeto de infraestrutura, mobiliário,
equipamentos, criação de identidade visual e adesivagem;
c) acompanhar os planejamentos e atividades realizadas nos laboratórios.

CAPÍTULO IV
DAS COMPETÊNCIAS COMUNS

Art. 34. São atribuições comuns a todos os setores da Secretaria de Educação, no que diz respeito ao seu
âmbito de atuação:

I - administrar seus recursos humanos e materiais;

II - criar, aprimorar, divulgar e manter atualizados os indicadores de sua área;

III - elaborar relatórios gerenciais a respeito das matérias de sua competência;

IV - coordenar, supervisionar e controlar suas atividades administrativas;

V - controlar, aprimorar e coordenar os sistemas e os procedimentos de sua área;

VI - proceder à avaliação periódica dos resultados do trabalho;

VII - interagir com as demais áreas;

VIII - participar de estudos técnicos em conjunto com as áreas afins e elaborar relatórios técnicos
quando requisitado, atendendo os prazos estabelecidos;

IX - divulgar informações de assuntos de sua competência com outras áreas;

X - prestar e receber informações de forma eficiente, atendendo os prazos estabelecidos;

XI - propor, elaborar e participar das medidas de aperfeiçoamento estrutural;

XII - propor, elaborar e participar das alterações na legislação municipal;

XIII - propor, elaborar e participar das minutas de atos normativos e de instruções técnicas
necessárias à sua execução;

XIV - propor e participar de programas de capacitação e desenvolvimento de recursos humanos;

XV - empreender esforços contínuos de eficiência e de eficácia no desenvolvimento de suas


atividades;

XVI - executar atividades inerentes e de interesse da hierarquia superior;

XVII - subsidiar a tomada de decisão da hierarquia superior;

XVIII - oferecer subsídios para formulação das diretrizes da Secretaria, atendendo os prazos
estabelecidos;

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XIX - velar pela transparência administrativa e pelos padrões éticos do serviço público;

XX - velar pela boa performance administrativa de seus servidores;

XXI - velar pela segurança da informação em matéria de sigilo e de integridade;

XXII - velar pelo cumprimento da legislação de referência de seus serviços;

XXIII - analisar, instruir e solucionar os processos administrativos de sua competência.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. As competências e atribuições definidas neste Regimento não restringem e nem afastam as
definidas em leis específicas.

Art. 36.Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação do presente Regimento Interno serão
solucionados pelo Gabinete da Secretaria de Educação.

Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 13/07/2022

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LEI Nº 18.769 /2020
INSTITUI O PRIMEIRO PLANO DECENAL PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA DO RECIFE.

O POVO DA CIDADE DO RECIFE, POR SEUS REPRESENTANTES, DECRETOU, E EU, EM SEU NOME,
SANCIONO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º
Fica instituído o Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife, na forma do Anexo
Único desta Lei, instrumento multissetorial que consolida as Políticas Públicas no âmbito
municipal voltadas a crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos completos ou até 72 (setenta e dois)
meses de vida, com vistas a garantir o seu desenvolvimento integral e assegurar uma Primeira
Infância plena, estimulante e saudável, mediante a definição de metas e estratégias, em
cumprimento ao disposto no art. 3º da Lei Federal nº 13.257, de 8 de março de 2016, e às
diretrizes da Lei Municipal nº 18.491, de 25 de maio de 2018 (Marco Legal da Primeira Infância
do Recife).

Art. 2º
O Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife terá vigência até 2030, a contar da
data da publicação desta Lei.

Art. 3º
São diretrizes para a elaboração do Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife:
I - duração decenal;
II - abrangência de todos os direitos da criança nessa faixa etária;
III - concepção integral da criança como pessoa, sujeito de direitos e cidadã;
IV - inclusão de todas as crianças, com prioridade absoluta às que se encontram em situação
de vulnerabilidade e risco;
V - elaboração conjunta e participativa de todos os setores e órgãos municipais que atuam em
áreas que têm competências diretasou relacionadas à vida e desenvolvimento das crianças;
VI - participação da sociedade, por meio de organizações representativas, das famílias e
crianças na sua elaboração;
VII - articulação e complementaridade com as ações da União e do Estado na área da primeira
infância;
VIII - monitoramento contínuo do processo, incluindo os elementos que compõem a oferta dos
serviços, e avaliação dos resultados.

Art. 4º
Constituem eixos estratégicos do Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife:

I - Eixo Direito à Educação e Cultura:


Ampliação de vagas na educação infantil, garantia do direito à permanência e qualificação do
parque de unidades escolares;
Ampliação da relação com a comunidade escolar;
Valorização dos profissionais de educação;
Promoção e fortalecimento políticas educacionais;
Atenção e fortalecimento à cultura.

II - Eixo Direito à Saúde:


Atenção à gestação, parto, nascimento e ao recém-nascido;
Aleitamento materno e alimentação complementar saudável;
Promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral da criança;
Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas;
Atenção integral a crianças em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da
cultura de paz;
Atenção à saúde de crianças com deficiência, em situações específicas e de vulnerabilidades;
Vigilância do óbito fetal e infantil;
Formação profissional e educação permanente;

III - Eixo Direito à Assistência Social e Direitos Humanos:


Direito à Assistência Social e Direitos Humanos;
Diversidade e Inclusão;
Proteção Contra Acidentes;
Cultura de Paz e Não Violência;
Proteção Contra a Pressão Consumista;

IV - Eixo Direito ao Espaço Urbano:


Ambiente da cidade mais acolhedor e seguro para crianças de 0 a 6 anos;
Mais cocriação e a apropriação cidadã de espaços urbanos voltados para Primeira Infância.

V - Governança e Intersetorialidade:
Governança e Recursos para a Execução do Plano;
Fortalecimento do Conhecimento em Primeira Infância.

Art. 5º
As metas e estratégias previstas no Anexo Único integrante desta Lei deverão ser cumpridas
no prazo de vigência do Plano, desde que não haja prazo inferior definido para metas e
estratégias específicas.

Art. 6º
A execução do Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife e o cumprimento de
suas metas serão objeto de monitoramento e de avaliações periódicas.

Art. 7º
A Prefeitura do Recife deverá elaborar relatórios anuais de monitoramento e avaliação sobre
os investimentos e gastos com a Primeira Infância, o progresso das ações previstas para o
período em avaliação e o avanço dos resultados das ações previstas no Plano Decenal
Municipal.

§ 1º
As Secretarias com ações direcionadas à Primeira Infância conjuntamente com a Secretaria de
Planejamento e Gestão deverão submeter os relatórios anuais de monitoramento e
avaliação à Comissão de Monitoramento do Conselho Municipal de Defesa e
Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Recife (COMDICA), órgão responsável e
representativo pelo controle de políticas públicas para crianças e adolescentes.

§ 2º
A Comissão de Monitoramento do COMDICA, para monitoramento e avaliação do
Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância, deverá ser criada em até 30 (trinta) dias
após sanção desta Lei.

§ 3º O Primeiro Plano Decenal p ara a Primeira Infância e os relatórios de monitoramento e


avaliação deverão ser divulgados anualmente nos sítios institucionais da Prefeitura do Recife,
estimulando a transparência e o controle social de sua execução.
Art. 8º
Para fins de execução das metas e implementação das estratégias delineadas neste Primeiro
Plano Decenal para a Primeira Infância, o Poder Executivo Municipal poderá firmar convênios
com órgãos da Administração Direta ou Indireta, com outras esferas de governo, bem como
celebrar parcerias com o setor privado e termos de fomento e colaboração, na forma da Lei.

Parágrafo único.
A opção por p arcerias com a iniciativa privada ou com entidades sem fins lucrativos para
execução do previsto no "caput" deste artigo não substituirá o dever do poder público de
manter a rede de atenção direta.

Art. 9º
Até o final do primeiro semestre do nono ano de vigência deste Primeiro Plano Decenal para a
Primeira Infância, o Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal do Recife, sem prejuízo
das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Municipal da Primeira
Infância a vigorar no período subsequente, que incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e
estratégias para o próximo decênio.

Parágrafo único
O processo de elaboração do projeto de lei disposto no caput deverá ser precedido de ampla
participação de representantes do poder público, setor privado, organizações não
governamentais e sociedade civil, crianças e família, que deverá ser coordenado Conselho
Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Recife
(COMDICA), conforme o Marco Legal da Primeira Infância do Recife, Lei n. 18.491/2018.

Art. 10.
Ficam incorporadas ao Plano Plurianual do Município, as ações constantes do Primeiro
Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife, a fim de viabilizar sua plena execução.

Art. 1
1. Cada Secretaria Municipal responsável pelo atendimento da criança na Primeira Infância
terá dotação orçamentária específica para garantir o financiamento dos programas, serviços e
ações previstos no Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife, ora instituído.

Art. 12.
As despesas decorrentes da execução do disposto nesta Lei correrão por conta das dotações
orçamentárias próprias.

Art. 13.
Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação

ANEXO - Primeiro Plano Decenal para a Primeira Infância do Recife - 2020 - 2030
26/02/2024, 20:45 Lei Ordinária 18147 2015 de Recife PE

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LEI Nº 18.147/2015

APROVA O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.

O POVO DA CIDADE DO RECIFE, POR SEUS REPRESENTANTES, DECRETOU, E EU, EM SEU NOME, SANCIONO
A SEGUINTE LEI:

Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Educação da Cidade de Recife - PME, com vigência por 10
(dez) anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo Único, com vistas ao cumprimento do
disposto no inciso I do artigo 11 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no artigo 8º da Lei
Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014, e no inciso IV do art. 89 da Lei Orgânica do Município de
Recife.

Art. 2º São diretrizes do PME:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na


erradicação de todas as formas de discriminação;

IV - melhoria da qualidade de ensino e da educação;

V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se
fundamenta a sociedade;

VI - promoção da educação em direitos humanos, à diversidade cultural e à sustentabilidade


socioambiental;

VII - promoção humanística, cultural, científica e tecnológica do Município;

VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação, resultantes da receita


de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino fundamental, da educação infantil e da educação inclusiva;

IX - valorização dos profissionais de educação;

X - difusão dos princípios da equidade e do respeito à diversidade cultural.

Art. 3º As metas previstas no Anexo Único integrante desta lei deverão ser cumpridas no prazo de
vigência do PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.

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Art. 4º As metas previstas no Anexo Único integrante desta lei deverão ter como referência os censos
mais atualizados da educação básica e superior, disponíveis na data da publicação desta lei.

Art. 5º A execução do PME e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e
de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias:

I - Secretaria Municipal de Educação;

II - Comissão de Educação da Câmara Municipal de Educação;

III - Conselho Municipal de Educação;

IV - Fórum Municipal de Educação

§ 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:

I - divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais;

II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o


cumprimento das metas;

§ 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência deste PME, a Secretaria Municipal de
Educação, com o suporte de instituições de pesquisas, publicará estudos para aferir a evolução no
cumprimento das metas estabelecidas no Anexo desta Lei.

§ 3º O investimento público em educação a que se refere a Meta 20 do Anexo Único desta Lei,
engloba os recursos aplicados na forma do art. 212 da Constituição Federal e do art. 60 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, bem como os recursos aplicados nos programas suplementares e
de expansão da educação básica e profissional, inclusive da forma de incentivo e isenção fiscal, as bolsas
de estudos concedidas pelo Município do Recife, os subsídios concedidos em programas de
financiamento estudantil e o financiamento de creches, pré-escolas e de educação especial na forma do
art. 213 da Constituição Federal.

Art. 6º Fica mantido o regime de colaboração entre o Município, o Estado de Pernambuco e a União para
a consecução das metas do PME e a implementação das estratégias a serem realizadas.

§ 1º As estratégias definidas no Anexo Único integrante desta lei não excluem a adoção de medidas
visando a formalizar a cooperação entre os entes federados, podendo ser complementadas por
mecanismos nacionais e locais de coordenação e colaboração recíproca.

§ 2º O Sistema Municipal de Ensino do Recife deverá prever mecanismos de acompanhamento para a


consecução das metas do PME.

Art. 7º Para garantia da equidade educacional, o Município deverá considerar o atendimento às


necessidades específicas da Educação Especial, assegurando um sistema inclusivo em todos os níveis,
etapas e modalidades de ensino.

Art. 8ºO Plano Municipal de Educação da Cidade do Recife abrangerá, prioritariamente, o Sistema
Municipal de Ensino, definindo as metas e estratégias que atendam às incumbências que lhe forem
destinadas por lei.

Art. 9º Assegurar no PME a articulação das políticas educacionais com as demais políticas sociais,
particularmente as culturais, considerando as necessidades específicas das populações em situação de

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risco e de rua, comunidades com baixos índices de IDH e diversidade cultural.

Art. 10O Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais do Município deverão ser
formulados de modo a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes,
metas e estratégias do PME, a fim de viabilizar sua plena execução.

Art. 11 Até o final do primeiro semestre do nono ano de vigência deste PME, o Poder Executivo
encaminhará à Câmara Municipal do Recife, sem prejuízo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei
referente ao Plano Municipal de Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá diagnóstico,
diretrizes, metas e estratégias para o próximo decênio.

Parágrafo único. O processo de elaboração do projeto de lei disposto no caput deverá ser precedido
de consulta popular com a ampla participação de representantes da comunidade educacional e da
sociedade civil.

O Poder Executivo promoverá a realização de, pelo menos, 02 (duas) conferências municipais de
Art. 12
educação até o final do decênio, articuladas e coordenadas em conjunto com o Fórum Municipal de
Educação, com o objetivo de avaliar a execução deste PME.

Parágrafo único. O Fórum Municipal de Educação, além da atribuição referida no caput, acompanhará
a execução do PME e o cumprimento de suas metas.

Art. 13 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Recife, 22 de junho de 2015

GERALDO JULIO DE MELLO FILHO


Prefeito do Recife

Projeto DE LEI ORDINÁRIA Nº 10/2015- DE AUTORIA DO EXECUTIVO MUNICIPAL

ANEXO

METAS E ESTRATÉGIAS DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

META 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco)
anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender 70% (setenta por
cento) da demanda das crianças de até (três) anos até o final da vigência deste PME.

ESTRATÉGIAS:

1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
metas de expansão e ordenamento das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão
nacional de qualidade compatível com as peculiaridades locais;

1.2) garantir novas matriculas na educação infantil, contribuindo para universalização, até 2016, do
atendimento à população de 4 a 5 anos residente no Recife, e oferecer novas vagas para, no mínimo, 70%
(setenta por cento) da demanda das crianças de até 3 (três) anjos até o final da vigência deste PME."

1.3) realizar, periodicamente, em regime de colaboração, levantamento da demanda por creche para
a população de até 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda
manifesta;

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1.4) manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as normas de acessibilidade,


programa de construção e reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, visando à
expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas de educação infantil;

1.5) utilizar subsídios de programas do governo federal para aquisição de equipamentos para a rede
escolar pública de educação infantil, voltado à expansão e à melhoria da rede física de creches e pré-
escolas públicas, a partir do início da vigência desse plano;

1.6) melhorar as condições físicas das unidades de educação infantil, equipando-as com mobiliário
adequado, e adaptação para inclusão dos alunos(as) com deficiência e transtornos globais do
desenvolvimento, garantindo o fornecimento de alimentação escolar de qualidade para toda educação
infantil;

1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como entidades beneficentes de
assistência social na área de educação para a expansão da oferta na rede escolar pública;

1.8) promover a formação continuada dos profissionais de educação infantil, inclusive para a
utilização de softwares educativos, ferramentas e interfaces tecnológicas, priorizando os profissionais da
rede como formadores;

1.9) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento educacional


especializado complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, oferecendo a educação bilíngue para crianças
surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica;

1.10) preservar as especificidades da educação infantil na organização das redes escolares, garantindo
o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros
nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno(a)
de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental;

1.11) fortalecer a parceria da Secretaria de Educação com o Conselho Tutelar e o Ministério Público
para zelar pela matrícula e frequência das crianças de 4 e 5 anos na educação infantil, criando um
procedimento padrão que facilite a comunicação das unidades de ensino com o sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente, tomando como referência o decreto municipal nº 01/2007 (Projeto
Voltei);

1.12) promover e estimular a parceria escola-família, envolvendo-a nas atividades das unidades
educacionais, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 5 anos de idade, e a parceria com
os postos de saúde da família e centros de referência de assistência social para acompanhamento;

1.13) estabelecer parcerias para o atendimento psicológico aos estudantes da Rede Pública Municipal
de Ensino;

1.14) realizar chamada pública para efetivação da matrícula universal da demanda da população de 4
e 5 anos;

1.15) realizar, com a colaboração da União e do Estado, a cada ano, levantamento da demanda
manifesta por educação infantil em creches e pré-escolas, como forma de planejar e verificar o
atendimento;

1.16) garantir vaga na pré-escola dos alunos oriundos das unidades conveniadas na rede municipal de
ensino, respeitando-se a legislação vigente;

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1.17) manter grupos de trabalho na Secretaria de Educação responsáveis por acompanhar e


aprimorar a política de ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, ampliando a participação
dos profissionais de educação, oferecendo a formação e material pedagógico para as unidades de
educação infantil;

1.18) realizar concursos públicos para profissionais de educação, quando necessário, visando atender
à demanda proposta pela meta;

1.19) disciplinar, com amparo na legislação educacional, no âmbito do sistema de ensino, a


organização do trabalho pedagógico incluindo a adequação do calendário escolar de acordo com a
realidade local e as condições climáticas da região;

1.20) programar no calendário encontros para a discussão e avaliação do projeto político pedagógico
pelos profissionais da unidade, observando-se a política de ensino e respeitando-se os direitos dos
estudantes;

1.21) promover o desenvolvimento dos componentes artes e suas linguagens (artes visuais, dança,
teatro e música), educação ambiental e educação física na educação Infantil.

META 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14
(quatorze) anos e garantir que, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa
etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.

ESTRATÉGIAS:

2.1) reorganizar, em regime de cooperação com o Estado, as redes estadual e municipal com um
levantamento da demanda para garantir o acesso e permanência do estudante com qualidade social,
criando mecanismo para acompanhar a sua permanência na escola;

2.2) proporcionar ao estudante do ensino fundamental, por meio de diferentes áreas do


conhecimento, a apropriação de saberes que favoreçam o exercício da cidadania e a continuidade de seu
processo de escolarização;

2.3) manter e ampliar ações de correção de fluxo de ensino fundamental com acompanhamento
individualizado do estudante com rendimento defasado e adoção de práticas como aulas de reforço no
turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial;

2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, permanência e aproveitamento


escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, identificando motivos de ausência e
baixa frequência e garantir, em regime de colaboração com toda a comunidade escolar, o apoio à
aprendizagem, bem como articular com a União o aperfeiçoamento dos critérios para que os estudantes
do ensino fundamental recebam o programa bolsa-família;

2.5) elaborar o mapa de localização residencial da demanda escolar de crianças 6 a 14 anos, em


parceria com assistência social e de saúde;

2.6) acionar o Conselho Tutelar e o Ministério Público, no caso em que as famílias, injustificadamente,
se neguem ou se ausentem da responsabilidade de matricula das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos,
mediante verificação da vaga disponibilizada pelo poder público, sempre que possível, na área próxima ao
seu domicilio;

2.7) realizar chamada pública para efetivação da matrícula universal da demanda de 6 a 14 anos;

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2.8) promover formação continuada aos profissionais da educação não docentes em parceria com as
instituições de ensino, entidades e profissionais da área educacional;

2.9) promover a ampliação e melhoria da rede física escolar a partir do padrão mínimo exigido pelo
MEC;

2.10) promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a
oferta regular de atividades culturais para os (as) alunos (as) dentro e fora dos espaços escolares,
assegurando ainda que as escolas se tornem polos de criação e difusão cultural;

2.11) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades


escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias;

2.12) fortalecer e ampliar parcerias com Conselho Tutelar e agentes comunitários de saúde para
assegurar a aplicação de medidas preventivas na escola, comunicando-se o resultado ao Conselho
Escolar;

2.13) garantir a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade
racial, valorizando as especificidades de cada indivíduo através da construção de políticas públicas e sua
implementação;

2.14) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a qualidade, para
atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante;

2.15) implementar e desenvolver programas públicos de atividades extracurriculares no contra turno,


com observância das especificidades dos educandos, com foco na aprendizagem;

2.16) promover, em parceria com a Secretaria de Esportes, atividades de desenvolvimento e estímulo


a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e
de desenvolvimento esportivo municipal;

2.17) ampliar o acesso da rede pública municipal a computadores em banda larga de alta velocidade
e aumentar a relação computadores/tablets/estudante e docentes nas escolas da rede pública de
educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação.

META 3: colaborar com a União e o Estado para universalizar o atendimento escolar para toda a
população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a
taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

ESTRATÉGIAS:

3.1) colaborar com a União e o Estado, no que for necessário, para institucionalizar programa nacional
de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens
interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que
organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em
dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de
equipamentos e laboratórios, a produção de material didático específico, a formação continuada de
professores e a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais;

3.2) contribuir na pactuação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito da
instância permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta Lei, com a elaboração de proposta de direitos e
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do
ensino médio;

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3.3) colaborar com o Estado, no que for necessário, para a expansão das matrículas gratuitas de
ensino médio integrado à educação profissional, das comunidades indígenas e quilombolas e das pessoas
com deficiência;

3.4) promover a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania,
dignidade da pessoa humana e na erradicação de todas as formas de discriminação negativa;

3.5) colaborar com o Estado, no que for necessário, para fomentar programas de educação e de
cultura para a população urbana de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de
adultos, com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem
no fluxo escolar;

3.6) colaborar com o Estado na implementação de políticas de prevenção à evasão escolar,


desenvolvendo mecanismos de monitoramento da assiduidade dos alunos, a ser realizado por pessoal
competente e capacitado, a fim de traçar um diagnostico acerca das possíveis causas da evasão, com vista
à implementação de medidas pedagógicas voltadas às necessidades específicas para cada caso;

3.7) elevar, em colaboração com o Estado, os números de novas matrículas para a população de 15 a
17 anos que se encontra fora da escola, nos níveis fundamental e médio, e na modalidade Educação de
Jovens e Adultos - EJA.

META 4: universalizar, em colaboração com o Estado, o acesso para a população de 4 (quatro) a 17


(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo.

ESTRATÉGIAS:

4.1) ampliar, em colaboração com o Estado, o número de matrículas para a população de 4 a 17 anos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.2) promover a formação continuada de professores(as) do Atendimento Educacional Especializado -


AEE em parceria com instituições de ensino, entidades e profissionais da educação, atendendo as
especificidades do atendimento às crianças, aos jovens, adultos e

idosos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

4.3) garantir aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, a construção de Salas de Recursos Multifuncionais - SRM em 100% das novas
unidades educacionais da rede e ampliar em 50% a adaptação das atuais unidades que possuam
condições físicas para tanto;

4.4) intensificar a formação continuada para os profissionais da educação da sala regular e


atendimento educacional especializado, proporcionando novas perspectivas e práticas de atuação na
perspectiva da educação inclusiva;

4.5) fomentar o Atendimento Educacional Especializado - AEE, em salas de recursos multifuncionais,


dos/das estudantes inclusos(as) na Rede de Ensino, com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

4.6) ampliar o atendimento educacional nos Núcleos de Apoio Especializado da Secretaria de


Educação do Recife para atender prioritariamente aos(às) estudantes matriculados(as) na rede pública;

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4.7) promover parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para mapeamento da população entre 4
e 17 anos de idade com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento, para o oferecimento de
estimulação precoce e atendimento multidisciplinar;

4.8) fomentar a criação de centros multidisciplinares por Região Político Administrativa - RPA, para
apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições acadêmicas, secretarias do município
integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o
trabalho dos (as) professores da educação básica com os (as) alunos (as) com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

4.9) ofertar Educação de Jovens e Adultos - EJA, conforme disponibilidade da rede, nos horários em
que houver demanda para estudantes com deficiência, em função de insegurança no horário noturno e
em razão dos alunos fazerem uso de medicamentos sedativos, que os impossibilita de participar das
atividades no turno da noite;

4.10) ampliar a oferta do transporte escolar inclusivo para garantia do deslocamento dos estudantes
com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, no percurso casa/escola, escola/casa e para o
atendimento educacional especializado no contra turno, incluindo os núcleos/centros e os centros
multidisciplinares;

4.11) cooperar com o Programa Nacional de Acessibilidade nas Escolas Públicas para adequação
arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de material didático acessível e recursos de
tecnologia assistiva e oferta da educação bilíngue em língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais -
LIBRAS;

4.12) ampliar, em colaboração com o Estado, a oferta de salas regulares bilíngues na rede municipal
de ensino em unidades educacionais que atendam estudantes de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com
surdez e com deficiência auditiva, tendo a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, como primeira língua e, na
modalidade escrita, a Língua Portuguesa como segunda língua, bem como a adoção do Sistema Braille de
leitura para cegos e surdo-cegos;

4.13) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento


educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos (as) alunos (as)
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
beneficiários (as) de programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de
discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o
sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social,
saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.14) promover o acesso e a permanência na escola dos (as) estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

4.15) fomentar, em colaboração com a Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional, na


educação profissionalizante as condições de acesso e permanência na escola da pessoa com deficiência,
transtorno globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação de modo a assegurar sua
qualificação com o apoio do atendimento educacional especializado;

4.16) ampliar, em colaboração com o Estado, para a população de Recife com idade entre 4 (quatro) e
17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, o acesso à educação básica;

4.17) fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos,

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equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem,


bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.18) articular junto à União a distribuição suplementar de livros didáticos e material didático
específico para estudantes com necessidades educativas especiais;

4.19) promover, em parceria com a Secretaria de Esportes, atividades de desenvolvimento e estímulo


a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do;

desporto educacional e de desenvolvimento esportivo municipal contemplando estudantes com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação

4.20) mapear a necessidade de reformas e sinalização tátil adequando as escolas para torná-las
acessíveis a todos;

4.21) colaborar com órgãos de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as
famílias, com o fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento
escolar, na educação de jovens e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do
desenvolvimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória;

4.22) firmar parcerias com hospitais de referência em atendimento infanto-juvenil para implantação
de classes hospitalares;

4.23) disponibilizar, nas unidades educacionais da rede pública, onde for necessário, o Agente de
Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial para prestar auxílio individualizado aos (às) estudantes com
deficiência e transtornos globais do desenvolvimento que não realizam com independência as atividades
de locomoção, higiene, alimentação, buscando desenvolver a sua autonomia e o seu empoderamento;

4.24) colaborar com a definição de indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão para
o funcionamento de instituições públicas e privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.25) incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos demais cursos de formação para
profissionais da educação, inclusive em nível de pós-graduação, observado o disposto no caput do art.
207 da Constituição Federal, dos referenciais teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos de
ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento educacional de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.26) promover parcerias com instituições especializadas, visando ampliar as condições de apoio
suplementar ou complementar, ao atendimento dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados nas unidades educacionais;

4.27) promover a distribuição suplementar de livros didáticos e de material didático específico para
estudantes com deficiências, transtornos globais e altas habilidades/superdotação.

META 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental.

ESTRATÉGIAS:

5.1) promover a estruturação de processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino
fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e
valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a fim de garantir

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a alfabetização plena de todas as crianças;

5.2) colaborar com o Ministério da Educação para a instituição de instrumentos de avaliação nacional
periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como
estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e
monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o
final do terceiro ano do ensino fundamental;

5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças,


assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos
resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas;

5.4) promover e estimular a formação continuada de professores (as) para a alfabetização de crianças,
com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a
articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e de formação continuada de professores (as)
para a alfabetização;

5.5) respeitar o tempo pedagógico das pessoas com deficiência, com transtorno globais do
desenvolvimento, com dificuldades de aprendizagem e em situação de vulnerabilidade e altas
habilidades;

5.6) investir em insumos como biblioteca, laboratórios de informática e aquisição de material de


apoio didático, qualificando os educadores para a utilização desses recursos;

5.7) implantar, progressivamente, biblioteca nas unidades educacionais públicas, instituindo


programas de estímulo à leitura promovidos pela rede pública, garantindo funcionamento e a atualização
do seu acervo.

META 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas
públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação
básica.

ESTRATÉGIAS:

6.1) estender progressivamente, em regime de colaboração com a União e o Estado, o alcance do


Programa Nacional de ampliação da jornada escolar, mediante oferta de educação

básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e


interdisciplinares, garantindo material didático pedagógico e recurso humano qualificado;

6.2) garantir estruturação, nos seus aspectos físicos e pedagógicos, de forma a construir e ampliar
prédios escolares com equipamentos e espaços físicos necessários à escola em tempo integral;

6.3) construir e desenvolver projetos pedagógicos com suporte teórico, metodológico, técnico e
prévio, que estimulem a permanência do aluno na unidade educacional;

6.4) incentivar a participação dos diversos segmentos da escola na construção do currículo das
escolas integrais referente a parte diversificada;

6.5) fundamentar a concepção da educação integral como espaço privilegiado do exercício da


cidadania e do protagonismo juvenil.

META 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do

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fluxo escolar e garantia da aprendizagem, possibilitando que os estudantes avancem em relação aos
padrões de desempenho nacional.

ESTRATÉGIAS:

7.1) inserir nas avaliações contínuas descritores e modelos/instrumentos utilizados nas avaliações
sistêmicas;

7.2) induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da
constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-
se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação
continuada dos (as) profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática;

7.3) oferecer formação continuada para os (as) professores (as) que atuam nas unidades educacionais
comunitárias, filantrópicas e confessionais conveniadas;

7.4) formalizar e executar os planos de ações articulados a fim de cumprir as metas de qualidade
estabelecidas para a educação básica pública e as estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas à
melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e
apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da
infraestrutura física da rede escolar;

7.5) apoiar o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas para a melhoria de seus
processos e práticas pedagógicas;

7.6) desenvolver, em colaboração com a União e o Estado, indicadores específicos de avaliação da


qualidade da educação especial, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos;

7.7) orientar as políticas da rede e sistemas de ensino, de forma a buscar atingir as metas do Ideb,
diminuindo a diferença entre as escolas com os menores índices e a média nacional, garantindo equidade
da aprendizagem e reduzindo a referida diferença pela metade, até o último ano de vigência deste PME;

7.8) fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados pedagógicos dos indicadores do sistema
nacional de avaliação da educação básica e do Ideb, e anualmente os resultados do sistema municipal de
avaliação da educação básica;

7.9) contemplar os descritores e matrizes de habilidades da Prova Brasil na matriz curricular de


ensino;

7.10) elevar o fluxo escolar da rede municipal assegurando as condições específicas, material
pedagógico, estrutura física adequada estabelecida pelo MEC, formação continuada, mediante critérios
de qualidade do processo de ensino e aprendizagem;

7.11) articular junto a União o apoio técnico e financeiro à gestão escolar mediante transferência
direta de recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no
planejamento e na aplicação dos recursos, visando a ampliação da transparência e ao efetivo
desenvolvimento da gestão democrática;

7.12) colaborar com os programas federais de ações de atendimento ao (à) aluno (a), em todas as
etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde;

7.13) assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso à energia elétrica,

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abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantindo o
acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva e bens culturais e artísticos, em cada edifício escolar,
garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência, até o final da vigência deste plano;

7.14) prover, em regime de colaboração com a União, as escolas públicas da educação básica com
equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar, criando,
inclusive, mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização das
bibliotecas nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a
internet;

7.15) promover políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações
destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência
doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da
cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade;

7.16) implementar políticas de inclusão e permanência na escola para crianças, adolescentes e jovens
que sejam cumpridores de medidas sócio-educativa, que estejam em situação de rua, trabalho infantil,
exploração ou abuso sexual, drogadição ou acolhimento em instituição, assegurando os princípios da Lei
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto de Criança e do Adolescente;

7.17) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro-brasileira,
recifense, pernambucana e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nºs 10.639,
de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das
respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação
para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;

7.18) mobilizar as famílias articulando-se ensino escolar e educação propriamente dita que se recebe
no seio familiar, com o propósito de que a formação seja entendida como fruto do ensino e da educação,
a fim de ampliar o controle dos pais, mães e responsáveis sobre o cumprimento das políticas públicas
educacionais;

7.19) estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção à
saúde e à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para
a melhoria da qualidade educacional;

7.20) aderir ao sistema estadual de avaliação da educação básica, para orientar as políticas públicas e
as práticas pedagógicas, com o fornecimento das informações às escolas e à sociedade;

7.21) promover, em colaboração com o Estado, a regulação da oferta da educação básica pela
iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função social da educação;

7.22) estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a
valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar;

7.23) promover acompanhamento didático-pedagógico de ensino aprendizagem para discentes e


docentes;

7.24) promover políticas públicas de prevenção ao uso de álcool, crack e outras drogas nas escolas,
inclusive através do desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores no intuito de
realizar orientação e analisar riscos potenciais no ambiente de ensino, favorecendo a adoção das
providências adequadas para evitar propagação e incentivo ao consumo das substâncias supracitadas,
além da realização semestral de palestras e seminários nas escolas, contribuindo para a promoção de um
ambiente escolar prevenido;

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7.25) Fomentar programas de ensino de idiomas estrangeiros, contribuindo com formação de um


cidadão global;

META 8: elevar, em colaboração com o Estado e a União, a escolaridade média da população de 18


(dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de

estudo no último ano de vigência deste PME, nas regiões de menor escolaridade no município e dos 25%
(vinte e cinco por cento) mais pobres da população recifense, e igualar a escolaridade média entre negros
e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

ESTRATÉGIAS:

8.1) promover acesso, permanência e êxito para a demanda da educação básica;

8.2) implementar políticas públicas educacionais de inclusão social de promoção da equidade e de


combate às desigualdades raciais, sociais, culturais, de sexo e idade;

8.3) ampliar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo escolar, para
acompanhamento pedagógico individualizado e para recuperação, bem como focar o acompanhamento
mais efetivo dos estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos
segmentos populacionais considerados;

8.4) potencializar a reclassificação dos estudantes que já frequentam as salas de aulas de Educação de
Jovens e Adultos - EJA, a fim de detectar e efetivar a progressão ao longo do ano;

8.5) ampliar matrícula nas turmas de Educação de Jovens e Adultos - EJA para os segmentos
populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-

série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização após a alfabetização
inicial;

8.6) promover, em parceria com as áreas da saúde, assistência social, conselhos tutelares e Ministério
Público, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola para os segmentos populacionais
considerados na meta, identificando motivos de afastamentos e colaborando com o sistema e rede de
ensino na garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do
atendimento dos estudantes na rede pública;

8.7) implementar políticas públicas educacionais de inclusão social que promovam equidade;

8.8) colaborar com o Estado e União para viabilizar a educação profissionalizante, oferecendo uma
formação que possibilite a inclusão no mercado de trabalho;

8.9) atualizar permanentemente os dados referentes a população nesta faixa etária;

8.10) promover e potencializar, em parceria com as Secretarias de Saúde, Assistência Social,


Conselhos Tutelares e Ministério Público, o acompanhamento do acesso à escola para os segmentos
populacionais considerados na meta, identificando motivos de absenteísmo e colaborando com o sistema
e rede de ensino na garantia da frequência e do apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a
ampliação do atendimento desses estudantes na rede pública municipal;

8.11) acompanhar, monitorar e avaliar, em regime de colaboração com a União e Estado, políticas
públicas de inclusão social dos/das estudantes trabalhadores/as de baixa renda, dos estudantes negros,

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indígenas, quilombolas e dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação;

8.12) promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais
considerados na meta, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude;

8.13) realizar chamada pública desta demanda, com oferta de atendimento regular nas turmas de
Educação de Jovens e Adultos - EJA, na etapa ensino fundamental;

8.14) promover ações voltadas ao cumprimento das diretrizes das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008,
durante o ano letivo, de forma transdisciplinar, respeitando a política de ensino da rede;

8.15) assegurar aos segmentos escolares, sob coordenação da Secretaria Municipal de Educação, uma
política de formação continuada, ampliando os espaços para reflexão nas escolas que envolvam as
famílias, a comunidade

escolar, as/os estudantes e as/os profissionais da educação, docentes e não docentes, nas discussões
sobre questões de direitos humanos, reconhecendo a dignidade da pessoa humana, sobre ética,
cidadania e erradicação de todas as formas de discriminação negativa;

8.16) ampliar e atualizar o acervo das bibliotecas escolares, disponibilizando documentos, textos,
livros, revistas e recursos audiovisuais, mídias digitais que tenham como referência os estudos sobre
direitos humanos, etnias, comunidades quilombolas e indígenas e as influencias dessas diversidades
culturais na formação da nossa história e, sobre tudo, os grandes clássicos da literatura universal, cujas
obras já foram consagradas pelo tempo;

8.17) desenvolver políticas permanentes de combate ao assédio moral, sexual e todas as formas
discriminatórias que agridam a dignidade da pessoa humana;

8.18) implementar, acompanhar, monitorar e avaliar, em regime de colaboração entre a União e o


Estado, de acordo com a legislação pertinente, políticas públicas de inclusão social dos/das estudantes
trabalhadores/as de baixa renda, das/dos estudantes negros, indígenas, quilombolas, das/dos estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

8.19) qualificar o preenchimento no censo escolar das escolas da rede municipal do quesito cor/raça
em diálogo com universidades e IES públicas e organizações da sociedade civil, realizando a formação dos
profissionais e gestores da educação para realização dessa atividade, obrigatório para todas as esferas
públicas;

8.20) fortalecer o respeito à diversidade religiosa, garantindo a educação pública laica;

8.21) estabelecer parceria com Instituições de Ensino Superior para realização de pós-graduação lato
sensu e strito sensu, tendo em vista o enriquecimento da formação de nível superior que abordem a
temática das diversidades de culturas e povos que contribuíram para a formação da nossa história;

8.22) fortalecer o vínculo com o Conselho Tutelar e outras instâncias no Município que atuam na área
de proteção à infância e adolescência no que tange ao direito do estudante no ambiente escolar e social;

8.23) fomentar práticas e espaços de educação para diversidades étnico-racial e cultural com ampla
participação dos setores sociais historicamente marginalizados, a fim de que o processo educativo seja
uma realidade de reinvenção permanente do que está instituído;

8.24) promover, em regime de colaboração com a União e Estado, formação continuada dos docentes

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em temas contemporâneos como os direitos humanos, os contextos sociais, culturais e ambientais;

8.25) promover discussões no ensino fundamental, sobre o estatuto da criança e do adolescente e o


estatuto do Idoso, conforme a Lei nº 11.525/2007;

8.26) permitir o acesso das crianças e adolescentes com deficiência nas ações desenvolvidas pelo
Núcleo de Artes e Cultura - NAC da Secretaria de Educação;

8.27) promover nas creches estimulação essencial para crianças com deficiência, estruturando seu
trabalho com recursos humanos qualificados, como também com equipamentos adequados, no objetivo
de prevenir ou minimizar a incidência de comprometimentos futuros;

8.28) incentivar as pessoas com deficiência a participarem de projetos sociais desenvolvidos pela
Prefeitura do Recife nas áreas de educação, esporte, cultura e lazer.

8.29) oferecer conteúdo da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo e ações


educacionais, nos termos da Lei nº 10.639/2003, Lei nº 11.645/2008, de acordo com a Lei nº 12.228/2010
do Estatuto da Igualdade Racial, por meio da colaboração com os setores competentes da Secretaria de
Educação, Instituições de Ensino Superior-IES, juntamente com os fóruns de educação para a diversidade
étnico-racial e a sociedade civil organizada.

META 9: elevar, em colaboração com a União e o Estado, a taxa de alfabetização da população com 15
(quinze) anos ou mais, contribuindo para a redução do analfabetismo absoluto e analfabetismo funcional
até o final deste PME.

ESTRATÉGIAS:

9.1) garantir, sob coordenação da Secretaria Municipal de Educação, a oferta da educação para jovens
e adultos, com a presença da equipe gestora responsável pela unidade escolar em todos os turnos;

9.2) estabelecer programas, em parceria com a União e Estado, que assegurem às escolas públicas de
ensino fundamental, localizadas em bairros caracterizados por analfabetismo e baixa escolaridade, a
oferta de projetos de alfabetização, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais propostas para a
Educação de Jovens e Adultos;

9.3) atualizar permanentemente os dados referentes à população atendida na Educação de Jovens e


Adultos - EJA;

9.4) realizar diagnóstico da situação dos jovens e adultos com ensino fundamental incompleto,
identificando o quantitativo e as necessidades dos estudantes a fim de conhecer a demanda ativa por
vagas e assegurar o adequado planejamento da oferta, considerando a faixa etária, o turno adequado e a
variabilidade didático-metodológica;

9.5) estabelecer uma política municipal de formação de leitores, priorizando os bairros com maiores
índices de analfabetismo e/ou baixa escolaridade;

9.6) potencializar projetos de incentivo à leitura nas bibliotecas das escolas da rede para Educação de
Jovens e Adultos - EJA;

9.7) articular-se com os meios de comunicação para realizar chamadas públicas regulares para
Educação de Jovens e Adultos - EJA;

9.8) ampliar ações de atendimento ao estudante da Educação de Jovens e Adultos - EJA por meio de

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 15/25
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programas suplementares de transporte, alimentação adequada e saúde;

9.9) apoiar e estimular, em parceria com as instituições e entidades educacionais, projetos inovadores
na área da Educação de Jovens e Adultos - EJA que visem o desenvolvimento de modelos adequados às
necessidades específicas desses estudantes, realizando anualmente o levantamento e a avaliação das
experiências em alfabetização de jovens e adultos, que constituam referências para os esforços nacional,
estadual e municipal contra o analfabetismo;

9.10) colaborar com o Estado e União para implementar programas de formação continuada
tecnológica e inclusão digital da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos
níveis de escolarização formal e para os (as) alunos (as) com deficiência, articulando os sistemas de ensino
que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva dessa população;

9.11) oferecer estrutura física, tecnológica e profissional capacitado para a Educação de Jovens e
Adultos - EJA respeitando as especificidades;

9.12) considerar, nas políticas públicas Educação de Jovens e Adultos - EJA, as necessidades dos
idosos, com vistas à promoção de políticas de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias
educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à

implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos


idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice nas escolas;

9.13) priorizar que os professores que atuam nas turmas de Módulo I e II tenham formação e
experiência em alfabetização de jovens e adultos;

9.14) oferecer formação continuada na área de alfabetização de jovens e adultos para professores
que atuam nas turmas de Módulos I, II e III da Educação de Jovens e Adultos - EJA.

META 10: articular em Regime de Colaboração entre a União, o Estado de Pernambuco e a Cidade do
Recife a oferta de, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e
adultos, nas etapas e modalidades fundamental e médio, integrada à educação profissional.

ESTRATÉGIAS:

10.1) colaborar com a União o Estado na implementação do programa nacional de educação de jovens e
adultos no âmbito do território do município do Recife, ofertando matrículas do ensino fundamental e
médio com formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da educação básica;

10.2) Colaborar com a União o Estado para expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de
modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional,
objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;

10.3) fomentar, com a colaboração da União e Estado, a integração da educação de jovens e adultos com
a educação profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da educação
de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e das comunidades
indígenas e quilombolas, inclusive na modalidade de educação a distância;

10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e baixo nível de
escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação profissional;

10.5) sistematizar, integrar e ampliar os programas e políticas públicas de iniciação à qualificação


profissional da EJA, através de convênios o governo federal e o Sistema "S";

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 16/25
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10.6) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a formação básica
e a preparação para omundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos
da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e

cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses


alunos e alunas;

10.7) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: fomentar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos

e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a


formação continuada de docentes das redes públicas que atuam na educação de jovens e adultos
articulada à educação profissional;

10.8) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e trabalhadoras
articulada à educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e com apoio de entidades privadas
de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins lucrativos de atendimento
à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

10.9) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: institucionalizar programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de
assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a
permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação de jovens e adultos articulada à
educação profissional;

10.10) colaborar com a União e Estado para implementação de mecanismos de reconhecimento de


saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de
formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio;

10.11) estimular, em colaboração com a União e o Estado, o acesso e a permanência dos jovens e adultos
no ensino fundamental, médio e Profissional, através de Programas de incentivo.

META 11: colaborar com a União e o Estado para a ampliação das matrículas da educação profissional
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.

ESTRATÉGIAS:

11.1) colaborar com a União para expansão das matrículas de educação profissional técnica de nível
médio na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, levando em consideração a
responsabilidade dos Institutos na ordenação territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e
culturais locais e regionais, bem como a interiorização da educação profissional;

11.2) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife, da estratégia do


PNE: fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na redes pública
estadual de ensino;

11.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível

médio na modalidade de educação a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 17/25
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acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade;

11.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar a oferta de programas de reconhecimento de saberes para fins de certificação profissional
em nível técnico;

11.5) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas
entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e entidades sem fins lucrativos
de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

11.6) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: institucionalizar sistema de avaliação da qualidade da educação profissional técnica de nível médio
das redes escolares públicas e privadas;

11.7) colaborar com a União e o Estado para a expansão da oferta de educação profissional técnica de
nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, estimulando a utilização das tecnologias adequadas a sua inclusão;

11.8) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: estruturar sistema nacional de informação profissional, articulando a oferta de formação das
instituições especializadas em educação profissional aos dados do mercado de trabalho e a consultas
promovidas em entidades empresariais e de trabalhadores.

META 12: colaborar com a União e Estado no processo de elevação da taxa bruta de matrícula na
educação superior para 50% (cinquenta por cento) e da taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para,
no mínimo, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

ESTRATÉGIAS:

12.1) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita prioritariamente

para a formação de professores e professoras para a educação básica, nas áreas de ciências e matemática,
bem como para atender ao déficit de profissionais em áreas específicas;

12.2) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar as políticas de inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos (às) estudantes de
instituições públicas, bolsistas de instituições privadas de educação superior e beneficiários do Fundo de
Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, na educação
superior, de modo a reduzir as desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência
na educação superior de estudantes egressos da escola pública, afrodescendentes e indígenas e de
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
de forma a apoiar seu sucesso acadêmico;

12.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar a oferta de estágio como parte da formação na educação superior;

12.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: fomentar estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação entre formação, currículo,
pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais da Região;

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 18/25
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12.5) mapear, em colaboração com o Estado e União, a demanda e fomentar a oferta de formação de
pessoal de nível superior em todas as áreas, destacadamente a que se refere à formação nas áreas de
ciências e matemática, considerando as necessidades do desenvolvimento do Município do Recife, a
inovação tecnológica e a melhoria da qualidade da educação básica;

12.6) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: consolidar processos seletivos nacionais e regionais para acesso à educação superior como forma de
superar exames vestibulares isolados;

12.7) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas em cada período letivo na educação superior
pública.

META 13: colaborar com a União e o Estado, quando pertinente, no processo de elevação da qualidade da
educação superior e da ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo
exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do
total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

ESTRATÉGIAS:

13.1) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar a cobertura do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE, de modo a ampliar
o quantitativo de estudantes e de áreas avaliadas no que diz respeito à aprendizagem resultante da
graduação;

13.2) colaborar com a implantação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do PNE:
promover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciatura, por meio da ampliação de
instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior -
CONAES, integrando-os às demandas e necessidades das redes de educação básica, de modo a permitir
aos graduados a aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo pedagógico de seus futuros
alunos/as, combinando formação geral e específica com a prática didática, além da educação para as
relações étnico-raciais e as necessidades das pessoas com deficiência.

META 14: colaborar com a União e Estado de Pernambuco no processo de elevação gradual do número de
matrículas na pós-graduação stricto sensu.

ESTRATÉGIAS:

14.1) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: estimular a integração e a atuação articulada entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior - CAPES e as agências estaduais de fomento à pesquisa;

14.2) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu, utilizando inclusive metodologias,
recursos e tecnologias da educação a distância;

14.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: estimular a participação das mulheres nos cursos de pós-graduação stricto sensu, em particular
aqueles ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informática e outros no campo das
ciências;

14.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar o investimento em pesquisas com foco em desenvolvimento e

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 19/25
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estímulo à inovação, bem como incrementar a formação de recursos humanos, para a inovação, de modo
a buscar o aumento da competitividade das empresas de base tecnológica;

14.5) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar o investimento em pesquisas com foco em desenvolvimento e estímulo à inovação, bem
como incrementar a formação de recursos humanos, incentivando e respeitando o desenvolvimento de
alternativas sustentáveis de trabalho;

14.6) colaborar com a União e o Estado para estimular a pesquisa científica e de inovação e promover a
formação de recursos humanos que valorize a sustentabilidade da diversidade regional e da
biodiversidade do bioma da Mata Atlântica e da Caatinga;

14.7) colaborar com a União e o Estado para estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das instituições de
ensino superior e das instituições científicas e tecnológicas, de modo a incrementar a inovação e a
produção e registro de patentes.

META 15: colaborar, em parceria com a União e o Estado, no âmbito do território do município do Recife,
no processo da política nacional de formação dos profissionais da educação básica de que tratam os
incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os
profissionais do magistério e de apoio ao magistério da rede pública municipal possam ter acesso à
formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que
atuam.

ESTRATÉGIAS:

15.1) estabelecer parceria com Instituições de Ensino Superior - IES para oferecer cursos de licenciatura
para os professores de nível médio durante a vigência deste PME;

15.2) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: ampliar programa permanente de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de
licenciatura, a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no magistério da educação básica;

15.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível médio e superior dos
profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação acadêmica e
as demandas da educação básica;

15.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: implementar cursos e programas especiais para assegurar formação

específica na educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aosdocentes com formação de nível
médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação docente, em
efetivo exercício;

15.5) colaborar com a implementação no âmbito do território do Município do Recife da estratégia do


PNE: instituir programa de concessão de bolsas de estudos para que os professores de idiomas das
escolas públicas de educação básica realizem estudos de imersão e aperfeiçoamento nos países que
tenham como idioma nativo as línguas que lecionem;

15.6) oferecer formação continuada para docentes e não docentes que atuam nas unidades educacionais
comunitárias, filantrópicas ou confessionais conveniadas com a Secretaria de Educação do Recife,
conforme incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;

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15.7) incentivar publicações de caráter científico dos professores da rede municipal de ensino, em
articulação com instituições de ensino e seus conselhos editoriais.

META 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinqüenta por cento) dos professores da educação
básica, até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação
básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e
contextualizações dos sistemas de ensino.

ESTRATÉGIAS:

16.1) oferecer cursos de qualificação profissional e/ou especialização, atendendo aos profissionais de
educação infantil, educação de jovens e adultos, educação especial e ensino fundamental, a partir do
primeiro ano de vigência do plano, em parceria com o Ministério da Educação;

16.2) estabelecer convênio com instituições de educação superior, para oferecer cursos de extensão e
participação em pesquisas;

16.3) estimular a articulação entre a pós-graduação, núcleos de pesquisa, cursos de formação e entidades
ligadas a educação, de modo a garantir a elaboração de currículos e propostas pedagógicas capazes de
incorporar os avanços de pesquisas ligadas ao processo ensino-aprendizagem e teorias educacionais no
atendimento da população;

16.4) ampliar, em colaboração com o Estado e a União, o número de vagas para os profissionais da
educação nos cursos de formação continuada na área da Educação Inclusiva;

16.5) ampliar, em colaboração com o Estado e a União, as políticas e programas de formação continuada
dos profissionais da educação, inclusive ampliando a oferta de pós-graduação para professores/as da
educação básica;

16.6) promover na política de formação continuada para profissionais de educação, temas contidos no
estatuto da criança e do adolescente (ECA), no sistema nacional de atendimento socioeducativo (SINASE),
nas resoluções do conselho nacional dos direitos da criança e do adolescente (CONANDA), da secretaria
especial de direitos humanos (SEDH), na declaração universal dos direitos humanos e no estatuto do
idoso;

16.7) estabelecer mecanismos de formação continuada para os profissionais de educação alicerçados em


concepções filosóficas emancipatórias, que supere o todas as formas de preconceito e discriminações;

16.8) estimular que a formação dos/as profissionais da educação da rede municipal do Recife seja
realizada pelos técnicos da Secretaria de Educação e/ou em parceria com as instituições de ensino
superior,prioritariamente públicas, e entidades ligadas à causa educacional, além de convidados e
profissionais que possam contribuir com a prática pedagógica;

16.9) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: ampliar e consolidar portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das professoras da
educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares,
inclusive aqueles com formato acessível;

16.10) oferecer formação continuada para os/as auxiliares de desenvolvimento infantil (ADI) a partir do
primeiro ano de vigência deste plano;

16.11) informatizar integralmente a gestão da secretaria de educação municipal e das escolas públicas na

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perspectiva de democratizar e dar transparência às informações públicas do município e fornecer dados


referentes à vida escolar do estudante e desempenho do professor;

16.12) apoiar a ampliação da plataforma Freire, do Ministério da Educação, especialmente para as áreas
de formação continuada de professores e funcionários, garantindo logística e divulgação;

16.13) promover e enriquecer os processos de elaboração de conteúdos para a formação continuada dos
profissionais de educação, valorizando a socialização das práticas de ensino;

16.14) oferecer a infraestrutura adequada para disseminar o uso das tecnologias e conteúdos
multimidiáticos para todos os atores envolvidos no processo educativo, oferecendo formação específica
para esse fim;

16.15) disponibilizar, em parceria com o governo federal, recursos e financiamentos para a construção de
projetos elaborados pela escola com a participação dos profissionais do GOM, desde que estes estejam
alinhados com a Política de Ensino e com prioridades da rede.

META 17: colaborar com a União e o Estado no processo de valorização dos profissionais do magistério
das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais
profissionais com escolaridade equivalente.

ESTRATÉGIAS:

17.1) contribuir com o Ministério da Educação para constituição do fórum permanente previsto na
estratégia 17.1 do PNE, que terá como finalidade o acompanhamento da atualização progressiva do valor
do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica;

17.2) articular com a União a ampliação da assistência financeira específica ao Município para
implementação de políticas de valorização dos profissionais do magistério, em particular o piso salarial
nacional profissional;

17.3) implantar, em colaboração com a União e o Estado, o programa de qualidade de vida e promoção à
saúde dos profissionais da educação em parceria com Centros de Referência de saúde do trabalhador;

17.4) articular convênios com universidades públicas e privadas para graduação e pós graduação,
mestrado e doutorado, garantindo oportunidade para estimular a formação

META 18: Implantar no âmbito do Município do Recife, plano de cargos e carreira para todos os
Profissionais da Educação, docentes e não docentes da rede pública municipal, observada a LDB em seu
artigo 61, respeitadas as especificidades de cada Cargo, tomando como base o PSPN - Piso Salarial
Profissional Nacional definido em Lei Federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição
Federal."

ESTRATÉGIAS:

18.1) implantar, na rede pública de educação básica, acompanhamento dos profissionais iniciantes,
supervisionados por equipe de profissionais de carreira com mais tempo na rede, a fim de fundamentar,
com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer,
durante esse período, curso de aprofundamento de estudos na

área de atuação do (a) professor (a), com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as
metodologias de ensino de cada disciplina;

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 22/25
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18.2) colaborar com a realização, por iniciativa do Ministério da Educação, a cada 2 (dois) anos a partir do
segundo ano de vigência deste PNE, da prova nacional para subsidiar os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, mediante adesão, na realização de concursos públicos de admissão de profissionais do
magistério da educação básica pública;

18.3) prever, nos planos de carreira dos profissionais da educação do Município, incentivos para
qualificação profissional e formação continuada ofertada pela rede, inclusive em nível de pós-graduação
stricto sensu;

18.4) realizar anualmente, a partir do segundo ano de vigência deste PME, em colaboração com o
Ministério da Educação, o censo de todos (as) profissionais da educação básica em todos os segmentos;

18.5) alinhar o plano de carreira para os profissionais do magistério da rede pública municipal de ensino
às diretrizes do Plano Nacional de Educação, observados os critérios estabelecidos na Lei nº 11.738, de 16
de julho de 2008.

18.6) Assegurar incentivo de natureza remuneratória aos profissionais de educação não docentes que
permaneçam em atividade nas creches e creches-escolas durante o recesso escolar, a ser pago uma vez
por ano, no percentual de 10% (dez por cento) do vencimento básico do cargo.

18.7) Assegurar já no 1º (primeiro) ano de vigência deste PME, a todos os profissionais da educação os
bônus para Bienal e Fliporto, estendendo o bônus cultural para os profissionais não docentes, no mesmo
valor para todos."

META 19: assegurar condições para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios
técnicos de mérito e desempenho e a consulta à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas,
prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

ESTRATÉGIAS:

19.1) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: Priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para os entes
federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria na área de sua
abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere,

conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e
desempenho, bem como a participação da comunidade escolar;

19.2) ampliar programas de formação continuada do Conselho de Controle Social do Fundeb; dos
conselheiros do CME; Conselho de alimentação escolar e conselheiros escolares, garantindo a esses
conselhos os recursos financeiros, espaço adequado e equipamento pedagógico, com vistas ao bom
desempenho de suas funções;

19.3) estimular, na rede de educação básica, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e


associações de pais, provendo, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e
fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas
representações;

19.4) promover a constituição dos conselhos das unidades escolares, em todos os níveis de ensino como
instrumentos de participação na gestão escolar e oferecer programas de formação continuada aos
conselheiros;

19.5) estimular formação continuada, em nível de extensão e aperfeiçoamento, para gestores escolares;

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 23/25
26/02/2024, 20:45 Lei Ordinária 18147 2015 de Recife PE

19.6) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, a

fim de apoiar a aplicação da prova nacional específica, com a finalidade de subsidiar a definição de
critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão;

19.7) estimular a participação de estudantes, profissionais de educação e da comunidade escolar, através


do conselho escolar na formulação dos projetos político-pedagógicos das unidade educacionais,
assegurando a participação dos pais na avaliação dos docentes e gestores escolares;

19.8) estimular a ampla divulgação pelos gestores escolares da prestação de contas financeira da gestão
das Unidades Educacionais, para a comunidade escolar.

META 20: aplicar, no mínimo, o percentual constitucional obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento) da
receita do município resultante de impostos, compreendida a proveniente das transferências
constitucionais, na educação pública municipal, de forma a colaborar com o alcance da Meta do Plano
Nacional de Educação, para atingir o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do
País no 5º (quinto) ano de vigência da Lei nº 13.005/2014 e o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao
final do decênio.

ESTRATÉGIAS:

20.1) acompanhar a aplicação dos recursos do pré-sal vislumbrando e reivindicando um debate coletivo
para o melhor resultado na destinação dos referidos recursos para o Município, visibilizando as metas da
qualidade da educação;

20.2) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na


utilização dos recursos públicos aplicados em educação;

20.3) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: implantar, no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste PNE, o Custo Aluno-Qualidade inicial - CAQi,
referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação educacional e cujo
financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-
aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do custo aluno qualidade -
CAQ;

20.4) colaborar com a implementação no âmbito do território do município do Recife, da estratégia do


PNE: implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como parâmetro para o financiamento da educação de
todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos
indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal
docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção, construção e
conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-
escolar, alimentação e transporte escolar;

20.5) buscar recursos, em acréscimo aos determinados nesta meta 20, por meio de regime de
colaboração com o Estado e União, para garantir a plena execução das metas e estratégias determinadas
neste plano.

Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 22/07/2016

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 24/25
26/02/2024, 20:45 Lei Ordinária 18147 2015 de Recife PE

https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-ordinaria/2015/1815/18147/lei-ordinaria-n-18147-2015-aprova-o-plano-municipal-de-educacao 25/25
Apresentação

Este documento compõe-se de duas partes. A primeira contém


critérios relativos à organização e ao funcionamento interno das
creches, que dizem respeito principalmente as práticas concretas
adotadas no trabalho direto com as crianças. A segunda explicita
critérios relativos à definição de diretrizes e normas políticas, programas
e sistemas de financiamento de creches, tanto governamentais como
não governamentais.

Não inclui, assim, o detalhamento e as especificações técnicas


necessárias para a implantação dos programas. Os critérios foram
redigidos no sentido positivo, afirmando compromissos dos políticos,
administradores e dos educadores de cada creche com um atendimento
de qualidade, voltado para as necessidades fundamentais da criança.
Dessa forma, podem ser adotados ao mesmo tempo como um roteiro
para implantação e avaliação e um termo de responsabilidade. O texto
utiliza uma linguagem direta, visando todos aqueles que lutam por um
atendimento que garanta o bem estar e o desenvolvimento das crianças.

O documento focaliza o atendimento em creche, para crianças entre


0 a 6 anos de idade. Na maior parte das creches, as crianças
permanecem em tempo integral, voltando para suas casas diariamente.
A creche, assim, caracteriza-se, quase sempre, pela presença de
crianças menores de 4 anos e pelas longas horas que ali permanecem
diariamente. Embora muitos dos itens incluídos apliquem-se também
a outras modalidades de atendimento, como a pré-escola, a qualidade
da educação e do cuidado em creches constitui o objeto principal do
documento. Atingir, concreta e objetivamente, um patamar mínimo de
qualidade que respeite a dignidade e os direitos básicos das crianças,
nas instituições onde muitas delas vivem a maior parte de sua infância,
nos parece, nesse momento, o objetivo mais urgente.

Os pressupostos do documento baseiam-se em três áreas de


conhecimento e ação: dados sistematizados e não sistematizados
sobre a realidade vivida no cotidiano da maioria das creches brasileiras
que atendem a criança pequena pobre; o estado do conhecimento
sobre o desenvolvimento infantil em contextos alternativos à família, no

7
Brasil e em países mais desenvolvidos, que vem trazendo contribuições
importantes para o entendimento do significado das interações e
das vivências da criança pequena e o papel que desempenham em
seu desenvolvimento psicológico, físico, social e cultural; discussões
nacionais e internacionais sobre os direitos das crianças e a qualidade
dos serviços voltados para a população infantil.

Sua primeira versão foi preparada no contexto de um projeto de


assessoria e formação de profissionais de creche de Belo Horizonte,
financiado por Vitae*. Posteriormente foi discutido no 1° Simpósio
Nacional de Educação Infantil, em Brasília. A partir do final de 1994,
contou com o apoio do Ministério de Educação e do Desporto, que
organizou um encontro de especialistas, em São Paulo, para discutir
a segunda versão do documento. Outros grupos e pessoas também
colaboraram com críticas e sugestões durante todo o período de
elaboração do texto.

Esperamos que estas propostas de compromisso sejam amplamente


discutidas, assumidas e traduzidas em práticas que respeitem nossas
crianças.

* Vitae não compartilha necessariamente dos conceitos e opiniões expressos neste


trabalho, que são da exclusiva responsabilidade das autoras.

8
Foto: Carochinha/Coseas/USP
9
10
ESTA CRECHE RESPEITA A CRIANÇA

Critérios para a unidade creche


Maria Malta Campos

11
Foto: Carochinha/Coseas/USP

12
ESTA CRECHE RESPEITA A CRIANÇA
Critérios para a unidade creche

• Nossas crianças têm direito à brincadeira

• Nossas crianças têm direito à atenção individual

• Nossas crianças têm direito a um ambiente aconchegante, seguro


e estimulante

• Nossas crianças têm direito ao contato com a natureza

• Nossas crianças têm direito a higiene e à saúde

• Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia

• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua curiosidade,


imaginação e capacidade de expressão

• Nossas crianças têm direito ao movimento em espaços amplos

• Nossas crianças têm direito à proteção, ao afeto e à amizade

• Nossas crianças têm direito a expressar seus sentimentos

• Nossas crianças têm direito a uma especial atenção durante seu


período de adaptação à creche

• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua identidade cultural,


racial e religiosa

13
Nossas crianças têm direito à brincadeira

• Os brinquedos estão disponíveis às crianças em todos os momentos

• Os brinquedos são guardados em locais de livre acesso às crianças

• Os brinquedos são guardados com carinho, de forma organizada

• As rotinas da creche são flexíveis e reservam períodos longos para as


brincadeiras livres das crianças

• As famílias recebem orientação sobre a importância das brincadeiras


para o desenvolvimento infantil

• Ajudamos as crianças a aprender a guardar os brinquedos nos lugares


apropriados

• As salas onde as crianças ficam estão arrumadas de forma a facilitar


brincadeiras espontâneas e interativas

• Ajudamos as crianças a aprender a usar brinquedos novos

• Os adultos também propõem brincadeiras às crianças

• Os espaços externos permitem as brincadeiras das crianças

• As crianças maiores podem organizar os seus jogos de bola, inclusive


futebol

• As meninas também participam de jogos que desenvolvem os


movimentos amplos: correr, jogar, pular

• Demonstramos o valor que damos às brincadeiras infantis participando


delas sempre que as crianças pedem

• Os adultos também acatam as brincadeiras propostas pelas crianças

14
Nossas crianças têm direito à atenção individual
• Chamamos sempre as crianças por seu nome

• Observamos as crianças com atenção para conhecermos melhor cada


uma delas

• O diálogo aberto e contínuo com os pais nos ajuda a responder às


necessidades individuais da criança

• A criança é ouvida

• Sempre procuramos saber o motivo da tristeza ou do choro das


crianças

• Saudamos e nos despedimos individualmente das crianças na chegada


e saída da creche

• Conversamos e somos carinhosos com as crianças no momento da


troca de fraldas e do banho

• Comemoramos os aniversários de nossas crianças

• Crianças muito quietas, retraídas, com o olhar parado, motivam nossa


atenção especial

• Aprendemos a lidar com crianças mais agitadas e ativas sem discriminá-


las ou puní-las

• Aprendemos a lidar com preferências individuais das crianças por


alimentos

• Ficamos atentos à adequação de roupas e calçados das crianças nas


diversas situações

• Damos suporte às crianças que têm dificuldades para se integrar nas


brincadeiras dos grupos

• Procuramos respeitar as variações de humor das crianças

• Procuramos respeitar o ritmo fisiológico da criança: no sono, nas


evacuações, nas sensações de frio e calor

15
• Crianças com dificuldades especiais recebem apoio para participar das
atividades e brincar com os colegas

• Nossas crianças têm direito a momentos de privacidade e quietude

• Evitamos usar e que as crianças usem apelidos que discriminem outras


crianças

• Procuramos analisar porque uma criança não está bem e encaminhá-la


à orientação especializada quando necessário

16
Nossas crianças têm direito a um ambiente
aconchegante, seguro e estimulante
• Arrumamos com capricho e criatividade os lugares onde as crianças
passam o dia

• Nossas salas são claras, limpas e ventiladas

• Não deixamos objetos e móveis quebrados nos espaços onde as


crianças ficam

• Mantemos fora do alcance das crianças produtos potencialmente


perigosos

• As crianças têm lugares agradáveis para se recostar e desenvolver


atividades calmas

• As crianças têm direito a lugares adequados para seu descanso e


sono

• Nossa creche demonstra seu respeito às crianças pela forma como está
arrumada e conservada

• Nossa creche sempre tem trabalhos realizados pelas crianças em


exposição

• Quando fazemos reformas na creche nossa primeira preocupação é


melhorar os espaços usados pelas crianças

• Quando fazemos reformas tentamos adequar a altura das janelas, os


equipamentos e os espaços de circulação às necessidades de visão e
locomoção das crianças

• Nossa equipe procura desenvolver relações de trabalho cordiais e


afetivas

• Procuramos tornar acolhedor o espaço que usamos para receber e


conversar com as famílias

• Procuramos garantir o acesso seguro das crianças à creche

• Lutamos para melhorar as condições de segurança no trânsito nas


proximidades da creche

17
Nossas crianças têm direito ao contato
com a natureza
• Nossa creche procura ter plantas e canteiros em espaços disponíveis

• Nossas crianças têm direito ao sol

• Nossas crianças têm direito de brincar com água

• Nossas crianças têm oportunidade de brincar com areia, argila,


pedrinhas, gravetos e outros elementos da natureza

• Sempre que possível levamos os bebês e as crianças para passear ao


ar livre

• Nossas crianças aprendem a observar, amar e preservar a natureza

• Incentivamos nossas crianças a observar e respeitar os animais

• Nossas crianças podem olhar para fora através de janelas mais baixas
e com vidros transparentes

• Nossas crianças têm oportunidade de visitar parques, jardins e


zoológicos

• Procuramos incluir as famílias na programação relativa à natureza

18
Nossas crianças têm direito à higiene e à saúde
• Nossas crianças têm direito de manter seu corpo, cuidado, limpo e
saudável

• Nossas crianças aprendem a cuidar de si próprias e assumir


responsabilidades em relação à sua higiene e saúde

• Nossas crianças têm direito a banheiros limpos e em bom


funcionamento

• O espaço externo da creche e o tanque de areia são limpos e conservados


periodicamente de forma a prevenir contaminações

• Nossas crianças têm direito à prevenção de contágios e doenças

• Lutamos para melhorar as condições de saneamento nas vizinhanças


da creche

• Acompanhamos com as famílias o calendário de vacinação das


crianças

• Acompanhamos o crescimento e o desenvolvimento físico das


crianças

• Mantemos comunicação com a família quando uma criança fica doente


e não pode freqüentar a creche

• Procuramos orientação nos serviços básicos de saúde para a prevenção


de doenças contagiosas existentes no bairro

• Procuramos orientação especializada para o caso de crianças com


dificuldades físicas, psico-afetivas ou problemas de desenvolvimento

• Sempre que necessário encaminhamos as crianças ao atendimento de


saúde disponível ou orientamos as famílias para fazê-lo

• O cuidado com a higiene não impede a criança de brincar e se divertir

• Damos o exemplo para as crianças, cuidando de nossa aparência e


nossa higiene pessoal

19
Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia

• Preparamos os alimentos com capricho e carinho

• Nossas crianças têm direito a um ambiente tranqüilo e agradável para


suas refeições

• Planejamos alimentos apropriados para as crianças de diferentes idades

• Permitimos que meninos e meninas participem de algumas atividades


na cozinha, sempre que possível

• Procuramos respeitar preferências, ritmos e hábitos alimentares


individuais das crianças

• Procuramos diversificar a alimentação das crianças, educando-as para


uma dieta equilibrada e variada

• Incentivamos as crianças maiorzinhas a se alimentarem sozinhas

• A água filtrada está sempre acessível às crianças

• Incentivamos a participação das crianças na arrumação das mesas e


dos utensílios, antes e após as refeições

• Nossa cozinha é limpa e asseada

• Nossa despensa é limpa, arejada e organizada

• Valorizamos o momento da mamadeira, segurando no colo os bebês e


demonstrando carinho para com eles

• Ajudamos os pequenos na transição da mamadeira para a colher e o


copo

• Procuramos sempre incluir alimentos frescos nos cardápios

• Procuramos manter uma horta, mesmo pequena, para que as crianças


aprendam a plantar e cuidar das verduras

• As famílias são informadas sobre a alimentação da criança e suas


sugestões são bem recebidas

20
Nossas crianças têm direito a desenvolver sua
curiosidade, imaginação e capacidade de expressão
• Nossas crianças têm direito de aprender coisas novas sobre seu bairro,
sua cidade, seu país, o mundo, a cultura e a natureza

• Valorizamos nossas crianças quando tentam expressar seus


pensamentos, fantasias e lembranças

• Nossas crianças têm oportunidade de desenvolver brincadeiras e jogos


simbólicos

• Nossas crianças têm oportunidade de ouvir músicas e de assistir teatro


de fantoches

• Nossas crianças são incentivadas a se expressar através de desenhos,


pinturas, colagens e modelagem em argila

• Nossas crianças têm direito de ouvir e contar histórias

• Nossas crianças têm direito de cantar e dançar

• Nossas crianças têm livre acesso a livros de história, mesmo quando


ainda não sabem ler

• Procuramos não deixar as perguntas das crianças sem resposta

• Quando não sabemos explicar alguma coisa para as crianças, sempre


que possível procuramos buscar informações adequadas e trazê-las
posteriormente para elas

• Sempre ajudamos as crianças em suas tentativas de compreender as


coisas e os acontecimentos à sua volta

• Não reprimimos a curiosidade das crianças pelo seu corpo

• Não reprimimos a curiosidade sexual das crianças

21
• Bebês e crianças bem pequenas aproveitam a companhia de crianças
maiores para desenvolver novas habilidades e competências

• Crianças maiores aprendem muito observando e ajudando a cuidar de


bebês e crianças pequenas

• Não deixamos nossas crianças assistindo televisão por longos


períodos

• As famílias são informadas sobre o desenvolvimento de suas crianças

22
Nossas crianças têm direito ao movimento
em espaços amplos
• Nossas crianças têm direito de correr, pular e saltar em espaços amplos,
na creche ou nas suas proximidades

• Nossos meninos e meninas têm oportunidade de jogar bola, inclusive


futebol

• Nossos meninos e meninas desenvolvem sua força, agilidade e equilíbrio


físico nas atividades realizadas em espaços amplos

• Nossos meninos e meninas, desde bem pequenos, podem brincar e


explorar espaços externos ao ar livre

• Nossas crianças não são obrigadas a suportar longos períodos de


espera

• Os bebês não são esquecidos no berço

• Os bebês têm direito de engatinhar

• Os bebês têm oportunidade de explorar novos ambientes e interagir


com outras crianças e adultos

• As crianças pequenas têm direito de testar seus primeiros passos fora


do berço

• Reservamos espaços livres cobertos para atividades físicas em dias


de chuva

• Organizamos com as crianças aquelas brincadeiras de roda que


aprendemos quando éramos pequenos

• Procuramos criar ocasiões para as famílias participarem de atividades


ao ar livre com as crianças

23
Nossas crianças têm direito à proteção,
ao afeto e à amizade
• Nossas crianças sabem que são queridas quando percebem que suas
famílias são bem-vindas e respeitadas na creche

• Nossa creche respeita as amizades infantis

• Nossa creche valoriza a cooperação e a ajuda entre adultos e crianças

• Nossas crianças encontram conforto e apoio nos adultos sempre que


precisam

• Procuramos entender porque a criança está triste ou chorando

• Procuramos ajudar as pessoas da equipe quando enfrentam problemas


pessoais sérios

• Procuramos não interromper bruscamente as atividades das crianças

• Evitamos situações em que as crianças se sintam excluídas

• Evitamos comentar assuntos relacionados com as crianças e seus


familiares na presença delas

• Nossas crianças, mesmo quando brincam autonomamente, não ficam


sem a proteção e o cuidado dos adultos

• Conversamos e brincamos com os bebês quando estão acordados

• Nossas crianças recebem atenção quando nos pedem ou perguntam


alguma coisa

• Procuramos proteger as crianças de eventuais agressões dos colegas

• Ajudamos as crianças a desenvolver seu auto-controle e aprender a


lidar com limites para seus impulsos e desejos

• Explicamos as crianças os motivos para comportamentos e condutas


que não são aceitos na creche

• Nunca deixamos de procurar entender e tomar providências quando


nossas crianças aparecem na creche machucadas e amedrontadas

24
Nossas crianças têm direito a expressar
seus sentimentos
• Nossas crianças têm direito à alegria e à felicidade

• Nossos meninos e meninas têm direito a expressar tristeza e


frustração

• Procuramos ensinar meninos e meninas como expressar e lidar com


seus sentimentos e impulsos

• Procuramos sempre enfrentar as reações emocionais das crianças com


carinho e compreensão

• Procuramos sempre entender as reações das crianças e buscar


orientação para enfrentar situações de conflito

• O bem-estar físico e psicológico das crianças é um de nossos objetivos


principais

• Ajudamos as crianças a desenvolver sua autonomia

• Sempre conversamos com as crianças sobre suas experiências em


casa e no bairro

• Nossas crianças podem, sempre que querem, procurar e ficar perto de


seus irmãozinhos que também estão na creche

• Nossas crianças expressam seus sentimentos através de brincadeiras,


desenhos e dramatizações

• A manifestação de preconceitos de raça, sexo ou religião nos mobiliza


para que procuremos incentivar atitudes e comportamentos mais
igualitários na creche.

25
Nossas crianças têm direito a uma especial atenção
durante seu período de adaptação à creche
• As crianças recebem nossa atenção individual quando começam a
freqüentar a creche

• As mães e os pais recebem uma atenção especial para ganhar confiança


e familiaridade com a creche

• Nossas crianças têm direito à presença de um de seus familiares na


creche durante seu período de adaptação

• Nosso planejamento reconhece que o período de adaptação é


um momento muito especial para cada criança, sua família e seus
educadores

• Nosso planejamento é flexível quanto a rotinas e horários para as


crianças em período de adaptação

• Nossas crianças têm direito de trazer um objeto querido de casa para


ajudá-las na adaptação à creche: uma boneca, um brinquedo, uma
chupeta, um travesseiro

• Criamos condições para que os irmãozinhos maiores que já estão na


creche ajudem os menores em sua adaptação à creche

• As mães e os pais são sempre bem-vindos à creche

• Reconhecemos que uma conversa aberta e franca com as mães e os


pais é o melhor caminho para superar as dificuldades do período de
adaptação

• Observamos com atenção a reação dos bebês e de seus familiares


durante o período de adaptação

• Nunca deixamos crianças inseguras, assustadas, chorando ou apáticas,


sem atenção e carinho

• Nossas crianças têm direito a um cuidado especial com sua alimentação


durante o período de adaptação

• Observamos com cuidado a saúde dos bebês durante o período de


adaptação

26
Nossas crianças têm direito a desenvolver sua
identidade cultural, racial e religiosa
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua auto-estima

• Meninos e meninas têm os mesmos direitos e deveres

• Nossas crianças, negras e brancas, aprendem a gostar de seu corpo e


de sua aparência

• Respeitamos crenças e costumes religiosos diversos dos nossos

• Nossas crianças não são discriminadas devido ao estado civil ou à


profissão de seus pais

• A creche é um espaço de criação e expressão cultural das crianças, das


famílias e da comunidade

• Nossas crianças, de todas as idades, participam de comemorações e


festas tradicionais da cultura brasileira: carnaval, festas juninas, natal,
datas especiais de nossa história

• Nossas crianças visitam locais significativos de nossa cidade, sempre


que possível: parques, museus, jardim zoológico, exposições

• Nossas crianças visitam locais significativos do bairro, sempre que


possível: a padaria, uma oficina, a praça, o corpo de bombeiros, um
quintal

• Estimulamos os pais a participar ativamente de eventos e atividades na


creche

27
A POLÍTICA DE CRECHE RESPEITA A CRIANÇA
Critérios para políticas e programas de creche

Fúlvia Rosemberg

29
Foto: Carochinha/Coseas/USP

30
A POLÍTICA DE CRECHE RESPEITA CRIANÇA
Critérios para políticas e programas de creche

• A política de creche respeita os direitos fundamentais da criança

• A política de creche está comprometida com o bem-estar e o


desenvolvimento da criança

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito a um


ambiente aconchegante, seguro e estimulante

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito à higiene e à


saúde

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito a uma


alimentação saudável

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito à


brincadeira

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito a ampliar


seus conhecimentos

• A política de creche reconhece que as crianças têm direito ao contato


com a natureza

31
A política de creche respeita os direitos
fundamentais da criança

• As creches têm por objetivo educar e cuidar de crianças até 6 anos


de idade

• As creches não estão sendo usadas por crianças com mais de 7 anos
como alternativa à educação de 1º grau

• As creches são concebidas como um serviço público que atende a


direitos da família e da criança

• A política de creche procura responder ao princípio de igualdade de


oportunidade para as classes sociais, os sexos, as raças e os credos

• A política de creche reconhece que as crianças têm uma família

• A política de creche prevê a gestão democrática dos equipamentos e a


participação das famílias e da comunidade

• A programação para as creches respeita e valoriza as características


culturais da população atendida

• O programa de creches integra o planejamento municipal, estadual,


regional e federal de ações mais gerais

• A política de creche estimula a produção e o intercâmbio de


conhecimentos sobre educação infantil

• Há um projeto para as creches com explicitação de metas, estratégias,


mecanismos de supervisão e avaliação

• O plano de expansão das creches, em quantidade e localização,


responde às necessidades das famílias e crianças

• O plano para creche prevê entre suas metas a melhoria da qualidade do


atendimento à criança

32
• O orçamento para as creches é suficiente para oferecer um
atendimento digno às crianças e um reconhecimento do trabalho do
adulto profissional

• Os critérios para admissão de crianças nas creches são democráticos,


transparente e não discriminatórios

• As pessoas que trabalham nas creches que trabalham nas creches são
reconhecidas e tratadas como profissionais nos planos da formação
educacional, do processo de seleção, do salário e dos direitos
trabalhistas

• O per capita repassado às creches respeita o cronograma pré-


estabelecido

• O valor do per capita repassado pelo poder público às creches


conveniadas é suficiente para oferecer um tratamento digno às
crianças

• O valor do per capita repassado às creches segue uma curva


ascendente

• Os critérios para estabelecimento e avaliação de convênios são


transparentes e acessíveis ao público

• As entidades conveniadas permitem o acesso público aos equipamentos


e acolhem a orientação dos órgãos responsáveis

33
A política de creche está comprometida com o
bem-estar e o desenvolvimento da criança

• O programa para as creches prevê educação e cuidado de forma


integrada visando, acima de tudo, o bem-estar e o desenvolvimento da
criança

• A melhoria da qualidade do serviços oferecido nas creches é um objetivo


do programa

• As creches são localizadas em locais de fácil acesso, cujo entorno não


oferece riscos à saúde e segurança

• Os projetos de construção e reforma das creches visam, em primeiro


lugar, o bem-estar e o desenvolvimento da criança

• A política de creche reconhece que os profissionais são elementos


chave para garantir o bem-estar e o desenvolvimento da criança

• As creches dispõem de um número de profissionais suficiente para


educar e cuidar de crianças pequenas

• O programa dá importância à formação profissional prévia e em serviço


do pessoal, bem como à supervisão

• A formação prévia e em serviço concebe que é função do profissional de


creche educar e cuidar de forma integrada

• Os profissionais dispõem de conhecimentos sobre desenvolvimento


infantil

• A política de creche reconhece que os adultos que trabalham com as


crianças têm direito a condições favoráveis para seu aperfeiçoamento
pessoal, educacional e profissional

• A política de creche reconhece a importância da comunicação entre


famílias e educadores

34
A política de creche reconhece que as crianças têm direito
a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante
• Os profissionais responsáveis elaboram projetos de construção ou
reforma dos prédios das creches que visam em primeiro lugar as
necessidades, o bem-estar e o desenvolvimento das crianças
• O orçamento possibilita construção ou reforma adequada dos prédios
das creches
• Os prédios das creches recebem manutenção periódica
• O orçamento das creches prevê compra, reposição e manutenção de
mobiliário, equipamentos e materiais necessários para que os ambientes
sejam aconchegantes, seguros e estimulantes
• O orçamento das creches prevê compra, reposição e manutenção de
roupas necessárias para as crianças dormirem, se trocarem em caso
de imprevistos e se lavarem
• Os prédios contam com espaço interno e externo adequado ao número
de crianças atendidas e às necessidades de sua faixa etária
• Os prédios oferecem condições adequadas para o bem-estar e o
conforto da crianças: insolação, iluminação, ventilação, sonorização,
esgoto e água potável
• Os prédios oferecem condições adequadas para as necessidades
profissionais e pessoais dos adultos
• Os ambientes das creches são adequados às funções de educar e
cuidar de crianças pequenas
• As creches dispõem de espaços externos sombreados, sem entulho,
lixo, ou outras situações que ofereçam perigo às crianças
• O programa prevê a manutenção dos espaços verdes das creches para
que ofereçam condições de uso sem perigo
• Os espaços internos das creches, seu mobiliário e o material disponível
permitem que a criança brinque, durma, aprenda, se alimente, vá ao
banheiro, se lave e tenha privacidade
• As creches dispõem de mesas, cadeiras, mamadeiras, pratos e talheres
para as crianças se alimentarem
• As creches respeitam a regulamentação local sobre normas de
segurança e higiene
• Os adultos recebem formação prévia e em serviço sobre como criar,
arrumar conservar e usar um ambiente aconchegante, seguro e
estimulante para as crianças

35
A política de creche reconhece que as crianças
têm direito à higiene e à saúde

• O orçamento das creches prevê custos para manutenção da higiene e


promoção de condições favoráveis à saúde de crianças e funcionários

• Os prédios das creches são limpos, arejados e bem insolados, evitando ser
espaços propagadores de doenças entre as crianças

• As creches dispõem de água potável

• O esgotamento sanitário não corre pelos pátios das creches e nos espaços
próximos

• O lixo das creches é recolhido diariamente

• As creches dispõem de produtos para a higiene pessoal das crianças

• As creches dispõem de utensílios e produtos de limpeza

• O programa de manutenção das creches está atento para infestações com


insetos e animais nocivos

• O Planejamento sanitário e da saúde da região incorpora a ação desenvolvida


nas creches e a orientação aos profissionais que ali trabalham

• A formação prévia e em serviço dos adultos está atenta para temas


relacionados à higiente e à saúde

• A definição da função do profissional integra a preocupação com a saúde


e a higiene na creche

• A programação para as crianças prevê ações relacionadas à área de saúde


e higiene

• As creches dispõem de material necessário para prestar os primeiros


socorrros e seus profissionais estão informados para onde devem
encaminhar as crianças em casos de acidente

• A programação de saúde dá especial atenção à comunicação entre família


e creche

36
A política de creche reconhece que as crianças
têm direito a uma alimentação saudável

• O orçamento das creches prevê um custo de alimentação per capita


pelo menos equivalente ao destinado a uma criança na cesta básica

• A programação da alimentação nas creches prevê alimentos in natura

• O cardápio das creches é balanceado e variado para responder às


necessidades calóricas e protéicas das crianças

• As creches dispõem de espaços adequados, arejados, limpos e seguros


para armazenamento e preparo de alimentos

• As creches dispõem de utensílios necessários ao preparo de alimentos

• As crianças dispõem de móveis e utensílios suficientes e adequados


para se alimentarem

• A formação prévia e em serviço dos profissionais considera a alimentação


e outras atividades ligadas ao cuidado como integradas ao processo
educativo infantil

• A programação das creches integra a alimentação e outras atividades


ligadas ao cuidado no processo educativo

37
A política de creche reconhece que as crianças
têm direito à brincadeira

• O orçamento para creches prevê a compra e reposição de brinquedos,


material para expressão artística e livros em quantidade e qualidade
satisfatórias para o número de crianças e as faixas etárias

• Os brinquedos, os materiais e os livros são considerados como instru-


mento do direito à brincadeira e não como um presente excepcional

• A construção das creches prevê a possibilidade de brincadeiras em


espaço interno e externo

• As creches dispõem de número de educadores compatível com a


promoção de brincadeiras interativas

• Os prédios das creches dispõem de mobiliário que facilite o uso, a


organização e conservação dos brinquedos

• A formação prévia e em serviço reconhece a importância da brincadeira


e da literatura infantil para o desenvolvimento da criança

• A programação para as creches reconhece e incorpora o direito das


crianças à brincadeira

38
A política de creche reconhece que as crianças
têm direito a ampliar seus conhecimentos

• A política de creche possibilita que as crianças tenham acesso à


produção cultural da humanidade

• O orçamento para creches prevê a compra e reposição de livros e


materiais adequados para o número de crianças e as faixas etárias

• Os brinquedos, os materiais e os livros são considerados como


instrumentos importantes para a promoção do desenvolvimento e
ampliação dos conhecimentos das crianças

• Os profissionais de creche dispõem de um nível de instrução compatível


com a função de educador

• A formação prévia e em serviços dos profissionais contempla o acesso à


cultura e a ampliação dos conhecimentos das crianças como aspectos
importante do trabalho da creche

• A política de creche incorpora a preocupação de encontrar meios


adequados para promover o desenvolvimento infantil, sem submeter
precocemente as crianças a um modelo escolar rígido

• A programação prevê que as famílias sejam informadas dos progressos


de suas crianças sem que isto implique em avaliação formal

• A política de creche propicia que os educadores ampliem seus


conhecimentos e sua formação pessoal, educacional e profissional

39
A política de creche reconhece que as crianças
têm direito ao contato com a natureza

• O orçamento para construção, reforma e conservação das creches


prevê custos para manutenção de área verde no entorno ou dentro da
creche

• As instâncias de arborização e jardinagem municipal incluem as creches


e seus espaços externos nos projetos locais

• O projeto de construção e reforma dos prédios das creches prevê


espaços externos que comportem plantas

• O programa prevê que as creches tenham condições para plantio de


pequenas hortas e árvores frutíferas de rápido crescimento

• Os profissionais de creche recebem formação e orientação para propiciar


o contato e o respeito das crianças para com a natureza

• A programação para as crianças dá especial atenção ao tema da


natureza

• A programação das creches incentiva passeios e outras atividades que


favoreçam maior contato com a natureza

40
BIBLIOGRAFIA

ABBOT – SHIM, Martha e SIBLEY, Anette. Assessment profile for early childhood
programs. Manual administration. Nova Zelândia, 1987.

_____________ Assessmen prifle for early childhood programs: Preschool, infant,


school-age. Nova Zelândia, s.e., 1987.

BALAGEUR, I;. MESTRE, J. e PENN, H. Quality in services for Young children:


A discussion paper. Bruxelas, European Commission Childcare Networdk,
Commission to the European Communities, 1992.

BREDEKAMP, Sue (ed.) Developmentally appropriate practice in early childhood


programas serving children from birth through age 8. Washington DC, National
Association for the Education of Young Children – NAEYC, 1992 (expanded
edition).

NATIONAL Childcare Accreditation Council. Putting children first: Introducing


quality improvement & accreditation childcare. Sidney, National Childcare
Accreditation Council, s.d.

________________ Putting children first: Quality improvement and accreditation


system handbook. Sidney, National Childcare Accreditation Council, 1993.

__________________ Putting children first: Qualyty improvement and accreditation


system workbook. Sidney, National Childcare Accreditation Council, 1994.

PASCAL, Christine. Capturing the qualy of educational provision for young


children: A story of developing professionals and developing methodology.
European Early Childhood Education Research Journal, v.1, n. 1, p. 69-80,
1993

41
Agradecimentos
Versões preliminares deste documento foram apresentadas em
diferentes fóruns e discutidas por vários especialistas que assim
contribuíram para que se chegasse ao formato atual.

• Maria Lúcia Alcântara Machado e Moysés Kuhlmann Jr. Da Equipe de


Pesquisas sobre Creche do Departamento de Pesquisas Educacionais
da Fundação Carlos Chagas

• Participantes do projeto Formação do Educador de Creche de Belo


Horizonte:

Aidê Cançado Almeida, Áurea Fucks Dreifuss, Déborah Lobo


Martins, Gilda Westin Cosenza, Isa T.F. Rodrigues da Silva, Jane
Margareth de Castro, Kátia Teixeira Peiter Bezerra, Lílian Maria
L. Sturzeneker, Lívia Maria Fraga Vieira, Márcia Moreira Veiga,
Maria Claudia Marques Faria, Maria da Consolação g. C. Abreu,
Maria Inês Mafra Goulart, Patrícia Zingoni M. Morais, Rita de
Cássia Freitas Coelho, Roberto Carlos Ramos, Walquíria Angélica
Passos Garcia.

• Participantes do Centro Brasileiro de Investigações sobre


Desenvolvimento e Educação Infantil (CINDEDI) do Departamento de
Psicologia e Educação da FFCL de Ribeirão Preto (SP): Ana Maria
Mello, Maria Clotilde Rossetti Ferreira, Telma Vitória.

• Participantes do I Simpósio Nacional de Educação Infantil organizado


pela COEDI-MEC em agosto de 1994 em Brasília.

• Participantes da reunião de trabalho organizada pela COEDI-MEC e


pela Fundação Carlos Chagas especialmente para discutir o documento
realizada em São Paulo dia 15 de dezembro de 1994:

Ana Cecília Sucupira, Ana Maria Mello, Ana Maria Secches,


Ângela M. Rabelo F. Barreto, Fátima Regina T. de Salles Dias,
Jane Margareth de Castro, Lívia Maria Fraga Vieira, Márcia
Pacheco Litzner, Maria Helena G. de Castro, Rita de Cássia de
Freitas Coelho, Silvia Pereira de Carvalho, Stela Maria Naspolini,
Stela Maris L. Oliveira, Tizuko M. Kishimoto, Vitória L. Barreto de
Faria, Zilma de Moraes Ramos de Oliveira.

• Robert Myers do Consultative Group on Early Childhood Care and


Development (Nova York)

42
COLEÇÃO PROINFANTIL
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Básica
Secretaria de Educação a Distância
Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil

COLEÇÃO PROINFANTIL
MÓDULO III
unidade 6
livro de estudo - vol. 2
Karina Rizek Lopes (Org.)
Roseana Pereira Mendes (Org.)
Vitória Líbia Barreto de Faria (Org.)

Brasília 2006
Diretora de Políticas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental
Jeanete Beauchamp

Diretora de Produção e Capacitação de Programas em EAD


Carmen Moreira de Castro Neves

Coordenadoras Nacionais do PROINFANTIL


Karina Rizek Lopes
Luciane Sá de Andrade

Equipe Nacional de Colaboradores do PROINFANTIL


Adonias de Melo Jr., Amaliair Attalah, Ana Paula Bulhões, André Martins, Anna Carolina Rocha, Anne Silva,
Aristeu de Oliveira Jr., Áurea Bartoli, Ideli Ricchiero, Jane Pinheiro, Jarbas Mendonça, José Pereira Santana Junior,
Josué de Araújo, Joyce Almeida, Juliana Andrade, Karina Menezes, Liliane Santos, Lucas Passarela, Luciana
Fonseca, Magda Patrícia Müller Lopes, Marta Clemente, Neidimar Cardoso Neves, Raimundo Aires, Roseana
Pereira Mendes, Rosilene Silva, Stela Maris Lagos Oliveira, Suzi Vargas, Vanya Barbosa, Vitória Líbia Barreto de
Faria, Viviane Fernandes

Coordenação Pedagógica
Roseana Pereira Mendes, Vitória Líbia Barreto de Faria

Assessoria Pedagógica
Sônia Kramer, Anelise Monteiro do Nascimento, Claudia de Oliveira Fernandes, Hilda Aparecida Linhares da Silva
Micarello, Lêda Maria da Fonseca, Luiz Cavalieri Bazilio, Regina Maria Cabral Carvalho, Silvia Néli Falcão Barbosa

Consultoria do PROINFANTIL – Módulo III


Ligia Maria Motta Lima Leão de Aquino, Maria Cristina Leandro Paiva

Autoria
Ana Maria Araújo Mello, Beatriz Mangione Sampaio Ferraz, Carmen Torres, Cláudia da Silva Farache, Denise
Maria de Carvalho Lopes, Fátima Regina Teixeira de Salles Dias, Gilka Silva Pimentel, Ligia Maria Motta Lima
Leão de Aquino, Mara Vasconcelos, Maria Carmen Silveira Barbosa, Maria Cristina Leandro Paiva, Maria da
Graça Souza Horn, Maria Estela Costa Holanda Campelo, Renata Bravo Barbosa, Stefânia Padilha Costa,
Vital Didonet, Vitória Líbia Barreto de Faria

Projeto Gráfico, Editoração e Revisão


Editora Perffil

Coordenação Técnica da Editora Perffil


Carmen de Paula Cardinali, Leticia de Paula Cardinali

O uso das imagens da pintora Tarsila do Amaral, contidas nesse livro, foram autorizadas pelo Sr. Guilherme
Augusto do Amaral e demais herdeiros da pintora.

Ficha Catalográfica – Maria Aparecida Duarte – CRB 6/1047

Livro de estudo: Módulo III / Karina Rizek Lopes, Roseana Pereira Mendes, Vitória
L788 Líbia Barreto de Faria, organizadoras. – Brasília: MEC. Secretaria de Educação
Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
68p. (Coleção PROINFANTIL; Unidade 6)

1. Educação de crianças. 2. Programa de Formação de Professores de Educação


Infantil. I. Lopes, Karina Rizek. II. Mendes, Roseana Pereira. III. Faria, Vitória Líbia
Barreto de.

CDD: 372.2
CDU: 372.4
MÓDULO III
unidade 6
livro de estudo - vol. 2

Programa de Formação
Inicial para Professores
em Exercício na Educação Infantil
SUMÁRIO

B - ESTUDO DE TEMAS
ESPECÍFICOS 8
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
SAÚDE COLETIVA: AMBIENTE SAUDÁVEL ......................................... 9
Seção 1 – Ambiente saudável: conceitos básicos de saúde e
ambiente ........................................................................... 11
Seção 2 – Atenção básica à saúde: a articulação da instituição de
Educação Infantil com outros profissionais e programas
de saúde e saneamento básico ........................................ 15
Seção 3 – Cuidados básicos com os ambientes da instituição de
Educação Infantil .............................................................. 20
Seção 4 – Prevenção de acidentes e primeiros socorros ................. 22

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO


CUIDADOS ESSENCIAIS: SONO, HIGIENE E ALIMENTAÇÃO .............. 41
Seção 1 – Necessidades básicas: desenvolvimento infantil e
práticas culturais .............................................................. 43
Seção 2 – Alimentação: as práticas e costumes alimentares .......... 46
Seção 3 – Higiene e cuidados corporais das crianças ...................... 54
Seção 4 – Repouso e sono ................................................................ 57

c – ATIVIDADES INTEGRADoraS 64
b - ESTUDO DE TEMAS ESPECÍFICOS

8
Fundamentos da Educação
SAÚDE COLETIVA: AMBIENTE SAUDÁVEL

Para você me educar...


Você precisa me conhecer
Precisa saber da minha vida
Meu modo de viver e sobreviver
Conhecer as funções das coisas nas quais eu creio
E as quais agarro nos momentos de solidão
Precisa saber e entender
As verdades, pessoas e fatos
Para você me educar ...
Precisa me encontrar lá onde eu existo
Quer dizer, no coração das coisas
Nos mitos e nas lendas,
Nas cores e movimentos,
Para você me educar...
Você precisa estar comigo onde eu estou.

Poema sem nome - autor desconhecido

9
- ABRINDO NOSSO DIÁLOGO

Olá, professor(a)!

Neste texto, vamos estudar o que é saúde, por que algumas pessoas têm mais saúde
e outras menos, quais os principais problemas de saúde acometem as crianças de 0 a
6 anos de idade, como agir em casos de acidentes envolvendo crianças, no ambiente
da creche, pré-escola ou escola, um dos espaços para as trocas, interações e vivências
em saúde.

Pretendemos que você perceba a importância da saúde como direito de todo cidadão,
seja criança, adolescente, adulto ou idoso.

- DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA

Professor(a), ao final deste texto, esperamos que você tenha ampliado o seu
conhecimento, sendo capaz de:

1. Entender a saúde como resultante da combinação de vários fatores, identifi-


cando ações necessárias para a promoção da saúde.

2. Compreender a importância da construção de ambientes saudáveis para o


crescimento e desenvolvimento das crianças.

3. Reconhecer as doenças mais freqüentes na primeira infância, as formas de


cuidar delas na creche, pré-escola ou sala de Educação Infantil em escolas
de Ensino Fundamental e como encaminhar esses casos para atendimento
médico adequado.

4. Conhecer as orientações básicas com relação aos riscos aos quais as crianças
estão sujeitas, tendo a família como aliada para se evitar os acidentes,
promovendo cuidados preventivos e conhecendo as ações básicas de
primeiros socorros.

- CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM

Este texto está organizado em quatro seções: a primeira discorre sobre a saúde
como direito das pessoas, apresentando o conceito de saúde; a segunda destaca a
importância de ambientes saudáveis para as crianças se desenvolverem; a terceira
apresenta as doenças mais freqüentes quando se é criança, discutindo quais devem
ser as medidas adotadas pela creche, pré-escola ou escola diante de uma ou mais
crianças doentes; e a quarta, e última seção, aborda os cuidados para prevenir
acidentes e os procedimentos de primeiros socorros nas instituições educacionais.

10
Seção 1 – Ambiente saudável: conceitos básicos de saúde e ambiente

Objetivo desta seção:


- Compreender a saúde como
resultante da combinação de diversos
fatores (físico, mental e social) e
associada a ações sanitárias e de
saúde coletiva.

Nesta seção, estudaremos o conceito de saúde e por que algumas pessoas têm mais
saúde e outras menos. Como e por que isso acontece?

Para responder a essa pergunta, é necessário falar um pouco sobre a evolução histórica
do conceito de saúde. Na década de 40, o conceito de saúde era simplesmente a
ausência de doença. Atualmente, considera-se que para uma pessoa ter saúde ela
precisa de alimentação adequada e suficiente, moradia digna, saneamento básico,
transporte, educação, acesso e posse da terra, acesso aos serviços de saúde, trabalho,
renda e lazer. Além desses fatores, podemos dizer que o estado de saúde das pessoas
pode ser influenciado pelo grau de participação delas nas decisões da comunidade,
pela afetividade, espiritualidade, sexualidade, gênero, violência, discriminação,
dominação, drogas, falta de proteção no trabalho e a diversidade cultural.

Todos esses fatores foram incluídos no conceito ampliado de saúde, formulado pela
Organização Mundial de Saúde.

“A saúde é um estado de completo bem-estar físico,


mental e social, e não consiste apenas na ausência de
doença ou de enfermidade.”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi fundada


em 7 de abril de 1948 e é uma agência especializada
em saúde que depende da Organização das Nações
Unidas.

Essa nova definição mostra que a saúde das pessoas é


resultante do somatório de vários fatores, determinando
o bem-estar físico, psicológico, emocional e social dos
indivíduos. Portanto, saúde é qualidade de vida e está
fortemente ligada aos direitos humanos, ao direito ao
trabalho, à moradia, à educação, à alimentação e ao
lazer.

11
Devemos lembrar sempre que...

As condições de vidas das pessoas, ou seja, como elas moram, o que comem,
como trabalham, quanto ganham, o grau de participação e mobilização social da
comunidade em que vivem, se dispõem de tempo livre e dinheiro para o lazer com
sua família, entre outros fatores, é que determinam a condição de saúde dos
indivíduos na sociedade ou no meio em que vivem. Podemos falar que saúde e
doença são processos determinados social e historicamente.

A foto ao lado foi tirada na periferia

Carapicuíba, foto de Cristiano Mascaro, 1999


da cidade de São Paulo. Ela retrata
um local onde as moradias são
precárias. As condições de vida e
moradia são fatores que influenciam
as condições de saúde da população.

Para compreender melhor as


condições de saúde das pessoas de
uma comunidade, é importante
conhecer as características do lugar
em que elas vivem. Para pensar na
Fonte: NEWBERY, E. Como e por que se faz arte.
saúde das pessoas atendidas pela São Paulo: Editora Ática, 2001.
instituição onde você trabalha,
observe que a escola pode estar situada em um bairro com ou sem saneamento básico,
comunidade rural ou urbana, numa reserva indígena, em uma região geográfica onde
pode haver rios, córregos, mata, montanhas, esgoto a céu aberto, lixões, igreja, escola,
prefeitura, clube, associações, posto de saúde etc. Observe, ainda, que a comunidade
onde a escola está inserida tem sua história, sua cultura (festas, manifestações religiosas
e populares, o saber das benzedeiras e raizeiras). Todos esses dados fazem com que o
ambiente onde se localiza a escola seja mais, ou menos, promotor de condições
adequadas de saúde.

Atividade 1
Com base no que estudamos até aqui, você poderia afirmar que o ambiente
onde está localizada a instituição onde você trabalha oferece boas condições
de saúde à população que mora no lugar? Justifique sua resposta.

12
No Brasil, a Constituição Federal, em 1988, determina, no seu Artigo 196:

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais


e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos ao
acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.

Esse artigo garante que todas as pessoas têm direito à saúde e que é dever do Estado
assegurar esse direito por meio de políticas sociais. Isso significa dizer que todos os
indivíduos, crianças, adolescentes, adultos ou idosos, têm direito a se beneficiarem de
medidas para prevenir as doenças e devem receber tratamento de saúde caso o
necessitem. Entretanto, sabemos que, muitas vezes, o que está escrito na lei ainda está
longe de ser uma conquista real do nosso dia-a-dia. Por isso, devemos lutar para fazer
valer a lei e garantir os nossos direitos já conquistados na Constituição Federal.

Mas como garantir os nossos direitos em relação à saúde?

O primeiro passo para fazer valer os direitos dos cidadãos é conhecer esses direitos.
Devemos estar atentos às leis, pois, além da Constituição Federal, o direito à saúde,
principalmente para as crianças e adolescentes, foi reforçado no Estatuto da Criança e
do Adolescente-ECA/1990 no seu Artigo 7.

“A criança e o adolescente têm direito à proteção e à saúde mediante efetivação


das políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”

A partir da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente,


1990, e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB/1996, que você vem
conhecendo ao longo das unidades dos Módulos I, II e III do PROINFANTIL, temos o
desafio de articular, no espaço das creches, pré-escolas e escolas em que funcionam
salas de Educação Infantil, em parceria com as famílias, as dimensões do cuidado e
educação da criança pequena, contribuindo para o desenvolvimento pleno e integral
das crianças de 0 a 6 anos. Entendemos ser essa articulação um caminho institucional
para considerar a criança como “sujeito de direitos”, aquela que pode usufruir dos bens
e serviços que são essenciais para o seu crescimento e a sua inserção na sociedade e
no meio em que vive.

13
Dentre os vários segmentos etários, as crianças constituem um grupo vulnerável para
diversas doenças que podem ser prevenidas e controladas. Para que as instituições de
educação possam contribuir nesse processo de prevenção e controle das doenças que
atingem as crianças, é preciso reconhecer que saúde e doença não são fenômenos
puramente biológicos, mas expressam as condições econômicas, sociais e culturais nas
quais vivem as crianças e suas famílias.

Atividade 2
Analise a situação apresentada no quadro abaixo:

Cena 1

Rita é uma menina de 4 anos, muito alegre e sorridente, que mora na periferia de
uma metrópole, num bairro onde não há saneamento básico (não há água encanada
e tampouco o esgoto é tratado). Rita, assim como outras crianças de sua
comunidade, costuma brincar na rua, próxima às valas onde o esgoto corre a céu
aberto. A menina tem se queixado de fortes dores de barriga. A mãe deu a ela um
chá caseiro, mas a menina continuou a se queixar de dores. Então, a mãe de Rita
resolveu procurar o posto de saúde mais próximo da sua casa. Lá ela foi
atendida pelo médico que a examinou e pediu exames de fezes e urina. O
médico estava suspeitando de que a Rita estivesse com um tipo de
verme que provoca dores na barriga. O resultado do exame confirmou
a existência de “giárdia”, um tipo de verme que provoca dores
abdominais. O médico receitou um
remédio para ser tomado durante
7 dias. Rita tomou o remédio
direitinho e o problema foi
solucionado. Entretanto, Rita
continuou a brincar nos
mesmos locais onde sempre
brincava. Após alguns meses,
a mãe retornou com a
menina ao posto de saúde,
pois a criança apresentava
novamente os mesmos sin-
tomas.

14
Na história que você leu no quadro anterior, qual a relação entre as condições
de saúde da menina e o ambiente onde ela vive? Entre as crianças com as quais
você trabalha, você já conheceu situações parecidas com a de Rita?

Ser atendido e medicado no Posto de Saúde é muito importante, mas sabemos que a
saúde é influenciada pelas condições de vida das pessoas. Assim, ficou mais fácil entender
que não basta somente ir ao posto de saúde e receber remédios e atendimento médico,
odontológico e psicológico para se ter saúde. A ação conjunta dos serviços e órgãos
públicos que cuidam da saúde, da educação, do transporte, do meio ambiente, do
saneamento e de outros setores diversos é o que chamamos política intersetorial.
A política intersetorial é uma articulação entre diversas áreas que constitui uma forma
de trabalhar, de governar e de construir políticas públicas que possibilita a superação
da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais e das ações que buscam
melhorar essas estruturas para produzir efeitos mais significativos na saúde e na qualidade
de vida da população.

Atividade 3
Professor(a), na sua opinião, quais os principais problemas de saúde que existem
na região onde está localizada a instituição onde você trabalha? Que ações
poderiam ser realizadas em conjunto para melhorar a saúde das pessoas? Cite
duas ações.

Seção 2 – Atenção básica à saúde: a articulação da instituição de


Educação Infantil com outros profissionais e programas
de saúde e saneamento básico

Objetivo desta seção:


- Identificar os vários campos do
conhecimento e ação necessários
para a promoção da saúde através
de cuidados básicos de higiene
e conforto ambiental .

15
Cena 2
A morte de uma criança

Setembro de 1984. Michele, 9 meses, com pneumonia, estava com febre alta.
Medicada, fica em observação. Visitando-a percebo que está inconsciente. Achei
melhor levá-la ao hospital mais próximo, visto que o Posto de Saúde ao lado da
creche naquele dia estava sem médico.

Uma ambulância demoraria e eu a levei em meu carro. A mãe era diarista e,


naquele dia, trabalhava em local distante da creche.

Fomos logo atendidas, mas 30 minutos depois o médico comunicou que ela havia
sofrido parada cardíaca, vindo a falecer.

A mãe chegou ao hospital 2 horas depois.

Relatei o ocorrido e ela apenas me disse que gostaria de fazer um enterro com
muitas flores. Pediu para localizar o pai da criança, pois não moravam juntos, e
comunicar à família, que morava no interior de São Paulo.

(...) Assumimos as despesas do enterro. No velório estávamos só nós. A mulher,


de 19 anos, sofrida, repetia: “Filha, eu e o pessoal da creche para sempre vamos
lembrar de você.”.

SANCHES, E. C. Creche: realidade e ambigüidades. Petrópolis: Editora Vozes, 2003.

No Brasil, muitas crianças morrem antes de completar 1 ano de idade ou chegam


aos 6 anos com desnutrição grave e doenças respiratórias. Em geral, crianças com
desnutrição pertencem a famílias com renda familiar inferior a um salário mínimo e
os pais apresentam baixo ou nenhum nível de escolaridade. Os governos Federal,
estaduais e municipais, para enfrentar essa situação, desenvolvem programas nas
áreas da saúde e educação que visam reduzir a mortalidade infantil e os agravos à
saúde das crianças menores de 6 anos de idade. Exemplos desse programas são:
Planejamento Familiar, Pré-natal para Gestantes, Calendário de Vacinas, Teste do
Pezinho, Auxílio-alimentação/Bolsa-escola, Bolsa Família e muitos outros programas
que fazem parte de políticas intersetoriais.

As instituições que atendem à criança pequena têm um papel importante na


efetivação dessas políticas intersetoriais. Entretanto, o desempenho desse papel
requer uma integração com outros profissionais e com as famílias das crianças
atendidas pela instituição.

16
O processo de crescimento e desenvolvimento da criança envolve fatores que
ultrapassam o aspecto físico, como você pôde ver ao longo das diferentes unidades
estudadas nos Módulos I e II do PROINFANTIL. O crescimento refere-se às alterações
biológicas que implicam crescimento corporal,
considerando principalmente a evolução do peso, da
estatura e do perímetro craniano, enquanto o
desenvolvimento é um processo de aquisição de
habilidades cada vez mais complexas. Tanto o
crescimento quanto o desenvolvimento são processos
que sofrem influências de fatores internos, isto é,
fatores genético-endócrinos, e externos, que
estão relacionados às condições econômicas, sociais
e culturais, bem como às características do meio
ambiente onde a criança se encontra.

O desenvolvimento é um processo global e dinâmico


de mudanças que acontece com uma pessoa desde a
sua concepção e continua por toda a vida. Estas
mudanças acontecem de modo muito rápido,
principalmente, nos primeiros anos de vida e são bem
evidentes na criança: mudam seu corpo, suas
habilidades e seus sentimentos.

Cada criança é única e tem um ritmo próprio de desenvolvimento e aprendizagem.


Para assegurar que a criança se desenvolva de forma saudável, faz-se necessário
cuidar, além dos aspectos físicos e biológicos do seu desenvolvimento, da interação
e integração das creches, pré-escolas e escolas que possuem turmas de Educação
Infantil com as famílias, assim como com outros serviços que podem contribuir para
promoção e preservação da saúde da criança pequena.

A parceria entre a instituição que atende à criança pequena e outros serviços disponíveis
na comunidade pode se dar de diferentes formas. Quando a criança é matriculada na
instituição, é importante que esta cobre das famílias a apresentação do cartão de
vacinação ou cartão da criança. O cartão da criança é um instrumento que permite
que a instituição acompanhe o crescimento e o desenvolvimento saudável das crianças
e deve ser trabalhado em parceria com o serviço de saúde mais próximo. O cartão
apresenta-se na cor azul para meninos e vermelho para meninas até os 5 anos de
idade. Além de um instrumento para registrar o crescimento da criança (o ganho ou a
perda de peso e altura), o cartão da criança serve também para anotar o aparecimento
de doenças e as vacinas que a criança já tomou. É um instrumento usado pelos
profissionais de saúde e que fica sob a responsabilidade da família da criança.

17
A instituição de Educação Infantil pode ser parceira dos profissionais da saúde, cobrando
a apresentação do cartão da criança no ato da matrícula e, no caso de a família não ter
o cartão, encaminhando-a ao Posto de Saúde mais próximo para que este seja
providenciado.

É importante, ainda, que seja observado se as vacinas da criança estão em dia, pois isso
garante a segurança das demais crianças da instituição, uma vez que as doenças infantis
são, em geral, contagiosas.

O cartão da criança, como dissemos, é um instrumento que vai auxiliar a instituição no


acompanhamento do desenvolvimento da saúde das crianças. O seu preenchimento,
com as anotações sobre as vacinas que a criança já tomou e a curva de crescimento da
criança, é de responsabilidade dos profissionais e dos serviços de saúde que dedica
atenção individualizada à criança, com orientação específica para a família, caso a criança
apresente curva de crescimento em situação de risco. Portanto, cabe à família ou ao
responsável o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, e à
instituição de Educação Infantil verificar se todas as crianças possuem o cartão e se ele é
utilizado.

Atividade 4
Professor(a), faça um levantamento no grupo de crianças com o qual você
trabalha, para ver se todas elas têm o cartão e se ele está em dia quanto ao
registro das vacinas. Caso não esteja, você pode encaminhar o fato à direção
da instituição, para que vocês conversem sobre a melhor forma de solicitar à
família que leve a criança ao Posto de Saúde.

As crianças são mais vulneráveis às doenças


que outros grupos etários. Mas por que isso
acontece?

As crianças, quando nascem, não possuem


o sistema imunológico completo, isto é, as
defesas naturais do organismo não estão
totalmente formadas, elas vão acabar de se
formar com o próprio crescimento da criança.
Por isso, a criança de 0 a 6 anos representa
uma faixa etária que exige das famílias e
demais responsáveis por ela muita atenção
e cuidados.

18
Para que a criança tenha crescimento e desenvolvimento saudáveis, a alimentação
é um fator muito importante. Considerando as condições de vida de grande parte
da população brasileira, cada vez mais as escolas têm sido um espaço importante
para a abordagem das questões relativas à alimentação e nutrição das crianças.
Para oferecer à criança pequena uma alimentação adequada às suas necessidades
de desenvolvimento, a instituição de Educação Infantil precisa contar com a assessoria
de profissionais ligados à área da nutrição. Esses profissionais são os mais indicados
para identificar as necessidades nutricionais da criança em cada faixa etária,
identificando quais os alimentos adequados para suprir essas necessidades. Podem,
ainda, identificar na comunidade, e em cada estação do ano, que alimentos podem
ser encontrados com mais facilidade e como esses alimentos podem ser mais bem
aproveitados para que suas propriedades nutricionais não se percam.

Quando o estado ou o município não dispõem de nutricionistas para assessorar as


creches, pré-escolas e escolas onde funcionam turmas de Educação Infantil, a parceria
entre a instituição e profissionais da área de nutrição pode se dar a partir de convênios
com universidades e/ou postos de saúde. Além disso, outras organizações ligadas a
grupos religiosos, como a Pastoral da Saúde ou Organizações não-Governamentais
(ONGs) podem ser parceiras da escola no oferecimento à criança de uma alimentação
adequada às suas necessidades nutricionais.

Além da alimentação, vimos que as condições do ambiente são também determinantes


para a saúde dos indivíduos. Muitas vezes, a própria creche, pré-escola ou escola não
dispõe de condições de higiene e saneamento básico adequadas. Nesse caso, é
fundamental a organização dos diversos segmentos da instituição e da comunidade a
qual ela atende para a reivindicação dessas condições, essenciais à prestação de um
serviço de qualidade às crianças e às suas famílias. No texto de Fundamentos da
Educação da Unidade 5 deste Módulo III, você teve a oportunidade de refletir sobre a
importância da gestão participativa para a vida das instituições educacionais. É através
da participação de todos os envolvidos com a escola que podem ser reivindicadas e
conquistadas condições dignas de funcionamento da instituição, quando elas não estão
presentes.

19
Considerando que a saúde envolve não apenas o bem-estar físico, mas também o
bem-estar psicológico, é importante que a instituição de Educação Infantil busque
parcerias com profissionais da área da Assistência Social e Psicologia. Esses
profissionais podem ajudar a instituição a estreitar seus laços com as famílias e
colaborar no tratamento de questões que dizem respeito à relação da criança com
seus familiares. As universidades, mais uma vez, podem ser parceiras das instituições
de Educação Infantil através de projetos de integração.

Como é possível perceber, a instituição de Educação Infantil precisa buscar na


comunidade mais ampla parcerias, para que possa realizar satisfatoriamente seu
trabalho de atendimento integral à criança, contribuindo para o desenvolvimento e
crescimento saudável dos pequenos. É importante lembrar que os Conselhos
Tutelares podem desempenhar um papel importante ajudando a firmar parcerias
entre a instituição de Educação Infantil e outras organizações da sociedade.

Seção 3 – Cuidados básicos com os ambientes da instituição de


Educação Infantil

Objetivo desta seção:


- Conhecer os procedimentos necessários
para higienização dos espaços da instituição
de Educação Infantil e objetos utilizados
pelas crianças, como também para a prevenção
de acidentes e lesões corporais.

Na Seção 1, vimos que a saúde dos indivíduos


reflete a sua condição social. Nesse sentido, a Priscilla Silva Nogueira
organização do local de trabalho, da escola, da
creche, e da casa em que vivemos é
fundamental para a manutenção da nossa
saúde. Como sabemos que uma boa parte do
dia as crianças passam na instituição de
Educação Infantil, é importante torná-la um
ambiente mais agradável e saudável para as
crianças.

Para que o ambiente explorado pela criança


nas suas interações contribua para o seu
crescimento saudável, algumas características
em relação à organização desse espaço devem
ser pensadas. Você já estudou, principalmente

20
no Módulo II, que o espaço físico da instituição de Educação Infantil deve estar
estruturado para promover um ambiente que favoreça a identidade das crianças, o
seu desenvolvimento e aprendizagens, a oportunidade para movimentos corporais,
contato com outras crianças, professores(as) e demais trabalhadores da instituição.
O ambiente da instituição deve promover a estimulação dos sentidos, a sensação de
segurança e confiança nas crianças.

O ambiente físico em que as crianças desenvolvem suas Atividades, além das


características citadas, deve apresentar as condições físicas adequadas, sempre limpo e
bem conservado, isto é, as salas, o pátio, o banheiro, a cozinha e outras áreas. Para
isso, os espaços fechados, como as salas de Atividades, devem ser arejados, claros,
com janelas e portas que deixem o sol e o ar entrar. Ambientes fechados, sem ventilação,
favorecem a proliferação dos microrganismos, o que pode ocasionar a disseminação
de doenças entre as crianças.

Além disso, nas salas não podem faltar as lixeiras e alguns móveis que, ao serem
deslocados, promovem uma melhor apropriação pelas crianças do espaço físico. Os
espaços abertos, como quadra, quintal, pátio, jardim, devem possibilitar maior
exploração do movimento corporal das crianças ao ar livre, como as brincadeiras e
jogos e, nos banheiros, instalações sanitárias em quantidade compatível com o número
de crianças, com pias, chuveiros e vasos sanitários adaptados, para facilitar o seu uso
pelos pequenos, de modo a favorecer o desenvolvimento de sua autonomia. O ideal é
que os banheiros e a cozinha sejam planejados e construídos com material que permita
limpeza fácil e a constante higiene do local.

Os objetos utilizados pelas crianças merecem cuidado especial, sendo higienizados


com freqüência: brinquedos de objetos de pano devem ser lavados periodicamente e
os de pelúcia devem ser evitados, assim como tapetes e cortinas, pois podem causar
alergias. Também é importante cuidar da limpeza dos panos usados na higiene dos
locais onde são feitas trocas de fraldas, assim como do mobiliário das salas de aula.

As áreas externas também precisam de cuidados especiais. Os brinquedos do parquinho


não devem oferecer qualquer risco à segurança das crianças e é necessário verificar
freqüentemente se não estão quebrados ou com partes soltas. Quanto ao parquinho
de areia, quando houver, a areia deve ser coberta à noite e limpa periodicamente, além
de revolvida para evitar a proliferação de fungos e bactérias. Há produtos especiais
para lavar a areia e evitar que proliferem doenças.

É bom lembrar que as pessoas também fazem parte dos ambientes. Os funcionários
que trabalham na instituição de Educação Infantil também devem apresentar-se de
forma adequada às funções que desempenham. Roupas limpas e cabelos presos,

21
no caso dos responsáveis pelo preparo dos alimentos e luvas para os que mexem com o
lixo são procedimentos básicos para manter a higiene dos ambientes e a segurança de
todos os que neles circulam.

É importante, ainda, envolver as crianças com as questões relativas à conservação do


espaço, para que elas se sintam também responsáveis por essa conservação e
desenvolvam posturas adequadas com relação aos ambientes onde vivem.

Estando atento a essas condições do espaço, estes se tornam ambientes agradáveis,


confortáveis e saudáveis, bem como possibilitam constante e segura interação das
crianças com os diversos e diferentes espaços físicos existentes na instituição que atende
à criança pequena.

Atividade 5
Faça uma lista das providências que você julga necessárias para melhorar as
condições do ambiente da instituição onde você trabalha. Depois, discuta com
a direção da instituição os itens da sua lista e as ações que podem ser
desenvolvidas para a melhoria das condições do ambiente.

Seção 4 – Prevenção de acidentes e primeiros socorros

Objetivo desta seção:


- Conhecer as orientações básicas
de cuidados preventivos e
primeiros socorros.

Professor(a), é sempre bom lembrar que, nas instituições de Educação Infantil, as crianças
devem ser acompanhadas todo o tempo por adultos, que têm o dever de cuidar para
que elas estejam em segurança. Entretanto, podem acontecer situações imprevistas,
acidentes que podem causar lesões graves nas crianças.

Como vimos na seção anterior, o espaço físico da instituição, além de favorecer a sua
aprendizagem e seu desenvolvimento, deve propiciar à criança um local seguro, evitando
acidentes. Os acidentes envolvendo crianças representam números elevados nas
estatísticas de mortalidade infantil. Muitos acidentes que acontecem com as crianças
ocorrem dentro de casa ou no local onde a criança permanece a maior parte do tempo.
Por essa razão, é necessário que o(a) professor(a) de Educação Infantil conheça as
formas de prevenir esses acidentes e saiba como agir em situações imprevistas.

22
Independentemente da faixa etária, alguns cuidados básicos devem ser tomados:

- Jamais ministrar qualquer tipo de medicação. Caso a criança se queixe de


algum mal-estar, ou apresente algum sintoma, a família deve ser avisada. Na
impossibilidade de fazer contato com a família, deve-se procurar o Posto de
Saúde mais próximo.

- As crianças não devem circular pelas áreas onde se preparam os alimentos,


evitando seu contato com facas e outros materiais cortantes, água fervente,
fogo etc.

- Tesouras de ponta não devem ser usadas pelas crianças, assim como estiletes e
outros materiais cortantes. Há tesouras sem ponta que podem ser usadas pelas
crianças.

- Os móveis devem ter quinas arredondadas e o piso dos lugares onde a criança
circula não deve ser escorregadio (evite passar cera, pois além do cheiro forte,
que pode causar intoxicação, o piso pode ficar mais escorregadio, causando
acidentes).

- Durante as Atividades de lazer e pedagógicas, deve haver sempre um adulto


acompanhando as crianças.

A faixa etária de 0 a 6 meses representa um período de intensa transformação na


criança. Aparecem os primeiros movimentos do corpo, das mãos, dos olhos e surge a
intencionalidade do gesto da criança, com o seu deslocamento no espaço. Os acidentes
mais comuns nessa idade são as queimaduras, sufocações, intoxicações medicamentosas,
enforcamentos em berços, quedas, ingestão e aspiração de pequenos objetos.

Para prevenir esses acidentes, devemos levar em consideração alguns cuidados com o
ambiente e com as Atividades pedagógicas, de recreação, alimentação e higiene
desenvolvidas na instituição de Educação Infantil. O quadro a seguir apresenta alguns
desses cuidados:

- Jamais deixar o bebê sozinho na banheira ou em lugares altos.

- Não usar plásticos, cobertas pesadas, travesseiros ou brinquedos que podem


levar à sufocação no berço.

- Colocar proteção nas grades dos berços onde as crianças ficam.

23
- Verificar a temperatura da água do banho e
da mamadeira antes de oferecer à criança.

- Oferecer à criança apenas objetos e brin-


quedos maiores e resistentes, que não possam
ser engolidos.

- Manter o ambiente livre de poeira, fumaça e


outros poluentes, evitando usar na limpeza
desses ambientes produtos tóxicos ou de
cheiro forte.

- Não deixar objetos (moedas, brinquedos) e alimentos (milho, arroz, feijão, ervilha)
fáceis de serem engolidos ou colocados nos ouvidos, no nariz e na boca ao
alcance das crianças.

- Jamais deixar as crianças sozinhas enquanto estão se alimentando, mesmo que


elas já saibam segurar a mamadeira, pois podem se sufocar.

- Evitar balas, chicletes e brinquedos que possuem peças pequenas.

- Observar se não há pregos, hastes pontudas, botões soltos etc. nos brinquedos
e objetos da sala de Atividades.

Para as crianças de 6 meses a 2 anos, é importante considerar o seu deslocamento,


inicialmente pelo rastejamento (engatinhando) e depois pela marcha. Os acidentes
mais comuns são as intoxicações, quedas, traumatismo dentário, choque, cortes e
perfurações, ingestão de corpos estranhos, afogamentos, queimaduras com fósforo,
panelas e líquidos quentes sobre o fogão. Podem-se prevenir esses acidentes
lembrando que nessa idade as crianças são curiosas, querem explorar o ambiente e
as pessoas ao seu redor. No quadro seguinte lembramos algumas precauções que
podem ser tomadas para evitar acidentes com as crianças dessa faixa etária:

- Guardar fora do alcance das crianças os remédios, produtos de limpeza e


inseticidas.

- Não cultivar plantas tóxicas nos ambientes onde a criança circula.

- Auxiliar a criança a caminhar. Mesmo que ela já faça isso sozinha, um adulto
sempre deve estar próximo e atento aos movimentos da criança.

- Não permitir que a criança corra ou brinque com objetos na boca (chupeta,
brinquedos etc.).

24
- Proteger janelas, escadas e portas.

- Manter as tomadas elétricas tampadas com protetores de tomada.

- Cuidar para que a criança não fique próxima de piscinas, cisternas, rios,
banheiras ou mesmo baldes d’água. Caso haja piscina, cisterna ou poço na
instituição de Educação Infantil, estes devem ser tampados com tampas
que não possam ser removidas pelas crianças, mesmo que estejam em
áreas onde elas habitualmente não circulam.

A idade de 2 a 6 anos é caracterizada pelo deslocamento da criança em todas as


direções da casa e da instituição de Educação Infantil. A criança de 4 a 6 anos quer
explorar o mundo à sua volta. Os acidentes que acontecem com mais freqüência são os
traumatismos dentários, intoxicações, afogamentos, acidentes esportivos e
automobilísticos e queimaduras. Na tentativa de prevenir esses acidentes, devemos
atuar com o grupo de crianças da seguinte forma:

- Cuidar para que as crianças não subam em árvores, escadas íngremes ou muros
sem um acompanhante adulto.

- Manter remédios, produtos de limpeza e perfumes em local seguro.

- Discutir e desenvolver Atividades com as crianças sobre os riscos e os cuidados


em relação aos locais que favorecem afogamento, acidentes de trânsito e
esportivos, queimaduras etc.

Atividade 6
Você já presenciou no seu local de trabalho algum acidente envolvendo crianças?
Que situações você observa na instituição de Educação Infantil onde você trabalha
que podem causar acidentes envolvendo as crianças? Seria importante listar essas
situações e apresentar essa lista à direção da instituição, propondo discutir com
a equipe que trabalha com as crianças como essas situações podem ser evitadas.

Mesmo quando todos os cuidados são tomados e apesar da supervisão atenta dos
adultos, podem acontecer acidentes na instituição de Educação Infantil. Nesses casos,
é necessário saber como agir para evitar que maiores danos sejam causados à saúde
da criança. Seja qual for o acidente ocorrido e sua gravidade, a família deve ser
sempre informada, com detalhes do que aconteceu com a criança. Isso porque,
mesmo que aparentemente nada de mais grave tenha acontecido, a criança pode

25
apresentar sintomas quando estiver em casa com seus familiares. Daí a importância
de que a família saiba o que aconteceu com a criança na instituição de Educação
Infantil, para tomar as providências necessárias.

Os primeiros socorros para as crianças de 0 a 6 anos de idade se relacionam com os


acidentes mais comuns nessa fase. O socorro de emergência não é um tratamento
médico, mas sim uma ação de tomada de decisão que melhor se aplica à criança
acidentada. Para que o tratamento de emergência seja eficiente, o primeiro passo é
o(a) professor(a) manter a calma e assumir o controle da situação, tranqüilizando a
criança e afastando-a da fonte de perigo, caso essa remoção não ofereça maiores
danos à criança acidentada.

Cortes e ferimentos superficiais

- Quando o ferimento for nos membros (braços ou pernas), levante o membro


ferido para diminuir o sangue.

- Faça pressão no local ferido com um pano limpo ou gaze.

- Quando não sair mais sangue, lavar o local com água e sabão.

- Faça um curativo com gaze. Lembre-se de que algumas crianças são alérgicas
a esparadrapo, portanto, se possível, deve-se evitar seu uso.

- Se o corte for muito grande ou o sangue não parar, encaminhe a criança ao médico
ou Posto de Saúde. O médico vai avaliar a necessidade de dar ponto no local.

- Se a criança cair e apresentar arranhões ou esfoliações, proceda da mesma


maneira.

26
É importante que na instituição de Educação Infantil haja sempre material para
primeiros socorros. Entre este material deve haver luvas descartáveis para que o(a)
professor(a) possa se proteger e proteger a criança ao fazer o curativo.

Contusões (pancadas, quedas)

- Coloque gelo no local, para evitar o inchaço ou formação de hematomas.

- Observe a criança (se o local apresenta inchaço ou se a criança queixa-se de


dores) para avaliar a necessidade de encaminhamento ao Posto de Saúde.

- Caso a criança machuque a cabeça, deve-se observar possíveis reações, como


tonteira ou vômito. Por isso, deve-se evitar que a criança durma após
machucar-se, para que esses sintomas possam ser mais bem observados.

Fraturas

Dental Braços e pernas

Parar o sangramento, tranqüilizar a Quando o osso não ficar exposto,


criança, observar a extensão da fratura. devem-se fazer talas de papelão ou
O dente pode entrar inteiro na gengiva, régua para imobilizar o membro
sair inteiro da boca ou ficar bambo fraturado e encaminhar a criança
dentro da boca. ao Posto de Saúde para se fazer
avaliação.
Se o dente for de leite ou permanente
deve-se guardar o dente/pedaço fratu-
rado num copo com soro fisiológico e
encaminhar ao dentista.

Se a fratura for muito extensa, Quando o osso ficar exposto: se houver


atingindo toda a coroa ou a raiz, a hemorragia, faça compressa com gaze
criança vai sentir dor. O procedimento para estancar o sangue, imobilize a
deve ser, também, de procurar o fratura e encaminhe a criança ao Posto
Posto de Saúde. O dentista vai resolver de Saúde imediatamente.
a situação.

27
Mordidas e picadas de animais

Animais peçonhentos Animais domésticos

Picadas de abelha, marimbondo, formi- Mordidas de cães e gatos: lavar o local


gas, mosquitos e aranha podem pro- com água e sabão, conter o sangue e
vocar alergia e coceira na criança. Se for cobrir com gaze.Encaminhar a criança
abelha ou marimbondo, retire o ferrão, ao Posto de Saúde para avaliação da
lave com água e sabão e encaminhe para necessidade de tomar vacina contra
o Posto de Saúde para a avaliação. tétano e profilaxia contra raiva. Isolar
Mordidas de outros animais: limpe e lave e observar o animal para verificar se
com água e sabão. No caso dos está com raiva. Ao perceber alteração
escorpiões, o socorro deve ser rápido, no comportamento do animal, enca-
pois há risco de vida. minhá-lo para o serviço de zoonose do
Posto de Saúde.
Cobra: leva ao Posto de Saúde para o
recebimento do soro e a avaliação
médica.

Queimaduras

De sol Produtos químicos e físicos

Exposição ao sol por longo período de Químicos: inseticidas, material de


tempo. A pele fica vermelha e arde ao limpeza. Lave o local, cubra com gaze e
contato com roupas. encaminhe a criança ao Posto de Saúde.

Com bolhas: não fure as bolhas e não Físicos: objetos/líquidos quentes, fogo.
passe cremes, pasta dental ou man- Se a roupa estiver pegando fogo, enrole
teiga. Lave o local com água e sabão, a criança em um pano para abafar o
cubra com pano limpo, ofereça bastan- fogo.
te líquido para a criança e procure o
Posto de Saúde o mais rápido possível.

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Queimaduras

De sol Produtos químicos e físicos

Sem bolhas: passe creme hidrante no Com bolhas: não fure as bolhas e não
local e não deixe a criança exposta ao passe cremes, pasta dental ou manteiga.
sol novamente. Lave o local com água e sabão, cubra
com pano limpo, ofereça bastante líquido
Queimadura no olho: lave com água
para a criança e procure o Posto de Saúde
fria, cubra o olho com gaze e encaminhe
o mais rápido possível.
ao Posto de Saúde.
Sem bolhas: molhe a região com água
fria e cubra o local com um pano limpo
ou gaze.

Atividade 7
Seria importante que você mantivesse em sua sala de atividades um resumo
dos principais acidentes e das medidas de Primeiros Socorros necessárias em
cada tipo de acidente para consultar, caso haja necessidade.

Além dos acidentes, as crianças podem apresentar problemas de saúde que exijam
providências das instituições de Educação Infantil. Como no caso dos acidentes,
também no caso das doenças infantis, o ideal é preveni-las. Um ambiente limpo e
saudável é um importante fator de prevenção de doenças. Outra medida importante
é manter em dia as vacinas, que ajudam a prevenir grande parte das doenças comuns
na infância. Entretanto, se a despeito de todos esses cuidados a criança adoecer, a
instituição de Educação Infantil, em parceria com as instituições de saúde disponíveis
na comunidade, pode colaborar para que o problema seja resolvido rapidamente e
para preservar as outras crianças de possíveis contágios.

Os principais problemas de saúde que ocorrem com as crianças são comumente


conhecidos como as doenças da primeira infância. A maioria dessas doenças são as
que afetam o aparelho respiratório, além das doenças infecciosas, parasitárias e
desnutrição. Ou seja, as crianças podem apresentar mais freqüentemente gripe,
resfriados, febres, tosses, bronquite, pneumonia, diarréias, sarnas, piolho, viroses,
impetigo e cárie dental.

Professor(a), certamente você conhece várias doenças que são mais comuns em
crianças de 0 a 6 anos de idade. Nesta seção, apresentaremos os principais cuidados
que devemos ter com as crianças e com o ambiente coletivo da escola, para evitar

29
que as doenças se espalhem entre crianças e adultos. Entretanto, é importante
lembrar que a família ou os responsáveis, juntamente com os profissionais de saúde,
são as pessoas indicadas para resolver os problemas de saúde das crianças. A
instituição de Educação Infantil, os(as) professores(as) e os funcionários, devidamente
capacitados, isto é, conhecedores das características das doenças – como aparecem,
os sinais no corpo da criança, os sintomas que a criança apresenta, como se pega a
doença, como se faz a prevenção e tratamento da doença – são capazes de promover
o encaminhamento das crianças para o Posto de Saúde.

Para relembrar
- Na instituição que atende à criança pequena, os(as) professores(as) e
funcionários devem conhecer os sinais das doenças para proceder de forma
correta e discutir coletivamente, lembrando que as mães, pais e familiares
devem tomar as decisões e proceder aos encaminhamentos que se fizerem
necessários para resolver o problema. A decisão sobre o uso de medicamentos
é de competência dos profissionais de saúde.

A seguir, apresentamos algumas doenças mais comuns na infância, seus sintomas e


como a instituição pode colaborar para evitar a proliferação delas.

Sarna (escabiose)

É uma doença causada por um tipo de carrapato, pequeno, que entra debaixo da pele
e provoca irritação e muita coceira, principalmente à noite. Esse carrapato chamado
Sarcoptes scabiei penetra na pele e provoca lesões que aparecem como pontos
vermelhos e bolhas.

A sarna é uma doença contagiosa, que pega de uma pessoa para outra, e infecciosa,
que entra na pele. Qualquer um pode pegar quando se encosta na pele de uma
pessoa doente ou quando se usa roupa de vestir ou de cama da mesma pessoa.

As partes do corpo onde mais aparecem as feridas são debaixo dos braços, nas axilas,
debaixo dos seios, na barriga, nas nádegas, no pênis, na virilha, nas dobras dos cotovelos,
e entre os dedos das mãos e dos pés. Se a doença persiste sem tratamento adequado,
podem aparecer lesões que deixam a pele mais dura e grossa e até mesmo feridas com pus.

Os cuidados para se evitar pegar a sarna são muito simples. Em primeiro lugar, ao
perceber que uma criança na instituição de Educação Infantil apresenta coceira no

30
corpo, o(a) professor(a) deve solicitar aos responsáveis que a encaminhem ao Posto
de Saúde, para que a ela seja examinada pelo médico. O profissional de saúde vai
orientar como a família deve fazer o tratamento medicamentoso em casa. A criança
não deve freqüentar a instituição de Educação Infantil enquanto estiver em
tratamento, para evitar o contágio com outras crianças. Se na instituição a criança
usa roupas de cama, elas devem ser lavadas, expostas ao sol e passadas com ferro
bem quente, para matar o carrapato.

Piolho (pediculose)

É uma doença causada por um tipo de inseto sem asas chamado Pediculus humanis
capitis. O piolho se alimenta de sangue e vive principalmente no couro cabeludo, sem
penetrar a pele da criança ou adulto. Quando pica a pessoa, o piolho solta uma toxina,
uma espécie de veneno, que provoca uma coceira na cabeça. Ele deposita seus ovos, as
lêndeas, próximo à raiz do cabelo. Normalmente, põe um total de 100 a 150 ovos por
dia, que após duas semanas viram piolhos.

O piolho passa de uma pessoa para outra pelo contato pessoal e uso compartilhado de
objetos, como pente, escova de cabelo e chapéu. O principal sintoma é uma coceira
muito grande na nuca e atrás das orelhas, que podem inflamar e ficar feridas. As
lêndeas ficam aderidas aos cabelos e são difíceis de se soltarem dos pêlos.

O piolho espalha-se rapidamente entre as crianças durante os jogos e brincadeiras


realizadas na creche, pré-escola ou escola em que funcionam turmas de Educação
Infantil. Por isso os cuidados para se evitar a infestação pelo piolho devem ser semelhantes
às recomendações para evitar a sarna. Também no caso dos piolhos, a família deve ser
comunicada. A higiene pessoal é muito importante para se acabar com os piolhos. É
importante lavar e pentear os cabelos diariamente.

Pereba (impetigo)

É uma ferida que aparece na pele das crianças (em volta da boca, nariz e pernas)
devido à coceira da sarna ou mesmo do piolho. Nesse local, desenvolve-se uma
bactéria conhecida como Streptococcus ou Staphylococcus. A pele, no local, fica
vermelha e com bolhas, que viram feridas purulentas, e quando as crostas das feridas
ficam mais secas, são conhecidas como perebas ou brotos. Essa doença é muito
contagiosa e passa facilmente de uma criança para outra. Em recém-nascidos, a
doença pode progredir muito rápido e de forma grave, causando febre e íngua
(inflamação dos gânglios). O profissional de saúde vai indicar o remédio mais
adequado para a criança que apresenta o impetigo. É sempre bom que na instituição
de Educação Infantil os copos, talheres, pratos, mamadeiras e outros objetos sejam

31
esterilizados com freqüência, tomando-se um cuidado especial para que os bicos
(chupetas), talheres e copos não sejam compartilhados pelas crianças.

Assadura (dermatite de fraldas)

É muito comum na infância e acontece nas crianças que usam fraldas quando estas
não são trocadas com a freqüência necessária, acumulando urina e fezes e ficando em
contato com a pele da criança. Aparece uma irritação na parte genital, devido ao uso
prolongado da fralda. A pele fica mais vermelha, podendo até se ferir se não for tratada
a tempo e causa muito desconforto para a criança.

A assadura não passa de uma criança para outra e o principal meio de evitá-la é a troca
constante de fraldas sujas ou molhadas. Quando a criança já apresenta assaduras, é
bom deixá-la sem fraldas por algum tempo e também, no caso das fraldas de pano,
lavar, ferver e deixar as fraldas de molho em vinagre durante a noite. Se aparecerem
feridas no lado interno da perna, nádegas, genitália e abdômen, a criança deve ser
encaminhada ao profissional de saúde. Ele vai verificar a necessidade de tratamento
com remédios, que, normalmente, são cremes protetores de uso local.

Na instituição de Educação Infantil, é importante observar que a troca de fraldas deve


ser feita com freqüência e a área afetada higienizada devidamente a cada troca.

Sapinho (monilíase)

O sapinho é o aparecimento de pontinhos brancos, parecendo nata de leite na


boca, bochecha, língua e gengiva da criança pequena. É causado por um fungo
chamado Monília. O tratamento consiste em ferver os bicos das mamadeiras e as
chupetas todos os dias. As mães que estão amamentando devem tomar banho
com mais freqüência e limpar o bico do seio com água pura antes e após amamentar
o recém-nascido. É importante evitar que crianças maiores compartilhem a mesma
chupeta ou mamadeira do recém-nascido que tem sapinho. O profissional de saúde
pode indicar um remédio para uso local. Na instituição de Educação Infantil, a
higiene dos bicos de mamadeira e chupetas é o procedimento que deve ser adotado
para evitar o problema.

Resfriado e gripe (viroses)

O resfriado e a gripe são doenças causadas por microrganismos chamados de vírus.


É a infecção mais comum em crianças no primeiro e no segundo ano de vida, como
já vimos nesta seção. A doença começa com o nariz escorrendo, dor de garganta,
olhos lacrimejantes, mal-estar, tosse, falta de apetite e de disposição para brincar,
febre e dor no corpo.

32
Se as crianças estão bem nutridas, recebendo alimentação saudável, equilibradas
emocionalmente e com resistência imunológica, pode aparecer apenas uma tosse e
nariz entupido e escorrendo. A doença se transmite facilmente de uma criança para a
outra quando os ambientes são fechados, com grande número de pessoas e sem
circulação de ar.

Evitar o contato muito próximo das crianças, fornecer mais líquidos, como chás, sucos
de frutas que contêm vitamina C, por exemplo laranja, acerola e limão, e observar se a
criança está melhorando ou piorando são medidas que a instituição pode tomar. Alguns
sinais que as crianças apresentam auxiliam o(a) professor(a) a perceber a condição de
saúde delas. Por exemplo, a criança não consegue beber ou mamar como antes, vomita
tudo que come, apresenta-se prostrada e desanimada, tem febre e pode apresentar
convulsão. Nesses casos, é necessário que os responsáveis pela criança sejam
comunicados, para que tomem as providências necessárias.

Para evitar o contágio no ambiente da instituição de Educação Infantil, é fundamental


a higiene dos objetos usados pelas crianças e que os ambientes sejam também limpos
e arejados.

Diarréia, desidratação

A diarréia (perda de líquidos através das fezes) pode ter muitas causas. As causas mais
freqüentes são a gripe, a ingestão de alimentos que não foram lavados, o consumo de
água não-tratada, a colocação de objetos e brinquedos sujos na boca. Se a criança
permanecer com diarréia, ela pode apresentar um quadro de desidratação.
A desidratação é a perda de água e sais minerais do corpo e tem como causas as
infecções, as diarréias, o calor excessivo, suor abundante, vômitos, febre, má alimentação
e pouca ingestão de líquidos.

Uma criança com diarréia ou desidratada precisa ser encaminhada ao Posto de Saúde.
No ambiente da instituição, o que pode ser feito é começar oferecendo mais líquido
– água com freqüência e em pequenas porções. Lembrando que os sucos ou chás
devem ser preparados com água limpa ou fervida, caso a água da instituição não
seja tratada. Além disso, a criança deve ser vestida com roupas leves, para evitar
que, ao transpirar, perca ainda mais líquidos do corpo, e mantida em lugar fresco e
arejado. Os alimentos e objetos, como mamadeiras e chupetas, devem estar sempre
limpos.

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Cárie dentária

A cárie é uma doença que acomete crianças e adultos e se instala na boca nos
dentes de leite e permanentes. Ela se inicia com uma alteração na cor dos dentes,
que ficam com uma mancha branca e depois se tornam pequenas cavidades que, se não
tratadas, evoluem para cavidades maiores, chegando até a destruição total do dente.

Na boca, abrigamos vários tipos de bactérias que podem causar a cárie dentária. Essas
bactérias produzem um ácido – semelhante ao vinagre que utilizamos na nossa
alimentação – que provoca a descalcificação dos dentes. A descalcificação é quando
perdemos os minerais, cálcio e fósforo, da parte mais externa dos dentes (esmalte).
Quanto mais descalcificação ocorrer sobre a superfície do dente, mais rapidamente
aparecerão cavidades (buraquinhos) nele. A cárie é uma doença transmissível e suas
bactérias causadoras podem passar da boca do adulto para a criança ou de criança
para criança. Por isso não se deve dar beijos na boca da criança, compartilhar copos,
talheres ou soprar os alimentos para esfriá-los.

A instituição de Educação Infantil pode firmar parcerias com profissionais da área da


saúde para que sejam feitas palestras e campanhas envolvendo a comunidade para
orientar as famílias sobre esse contágio precoce da criança com as bactérias da cárie e
também instruir as mães para procurar o dentista, tão logo apareçam os primeiros
dentes da criança.

Além disso, é importante que na instituição a criança aprenda a escovar os dentes


após as refeições para evitar a cárie, sabendo como conservar as escovas de dente.
Mesmo que a escova ainda pareça em bom estado, o ideal é que seja trocada a cada 6
meses. Nunca é demais lembrar que uma mesma escova de dentes nunca pode ser
usada por mais de uma criança!

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Esperamos que o estudo deste texto tenha possibilitado a compreensão de que o
cuidado com as crianças nas creches, pré-escolas e escolas onde funcionam turmas
de Educação Infantil deve ser efetivado através da parceria com o Posto de Saúde
mais próximo. Quando o Posto de Saúde fica muito longe da instituição, saiba que
você pode contar com as orientações dos Agentes Comunitários de Saúde – ACS
que são profissionais capacitados e treinados para orientar as famílias nas
comunidades em relação aos problemas de saúde.

Atualmente, em todo o Brasil, os agentes comunitários de saúde vão de casa em


casa para conhecer as famílias e seus problemas de saúde. Elas fazem uma ponte
entre a comunidade e os Postos de Saúde. Normalmente, os agentes comunitários
de saúde são moradores da própria comunidade em que trabalham, o que facilita a
comunicação e o diálogo entre os moradores do bairro, passando a conhecer mais
de perto os problemas que afligem as famílias.

O serviço de saúde pública no Brasil está organizado em um modelo de atenção


conhecido como Sistema Único de Saúde-SUS. Esse modelo prevê que o atendimento
de saúde das pessoas deve ser equânime, regionalizado, hierarquizado e universal, isto
é, todos têm direitos e devem buscar resolver seus problemas de saúde nos postos/
ambulatórios/unidades que ficam mais próximos das suas residências. Essa lógica de
prestação de serviço, por localização das famílias e Postos de Saúde, foi pensada para
facilitar o atendimento e promover maior aproximação com os profissionais da saúde,
criando um vínculo entre pessoas, famílias e profissionais. O papel das instituições de
Educação Infantil é apropriar-se dessas informações e buscar conhecer o funcionamento
dos Postos de Saúde. É importante saber quais serviços são oferecidos – vacinas,
curativos, atendimento odontológico, ginecológico, médico, distribuição de
medicamentos, serviço de urgência – e os horários de funcionamento do Posto de
Saúde. Essas informações, afixadas em local visível na instituição, facilitam as ações em
caso de emergência com as crianças ou adultos durante o dia de trabalho e ainda
podem ser divulgadas para as mães ou responsáveis pelas crianças.

No cuidado com a criança, algumas situações de risco merecem um acompanhamento


do profissional de saúde e de toda uma rede de cuidados que vão além desse profissional,
como a assistente social, organizações não-governamentais, movimentos sociais,
religiosos e programas de suporte e apoio para as famílias em situação de vulnerabilidade.
Os(as) professores(as) têm um papel fundamental e devem encaminhar as crianças ao
Posto de Saúde, quando qualquer uma dessas situações de risco que comprometam a
saúde estiverem presentes:

35
Quadro 1 Quadro 2

- História de desnutrição em outros - Crianças com vacina em atraso.


membros da família. - Criança com sobrepeso/obesidade.
- Criança vítima de violência domés-
tica. + - Criança que apresenta convulsão.
- Menor de 6 meses que não mama
- Criança com sinais de anemia. no peito.
- Mãe sem suporte familiar. - Crianças com diarréia persistente
- Mãe/pai/cuidador/responsável e/ou sangue nas fezes.
com dependência de álcool/
drogas.
- Mãe/pai/cuidador/responsável
com problemas psiquiátricos ou
portador de deficiência impossibi-
litando o cuidado.
- Crianças com atendimento de
urgência com freqüência.
- Crianças com cárie de mama-
deira, dor e fratura dental.

É importante lembrar que qualquer encaminhamento deve passar primeiramente


pela aceitação da família. Quando os(as) professores(as) têm um bom acesso aos
pais das crianças isso é bem mais fácil, pois já existe um relacionamento respeitoso
e de confiança entre a família e a instituição. Existe, assim, a possibilidade de a
instituição auxiliar não apenas a criança, mas, em muitas situações, também a
família.

Quadro 1 + Quadro 2

Procurar apoio institucional

36
Atividade 8
Seria interessante construir um mapa da saúde das crianças de sua turma. Nesse
mapa você pode anotar os nomes das crianças e as ocorrências de doenças que
as mesmas apresentam durante o ano. Os registros desse mapa podem ser
importantes para fundamentar discussões com os profissionais de saúde que
possibilitem a identificação das necessidades da comunidade em termos de saúde.

PARA RELEMBRAR
- Neste texto, discutimos o conceito de saúde, destacando que a saúde não se
reduz à ausência de doenças, mas tem a ver com condições dignas de vida da
população.

- Discutimos também que a parceria entre a instituição de Educação Infantil e


outros equipamentos de saúde pode favorecer que as creches, pré-escolas e
escolas onde funcionam turmas de Educação Infantil possam contribuir para a
melhoria das condições de saúde não apenas das crianças atendidas na
instituição, como da comunidade de origem dessas crianças.

- Abordamos, ainda, a importância de que os ambientes onde as crianças


convivem nas instituições sejam limpos e organizados para evitar que as
crianças adoeçam ou que doenças contagiosas se proliferem.

- Finalmente, discutimos a importância de se evitar que acidentes aconteçam


no ambiente das instituições de Educação Infantil, conhecendo alguns
procedimentos adequados de primeiros socorros. Conhecemos algumas
doenças comuns na infância, seus principais sintomas, destacando a
importância de o(a) professor(a) conhecer esses sintomas para encaminhar
as crianças, quando necessário, ao atendimento médico adequado.

Orientações para a prática pedagógica

Professor(a)!

Nesta última parte de nosso estudo, apresentamos algumas sugestões de como você
pode envolver as crianças em ações de promoção de um ambiente mais agradável e
saudável na instituição de Educação Infantil. Com o auxílio das crianças, confeccione

37
lixeiras de papelão e forre-as com um papel colorido. Faça lixeiras diferentes para
cada tipo de lixo. Lixeira para material de plástico, de vidro, de papel, cascas de
frutas e matéria orgânica. Aproveite esse momento para conversar com as crianças
sobre o lixo da sala de atividades e como reaproveitar esse lixo. Por exemplo: cascas
de frutas são boas para adubar a terra e podem servir para colocar na horta; garrafas
plásticas de refrigerantes, potes de plástico e latas de metal podem virar brinquedos
de sucata produzidos pelas próprias crianças.

Desenvolva com as crianças e familiares atividades interativas que tenham como


objetivo discutir a importância do respeito aos sinais de trânsito nas ruas, o papel dos
pedestres, motoristas e passageiros e os locais seguros para a prática de esportes.

Discuta com as crianças as regras que devem ser seguidas para que haja segurança
nas brincadeiras e demais atividades realizadas na instituição de Educação Infantil.

Caso haja espaço disponível na instituição, o plantio de uma horta pode ser uma
atividade interessante a ser desenvolvida com as crianças e que pode estimular hábitos
saudáveis de alimentação. É sempre bom lembrar que, ao plantar uma horta, é
preciso cuidado com fossas, rede de esgoto etc. Essa atividade, inclusive, pode
envolver também pessoas da comunidade.

Essas são apenas algumas sugestões de atividades que você pode realizar para
envolver as crianças e a comunidade onde está inserida a instituição onde você
trabalha em ações de promoção da saúde. Com certeza muitas outras possibilidades
surgirão a partir das necessidades que você perceber na comunidade onde trabalha
e dos estudos que você vem desenvolvendo no PROINFANTIL.

38
GLOSSÁRIO
Fatores genético-endócrinos: fatores ligados à hereditariedade e à constituição
física de cada pessoa.

SUGESTÕES PARA LEITURA


CRAIDY, E. K., KAERCHER, G. E. Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre:
Artes Médicas, 2001.

SANCHES, E. C. Creche: realidade e ambigüidades. Petrópolis: 2003.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NEWBERY, E. Como e por que se faz arte. São Paulo: Editora Ática, 2001.

39
40
Organização do trabalho pedagógico
CUIDADOS ESSENCIAIS: SONO, HIGIENE E
ALIMENTAÇÃO

Pé ante pé.
Vêm todos caminhando na ponta dos pés.
Alguém morreu? Não. É mais fundo o mistério...
Chegam todos, agora, na ponta dos pés,
para vê-lo dormir o primeiro soninho.

Mário Quintana1

1
QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. São Paulo: Ed. Globo. 1997. p. 64.

41
- ABRINDO NOSSO DIÁLOGO

Olá, professor(a)!

No texto de Fundamentos da Educação da Unidade 6 deste módulo foram abordadas


algumas questões relativas à saúde que tiveram o objetivo de ajudá-lo(a) a reconhecer
quando uma criança está saudável e disposta para as atividades diárias e como adequar
os espaços para prevenir acidentes.

Neste texto, vamos sistematizar alguns conhecimentos que talvez você já possua, em
razão de sua experiência, ligando-os às necessidades das crianças nas creches, pré-
escolas ou escolas que possuem turmas de Educação Infantil.

Pretendemos destacar a importância da alimentação, do sono, do repouso, das atividades


ao ar livre e das medidas de higiene no desenvolvimento infantil e o papel que as
instituições que lidam com a criança pequena têm na realização dessas práticas.

- DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA

Professor(a), ao final deste texto, esperamos que você tenha ampliado e reforçado o
seu conhecimento e seja capaz de:

1. Compreender as atividades de atenção e cuidado com as crianças como


interpretação do desenvolvimento humano.

2. Compreender a importância da alimentação em seus aspectos nutricionais e


culturais para a construção de práticas alimentares saudáveis, respeitando os
costumes alimentares de cada região e considerando as necessidades
nutricionais das crianças em cada etapa de seu desenvolvimento.

3. Reconhecer as práticas de higiene e cuidado corporal como bem-estar e conforto


que possibilitam múltiplas interações com o ambiente natural e social.

4. Conhecer as diversas formas de organizar espaços e tempos adequados às


necessidades de repouso e sono, respeitando as diferenças individuais.

- CONSTRUINDO NOSSA APRENDIZAGEM

Este texto está organizado em quatro seções: a primeira discorre sobre as necessidades
básicas das crianças para o seu desenvolvimento; a segunda destaca a importância da
alimentação saudável e a integração das creches, pré-escolas ou escolas que possuem

42
turmas de Educação Infantil com as famílias, como meio para desenvolver práticas
e costumes alimentares; a terceira apresenta os cuidados com a saúde das crianças,
dando destaque às atividades de higiene e cuidado corporal e à importância de
ambientes saudáveis para as crianças se desenvolverem; e a quarta e última seção
aborda o repouso e o sono.

Seção 1 – Necessidades básicas: desenvolvimento infantil e práticas


culturais

Objetivo desta seção:


- Compreender as atividades de atenção
e cuidado com as crianças como
interpretação do desenvolvimento
humano.

Trazei vosso filho,


Mas não banqueis a ama-seca.
Mandemos os pequenos
E seu preceptor comer na cozinha,
Pois hoje janta aqui
A turba das criancinhas.

(ARIÈS, 1981)

O trecho do livro de Philippe Ariès (1981), transcrito no quadro acima, mostra um


bilhete enviado a um pai de família no século XVII, na França. Nele, fica claro um
sentimento com relação à infância, que reconhece ser esta uma etapa da vida que
possui peculiaridades, embora essas peculiaridades pareçam causar incômodo e uma
certa irritação nos adultos.

Temos estudado, ao longo das diferentes unidades do PROINFANTIL, que a transformação


do olhar da sociedade para com a criança, a infância e a família tem sido fruto de novas
formas de entendimento das concepções sobre criança, família e o papel do Estado
nessa relação. Alguns instrumentos jurídicos que você já conhece, como a LDB e o
Estatuto da Criança e do Adolescente, reconhecem o papel da criança na sociedade,
enfatizando a importância da Educação Infantil como uma política social. Nesse sentido,
as instituições educacionais que atendem à criança pequena passaram a ter outro
enfoque: não mais um local para acolher crianças enquanto as mães estão trabalhando
fora, mas um espaço do educar e do cuidar como processos contínuos, intencionais e
integrados que levem à formação da criança.

43
Considerando as funções das creches, pré-escolas e escolas que possuem turmas de
Educação Infantil, você, professor(a), está estudando as principais características do
crescimento e desenvolvimento infantil para saber responder prontamente às necessi-
dades das crianças.

No texto de Fundamentos da Educação da Unidade 6, logo no início da Seção 2, você


aprendeu que a Caderneta da Criança é um importante instrumento para controlar
o peso e a altura da criança em relação à idade. No verso dessa caderneta aparecem
vários desenhos que indicam os principais movimentos e habilidades das crianças
desde o seu nascimento até os 4 anos de idade. Embora para cada idade da criança
sejam previstos alguns movimentos e habilidades que provavelmente ela já possui,
você vai perceber que cada criança é única e por isso mesmo tem um jeito próprio
de desenvolver-se.

Fonte: www.materiaisespeciais.com.br/saude/caderneta_criança

É muito importante salientar que qualquer escala de desenvolvimento infantil deve


ser vista como uma orientação para o que se espera da criança de acordo com a
idade, mas não como uma “camisa de força” ou regra que restrinja o nosso olhar
sobre a variabilidade que cada criança apresenta no seu desenvolvimento ou, ainda,
ficar esperando comportamentos típicos que serão comparados e medidos. Quando
pensamos no desenvolvimento da criança numa perspectiva universal, corremos o
risco de enquadrar todas as crianças em um mesmo esquema conceitual,
desconsiderando os contextos sócio-históricos e culturais a que as crianças estão
submetidas. No decorrer das diversas unidades dos Módulos I, II e III você foi
convidado(a) a observar as crianças com as quais você trabalha, justamente para
perceber o modo peculiar como cada uma delas se desenvolve.

44
Pra relembrar
- É fundamental, ao lidar com crianças, conhecer os seus sinais, as
suas características e as suas necessidades para aprender a estabelecer
uma comunicação mais efetiva entre adulto, criança e família. O
desenvolvimento é um processo global e interativo e deve ser
promovido também desta forma pelos que atendem a criança.

É importante que os(as) profissionais que trabalham nas creches, pré-escolas e escolas
sejam capazes de identificar as necessidades básicas que as crianças apresentam,
considerando suas características individuais e também contextuais. Cada criança
apresenta diferentes necessidades básicas em função do momento que estão vivendo
em seu desenvolvimento e também em função das relações que estabelecem com o
meio em que estão inseridas.

Atividade 1
No texto de FE da Unidade 6, destacamos a importância de que, ao realizar a matrícula
na instituição de Educação Infantil, os responsáveis pela criança apresentem a Caderneta
da Criança, para que a instituição possa verificar aspectos relativos ao desenvolvimento
da criança e se as vacinas que ela deveria tomar estão em dia.

Seria interessante se você promovesse uma atividade com seu grupo de crianças
na qual você pedisse aos responsáveis que enviassem à instituição a Caderneta
da Criança. Em seguida, juntamente com outros profissionais que trabalham na
instituição e em parceria com os profissionais da área de saúde, seria importante
fazer uma avaliação de cada uma das crianças, identificando quais as necessidades
por elas apresentadas em termos de cuidados básicos com a saúde. Finalmente,
ainda em parceria com os profissionais da área de saúde, poderiam ser planejadas
ações conjuntas entre a instituição, os profissionais de saúde e as famílias,

45
de modo a atender, da melhor maneira possível, às necessidades percebidas
em cada criança. Essa é uma atividade a ser desenvolvida ao longo de todo o
ano ou semestre letivo.

A partir da realização da atividade sugerida acima, será possível perceber mais


claramente quais as necessidades apresentadas pelas crianças com as quais você
trabalha. A despeito das peculiaridades do desenvolvimento de cada criança, algumas
necessidades são comuns a todas as crianças para que elas se desenvolvam de forma
satisfatória. Abordaremos, na próxima seção, uma dessas necessidades: a alimentação.

Seção 2 – Alimentação: as práticas e costumes alimentares

Objetivo desta seção:


- Conhecer os tipos de alimento adequados a cada
fase do desenvolvimento infantil e os cuidados
necessários na higienização, no preparo e na
conservação dos alimentos, reconhecendo as variações
de hábitos alimentares em sua dimensão cultural,
de modo a valorizar o aleitamento materno, a organizar
ambientes agradáveis para a alimentação e orientar
as crianças para a autonomia nas escolhas e ações
relativas aos momentos de alimentação.

Cena 1

São mais de 11 h da manhã. Em uma creche pública da periferia de São Paulo, as


educadoras Lúcila e Carmem estão sentadas cada uma na ponta de uma mesa
onde seis crianças estão almoçando. Carmem fala para Fernanda (18 meses),
sentada a seu lado: “Nanda, come!” Fernanda olha para a educadora e começa
a comer. Lucila fala a Bruno (20 meses): “O Bruno é esperto! Põe na boca, põe,
Bruno. Huummmm... que delícia! Põe na boquinha!” As educadoras sorriem
para ele e Bruno come com sua colher, deixando cair um pouco de comida sobre
a mesa. Lucila lhe diz, baixando a voz: “Ih, tá jogando de novo!” Enquanto isto,
as educadoras dão de comer às outras crianças. Em um determinado momento
Lucila esboça um gesto de pegar a colher de Rosângela (16 meses) para ajudá-la a
comer, mas a deixa comer sozinha, conversando baixinho com ela, que lhe sorri.
Mona Lisa (15 meses) pára de comer e observa o que se passa ao redor. Lúcila
pega a colher da mão dela, enche-a de comida e leva-a até a boca da menina
dizendo: “Ó!” Mona Lisa come e a educadora lhe diz: “Isso!” (PAULA e OLIVEIRA,
1997. p. 85-86).

46
Professor(a) vamos dar continuidade à Seção 1 discutindo a alimentação como fator
importante para o crescimento da criança e o significado social do alimento que
colocamos à mesa, assim como das situações de alimentação. Todos nós conhecemos a
importância dos alimentos, como as frutas, legumes, verduras, carnes, leite, ovos e
massas, para o crescimento e desenvolvimento saudáveis do ser humano. Quando
falamos em alimentos e nutrientes que são bons para a saúde, estamos falando também
da importância social das práticas alimentares em nosso meio.

Você sabia que o alimento tem um significado social?

A alimentação faz parte da cultura dos povos e cada um tem as suas preferências alimen-
tares e costumes. A comida tem dupla função: a primeira é suprir as necessidades nutri-
cionais, imunológicas e psicológicas e a segunda é o estabelecimento de relações sociais.

A imagem acima mostra pessoas reunidas, fazendo uma refeição. Ao observar a


imagem, fica claro para nós o caráter social, integrador que os momentos da refeição
têm em uma cultura.

A comida está sempre presente nas datas especiais, em comemorações de aniversário,


casamento, batizado, formatura, comemorações religiosas e em outros momentos em
que se festeja por algum motivo. Para muitos, quando se pensa em uma festa de
aniversário, logo vem à nossa cabeça as comidas e bebidas gostosas que serão
servidas na ocasião.

47
Essa associação que fazemos da alimentação com momentos felizes ou especiais da nossa vida
pode sofrer algumas variações, mas em geral o alimento é associado a prazer e satisfação.

Na Unidade 6 de FE, quando estudou o conceito ampliado de saúde, você aprendeu que, para
se ter saúde, é necessária, dentre várias coisas, uma alimentação adequada. Por isso, agora
vamos reforçar alguns conceitos importantes em relação à alimentação das crianças.

Rembrandt, “A Sagrada Família” Tarcila do Amaral, “A Família”

As imagens acima mostram detalhes de dois quadros famosos que enfocam um


mesmo tema: a amamentação.
A imagem à esquerda é parte do quadro A Sagrada Família, do pintor holandês
Rembrandt, pintado no século XVII. A mãe que amamenta a criança é Nossa
Senhora. A beleza da cena é ressaltada pela luz que parece entrar de uma
janela e que ilumina a mãe com seu bebê.
A imagem à direita é um detalhe do quadro A família da artista Tarsila do
Amaral. Você já teve a oportunidade de apreciar todo o quadro no Módulo I. No
detalhe, a mãe amamenta seu filho. Repare na troca de olhares entre a mãe e
o bebê, que evidencia que o momento da amamentação, mais do que um ato
de nutrição envolve afeto e trocas interpessoais.
Qual das duas imagens você mais apreciou?

Fonte das imagens:


SANTA ROSA, N. S. A arte de olhar famílias. São Paulo: Editora Scipione, 2002.

48
Em geral, o primeiro alimento do recém-nascido é o leite materno, que contém a
quantidade de nutrientes necessária para o crescimento do bebê. O leite materno é
recomendado pelos especialistas como o alimento mais indicado para as crianças até
o sexto mês de vida. Durante esse período não é necessário oferecer água, chá ou
suco ao bebê. Só o leite materno é suficiente. Crianças que estão em período inte-
gral na creche e ainda estão na fase da alimentação natural, ou seja, precisam do
leite materno, podem se alimentar desse leite mesmo que a mãe não esteja presente.
As mães, com orientação do pediatra ou agente de saúde, retiram o leite do peito,
guardam em um recipiente esterilizado e o levam até a creche para que seja dado à
criança na mamadeira ou em copo/colher de tamanho pequeno. As mães podem,
ainda, ir à creche nos horários indicados para amamentação para dar o seio ao bebê
(a legislação assegura às mulheres que estão amamentando o direito de ausentarem-se
de seus locais de trabalho nos horários das mamadas para alimentarem seus filhos).
Nesse caso, é importante que a creche disponha de um local adequado para que as
mães amamentem seus bebês com tranqüilidade.

Quando a mãe não pode estar presente para amamentar seu bebê, a sua participação,
professor(a), é muito importante, pois você vai contribuir para o crescimento saudável
dessa criança. Lembre-se da troca de olhares do quadro de Tarsila do Amaral. A pessoa
que oferece o alimento ao bebê precisa ter uma postura de acolhimento, na qual, além
do alimento, sejam oferecidos à criança carinho, acolhimento e segurança.

Algumas mães podem apresentar dificuldades para amamentar os seus bebês por
várias razões: falta de tempo, a crença de que o leite “é fraco” para alimentar a
criança, dores no ato da amamentação e por razões de ordem estética (para evitar
que os seios fiquem flácidos).

Todos esses fatores interferem na disposição e motivação da mãe em amamentar e


também na disponibilidade do leite, isto é, quando a mãe não oferece o seio com
freqüência à criança, a quantidade de leite vai diminuindo, até que ela não possa
mais oferecer leite, porque ele já não é mais produzido.

Na creche, podem ser desenvolvidas atividades que tenham o objetivo de discutir e


esclarecer as mães sobre a importância do aleitamento materno e sobre o direito
que elas possuem de licença para aleitamento materno. Essas atividades podem ser
planejadas em parceria com os profissionais da área da saúde.

Quando o bebê não está sendo alimentado com leite materno, é necessário que o
pediatra indique à família qual deve ser o leite a ser oferecido à criança. Na creche,
é importante que se faça o registro cuidadoso de qual o tipo de leite cada criança
toma. Além disso, é importante a manutenção de um quadro onde sejam registrados
os horários de mamada de cada bebê, para que se evitem esquecimentos.

49
Priscilla Silva Nogueira
O(a) profissional encarregado(a) da alimentação da criança deve observar atentamente
suas reações, principalmente quando um novo tipo de alimentação é introduzido na
dieta da criança, relatando à família essas reações.

Nas creches, pré-escolas ou escolas onde funcionam turmas de Educação Infantil, os


cuidados com a alimentação são importantes. É necessário observar a especificidade de
cada criança em relação à idade, o tipo de alimento e quantidade que ela pode consumir
para que não perca peso nem fique desnutrida. Um aliado importante nesse momento
é o pediatra. A mãe ou responsável, o pediatra e a instituição, em conjunto, vão promover
uma alimentação adequada para as crianças do ponto de vista nutricional e afetivo.

Atividade 2
Caso você trabalhe com bebês, como é feita a alimentação deles? Na instituição
em que você trabalha existe um ambiente próprio para as atividades de
amamentação? Descreva como é o ambiente onde os bebês são alimentados e
avalie se ele oferece condições adequadas a essa prática. Que mudanças você
considera que deveriam ser feitas nesse ambiente?

Por volta dos 6 meses de idade, dependendo do desenvolvimento de cada criança e


de sua história familiar, outros alimentos são oferecidos a ela, como os chás, sucos,
frutas, papinhas de verduras, legumes e caldo de carne. Esse período coincide com o
nascimento dos dentes decíduos – incisivos centrais –, o que, do ponto de vista da
alimentação saudável, significa que ela já pode receber alimentos com consistência
um pouco mais sólida, pois consegue iniciar a mastigação ingerindo alimentos mais
fibrosos e consistentes. Os alimentos devem ser preparados em forma de papas de
frutas, verduras e legumes. O aparecimento dos dentes é um dos sinais de crescimento
da criança. Para a criança e todos os envolvidos no seu cuidado, esse é um momento
muito importante, que marca o início da formação dos hábitos alimentares dela.

50
É aconselhável...

Oferecer as papas salgadas – verduras ou legumes – e as papas doces – frutas


amassadas com um garfo – e servi-las com uma colher de bordas arredondadas
do tamanho aproximado da boca da criança. Colheres grandes dificultam a
introdução do alimento na boca e as pequenas podem prolongar o momento
da refeição, causando irritabilidade na criança.

Professor(a), vamos lembrar das habilidades das crianças!

Quando a criança está com quase 1 ano de vida, em geral ela já possui
desenvolvimento motor adequado para proceder à mastigação e deglutição dos
alimentos sólidos. Provavelmente, nessa idade a criança já possui os dentes incisivos
centrais e laterais. A introdução de novos alimentos nas refeições das crianças deve
ser gradual, em pequenas quantidades, um tipo de alimento oferecido de cada vez,
cortados em pedaços menores com textura mais macia e tempero mais suave. As
crianças nessa idade sabem diferenciar as cores dos alimentos, o seu cheiro e a sua
textura, e por esse motivo podem rejeitar os alimentos que ainda não conhecem. É
preciso paciência para esperar que ela se habitue a um alimento para oferecer outro.
É importante lembrar que as crianças estão aprendendo a conhecer e gostar dos
novos alimentos que lhes estão sendo oferecidos.

Para saber mais

Ao final do primeiro ano de vida da criança a sua alimentação se assemelha à


alimentação da própria família em relação ao tipo de alimento consumido.

51
Como você pode ver, a alimentação da criança envolve parceria com os familiares.
Tanto a instituição deve conhecer as características das crianças como a família deve
participar do planejamento do cardápio, da escolha dos alimentos e da organização
das refeições no dia-a-dia.

Para que o momento das refeições se torne agradável para crianças e professores(as),
apresentamos aqui alguns cuidados básicos a serem pensados e planejados:

1. Crianças de 2 a 6 anos têm necessidades nutricionais elevadas. Elas crescem


mais e podem parecer que estão mais magras e altas.

2. Procure estabelecer um tempo para as refeições. Para isso, observe no seu


grupo de crianças a média de tempo que elas gastam para se alimentar.
Quando as refeições tomam um período de tempo muito prolongado, às
vezes as crianças acabam dispersando ou mesmo ficam irritadas.

3. Procure oferecer a comida com uma aparência atrativa, de preferência


colorida. As cores ajudam a orientar uma composição nutricional rica. Por
exemplo: verduras (cor verde), legumes (cor laranja), arroz (cor branca),
feijão (cor marrom/preto).

4. É importante que a criança reco-

Priscilla Silva Nogueira


nheça os alimentos separada-
mente, por nome. Por isso não
misture a comida no prato.

5. O local onde são feitas as refeições


deve ser tranqüilo, limpo, arejado.
Se você só conta com a sala de
atividades, procurar preparar o
local, limpando as mesas e lavan-
do as mãos antes e depois das
refeições.

6. Esteja atento(a) e próximo(a) às crianças para propiciar segurança e afeti-


vidade.

7. Os alimentos devem ser de boa qualidade, para evitar contaminação e


intoxicação.

8. Professores(a) e cozinheiros(as) têm papel fundamental na formação de


hábitos.

52
9. É importante que o adulto compartilhe com a criança os momentos de
alimentação, dando, ele próprio, o exemplo de como os alimentos devem
ser consumidos.

10. É importante aproveitar a curiosidade da criança. Se ela rejeitar o alimento,


pode estar querendo dizer que não reconhece aquele sabor. Mostre a ela
que é importante provar para saber se o sabor agrada ou não, o que não
significa forçar a criança a comer.

Atividade 3
Você conhece os hábitos alimentares das crianças com as quais você trabalha?
Quais são as frutas, os legumes e as verduras mais consumidos na região onde
você trabalha? Faça uma lista desses alimentos e, em seguida, assinale quais
deles são habitualmente oferecidos na instituição.

Até agora, vimos o papel da alimentação para as crianças e o seu significado social.
A alimentação é uma parte importante do processo educativo nas instituições que
atendem à criança pequena. A rotina, os horários e o ato de comer fazem parte do
desenvolvimento infantil. O ato de alimentar reveste-se de simbologia em cada cultura,
valorizam-se determinados alimentos ou pratos que são exclusivos do lugar. No Brasil,
como em todos os países, existem hábitos alimentares próprios, com uma diversidade
de alimentos que identifica peculiaridades regionais ou locais em cada sociedade.
Diferentes tipos de alimentos são consumidos.

Os cuidados com a alimentação devem envolver, também, cuidados como o preparo


dos alimentos. No caso dos bebês, é importante a esterilização de bicos e mamadeiras,
além de limpeza cuidadosa destes para que não fiquem restos de leite nos bicos. Os
responsáveis pelo preparo dos alimentos devem lavar as mãos freqüentemente para
evitar os riscos de contaminação.

As frutas, verduras e legumes também devem ser lavados com cuidado e os talheres,
pratos e copos devem ser muito bem limpos. As pessoas que trabalham na cozinha
devem, ainda, usar aventais e toucas para evitar contaminação.

Além da higiene com os alimentos, são importantes os hábitos de higiene pessoal


para a preservação da saúde. Este é o tópico que discutiremos na próxima seção.

53
Seção 3 – Higiene e cuidados corporais das crianças

Objetivo desta seção:


- Reconhecer as práticas de higiene e
cuidado corporal como bem-estar e
conforto que possibilitam múltiplas
interações (professor(a)-criança, criança-criança,
criança consigo mesma e com o ambiente),
dando destaque às atividades de banho, cuidado
com os cabelos e unhas, higiene bucal,
tipo de vestimenta e contato com o ambiente natural
(sol, ar livre, água, terra, areia etc.).

Os cuidados com a nossa higiene (tomar


banho, lavar os cabelos, cortar as unhas,
escovar os dentes) são hábitos que devem ser
incentivados desde cedo na vida das crianças.
A rotina de cuidados com as crianças em
relação à higiene – banho, cabelos limpos,
unhas aparadas, roupas adequadas ao clima,
ambientes e espaços limpos – são estruturantes
para as crianças e formam hábitos saudáveis.

Na Seção 1, do texto de FE desta mesma


unidade, vimos que a saúde dos indivíduos
reflete a sua condição social. Nesse sentido, a
organização do local de trabalho e da casa
em que vivemos é fundamental para a
manutenção da nossa saúde. Como sabemos que uma parte do dia as crianças passam
na creche, pré-escola ou escola, devemos tornar esses ambientes mais agradáveis e
saudáveis.

Para que o ambiente a ser explorado pela criança nas suas interações contribua para o
seu crescimento saudável, algumas características em relação à organização desse espaço
devem ser pensadas. Como você vai estudar no texto de FE da Unidade 7 deste módulo,
o espaço físico das creches, pré-escolas ou escolas que possuem turmas de Educação
Infantil deve estar estruturado para promover um ambiente que favoreça a identidade
das crianças, o seu desenvolvimento e aprendizagens, a oportunidade para movimentos
corporais, contato com outras crianças, professores(as) e demais trabalhadores da
instituição. O ambiente deve promover a estimulação dos sentidos e a sensação de
segurança e confiança nas crianças.

54
No texto de FE desta unidade, discutimos bastante a questão do espaço das creches,
pré-escolas e escolas que possuem turmas de Educação Infantil, sugerindo, inclusive,
formas de organização deste espaço com a ajuda das crianças.

Neste texto de OTP, vamos destacar as práticas de higiene e cuidados corporais com a
criança pequena.

ANGELI. Ozzy. Folha de São Paulo, 16/04/94.

Os cuidados de higiene com a criança pequena são necessários e, como todas as atividades
em que há interação da criança com o adulto e entre crianças, as situações que envolvem os
cuidados com a higiene pessoal podem ser também momentos de trocas afetivas e
descobertas. Lembramos da necessidade da troca freqüente das fraldas para que a criança
sinta-se confortável e assaduras sejam evitadas. Além desse, outros cuidados são importantes:

1. Não deixar a criança sozinha em local alto enquanto é feita a troca, para
evitar quedas.

2. Ter todo o material necessário à troca próximo, para evitar que o bebê sinta
frio enquanto espera.

3. Higienizar o local antes de colocar a fralda limpa.

4. Conversar com o bebê, sorrir e olhá-lo nos olhos enquanto é feita a troca.
Essas atitudes contribuem para a criação de laços entre a criança e pessoa que
cuida dela. Muitas vezes a rapidez na troca não significa que ela tenha sido
prazerosa para o bebê.

55
Além das trocas de fraldas, outras situações em que se cuida da higiene da criança
podem se constituir em momentos de prazer, descobertas e estabelecimento de vínculos
entre as crianças e entre elas e os adultos.

Cena 2
O lava-rápido

No final de 1983, realizamos uma mostra dos trabalhos produzidos pelas


crianças:papéis de diversas texturas, tintas, embalagens de produtos utilizados
na creche, retalhos e material reciclado pelas famílias.

As crianças de 5 e 6 anos construíram uma maquete da creche.

Dias antes da exposição, Lucas montou um lava-rápido com muitos detalhes,


dando-lhe o nome de: O banho na creche.

Lucas revela sua leitura sobre o banho e outras realidades.

O trabalho de Lucas serviu como reflexão sobre essa atividade para que deixasse
de ser algo impessoal e massificante.

O momento do banho e as demais rotinas de higiene começaram a ser revistas,


numa perspectiva de oportunizar às crianças a construção gradativa da
independência para o autocuidado e a auto-estima (SANCHES, 2003, p. 160).

Atividade 4
Como é o banho na instituição onde você trabalha? Que interações acontecem
nesses momentos? As crianças são incentivadas a serem autônomas nessa
atividade? Que tipos de aprendizagem você acredita que acontecem nesses
momentos? Seria interessante você anotar suas respostas a essas perguntas
para discuti-las no próximo encontro do PROINFANTIL.

Além do cuidado para que o banho seja uma situação prazerosa, que permita à
criança o conhecimento de seu próprio corpo e o estabelecimento de interações com
as outras crianças e com os adultos, outros cuidados podem ser tomados para que
este seja também um momento seguro.

A temperatura da água deve ser adequada à temperatura do ambiente. Principalmente


no caso dos bebês, o adulto deve verificar a temperatura da água antes de colocar a
criança na banheira. Também é importante o cuidado para proteger os ouvidos da
criança, de modo a evitar infecções.

56
Com relação às crianças maiores, o piso do local onde tomam banho deve ser
adequado e antiderrapante, para evitar quedas. Durante o banho, a cabeça deve ser
lavada com cuidado e, após o banho, os cabelos penteados e observados com
atenção, pois, como já estudamos no texto de FE desta unidade, as infestações de
piolhos podem acontecer.

A escovação dos dentes também merece atenção especial, incentivando-se a criança a


realizar essa atividade de maneira autônoma, mas orientada pelo adulto. Como já
destacamos no texto de FE desta unidade, é interessante contar com a orientação de
um profissional da área de saúde que possa indicar a forma adequada de se fazer a
escovação.

Finalmente, é sempre bom lembrar que as crianças, principalmente os bebês, necessitam


do sol para o seu desenvolvimento saudável. Nas creches, pré-escolas e escolas que
possuem turmas de Educação Infantil deve haver um tempo destinado às brincadeiras
ao sol na rotina diária. O sol da manhã é o ideal, tomando-se o cuidado de que as
crianças não fiquem muito tempo expostas e que estejam vestidas com roupas
adequadas.

Seção 4 – Repouso e sono

Objetivo desta seção:


- Conhecer diversas formas de organizar
espaços e tempos adequados às necessidades
de repouso e sono, respeitando as
diferenças individuais.

Cena 3
A sala do sono

Uma sala cheia de colchonetes espalhados de forma organizada. Tudo fechado,


inclusive as cortinas. O dia é quente. As crianças acabam de almoçar. As crianças
de 6 anos (...) são colocadas nos colchonetes. A funcionária alerta: “É hora de
dormir, não quero ver ninguém de olhos abertos.” Alguns sorrisos e gestos
no ambiente escuro e abafado. Alguns tentam cumprir o “descanso compulsório.”
(SANCHES, 2003, p. 160).

57
A cena descrita no quadro acima retrata
uma situação em que as crianças são
desrespeitadas em sua individualidade
e em seu direito de escolha. Além disso,
o ambiente inadequado – abafado,
fechado – não favorece o repouso, além
de representar um perigo para a
proliferação de doenças.

Assim como a higiene e a alimentação,


os momentos de descanso nas creches,
pré-escolas e escolas que possuem
turmas de Educação Infantil devem ser
planejados considerando as necessidades da criança, para que se tornem fonte de
prazer e bem-estar. Para que isso aconteça, é necessária uma preparação adequada
tanto do ambiente quanto da situação, de modo a favorecer o repouso, o
relaxamento, o que não significa, necessariamente, que as crianças tenham que
dormir. Isso depende também se as crianças ficam na instituição em tempo integral
ou parcial.

O ambiente adequado ao repouso é aquele que provoca uma sensação de bem-


estar, portanto precisa ser arejado, com boa ventilação e espaço suficiente para
que as crianças não fiquem muito próximas umas das outras. Quando o tempo
está frio, a temperatura do ambiente deve oferecer sensação de aconchego.
Quando as crianças deitam em colchonetes no chão é preciso cuidar para que este
chão esteja bem limpo e, nos dias frios, para que a friagem não passe para o corpo
da criança. Nesse ambiente podem ser desenvolvidas atividades que favoreçam o
relaxamento: ouvir uma música em baixo volume ou uma história contada num
tom de voz suave pode ajudar a criança a ir se tranqüilizando. Um afago pode
ajudar àqueles que têm mais dificuldade em relaxar.

O tempo de descanso dependerá do ritmo de cada criança. Algumas crianças podem


dormir por algumas horas, outras podem apenas relaxar por alguns minutos, sentindo-
se satisfeitas com este tempo de repouso. É bom lembrar que, assim como cada
criança tem diferentes necessidades de alimentação, a necessidade de repouso
também pode variar de indivíduo para indivíduo. Quando há mais adultos
responsáveis pelo grupo de crianças, o ideal é que um(a) professor(a) permaneça
com aquelas que repousam enquanto outro(a) acompanhe aquelas crianças que já
não desejam mais repousar.

58
Hora de dormir

Na hora de dormir,
eu sou que nem a luz do quarto:
fico brincando, não canso, brincando...
A luz brilhando, no alto, brilhando...
Aí...
meu pai me chama,
me leva pra cama,
me faz um afago.
Clic,
Ele apaga a luz.
E clic,
eu também apago.

(THEBAS Cláudio, 1996. p. 28)

Muitas vezes, quando convidamos a criança a dormir, ela se nega, pelo simples fato
de não querer perder um tempo precioso de brincadeira. Entretanto, se sugerimos
que ela apenas descanse um pouquinho, ela não só faz isso como, em algumas
situações, acaba dormindo profundamente. Às vezes, a própria ansiedade do adulto
para que a criança durma faz com que ela fique agitada e não consiga relaxar.

Com relação aos bebês, que têm uma necessidade maior de sono, o ideal é que
possam dormir cada um em seu berço. Ninar a criança ao colo pode não ser uma boa
idéia, principalmente porque nem sempre haverá alguém disponível para fazer isso.
Entretanto, também não podemos deixá-la chorar no berço até que durma. Além de
ser uma pressão, essa atitude pode causar maior irritabilidade no bebê. Diminuir a
luz do ambiente, evitar barulho intenso no local e manter um adulto por perto pode
ser uma forma de favorecer o sono do bebê. Outro cuidado que deve ser tomado é,
após a mamada, segurar o bebê verticalmente no colo para que ele arrote, evitando
que vomite durante o sono, sufocando. Caso o bebê não tenha arrotado, é prudente
colocá-lo de bruços no berço. Entretanto, mesmo tomando esses cuidados, um adulto
deve olhar os bebês de tempos em tempos, durante o sono, para se certificar de que
tudo está bem.

Conversar com a mãe pode ser uma boa maneira de saber como, no ambiente da
casa, a criança é colocada para dormir de modo a adotar procedimentos em comum
na instituição.

59
Atividade 5
Na instituição onde você trabalha existem momentos destinados ao repouso?
Como são conduzidos esses momentos? Como as crianças agem nessas
situações? Qual é a avaliação que você faz do modo como é conduzido o tempo
de repouso na instituição onde você trabalha? Anote suas conclusões em seu
caderno e leve-as para discutir o assunto no próximo encontro quinzenal do
PROINFANTIL.

Priscilla Silva Nogueira

Para relembrar
- Ao longo das diferentes unidades dos Módulos I, II e III, temos discutido o
desenvolvimento infantil e a importância do reconhecimento dos direitos das
crianças e de suas famílias. Assegurar, no ambiente das creches, pré-escolas e
escolas que possuem turmas de Educação Infantil, boas condições de sono,
higiene e alimentação é uma forma de assegurar esses direitos.

- No Módulo II enfatizamos a brincadeira como forma privilegiada de a criança


se relacionar com o mundo, portanto as atividades de alimentação, higiene e
repouso muitas vezes são apropriadas pela criança de forma lúdica: brincar
com os talheres, com a comida, com o próprio corpo na hora do banho ou
na hora do repouso são formas de a criança se apropriar desses momentos.
O(a) professor(a) pode se tornar um(a) parceiro(a) dessas brincadeiras,
aproveitando esses momentos para ajudar a criança a tornar-se consciente da
importância deles.

60
- As crianças têm diferentes necessidades e ritmos, que precisam ser reconhecidos
e respeitados para que a alimentação, o repouso e a higiene promovam a sua
saúde física e psicológica, pois, como você teve a oportunidade de refletir no
texto de FE desta unidade, a saúde não é apenas a ausência de doença.

- A seguir, apresentamos algumas sugestões que podem ser incorporadas à sua


prática pedagógica para que ela seja promotora da saúde das crianças com as
quais você trabalha.

- ABRINDO NOSSOS HORIZONTES

Orientações para a prática pedagógica

As crianças podem e devem ser envolvidas nas práticas de alimentação, higiene e


repouso desenvolvidas nas creches, pré-escolas e escolas que possuem turmas de
Educação Infantil. O(a) professor(a) pode ajudar nesse processo, promovendo atividades
como:

1. Estabelecer um dia na semana para realização de uma atividade de culinária.


Nesse dia, as crianças podem ser convidadas a prepararem algum tipo de
alimento (salada de frutas, gelatina, sucos etc.). Este tipo de atividade incentiva
a criança a provar muitos alimentos que às vezes ela nunca experimentou.

2. Visitar a cozinha da instituição e entrevistar a cozinheira, conhecendo como


são preparados os alimentos.

3. Desenvolver com as crianças campanhas como objetivo de manter os ambientes


da instituição limpos (confeccionar com elas cartazes, desenhos, murais).

4. Conversar com as crianças sobre sua alimentação em casa, fazendo uma pesquisa
sobre o que comem habitualmente em cada refeição que fazem fora da
instituição. Os resultados podem ser registrados num quadro, com desenhos das
crianças sobre os alimentos que consomem. Pode-se, inclusive, ser feito um gráfico
que mostre os alimentos mais consumidos em casa pelo grupo de crianças.

5. No caso dos bebês, manter um caderno ou caderneta de registro diário,


onde você anota como a criança se alimentou e se houve algum fato extraor-
dinário envolvendo a alimentação e/ou higiene, enviando diariamente essa
caderneta para casa.

61
6. Para despertar nas crianças o valor dos alimentos para o crescimento e
desenvolvimento saudável, faça uma atividade de “exploração dos alimentos”:
em pequenos grupos de crianças e em roda, explorem a forma, a cor, o
tamanho, o cheiro de algumas frutas e verduras. Comente qual a função
daquele alimento no organismo e para que ele serve.

Finalmente, é sempre bom lembrar que a atenção e o carinho são fundamentais para
que a criança se desenvolva com saúde. Isso exige do(a) professor(a), além de
conhecimentos, sensibilidade.

SUGESTÕES PARA LEITURA


CECIP/ASBRAC. Creche saudável. Rio de Janeiro: Centro de Criação da Imagem Popu-
lar-CECIP, 1997.

CRAIDY, Carmem, KAERCHER, Gládis (orgs.). Educação Infantil: pra que te quero?
Porto Alegre: Artmed, 2001.

MOURA, Maria Martha Duque de. et al. Manual de saúde para a creche. Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, 1996.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. Coleção


Docência em Formação. São Paulo: Cortez, 2002.

ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde et al. (orgs.). Os fazeres na educação infantil.


São Paulo: Cortez, 1998.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS
ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981.

PAULA, E. M. A. T., OLIVEIRA, Z.M.R. Comida diversão e arte: o coletivo infantil no


almoço na creche. In: OLIVEIRA, Z. M. R. A criança e seu desenvolvimento: perspectivas
para se discutir a educação infantil. São Paulo: Cortez Editora, 1997.

QUINTANA Mário. Baú de Espantos. São Paulo: Ed. Globo, 1997.

SANCHES, E. C. Creche: realidade e ambigüidades. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2003.

THEBAS, Cláudio. Amigos do peito. Belo Horizonte/MG: Formato, 1996.

62
63
C - Atividades integradoras

64
A saúde da criança e a contribuição que as creches, pré-escolas e escolas que
possuem turmas de Educação Infantil podem dar para que a criança pequena desfrute
de condições de vida saudáveis foi o tema da Unidade 6 do Módulo III. A atividade
que propomos a seguir pode ajudar você a conhecer melhor as condições de saúde
das crianças com as quais trabalha.

Antes do encontro quinzenal

1. A releitura dos textos da Unidade 6 do Módulo III vai ajudar você a


compreender melhor alguns conceitos, além de possibilitar, com o auxílio
de seu tutor, o esclarecimento das dúvidas que você ainda tiver.

2. Ao fazer a releitura dos textos, dê especial atenção à Seção 1 do texto de


Fundamentos da Educação, onde é abordado o conceito de saúde.

3. Utilizando recortes de jornais e revistas faça, numa folha de papel pardo,


um “mapa ilustrado” da região onde você trabalha. Podem fazer parte
desse mapa desenhos das crianças sobre o tema em questão. Como são as
moradias? Quais os serviços públicos oferecidos na região? Há saneamento
básico? Quais as opções de lazer existentes? Quais os meios de transporte
utilizados pela população? Essas são algumas questões que podem ser
respondidas através do “mapa ilustrado”. Ao término de seu trabalho, a
colagem deve retratar, o mais claramente possível, as condições da região
onde você trabalha.

Durante do encontro quinzenal

1. Pode haver, inicialmente, a apresentação dos diferentes mapas construídos


pelos(as) professores(as) do grupo do qual você participa.

2. Em grupos de três ou quatro pessoas, comparar os diferentes mapas,


elaborando um relatório dos principais problemas de saúde identificados e
discutindo as necessidades de saúde das populações atendidas pelas creches,
pré-escolas e escolas que possuem turmas de Educação Infantil.

65
3. Ainda no grupo do PROINFANTIL, discutir quais podem ser as ações
promovidas pela instituição para melhorar as condições de saúde das
crianças e suas famílias.

Depois do encontro quinzenal

Discutir, na instituição onde você trabalha, as possibilidades de encaminhamento


das ações debatidas no grupo do PROINFANTIL.

66
67
Esta obra foi composta na Editora Perffil
e impressa na Esdeva, no sistema off-
set, em papel off-set 90g, com capa em
papel cartão supremo 250g, plastificado
brilhante, para o MEC, em fevereiro de
2006. Tiragem: 10.000 exemplares.
1. Contextualização do problema Anotações

A Arquitetura Escolar, considerada como um objeto de re- 1)


flexão e pesquisa, tem suscitado um grande número de publi-
cações na literatura aberta, nas quais se constata uma preocu-
pação em sistematizar os conceitos e as estratégias de projeto
como ferramentas de apoio à concepção do edifício escolar1.
Nesse sentido é dada ênfase ao dimensionamento e aos pa-
drões de habitabilidade do espaço físico escolar edificado e à
racionalização dos processos construtivos.

Mesmo reconhecendo a importância desse enfoque sobre 2)


a temática Arquitetura Escolar, entendemos que ainda existe
uma lacuna entre a reflexão teórica e a realidade concreta das
edificações escolares, especialmente as destinadas à Educação
Infantil. Diversas creches e pré-escolas funcionam em condi-
ções precárias de instalações e de suprimento de serviços bá-
sicos, tais como, por exemplo: água, esgoto sanitário e energia
elétrica.

Além da carência de infra-estrutura básica, consideramos 3)


que a maioria dos edifícios escolares restringe o processo
educativo, ao não explorar as possibilidades pedagógicas do
espaço físico e de seus arranjos espaciais no desenvolvimento
infantil. A inexistência (ou a precariedade) de parque infan-
til2, por exemplo, priva as crianças da convivência e da explo-
ração do espaço e das atividades e movimentos ao ar livre,
comprometendo seu desenvolvimento físico e sociocultural.

A qualidade da arquitetura escolar depende do nível de 4)


adequação e de desempenho de seus ambientes, em seus as-
pectos técnicos, funcionais, estéticos e, conseqüentemente, do
modo como esses aspectos afetam o bem-estar dos seus usuá-
rios. As relações edifícios–usuários estão diretamente vincu-
ladas ao grau de interação e à capacidade de resposta dos edi-
fícios e instalações escolares às atividades neles realizadas.

1 O termo “escola” adotado no presente texto refere-se a


todas as instituições educacionais, reconhecendo a
especificidade de cada nível de ensino (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio).
2 “Em relação à infra-estrutura dos estabelecimentos, [...]
70% dos estabelecimentos não têm parque infantil, estando
privadas da rica atividade nesses ambientes nada menos
que 54% das crianças” (PNE, 2000: 56).

5
Assim, a noção de “edifício escolar saudável” passa neces- 5)
sariamente pela adequação de seus edifícios ao meio ambiente,
bem como pela promoção da interação entre o espaço físico, o
projeto pedagógico e o desenvolvimento infantil. Segundo as
recomendações da Unesco (1998; 2001), o prédio escolar,

“[...] deve ser seguro e atraente em termos de seu projeto glo- 6)


bal, funcionalidade no lay-out; deve dar condições para que seja
efetivamente possível um ensino efetivo, atividades
extracurriculares em especial em áreas carentes e rurais – atuan-
do como um centro comunitário. Deve ser construída a escola
em conformidade com padrões sanitários, tendo durabilidade,
adaptabilidade e deve requerer uma manutenção econômica”.

“[...] É preciso enfatizar o controle local no desenvolvimen- 7)


to de práticas educacionais sustentáveis”.

As questões relacionadas com a sustentabilidade nas 8)


edificações dizem respeito a um conjunto de enfoques diferen-
ciados que devem ser considerados, desde a concepção do pro-
jeto, a utilização do prédio e uma posterior reabilitação ou seu
desmonte. Devem ser tratadas as condições ambientais da es-
cola e do seu entorno, incluindo: higiene e condições físico-sa-
nitárias e de conforto para os distintos usuários daquele espa-
ço – crianças, seus familiares, professores e funcionários.

Dentro ainda do enfoque sustentável, está a necessidade da 9)


interação com a comunidade, desde a concepção do projeto,
passando pelo conhecimento das atividades da escola e do pro-
cesso educacional praticado. O conhecimento sobre as práti-
cas, tecnologias e materiais usados na edificação escolar pode-
rá ser assimilado pela comunidade, tendo em vista a sua inclu-
são em atividades participativas, proporcionando o cuidado e
a segurança da escola.

Além desses aspectos, de maneira geral, a questão da 10)


sustentabilidade ligada ao prédio escolar enfatiza a atenuação
de impactos nocivos ao ambiente interior e entorno exterior. A
edificação pode ser considerada como um sistema que sofre os
efeitos climáticos e ambientais, como também atua sobre o
ambiente exterior, no seu entorno. Nesse contexto, procura-se
implementar uma edificação com alta qualidade ambiental, ou seja,
aquela que venha ocasionar um mínimo impacto ambiental ao
seu entorno – poluentes e efeitos diversos – proporcionando
aos seus usuários conforto ambiental e condições de saúde/
segurança.

6
Em síntese, em seu contexto mais amplo, consideramos que: 11)

· o Ambiente Físico Escolar (Arquitetura Escolar) abrange os


edifícios da escola e o seu entorno urbano, e influencia di-
retamente tanto o processo educativo como o desenvolvi-
mento da criança;

· a linguagem e os arranjos espaciais da Arquitetura Escolar


podem influenciar a qualidade da proposta educacional,
contribuindo para o incremento do processo educativo.

Nessa perspectiva, propomos uma reflexão que considere 12)


as seguintes temáticas:

· Educação e Arquitetura Escolar

· Avaliação de Desempenho do Ambiente Físico Escolar

· Conforto Ambiental e Sustentabilidade

· Qualidade e Projeto do Ambiente Construído.

As políticas e diretrizes públicas estabelecidas pela LDB, 13)


DCNEI3, DOEI4 e PNE reconhecem o Ambiente Escolar como ele-
mento fundamental para a implementação de uma educação de
qualidade, capaz de atender aos seguintes pontos básicos:

· integração entre ambiente físico e práticas educacionais - o


espaço é pedagógico;

· relação com a comunidade - o espaço é social;

· observação dos preceitos de sustentabilidade (bem-estar,


saúde e consciência ecológica) - o espaço é ecológico.

3 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação


Infantil (Parecer CNE/CEB n. 22/98).
4 Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil
(Parecer CNE/CEB n. 04/00).

7
2. Padrões de infra-estrutura
2.1 Ocupação e uso do espaço físico na Educação Infantil

O enfoque aqui proposto busca ampliar a avaliação do tra- 14)


balho realizado na Educação Infantil, com base nos diferentes
olhares sobre o espaço/lugar onde o trabalho é realizado. Para
relacionar o desenvolvimento da criança com a leitura do am-
biente físico escolar, propõe-se pensar o espaço físico destina-
do à Educação Infantil como motivador e promotor da aven-
tura da descoberta, da criatividade, do desafio, da aprendiza-
gem, da interação criança–criança e criança–adulto, além da
formação da responsabilidade social.

A creche e a pré-escola são contextos de socialização nas 15)


quais, em geral, poucos adultos cuidam de um número gran-
de de crianças pequenas. Nesse contexto, em função da baga-
gem cultural que carrega, o adulto é um mediador privilegia-
do, com reconhecida influência na interação entre professor e
crianças e seus efeitos no desenvolvimento infantil.

Na abordagem sócio-histórica, desenvolvimento “[...] é compre- 16)


endido como movimento, isto é, processo dinâmico onde a crian-
ça e todos os que convivem com ela, seus outros sociais, estão em
constante processo de mútua transformação, num mundo (momento
presente) em mudança [...]” (VASCONCELLOS, 2002).

Estudos de vários autores têm demonstrado que “a forma 17)


de organização de ambientes destinados a grupos de crianças,
expressam a filosofia educacional e a qualidade dos cuidados” ali
existentes. A criança pode e deve recriar e explorar o ambien-
te, modificando o que foi planejado para ela:

“[...] a criança participa ativamente de seu desenvolvimen- 18)


to, por meio de suas relações com o ambiente físico e social e,
[...] principalmente, por meio de suas interações com adultos
e demais crianças [...]. A criança explora, descobre e inicia ações
em seu ambiente; seleciona parceiros, objetos e áreas para suas
atividades, mudando o ambiente através de seus comporta-
mentos” (CAMPOS DE CARVALHO, 1998, p. 126).

Ambientes diferentes podem favorecer diferentes tipos de 19)


interações. Nesse sentido, o adulto-educador tem papel fun-
damental. É ele que organiza o espaço onde atua, segundo seus
objetivos pedagógicos e a forma como deseja que ocorram as

8
interações entre as crianças e dessas crianças com ele. A orga-
nização dos elementos físicos de um ambiente estabelece os
lugares que as crianças e os educadores ocupam, as interações
que se estabelecem entre eles e a organização espacial dos lu-
gares que lhes são reservados.

A preocupação com o espaço físico também está presente 20)


nos Subsídios para credenciamento e funcionamento de instituições
de educação infantil (BRASIL, 1998). Nesse documento, organi-
zar os ambientes da creche e da pré-escola é importante para o
desenvolvimento das crianças e dos adultos que nela convi-
vem, mas é o uso que ambos fazem desses espaços que deter-
mina a qualidade do trabalho. “Sejam creches, pré-escolas, par-
ques infantis, etc., em todas as diferentes instituições de edu-
cação infantil [...] o espaço físico expressará a pedagogia ado-
tada” (p. 83).

No Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRA- 21)


SIL, 1999), o espaço físico na Educação Infantil deve ser arran-
jado de acordo com as necessidades e características de cada
faixa etária, levando-se em conta os diversos projetos e ativi-
dades que estão sendo desenvolvidos. A qualidade e a quanti-
dade de objetos, brinquedos e móveis presentes no ambiente
são poderosos instrumentos de aprendizagem e um dos “indi-
cadores importantes para a definição de práticas educativas
de qualidade em instituição de educação infantil” (p. 146).

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 22)


(BRASIL, 1999), o uso do espaço físico aparece associado às pro-
postas pedagógicas como um dos elementos que possibilitam a
implantação e aperfeiçoamento das diretrizes (art. 3°, VII).

O professor/educador que prepara o ambiente adequado 23)


para suas crianças, em creches e pré-escolas, prepara-o a partir
do que sabe que é bom e importante para o desenvolvimento
delas, mas deve fazê-lo de modo que as crianças possam
transformá-lo. Espaço “brincável” é espaço explorável e
transformável.

2.2 Projeto e construção do espaço físico da Educação Infantil

As questões abordadas a seguir procuram relacionar carac- 24)


terísticas e variáveis de projeto – importantes para a adequa-
ção dos prédios destinados à Educação Infantil –, atendendo
aos requisitos de infra-estrutura necessários ao seu funciona-
mento, bem como a consideração aos conceitos de

9
sustentabilidade – que, por sua vez, precisam ser contem-
pladas com profundidade pela Arquitetura Escolar no pla-
nejamento e na concepção dos espaços escolares.

Dessa forma, e reconhecendo a criança como sujeito do 25)


processo educacional e como principal usuário do ambien-
te educacional, procuramos identificar parâmetros essen-
ciais para a concepção e a construção de um ambiente físi-
co que ofereça condições compatíveis com os requisitos de
infra-estrutura definidos pelo PNE, com os conceitos de
sustentabilidade, acessibilidade universal, bem como com
a adequação funcional necessária para o desenvolvimento
da proposta pedagógica. Assim, a reflexão sobre suas ne-
cessidades de desenvolvimento – físico, psicológico, inte-
lectual e social – constitui requisito essencial para a formu-
lação dos espaços destinados à Educação Infantil.

Desse modo, entendemos que o projeto do edifício es- 26)


colar deva, necessariamente, assegurar:

· a relação harmoniosa com o seu entorno e a integração


ao clima; conforto ambiental dos seus usuários (conforto
higrotérmico, acústico, olfativo/qualidade do ar); análise
de impactos e efeitos climáticos; qualidade sanitária dos
ambientes;

· o emprego adequado de técnicas e de materiais de cons-


trução com enfoque na sustentabilidade;

· o planejamento do canteiro-de-obras, para atenuar os


efeitos da poluição (no período da construção ou
pretensas reformas); redução do impacto ambiental –
fluxos de produtos e serviços; consumo de energia, ru-
ído, dejetos etc.;

· a programação de reparos e manutenção ao longo da


vida do ambiente construído;

· a adequação dos espaços interno e externo – arranjo


espacial, volumetria, materiais, cores e texturas – às prá-
ticas pedagógicas e ao desenvolvimento infantil.

Assim, podem ser contempladas estratégias projetuais 27)


capazes de considerar os aspectos contextuais-ambientais,
funcionais, estético-compositivos e técnico-construtivos
(Quadros 1, 2 e 3).

10
Proteção ao Meio-Ambiente
Quadro 01:

Espaço Edificado como


Eficiência Energética

Instrumento Didático
Conforto Lumínico
Conforto Acústico
Aspectos

Conforto Térmico
contextuais-ambientais

Implantação:Orientação solar, topografia,


direção dos ventos, proteção ruídos
externos

Tipologia Arquitetônica:Forma e padrão


construtivo, materiais e acabamentos

Aberturas:Tipologia, Posicionamento

Dispositivos de Sombreamento

Captação e Uso Racional de Recursos


Hídricos

Utilização de fontes Energéticas Naturais


Sistemas alternativos de geração
de energia

Infra-estrutura urbana básica

Quadro 02:
FísicoMotor (Movimen-

estimular a construção

Preservação do Meio-
tação, Autonomia e

do Conhecimento
Desenvolvimento
Desenvolvimento
Sócio-Emocional

Aspectos
Capacidade de
ndependência)

programático-funcionais e
Segurança
Ambiente

estético-compositivos

Setorização dos Conjuntos Funcionais

Estabelecimento de Ambiente
Congregador p/ Atividades Coletivas

Valorização dos Espaços de Recrea-


ção e Vivência - Paisagismo, Definição
espaços-atividades, Escala, Possibilidade
de Organização e Controle pelos Usuários

Valorização da Ambientação Interna -


Reforço do Caráter Lúdico (uso de Cores),
Adaptação do Espaço à Escala da Criança,
Salas de atividades Amplas c/ Possibilidade
de Compartimentalização;Janelas à altura
dos usuários;Pátios abertos contíguos às
salas de atividades – extensão da sala
(interação atividades internas / externas)

Reflexão sobre os Arranjos Espaciais -


Organização dos arranjos internos em
função da atividade realizada e da
interação desejada

Acessos e Percursos - Estabelecer


clara noção do conjunto da escola a partir
das circulações horizontais; Alternar
Espaços-Corredores c/ Espaços-
Vivência; Promover Acessibilidade ao
Portador de Deficiência; Valorização do
Espaço de Chegada à Escola

11
FísicoMotor (Movimen-

estimular a construção

Preservação do Meio-
Quadro 03:

tação, Autonomia e

do Conhecimento
Desenvolvimento
Desenvolvimento
Sócio-Emocional

Capacidade de
ndependência)
Aspectos

Segurança
Ambiente
técnico-construtivos

Materiais e Acabamentos:Durabilidade,
praticidade de Manutenção e Racionaliza-
ção Construtiva

Materiais e
Acabamentos:Características Superfici-
ais ¾ Valorização dos Efeitos Texturais

Prever Ambientes / Paredes Específicas


c/ Acabamentos Laváveis p/ Manifesta-
ção das Crianças (Personalização)

O tratamento desses diversos alvos requer a configuração 28)


de grupos interdisciplinares que, em conjunto com os reque-
rimentos da comunidade e dos educadores, procure
compatibilizar o edifício escolar. A identificação desses alvos
deve ser considerada nas análises de sustentabilidade, nas
situações de concepção do projeto, construção, pós-ocupa-
ção e reabilitação.

A problemática é complexa, uma vez que pode envolver 29)


múltiplas variáveis e problemas, tais como: terrenos
inundáveis, córregos e águas paradas poluídas, ruídos exte-
riores excessivos, odores, vegetação escassa, travessias peri-
gosas para pedestres, lixo etc. Em conseqüência, deve
enfatizar e/ou estimular:

· a importância do ambiente natural, integrando as ativi-


dades escolares com a exploração do mundo natural;

· o uso de materiais regionais, bem como de integração à


paisagem e ao clima;

· a programação e o projeto participativos (em colabora-


ção com a comunidade), considerando o contexto, as as-
pirações, a acessibilidade universal e a realidade local;

· o enfoque na sustentabilidade deve buscar a redução das


disparidades regionais no país, bem como garantir que
as estratégias de proteção ao meio ambiente possam con-
tribuir para a erradicação da pobreza;

12
· o crescimento de microempresas regionais voltadas ao de-
senvolvimento de produtos e serviços, à produção e con-
servação dos espaços escolares.

2.3 . Projeto de reforma e adaptação do espaço físico existente

Concebidos nas pranchetas dos arquitetos, com base em 30)


informações previamente fornecidas, os edifícios em geral –
inclusive os edifícios escolares – pouco atentam para as neces-
sidades e valores das comunidades nas quais se inserem, espe-
cialmente de seus usuários – no caso da Arquitetura Escolar para
a Educação Infantil, as crianças.

Os conceitos de qualidade, em geral, estão associados a 31)


questões pragmáticas e abstratas e distantes das reais expecta-
tivas e necessidades dos usuários e da comunidade local. É
possível considerar que a prática tradicional do projeto não
atenta que as variáveis da qualidade devem ser a percepção
dos usuários (administradores, professores, funcionários, co-
munidade e estudantes) em relação ao atendimento de suas
expectativas:

· aumentando a expectativa, mais é exigido e a qualidade diminui;

· aumentando a percepção (sensação) do que é oferecido, a


qualidade aumenta;

· à medida que existe maior correspondência entre a oferta e a


demanda por qualidade, reduzem-se os riscos de desperdício
(excesso de oferta) e de insatisfação (excesso de demanda).

Como reforço ao argumento em favor da necessidade de 32)


um novo enfoque para a definição das diretrizes, estratégias e
procedimentos de concepção dos edifícios escolares, cabe res-
saltar que na Europa (CALAVERA, 1993):

· mais de 70% dos problemas na construção dos edifícios


são decorrência de falhas de projeto (42,70%) e de exe-
cução (30,15%);

· mais de 70% dos problemas que surgem antes da entrega


dos edifícios decorrem de falhas de projeto (20%),
gerenciamento (34%) e execução (20%).

Outro mito que precisa ser superado na concepção e na cons- 33)


trução dos edifícios em geral, e escolares em particular, é o de

13
que reduzir o custo da construção significa economia. Caso
seja considerada uma vida útil de 30 anos para os edifícios de
escritórios – cujo custo é superior ao dos edifícios escolares,
em função de sua maior sofisticação em termos de padrões
construtivos e de recursos prediais –, cerca de apenas 2%
correspondem ao custo de projeto e construção; aproximada-
mente 6% correspondem ao custo de operação; o restante –
cerca de 92% – corresponde ao custo com mão-de-obra e com
manutenção.

Atentando para essas questões, a partir do final do século 34)


XX surgiram procedimentos sistemáticos para avaliar o desem-
penho dos projetos e dos edifícios, conhecidos, respectivamen-
te, como Avaliação Pré-Projeto (APP) e Avaliação Pós-Ocupação
(APO). Essas metodologias envolvem a investigação
multidisciplinar e sistematizada de projetos de edificações ou
de edifícios, após sua ocupação e utilização, com o objetivo de
programar futuras intervenções corretivas e reformas, além de
fornecer uma retroalimentação para projetos similares.

A partir das análises e diagnósticos, é possível traçar reco- 35)


mendações para estudos de casos específicos, gerando diretri-
zes mediante a construção de um banco de dados de indicado-
res de qualidade. Ambas têm sido consideradas como impor-
tantes metodologias para a investigação do projeto e/ou a in-
tervenção em qualquer tipo de edificação, mostrando-se parti-
cularmente eficaz no caso de edificações institucionais, de uso
coletivo e de grande complexidade.

Considerando que crianças e profissionais da Educação In- 36)


fantil passam em torno de um terço de seu dia no interior da
creche ou da pré-escola que frequentam, a inadequação desses
ambientes irá afetar significativamente sua qualidade de vida.

Dentre as melhorias que podem ser implementadas no pro- 37)


cesso, destaca-se a possibilidade de se adotar uma sistemática
de PREVENÇÃO, ao invés de CORREÇÃO, nos programas de
manutenção – estabelecendo um padrão em toda a rede muni-
cipal de construções destinadas à Educação Infantil –, além do
GERENCIAMENTO E CONTROLE SOBRE O PLANEJAMEN-
TO DE CUSTOS. As informações sistematizadas após a APO
irão embasar a etapa de PROGRAMAÇÃO dos futuros proje-
tos. Essa realimentação pode auxiliar na formulação de pro-
gramas de manutenção, uso e operação.

14
3. Estratégias de integração entre
educação e meio ambiente para
a contrução de uma abordagem
participativa do projeto na
arquitetura escolar
A concepção de uma unidade escolar envolve um comple- 38)
xo processo de planejamento, que abrange, desde a etapa de
programação e de estudos de viabilidade, passando pelas eta-
pas de definição dos ambientes – acessos, fluxos, pré-
dimensionamento, áreas livres e interações possíveis –, até a
elaboração do projeto executivo, incluindo detalhamento e
especificações técnicas.

Tradicionalmente, a solução espacial das construções esco- 39)


lares viabiliza um Programa de Necessidades previamente esta-
belecido pelas Secretarias de Educação. No entanto, nas abor-
dagens participativas previamente ao Programa de Necessida-
des, é necessário definir estratégias para envolver, durante o
processo de concepção projetual, a comunidade escolar – cons-
tituída de usuários, professores, funcionários e, nas escolas
públicas, as administrações municipais –, visando comparti-
lhar os saberes e experiências daqueles que demandam e
vivenciam os espaços, além de incorporar a reflexão sobre o
perfil pedagógico da instituição pretendida.

Com base na interdisciplinaridade, na experiência, bem 40)


como na certeza da necessidade de se buscar novos procedi-
mentos capazes de permitir a concepção, a construção e a ade-
quação da Arquitetura Escolar dos edifícios e ambientes desti-
nados à Educação Infantil, propomos uma metodologia
projetual participativa que incorpore as necessidades e os de-
sejos dos usuários, a proposta pedagógica e a interação com as
características ambientais do sítio do projeto.

De fato, deve haver uma conscientização geral sobre a im- 41)


portância do espaço físico para o processo educativo, tanto da
parte dos educadores, dos responsáveis pelas políticas públi-
cas, como daqueles que concebem os espaços. Essa
conscientização demanda uma abordagem interdisciplinar que
envolva educadores, arquitetos, engenheiros, profissionais de
saúde, administradores e a comunidade escolar, e que favore-
ça o compartilhamento dos diferentes saberes e objetivos. A
idéia de que para se ter educação bastam apenas algumas “car-

15
teiras, cadernos e quadro-negro”, excluindo a qualidade do
espaço desse processo, deve evoluir para uma abordagem
interacionista, que permita a visualização das relações e trocas
entre sujeitos e ambiente, fundamentais para o desenvolvimen-
to infantil. O desafio no processo de concepção dos ambientes
escolares é a busca de um repertório espacial que responda a
todos os requisitos formulados pelo grupo interdisciplinar. Essa
abordagem procura uma integração entre objetivos ambientais,
pedagógicos, econômicos e sociais.

Diante da grande diversidade existente no tocante à densi- 42)


dade demográfica, recursos socioeconômicos, contexto cultu-
ral, além das condições geográficas e climáticas, acreditamos
que o estabelecimento de uma metodologia de projeto que identi-
fique os parâmetros fundamentais para a qualidade do ambi-
ente escolar possa oferecer condições para que as
municipalidades criem uma rede de qualidade, adaptando es-
ses critérios de acordo com as suas especificidades, a exemplo
do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Expansão da Educa-
ção Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Belo Hori-
zonte, pelo Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos,
da Prefeitura do Rio de Janeiro, e pela Fundação de Desenvol-
vimento da Educação de São Paulo.

3.1 Programação/Estudos de viabilidade

Essa fase inicial procura caracterizar o objeto de estudo, 43)


estabelecendo o perfil da unidade escolar, a filosofia pedagó-
gica adotada, o programa de necessidades – ambientes peda-
gógicos, funções, fluxos, pré-dimensionamento etc. – e as
especificações educacionais (normas que condicionam a utili-
zação dos espaços em termos de iluminação, ventilação, higie-
ne etc.). Essa nova abordagem considera sempre o impacto entre
todos os aspectos envolvidos na concepção projetual; e a equi-
pe comprometida com o planejamento das unidades escolares
deve ser integrada por profissionais de diferentes áreas, desde
a etapa de programação. Nessa etapa é muito importante a
particpação da comunidade escolar, definindo-se claramente
as necessidades espaciais e os objetivos educacionais. Inclui,
ainda, o conhecimento sobre as condições contextuais e
ambientais preeexistentes, tais como:

· condições de acesso – capacidade e fluxo das vias públicas


que delimitam o lote, meios de transporte, localização de
pontos de ônibus. Esses aspectos irão determinar os aces-
sos ao terreno em questão e os fluxos nele;

16
· infra-estrutura básica – pavimentação de ruas, rede de esgo-
to, energia e abastecimento de água;

· legislação vigente – taxa de ocupação e índice de aproveita-


mento do terreno, áreas livres, alinhamentos e afastamen-
tos, gabaritos máximos;

· população – indicadores socioeconômicos, culturais e faixa-etária;

· entorno (circunvizinhança) – arquitetura local (vocação dos


sistemas construtivos/tipologia das construções) e aciden-
tes geográficos da região;

· disponibilidade de mão-de-obra e materiais de construção (levan-


do-se em consideração suas características térmicas, sua
durabilidade, a tradição da região, os custos e a facilidade
de manutenção);

· condicionantes físico-ambientais do local – clima, topografia


(necessidade de cortes e aterros do terreno, escoamento
natural de águas pluviais), vegetação, recobrimento do
solo, orientação, qualidade do ar, massas de água e ocor-
rência de ruídos;

· processo participativo – escuta dos desejos e necessidades,


pode/deve ser feito junto às entidades representativas (sin-
dicatos ou associações de docentes e funcionários, associa-
ções de pais e outras entidades interessadas).

Quanto mais cedo as metas para alcançar a qualidade ambiental 44)


forem definidas no projeto, mais facilmente serão incorporadas e
com menores custos. Entre essas metas estão incluídos fatores
como, saúde e qualidade do ar interior, conforto térmico, conforto visual,
conforto acústico, segurança, proteção ao meio ambiente, eficiência
energética, eficiência dos recursos hídricos, utilização de materiais cons-
trutivos não-poluentes e característicos da região, além da considera-
ção do edifício como uma ferramenta para o ensino.

3.2 Síntese – Estudo preliminar

O Estudo Preliminar apresenta-se como a primeira confi- 45)


guração gráfica do projeto, a partir da avaliação das
condicionantes preexistentes, do perfil pedagógico da unida-
de escolar e das metas ambientais estabelecidas. Após essa aná-
lise é possível delinear as soluções arquitetônicas pertinentes,
definindo-se o plano de massa da edificação e respectiva implan-

17
tação, em função das condições físico-climáticas do terreno –
orientação, direção dos ventos dominantes, ocorrência de ruí-
dos, topografia, vegetação existente, acessos principais e taxas
de ocupação. Para a visualização dessa interação edificação–
terreno, é feito um esquema gráfico no qual constam todas es-
sas informações.

Nessa fase, será definida a organização espacial da unidade 46)


escolar em função da proposta pedagógica, estabelecendo-se,
portanto, o pré-dimensionamento setorial, o fluxograma dos
ambientes funcionais – fluxos dominantes, hierarquia dos es-
paços, suas respectivas interações e relações principais –, além
da reflexão sobre as áreas externas necessárias ao processo
educativo.

Deve ser levada ainda em consideração a possibilidade de 47)


adoção de solução modular, que, além de agilizar a construção
da unidade, simplifica o dimensionamento dos ambientes e
facilita os acréscimos futuros. Finalmente, complementando
essa etapa, visualizar as possíveis soluções construtivas ou na-
turais que funcionarão como elementos de proteção à insola-
ção, no caso de fachadas com orientação menos favorável (bei-
rais, varandas, brises e paisagismo).

3.3 Anteprojeto

O anteprojeto vai constituir a solução quase-definitiva da 48)


construção, desenvolvida a partir do estudo preliminar e com-
patível com as exigências contidas no programa de necessida-
des; nessa etapa, devem constar todas as informações suficien-
tes à compreensão do projeto antes da elaboração do projeto
de execução. Os ajustes finais da solução e a aferição do de-
sempenho ambiental devem ser efetuados nessa fase.

Com os resultados, pode-se executar modificações no pro- 49)


jeto, avaliando-se o comportamento de materiais e soluções
construtivas alternativas. A finalidade principal dessa aferi-
ção é, justamente, tentar evitar futuros acertos e adaptações
construtivas na edificação, que nem sempre são satisfatórios.
A tentativa de minimizar as condições desfavoráveis do cli-
ma, depois da obra concluída, vai implicar custos complemen-
tares que podem ser reduzidos, quando a análise é feita ainda
na etapa de projeto.

O processo projetual envolve um significativo compromis- 50)


so por parte dos profisssionais de projeto. Essa

18
interdisciplinaridade normalmente não existe nas práticas
projetuais convencionais, tornando o processo de conciliação
entre o projeto de arquitetura e os projetos complementares,
quase sempre, bastante tortuoso e complexo. Os ajustes e adap-
tações entre os projetos de iluminação e climatização e o pro-
jeto de arquitetura, por exemplo, são propostos depois que
toda a solução espacial já foi definida, em vez de serem pensa-
dos integralmente no início do processo de concepção. O pro-
jeto interdisciplinar, que procura assegurar essa integração, é
a melhor maneira de se evitarem conflitos ou redundâncias,
decorrentes de decisões projetuais isoladas e estanques.

Assim, essa abordagem projetual considera que: 51)

· a edificação e o sítio configuram-se como um todo inseri-


do no contexto de sua comunidade;

· a unidade escolar se encontra inserida num contexto mai-


or, que inclui o ecossistema natural, mesmo se a sua loca-
lização for um sítio urbano;

· a colaboração interdisciplinar é fundamental no processo


de projeto e de construção da unidade escolar;

· todas as significativas decisões e estratégias de projeto


devem ser refletidas logo na etapa de programação;

· é importante verificar as condições do ambiente construído


após determinado tempo de uso e construção, analisan-
do-se o desempenho da edificação a partir da identifica-
ção dos aspectos negativos e positivos encontrados. Essas
identificações funcionam como fonte de retroalimentação
para futuros projetos semelhantes.

Avaliação

Programação Projeto Construção/Uso

19
4. Objetivos
· Envolver universidades e institutos de pesquisa regionais na 52)
definição de programas de pesquisa voltados para o estudo
de tecnologias autóctones ou vernaculares, em associação
com as novas tecnologias, para viabilizar a arquitetura esco-
lar sustentável.

· Atuar para que a arquitetura escolar se baseie na diversida- 53)


de dos contextos físico-geográficos, socioeconômicas e cul-
turais das comunidades locais.

· Propor indicadores de avaliação da qualidade dos ambien- 54)


tes escolares.

· Delinear estratégias e diretrizes gerais para a concepção e a 55)


construção de escolas, visando ao planejamento sustentá-
vel, bem como para o envolvimento das comunidades e
lideranças locais com as demandas da escola sustentável.

· Elaborar cadernos e/ou manuais de procedimentos gerais 56)


adequados para a apropriação e o uso, por parte das co-
munidades locais, das práticas e conceitos: (a) da arquite-
tura escolar sustentável, bem como para a preservação das
escolas; e (b) dos métodos e processos participativos
adotados na concepção e na manutenção das escolas.

· Atualizar normas, códigos de obras e cadernos de encar- 57)


gos, orientando para os padrões de desempenho da arqui-
tetura escolar sustentável.

· Propor processos sistemáticos de Avaliação Pós-Ocupação, 58)


visando à produção de edificações mais responsivas e ade-
quadas à implementação do processo educativo, que con-
siderem o bem-estar, a saúde e o conforto de seus usuári-
os, além dos conceitos de sustentabilidade.

· Desenvolver diretrizes, estudos e/ou projetos de escolas pi- 59)


loto sustentáveis, como um exemplo das melhores práticas.

· Realizar estudos, pesquisas e projetos de ambientes escola- 60)


res, envolvendo localização, viabilidade, implantação, ava-
liação e reabilitação de edificações.

· Treinar as equipes locais de planejamento e de projeto das esco- 61)


las, para a aplicação dos conceitos de arquitetura escolar susten-
tável e dos métodos e processos participativos de projeto.

20
· Implementar e/ou incrementar a capacidade regional ou 62)
local nos segmentos da construção civil e da educação,
com relação às questões da sustentabilidade.

· Oferecer cursos e seminários para os planejadores, arqui- 63)


tetos/engenheiros e educadores, mostrando a importân-
cia e a necessidade do projeto colaborativo nas escolas,
enfocando-se na sustentabilidade.

· Considerar que o desenvolvimento de escolas inclusivas 64)


requer um melhor conhecimento sobre o processo de im-
plantação do projeto, pois estão envolvidos na
metodologia educacional as relações do homem com o
ambiente do entorno e as preocupações ecológicas.

Referências bibliográficas

AZEVEDO, Giselle Arteiro Nielsen. As escolas públicas do Rio


de Janeiro: considerações sobre o conforto térmico das
edificações. 1995. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ar-
quitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janei-
ro, Rio de Janeiro, 1995.

––––––. Arquitetura escolar e educação: um modelo conceitual


de abordagem interacionista. 2002. Tese (Doutorado) – COPPE,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL. Critérios para um atendimento em creches que respeite


os direitos fundamentais das crianças. Brasília, DF: MEC/SEF/DPEF/
COEDI, 1997.

––––––. Subsídios para o credenciamento e funcionamento de ins-


tituições de educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/DPEF/
COEDI, 1999. v. 2.

––––––. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.


Brasília, DF: MEC/SEF/DPEF/COEDI, 1999.

––––––. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação In-


fantil. Brasília, DF: MEC/SEF/DPEF/COEDI, 1999.

CALAVERA, José. Fora de controle. Téchne, n. 6, p. 27-29,


set./out. 1993.

21
POLÍTICA DE ENSINO
DA REDE MUNICIPAL
DO RECIFE

EDUCAÇÃO INFANTIL

CURRÍCULO REVISTO, CONSIDERANDO


A HOMOLOGAÇÃO DA BNCC – DEZEMBRO DE 2017
Volume 2
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Coordenação
Alexsandra Felix de Lima Sousa
Jacira Maria L’Amour Barreto de Barros
Nyrluce Marília Alves da Silva

Volume 2

2ª edição revisada e atualizada

TÍTULOS DA COLEÇÃO
VOLUME 1 Fundamentos Teórico-Metodológicos
VOLUME 2 Educação Infantil
VOLUME 3 Ensino Fundamental (1º ao 9º ano)
VOLUME 4 Educação de Jovens e Adultos Recife
VOLUME 5 Educação Inclusiva: múltiplos olhares
VOLUME 6 Tecnologias na Educação 2021
PREFEITO DO RECIFE CAPA

João Henrique de Andrade Lima Campos Eduardo Souza


Gabriela Araújo
VICE-PREFEITA DO RECIFE

Isabella de Roldão REVISÃO GRAMATICAL

Alfredo Barreto de Barros Filho


SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

Frederico Amâncio NORMALIZAÇÃO

Sandra Maria Neri Santiago


SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO PEDAGÓGICA

Juliana Guedes DESIGN GRÁFICO

Eduardo Souza e Gabriela Araújo


SECRETÁRIO EXECUTIVO DE GESTÃO DA REDE

Gleibson Cavalcanti dos Santos


REVISORAS
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE INFRAESTRUTURA
Célia Maria Vieira Santos
Daniele César Duca de Carvalho Emanuela Ferreira do Nascimento Araújo
Joselma Maria Custódio de Oliveira
SECRETÁRIO EXECUTIVO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO
Rosimere Ferreira da Penha
Severino José de Andrade Júnior

SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ednaldo Alves de Moura Júnior Alison Fagner de Souza e Silva


Rogério de Melo Morais
GERENTE GERAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Fabiana Silva Barboza dos Santos APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO

Escola de Formação de Educadores do Recife –


GERENTE DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, Professor Paulo Freire.
EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS
Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica
Ana Cristina Bezerra Cavalcanti

GERENTE DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E ANOS FINAIS

Ivanildo Luís Barbosa

GERENTE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Adilza Gomes da Cunha Silva Catalogação na fonte:


Bibliotecária Sandra Maria Neri Santiago, CRB4-1267
DIVISÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
R297p
Mônica Maria Villar e Luna; Célia Maria Vieira Recife (PE). Secretaria de Educação
Santos    Política de ensino da rede municipal do Recife /
coordenação: Alexsandra Felix de Lima Sousa, Jacira
DIVISÃO DE ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL L’Amour Barreto de Barros, Nyrluce Marília Alves
Ana Valéria de Aguiar da Silva. – 2. ed. rev. e atual. – Recife: Secretaria de
Educação, 2021.
DIVISÃO DE ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 6 v.
Rosivaldo Severino dos Santos    Conteúdo: v. 1. Fundamentos teórico-metodológicos
– v. 2. Educação infantil – v. 3. Ensino fundamental (1º
DIVISÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ao 9º ano) – v. 4. Educação de jovens e adultos – v. 5.
Bruno Jhonnatas Santos de Oliveira Educação inclusiva: múltiplos olhares – v. 6. Tecnologias
na educação
GESTORA DA EFER PROFESSOR PAULO FREIRE   Inclui referências.
  ISBN: 978-65-995182-0-1 (broch.)
Etiane Valentim da Silva Herculano
   1. Educação–Recife (PE). 2. Política de ensino. 3.
COORDENAÇÃO GERAL Educação infantil. I. Sousa, Alexsandra Felix de Lima
Alexsandra Felix de Lima Sousa Barros. II. Barros, Jacira L’Amour Barreto de. III. Silva, À Professora Katia Marcelina de Souza
Nyrluce Marília Alves da. IV. Titulo.
Jacira Maria L’Amour Barreto de Barros
CDD 370 (22. ed.)
Nyrluce Marília Alves da Silva CDU 37 (2. ed.) In Memorian
AGRADECIMENTOS

Coordenadores(as) Pedagógicos(as), Gestores(as), Professores(as) e demais


profissionais da Educação que participaram das discussões sobre a revisão da
Política de Ensino.
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Identificação dos Objetivos 33


QUADRO 2 Eu, o Outro e o Nós 34
QUADRO 3 Corpo, Gestos e Movimentos 39
QUADRO 4 Traços, Sons, Cores e Formas 43
QUADRO 5 Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação 49
QUADRO 6 Espaços, Tempos, Quantidades, Relações
e Transformações 55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADI Auxiliar de Desenvolvimento Infantil


BNCC Base Nacional Comum Curricular
CTD Contrato Tempo Determinado
DCNEB Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
EJA Educação de Jovens e Adultos
GOM Grupo Ocupacional do Magistério
GT Grupo de Trabalho
MEC Ministério da Educação e Cultura
PMTE Programa Municipal de Tecnologia na Educação
PNE Plano Nacional de Educação
RMER Rede Municipal de Ensino do Recife
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco
UNICAP Universidade Católica de Pernambuco
UPE Universidade de Pernambuco
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 15

1 BREVE HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE ENSINO


DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE – 2014/2015 17

2 PROCESSO DE REVISÃO DA POLÍTICA DE ENSINO DA REDE


MUNICIPAL DO RECIFE – 2018/2020 21

3 RELAÇÃO ENTRE OS EIXOS DA POLÍTICA DE ENSINO DA


REDE MUNICIPAL DO RECIFE E AS COMPETÊNCIAS GERAIS
DA BNCC 23

4 REEDIÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL


DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE 27
4.1 Os Direitos de Desenvolvimento e Aprendizagem

4.2 Os Campos de Experiências

5 A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL 32

REFERÊNCIAS 61
APRESENTAÇÃO

O currículo é o espaço onde se corporificam formas de conhecimento e de saber.


O currículo é um dos locais privilegiados, onde se entrecruzam saber e poder,
representação e domínio, discurso e regulação, e é também no currículo que se
condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de
subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e processo de formação estão
mutuamente implicados (SILVA, 1996, p. 23).

Ao longo dos anos (2018/2020), foram desenvolvidos estudos e um amplo


processo coletivo de discussão e revisita às matrizes curriculares e textos intro-
dutórios da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, em face da homo-
logação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Desse modo, o processo
compreendeu a revisão do currículo da Educação Infantil, Ensino Fundamental
do 1º ao 9º ano, e o da Educação de Jovens e Adultos, publicados inicialmente
em 2015.
Destaca-se que a revisita às matrizes curriculares, além de atender ao caráter
normativo da BNCC, consistiu em uma oportunidade de rever o documento a
partir das demandas advindas da implementação do currículo na prática docen-
te. O processo foi desenvolvido de maneira colaborativa, cujas premissas foram,
principalmente, o olhar para o currículo no cotidiano das práticas pedagógicas
das unidades escolares, referendado por novas identidades profissionais, e mo-
dalidades de ensino; atender, especialmente, à reivindicação dos (as) professo-
res (as) para um maior detalhamento dos fundamentos teórico-metodológicos,
pautados nas discussões acadêmicas, a respeito da concepção de currículo, que
incorpora conhecimentos escolares, cultura e práticas educativas; e conside-
rando, por fim, a homologação da Base Nacional Comum Curricular, datada de
dezembro de 2017.
Ressalta-se, todavia, que as questões ligadas aos Eixos e Princípios da Polí-
tica de Ensino – Escola Democrática, Diversidade, Meio Ambiente, e Tecnologia,
continuam sendo os alicerces da aprendizagem, e considerados veículos da con-
vivência e da experiência cidadã.
Vivencia-se, na prática, o propósito de implementar um processo democrá-
tico dessa revisita à Política de Ensino, que trouxe, para o texto, toda experiên-
cia acumulada da Rede, melhorando e atualizando as construções anteriores.

EDUCAÇÃO INFANTIL 15
1
Em uma perspectiva crítica, toma-se como referência, os pressupostos teórico- BREVE HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE
-metodológicos dos projetos anteriores e as suas experiências acumuladas nas ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE – 2014/2015
várias etapas da construção institucional. Para o seu andamento e articulação,
optou-se por encaminhamentos dialógicos que favoreceram o debate com todos
os segmentos da Rede, o que tornou toda a realização mais enriquecida e par-
ticipativa.
Construir um documento dessa monta, de forma democrática e participativa,
envolveu grande complexidade e necessidade de atenção e respeito às diferentes
opiniões e falas que se contrapuseram ao longo do processo. Na dialogia estabe- A Política de Ensino da Rede Municipal do Recife (2014/2015), estruturada
lecida, buscou-se atender às demandas sem abrir mão de nossa identidade, en- em 6 (seis) livros - Fundamentos Teórico-Metodológicos, Educação Infantil,
quanto Rede de Ensino, e de fortalecer as concepções defendidas pelo conjunto Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, Educação de Jovens e Adultos, Educação
de profissionais que a constitui. O intuito foi de construir o currículo, enquanto Inclusiva: Múltiplos Olhares e Tecnologias na Educação - representa uma cons-
práxis, tornando a ação educativa, como diz Freire (1996, p. 12), em “ação mo- trução histórica que foi iniciada, a partir do envolvimento do Grupo Ocupacional
dificadora e criadora da realidade”. do Magistério (GOM), que resultou em importante documento de consolidação
Deseja-se que, a partir desse documento revisitado, os (as) educadores (as) das concepções que norteiam as ações educativas da Rede de Ensino do Recife.
da Rede Municipal de Ensino do Recife continuem a contribuir para a construção Por essa razão, faz-se necessário resgatar parte desse processo de construção.
de realidades mais justas e éticas, junto aos (às) educandos (as). Durante a elaboração e estruturação do documento foram desenvolvidas vá-
rias ações como promoção de discussões nas unidades educacionais; constitui-
ção de um Grupo de Trabalho (GT), composto por professores (as), técnicos (as)
Recife, 2021. pedagógicos (as) representando as Divisões e Gerências da Secretaria Executiva
Alexsandra Felix de Lima Sousa de Gestão Pedagógica e da Secretaria Executiva de Tecnologia; apresentação e
Jacira Maria L’Amour Barreto de Barros discussão da produção escrita do documento com representantes do GOM, em
Nyrluce Marília Alves da Silva reuniões realizadas em 12 de abril, 30 de abril, 13 de setembro, 18 de outubro e 22
COORDENAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO de novembro do ano de 2014; assessoria à equipe técnica da Rede por professores
(as) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE) e Universidade Ca-
tólica de Pernambuco (UNICAP); socialização e incorporação das proposições dos
(as) professores (as) dos Anos Finais do Ensino Fundamental, ao documento nos
encontros pedagógicos mensais, juntamente com a presença dos (as) assessores
(as), nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano de 2014,
dentre outras ações.
Ao traçar-se o movimento de construção da Política de Ensino da RMER,
destacou-se o objetivo de atingir o máximo de participação dos (as) professo-
res (as), demais segmentos das unidades escolares e diferentes profissionais
da educação de forma democrática, coletiva e colegiada, para que os anseios de
todos (as) pudessem ser discutidos. E aqui é importante salientar que as equipes
que compuseram o GT, leram, analisaram e refletiram sobre as contribuições
dos (as) representantes do GOM, Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADI´s),
e demais profissionais da educação da Rede que participaram dos momentos de

16 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 17


socialização, discussão e das produções escritas do documento. Todo esse pro- RMER em versão digital e, posteriormente, os (as) representantes do GOM e as
cesso proporcionou um diálogo mais direto sobre as concepções e os conceitos unidades educacionais receberam a versão impressa dos livros, a fim de direcio-
que envolvem e direcionam a organização e o acompanhamento das ações edu- nar as ações pedagógicas. Tal feito representa um marco histórico para a Rede
cativas na Rede Municipal de Ensino do Recife (RMER). Municipal do Recife.
No percurso de construção da Política de Ensino, com o intuito de promover A partir da publicação do documento, vem sendo desenvolvidas sistematica-
uma educação emancipadora, fundamentada nos quatro pilares (aprender a co- mente nas unidades de ensino, e nos diversos setores da Secretaria de Educação,
nhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos, e aprender a ser), bem como como na Escola de Formação Professor Paulo Freire1, ações de discussão, diálogo
trazer orientações, quanto aos rumos a serem trilhados pela Rede de Ensino do e formações continuadas, norteadas pelo documento, fortalecendo o sentido das
Recife, foram realizados estudos que promoveram a adequação do currículo às práticas cotidianas de ensino e aprendizagem que se estabelecem nas unidades
novas demandas e exigências sociais, conforme as Diretrizes Curriculares Nacio- educacionais da Rede Municipal do Recife.
nais Gerais para a Educação Básica (Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversida-
de e Inclusão; Conselho Nacional da Educação, 2013); as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria
da Educação Básica, 2010); as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Ambiental (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Conselho Pleno, 2012); o Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação para o
decênio 2011-2020 (BRASIL, 2011); o Plano Nacional de Educação 2014 (BRASIL,
2014); os Indicadores de Qualidade na Educação Infantil (BRASIL. Ministério da
Educação. Secretaria da Educação Básica, 2009); o Ensino Fundamental de Nove
Anos, e Orientações para Inclusão da Criança de Seis Anos de Idade (BRASIL. Mi-
nistério da Educação. Secretaria de Educação Básica, 2006); as Diretrizes Curri-
culares Nacionais para Educação das Relações Étnicos Raciais, e para o Ensino de
História Africana e Afro-brasileira (Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade
e Inclusão, 2004); e a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL. Ministério da Educação, 2008).
Como resultado desse processo de estudos e diálogos, em maio de 2014 foi
publicado o primeiro volume da Política de Ensino intitulado Fundamentos Teó-
rico-Metodológicos, onde estão descritos os Eixos Norteadores da Política de
Ensino, que são: Escola Democrática, Diversidade, Tecnologia, Cultura e Meio
Ambiente, bem como os Princípios: Igualdade, Solidariedade, Participação e Jus-
tiça Social, os quais foram estabelecidos na perspectiva de melhorar o ensino
por meio da ação pedagógica, e garantir os Direitos de aprendizagem dos (as)
estudantes.
No ano seguinte, em 2015, foram publicados os outros 5 (cinco) livros da
Política de Ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, Edu-
cação de Jovens e Adultos, Educação Inclusiva: Múltiplos Olhares e Tecnologias 1 A Escola de Formação de educadores do Recife Professor Paulo Freire foi criada a partir do Decreto
na Educação. Inicialmente, os documentos foram disponibilizados para toda a Nº. 28.480 de 24 de dezembro de 2014, Com o objetivo de promover ações de formação continuada
aos profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino do Recife.

18 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 19


2
PROCESSO DE REVISÃO DA POLÍTICA DE ENSINO
DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE – 2018/2020

Frente ao desafio de revisitar a Política de Ensino de forma participativa, a


Secretaria de Educação do Recife promoveu múltiplas ações. Nesse sentido, no
ano letivo de 2018, foram proporcionados aos (às) profissionais da educação,
espaços e tempos para reflexões, diálogos e construção coletiva de sugestões, a
serem inseridas no documento, de acordo com a realidade da Rede.
As ações desenvolvidas com esse intuito materializaram-se em diversos
momentos do ano letivo de 2018, como as que ocorreram nos estudos e dis-
cussões coletivas sobre a BNCC, realizadas nas unidades de ensino, na abertura
do ano letivo; na análise comparativa entre a BNCC e a matriz curricular da
RMER, pelas equipes técnicas da Secretaria de Educação, visando a estabelecer
as aproximações entre os documentos, no sentido de atender às normativas
da BNCC; na realização do IV Seminário da Política de Ensino da RMER no
início do II semestre letivo, que contou com a participação de todos (as) os
(as) profissionais da Rede, cujo subtema foi “BNCC em debate”; na paralisação
das duas últimas aulas das unidades educacionais, em 14 de setembro, para
construção de propostas de alterações no currículo da Rede pelos (as) pro-
fissionais da educação, sob orientação das coordenações de cada unidade; na
criação do Grupo de Trabalho (GT) de revisão da Política de Ensino, responsá-
vel por sistematizar e estruturar todas as contribuições, advindas das unidades
educacionais e dos diferentes setores da Secretaria de Educação; nos fóruns,
realizados nos meses de novembro e dezembro, por etapas e modalidades de
ensino, possibilitando, assim, que os (as) educadores (as) apresentassem suas
contribuições, experiências, questionamentos e anseios, para serem encami-
nhados, sistematizados e incorporados ao documento pelo GT de revisão. Ao
final dos fóruns, tivemos o documento validado pelos (as) profissionais do
GOM e, posteriormente, as sugestões/ajustes incorporados pelo GT de revisão
da Política ao documento final.
Desse modo, temos a presente publicação dos livros da Política da Rede,
reeditados com as novas orientações. Convém destacar dois aspectos, quanto
aos resultados e ao processo de revisão 2018/2019. Primeiro, foi observado que
o currículo da Rede, já atende, desde 2015, quase que a totalidade das norma-

EDUCAÇÃO INFANTIL 21
3
tivas da BNCC, sendo necessários alguns ajustes/acréscimos. E como a Política RELAÇÃO ENTRE OS EIXOS DA POLÍTICA DE
de Ensino possui Componentes Curriculares, Direitos e Objetivos de Aprendi- ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE
zagem específicos, que avançam em relação ao estabelecido no texto da BNCC,
E AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
tais aspectos foram preservados no documento da RMER.
Dentre as especificidades do Currículo educacional de Recife, outro aspecto
singular da Política de Ensino refere-se à organização do ciclo de alfabetização.
Enquanto a BNCC prevê um ciclo de dois anos, para consolidar a alfabetização,
a RMER manteve o ciclo de alfabetização, constituído pelos três primeiros anos
do Ensino Fundamental. Evita-se dessa forma, uma retenção precoce com os
prejuízos decorrentes, conforme alerta a Resolução do CNE nº 7, de 14 de de-
A partir da homologação da BNCC, em dezembro de 2017, fez-se necessário
zembro de 2010, em seu artigo 30 – III:
olhar a Política de Ensino da RMER e as Competências Gerais2 da BNCC. O in-
a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do pro- tuito foi identificar convergências e estabelecer um alinhamento, sem perder
cesso de alfabetização, e os prejuízos que a repetência pode causar ao Ensino
de vista, contudo, os avanços consolidados na educação municipal do Recife.
Fundamental como um todo, e, particularmente, na passagem do primeiro para
o segundo ano de escolaridade, e deste para o terceiro (BRASIL. Ministério da Nesse sentido, em relação aos Eixos da Política de Ensino da RMER, desta-
Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2010, ca-se a Escola Democrática, que defende o desenvolvimento de atitudes demo-
p. 8).
cráticas no ambiente escolar, com espaço para o diálogo e partilha nas ações

Todavia, mesmo com o ciclo de alfabetização até o 3º ano, a organização 2 COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA – 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-
curricular está estruturada, de forma a garantir ao (à) estudante, os saberes mente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
necessários para a apropriação da linguagem escrita até o final do 2º ano do 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a inves-
Ensino Fundamental, cabendo ao 3º ano, a consolidação da alfabetização. tigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar
Entre as especificidades, destacamos os Componentes Curriculares de His- e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
tória do Recife, e o de Introdução às Leis trabalhistas, já presentes na Matriz culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artísti-
Curricular publicada em 2015, que também foram revisitados. co-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
Durante o processo de revisão da Política de Ensino, foram mantidos os corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
fundamentos pedagógicos, organizados em Direitos e Objetivos de Aprendiza- contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar
gem, para todas as modalidades e etapas de ensino. No caso da modalidade de tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
Educação de Jovens e Adultos, a manutenção se deu com respaldo na Resolução diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e co-
CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, no artigo 3º parágrafo único, que letiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e
estabelece: “Para os efeitos desta Resolução, com fundamento no caput do art. experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas
35-A e no §1º do art. 36 da LDB, a expressão ‘competências e habilidades’ deve alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
ser considerada como equivalente à expressão ‘direitos e objetivos de apren- formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam
dizagem’, presente na Lei do Plano Nacional de Educação (PNE)” (BRASIL. os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional
Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno, 2017, e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
p. 41). Vale destacar que, embora a BNCC não trate especificamente da EJA, isso humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
não é impeditivo para as redes de ensino não revisitarem seus currículos em elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
busca de atualizações com a temática, face às dez competências gerais da Base. e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diver-
sidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráti-
cos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL. Ministério da Educação, 2017, p. 9-10).

22 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 23


desenvolvidas, em que, de forma colaborativa, seja incentivada a autonomia e conizam a primeira e a terceira Competências da BNCC, visto que, uma das
corresposabilidade de toda comunidade escolar nas tomadas de decisões. Tais suas concepções sobre a organização curricular é a relação do currículo com
premissas, presentes no eixo Escola Democrática, coadunam com o que per- a cultura, enquanto prática de significação da produção, da identidade e dife-
meia as competências gerais da BNCC, sobretudo a décima competência que rença. Nesse sentido, é possível identificar, também, a relação entre o que é
estabelece um ensino voltado para o agir individual e coletivamente com auto- posto no documento oficial da RMER, com a quarta competência da BNCC, que
nomia, com base em princípios éticos e democráticos. faz referência à utilização de diferentes linguagens, como as artísticas, as de
A Tecnologia consiste em mais um eixo da Política de Ensino, e apresenta matemática e as científicas.
o Programa Municipal de Tecnologia na Educação (PMTE), apontando o uso O Meio Ambiente é outro eixo da Política de Ensino, ao ser considerado
da tecnologia a serviço da socialização do conhecimento, e o do exercício da como tal, os/as estudantes da Rede de ensino do Recife são orientados/as a
criatividade, e a importância de educar os(as) estudantes, enquanto pessoas interagirem de forma respeitosa com o ambiente, entendendo que eles e elas
que precisam se posicionar, diante das diferenças; compreendê-las, como re- são partes integrantes do meio ambiente, e como cidadãos/cidadãs planetá-
sultado das singularidades dos grupos; conhecer o direito de cada cidadão e rios/as têm responsabilidade com a construção e manutenção de uma socieda-
cidadã a novas ideias e valores, e as diferentes maneiras de ser e viver. O prin- de, ecologicamente sustentável. Vemos assim, uma aproximação com a sétima
cipal objetivo da Política de Tecnologia na RMER é contribuir no atendimento competência geral da BNCC, que apresenta a necessidade do desenvolvimento
às demandas sociais por uma formação de qualidade, tendo, como princípio, a de uma consciência socioambiental com consumo responsável, cuidando de si,
tecnologia a serviço da construção e socialização do conhecimento, e do exer- dos outros e do planeta.
cício da cidadania. Busca-se, com isso, o desenvolvimento do senso crítico, a Quanto à organização curricular da RMER, apesar desta não estabelecer
criatividade, o trabalho colaborativo, e a autoria dos (as) estudantes. Todos uma relação direta com a formação profissional dos(as) educandos(as), ba-
esses princípios e ações assinaladas encontram paralelo com a primeira e a seia-se na perspectiva da aprendizagem, como um direito a ser exercido em
quinta competência da BNCC que ao referir-se à compreensão e usos das tec- sua plenitude, na qual são sujeitos históricos, e têm suas trajetórias pessoais e
nologias digitais de informação e comunicação, defende que seja baseada em coletivas, partilhadas no espaço educacional que é compreendido como insti-
uma vivência significativa e ética nas diversas práticas sociais. tuição, destinada, entre outros objetivos, a garantir a inclusão social de modo
A relação da inclusão, como prática democrática, também é discutida e sub- amplo e efetivo. Portanto, compreende-se que, ao fazer referência à inclusão
sidiada por programas que vêm sendo desenvolvidos na RMER. Ao tratar de social dos(as) estudantes de modo amplo, a Política de Ensino estabelece,
currículo, a Política de Ensino da RMER enfoca a importância de a escola levar embora intrinsicamente, uma relação direta com sua formação profissional,
os(as) estudantes a conviverem com a diversidade, respeitando as diferenças como importante elemento no reconhecimento da pessoa e sua participação,
que configuram o cenário social, contribuindo para o desenvolvimento de sua enquanto cidadão(ã), alinhando-se, nessa configuração, com a sexta Com-
consciência crítica. Desse modo, a Diversidade é mais um eixo da Política de petência da BNCC, que propõe entender o mundo do trabalho, e planejar seu
Ensino, que envolve as questões de gênero e sexualidade, raça e etnia e edu- projeto de vida pessoal, profissional e social.
cação especial. Nesse contexto, percebe-se a relação do eixo Diversidade da A Política de Ensino, estabelece ainda, o compromisso com uma educação
Política de Ensino com as competências gerais da BNCC, com ênfase para a que abre espaço para os conhecimentos e para as referências que os(as) estu-
terceira, sexta, oitava e nona competências dantes trazem de seu contexto social e cultural, compromisso este que os(as)
De acordo com a Política da RMER, a Escola é um espaço acolhedor da ajude a incorporar os saberes escolares com condições de se tornarem sujeitos
diversidade cultural, podendo possibilitar aos (às) estudantes leituras sobre capazes de propor, debater, argumentar, decidir, construindo novos significa-
ser e estar no mundo. A mesma defende que o/a estudante participa, desde a dos para o local, onde vivem seus direitos, e os saberes das diferentes culturas.
infância, de práticas sociais que se relacionam com diferentes linguagens – Dessa forma, pode-se identificar a relação com a segunda Competência que
corporal, gestual, verbal, e escrita. Dessa forma, o ambiente educacional pode apresenta, como proposição, exercitar a curiosidade intelectual, e recorrer à
proporcionar experiências que o estimulem à curiosidade e à autonomia nas abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
diversas situações desafiadoras da vida. Diante disso, ajusta-se ao que pre-

24 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 25


4
crítica, a imaginação e a criatividade, para a compreensão das causas, elaborar REEDIÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR DA
e testar hipóteses, formular e resolver problemas, e criar soluções (inclusive EDUCAÇÃO INFANTIL RMER
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Temos assim, uma Política de Ensino, orientada para a formação integral
do indivíduo, traduzida em um documento que resultou de uma construção
coletiva que envolveu amplas discussões, momentos de estudo, e se fará le-
gítimo, à medida que for efetivado no cotidiano escolar. Tal feito representa
um marco na história da Rede Municipal de Ensino do Recife. Enquanto docu-
mento norteador, através da elaboração das matrizes curriculares, fortalece a Em consonância com a Política de Ensino da Prefeitura do Recife (2015a), a
prática pedagógica na Educação Infantil, no Ensino Fundamental (Anos Iniciais matriz curricular para Educação Infantil que se apresenta, obteve as adequa-
e Anos Finais), e na Educação de Jovens e Adultos. Seu processo de consolida- ções necessárias, decorrentes das exigências da BNCC (BRASIL. Ministério da
ção, ocorre também, a partir de momentos e espaços de discussões, tais como: Educação, 2017), dando amplitude ao que preconizam as Diretrizes Curricula-
fóruns, seminários, e/ou elaboração de projetos políticos pedagógicos das uni- res Nacionais para Educação Infantil (DCNEI), que concebem o currículo, como
dades educacionais, organização de formações pedagógicas, entre outros. um conjunto de práticas que buscam articular as experiências, e os saberes das
crianças, na faixa de 0 a 5 anos de idade, com os conhecimentos que fazem
parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de
modo a promover o seu desenvolvimento integral.
A compreensão da criança, como sujeito de direitos, presentes nesta pro-
posta, afirma que a aprendizagem, e o desenvolvimento no processo educativo
têm, por base, a relação da criança com o outro, em contextos intencionalmen-
te planejados, com respeito à especificidade de cada faixa etária, promovendo
vivências que favoreçam à expressão de seus desejos, opiniões e ideias na sin-
gularidade da criança, em pensar, compreender, e agir no mundo.

4.1 Os Direitos de Desenvolvimento e Aprendizagem


É de uma concepção de currículo, que traz a criança3 para a centralidade do
planejamento pedagógico, que os Campos de Experiências ganham relevância
na organização da Matriz Curricular da Educação Infantil, ao considerar o seu
cotidiano, como mobilizador de experiências, vivenciadas pelas crianças, para
garantia de seus direitos, norteados pelos princípios4 éticos (autonomia, res-
ponsabilidade, solidariedade, respeito ao bem-comum, ao meio ambiente, e às
diferentes culturas, identidades e singularidades), e estéticos (sensibilidade,
criatividade, ludicidade, liberdade de expressão nas diferentes manifestações
artísticas e culturais), e também políticos (direitos de cidadania, exercício da
criticidade, respeito à ordem democrática).

3 Criança como sujeito ativo, protagonista da Política de Ensino, entende-se os bebês, crianças bem
pequenas e crianças pequenas, conforme faixa etária evidenciada na BNCC/2017 (BRASIL. Ministério
da Educação, 2015).
4 Tais princípios estão previstos nas DCNEIs (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de
Educação. Câmara de Educação Básica, 2009) e no caderno da Política de Ensino da Rede Municipal
do Recife (RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação, 2014b).

26 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 27


A partir dos princípios éticos, estéticos e políticos, são elencados seis di- num entendimento de que nenhum direito exerce mais importância sobre outro,
reitos prioritários: expressar, explorar, conviver, conhecer-se, participar e e estão entrelaçados nas vivências significativas, considerando a indissociabili-
brincar, e estão compreendidos na inter-relação: conviver e conhecer-se (éti- dade do cuidar e educar, como ações promotoras do desenvolvimento integral da
cos); explorar e brincar (estéticos); participar e expressar (políticos). criança.
A relação de sentidos, entre os direitos e os princípios que justificam a fina-
lidade de uma proposta curricular para a educação infantil, ganha materialida- 4.2 Os Campos de Experiências
de nas práticas pedagógicas, quando se identifica, a partir de uma apresentação Denominados de Campos de Experiência, eles são apresentados na Base
geral, o que é próprio de cada direito de aprendizagem e desenvolvimento: Nacional Comum Curricular/Etapa Educação Infantil (BRASIL. Ministério da
a) conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes gru- Educação, 2017), como um arranjo curricular que acolhe as situações, e as ex-
pos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de periências concretas da vida cotidiana das crianças, e seus saberes, entrelaçan-
si e do outro, o respeito em relação à cultura, e às diferenças entre as do-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, e assumem
pessoas; a centralidade na organização curricular dessa etapa de ensino.
b) brincar, cotidianamente, de diversas formas, em diferentes espaços e Foram elencados cinco campos de experiências: o eu, o outro e o nós; cor-
tempos, com diferentes parceiros(as) (crianças e adultos), ampliando po, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamen-
e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimen- to e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. As
tos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, denominações estão relacionadas com as experiências, previstas nas DCNEIs
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais; (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de
c) participar, ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do pla- Educação Básica, 2009), quanto à atenção, às singularidades das crianças, e suas
nejamento da gestão da escola, e das atividades, propostas pelo(a) diversidades culturais, sociais, étnicas, propiciando experiências que favoreçam
educador(a) quanto da realização das atividades da vida cotidiana, à descoberta de um mundo diversificado, na construção de sua identidade e in-
tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, terações.
desenvolvendo diferentes linguagens, e elaborando conhecimentos, Em cada campo de experiência, percebem-se oportunidades para as crian-
decidindo e posicionando-se; ças, no sentido de interação com pessoas, objetos, situações que lhe permitem
d) explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, pala- atribuir significados pessoais, conforme descrito na BNCC/Etapa Educação In-
vras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, fantil (BRASIL. Ministério da Educação, 2017, p. 38-41, grifos do autor):
elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes
O Eu, o Outro e o Nós
sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo
ciência e a tecnologia e; um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros
e) conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de perten- Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na institui-
cimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brinca- ção escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si
deiras e linguagens, vivenciadas na instituição escolar, e em seu con- e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se como
texto familiar e comunitário. seres individuais e sociais.

f) expressar como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessida- Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais,
as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e
des, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
de interdependência com o meio.
questionamentos por meio de diferentes linguagens.
Corpo, Gestos e Movimentos
Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, conforme disposto na Matriz Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou
curricular, assumem diferentes intencionalidades educativas, ou seja, há um sig- intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram
o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expres-
nificado distinto para cada direito, conforme o campo de experiência de atuação,

28 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 29


sam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulá-
universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa rio, e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua
corporeidade. materna – que se torna, pouco a pouco, seu veículo privilegiado de interação.
Com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus li- Na Educação Infantil, é importante promover experiências, nas quais as
mites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro, e o crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral,
que pode ser um risco à sua integridade física. pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas
A instituição escolar precisa promover oportunidades ricas, para que as narrativas, elaboradas individualmente, ou em grupo, e nas implicações com as
crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico, e na interação com seus múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singu-
pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, lar, e pertencente a um grupo social.
sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade em relação à cultura escrita,
espaço (tais como, sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, observando-os, como circulam
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar
no âmbito familiar, comunitário e escolar. Assim, ela vai construindo sua
cambalhotas, alongar-se, entre outros.).
concepção de língua escrita, reconhecendo seus diferentes usos sociais, dos
Traços, Sons, Cores e Formas gêneros, suportes e portadores.
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, lo- Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as
cais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por crianças conhecem, e das curiosidades que deixam transparecer. As experiên-
meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e cias com a literatura infantil, propostas pelo(a) educador(a), mediador(a) entre
linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia, en- os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela lei-
tre outros.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. tura, do estímulo à imaginação, e da ampliação do conhecimento do mundo.
Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis, entre
criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria outros. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a
(coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita,
canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais, e de recur- e as formas corretas de manipulação de livros.
sos tecnológicos. No convívio com textos escritos, as crianças constroem hipóteses sobre a
Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão
desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicati-
e da realidade que as cerca. vas da compreensão da escrita, como sistema de representação da língua.

A Educação Infantil, portanto, precisa promover a participação das crian- Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações
ças em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação artística, As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões,
de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito
expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem, pequenas, elas procuram situar-se em diversos espaços (rua, bairro, cidade entre
permanentemente, a cultura, e potencializem suas singularidades, ao ampliar outros.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã entre outros.).
repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.
Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo,
Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natu-
Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas coti- reza, os diferentes tipos de materiais, as possibilidades de sua manipulação, etc.),
dianas com as pessoas com as quais interagem. As primeiras formas de interação e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que
do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, conhecem; como vivem, em que trabalham; quais suas tradições, seus costumes,
o choro, e outros recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do a diversidade entre elas, entre outros.).
outro.

30 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 31


5
Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, orde-
nação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e
de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geomé-
tricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais, entre
outros.) que igualmente aguçam a curiosidade.

A Educação Infantil precisa promover experiências, nas quais as crianças


possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno,
A proposta curricular da educação infantil (RECIFE. Prefeitura. Secretaria de
levantar hipóteses e consultar fontes de informação, para buscar respostas às
suas curiosidades e indagações. Educação, 2015a), organizada por eixos de conhecimentos, é atualizada a partir
dos “Campos de Experiências”, onde há uma equivalência na descrição dos
Diante do exposto, as experiências propostas, embora apresentadas em cam- objetivos, anteriormente dos eixos, para os campos de experiências.
pos distintos, estão interligadas, pois não ocorrem de forma isolada ou frag- Com essa proposta, os Campos de Experiências são separados, apenas para
mentada. São norteadoras das práticas pedagógicas, tendo as brincadeiras e as efeito didático de compreensão do(a) professor(a), pois na prática educativa,
interações como eixos estruturantes que, para além da organização curricular, nas vivências cotidianas, acontecem de forma simultânea.
têm um projeto educativo com princípios e direitos para o respeito à criança Para melhor compreensão da tríade: campos, direitos e objetivos, seguem
que “brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, observações:
questiona, e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cul- a) dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento – não há equiva-
tura” (BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara lência de um direito para um objetivo específico, e os seis direitos se
de Educação Básica, 2009, p. 12, grifo nosso). inter-relacionam com todos os objetivos;
b) as Sugestões de Vivências se inter-relacionam com o Campo de Expe-
riência e os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento. Elas poderão
ser selecionadas pelo(a) professor (a), para um determinado objetivo,
de acordo com sua intencionalidade pedagógica e também adequada ao
seu respectivo grupo infantil;
c) para efeito de adequação a BNCC (BRASIL. Ministério da Educação,
2017) inclui-se as faixas etárias (bebês, crianças bem pequenas e crian-
ças pequenas) que corresponde aproximadamente os grupos infantis;
d) os objetivos estão identificados, nas colunas, por um código alfanumé-
rico que corresponde as duas letras iniciais de seus respectivos Campos
de Experiências, seguidos da numeração correspondente, conforme
exemplo no quadro 1.

32 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE EDUCAÇÃO INFANTIL 33


34
EF12

ET15
EO01

TS08
CG05

Fonte: o autor
CÓDIGO

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


QUADRO 1 – Identificação dos Objetivos

O eu, o outro e o nós

relações e transformações
Traços, sons, cores e formas
Corpo, gestos e movimentos
CAMPO DE EXPERIÊNCIA

Espaços, tempos, quantidades,


Escuta, fala, pensamento e imaginação
OBJETIVO

12

15
05

08
01
NÚMERO DE ORDEM

estruturação de cinco quadros, que correspondem aos Campos de Experiências:


A Organização Curricular da Educação Infantil é apresentada a partir da

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   

QUADRO 2 – O Eu, o Outro e o Nós (Continua) LEGENDA


I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

O eu, o outro CONVIVER com


crianças e adultos em
e o nós.
pequenos e grandes
grupos; reconhecer Oportunidades
e respeitar as de se ver diante
(EO01). Identificar diferenças do espelho, para
diferentes identidades,
e semelhanças nas formas I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA o conhecimento
e pertencimento
de organização social. de si mesmo.
étnico-racial, de
gênero e de religião. Observação de
suas características
BRINCAR com físicas, e das
diferentes parceiros; outras crianças,
envolver-se em variadas com respeito às
brincadeiras, e jogos diferenças.
de regras; reconhecer o Experiências
sentido do singular, do sensoriais e
coletivo, da autonomia, visuais, com
e da solidariedade, objetos de diversas
(EO02). Conhecer e/ou
constituindo as texturas e cores.
reconhecer a existência
culturas infantis. Massagem corporal,
das normas sociais de I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
convivência (casa/rua/ com atenção no
olhar, passando
escola/comunidade).
segurança e afeto
para a criança.
EDUCAÇÃO INFANTIL
35

Fonte: o autor
LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 2 – O Eu, o Outro e o Nós (Continuação)

36
DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

O eu, o outro PARTICIPAR das (EO03). Desenvolver atitudes


situações do cotidiano, coletivas e individuais para
e o nós. a manutenção e preservação Tocar seu próprio
tanto daquelas ligadas I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ao cuidado de si e do do ambiente escolar, e corpo, brincando com
ambiente, como das demais espaços coletivos. as mãos, pés e dedos.
relativas às atividades, Uso de tapetes
(EO04). Compreender e
propostas pelo(a) e móbiles, com
identificar as relações de I I I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA
professor(a), e de diferentes texturas e
parentesco na família.
decisões relativas à cores, proporcionando
escola, aprendendo a sensações e
(EO05). Utilizar o diálogo,
experiências

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


respeitar os ritmos, os como uma forma de
I I I I I AAAAAAAAA diferentes.
interesses e os desejos comunicação, bem como
das outras pessoas. na resolução de conflitos. Brincadeiras de
esconder e achar.
EXPLORAR ambientes e (EO06). Diferenciar
e descreveráreas I AAAAAAAAAAAAAAA Brincadeiras com
situações de diferentes
urbanas e rurais. frutas e legumes,
formas, com pessoas
(EO07). Perceber a explorando sabor,
e grupos sociais consistência, cores.
existência de símbolos,
diversos, ampliando a sinais, signose códigos
sua noção de mundo, AAAAAAAA Ambientes com
necessários à organização
brinquedos, materiais
e sua sensibilidade em social (sinais de trânsito,
e jogos, organizados
relação aos outros. mapas, entre outros).
à altura das crianças.
(EO08). Registrar,
convencionalmente ou Caixas, identificadas
não, semelhanças e com os nomes,e
I AAAAAAAAA
diferenças entre objetos, ou desenhos
e seres da natureza. que promovam
autonomia, e
(EO09). Identificar os estimule o cuidado
seres vivos que convivem dos objetos de
no cotidiano, e em outros I AAAAAAAAAAAAAAA uso coletivo.
contextos,conhecendo os
locais onde habitam.
Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 2 – O Eu, o Outro e o Nós (Continuação)

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

O eu, o outro EXPRESSAR às outras


(EO10). Conhecer e/ou
crianças e/ou adultos
e o nós. identificar as características I I I I I I I I I AAAAAAA
suas necessidades,
do corpo humano. Brincadeiras que
emoções, sentimentos,
proporcionem o prazer
dúvidas, hipóteses, do banho, como,
descobertas, (EO11). Reconhecer
por exemplo, o uso
opiniões, oposições, e valorizar atitudes e do livro de banho,
utilizando diferentes comportamentos favoráveis músicas, relacionadas
à saúde (alimentação,
I AAAAAAAAAAAAAAA
linguagens, de modo ao tema, e outros.
autônomo e criativo, higiene pessoal, espaço
Brincadeiras e jogos
e empenhando-se onde vive, entre outros).
que proporcionem
em entender o que os regras de convivência
outros expressam. (EO12). Reconhecer a em grupo.
identidade, a partir do grupo
CONHECER-SE nas I AAAAAAAAAAAA Disponibilização
social de pertença, valorizando
interações, e construir de bonecos (as),
e respeitando as diferenças.
com características
uma identidade
raciais diferentes, e
pessoal e cultural; (EO13). Interagir com
adereços de diversos
valorizar suas próprias diferentes materiais que agrupamentos
características, e as contemplem a diversidade culturais, nas
das outras crianças e étnico-racial, de gênero,
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
brincadeiras de
adultos, constituindo de geração, e de pessoas faz de conta.
uma confiança em si, e com deficiência.
Contação de história
uma atitude acolhedora de diferentes povos,
e respeitosa, em (EO14). Oportunizar o contato e dos objetos por
relação aos outros. com a linguagem de sinais eles utilizados.
(LIBRAS) e BRAILE, como forma
I I AAAAAA
de interação e convívio social.
EDUCAÇÃO INFANTIL
37

Fonte: o autor

Fonte: o autor
LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 2 – O Eu, o Outro e o Nós (Continuação)

38
BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

O eu, o outro
e o nós.

Contação de história
(EO15) Participar de vivências
de diferentes povos,
éticas e estéticas, com outras e dos objetos por
crianças e grupos culturais, eles utilizados.
que alarguem padrões de I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Convite à família que
referência, e de identidade
conheça brincadeiras,
no diálogo, e reconhecimento
e músicas da tradição

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


da diversidade. do folclore brasileiro,
para vivenciar com
as crianças.

Visitação com as
crianças a exposições,
e apresentações de
grupos culturais.

Imersão no
universo da linguagem
de sinais, através
de atividades que
(EO16). Conhecer, e interagir expressem situações
cotidianas
com as manifestações e I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA da rotina em sala
tradições culturais brasileiras.
de aula, como
chamada, músicas,
e roda de conversa.

Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 2 – O Eu, o Outro e o Nós (Conclusão)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

O eu, o outro (EO17). Desenvolver a


e o nós. autonomia, compreendendo as
normas sociais, reconhecendo
I AAAAAAA A AAAAAAAAAAAA
suas conquistas e limitações.

(EO18). Interagir com crianças


da mesma faixa etária, e com
adultos, ao explorar espaços,
I AAAAAAA A AAAAAAAAAAAA
materiais, objetos e brinquedos.

(EO19). Ampliar relações


interpessoais, desenvolvendo
atitudes de participação
I A AAAAAAAAAAAA Convite a
grupos culturais
e cooperação.
para visitas, e
apresentações
(EO20). Utilizar o nas unidades
conhecimento tecnológico I AAAAAA A AAAAAAAAAAAA educacionais.
em situações do cotidiano.

(EO21). Familiarizar-se
com as novas tecnologias I AAAAAAAAAAA
de forma interativa .

(EO22). Integrar os
recursos tecnológicos ao I AAAAAA A AAAAAAAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

processo de formação.
39

Fonte: o autor
LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   

QUADRO 3 – Corpo, Gestos e Movimentos (Continua) LEGENDA

40
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

CONVIVER com (CG01) Identificar, no seu Identificação da


Corpo, gestos
crianças e adultos, corpo, as partes que se imagem no espelho,
e movimentos. movimentam, e os limites,
e experimentar, de I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA favorecendo a distinção
múltiplas formas, exprimindo emoções, entre si, os objetos, os
a gestualidade que necessidades e desejos. outros, e o mundo.
marca sua cultura, (CG02) Movimentar cada Brincadeiras, como
e está presente parte do corpo, isoladamente, I I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA forma de expressão,

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


nos cuidados sem sair do lugar. e oportunidade
pessoais, dança, de manifestação
(CG03).Explorar o sentido do da individualidade
música, teatro, artes
olfato, utilizando estímulos, e construção da
circenses, jogos,
como encher um balão, I I I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA identidade da criança,
escuta de histórias
cheirar uma flor, soprar sem restrições, em
e brincadeiras. relação a gênero.
uma vela, entre outros.
BRINCAR, utilizando Exploração e
(CG04). Explorar o sentido
movimentos, para se conhecimento do mundo
da visão, percebendo, no
expressar, explorar I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA com os órgãos sensoriais,
espaço, objetos de formas,
espaços, objetos e através da manipulação
cores e tamanhos diversos. de brinquedos com
situações; imitar,
jogar, imaginar, diferentes formas e
(CG05) Explorar movimentos
textura, cores odores,
interagir e utilizar, de levantar, caminhar, correr,
I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA sabores e sons; montar
criativamente, pular, saltar, rodar, puxar, cestos com pente,
o repertório da empurrar, entre outros. escova de dente, sinos,
cultura corporal e bonecos(as) de plástico
(CG06). Observar a
do movimento. e pano, e argola;
similaridade entre os
movimentos do seu chaveiros com chaves,
corpo, e do corpo dos
I I I I I I AAAAAAAAAAAA bolas de tecido, borracha
animais, dos elementos da e madeira; sacos
natureza, entre outros. aromáticos de ervas.
Fonte: o autor
Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
bimestre   
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 3 – Corpo, Gestos e Movimentos (Continuação)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Corpo, gestos PARTICIPAR de diversas


atividades de cuidados (CG07). Explorar, através
e movimentos. do movimento, vários I I I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA
pessoais, e do contexto
social, de brincadeiras, tipos de superfícies.
Lançamentos
encenações teatrais de desafios de
ou circenses, danças e percurso com
(CG08). Explorar subidas e descidas:
músicas; desenvolver
diferentes formas de se I I I I I I I I I I I I I I I I AAAAAAAA andar sobre linhas
práticas corporais
deslocar no espaço. e almofadas; pegar
e autonomia para
vários objetos com
cuidar de si, do outro,
a mão; tocar partes
e do ambiente. (CG09). Exercitar os do corpo; brincar
movimentos nas brincadeiras I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA com as mãos, os
EXPLORAR amplo
de tradição popular. pés e os dedos;
repertório de
rolar no chão;
movimentos, gestos, dá cambalhota;
(CG10). Vivenciar o
olhares, sons e mímicas; engatinhar;
movimento, percebendo os
descobrir modos de subir, e outros.
limites espaciais e corporais, I I I I I I AAAAAAAAAAAA
ocupação ede uso do
em relação ao seu próprio Favorecimento de
espaço, com o corpo, e
corpo, e ao corpo do outro. diferentes formas
adquirir a compreensão de expressão,
do seu corpo no espaço, utilizando a
(CG11) Reconhecer o corpo,
no tempo, e no grupo. imitação, a dança,
como instrumento da I I I I I I AAAAAAAA a música, a pintura,
linguagem dramática.
o desenho e a
representação.
(CG12). Dramatizar
livremente, a partir do
universo dramático das I I I I I AAAAAAAAAAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

histórias, músicas, poesias


e obras de artes diversas.
41

Fonte: o autor
LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 3 – Corpo, Gestos e Movimentos (Continuação)

42
BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Corpo, gestos EXPRESSAR, (CG13). Perceber Promoção de variadas


corporalmente, a dramatização, experiências expressivas,
e movimentos. I I I I I I AAAAAAAAAAAA corporais e sensoriais, através
emoções, ideias como expressão e
e opiniões, tanto do brincar, ampliando o
comunicação.
repertórios das brincadeiras,
nas relações
(CG14). Assumir, livre construindo princípios de
cotidianas, como
respeito à privacidade de si
nas brincadeiras, de estereótipos, o
e do outro, com kit médicos,
dramatizações, papel de diferentes I I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA carrinhos de diferentes
danças, músicas, personagens das funções cegonha, bombeiro,
contação de histórias e do cotidiano. caçamba),posto de gasolina,

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


histórias, fantoches, bichinhos e
(CG15). Conhecer, a
dentre outras casinha com fogão, carrinho
partir das histórias de bebê, bonecas, berço
manifestações,
contadas, os elementos e outros, permitindo o
empenhando-se em
que constituem a I I I I AAAAAAAAAAAAAAAA fluir da imaginação.
compreender o que
apresentação teatral
outros também Conhecimento do mundo
(figurinos, cenários
expressam. físico com brincadeiras de
e adereços). entrar, puxar e empurrar
caixas; martelar pinos;
(CG16). Expressar encaixar; empilhar; passar
movimentos e gestos, a em túneis, com colchonetes
partir das características I I I I I AAAAAAAAAAAAAAAA e blocos de borracha.
de variados personagens, Dramatização espontânea,
livre de estereótipos. utilizando diferentes recursos
narrativos e visuais, a partir
de histórias, poesias, músicas,
(CG17). Apreciar de
pinturas e esculturas.
forma gradativa, com
respeito, atenção e Dramatizações, a partir de
crítica, as produções
I I I I AAAAAAAAAAAAAAAA diferentes temas, explorando
morte, ciúme, chegada de
artísticas, dentro e
um novo bebê, mudança
fora da escola.
de casa entre outros.

Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 3 – Corpo, Gestos e Movimentos (Conclusão)

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Corpo, gestos CONHECER-SE nas (CG18) Deslocar seu corpo


diversas oportunidades no espaço, orientando-
e movimentos.
de interações e se por noções, como:
explorações com seu em frente, atrás, no
corpo; reconhecer alto, embaixo, dentro, I I I I I I AAAAAAAAAAAAAA
e valorizar o seu fora, entre outros, ao se
pertencimento de envolver em brincadeiras
gênero étnico- e atividades de diferentes
racial e religioso. naturezas (EI02CG02).
Brincadeiras
corporais que
propiciem
(CG19) Criar movimentos, desafios motores,
gestos, olhares e mímicas, como subir em
em brincadeiras, jogos I I I I I I AAAAAAAAAAAAAAAAAA almofadas, pegar
e atividades artísticas um brinquedo,
(EI03CG03). colocado à certa
distância, ou pegar
vários materiais
com as mãos.

(CG20) Conhecer as
possibilidades de utilização
dos recursos tecnológicos, I I AAAAAAAAAAAAAAAAAA
em situações do cotidiano
de forma interativa.
EDUCAÇÃO INFANTIL
43

Fonte: o autor
LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   

QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Continua) LEGENDA

44
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Traços, sons, CONVIVER e fruir das


(TS01). Explorar, e/ou imitar
manifestações artísticas I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
cores e formas. os sons vocais e corporais. Experiências que
e culturais da sua
oportunizem a
comunidade e de outras
(TS02). Reconhecer a expressão lúdica,
culturas : artes plásticas,
utilização expressiva através das múltiplas
música, dança, teatro, I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
linguagens da criança:
dos diferentes sons.

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


cinema, folguedos e festas os movimentos do
populares, ampliando corpo, a palavra, o
a sua sensibilidade, (TS03). Perceber e desenho, a pintura,
desenvolvendo senso identificar os sons, I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA as construções
estético, empatia e produzidos no cotidiano. tridimensionais, a
respeito às diferentes imitação, a música
(TS04). Identificar de forma e a dança.
culturas e identidades.
contextualizada, parâmetros
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Experimentação
BRINCAR com diferentes do som: intensidade,
de brincadeiras
sons, ritmos, formas, duração e altura. que explorem
cores, texturas, objetos, movimentos e sons
materiais, construindo (TS05). Apreciar e
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA com o próprio corpo.
cenários e indumentárias improvisar peças musicais.
Criação de sons
para brincadeiras de faz (TS06). Reconhecer com as mãos, papel
de conta, e encenações, os ritmos em sua I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA amassado, bater na
ou para festas diversidade cultural. água, o balançar de
tradicionais, enriquecendo objetos, dentre outros.
seu repertório, e (TS07). Construir um
desenvolvendo seu repertório de músicas com
senso estético. instrumentos, e desenvolver
I AAAAAAAAAAA
a memória musical.

Fonte: o autor
Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Continuação)

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Traços, sons, PARTICIPAR de decisões


e ações, relativas Exploração
cores e formas. de diversos
à organização do (TS08.) Conhecer diferentes
ambiente (tanto no I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA instrumentos
gêneros musicais.
cotidiano, como na musicais,
relacionando-os
preparação de eventos
com a sua origem.
especiais); à definição
de temas, e à escolha Valorização das
de materiais a serem produções das
usados em atividades (TS09) Desenhar, explorando crianças, a partir
diferentes suportes, I I I I I I I I I I AAAAAAAA das marcas feitas
lúdicas e teatrais,
instrumentos e temáticas. com objetos e
entrando em contato texturas (massinha,
com manifestações do gesso, argila,
patrimônio cultural, desenho e colagens
artístico e tecnológico, com serragem,
apropriando-se de (TS10) Experimentar a folhas de plantas,
diferentes linguagens. colagem, como expressão sementes e tintas).
artística, usando diferentes
Brincadeiras, como
materiais (papéis de revistas,
forma de perceber,
coloridos, sementes, areia, reconhecer e
tampinhas, folhas secas, significar as diversas
flores secas, palitos, entre I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA experiências
outros); diferentes suportes com texturas e
(papel, papelão, tecido, elementos, como
MDF, palha, entre outros), água e terra,
e com diferentes tipos de barro, tintas, feitas
de alimentos e
cola (branca, grude, silicone,
plantas, e outros.
tecido, isopor, entre outras).
EDUCAÇÃO INFANTIL
45

Fonte: o autor
LEGENDA
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QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Continuação)

46
DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

CONHECER-SE no (TS11) Experimentar


Traços, sons,
contato criativo diferentes tipos de tinta,
cores e formas. Vivências de histórias, relatos,
com manifestações e variados instrumentos
contos, filmes e vídeos, que
artísticas e culturais (mãos, bucha sintética,
tematizem vida e obra de
locais, e de outras bucha vegetal, pincel artistas das Artes Visuais
comunidades, de barba, trincha, de diferentes culturas.
identificando e entre outros), para
Incentivo à leitura de
valorizando o seu realizar pinturas sobre
I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA imagem, a fim de despertar a
pertencimento suportes de diferentes
sensibilidade e a criatividade.
étnico-racial, texturas (papel madeira,
40kg, papelão, tecido, Incentivo ao interesse pelas

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


de gênero e de
MDF, palha, azulejo, próprias produções dos seus
crença religiosa,
pares e artistas, dentre outros.
desenvolvendo corpo, entre outros),
sua sensibilidade, e em diferentes Visitação a espaços de artes,
criatividade, posições (horizontal, como galerias, museus,
gosto pessoal, e vertical, diagonal). teatros, dentre outros.
modo peculiar de Sonorização de histórias, e
(TS12) Produzir
expressão, por outros gêneros literários.
esculturas, através de
meio do teatro, Brincadeiras, cantadas
diferentes procedimentos
música, dança, com diferentes ritmos.
(modelar, aglutinar,
desenho e imagens.
aglomerar, empilhar, Escuta de músicas de diferentes
retirar, entre outros), estilos, épocas e etnias.
explorando variados
I I I I I I I I I I I I I I I I AAAAAAAA Experimentação de diferentes
materiais (argila, suportes (papel, papelão,
papel machê, massa tecido, areia, lixa, entre outros),
de modelar, massa e instrumentos (bastão de
de biscuit, caixas, cera, pincel atômico, carvão,
latas, garrafas, tubos gravetos, entre outros)
de papelão, tampas, na produção artística.
CD’s, ,entre outros).

Fonte: o autor

LEGENDA
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bimestre   
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QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Continuação)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Traços, sons, EXPLORAR variadas (TS13) Identificar e/ou


possibilidades de usos nomear a presença das
cores e formas.
e combinações de formas geométricas, e
materiais, substâncias, explorá-las em expressões
objetos e recursos artísticas, sejam elas Experiências
tecnológicos, para criar figurativas e/ou abstratas, sensoriais
e recriar danças, artes a partir da observação de
I I I I I I I I I I I I AAAAAAAA dos diversos
visuais, encenações objetos do cotidiano, dos sentidos: tato,
teatrais, músicas, elementos da natureza, olfato, audição,
escritas e mapas, da figura humana, das visão, paladar.
apropriando-se de produções das artes visuais, Roda de conversa
diferentes manifestações entre outras imagens. sobre a vida
artísticas e culturais. e obras dos
(as) artistas,
EXPRESSAR, com (TS14) Identificar nos
contextualizando-
criatividade e objetos e/ ou nomear, a as com a
responsabilidade, suas partir da observação de realidade dos(as)
emoções, sentimentos, objetos do cotidiano, dos estudantes.
necessidades e ideias, elementos da natureza,
Estimulo à
brincando, cantando, da figura humana, e das
criatividade
dançando, esculpindo, produções das artes visuais, dos(as)
desenhando, encenando, entre outras imagens; a I I I I I I AAAAAAAAAA estudantes, a
compreendendo, e presença das cores e algumas partir das diversas
usufruindo o que é de suas classificações linguagens
comunicado pelos (primárias, secundárias, da arte.
demais colegas, e quentes e frias),e explorá-
pelos adultos. las em expressões
artísticas, bidimensionais,
EDUCAÇÃO INFANTIL

e/ou tridimensionais.
47

Fonte: o autor
LEGENDA
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QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Continuação)

48
BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Traços, sons, (TS15) Identificar e/ou


cores e formas. nomear a presença das
linhas físicas e gráficas,
e seus diferentes tipos Vivências de
(curvas, retas, quebrada, histórias, relatos,
mistas); suas espessuras contos, filmes
(grossa, fina, larga, e vídeos, que
estreita); e intensidades I I I I AAAAAAAAAAAAAA tematizem vida e
(forte, fraca, clara, escura), obra de artistas das
Artes Visuais de
a partir da observação de
diferentes culturas.

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


objetos do cotidiano, dos
elementos da natureza, Incentivo à leitura
da figura humana, e das de imagem, a
produções das artes visuais, fim de despertar
a sensibilidade e
entre outras imagens.
a criatividade

Incentivo ao
(TS16) Identificar nos interesse pelas
objetos, e/ou nomear a próprias produções
presença das texturas físicas dos seus pares
e gráficas, e explorá-las e artistas,
em expressões artísticas dentre outros
(desenho, frotagem, Visitação a
colagem, entre outras), a I I I I AAAAAAAAAAAAAA espaços de artes,
partir da observação de como galerias,
objetos do cotidiano, dos museus, teatros,
elementos da natureza, dentre outros.
da figura humana, e das
produções das artes visuais,
entre outras imagens.

Fonte: o autor

LEGENDA
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QUADRO 4 – Traços, Sons, Cores e Formas (Conclusão)

DIREITOS DE OBJETIVOS DE BIMESTRES


CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Traços, sons, (TS17). Verbalizar e/ou


expressar sensações de
cores e formas.
prazer, e/ou de insatisfação, I I I I AAAAAAAAAAAAAAAAAA
ao explorar, sensorialmente,
os diferentes materiais. Experiências
sensoriais
(TS18). Interagir com produções
dos diversos
visuais de diferentes linguagens sentidos: tato,
(pintura, desenho, escultura, dentre I I I I I I I I I I AAAAAAAAAAAA olfato, audição,
outras), contextualizando-as, a visão, paladar.
partir das suas experiências.
Roda de conversa
(TS19) Conhecer alguns aspectos sobre a vida
da história de vida de diferentes e obras dos
autores(as) de produções visuais,
I I I I I I I I I I I I AAAAAAAA (as) artistas,
contextualizando-
e seus processos de produção.
as com a
realidade dos(as)
(TS20) Utilizar, adequadamente,
estudantes.
os materiais de leitura de imagens
e o fazer artístico, zelando
I I I I I I AAAAAAAAAAAAAA Estimulo à
pelos ambientes de trabalho. criatividade
dos(as)
(TS21) Revelar a identidade estudantes, a
expressiva, ao produzir partir das diversas
I I I I AAAAAAAAAAAAAA linguagens
Artes Visuais, como autor(a)
da arte.
das suas produções.

(TS22) Perceber e reconhecer


o valor estético dos I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

objetos no cotidiano.
49

Fonte: o autor
LEGENDA
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QUADRO 5 – Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação (Continua) LEGENDA

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DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, CONVIVER com


crianças e adultos, (EF01) Ampliar as
Pensamento Escuta das
compartilhando possibilidades de
e Imaginação. I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA crianças,
situações comunicativas comunicação e expressão deixando-as falar
cotidianas, constituindo por múltiplas linguagens. de situações ou
modos de pensar, brincadeiras que
imaginar, sentir, narrar, aprenderam nos

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


dialogar e conhecer. ambientes, pelos
quais circularam
BRINCAR com (EF02) Desenvolver a antes de sua
parlendas, trava- linguagem oral, através das I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA vinda à creche.
línguas, adivinhas, interações e brincadeiras.
Identificação por
textos de memória, meio de imagens,
rodas, brincadeiras pinturas e /ou
cantadas e jogos, produções de
ampliando o repertório desenhos, quais
das manifestações (EF03) Relacionar- os brinquedos,
culturais da tradição se, progressivamente, I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA materiais e
local, e de outras com o outro. brincadeiras,
preferidos
culturas, enriquecendo
pelas crianças,
a linguagem oral,
construindo,
corporal, musical, coletivamente,
dramática, escrita, gráficos, listas,
dentre outras. (EF04) Construir imagem painéis, jogos
(desenho) com finalidade I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA de memória,
comunicativa. entre outros.

Fonte: o autor

LEGENDA
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QUADRO 5 – Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação (Continuação)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, PARTICIPAR de rodas de


(EF05) Utilizar a
conversa, e de relatos
Pensamento linguagem oral, para
de Experiências; de
e Imaginação. expressar necessidades e
contação e leitura de I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
opiniões, ajustando-se,
histórias e poesias;
progressivamente, aos
de construção
diferentes contextos sociais.
de narrativas; Utilização
da elaboração e da narrativa
descrição de papéis (EF06) Desenvolver a das crianças,
no faz de conta; da capacidade de escutar, especialmente,
em situações de
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA na da roda de
exploração de materiais
interações com o meio. conversa.
impressos, analisando
as estratégias Produção de
comunicativas, as desenhos e
(EF07) Participar de pinturas do
variedades linguísticas,
vivências comunicativas, mesmo tema
e descobrindo as I AAAAAAAAAAAAAAA
ampliando suas experiências de interesse das
diversas formas de
de argumentação. crianças, com
organizar o pensamento.
diferentes tipos de
materiais, criando
(EF08) Ampliar a oportunidades,
para ampliar
comunicação em situações, I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA experiências.
criadas pelo jogo simbólico.

(EF09) Utilizar o corpo,


como meio de expressão
e comunicação.
EDUCAÇÃO INFANTIL
51

Fonte: o autor
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QUADRO 5 – Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação (Continuação)

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DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, EXPLORAR gestos,


(EF10) Conhecer e/ou
expressões, sons da
Pensamento compreender a sequência I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
língua, rimas, imagens,
e Imaginação. lógica das ações vivenciadas.
textos escritos, além
dos sentidos das falas
cotidianas, das palavras (EF11) Manusear materiais Valorização
nas poesias, parlendas, impressos de forma I AAAAAAAAAAAAAAA da cultura
canções, e nos espontânea interativa. das crianças,
enredos de histórias, deixando-as
contar o que
apropriando-se desses
gostam de fazer

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


elementos, para criar (EF12) Explorar a oralidade em suas casas,
novas falas, enredos, e fazer leitura de imagens.
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
respeitando as
histórias e escritas, experiências
convencionais, ou não. vividas, ampliando
(EF13) Imitar as variações assim suas
de entonação e gestos, narrativas.
realizados pelos adultos, ao
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Introdução de
ler histórias, e ao cantar.
conhecimentos
(EF14) Ler diferentes da cultura oral,
símbolos não verbais, contos, parlendas,
para perceber os tipos
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA trava-línguas,
adivinhas,
de linguagem.
músicas, histórias,
(EF15) Promover a recontos,
ampliação de experiências, aliterações,
e conhecimento dos
I AAAAAAAAAAAAAAAAA rimas, textos,
entre outros.
diferentes gêneros textuais.

(EF16) Ampliar o
repertório de palavras no I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
reconto da história.

Fonte: o autor

LEGENDA
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CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, EXPRESSAR (EF16) Apreciar, e compreender


sentimentos, ideias, contos e lendas.
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Pensamento
percepções, desejos,
e Imaginação. necessidades, pontos (EF18) Desenvolver a oralidade,
a criatividade, e a autonomia.
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
de vista, informações,
Expressão oral de
dúvidas e descobertas, histórias e outros
(EF19) Listar, coletivamente,
utilizando múltiplas gêneros, contados
explorando o caráter
linguagens, entendendo I AAAAAAAAAAAAAAA e interpretados por
informativo dos textos
e considerando o que meio de desenho
orais e escritos.
é comunicado pelos ou pintura.
colegas e adultos. (EF20) Conhecer e diferenciar Realização de
letras de outros sinais gráficos.
I AAAAAAAAAAAAAAA
atividades coletivas
CONHECER-SE, a partir
com a utilização
de uma apropriação (EF21) Familiarizar- de letras, e outros
autoral das linguagens, se com escrita nos I I AAAAAAAAAAAAAA sinais gráficos,
interagindo com os diferentes contextos. para que sejam
outros, reconhecendo agrupados, de
suas preferências por (EF22) Familiarizar-se com a acordo com suas
pessoas, brincadeiras, leitura, e a produção de texto características.
lugares, histórias. orais e escritos, mesmo sem ler
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Oferta de textos
e escrever convencionalmente. impressos variados,
para favorecer
(EF23) Reconhecer a escrita do o manuseio e
próprio nome, e o dos colegas.
I I I AAAAAAAAAAA familiarização
com a escrita.
(EF24) Reconhecer imagens
de si, e dos demais do seu
grupo, fazendo relação
I I I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

com o nome de cada um.


53

Fonte: o autor
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QUADRO 5 – Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação (Continuação)

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CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, (EF25) Adequar as linguagens


Pensamento às diferentes situações I AAAAAAAAAAA
comunicativas e expressivas.
e Imaginação.
(EF26) Escrever,
convencionalmente, ou não, I AAAAAAA Vivências que
em situações comunicativas. possibilitem o
conhecimento
(EF27) Apropriar-se de dos nomes das
crianças, através
grafemas e fonemas nos I AAAAAAA de cantigas

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


diferentes gêneros textuais.
de rodas,
chamadinha,
(EF28) Compreender fichas, bingo,
os diferentes usos e I AAAAAAAAAAA entre outros.
finalidades da leitura.
Identificação de
letras, através de
(EF29) Identificar as letras, e palavras-chave de
reconhecer a escrita do próprio I I AAAAAAAAAAA textos, conhecidos
nome nos diferentes contextos. das crianças.

Brincadeiras
com o alfabeto
(EF30) Identificar ou nomear
I I AAAAAA móvel, para
letras do alfabeto (bastão). reconhecimento
de letras e/
ou formação
(EF31) Estabelecer relações
I AAA de palavras.
entre a leitura e a escrita.

(EF32) Reconhecer os fonemas


nas situações cotidianas.
I I AAAAAA

Fonte: o autor

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CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Escuta, Fala, (EF33) Vivenciar


Pensamento Apresentar
diferentes possibilidades
I I AAAAAA diversos gêneros
e Imaginação. de escrita, explorando
textuais,
diversos materiais. vivenciando a
finalidade de
cada um (convite,
bilhetes, receitas,
(EF34) Utilizar o
e outros).
conhecimento tecnológico I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
em situações do cotidiano. Reconto das
histórias, a partir
da apreciação
das mesmas.
(EF35) Familiarizar-se
Realização
com as novas tecnologias I AAAAAAAAAAA de leitura de
de forma interativa. diferentes gêneros
textuais, com
destaque para
os fonemas
(EF36) Favorecer o uso da iniciais ou finais
tecnologia no processo de I AAAAAAA das palavras.
alfabetização e letramento.
Exploração
dos recursos
tecnológicos
disponíveis,
(EF37) Manipular diferentes para ampliação
recursos tecnológicos na I AAAAAAA da linguagem
descoberta da leitura. oral e escrita.
EDUCAÇÃO INFANTIL
55

Fonte: o autor
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QUADRO 6 – Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações (Continua) I Iniciar neste bimestre   

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DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

CONVIVER com as (ET01) Relacionar-se com o


Espaços, Tempos,
crianças e adultos, meio ambiente, explorando os
Quantidades, diferentes espaços naturais, Exploração
e com eles criar
Relações e culturais e de lazer, da sua e I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA dos ambientes
estratégias, para naturais (jardins,
de outras localidades Espaços,
Transformações. investigar o mundo praças e outros.
Tempos, Quantidades,
social e natural, Relações e Transformações. Convite a grupos
demonstrando atitudes
(ET02). Conhecer e perceber culturais, para
positivas em relação a

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


o ambiente, as condições compartilhar suas
situações que envolvam experiências com
do tempo, os fenômenos I AAAAAAAAAAAAAAAAA
diversidade étnico- naturais, relacionados, ou as crianças (grupos
racial, ambiental, de não, com o seu cotidiano. de capoeira,
gênero, de língua, frevo e outros).
de religião. (ET03) Interagir com o Experiências de
meio ambiente, conhecendo cuidados com os
BRINCAR com a biodiversidade e a recursos naturais
materiais e objetos sustentabilidade da vida na I AAAAAAAAAAAAAAAAA (água, plantas,
cotidianos, associados Terra, cuidando e preservando, entre outros.).
a diferentes papéis ou para evitar o desperdício
cenas sociais, e com dos recursos naturais. Manipulação e
elementos da natureza exploração de
diversos objetos,
que apresentam (ET04). Demonstrar cuidado e
I AAAAAAAAAAAAAAAAA alimentos, plantas
diversidade de formas, respeito pelo espaço coletivo. que permitam
texturas, cheiros, descobertas
cores, tamanhos, (ET05).Explorar relações de sensoriais: cheirar,
pesos, densidades, causa e efeito (transbordar, morder, ouvir,
experimentando tingir, misturar, mover e olhar, degustar,
remover, etc.) na interação
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
possibilidades de e outras.
com o mundo físico, fazendo
transformação.
descobertas. (EI01ET02).

Fonte: o autor

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QUADRO 6 – Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações (Continuação)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Espaços, PARTICIPAR de (ET06) Observar, relatar Brincadeiras com areia,


atividades que e descrever incidentes do água, argila, barro,
Tempos, pedrinhas, gravetos e
oportunizem a cotidiano e fenômenos I AAAAAAAAAAAAAAAAA
Quantidades, observação de folhas, experimentando
naturais (luz solar, vento,
Relações e transformações com
contextos diversos, chuva, entre outros.).
esses elementos.
Transformações. atentando para
características (ET07) Observar e Exploração que favoreça
do ambiente e descrever mudanças as descobertas de objetos,
das histórias em diferentes quanto à possibilidade
materiais, resultantes de encaixá-los, empilhá-
locais, utilizando
I AAAAAAA los, empurrá-los, fazê-
ferramentas de de ações sobre eles,
los rolar, e outras.
conhecimento e em experimentos,
instrumentos de envolvendo fenômenos Resolução de situações-
registro, orientação naturais e artificiais. problema que mobilizem as
noções de tirar, acrescentar,
e comunicação,
(ET08). Compartilhar, dividir, ou outras.
como bússola,
lanterna, lupa, com outras crianças, Resolução de problemas
máquina fotográfica, situações de cuidados cotidianos que permitam a
com plantas e animais
I AAAAAAAAAAAAAAAAA
gravador, utilização de cálculos mentais,
nos espaços da e registros convencionais,
filmadora, projetor,
instituição e fora dela. e não convencionais.
computador e celular
Observações no ambiente da
(ET09) Identificar e instituição educacional, ou
selecionar fontes de fora dela, para identificar a
informações, para função social do número.
responder a questões I AAAAAAA Participação em brincadeiras
sobre a natureza,
e /ou jogos que incentivem
seus fenômenos,
EDUCAÇÃO INFANTIL

a descoberta da noção de
sua conservação. quantidade/número.
57

Fonte: o autor
LEGENDA
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DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES DE
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Espaços, EXPLORAR e (ET10).Relatar fatos Manipulação e exploração de


identificar as importantes sobre objetos com características,
Tempos, relacionadas ao peso (leve/
características do seu nascimento e
Quantidades, mundo natural e pesado); ao volume (cheio/
desenvolvimento, I AAAAAAA
Relações e vazio); à espessura (grosso/
social, nomeando- a história dos seus fino); à textura (liso/áspero/
Transformações. as, reagrupando-as, familiares, e da sua macio), cor e forma.
e ordenando-as, comunidade.
segundo critérios Comparação e classificação
diversos. de objetos com
características, relacionadas
EXPRESSAR suas ao peso (leve/pesado);

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


(ET11). Conhecer e/ou ao volume (cheio/vazio);
observações,
realizar a contagem oral I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA à espessura (grosso/fino);
hipóteses e
em contextos diversos. à textura (liso/ áspero/
explicações sobre
macio); cor e forma.
objetos, organismos
vivos, fenômenos Realização de brincadeiras
da natureza, com destaque para as
características (ET12). Utilizar posições e distâncias nos
percursos realizados.
do ambiente, elementos associados
personagens e à quantificação, à Representação por desenhos
situações sociais, orientação, à ordenação
I AAAAAAAAAAAAAAA de características do
registrando-as por de materiais em ambiente natural e social
meio de desenhos, situações diversas. do entorno da criança.
fotografias, Experiências com
gravações em áudio ouso dos brinquedos
e vídeo, escritas e (escorrego, gangorra,
(ET13). Conhecer e/ balanço, velocípede, e
outras linguagens.
ou reconhecer os outros), para sentir as
números em diferentes
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA velocidades variadas.
usos e funções.
Utilização de gráficos, a
partir de temas trabalhados.

Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
bimestre   
A Aprofundar nesteLEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
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QUADRO 6 – Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações (Continuação)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Espaços, Tempos, CONHECER-SE


(ET14). Conhecer e/ou identificar
e construir sua
Quantidades, as formas geométricas nas I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
identidade pessoal e
Relações e diversas situações do cotidiano.
cultural, identificando
Transformações. seus próprios
(ET15). Classificar objetos pela
interesses na relação
cor, tamanho, forma, peso, I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
com o mundo físico e
entre outras características.
social, apropriando-
se dos costumes, das (ET16). Utilizar a linguagem
crenças e tradições matemática, para expressar
de seus grupos de ideias, hipóteses e processo,
I AAAAAAAAAAAAAAA
pertencimento, sem situações-problema.
e do patrimônio
cultural, artístico, (ET17). Conhecer e compreender
ambiental, cientifico noções de espaço, de
e tecnológico. lateralidade (entre, dentro e I AAAAAAAAAAAAAAAAA
fora; em cima, embaixo, acima,
abaixo, perto, longe, e outros).

(ET18). Utilizar conceitos


básicos de tempo (agora,
antes, durante, depois, I AAAAAAAAAAAAAAAAA
ontem, hoje, amanhã, lento,
rápido, depressa, devagar).

(ET19). Identificar relações


espaciais (dentro e fora, em
I AAAAAAAAAAAAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

cima, embaixo, acima, abaixo,


entre, do lado, e outros).
59

Fonte: o autor
Fonte: o autor
LEGENDA
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A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 6 – Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações (Continuação)

60
BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6 CRIANÇAS
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO

berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Espaços, Tempos, (ET20). Explorar e descrever


Quantidades, semelhanças e diferenças
Relações e entre as características
e propriedades dos
I AAAAAAAAAAAAAAAAA
Transformações.
objetos (textura,
espessura, tamanho.

POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


(ET21) Ler tabelas
e gráficos.
I AAAAAAAAA

(ET22). Compreender a
utilização de elementos,
associados à orientação e I AAAAAA v AAAAAAAAAA
à ordenação de materiais
em situações diversas.

(ET23). Manipular,
experimentar, organizar
e explorar o espaço por
meio de experiências
I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
de deslocamentos de
si e dos objetos.

Fonte: o autor

LEGENDA
I Iniciar neste bimestre   
A Aprofundar neste bimestre   
QUADRO 6 – Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações (Conclusão)

BIMESTRES
DIREITOS DE OBJETIVOS DE
CAMPOS DE CRIANÇAS
SUGESTÕES
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM E BEBÊS 0 a 1 CRIANÇAS 1 ano e 6
EXPERIÊNCIAS ano e 6 meses meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses DE VIVÊNCIAS
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
berçário grupo i grupo ii grupo iii grupo iv grupo v

Espaços, Tempos, (ET24). Registrar, a partir


de situações- problema,
Quantidades,
observações, manipulações
Relações e e medidas, usando múltiplas
Transformações. linguagens (desenho,
I I I I I AAAAAAA
registro por números ou
escrita espontânea), com
diferentes suportes.

(ET25). Vivenciar diferentes


ritmos, velocidades e fluxos
nas interações e brincadeiras I AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
(em danças, balanços,
Escorregadores, entre outros.).

(ET26). Familiarizar-se
com as novas tecnologias I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
de forma interativa.

(ET27). Utilizar o
conhecimento tecnológico I AAAAAAAAAAA
em situações do cotidiano.

(ET28). Integrar os
recursos tecnológicos ao I AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
processo de formação.

(ET29). Desenvolver noções


e ações da tecnologia na I AAAAAAA
EDUCAÇÃO INFANTIL

solução de problemas.
61

Fonte: o autor
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Katia Marcelina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de Educação,
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Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel e Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: FNDE, RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Re-
2006. cife: educação inclusiva: múltiplos olhares. Organização de Jacira Maria L’Amour Barreto
de Barros, Katia Marcelina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de
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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e fe: educação infantil. Organização de Jacira Maria L’Amour Barreto de Barros, Katia Mar-
Educação Integral. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação básica. Brasília, celina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de Educação, 2015c. (Po-
DF: MEC, 2010. lítica de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 2).

RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Re-


cife: ensino fundamental: 1º ao 9º ano. Organização de Jacira Maria L’Amour Barreto de
Barros, Katia Marcelina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de Edu-
cação, 2015d. (Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 3).

62 POLÍTICA DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE


RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Re-
cife: fundamentos teórico-metodológicos. Organização de Jacira Maria L’Amour Barreto
de Barros, Katia Marcelina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de
Educação, 2014a. (Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 1).

RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Reci-


fe: tecnologias na educação. Organização de Jacira Maria L’Amour Barreto de Barros, Katia
Marcelina de Souza, Élia de Fátima Lopes Maçaira. Recife: Secretaria de Educação, 2015e.
(Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 6).

RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Reci-


fe: subsídios para atualização da organização curricular. 2. ed. Organização de Élia de Fá-
tima Lopes Maçaira, Katia Marcelina de Souza, Marcia Maria Del Guerra. Recife: Secretaria
de Educação, 2014b. (Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 1).

RECIFE. Prefeitura. Secretaria de Educação. Política de ensino da rede municipal do Reci-


fe: subsídios para atualização da organização curricular. 1. ed. Recife: Secretaria de Educa-
ção, Esporte e Lazer, 2012. (Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, v. 1).

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedago-


gia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.

Este livro foi composto pelas fontes Nobel,

desenhada por Tobias Frere-Jones e Sjoerd

Hendrik de Roos e publicada pela Font Bureau,

e Merriweather, desenvolvida por Eben Sorkin

e disponibilizada pela Sorkin Type.


ISBN 978-65-995182-0-1

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