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FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Guia Prático - Inscrição, Alteração e Cessação de Actividade de Trabalhador Independente
(1002 – v4.19)
PROPRIEDADE
Instituto da Segurança Social, I.P.
AUTOR
Instituto da Segurança Social, I.P.
PAGINAÇÃO
Gabinete de Comunicação
MORADA
Rua Rosa Araújo, nº 43
1250-194 Lisboa
www.seg-social.pt
DATA DE PUBLICAÇÃO
Outubro de 2010
ÍNDICE
A1 – O que é? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
G2 – Glossário----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------19
A1 – O que é?
Atenção: O cônjuge de um Trabalhador Independente, se trabalhar com este, nunca pode ser
considerado trabalhador por conta de outrem (TCO) e tem que ser obrigatoriamente colaborador do
mesmo.
ISS, I.P Pág. 4/19
Guia Prático – Inscrição, Alteração e Cessação de Actividade de Trabalhador Independente
Inscrição/enquadramento
Se for a primeira vez como trabalhador por conta própria
Se já tiver trabalhado por conta própria
Enquadramento antecipado
Casos de inscrição/regularização de enquadramento fora de prazo
Inscrição/enquadramento
A Administração Fiscal comunica à Segurança Social competente o início de actividade dos
trabalhadores independentes. A Segurança Social procede à inscrição do trabalhador e ao
respectivo enquadramento no regime dos trabalhadores independentes, mesmo que se
encontre em condições de ter direito à isenção do pagamento de contribuições. A Segurança
Social notifica o trabalhador independente da inscrição e enquadramento efectuados.
• Se o rendimento anual bruto (antes dos descontos) do trabalho por conta própria for
maior que € 2.515,32, o trabalhador terá de regularizar o enquadramento na
Segurança Social como trabalhador independente até ao dia 15 do 12º mês a seguir
àquele em que iniciou a actividade por conta própria.
• Se o rendimento anual bruto do trabalho por conta própria for menor ou igual a €
2.515,32, o trabalhador não tem de regularizar o enquadramento como trabalhador
independente, continuando a estar isento do pagamento de contribuições à
Segurança Social.
No caso de nunca ter sido enquadrado como trabalhador independente, por motivos de nunca
ter auferido rendimentos anuais brutos maiores do que € 2.515,32, o trabalhador
independente continua a gozar do direito à isenção do pagamento de contribuições à
Segurança Social no reinício de actividade.
Enquadramento antecipado
Os trabalhadores podem requerer o enquadramento antecipado:
1 – quando o rendimento anual bruto for igual ou inferior a 6 vezes o IAS
e/ou
2 – em data anterior aos 12 meses de isenção aquando do início de actividade
Um trabalhador independente pode optar por suspender a sua actividade. Neste caso, continua
enquadrado na Segurança Social como trabalhador independente mas deixa de ter de pagar
contribuições.
O cliente continua a ter direito aos subsídios de doença, subsídios no âmbito da parentalidade e
prestações por encargos familiares que tenham sido atribuídos durante o período em que tinha a
actividade aberta e que estejam em curso à data da suspensão da actividade.
Atenção: A actividade não pode ser suspensa se puder continuar a ser exercida por:
• um trabalhador ao serviço do trabalhador independente ou
• o cônjuge do trabalhador independente (se estiver inscrito como trabalhador independente na
qualidade de cônjuge).
Essa cessação do enquadramento produz efeitos a partir do primeiro dia do mês seguinte ao mês da
cessação de actividade, o que faz com que o trabalhador deixe de pagar contribuições a partir desse
dia.
O cliente continua a ter direito aos subsídios de doença, subsídios no âmbito da parentalidade e
prestações por encargos familiares que tenham sido atribuídos durante o período em que tinha a
actividade aberta e que estejam em curso à data da cessação da actividade.
Valor a pagar
Quando pagar
Onde pagar
Em caso de não pagamento
Início do pagamento
Excluindo as situações em que o trabalhador independente tem direito à isenção do
pagamento de contribuições ou não preenche os requisitos para ser enquadrado, o início do
pagamento faz-se de acordo com a seguinte tabela:
Reiniciar a actividade por conta própria A partir do mês a seguir ao do reinício da actividade
Exemplo:
Um trabalhador independente inicia a actividade nas Finanças em Março de 2010. No caso de não ter
direito à continuação de isenção do pagamento de contribuições à Segurança Social, quando deverá
fazer o primeiro pagamento?
Uma vez que a data para efeitos de enquadramento é a das Finanças, o trabalhador estará isento de
Março de 2010 a Fevereiro de 2011, sendo o primeiro mês a pagar o de Março de 2011, que pode ser
pago até ao dia 15 do mês seguinte.
Valor a pagar
Os trabalhadores independentes têm de escolher um escalão de remuneração (que se deve
aproximar o mais possível àquilo que o trabalhador recebe em média por mês) – base de
incidência contributiva – a partir da qual é calculado o valor a pagar por mês à Segurança
Social, consoante o esquema de protecção escolhido (obrigatório: 25,4% ou, no caso dos
trabalhadores agrícolas, 23,75%; alargado: 32% ou, no caso dos trabalhadores agrícolas,
30,4%), de acordo com a tabela seguinte:
NOTA3: Apesar do escalão de remuneração dever aproximar-se o mais possível dos rendimentos
anuais brutos, um trabalhador independente, desde que tenha idade igual ou inferior a 55 anos, pode
escolher qualquer escalão de remuneração.
Quando pagar
O pagamento das contribuições deve ser feito de 1 a 15 do mês seguinte àquele a que as
contribuições dizem respeito. No caso de dia 15 ser feriado, Sábado ou Domingo, o prazo
passa para o dia útil imediatamente a seguir. No caso de pagamento depois dessa data, são
aplicados juros de mora a 1% ao mês.
Onde pagar
• Através do Menu “Débitos Directos”, pelo Serviço de Consulta e Adesão aos Débitos Directos,
na Segurança Social Directa;
• Nas tesourarias dos serviços da segurança social;
• Nos Correios, em dinheiro ou cheque à ordem dos CTT, Correios de Portugal, AS. Na parte
de trás do cheque deve ser indicado o número de identificação da segurança social (NISS)
do trabalhador;
• No Multibanco: Pagamentos / Pagamento à Segurança Social/ TI / Introduzir o número de
identificação da segurança social (NISS) e preencher os dados pedidos até concluir o
pagamento (conservar o talão/recibo emitido pelo caixa automático, como prova de
pagamento, incluindo para efeitos fiscais);
• Pagamento via Homebanking: Através da Caixa Geral de Depósitos (Caixa e-banking
Serviços/Pagamentos/Estado/ Segurança Social), MillenniumBCP (Home Particulares:
Pagamentos/Estado e Sector Público/Pagamentos Estado/Outros/Segurança Social,
escolhendo a opção TI), ou BPINET/Contas à ordem/Pagamentos /Pagamentos Seg-Social),
ou no Montepio Geral, escolhendo a opção Pagamentos/Pagamentos Segurança
Social/Trabalhador Independente.
Parentalidade Parentalidade
Subsídio por risco clínico durante a gravidez Subsídio por risco clínico durante a gravidez
Subsídio parental (subsídio parental inicial, Subsídio parental (subsídio parental inicial,
subsídio parental inicial exclusivo do pai, subsídio subsídio parental inicial exclusivo do pai, subsídio
parental inicial exclusivo da mãe e subsídio parental parental inicial exclusivo da mãe e subsídio parental
inicial a gozar por um progenitor em caso de inicial a gozar por um progenitor em caso de
impossibilidade do outro) impossibilidade do outro)
Subsídio por assistência a filhos com Subsídio por assistência a filhos com
deficiência ou doença crónica deficiência ou doença crónica
Velhice Velhice
Invalidez Invalidez
Morte Morte
Doenças profissionais Doenças profissionais
Doença
Encargos familiares (prestações por deficiência e por
dependência):
Bonificação por deficiência
Subsídio mensal vitalício
Subsídio por frequência de estabelecimento de
ensino especial
Subsídio por assistência de terceira pessoa
Nota: Para beneficiar da protecção social, o trabalhador independente tem de ter os descontos para a
Segurança Social em dia até ao final do 3º mês anterior àquele em que acontece a situação que
requer protecção. No entanto, se houver dívida à Segurança Social, o trabalhador independente para
ter direito ao subsídio tem de pagar a dívida no prazo de três meses a contar do dia em que acontece
a situação que requer protecção. Por exemplo, se um trabalhador independente entrar de licença de
parentalidade a 17 de Agosto tem de ter as contribuições para a Segurança Social pagas até ao final
de Maio para ter direito a receber o respectivo subsídio. Se tiver contribuições em dívida, tem de as
pagar até dia 17 de Novembro para ter direito ao subsídio.
Pensionistas
Os trabalhadores independentes que recebam uma pensão de invalidez ou de velhice (paga
por um regime de protecção social nacional ou estrangeiro), ou uma pensão por doença
profissional/acidente de trabalho com incapacidade para o trabalho igual ou superior a 70%.
Impossibilidade de trabalhar
Os trabalhadores independentes que não possam trabalhar devido a parentalidade, mesmo
que não tenham direito a receber os respectivos subsídios. O mesmo acontece para os
trabalhadores independentes que estejam em situação de incapacidade temporária para o
trabalho, mesmo que não tenham direito ao subsídio de doença.
Sem actividade
Os trabalhadores intelectuais que provem não ter tido rendimentos da sua actividade no ano
anterior ou os trabalhadores independentes que suspenderam a sua actividade.
Trabalhador agrícola
Se todos os rendimentos de um trabalhador independente e os do seu cônjuge resultarem da
actividade agrícola, existe a possibilidade de pagar menos à Segurança Social (23,75% da
base de incidência contributiva no esquema de protecção obrigatório e 30,4% da base de
incidência contributiva no esquema de protecção alargado). O trabalhador agrícola começa a
pagar menos no dia 1 do mês seguinte àquele em que apresentou o formulário para redução
contributiva. Do mesmo modo, no caso de deixar de ser trabalhador agrícola mas continuar a
ser trabalhador independente, tem de avisar a Segurança Social até ao final do mês seguinte
àquele em que todos os rendimentos deixaram de ser resultantes da actividade agrícola,
começando a pagar as taxas normais (25,4% no esquema de protecção obrigatório ou 32%
no esquema de protecção alargado) a partir do dia 1 do mês seguinte àquele em que
comunicou a alteração.
Neste caso, pode pedir para optar pelo escalão mais próximo do valor das suas remunerações.
Mudança do esquema de protecção
Direito a doença
Os trabalhadores independentes no esquema de protecção alargado têm direito ao subsídio de
doença, sendo que:
• têm 30 dias de prazo de espera (não recebem nos primeiros 30 dias), à excepção dos casos
de internamento ou de tuberculose.
• têm como duração máxima 365 dias (contados no Certificado de Incapacidade Temporária)
ou, no caso de tuberculose, sem limite de tempo.
Os trabalhadores independentes que optem pelo esquema de protecção obrigatório têm de continuar
a pagar contribuições para a Segurança Social mesmo que não possam trabalhar por motivo de
doença. Se a doença se prolongar por mais de 30 dias, podem pedir para deixar de pagar a partir do
31º dia (apresentando um requerimento à Segurança Social). Esse pedido tem de ser feito no prazo
de 60 dias a contar do primeiro dia em que o trabalhador independente ficou incapaz de trabalhar
devido a doença.
Independentemente do esquema de protecção escolhido, o trabalhador independente pode regressar
ao trabalho depois do período de doença. Nesta situação, é apenas obrigado a pagar as
contribuições relativas ao número de dias que vai trabalhar nesse mês. Assim, deverá dirigir-se a
qualquer tesouraria do Centro Distrital respectivo e fazer o pagamento do número de dias de trabalho,
sendo a contribuição calculada automaticamente pelo sistema da Segurança Social. Também poderá
Nota1: A Segurança Social pode convocar o trabalhador para um exame médico de verificação da
doença (ver Verificação de Incapacidades Temporárias).
Alterações
Formulários
Documentos necessários
Inscrição/enquadramento na Segurança Social
Formulários
Mod.RV 1000/2007 – DGSS – Inscrição/Enquadramento (Obrigatório/Facultativo/Antecipação
do enquadramento) e Alteração de elementos
Mod. RC 3026/2009 – DGSS – Produtores Agrícolas – Declaração da Natureza de
Rendimentos – Redução da Taxa Contributiva.
Documentos necessários
Cartão de identificação de segurança social ou, na sua falta, fotocópia de documento de
identificação válido (Cartão do Cidadão, Bilhete de Identidade ou Passaporte);
Formulários
Mod. RC 3001 – DGSS – Requerimento – Trabalhadores Independentes – Isenção do
pagamento de contribuições.
Documentos necessários
Cartão de identificação de segurança social ou, na sua falta, fotocópia de documento de
identificação válido (Cartão do Cidadão, BI ou Passaporte;
Fotocópia do cartão de contribuinte
Declaração da instituição de protecção social que o abrange (com indicação da remuneração
mensal declarada);
Declaração da instituição de segurança social, nacional ou estrangeira, que lhe paga a
pensão (com indicação do grau de incapacidade, no caso de doença profissional ou acidente
de trabalho).
Formulários
Mod. RC 3026/2009 – DGSS – Produtores Agrícolas – Declaração da Natureza de
Rendimentos – Redução da Taxa Contributiva.
Documentos necessários
Cartão de identificação da Segurança Social do beneficiário e do cônjuge (se este também
estiver abrangido pelo regime dos Trabalhadores Independentes). Em alternativa, fotocópia
de documento de identificação válido (Cartão do Cidadão, Bilhete de Identidade ou
Passaporte).
Alterações
Formulários
Mod.RV 1000/2007 – DGSS – Inscrição/Enquadramento (Obrigatório/Facultativo/Antecipação
do enquadramento) e Alteração de elementos.
Documentos necessários
Fotocópia de documento de identificação válido (Cartão de Cidadão, Bilhete de Identidade ou
Passaporte), no caso de ainda não estar identificado na Segurança Social.
Débito directo
Como pode um trabalhador independente saber das suas contribuições
Débito directo
Os trabalhadores independentes inscritos na Segurança Social Directa, podem pagar as
contribuições através do Menu “Débitos Directos”, pelo Serviço de Consulta e Adesão aos Débitos
Directos.
A adesão a este serviço é efectuada obrigatoriamente via Internet no site da Segurança Social,
www.seg-social.pt, – Adesão ao Sistema de Débitos Directos, através da celebração de contrato de
adesão e do preenchimento da Autorização de Débito em Conta (ADC).
A confirmação da adesão ao pagamento por esta modalidade está sempre sujeita à aceitação por
parte do Banco do contribuinte, podendo este aceitar ou recusar prestar este serviço. A aceitação ou
recusa será comunicada ao mesmo, por mensagem, na Segurança Social Directa.
As adesões efectuadas até ao dia 30 de cada mês ficam activas no mês seguinte. Mensalmente, até
ao 3º dia útil de cada mês, o contribuinte recebe na Segurança Social Directa uma mensagem com a
data e o valor a cobrar.
A data da cobrança (data em que é retirado o dinheiro da conta) será o dia 15 de cada mês ou o dia
útil seguinte quando aquele dia seja sábado, domingo ou feriado.
O sistema de débitos directos só cobra o valor da contribuição mensal, ou seja, se o contribuinte tiver
dívidas de outros meses ou juros em divida, terá de efectuar o respectivo pagamento pelos meios já
existentes.
Exemplo: Consultando em Setembro de 2009, terá acesso aos movimentos até Outubro de
2008.
• Emitir Documentos de Cobrança – onde o cliente obtém informação referente aos valores em
dívida, que não foram alvo de participação para execução fiscal, desde Janeiro de 2006.
Este documento é apresentado e assinado digitalmente, sendo possível a sua impressão,
podendo ser pago no Multibanco ou Tesourarias da Segurança Social.
• Emissão de 2ª Via de Documentos de Pagamento – O cliente obtém a informação referente
aos documentos para pagamento que estejam dentro do prazo. Clicando em 2ª Via, é gerado
um documento para pagamento
G1 – Legislação Aplicável
Decreto Regulamentar n.º 17/94, de 16 de Junho, na redacção dada pelo Decreto Regulamentar
n.º 6/97, de 10 de Abril
Regulamenta o regime de Segurança Social dos Trabalhadores Independentes.
G2 – Glossário
Enquadramento
Ao inscrever-se na segurança social, o trabalhador é inserido num enquadramento de acordo com o
tipo de trabalho que faz. Os diferentes enquadramentos têm obrigações e benefícios diferentes.
Tipos de enquadramento:
• Trabalhador por conta de outrem (inclui Serviço doméstico)
• Trabalhador independente
• Seguro Social Voluntário
Esquema de protecção
O trabalhador independente pode optar pelo esquema de protecção obrigatório ou pelo alargado. O
esquema de protecção alargado protege-o em mais situações (ver tabela nos Direitos) mas obriga a
descontar mais para a Segurança Social (32% da remuneração declarada, em vez de 25,4%).
Prazo de garantia
É o tempo durante o qual o beneficiário tem de ter descontado para a Segurança Social para ter
direito a um dado benefício.
Remuneração declarada
Ao ser enquadrado como trabalhador independente tem de escolher um escalão (1.º ao 10.º), que
corresponde a uma remuneração mensal (entre € 628,83 e € 5.030,64). Esta é a remuneração
declarada e vai servir para calcular o valor dos descontos para a Segurança Social.