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Introdução Erro! Indicador não definido.

(Re)pensar Políticas - (Re)construindo Coletividades 4
Acadêmico 14
Secretariado 7
Agência de Comunicação (AC) 15
Secretária Geral 7
Assembleia Permanente dos Povos (ASP) 16
Secretário Administrativo 8
Comissão sobre o Status da Mulher (CSW) 17
Secretário Acadêmico 8 Conferência de Bandung (CB) 19
Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPSUA) 20
Identidade Visual 9
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) 21
Inovações propostas 9 Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana (ECOSOCC) 22
Transparência 9 Internet Governance Forum (IGF) 23
Transversalidade 10 Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti (MINUSTAH) 24
Alinhamento com a Declaração de Brasília 10
Calendário 25
Responsabilidade socioambiental 11
Capacitação de diretores 11 Cronograma 26

Administrativo 12 Referências Bibliográficas 27

Divulgação e Arte 12
Eventos 12
Desenvolvimento de Pessoas 13
Logística 13
Socioeducacional 13
Ambiental 13
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Um Modelo das Nações Unidas não só afeta àqueles que dela
Introdução participam como diplomatas, ele possibilita a formulação de habilidades
Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se
profissionais, logísticas e acadêmicas aos seus organizadores. Altamente
começam sem saber como acabarão. preocupada com a qualidade acadêmica de seus temas, a MundoCM
Jean Paul Sartre conta com uma tradição de produção de artigos para cada um dos
Modelos das Nações Unidas são eventos de cunho acadêmico que temas dos organismos simulados, organizados em um livro tematizado.
permitem aos participantes a experiência simulacro do ambiente Como dito, a organização administrativa é necessariamente uma
diplomático, envolvidos enquanto diplomatas, chefes de Estado, líderes experiência profissional, que tem mantido padrões de excelência desde
de organizações não governamentais e representatividades diversas; sua fundação em 2009.
desse modo, alunos de diferentes níveis educacionais podem discutir
Inspirados por sua idealização e alto padrão de qualidade que
amplamente sobre temas globais. Segundo a ONU (2017), há por volta nós, três alunos de graduação de diferentes cursos da Universidade de
de 400.000 estudantes envolvidos na organização e participação destes, Brasília (UnB), postulamos a posição de secretariado da MundoCM
consolidando-se como uma tradição de escala global. 2018.
A possibilidade de se colocar no centro de decisão das diferentes
políticas que permeiam nossa convivência internacional possibilita aos
participantes o desenvolvimento de diferentes habilidades _ tanto na
abertura para uma pesquisa autônoma dos mais diferentes temas,
quanto na negociação, oratória e tolerância para os mais diferentes
pontos de vista. Colocada como um projeto necessariamente
pedagógico, a MundoCM possui um compromisso com o crescimento
crítico de seus participantes.
Diferente de outros modelos, a MundoCM conta também com a
participação de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental nos mesmos
ambientes de secundaristas. Acreditamos que a possibilidade de
participação de diferentes idades e contextos de educação oportuniza
maior diversidade de pensamento e possibilita crescimento que desafia
uma educação linear tradicional.

(Re)pensar Políticas - (Re)construindo Coletividades
“A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de
exceção em que vivemos é na verdade regra geral. Precisamos
construir um conceito de história que corresponda a essa
verdade. Nesse momento, perceberemos que nossa tarefa é
criar um verdadeiro estado de emergência”
Walter Benjamin
Elogio da Dialética
“A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o ‘hoje’ nascerá do ‘jamais’.”
Bertolt Brecht
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Fazer política é fazer governo, é fazer exercer força, é fazer movimentar
um ideal. Politizar-se é se fazer consciente do jogo político – e não
ingenuamente distante de projetar ideais. Ou seja, não podemos nos
politizarmos sem também estarmos exercendo nossos ideais. De outra
forma, não podemos só estar conscientes, somos também força política
(FERNANDES, 2017). Nosso lema é, dessa forma, uma possibilidade de
se recolocar no jogo político, de se fazer lembrar dos nossos próprios
ideais e a importância desses para transformar a forma como nos
articulamos com os coletivos sociais que estamos inseridos.
Diferentes autores de nosso século projetam uma falência
estrutural do nosso modo de vida, que são diagnosticados em diferentes
áreas; no meio ambiente e seus inesgotáveis impactos _ poluição de rios,
lagos, derretimento de calotas polares, aquecimento global _, no meio
social, na superpopulação das cidades, na fome ainda presente, na
pobreza de países periféricos. Este quadro deveria suscitar, ou pelo
menos nos fez esperançosos disso, novos ideais e modos de vida. Como
nos revela Safatle (2008) o que tem acontecido de fato é o modo de
vida cínico, o aceitar e rejeitar simultâneos de Žižek: nosso modo de
vida é tão absurdo que não há outra forma de encará-lo senão
cinicamente.
Dessa lógica, surge o que Žižek (2012) conceitua como Pós-
política. Esse estar difere-se da política porque ignora os
tensionamentos, é um posicionamento que não se posiciona: é o estar
neutro. A pós-política é considerar-se fora dos jogos de tensões, posição
virtualmente impossível (ŽIŽEK, 2012). Ela nada mais é do que estar
necessariamente em prol da permanência das coisas, permanência que,
como vimos, não há como se sustentar (FERNANDES, 2017).

Dessa forma, o posicionamento abjeto é paradoxal e transforma
todo e qualquer processo de reconhecimento das opressões em
“parcialidade”. Sob um véu de neutralidade, os tensionamentos são
vistos como questionáveis, e as movimentações políticas um estar
“cego” da realidade.
A imobilização permanente que esta hegemonia de pensamento
apresenta nos faz ansiosos por mudanças. Hoje o debate político tende
a circular nas diferentes políticas de reconhecimento, de dar luz às
opressões viventes; contudo, estar ciente das opressões não basta e
nem deve ser a conclusão de nossos movimentos políticos. A estrutura
hoje consolidada precisa estar em movimento, ser repensada e
reconstruída.
Em um primeiro momento, o que nos chama a atenção e nos
coloca em posição contestatória é a confiança no indivíduo, e na a
crença na invariabilidade do ser. O indivíduo, invenção da
modernidade, é necessariamente uma fuga à indeterminação –
característica inerente da humanidade:
Os homens só são humanos quando não agem e não se
colocam mais como pessoas; essa parte difusa da
natureza na qual os homens não são pessoas assemelha-
se ao delineamento de um ser inteligível, a um Si que
seria desprovido de Eu (...) (ADORNO apud SAFATLE,
2008, p. 129).
Se colocamos como horizonte o reconhecimento de diferentes formas
de vida como parte da humanidade, isto será por si só uma
reterritorialização; uma tentativa de resgate a algo que nos é natural,
ou a reinvenção de nossas naturezas. Modos de vida são inacabados:
não há por certo um humano pronto, um humano que sabe de todas
as possibilidade de expressão possíveis; logo, não haverá coletivo
social que não seja passível de reconstrução.
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O que queremos buscar enquanto secretariado, nesse sentido, é um
sujeito que se reconhece enquanto projeto inacabado, enquanto
empenha-se a estar sempre tensionando normatividades, a estar sempre
contestando os viveres, a estar sempre pensando seu Eu enquanto um
momento – e que se reconhece enquanto ser no mundo e ser social.
Como sintetiza Hegel, tal sujeito seria:
essa noite, essa nada vazio que contém tudo na
simplicidade dessa noite, uma riqueza de
representações, de imagens infinitamente múltiplas,
nenhuma das quais lhe vem precisamente ao espírito,
ou que não existem como efetivamente presentes (...).
(HEGEL apud SAFATLE, 2008, p. 229).
Quando colocamos tudo isso em perspectiva, estamos falando
também de uma tradição filosófica cara aos nossos povos tradicionais,
resgatamos assim Teko Porã, o bem viver guarani (RAIZ, 2015).
Opondo-se a uma noção ocidental de “viver melhor”, que baseia-se na
utilização de recursos naturais praticamente (se não literalmente) até a
exaustão, o Teko Porã fundamenta-se na interdependência humana para
com a natureza. Os territórios e os ambientes que nos circundam não
tem como propósito subsidiar nossa existência – em verdade, para essa
filosofia precisamos entender tal território como parte significante de
nossas vidas e de nosso desenvolvimento. Dessa forma, o movimento
cidadanista propõe:

Por isso afirmamos um modelo de vida mais justa,
ambientalmente sustentável, economicamente solidário,
que deve ser buscado simultaneamente pelo Estado e
pela sociedade. Queremos uma vida digna, em
plenitude, cheia de sentidos, em que o SER seja mais
importante que o TER. Em que ESTAR no Planeta seja
muito mais que um contínuo sugar da vida alheia
(ibidem. s.p.).
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Enquanto secretariado da MundoCM 2018, desejamos que os delegados
que ensejem em participar desta edição possam se ver também capazes
de se reconectar com seu próprio viver no mundo, de tensionar os
próprios limites diplomáticos, os limites e distâncias das políticas e dos
viveres e que possam, assim, tecer críticas e repensar concepções de vida.

Apesar dessa proposta filosófica, não nos descolamos

materialmente de uma realidade díspar e injusta aos nosso próprios
povos; carregamos uma crítica necessariamente imanente de nossa
realidade social. Para que as diferentes possibilidades de ser e estar no
mundo pudessem ser melhor trabalhadas bem como seus próprios
tensionamentos políticos, propusemos fóruns de representação que
promovem o confronto entre diferentes posições de poder – como é o
caso do Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana
(ECOSOCC-AU), que tem em sua composição líderes regionais,
representantes populares e chefes de estado, e da Assembléia
Permanente dos Povos (parte da Cúpula dos Povos de 2012) em que
líderes tradicionais, pensadores e líderes estatais discutiam em pé de
igualdade sobre Justiça Ambiental. Também colocamos à prova
diferentes perspectivas de conflitos, diferentes versões da história –
como é o caso da conferência de Bandung, que reuniu grandes líderes
de ex-colônias durante a Guerra Fria.

Secretariado
O secretariado é o responsável por supervisionar e acompanhar
efetivamente o trabalho do Núcleo Acadêmico e Administrativo. Como
principal articulador, o secretariado também faz contato com o
Comando da Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial
(DEPA) do Sistema Colégios Miliares do Brasil (SCMB). Existem três
secretários na MundoCM 2018: uma Secretária-geral, um Secretário
Acadêmico e um Secretário Administrativo.
A edição de 2018 tem um secretariado de número reduzido,
contando com apenas três secretários ao invés dos tradicionais cinco.
Em face de eventuais dificuldades, o secretariado coloca como
possibilidade deste projeto a abertura de duas vagas para Assistentes
de Secretariado – um do núcleo administrativo e outro do núcleo
acadêmico, que prestarão o devido apoio com as mesmas
discricionariedades e responsabilidades dos outros três secretários. O
preenchimento dessas vagas será realizado a partir de indicação e
consenso do secretariado.
O secretariado da MundoCM 2018 compromete-se com a adoção
de uma gestão democrática do projeto, de maneira a articular-se e
manter uma relação de horizontalidade com todas as diretorias
acadêmicas e administrativas que construirão em conjunto mais uma
edição do projeto de modelo das Nações Unidas do Colégio Militar de
Brasília.
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Secretária Geral
Milena Herrero, de 19 anos, cursa o 5º semestre de Pedagogia na
Universidade de Brasília. Já participou como delegada em cinco
simulações durante o Ensino Médio e como diretora da área de
responsabilidade socieducacional da II MundoCM (2017). Como ex-
aluna do Colégio Militar de Brasília, pretende realizar com empenho a
comunicação entre a organização dessa edição da MundoCM e o CMB,
além dos demais encargos de Secretária Geral. Espera, em conjunto com
os outros secretários e diretores que participarão da edição de 2018,
proporcionar aos alunos do SCMB mais uma experiência simulativa de
qualidade, despertando e/ou cultivando o interesse desses por assuntos
políticos locais e globais e os fazendo compreender a si mesmos como
sujeitos políticos.
Como responsabilidades da Secretária-Geral estão:
● Estabelecer contato direto com outras simulações do Brasil e
daquelas do SCMB;
● Delegar tarefas para os Secretários Acadêmico e Administrativo;
● Acompanhar os processos seletivos de diretores;
● Especificar, delegar, compor ou realizar as tarefas que possivelmente
se apresentarem à organização e não estiverem no projeto descritas;
● Manter o contato direto da organização da MundoCM com a
coordenação/direção/comando do CMB e da DEPA;

Secretário Administrativo
Otto Leone possui 20 Anos e atualmente cursa o 5º semestre de
Psicologia na Universidade de Brasília. É atualmente pesquisador do
Laboratório de Família, Grupo e Comunidade e sua linha de pesquisa
está em processos de desenvolvimento adolescente e acompanhamento
psicoterápico sistêmico. Apaixonado por infâncias e adolescências,
acredita muito no potencial transformador da juventude, principal
razão pela qual optou por postular o seguinte projeto. Com experiência
em 5 organizações de eventos acredita que desempenhará um trabalho
de excelência em seu posto de Secretário Administrativo.
É da alçada do Secretário Administrativo:
● Formular o cronograma de atividades administrativas
● Decidir conjuntamente com os outros dois secretários os
responsáveis por cada diretoria, priorizando experiências com a
área, familiaridade com simulações, interesse e disponibilidade;
● Acompanhar e supervisionar Processos Seletivos de Diretores
Assistentes
● Liderar efetivamente as células administrativas;
● Fazer transparente a possibilidade de se realizar ou não os
projetos propostos dos diretores;
● Avaliar e acompanhar os feedbacks de Desenvolvimento de
Pessoas;
● Administrar e acompanhar o plano orçamentário da MundoCM;
● Realizar oficinas de capacitação de ferramentas de trabalho
importantes, tais como trello, slack, entre outras;
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Secretário Acadêmico
Luís Porto, 19 anos, cursa o 5º semestre de História na
Universidade de Brasília. Participa de simulações das Nações Unidas
desde o 2º ano do Ensino Médio e hoje conta com cerca de 25 realizadas
– entre elas as edições de 2016 e 2017 da MundoCM como diretor dos
gabinetes de guerra. Em conjunto com o secretariado, pretende fazer
com que esta edição da MundoCM seja uma experiência diferenciada
para os delegados.
Cabe ao Secretário Acadêmico:
● Formular o cronograma de atividades acadêmicas;
● Decidir conjuntamente com os outros dois secretários os
responsáveis por cada diretoria acadêmica, priorizando
experiências com o tema, familiaridade com simulações, interesse
e disponibilidade;
● Acompanhar e supervisionar Processos Seletivos de Diretores
Assistentes;
● Acompanhar o trabalho acadêmico dos 8 comitês propostos para
a simulação;
● Supervisionar e revisar as produções textuais, atentando-se ao
cumprimento de regras e procedimentos acadêmicos formais de
escrita e referenciamento;
● Propor e agendar oficinas de capacitação metodológica e técnica
de todo o corpo de diretores, tanto acadêmico quanto
administrativo;
● Auxiliar e incentivar a busca de revisores externos com afinidade
temática para os artigos produzidos.

Identidade Visual
Decidimos escolher como cor predominante desta edição a cor
Magenta, em esquema de cor triádico. Magenta é a possibilidade de
melhora frente a tempos difíceis, despertando sentimentos de
compaixão, cooperação e gentileza. A flor como ícone auxiliar foi
desenvolvida com inspiração em flores de cactos – também símbolo de
resistência e renovação diante de ambientes desafiadores; como reflexo
de nossa própria tentativa de perspectiva para um futuro na nossa atual
crise estrutural.
Os elementos auxiliares e a arte completa que figuram na
diagramação deste arquivo, bem como nas próximas produções de
material propostas, estão alinhadas com o movimento artístico zapatista;
o sol reconstruído é o ícone mais utilizado na arte enquanto composição
central. Os raios de sol serão parte das diagramações e papéis timbrados.
Em consonância com nossos ideais, o movimento revolucionário de
Zapata buscava um uso mais democrático do território Mexicano e
novos ideais de vida.
Por fim, como escolha tipográfica de comunicações oficiais
escolhemos a fonte Average. Outros elementos de cunho técnico da logo
poderão ser melhor observados no nosso Manual de Identidade Visual.
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Inovações propostas
A partir da avaliação cuidadosa das edições passadas, propomos
inovações que possam contribuir positivamente ao projeto bem como
ter maior alinhamento temático com seu eixo estruturante, tais como
se seguem:
Transparência
A construção de um projeto que proponha repensar políticas
precisa estar necessariamente consciente dos jogos de força que
acontecem também em micropolíticas, tais como a própria organização
de uma simulação. Para que as reivindicações e novas propostas
possam ser feitas – e principalmente maiores intervenções coletivas em
como gerimos nosso projeto – propomos uma maior transparência de
processos e tomadas de decisão por parte do secretariado. Para tanto
teremos como estratégias:
(i) Disponibilização de todos os arquivos digitais que
concernem a logística do projeto, como outras simulações de ensino
médio têm realizado de forma bem sucedida nos últimos anos;
(ii) Abertura nas reuniões para manifestações de dúvida,
questionamento e posicionamento político possíveis para nossas
tomadas de decisão. Essa estratégia baseia-se em intervenção bem
sucedida, como aconteceu nos dias de simulação da II MundoCM em
2017, quando somente mulheres foram reconhecidas por uma sessão;

Transversalidade
Compreendendo as problemáticas globais discutidas em ambientes
diplomáticos como eventos interligados sociopoliticamente e
reconhecendo que o tema desta edição permeia todos comitês propostos
pelo secretariado, pretendemos desenvolver os estudos, produção de
textos e discussões – realizadas tanto pelos diretores anteriormente
quanto pelos delegados na própria atividade simulativa – de maneira
mais transversal possível. Desse modo, pretendemos evitar que comitês
se isolem do restante da simulação e estimular a comunicação e tomada
de decisões em conjunto, a fim de não perder de vista a necessidade de
elaborar soluções articuladas para sanar adversidades sociais, políticas e
econômicas. Para tanto, o secretariado propõe:
(i) Proposta de comitês que dialogam entre si e possuem eixo de
interconexão, seja por facilidade regional e/ou temas que se
interseccionem. Propomos confluência da Corte Interamericana de
Direitos Humanos com a Assembléia Permanente dos Povos no tangente
aos povos tradicionais e tomadas de decisão, do Conselho Econômico
Social e Cultural da União Africana e o Conselho de Paz e Segurança da
União Africana (CPSUA) em relação à corrupção e desmantelamento de
Estados Africanos; e a aproximação temática da Decolonialidade entre
Conferência de Bandung e CPSUA.
(ii) A partir da transparência de arquivos, incentivo à produção
conjunta e/ou troca de materiais que possa levar a crises conjuntas e
experiências compartilhadas entre-comitês.
(iii) Incentivo à troca de informações entre delegados sobre as
discussões e resoluções que surgirem nos comitês, visando possíveis
projetos de resolução em conjunto.
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(iv) Destaque da Agência de Comunicação como maior eixo
transversal do evento, com incentivo às suas produções e o
reconhecimento de seus jornais, tweets e quaisquer outro meio de
comunicação por eles utilizados como documentos de trabalho oficiais.
Alinhamento com a Declaração de Brasília
A MundoCM foi, em 2017, signatária da Declaração de Brasília –
documento final produzido no Encontro Nacional de Organizadores
de Modelos das Nações Unidas (ENOMUN), sendo a única simulação
de Ensino Médio a participar do evento. Na II MundoCM, foram
adotadas medidas de transição para começar a adotar as regras
definidas no Modelo Brasileiro de Regras de Procedimento (MBRP)
proposto pela Declaração. Propomos, assim:
(i) A adoção das medidas propostas na Declaração de Brasília
que couberem ao evento;
(ii) O cumprimento efetivo do Modelo Brasileiro de Regras de
Procedimento;
(iii) O comparecimento à reunião do ENOMUN de 2018 – que
tem como pauta a fundação de uma federação de Modelos das Nações
Unidas a fim de melhor integrá-los.
(iv) A utilização do MBRP já na MiniMundo, de forma a
preparar os delegados de 9º ano para as regras que serão utilizadas no
evento e compreender como os alunos se adequam a essas.
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Responsabilidade socioambiental Capacitação de diretores

Temos em mente que a MundoCM ocupa lugar privilegiado para Além de continuar com a capacitação acadêmica quanto à
impacto social no Sistema Colégio Militar do Brasil, reunindo escrita de artigos, a adaptação da MundoCM às regras de
representação de todos os colégios durante a execução do evento. procedimento propostas pela Declaração de Brasília torna necessária a
Enquanto corpo organizador, estamos sempre realizando intervenções realização de treinamentos de moderação para capacitar os diretores
que possam colocar à luz sistemas de poder social desiguais, seja por acadêmicos a lidar adequadamente com a moderação por parte dos
produção de artigos preocupados com a realidade social brasileira – com alunos e as novas regras. Da mesma forma, incentivamos as diretorias
temáticas de raça, classe, gênero, sexualidade, seja por intervenções que administrativas a capacitar seus diretores assistentes quanto a funções,
acontecem durantes os dias de evento. Visando um maior enfoque habilidades e utilização de programas necessários e relevantes para
ambiental no projeto da III MundoCM, propomos como estratégias suas atribuições dentro do projeto.
desta edição:
(i) Política de redução de consumo de papel;
(ii) Registro e controle de material que foi utilizado, extraviado
ou excedente;
(iii) Redução de produção de lixo antes, durante e após o evento.
(iv) Criação da célula Ambiental, como uma diretoria
responsável pela formulação da Avaliação de Desempenho Ambiental
(ADA) para uma melhor gerência de recursos e novas propostas de
efetividade ambiental para as próximas edições;

Administrativo
É do âmbito do Núcleo Administrativo a operacionalização e
planejamento do evento, fazendo jus à idealização e teorização presentes
neste documento. Para que isso seja possível, as células precisam de
intercomunicação efetiva e compromisso com a realização do evento.
Como alinhamento do eixo temático desta edição, ao núcleo
administrativo serão encorajadas ações mais coletivas de decisão e a
possibilidade de recondução das próprias políticas internas da simulação.
Isso possibilitará que as práticas já consolidadas de sucesso da simulação
possam ser ainda melhoradas e oportunizará um devido olhar crítico aos
processos políticos próprios à instituição MundoCM.
Como diretorias desta edição, propomos:
Diretorias Administrativas
Diretores
Diretoria Acrônimo Diretores
Assistentes I
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São responsabilidades comuns das células:
I. Elaborar Plano de Atividades contendo um provável
calendário e cronograma;
II. Manter registro de atividades e documentos para
memória institucional no arquivo digital;
Divulgação e Arte
É de responsabilidade da diretoria de Divulgação e Arte: (i) a
efetiva aplicação e desenvolvimento da identidade visual da
MundoCM, com propostas de material complementar e (ii) o
gerenciamento das redes sociais do projeto. Pretende-se com as redes
sociais maior visibilidade do projeto antes, durante e depois de sua
realização, criando possibilidade e atratividade de eventuais parceiros
do projeto. As propostas de material complementar são referentes ao
kit-delegado, às artes de divulgação e eventuais itens que se mostrem
Diretores
necessários.
Assistentes II

Ambiental AMB 1 1 0 Eventos

A diretoria de eventos será responsável pelas confraternizações
Divulgação e Arte DIV 2 1 0
e eventos festivos que ocorrerão na Mundo CM, oportunizando a
Eventos EVE 2 3 3 interação informal entre delegados de diferentes colégios militares,
Desenvolvimento diretores e demais envolvidos na simulação. Os diretores de eventos
DP 2 2 0
de Pessoas ficarão responsáveis por organizar as cerimônias de abertura e de
Logística LOG 2 3 2 encerramento, a Gincana e uma festa temática de integração. Suas
SOC 2 3 0
responsabilidades incluirão definir temas para os eventos, planejar e
Socioeducacional
solicitar previamente os recursos que serão utilizados e prestar amparo
Subtotais: 10 12 5
para quaisquer eventualidades que ocorrerem durante as
TOTAL: 29 confraternizações.
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Desenvolvimento de Pessoas internacionais e sobre os procedimentos de simulação. Somadas à
experiência prática de uma simulação reduzida entre esses alunos, o
A diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DP) é a responsável
objetivo da MiniMundo é preparar esses alunos tanto para a MundoCM
por promover o bom relacionamento dentro do corpo organizador,
quanto para quaisquer outras simulações que desejem participar. A
minimizando os efeitos de conflitos e desentendimentos internos e
diretoria socioeducacional também deverá auxiliar os delegados
buscando uma experiência positiva para os diretores acadêmicos e
durante a realização da MundoCM, assim como na organização da Feira
administrativos. Assim, cabe à diretoria: (i) realizar ouvidoria quanto a
Global, propiciando uma realização simulativa enriquecedora para
situações desagradáveis dentro do corpo organizacional e durante os dias
estes.
de evento; (ii) auxiliar o secretariado na realização dos processos
seletivos; (iii) auxiliar o secretariado e as diretorias administrativas na Ambiental
preparação de treinamentos de capacitação.
A diretoria ambiental está responsável pela condução da
Logística Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), uma ferramenta para
avaliação permanente de resultados ambientais. Desenvolvendo um
Cabe à diretoria de Logística promover o bom funcionamento da
trabalho pioneiro na MundoCM, a diretoria Ambiental dará indicadores
simulação. Essa diretoria é responsável por: (i) realizar orçamentos e
de boas práticas com mensurações de impactos ambientais fixos, como
pesquisas de preço para o evento; (ii) auxiliar os alunos participantes do
toneladas de papel utilizado, índices de reciclagem, assim como
evento, os organizadores, funcionários do colégio e visitantes quanto a
sugestões de melhora para as próximas edições do evento.
questões administrativas no decorrer do evento.

Socioeducacional

Essa diretoria será responsável por organizar o evento da

MiniMundo, aulas e simulação anterior à MundoCM voltadas para os
alunos do nono ano do Colégio Militar de Brasília. O projeto visa
oportunizar aos delegados principiantes do ensino fundamental aulas
prévias sobre problemática sociopolíticas, organizações e intervenções
 14
Às diretorias são responsabilidades comuns:
Acadêmico
O núcleo acadêmico é parte estruturante da simulação, é de sua Antes do evento:
responsabilidade toda a produção textual que sustentará teoricamente as I. Produção do artigo temático inspirado em seu eixo estruturante
discussões promovidas durante sua execução. A simulação não tem por como descrito neste projeto;
princípio apenas a contribuição científica, mas também possui como II. Produção de material complementar de estudo para simulação;
possibilidade a desmistificação do elitismo que envolve as produções III. Busca por revisão externa para o artigo produzido;
acadêmicas; ela funciona como um primeiro contato dos alunos com o IV. Conhecimento técnico das Regras de Procedimento;
Ensino Superior e produções científicas brasileiras e internacionais. V. Planejamento de Logística Interna para a condução das sessões;
Para os diretores que fazem parte desse, o Núcleo Acadêmico VI. Contato prévio e interação com delegados para familiarização
serve a um propósito autoral e de crescimento metodológico de jovens com o projeto.
pesquisadores. Eles podem escrever e conduzir pesquisas inovadoras,
passando pela revisão de pares com experiência consolidada conduzida Durante o evento:
pelo secretariado. Dessa forma, o Núcleo Acadêmico representa uma I. Credenciamento de delegados e efetiva passagem de regras
oportunidade de crescimento não só para os delegados envolvidos, mas durante o primeiro dia de simulação;
também para seus diretores. II. Auxílio aos delegados na condução das sessões e bom
Extensamente conectado com um compromisso pedagógico, o funcionamento do comitê;
núcleo acadêmico também é responsável por acompanhar e estruturar os III. Revisão de documentos produzidos pelos delegados;
dias de debate, podendo organizar de forma profícua as participações de IV. Repassagem de avisos paroquiais;
delegações. Pode-se notar uma possibilidade de crescimento em oratória, V. Encorajamento de um ambiente livre de opressões com
retórica, de vocabulário e de formalidade escrita de documentos - que propostas de intervenções pertinentes a ambientes hostis.
também passarão por revisão dos diretores envolvidos no núcleo
acadêmico.
15

Agência de Comunicação (AC)
A Agência de Comunicação (AC) é o comitê mais dinâmico e
vivencial de uma simulação. No papel de jornalistas, os delegados que a
simulam participam efetivamente de toda a rotina envolvida na
profissão, com a produção, edição e publicação de materiais; sejam eles
impressos ou audiovisuais. A AC carrega o papel de ser o eixo transversal
de todos os comitês, fazendo a troca de informações mais viável e fácil a
partir de suas produções. Não só preocupada com o que acontece
durante as simulações, a AC também funciona como uma forma de
divulgar e acompanhar o entre-simulações, festividades e a vida social de
delegados nos dias de simulação.
A AC carrega três eixos de trabalho: (a) Núcleo Impresso, (b)
Núcleo Audiovisual e (c) Núcleo Virtual. O núcleo Impresso é
responsável pela produção de duas linhas editoriais presentes na
simulação, rotineiramente funcionado como um retrato fidedigno de
como linhas editoriais também assumem uma posição política, as duas
linhas têm um viés que se antepõe ao outro. O núcleo Audiovisual tem
como responsabilidade a produção da MundoTV, fazendo a cobertura
geral do evento. O Núcleo Virtual fica a cargo da utilização das redes
sociais do evento durante os dias de simulação, como twitter e facebook:
agilizando a troca de conteúdo entre delegados e trazendo mais
dinamismo ao comitê. É ainda responsabilidade da AC conduzir
efetivamente as coletivas de imprensa, tradição das Mundos anteriores, é
o momento no qual os comitês têm a possibilidade de vivenciar ainda
mais a transversilidade e as possibilidades do mundo jornalístico.
Enquanto secretariado entendemos que a Agência de
Comunicação tem tido autonomia nas últimas edições para escolher
realizar ou não o artigo acadêmico de seu próprio comitê. Nesse sentido,
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resolvemos não escolher um eixo guia para os diretores que assumirem o
comitê. A proposta de novos artigos acadêmicos será sempre bem vinda
para acrescentar maior valor acadêmico ao evento.
Assembleia Permanente dos Povos (ASP)
Tema: Novos paradigmas às economias verdes
A Assembleia Permanente dos Povos (ASP) foi o principal espaço
político da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio +20 (2012)
construído por e para diversos representantes da sociedade civil,
organizações não governamentais e movimentos sociais. O principal
objetivo da assembleia, alinhado às pautas gerais da Cúpula dos Povos,
foi discutir as problemáticas ambientais e as soluções que já haviam sido
propostas (não necessariamente aplicadas) para sanar tais crises,
analisando também a intervenção corporativa e da iniciativa privada
nessas soluções antigas e em possíveis novas soluções desenvolvidas
(RIO +20, 2012).
Como resolução de algumas das pautas discutidas durante a
Assembleia Permanente dos Povos, movimentos sociais e comunidades
envolvidas diretamente com crises ambientais analisaram a principal
pauta do evento Rio +20, a Economia Verde, e consideram essa solução
como ineficiente diante das problemáticas ambientais debatidas (RIO
+20, 2012). Isso vai de encontro com certas resoluções da ONU que,
através do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), recomenda fortemente essa alternativa econômica-ecológica
como colaboradora na resolução de crises ambientais globais. A agência
define “economia verde como uma economia que resulta em melhoria
do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em

Que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica”,
indicando uma série de constatações em prol desse modelo econômico
alternativo (PNUMA, 2011).
A Economia Verde viria então, para diversas organizações e
corporações, como uma medida capaz de aliar o progresso econômico a
um uso sustentável de recursos naturais. Contudo, uma série de críticas
de âmbito ecológico e social foram levantadas durante a Assembleia
Permanente dos Povos, como: apropriação e domínio de territórios e
recursos; entraves à auto-organização e gestão dos povos; manutenção
de uma cultura de produção e consumo excessivos; investimentos
públicos destinados a organizações privadas aparentemente “verdes”,
entre outros (CÚPULA DOS POVOS, 2012).
A economia verde foi considerada uma falsa solução para a crise
ambiental e um mecanismo de reinvenção do capitalismo, o qual se
apropriou de pautas verdes para atingir seus objetivos (não sustentáveis
nem preocupados com justiça social e ambiental) de garantir a
produção, o consumo e o lucro. De acordo com a Fundação Heinrich
Böll, é uma nova fase do capitalismo de acumulação e apropriação
sustentado em um discurso ecológico (BITTENCOURT; VIEIRA E
MARTINS, 2012).
Tendo em vista essas divergências e críticas que surgiram em
relação a Economia Verde e a necessidade ainda existente de se sanarem
problemáticas ambientais de âmbito local e global, o secretariado
propõe o presente comitê como possibilitador de uma discussão entre
membros governamentais, ONG’s, da sociedade civil, de povos
tradicionais e movimentos sociais. Desse modo, espera-se que crises
socioambientais e possíveis soluções para essas sejam revistas e
reformuladas pelos delegados participantes.
17
Comissão sobre o Status da Mulher da Entidade das Nações
Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das
Mulheres (CSW)
Tema: Participação e acesso das mulheres às mídias;
É amplamente reconhecida a influência dos recursos midiáticos
para a formação, perpetuação e transformação de padrões sociais, como
estereótipos e padrões de beleza. Esses padrões tem sido uma temática
bastante discutida pela literatura científica nos últimos anos, tentando
traçar um perfil mais ou menos vulnerável às influências midiáticas.
Em anos recentes, artigos tentam se debruçar sobre epidemiologias
causadas por tais influências - fazendo, por exemplo, associações entre
os padrões de beleza retratados pela mídia e o surgimento de
psicopatologias da alimentação (SPETTIGUE; HENDERSON, 2004).
Nota-se que o problema de transtornos alimentares se apresenta
como estrutural: presente em diferentes realidades, essas
psicopatologias figuram uma mortalidade alta entre adoecimentos
psíquicos, 19% de mortes em 20 anos de diagnóstico após primeira
internação. Apesar de existirem estatísticas masculinas desses
transtornos, a preponderância feminina é um consenso na comunidade
médica: das pessoas com algum diagnóstico de transtorno alimentar nos
EUA, 90% são mulheres entre 12 e 25 anos de idade (SHARAN;
SUNDAR, 2015; AUSTIN et al, 2008)
A crítica feminista de 1970 já prenunciava a realidade feminina
desse fenômeno, tecendo inúmeras consequências para os padrões de
beleza que se desenvolviam nessa década:
 18
Padrões de beleza descrevem em termos precisos a relação que uma A CSW é uma comissão criada pelo Conselho Econômico e
pessoa terá com seu próprio corpo. Eles prescrevem sua mobilidade, Social das Nações Unidas (ECOSOC) em 1946. O órgão é uma tentativa
postura, maneira de andar, porte, os usos que ela pode dar ao seu
das Nações Unidas de mapear a desigualdade de gênero ao redor do
corpo. Eles definem precisamente as dimensões de sua liberdade
física. E é claro, a relação entre liberdade física e desenvolvimento mundo, estabelecendo padrões de equidade entre gêneros e novos
psicológico, possibilidade intelectual e potencial criativo é umbilical instrumentos de avaliação. Contando com a representação da sociedade
(DWORKIN, 1974, p 112, tradução nossa). civil, representantes Estatais e entidades da própria ONU, o conselho se
reúne anualmente, chegando a 62ª reunião este ano. Hoje a CSW
Não despropositalmente, os corpos femininos retratados pela mídia também é responsável pelo acompanhamento da Agenda 2030 de
como padrão de beleza são também vendidos como propaganda. Como Desenvolvimento Sustentável no que tange às questões de gênero e o
prática consolidada da indústria comercial, não é difícil reconhecer fim da violência direcionada a mulheres e meninas (CSW, 2018).
propagandas direcionadas aos homens com o uso de corpos femininos – Desse modo, a comissão torna-se um núcleo importante para o
cervejas, carros, cigarros, perfumes. Como Dworkin (1974) elucida, o início das discussões de violências simbólicas contra mulheres
debate não é de uma potencial vulnerabilidade de indivíduos facilmente provocadas pela mídia, que levam ao adoecimento psíquico e físico de
influenciáveis pelo padrão de beleza – ou pela real “escolha” do uso de meninas e mulheres. Esperamos que os delegados possam discutir e
dietéticos, cosméticos e cirurgias estéticas; mas sim de um real consumo desenvolver resoluções de um assunto pouco discutido em organismos
masculino do corpo feminino; das expectativas e pressionamentos que internacionais e que muito se aproxima da realidade dos delegados,
se concretizam como uma tecnologia da hierarquia de gênero. especialmente das delegadas que participarem desse comitê.
Apesar da dimensão do fenômeno, ele ainda não figura como
uma pauta entre os organismos internacionais hoje, com pedidos da
sociedade civil à própria ONU para incluir o debate em sua agenda
(UNMULTIMEDIA, 2016). Por esse motivo, decidimos elencar como
pauta da Comissão sobre o Status da Mulher das Nações Unidas o tema
"Participação e acesso das mulheres às mídias", procurando dar vazão a
debates relacionados à objetificação do corpo feminino, do falecimento
mental de mulheres consequentes da representação midiática desse
grupo social e de quaisquer outros problemas relevantes a nível
internacional que envolvam tanto a representação midiática de
mulheres como as consequências dessa representação.

Conferência de Bandung (CB)
Tema: A emergência do Terceiro Mundo no cenário
internacional
Após a Segunda Guerra Mundial, os esforços dos Estados
Unidos voltaram-se para a reconstrução da Europa e para a
cooperação norte-norte, assegurando um controle das potências
do norte sobre a política internacional. O fracasso do Brasil em se
tornar um membro permanente do Conselho de Segurança
evidenciou que o Terceiro Mundo não teria voz nas questões
estratégicas internacionais (PEREIRA; MEDEIROS, 2015).
Precedida pela Conferência de Colombo de Primeiros-
Ministros Asiáticos de 1954 – na capital do então Ceilão (hoje Sri
Lanka), o evento reuniu chefes de Estado de cinco países asiáticos
–, a Conferência de Bandung apresenta-se como um marco na
emergência do movimento não-alinhado e na criação do Terceiro
Mundo (BURKE, 2011). Alguns autores chegam a apontá-la como
ponto de partida para o desenvolvimento das relações sul-sul
(PEREIRA; MEDEIROS, 2015).
A reunião ocorreu em um momento em que a Guerra Fria
já havia se consolidado como um fenômeno no sistema mundial.
Os movimentos nacionalistas e de independência, bem-sucedidos
nas ex-colônias da Ásia, começavam a surgir na África e
ameaçavam o domínio colonial europeu de décadas na região.
Com isso, os Estados Unidos e a União Soviética buscavam
influenciar estrategicamente os rebeldes como maneira de
aumentar suas respectivas áreas de influência. Nessas condições,
o primeiro-ministro indonésio, Ali Sastroamidjojo, afirma em
1953 ser necessária a cooperação entre países asiáticos e africanos
– em
19
especial entre aqueles que já eram independentes – para manter a paz
mundial (THE JAKARTA POST, 2015).
A exemplo do conflito na Península Coreana e das tensões em
Taiwan, era cada vez mais essencial para uma Ásia independente (em
sua maioria) – que via uma polarização entre Leste e Oeste cada vez
mais firmada por acordos de defesa coletiva e alianças entre poderes –
garantir o não-alinhamento dos Estados afro-asiáticos a nenhuma das
potências. Em vez de uma luta política Leste-Oeste, deveria ser travada
uma luta econômica Norte-Sul. Cabe lembrar que o não-alinhamento
não significa equidistância, mas sim liberdade para que os países se
posicionem da maneira que acharem melhor (BURKE, 2011; PEREIRA;
MEDEIROS, 2015).
A África, que só contou com cinco países na Conferência, passava
por um momento político ao mesmo tempo semelhante e distante do
continente asiático. Somente Gana e Sudão encontravam-se perto de
alcançar a soberania completa, enquanto os movimentos armados
prosseguiam na Tunísia, Marrocos, Algéria e Quênia (com uma menção
importante à ANC na África do Sul, movimento independentista que
ressurgia; e à Etiópia, que não foi colonizada) (BURKE, 2011). Apesar
disso, a questão do não-alinhamento ainda era um peso sobre as cabeças
dos governantes de um continente que lutava contra o domínio colonial.
Mais do que evitar uma nova guerra mundial ou o fortalecimento
das grandes potências mundiais a custo do alinhamento dos recém-
formados países afro-asiáticos, a Conferência de Bandung aparece como
uma oportunidade de buscar um lugar para as nações periféricas no
sistema mundial.

Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPSUA)
Tema: Somália pós 2020
A República da Somália foi fundada em 1960 com a união do
Protetorado Britânico da Somalilândia ao norte da Somália com a
Somália Italiana, ao sul do país. Essa tentativa de união estatal, decidida
por metrópoles colonizadoras, não levou em conta o clima de falência
estatal das duas colônias. Apesar disso, cidadãos da Somalilândia ainda
possuíam certo alinhamento político; a ideia de formar uma grande
Somália fazia sentido com o clima pan-africanista vivenciado durante o
período. Essa última “cooperação” provou-se rapidamente fracassada
quando o Reino Unido anunciou que as terras produtivas da
Somalilândia fariam parte do território Etíope - negligenciados pelas
metrópoles, somalilandeses passam a boicotar o estado recém-formado.
Com o clima de desestruturação e rivalidade, a República da Somália
presencia um golpe de estado de Mohamed Siyad Barre, que
rapidamente inicia mais rivalidades entre clãs e dá início à limpeza
étnica dos somalilandenses (BARAWANI, 2017; RÝDLOVÁ, 2007).
Hoje, após quase 60 anos de sua fundação, a Somália ainda
vivencia sua pulverização: os altos índices de mortalidade, pobreza, fome
e conflitos civis ainda continuam colocando-a como um estado de
exceção. Entre diferentes tentativas de intervenção internacional, como
Missões de Paz da Onu, da intervenção direta da Força Tarefa das
Nações Unidas (UNITAF); a atual Missão de Paz da União Africana
para a Somália (AMISOM) anuncia em 2017 seu estágio final. A Missão
se compromete a esvaziar o território a partir de 2018 com prazo final
até 2020. Esse encerramento faz parte de uma longa agenda
20
de treinamento e cooperação com o Exército Nacional da Somália,
instituição que tomará seu lugar (OKIROR, 2017; RÝDLOVÁ, 2007)
Apesar da comunidade internacional ver este passo como um
ponto de partida importante para que novas missões humanitárias
possam tomar parte da Somália, os conflitos entre diferentes forças
insurgentes ainda é uma realidade. Somado ao cenário de disputa
política, a Somalilândia conseguiu ao longo dos anos se consolidar como
força estatal - distante das tentativas internacionais de integração, o
território se organizou paralelamente à República da Somália,
apresentando bons índices de reestabilização e inclusive crescimento
econômico (BARAWANI, 2017).
O que se põe em questão para o futuro da Somália é de fato o
próprio tensionamento das narrativas ocidentais em tentar fazer valer
um estado estrangeiro aos Somali - a militarização dos estados Africanos
se provou um efeito pós colonial evidente. Como ponto de partida o
esvaziamento das tropas na Somália, trazemos ao debate dos delegados
o que há de se construir para o futuro da Somália, ou a possibilidade de
se repensar os processos de colonização e as fracassadas missões de paz
conduzidas pelos países internacionalmente ao longo do tempo. Como
um caso emblemático, a pulverização do Estado da Somália representa
um debate chave para o entendimento de nossas próprias posições de
poder.

Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH)
Tema: Direito ao território: O caso Xucuru vs. Brasil
O direito histórico das comunidades indígenas sobre o território
no qual se desenvolveram social, política e culturalmente já é
reconhecido pela ONU, através de acordos como o da Convenção sobre
Povos Indígenas e Tribais (C169) e a Declaração sobre os Direitos dos
Povos Indígenas, a qual admite o “fato de os povos indígenas terem
injustiças históricas como resultado, entre outras coisas, da colonização
e da subtração de suas terras, territórios e recursos” (NAÇÕES
UNIDAS, 2008).
O reconhecimento formal e legal desse direito indígena foi
realizado pelo Brasil através do artigo 231 da Constituição Federal de
1988, o qual prevê o direito originário dos indígenas sobre suas terras
ocupadas tradicional e permanentemente e utilizadas para a produção e
reprodução física e cultural da comunidade indígena. Afirma também a
posse de indígenas sobre essas terras como um direito inalienável e
imprescritível (BRASIL, 1988). Contudo, nota-se que esse direito muitas
vezes é ferido por indivíduos e/ou grupos interessados em explorar os
recursos materiais da área ocupada pela comunidade indígena, e as
transgressões acabam sendo negligenciadas pela União que, de acordo
com a CF 1988, deveria não só demarcar o território de direito, mas
também protegê-lo e garantir o respeito sobre a comunidade indígena.
Uma das grandes ocorrências de descaso do Brasil para com
comunidades indígenas, que ganhou destaque internacional, é em
relação ao povo Xukuru, maior comunidade indígena do Nordeste (com
aproximadamente 7 mil habitantes) localizada em Pernambuco. O
processo de demarcação das terras iniciou em 1989, sendo homolo-
21
gado após 12 anos (em 30 de abril de 2001) garantindo formal e
legalmente o direito dos Xukuru sobre o território ocupado e utilizado
por esse povo indígena. Contudo, alegando demora no processo de
homologação e descaso do Estado com a garantia dos direitos indígenas,
movimentos e organizações em prol da causa indígena fizeram uma
petição e encaminharam o caso para a Comissão Interamericana de
Direitos Humano no ano de 2002 (CIDH, 2015).
Após anos de análise do caso povo Xukuru vs. Brasil, saiu o
relatório da comissão em 2015, que alegava o Estado como responsável
pela violação dos direitos indígenas e prescrevia uma série de
recomendações que deveriam ser tomadas. Como o Brasil não seguiu as
recomendações, e levando em consideração o histórico da negligência
do Estado para com o povo Xukuru, o caso foi levado para a Corte
Interamericana de Direitos Humanos em 2016 (SANTANA, 2017).
Desde então, a CorteIDH ainda não deu a sentença em relação
ao caso Xukuru vs. Brasil; contudo, organizações já tem posicionado
afim de colaborar com a decisão do tribunal, como através do Amicus
Curiae lançado em abril do ano passado (CLÍNICA DE DIREITOS
HUMANOS et al, 2017). Sendo assim, o secretariado espera que esse
comitê proporcione aos alunos a possibilidade de resolucionar um caso
que já se estende por anos, entrando em questões como direitos
humanos e possíveis violações desses que podem ser cometidas,
inclusive por parte do Estado.

Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana
(ECOSOCC-UA)
Tema: Vencendo a Luta Contra a Corrupção
A União Africana (UA) escolheu como eixo temático de 2018
“Vencendo a Luta Contra a Corrupção” — os países africanos tem
colocado a temática como a responsável pela perpetuação de pobreza e
baixos índices de desenvolvimento em todo o país, como resultado e
causa também de gurras civis. Apesar da ampla discussão que já existe
sobre o tema, o debate é permeado por mitos e erros conceituais. Tanto
a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto a UA têm declarações
em relação à corrupção que se insentam de definir conceitualmente o
problema; suas definições são de cunho prático e mensurável. Apesar de
ser uma resposta pragmática - fazendo possível intervenções para as
consequências do problema, isso não põe em discussão os debates
teóricos sobre como a corrupção funciona ou suas causes; de fato,
inexiste qualquer convenção internacional que tente tratar da definição
de corrupção internacionalmente, fazendo comparações entre países
uma tarefa árdua e imprecisa (UNITED NATIONS ECONOMIC
COMMISSION FOR AFRICA, 2016; AFRICAN UNION, 2003;
EDEBOR, 2014).
No IV Relatório das Nações Unidas para a Governança Africana
(UNITED NATIONS COMMISSION FOR AFRICA GOVERNANCE,
2016) podemos observar a falência de estatísticas de corrupção. Quando
se trata de criar novas políticas, números e porcentagens possui um
papel muito importante - dando aos políticos um retrato de realidade
necessário para a formulação de internvenções eficientes. Mas números
não funcionam sem um contexto socio-histórico preciso e bem
discustido entre aqueles que o utilizam, sem os quais os números não
22
possuem nenhum tipo de efetividade (UNITED NATIONS
COMMISSION FOR AFRICA GOVERNANCE, 2016). O que o relatório
aponta é exatamente a necessidade de um debate mais produtivo sobre
esse contexto que circunda os números; envolvendo necessariamente
uma perspectiva multilateral e de diversos agentes, entre sociedade civil,
representantes estatais e organismos internacionais.
O Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana
(ECOSOCC) tem uma posição privilegiada nesse cenário. Como um
órgão intersecional, diferentes líderes regionais e internacionais podem
discutir tais dificultates em um novo paradigma Afro-centrista - isto é,
africanos podendo decidir sobre os próprios governos e governanças.
Historicamente, a corrupção e as falências estruturais de governos
africanos têm sido apontadas como um problema de incapacidade inata
de africanos, fazendo valer inúmeras intervenções e colonizações
imperalistas no continente. Em verdade, imperalismo e colonização
podem ser ligados essencialmente com as falências estatais dos Estados,
ou seja, aquilo que os próprios estrangeiros viam como solução se
tornou o problema central. Por anos, países europeus e americanos têm
coordenado agendas políticas, recursos financeiros e outros esquemas
que deslegitimavam a agência africana de decidir por si mesma
(ACHIENG, 2014)
Dada a urgência para novos debates em corrupção, e
principalmente possibilitar aos delegados o contato com iniciativas de
desafio à ordem hegemônica, pensamos no ECOSOCC como um comitê
a ser simulado na MundoCM 2018. Os delegados poderão atuar como
verdadeiros líderes em propor novas respostas a problemas estruturais,
traçando um futuro possível.

Internet Governance Forum (IGF)
Topic A: Network Neutrality
Topic B: Human Rights Online
In 2005, the World Summit on the Information Society (WSIS) –
sponsored by the United Nations – defined internet governance as ""the
development and application by governments, the private sector and
civil society, in their respective roles, of shared principles, norms, rules,
decision-making procedures, and programs that shape the evolution and
use of the internet" (WSIS, 2005).
The UN felt the need to respond after the controversy spawned
by the Internet Corporation for Assigned Names and Numbers
(ICANN), a private non-profit organization headquartered in California.
Mueller (apud MASTERS, 2014) points that ICANN "significantly
reduced the power of national governments and existing
intergovernmental organizations over communication and information
policy" by being one of the few centralized points of control over the
internet – since it manages the Domain Name System (DNS) –, while
also being transnational and controlled by corporations. In an attempt to
decentralize the United States' unilateral oversight over the biggest
stakeholder in, the Internet Governance Forum (IGF) was created in
2006 at the WSIS.
Net neutrality is a widely debated policy issue that could
fundamentally alter the dynamics of providing and accessing online
content through the Internet. (...) do we want – as the proponents of
net neutrality would frame the issue – the Internet to be a neutral
carrier of information packets, without any regard to what the
packets contain (...) – and therefore want legislation to enforce that
principle? Or (...)– do we want the free market to decide what
services should be charged and how, and who should be charged for
these services? (GUO, 2009, p. 13).
23
In the Ninth Annual IGF (Istanbul, 2014), the participants were unable
to reach consensus on this point. The European Union delegation
argued in favor of net neutrality – even issuing a statement that noted
that in the wake of “large-scale Internet surveillance and reduced trust in
the Internet, governance of the Internet must become more transparent,
accountable, and inclusive” (KROES et al apud HAMMOND, 2014, p.
25). In the same meeting, United States Federal Communications
Commissioner Mignon Clyburn pledged that reports that the FCC had
abandoned open internet were untrue, reaffirming its commitment to
“transparency, no blocking of legal content, no unreasonable
discrimination” as its principles (CLYBRUN apud HAMMOND, 2014, p.
25).
Silva (2013, p. 17) states that “today, the Internet is a space in
which state regulations are superimposed on cybercrime, consumer
protection, personal data, electronic commerce, and so on. And it is a
setting in which human rights are fully applicable”. The Internet has
become an indispensable tool for the promotion of human rights,
becoming a means in which affected people can have their voice heard –
the denunciation of repression against indigenous communities in Latin
America is an example (SILVA, 2013).
However, the Internet also became a space of violation of human
rights. It helped identify political dissent in Iran, intensify state
surveillance in the UK, increase the threat to the linguistic and cultural
identity of individuals, and broadened everywhere the gap between
those with access and those without. As we display more and more
information online and the Internet becomes a crucial part of our lives, a
series of individuals have voiced their worries about it (SILVA, 2013).

Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti (MINUSTAH)
A Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti
(MINUSTAH) foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em
2004 e permaneceu no território caribenho por 13 anos, sendo
encerrada oficialmente no dia 15 de outubro de 2017. A Missão teve
comando brasileiro e contou com a participação de capacetes azuis do
Exército, da Marinha e da Força Aérea; além do tropas vindas de outros
15 países. A MINUSTAH foi substituída pela Missão das Nações Unidas
para Apoio à Justiça no Haiti (MINUSJUSTH) (EXÉRCITO
BRASILEIRO, 2017).
A crise política, social e econômica no país desde 2000 – embora
Corbellini (2009) defenda que as condições para essa venham sido
forjadas desde a independência da ex-colônia francesa – culminou em
uma revolta armada no norte do país em 2004, se espalhando para
outras cidades. O controle dos insurgentes sobre uma considerável parte
daquela região e a incapacidade do governo haitiano em oferecer
segurança à sua população atestaram uma ameaça à segurança
internacional – motivando o estabelecimento da MINUSTAH por meio
da resolução 1542 (2004) do Conselho de Segurança (OLIVEIRA, 2013;
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2004).
O então presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, havia
atingido grande impopularidade dentro e fora do país. A oposição
haitiana e o governo norte-americano acusaram Aristide de ter fraudado
as eleições; seu pedido de reparação à França – que a custaria mais de 21
milhões de dólares – não foi bem recebido pelo país; grupos
paramilitares de direita apoiados pela elite haitiana (e, como seria
24
provado posteriormente, pelo governo e pelo exército da República
Dominicana; assim como possivelmente as inteligências francesa e
estadunidense); e os protestos estudantis chegaram a um ápice após o
ataque a uma universidade em 2003. Com isso, o presidente foi forçado a
renunciar ao cargo, sendo escoltado – ou, segundo ele, forçado – por
oficiais dos Estados Unidos para fora do país.
Os grupos armados que o General Augusto Heleno Pereira ( apud
OLIVEIRA, 2004, p. 23) classificou como “os grandes adversários da
missão (...) tiveram como seus integrantes ex-militares e rebeldes, as
gangues e os chimère”. Com a extinção das Forças Armadas, em 1994, os
oficiais foram dispensados sem receber qualquer amparo do Estado; as
gangues eram formadas por fugitivos das prisões e outros criminosos; e
os chimère eram praticamente uma polícia paralela ilegal dentro das
favelas. Enquanto os primeiros mostraram-se contrários à presença de
Aristide, os dois últimos grupos desejavam seu retorno (OLIVEIRA,
2004).
Um gabinete ambientado em uma missão de paz da ONU
possibilita aos delegados lidar, além da pura movimentação de tropas
militares, com o caráter político que a Missão traz – uma vez que seu
mandato exige o apoio ao processo para a realização de eleições e que é
necessário lidar com personagens ligados ao Departamento de Missões
de Paz (DPKO) –; com a UNPOL – a polícia especial da Missão –; e
com a logística e inteligência. Além disso, este comitê muda o ambiente
geral de gabinetes de guerra para uma situação de promoção da paz.
 25
Calendário
 26
Cronograma

Referências Bibliográficas
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