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_______________ _________________________________ Laboratório de Física II UFG / Campus Catalão 2014

EXPERIMENTO 7 CALOR ESPECÍFICO

Este experimento tem como objetivos determinar a capacidade calorífica de um


calorímetro e o calor específico de alguns metais.

INTRODUÇÃO

Quando água quente é colocada em um recipiente de alumínio que esteja na temperatura


ambiente, observa-se que o recipiente esquenta e que a água esfria, isto é, a temperatura do
recipiente aumenta e a da água diminui, até que ambos fiquem à mesma temperatura. Neste caso,
houve uma transferência de energia, na forma de calor, do corpo de temperatura mais alta (a água
quente) para o outro de temperatura mais baixa (o recipiente de alumínio), até que o equilíbrio
térmico fosse atingido.
A quantidade de calor Q, necessária para elevar a temperatura de um corpo, depende de
três fatores: a massa m, a variação de temperatura T To e o calor específico c.
Matematicamente, a quantidade de calor é dada pela expressão:
Q = m.c. T (1)

Pode-se determinar o calor específico de uma substância com a ajuda de um recipiente


denominado calorímetro. O calorímetro é um recipiente isolado termicamente do meio externo,
onde líquidos e sólidos podem ser colocar para que troquem de calor entre si com perda mínima
para o meio ambiente.
O calorímetro participa das trocas de calor entre os corpos nele colocados até que todos,
inclusive o calorímetro, estejam à mesma temperatura, ou seja, atinjam o chamado equilíbrio
térmico. Essa participação é determinada através de uma grandeza denominada Capacidade
Térmica C.
A capacidade térmica C de um corpo é definida como sendo o produto de sua massa pelo
seu calor específico. Matematicamente, tem-se:
C = m.c (2)

e, portanto, a quantidade de calor Q pode ser expressa como:


Q = C T. (3)

A capacidade térmica de um calorímetro é a soma das capacidades térmicas das partes que
o constituem, tais como: copo metálico, agitador, resistência elétrica para aquecimento e o próprio
termômetro utilizado para medir a temperatura.

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Considere, então, um calorímetro contendo em seu interior certa massa de água, ambos à
temperatura To. Se um corpo, à temperatura Tc (com Tc > To), é colocado dentro da água do
calorímetro, ocorrerá transferência de energia, na forma de calor, entre a água e o corpo até
atingirem uma mesma temperatura, chamada temperatura de equilíbrio térmico, Tequilíbrio. A
quantidade de calor perdida pelo corpo é absorvida tanto pela água quanto pelo calorímetro. Então,
na condição de equilíbrio térmico:
Qcorpo = Qcalorímetro + Qágua (4)

onde Qcorpo é a quantidade de calor cedido pelo corpo, Qcalorímetro é a quantidade de calor recebido
pelo calorímetro, Qágua é o calor recebido pela água. De acordo com as Equações (1) (3), essas
quantidades são dadas por:
Qcorpo = mc.cc.(Tc Tequilíbrio) (5)

Qcalorímetro = Ccalorímetro.(Tequilíbrio To) (6)

Qágua = mágua.cágua.(Tequilíbrio To) (7)

e, portanto,
mc.cc.(Tc Tequilíbrio) = Ccalorímetro.(Tequilíbrio To) + mágua.cágua.(Tequilíbrio To) (8)

onde mc é a massa do corpo, cc é o calor específico do corpo, Tc é a temperatura inicial do corpo,


Tequilíbrio é a temperatura de equilíbrio do sistema, Ccalorímetro é a capacidade térmica do calorímetro,
To é a temperatura inicial do calorímetro com água, mágua é a massa de água dentro do calorímetro e
cágua é o calor específico da água.
Então, de acordo com a Equação (8), o calor específico do corpo é dado por:
(C calorímetro + mágua .cágua)(T equilíbrio T o ) (9)
cc =
mc .(T c T equilíbrio)

Os valores do calor específico para algumas substancias estão apresentados na Tabela 11.1.

Tabela 7.1 Valores do calor específico de algumas substâncias.

Substância Calor Específico


(cal/g.K)
Água 1,00
Alumínio 0,215
Chumbo 0,0321

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Cobre 0,0923
Ferro 0,11
Latão 0,092
Aço 0,116

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Material Utilizado

Calorímetro completo;
Balança;
Termômetro;
Sistema de aquecimento;
Água e corpos metálicos.

Atividades

Parte 1 Determinação da capacidade térmica do calorímetro

Medir a massa do calorímetro vazio e seco (mcalorímetro);


Colocar no calorímetro uma massa de água (água da torneira), mágua,
aproximadamente igual 200ml e à temperatura ambiente;
Esperar o sistema calorímetro e água entrar em equilíbrio térmico (To). Anotar o
valor de T0;
Adicionar uma massa de água, aproximadamente igual à anterior (200ml),
previamente aquecida, mágua quente, e a uma temperatura Tágua quente;
Agitar levemente até obter uma temperatura estável (Tequilíbrio);
Considerando, neste caso, o mesmo calor específico tanto para a água fria como
para a água quente, determinar a capacidade térmica do calorímetro, Ccalorímetro, dada
pela expressão:

Qcedido pela água quente = Qrecebido pelo calorímetro + Qrecebido pela água fria

mágua quente.cágua.(Tágua quente Tequilíbrio) = Ccalorímetro.(Tequilíbrio To) + mágua.cágua.(Tequilíbrio To)


(10)
mágua quente.c água .(Tágua quente Tequilíbrio ) mágua .c água .(Tequilíbrio To )
C calorímetro
(Tequilíbrio To )

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Parte 2 Determinação do calor específico de um metal

Colocar a peça de metal em água fervente durante alguns minutos, até entrar em
equilíbrio térmico com a água fervente; anotar a temperatura da água fervente, que é
igual à temperatura inicial do metal, Tcorpo;
Colocar água, à temperatura ambiente, no copo do calorímetro, em quantidade
aproximadamente igual ao total de água da primeira parte do experimento, ou seja,
200 ml; determinar a massa dessa quantidade de água, mágua, e a temperatura inicial,
Tágua;
Retirar a peça de metal de dentro da água fervente e colocá-la, rapidamente, dentro
do calorímetro, fechando-o para evitar troca de calor com o ambiente. Agite
lentamente até que a temperatura de equilíbrio seja atingida, Tequilíbrio (esta será a
máxima temperatura atingida, lida no termômetro);
Determinar o calor específico do metal (Equação 9);
Repetir o procedimento pelo menos duas vezes com cada peça de metal fornecido,
comparar o resultado médio com valores tabelados (Tabela 7.1) e determinar o erro
relativo percentual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J. - Fundamentos de Física, Vol. 2, 6ª Edição, LTC


Editora, Rio de Janeiro, RJ, 2002, pp.148-150.
2. YOUNG, Hugh D., FREEDMAN, Roger A., Física II Termodinâmica e Ondas, 10ª Edição,
Pearson Addison Wesley, São Paulo, SP, 2003.

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