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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


ROT 0101439-26.2017.5.01.0060
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 21/05/2019


Valor da causa: $300,000.00

Partes:
RECORRENTE: F. T. P.
ADVOGADO: REGIANE MARQUES RODRIGUES
ADVOGADO: DANIEL SA BARBOSA DE OLIVEIRA
ADVOGADO: JOCIMAR CUSTODIO GOMES
RECORRIDO: S. P. M. M.
ADVOGADO: JORGE ROBERTO HALL BARBOSA
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60ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0101439-26.2017.5.01.0060

Em 13 de março de 2018, na sala de sessões da MM. 60ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE


JANEIRO/RJ, sob a direção do Exmo(a). Juiz ROBERT DE ASSUNCAO AGUIAR, realizou-se audiência
relativa a AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO número 0101439-26.2017.5.01.0060 ajuizada por
FABRICIO TENORIO PECANHA em face de SABOIA PRODUCOES MUSICAIS LTDA - ME.

Às 09h43min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente o autor, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). DANIEL SA BARBOSA DE


OLIVEIRA, OAB nº 202587/RJ.

Presente o preposto do réu, Sr(a). ADRIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO,


acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). Jorge Roberto Hall Barbosa, OAB nº 94674/RJ.

Conciliação recusada.

Retirado o sigilo da contestação, anexada aos autos, com documentos.

Alçada fixada no valor da inicial.

Preclusa a prova documental, nos termos dos arts. 434 do CPC/2015 e 787 da CLT.

Defere-se à parte autora o prazo de 10 (dez) dias, para que se manifeste sobre a defesa e os
documentos acostados, a teor do art. 412, do CPC/2015.

Designada audiência de instrução para o dia 26/11/18 às 10:40 h, ficando as partes


expressamente intimadas para o depoimento pessoal sob pena de confissão.

Sai intimada para comparecer na próxima audiência a testemunha do autor sra Jéssica Souza
Brown da Silva, CPF nº 117866537-29, residente à Rua Fala Amendoeira, 454, apto 104, Barra da Tijuca,
RJ, cep 22793-580.
As partes se comprometem a trazer suas demais testemunhas independentemente de intimação na
próxima audiência, cientes desde já que eventual ausência importará na desistência da prova, na forma do
parágrafo 2º do artigo 455 do CPC/2015.

As partes acompanharam a digitação da ata através do monitor instalado na mesa de


audiência.

Audiência encerrada às 09:49 h.

ROBERT DE ASSUNCAO AGUIAR

Juiz do Trabalho

Ata redigida por MARCIA GOUVEIA FRANÇA, Secretário(a) de Audiência.


60ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0101439-26.2017.5.01.0060

Em 26 de novembro de 2018, na sala de sessões da 60ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE


JANEIRO/RJ, sob a direção do Exmo(a). Juiz ROBERT DE ASSUNCAO AGUIAR, realizou-se audiência
relativa a AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO número 0101439-26.2017.5.01.0060 ajuizada por
FABRICIO TENORIO PECANHA em face de SABOIA PRODUCOES MUSICAIS LTDA - ME.

Às 10h38min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). JOCIMAR CUSTODIO


GOMES, OAB nº 46027/RJ.

Presente o sócio do reclamado, Sr(a). ADRIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO,


acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). Jorge Roberto Hall Barbosa, OAB nº 94674/RJ.

Conciliação recusada.

Dispensado o depoimento pessoal da reclamada.

Depoimento pessoal do reclamante: que o reclamante não é sócio de nenhuma escola de


música; que o reclamante começou a trabalhar para a reclamada em fevereiro de 2011; que o reclamante
deixou um currículo da reclamada e posteriormente a sra Cleide, secretária da reclamada, ligou para o
reclamante se o mesmo teria um horário disponível para realizar uma entrevista; que a entrevista foi
realizada no dia seguinte ao telefonema; que quem fez a entrevista com o reclamante foi o sr Adriano
Saboia, um dos donos da reclamada; que o reclamante entente que foi contratado como empregado e não
como autônomo; que inicialmente os pagamentos do reclamante eram feitos através de cheque e
posteriormente passaram a ser creditados diretamente na conta corrente do reclamante; que o reclamante não
recebia por RPA; que ao final do mês o reclamante recebia uma lista com os nomes dos alunos pagantes; que
o reclamante recebia 40% dos valores das mensalidades e os outros 60% ficavam para a reclamada; que após
deixar de trabalhar para a reclamada o reclamante constituiu uma pessoa jurídica de nome Harmony Music
Academy; que o sr Roberto Alves foi orientador e professor do reclamante por alguns anos; que o
reclamante não sabe informar se foi o sr Roberto Alves que indicou o seu nome para contratação na
reclamada; que em fevereiro de 2011 o reclamante começou a trabalhar na unidade da Barra da Tijuca; que
os alunos constantes na relação de pagantes do mês de março de 2015, ID dd849c6, foram alunos da unidade
Barra da Tijuca; que o reclamante reconhece o documento de abertura da pessoa jurídica Harmony Music
Academy em 07/11/2012, esclarecendo que abriu antes de deixar de trabalhar para a reclamada, esclarecendo
que inicialmente possuía uma denominação, salientando que antes trabalhava com eventos relacionados a
casamentos e precisava de uma pessoa jurídica; que os candidatos a alunos procuravam a escola e a escola
indagava ao reclamante sobre os seus horários livres, para daí designar um horário para as aulas; que a
unidade da barra da tijuca funcionava das 09:00 às 14:00 horas aos sábados; que o reclamante ministrava em
média de 7 a 8 aulas por dia, sendo que cada aula demorava em média 45/60 minutos.

Depoimento da Testemunha da ParteRé

nome: ANTÔNIO VASCONCELLOS GARRIDO CPF nº 081005417-52

Endereço: Rua Pacheco Leão, 1428/105 Jardim Botânico Profissão: músico EstadoCivil: casado

Compromissado, na forma da lei. Inquirido, declarou que conhece o reclamante, tendo sido
colega de trabalho do mesmo na reclamada; que o depoente trabalha para a reclamada desde 2001, na função
de professor; que o depoente não tem a CTPS anotada pela reclamada; que o depoente trabalha como
prestador de serviço; que os pagamentos do depoente não são através de RPA; que os pagamentos do
depoente são feitos através de um cheque da própria reclamada ao final do mês; que o depoente ainda
trabalha para a reclamada até hoje; que o depoente trabalhou junto com o reclamante no período de 2013/
2014 aproximadamente; que o depoente trabalhou junto com o reclamante na unidade Barra da Tijuca; que
os pagamentos do depoente correspondem a 40% dos valores pagos pelos alunos e os outros 60% ficam para
a reclamada; que se o depoente faltar em alguma aula, não é descontado; que o depoente não sabe informar
se esse mesmo procedimento era adotado para o reclamante; que o depoente informa para a reclamada os
horários que o mesmo tem disponível e a reclamada marca as aulas para estes horários que o depoente
informa; que o depoente acredita que este mesmo procedimento fosse adotado para o reclamante, já que era
padrão para os professores; que o depoente não sabe informar quantas aulas o reclamante ministrava; que o
depoente, hoje ministra aproximadamente 10 aulas por semana, sendo que cada aula em média dura uma
hora; que caso o depoente não pudesse ministrar a aula poderia se fazer substituir por outra pessoa indicada
pelo depoente; que esta outra pessoa poderia ser qualquer outro profissional, independentemente de trabalhar
para a reclamada ou não; que todo ano a escola pergunta ao depoente se o mesmo irá manter os horários ou
não; que o depoente ministra aulas em outras escolas, como na escola Centro Musical Antônio Adolfo, no
Leblon; que o Centro Musical Antônio Adolfo é uma escola, cuja administração não é da reclamada, não
possuindo qualquer relação; que o pagamento do profissional que substituiu o depoente naquela aula que o
depoente faltou, é feito pelo próprio depoente, que calcula o valor da aula e paga diretamente ao professor
substituto; que o depoente já substituiu outros colegas na reclamada e o pagamento foi com este mesmo
procedimento; que o depoente nunca substituiu o reclamante, esclarecendo que o reclamante é professor de
piano e o depoente de guitarra e violão; que o depoente já indicou professores que não eram da escola; que o
substituto não tinha que passar por qualquer autorização da reclamada; que o depoente tem atividade
profissional fora da escola, como músico profissional; que o depoente faz show e já ocorreu de viajar em
turnê; que o depoente nunca foi descontado em razão das ausências decorrentes das turnês; que como o
depoente repassava as aulas para outro professor recebia os valores e pagava o professor substituto; que o
depoente não sofre qualquer penalidade se faltar; que eventual remarcação de aulas, quem decide os horários
e os dias é o depoente; que um aluno da escola do Leblon não pode compensar uma aula na escola da Barra
da Tijuca, e vice versa, já que são escolas distintas; que existe um evento na reclamado Show Case, que é um
evento semestral de apresentação dos alunos aos pais e familiares; que não há obrigatoriedade do professor
nesse evento; que se o professor não participar deste evento, não tem qualquer penalidade; que quem define
quais os alunos que irão tocar neste evento é o professor e não a escola; que os professores podem recusar
alunos; que problemas relacionados à unidade do Leblon não poderiam ser solucionados na unidade Barra da
Tijuca, já que são escolas distintas; que o depoente não sabe informar se o reclamante ministrava de 7 a 8
aulas por dia na reclamada; que o depoente não recebia sua remuneração diretamente dos alunos; que os
alunos procuram a escola e se matriculam na escola; que o aluno diz qual o horário que poderia ter aula e a
escola verifica junto aos professores quem poderia ministrar aulas neste horário informado pelo aluno; que
existem outros professores de guitarra e violão na reclamada; que também existiam outros professores de
piano na reclamada. Nada mais disse, pelo que foi encerrado o depoimento. E, para constar, foi lavrado o
presente termo.

Depoimento da Testemunha da Parte Autora

nome: JÉSSICA SOUZA BROWN DA SILVA CPF nº 117866537-29

Endereço: Rua Falla Amendoeira, 454/104, Barra da TIjuca Profissão: professora de História
EstadoCivil: solteira

ARGUIU o patrono da reclamada a contradita da testemunha por amizade pessoal. Indagada a


testemunha, a mesma confirma que mantém um relacionamento de amizade com o reclamante, razão pela
qual acolho a contradita, inclusive na qualidade de informante, por não vislumbrar este Juízo a isenção de
ânimo para prestar qualquer depoimento. Registrem-se os protestos da parte autora.

Nada mais disse, pelo que foi encerrado o depoimento. E, para constar, foi lavrado o presente
termo.

Depoimento da Testemunha da Parte Autora

nome: ANA LÚCIA CARBONAR PIEROTTI CPF nº 487574387-49

Endereço: Av Gilberto Amado, 246/206 Barra da Tijuca Profissão: Psicanalista EstadoCivil:


divorciada

Compromissada, na forma da lei. Inquirida, declarou que conhece o reclamante, tendo sido
aluna do mesmo na escola Antônio Adolfo, unidade Barra da Tijuca; que a depoente foi aluna do reclamante
no ano de 2015 e por seis meses, aproximadamente; que após, no início de 2018, a depoente teve aula com o
reclamante na escola Harmony Music; que a depoente não tem certeza se conhece a escola Sabóia Produções
Musicais; que a depoente não se recorda se quando fez a matrícula em 2015 foi para a Saboia Produções,
esclarecendo que à época procurou a escola Antônio Adolfo; que a depoente não se recorda o nome da
empresa que vinha nos recibos de pagamento, acreditando que fosse a escola Antônio Adolfo; que antes de
2015 a depoente não teve contato com o reclamante; que após os seis meses de aula no ano de 2015, a
depoente não teve mais contato com o reclamante salvo a partir do ano de 2018; que a depoente não
presenciou a contratação do reclamante e nem a saída do reclamante da escola; que a depoente não sabe
informar quantas aulas o reclamante ministrava por dia na escola, esclarecendo somente que eram muitas;
que cada aula demorava uma hora; que quando a depoente fez sua matrícula, a mesma informou para a
escola os dias que teria disponíveis para fazer as aulas e a escola encaixou suas aulas nesses dias; que a
depoente não presenciava os pagamentos do reclamante e não sabe informar nem mesmo quanto o
reclamante percebia a título de valores; que a depoente não sabe informar os horários que o reclamante
trabalhava; que o endereço da escola era no Downtown na Barra; que a depoente não se recorda o nome da
secretária da escola; que a depoente não conhece o sr Adriano Saboia; que a depoente não escolheu o
professor, esclarecendo que foi a secretária que disse quem seria o professor; que a depoente tinha aula de
piano; que existiam outros professores de piano na escola; que quando o reclamante faltava, a depoente tinha
aula com outro professor para substituir o reclamante; que a depoente conheceu a escola Harmony pela
Internet; que a depoente viu na página da Internet a foto do reclamante; que a depoente também viu a foto do
reclamante no Facebook da escola; que existiam outros professores na escola Harmony, tanto de piano
quanto de outros instrumentos. Nada mais disse, pelo que foi encerrado o depoimento. E, para constar, foi
lavrado o presente termo.

Requer o patrono da reclamada a oitiva de uma testemunha de nome Natali Ximenes, a fim de
comprovar a autonomia dos professores nas marcações e remarcações das aulas e a iniciativa do próprio
reclamante de não mais prestar serviço para a reclamada, o que se indefere, por desnecessária a prova tendo
em vista o depoimento prestado pela 1a testemunha da reclamada. Registrem-se os protestos.

Sem mais provas, encerra-se a instrução.

Em razões finais, as partes se reportam aos elementos constantes dos autos.

Recusada a última proposta de conciliação.

Adiado, sine die, para sentença.

Partes presentes cientes.

Audiência encerrada às 11:46 h.

ROBERT DE ASSUNCAO AGUIAR

Juiz do Trabalho
Ata redigida por Marcia Gouveia França, Secretário(a) de Audiência.
Relatório

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

JUSTIÇA DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 1ª REGIÃO

60ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro

RUA DO LAVRADIO, 132, 9º andar, CENTRO, RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20230-070

tel: (21) 23805160 - e.mail: vt60.rj@trt1.jus.br

PROCESSO: 0101439-26.2017.5.01.0060

CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

RECLAMANTE: FABRICIO TENORIO PECANHA

RECLAMADO: SABOIA PRODUCOES MUSICAIS LTDA - ME

Obedecidas as formalidades legais, é prolatada a seguinte

SENTENÇA
I - DO RELATÓRIO

Vistos etc.,

Trata-se de reclamação trabalhista ajuizada em 05/09/2017, autuada no mesmo dia e distribuída à presente
Vara do Trabalho, cujas partes da relação jurídica processual são, respectivamente, FABRICIO TENÓRIO
PEÇANHA, como reclamante, e SABÓIA PRODUÇÕES MUSICAIS LTDA - ME., como reclamada,
todos devidamente qualificados.

Primeira proposta de conciliação recusada.

A parte autora postula, em síntese, as pretensões constantes na inicial, tendo sido a referida peça juntada
com documentos.

Contestação escrita, com documentos.

Alçada fixada no valor da inicial.

Em audiência inaugural, realizada no dia 13/03/2018, deferiu-se à parte autora o prazo de 10 (dez) dias
para que se manifestasse sobre a defesa e os documentos acostados, a teor do art. 412, do CPC/2015.

Manifestação da parte autora anexada aos autos.

Em audiência de instrução, realizada no dia 26/11/2018, foi colhido o depoimento pessoal da parte autora e
a oitiva de duas testemunhas.

Requereu o patrono da reclamada a oitiva de mais uma testemunha, de nome Natali Ximenes, a fim de
comprovar a autonomia dos professores nas marcações e remarcações das aulas, bem como a iniciativa do
próprio reclamante de não mais prestar serviço para a reclamada, o que foi indeferido, por entender este
Juízo desnecessária a prova, tendo em vista o depoimento prestado pela 1ª testemunha da reclamada. Foram
registrados os protestos.

Sem mais provas, encerrou-se a instrução.


Em razões finais orais, as partes se reportaram aos elementos constantes dos autos, tendo sido recusada a
última proposta de conciliação.

É o relatório.

Fundamentação

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO FACE A NÃO OBSERVÂNCIA DA ALTERAÇÃO DO ART. 840,


§ 1º, DA CLT, DEVENDO O PEDIDO SER CERTO, DETERMINADO E COM A INDICAÇÃO DE
SEU VALOR

Rejeita-se.

Considerando-se que a lei de nº 13.467, de 13 de julho de 2017, denominada de Reforma Trabalhista, que
alterou o parágrafo 1º, do art. 840, da CLT, somente passou a ter vigência em 11/11/2017 e sabendo-se que a
presente ação foi ajuizada em 16/08/2017, rejeita-se a preliminar arguida em defesa, já que à época do
ajuizamento não se exigia a liquidação das pretensões.

DA IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA ARGUIDA PELA RECLAMADA

Rejeita-se.

Por ausência de critério de cálculo para a pretendida alteração, rejeita-se a impugnação.

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO, COM DATA DE ADMISSÃO EM 02


/01/2011, NA FUNÇÃO DE PROFESSOR MUSICAL DE PIANO, COM REMUNERAÇÃO
MENSAL À BASE DE COMISSÃO, TENDO SIDO A ÚLTIMA REMUNERAÇÃO MENSAL NO
VALOR DE R$2.308,49 E DISPENSA IMOTIVADA EM 20/10/2016

Improcedente.

Afirma o reclamante, em sua inicial, que teria sido admitido pela reclamada em 02/01/2011, para o
exercício da função de professor musical de piano, percebendo sua remuneração à base de comissão, tendo
sido a última remuneração mensal no valor de R$2.308,49, sendo demitido sem justo motivo em 20/10/2016.

Postula o reconhecimento do vínculo empregatício por entender preenchidos os requisitos dos arts. 2º e 3º,
ambos da CLT, bem como a assinatura de sua CTPS com estes dados.

Em defesa, a reclamada apresenta impugnação especificada, negando os fatos narrados na inicial,


esclarecendo que o reclamante foi contratado como profissional autônomo a partir de setembro de 2013 e
não em janeiro de 2011, sendo que recebia o percentual de 40% do valor pago por aluno e o restante do
percentual de 60% era repassado à empresa. Informa que era o professor quem estipulava o horário, podendo
remarcar as aulas, ser substituído por outro professor. Acrescenta que a unidade do Leblon não faz parte da
mesma empresa, bem como aos sábados a escola de música fechava às 14h:00min.

Em depoimento pessoal, o reclamante afirma que começou a prestar serviço no mês de fevereiro de 2011,
salientando que inicialmente os pagamentos eram feitos através de cheques e posteriormente passaram a ser
creditados em sua conta corrente, nunca tendo recebido por RPA. Esclarece que ao final do mês recebia uma
lista com os nomes dos alunos pagantes, sendo que recebia o percentual 40% dos valores das mensalidades e
os outros 60% ficavam para a reclamada.

Considerando-se que a reclamada não nega a prestação dos serviços, a prova da natureza autônoma da
relação é da reclamada, razão pela qual entendeu este Juízo por ouvir primeiro a testemunha da reclamada.

Pois bem, a testemunha da reclamada, sr. ANTÔNIO VASCONCELLOS GARRIDO, que também exercia
a função de professor, demonstra que foi contratado como professor autônomo, prestando serviço inclusive
para outras escolas de música. Esclarece que caso não pudesse dar uma aula, não era penalizado, podendo se
fazer substituir por outro instrutor indicado pelo mesmo, recebendo o percentual de 40% pago pelo aluno,
sendo que em caso de substituição, repassava o valor devido pela aula ao instrutor substituto. Demonstra
também que quem indicava os horários das aulas era o professor e o curso encaixava os alunos interessados
nesses horários. Ratifica que o acordado era o pagamento por aula realizada, sendo que a empresa retinha
60% do valor e repassava o percentual de 40% para o professor.

Por sua vez, a testemunha da parte autora não presenciou a contratação do reclamante, muito menos soube
informar sobre a forma de remuneração do professor, não possuindo força probatória para afastar a prova
produzida pela reclamada, data maxima venia.
O reconhecimento da relação de emprego depende da constatação da presença dos elementos expostos nos
artigos 2º e 3º, ambos da CLT, quais sejam, a subordinação, a pessoalidade, a não eventualidade, a prestação
de serviços por pessoa física, a onerosidade e a alteridade.

Considerando-se a oitiva da testemunha da reclamada, restou comprovado que inexistia subordinação


jurídica, sendo certo que o professor poderia se fazer substituir por outro professor, sem qualquer penalidade,
sendo o quanto basta para fundamentar a improcedência do pedido.

Com efeito, julga-se improcedente a pretensão.

DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS POSTULADOS

Improcedentes.

Em conformidade com o princípio desenvolvido por San Tiago Dantas, denominado de princípio da
gravitação jurídica, segundo o qual o pedido principal atrai para sua órbita todos os pedidos acessórios, tendo
sido julgado improcedente a pretensão de reconhecimento de vínculo empregatício, improcedentes são todos
os créditos trabalhistas postulados, já que seguem a mesma sorte.

DA CONCESSÃO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Defere-se.

Considerando-se a vigência da lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, denominada de Reforma Trabalhista,


que alterou o parágrafo 3º, do art. 790, da CLT, facultando ao julgador, a requerimento ou de ofício,
conceder o benefício da gratuidade de justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles
que percebem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e sabendo-se que este limite máximo hoje é de R$5.839,45, defere-se o requerimento.

DO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Improcedente.

Apesar do início da vigência da lei nº 13.467, de 13/07/2017, na data de 11/11/2017, mas por entender este
Juízo que os honorários sucumbenciais têm natureza híbrida, estes somente serão devidos a partir das ações
ajuizadas a partir de 11/11/2017, já que a conduta dos atores processuais são tomadas conforme as regras
anteriormente estabelecidas quando do ajuizamento da ação.

Entendimento em contrário seria o mesmo que admitir que as partes possam ser surpreendidas com uma
condenação que a legislação até então vigente não previa, sendo surpreendidas com a condenação, o que
afrontaria o disposto no art. 10, do CPC/15 (decisão surpresa) e aos princípios da segurança jurídica e do
devido processo legal.

Dispositivo

Posto isto, este magistrado, no exercício da jurisdição perante a presente VARA DO TRABALHO, nos
autos da Reclamação Trabalhista em epígrafe, julga, com resolução de mérito, IMPROCEDENTES as
pretensões deduzidas em Juízo, na dicção do art. 487, I, do CPC/2015, conforme fundamentação supra que
integra este decisum.

Defere-se a gratuidade de justiça ao reclamante.

Custas processuais que, nos termos da Lei nº 10.537, de 2002, fixo em R$6.000,00, calculadas sobre
R$300.000,00, pelo reclamante, dispensado.

Intimem-se as partes do teor da decisão.

ag

RIO DE JANEIRO, 8 de Abril de 2019

ROBERT DE ASSUNCAO AGUIAR


Juiz do Trabalho Titular
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

60ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro


RUA DO LAVRADIO, 132, 9º andar, CENTRO, RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20230-070
tel: (21) 23805160 - e.mail: vt60.rj@trt1.jus.br

PROCESSO: 0101439-26.2017.5.01.0060
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
RECLAMANTE: FABRICIO TENORIO PECANHA
RECLAMADO: SABOIA PRODUCOES MUSICAIS LTDA - ME

DECISÃO PJe

1- Julgo presentes os pressupostos de admissibilidade do RO interposto pelo Reclamante e, assim, defiro o


seu seguimento.

2- Intime-se a Reclamada a contrarrazoar o RO.

3- Após, subam os autos ao E. Tribunal Regional do Trabalho.

RIO DE JANEIRO, 27 de Abril de 2019

ROBERT DE ASSUNÇÃO AGUIAR

Juiz Titular de Vara do Trabalho


eas
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

a682a65 13/03/2018 15:06 Ata da Audiência Ata da Audiência

963b0ac 26/11/2018 12:04 Ata da Audiência Ata da Audiência

3571e50 08/04/2019 08:47 Sentença Sentença

0fed95a 30/04/2019 10:07 Decisão Decisão

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